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6. Atos administrativos 1 🔭 6. Atos administrativos manifestação ou declaração da administração pública, nesta qualidade, ou de particulares no exercício de prerrogativas públicas, que tenha por fim imediato a produção de efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público e sob regime predominante de direito público. (Marcelo Alexandrino) ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. (Hely Lopes Meirelles) → é manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, o ato bilateral é contrato administrativo. → praticado pela administração pública (direta e indireta, nos três poderes quando desempenham função administrativa). 6. Atos administrativos 2 → praticado por particulares que estejam desempenhando atividade administrativa (concessionárias e permissionárias). → produz efeito jurídico imediato (ato administrativo é espécie de ato jurídico). → regido pelo regime jurídico de direito público. → desempenho da função administrativa. Atos da Administração atos administrativos atos políticos ou de governo: praticados em obediência direta à Constituição (como iniciativa de leis, sanção ou veto a PL, decretar estado de sítio, anistia, etc.). atos legislativos atos judiciais atos privados (ou atos da administração em sentido estrito): praticados pela administração sem prerrogativas, em pé de igualdade com o particular, sob o regime de direito privado (ex: contrato de locação). atos materiais (ou fatos administrativos): atos de mera execução de determinação administrativa, como a limpeza de uma praça, demolição de um prédio, pavimentação de uma estrada, dissolução de uma passeata). → visão majoritária: o fato administrativo é a materialização/implantação do ato administrativo/da função administrativa (e podem ou não produzir efeito jurídico). → di pietro: acontecimento natural que gera consequência jurídica é fato administrativo, como a morte de servidor público; se o fato não produz efeito jurídico é fato da administração. silêncio administrativo (omissão da administração): não é ato administrativo, é fato administrativo, mas pode trazer consequências jurídicas (ex: prescrição e decadência). Requisitos de Validade ou Elementos do Ato Administrativo → condições que devem ser observadas para a válida edição de um ato administrativo. Competência (sempre vinculado) Finalidade (sempre vinculado) 6. Atos administrativos 3 Forma (sempre vinculado) Motivo (vinculados ou discricionários) Objeto (vinculados ou discricionários) Competência → sujeito → poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico de suas funções. → quem possui atribuição legal para realizar o ato administrativo. → características: intransferível (delegação não transfere a titularidade da competência, mas o exercício de parte das atribuições do agente). irrenunciável → exercício obrigatório da competência. imprescritível → o não exercício da competência durante o tempo não a extingue. improrrogável → a atuação de um agente incompetente não o torna competente. → abuso de poder: excesso de poder. → delegação: estende a competência para quem não tinha competência originária e o delegado responde pelo ato (na mesma hierarquia ou para inferior). → é feita por prazo determinado. → transfere o exercício de parte das competências. → deve ser publicada no meio oficial. → revogável a qualquer tempo. → competência privativa se desloca. ⚖ Lei 9.784/99. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. → avocação: busca para si a competência de outra de hierarquia inferior. 6. Atos administrativos 4 → mesmas vedações da competência delegada. → excepcional e fundamentada. Finalidade finalidade geral: genérica, mediata, a satisfação do interesse público. finalidade específica: imediata, objetivo direto previsto em lei, que deve determinar a prática do ato. → abuso de poder: desvio de finalidade. Forma → modo de exteriorização do ato administrativo. → em regra, a forma exigida pela lei para o ato é escrita. → contudo, existem atos não escritos (ordens verbais, gestos, apitos, cartazes, placas, etc.). → entendimento majoritário é de que a forma é requisito vinculado. → alguns doutrinadores entendem que só é vinculado quando houver lei que prevê a forma; caso contrário, é ato discricionário. → vício de forma é sanável (anulável), pode ser convalidado. → se a lei estabelecer a forma como essencial à validade do ato, a convalidação não é possível, e o ato será nulo. → a motivação (exteriorização dos motivos) integra a forma do ato administrativo, sua ausência, quando obrigatória, acarreta a nulidade do ato, por vício de forma. Motivo → causa imediata do ato administrativo. → situação/pressuposto de fato e de direito que justifica a prática do ato. ex: licença maternidade, motivo de fato é o nascimento do bebê e motivo de direito é a previsão legal na lei 8.112/90. → nos atos vinculados, a lei determina a prática do ato, o motivo é vinculado. → nos atos discricionários, a lei autoriza a prática do ato, o motivo é discricionário. → vício de motivo: ato nulo. 6. Atos administrativos 5 motivo inexistente (ex: não nasceu bebê). motivo juridicamente inadequado (ex: homem recebeu licença maternidade ao invés de paternidade). → motivo é situação objetiva externa ao agente, móvel é representação subjetiva, intenção do agente (em atos discricionários). → diferente de motivação: exposição dos motivos (fundamentação) → integra a forma do ato. → em atos que exigem motivação (a maioria) e não houver, anula-se o ato por vício de forma (não de motivo)! Teoria dos motivos determinantes: → os motivos alegados para a prática do ato devem ser verdadeiros. → se os motivos forem falsos ou inexistentes, o ato é nulo. → a motivação feita vai vincular o ato administrativo. → a validade do ato estará vinculada aos seus motivos. → nem todo ato precisa ser motivado. ex: exoneração do titular de cargo em comissão. → contudo, se mesmo não exigindo o motivo, esse for feito, aplica-se a teoria dos motivos determinantes (a validade desse ato estará vinculada aos seus motivos). Motivação aliunde: remete a um ato anterior para justificar a prática do seu ato. Objeto → conteúdo material do ato. → objeto é o efeito jurídico que o ato produz, a alteração no mundo jurídico que o ato provoca. ex: no ato de exoneração, o objeto é a própria exoneração. → nos atos vinculados, o objeto é vinculado. → nos atos discricionários, o objeto é discricionário. → o vício de objeto é insanável, torna o ato nulo: 1. ato praticado com conteúdo não previsto em lei. ex: se a lei estabelece suspensão de 90 dias, e o ato determina 120 dias de suspensão; ou nomeação para cargo público inexistente. 6. Atos administrativos 6 2. ato praticado com objeto diferente daquele que a lei prevê para aquela situação. ex: ato dá penalidade de advertência quando devia ser demissão; ou determina autorização de uso do bem público quando devia ser permissão de uso do bem. Mérito Administrativo → valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato. → poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida sobre a oportunidade e conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo daquele ato, dentro dos limites da lei. → só existe mérito administrativo em atos discricionários. → não pode haver apreciação judicial quanto ao mérito administrativo, apenas quanto à legalidade do ato. Atributos do Ato Administrativo → qualidades/características inerentes aos atos administrativos. presunção de legitimidade imperatividade (nem todo ato) autoexecutoriedade/exigibilidade(nem todo ato) tipicidade Presunção de Legitimidade → meirelles: presunção de legalidade. → atributo presente em todos os atos administrativos. → presunção de que os fatos são verdadeiros e lícitos, até que se prove o contrário. → presunção relativa (juris tantum): admite prova em contrário. Autoexecutoriedade → permite a administração o poder de executar diretamente suas decisões, sem precisar de ordem judicial. ex: ato administrativo que determina demolição, apreensão e interdição. → não é para todos os atos, decorre de: 1. previsão de lei (apreensão de mercadorias, fechamento de casas 6. Atos administrativos 7 → presunção universal: presente em todos os atos administrativos. → ônus da prova é de quem alega vício no ato (ônus do administrado). → finalidade: poder público exercer suas funções com agilidade. → o ato produz efeitos de imediato, autoriza sua imediata execução. → di pietro: diferencia presunção de legitimidade (conformidade do ato com a lei) e presunção de veracidade (os fatos alegados são verdadeiros, todos os atos são dotados de fé pública). → consequências da veracidade (di pietro): enquanto não for decretada a invalidade do ato, ele produzirá efeitos da mesma forma que o ato válido. o Judiciário apreciar de ofício a validade do ato (nulidade só pode ser decretada a pedido da pessoa interessada). a presunção da veracidade inverte o ônus da prova. Imperatividade → possibilidade da administração pública, unilateralmente, criar obrigações para os administrados ou impor-lhes restrições. → se impõe a terceiros, mesmo sem sua concordância. → não está presente em todos os atos, apenas nos atos que impõe obrigações aos administrados. noturnas, cassação de licença para dirigir). 2. ou em caso de urgência (demolição de prédio que ameaça ruir) → não está presente no caso de multa (a execução de multa necessita do poder judiciária). → Mello: exigibilidade: meios indiretos de coerção (coercibilidade). Tipicidade o ato administrativo deve corresponder a figuras previstas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. (Di Pietro) → exige que haja previsão legal aos atos administrativos (princípio da legalidade). → previsto em todos os atos administrativos. → é uma garantia ao administrado. → afasta a possibilidade de ato totalmente discricionário. → só existe em atos administrativos, pois é unilateral, e não em contratos administrativos. 6. Atos administrativos 8 → não ocorre em atos enunciativos (atestados) ou atos que conferem direito (licenças, autorizações). Classificações Atos Gerais → destinatários indeterminados. → atingem todos que se enquadrarem na situação descrita. → possui caráter normativo. → conteúdo genérico/abstrato. → sempre discricionários quanto a seu conteúdo. → podem ser revogados a qualquer tempo. ex: decretos regulamentares, instruções normativas, etc. Atos Individuais → destinatários determinados. → individualizam quem será atingido pelo ato. → efeitos concretos. → vinculados ou discricionários. Atos de Império → critério quanto ao objeto ou posição jurídica ou prerrogativas. → ato em que a administração usa suas prerrogativas estatais (supremacia). → praticados de ofício. → usa observância é obrigatória aos destinatários. ex: desapropriação, interdição, imposição de multas, etc. Atos de Gestão → ato praticado pela administração sem usar sua supremacia. → praticados na qualidade de gestora de seus bens e serviços. ex: alienação ou aquisição de bens, aluguel de imóvel, etc. Ato Simples → critério quanto à formação do ato. → decorrem de uma única manifestação de vontade, de um único órgão ou colegiado, para um ato. ex: ato de exoneração (ato singular). Ato Complexo → manifestação de vontade de dois ou mais órgãos independentes entre si, para a prática de um ato. ex: decreto assinado pelo presidente e referendado por ministro de Estado; ou regime de tributação aprovado por dois ministérios. Aposentadoria de servidor público (ato complexo) - decisão do Tribunal de Contas sobre isso, não precisa de contraditório. Ato Composto 6. Atos administrativos 9 → só podem ser revogados se não tiverem gerado direito adquirido ao destinatário. ex: nomeação em concurso, exoneração de servidor, etc. Atos Internos → critério de alcance. → produzem efeitos apenas no âmbito da administração, atingindo seus órgãos e agentes. → não precisam de publicação em meio oficial. ex: ordens de serviço, memorando de curso para servidores, etc. Atos Externos → alcançam os administrados em geral, criando direitos ou obrigações, ou onerando o patrimônio público. → devem ter publicação em meio oficial. ex: nomeação em concurso, edital de licitação, etc. Ato Válido → critério quanto à eficácia. Atos de Expediente → atos internos da administração (atos de rotina interna). → se destinam a dar andamento aos processos e papeis. → não possuem conteúdo decisório. ex: despachos, recebimento de petições, etc. Ato Constitutivo → critério quanto aos efeitos resultados com sua prática. → cria nova situação jurídica para seus destinatários. ex: concessão de licença, aplicação de sanções, nomeação de servidor, etc. Ato Extintivo → põe fim a situações jurídicas preexistentes. ex: demissão, cassação de autorização, etc. Ato Modificativo → manifestação de vontade de um órgão (ato principal) e aprovação de vontade por outro órgão (ato acessório). → dois atos distintos. → a função do outro ato é instrumental: conferir eficácia ou autorizar a prática do ato principal. ex: ato de nomeação do PGR (principal), com ato de aprovação do Senado (acessório). Ato-regra → critério quanto à natureza das situações jurídicas que criam. → criam situações gerais, abstratas e impessoais, modificáveis a qualquer tempo pela vontade de quem as produziu. ex: regulamento, decreto. Ato-condição → praticado por um indivíduo em regime jurídico preestabelecido (situações criadas por atos-regra). → indivíduo está sujeito a normas preestabelecidas. 6. Atos administrativos 10 → está em conformidade com o ordenamento jurídico. Ato Nulo → nasce com vício insanável. → seu não pode ser convalidado. → efeito ex tunc (retroage e alcança todos seus efeitos, exceto para terceiros de boa fé). ex: ato praticado com desvio de finalidade. Ato Anulável → apresenta defeito sanável. → passível de convalidação. ex: vício de competência quanto à pessoa. Ato Inexistente → não é manifestação da administração, apenas possui aparência de tal (crime!!). ex: multa aplicada por pessoa que se passa por fiscal. → altera situações jurídicas preexistentes, sem extingui-la. ex: alteração de horário ou local de trabalho. Ato Declaratório → afirma/reconhece a existência de uma situação jurídica anterior a ele. ex: certidões, atestados médicos, declarações. + Atos Enunciativos → manifesta a opinião, um juízo de valor, uma sugestão. → não produz efeito jurídico. ex: pareceres. Ato Perfeito → já completou todas as etapas de seu ciclo de formação. → pode ser válido ou inválido. Ato Eficaz → disponível para produção de efeitos (não depende de evento algum). → modificável unilateralmente. ex: ato de aceitação de cargo público. Ato Subjetivo → praticado por um indivíduo com razoável liberdade (em pé de igualdade). → imodificável unilateralmente. ex: contrato. Ato Pendente → embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para começar a produzir efeitos. → depende de evento futuro (certo ou incerto). → pressupõe sempre um ato perfeito. Ato Consumado → já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir, já esgotou sua possibilidade de produzir efeitos. 6. Atos administrativos 11 → pode ser válido ou inválido. Atos Vinculados → critério quanto ao grau de escolha da administração. → não há margem de escolha (não há mérito administrativo). → a administração é obrigadaa praticar o ato nos exatos termos da lei. → não há revogação do ato vinculado (apenas anulação). ex: licença paternidade. Atos Discricionários → há certa margem de escolha conferida pela lei. → análise do mérito administrativo: juízo de conveniência e oportunidade (interesse público). → vinculado quanto à competência, finalidade e forma. → discricionário quanto ao objeto e motivo. → pode haver revogação do ato pela própria administração que o praticou (o poder judiciário não). Para o ato produzir atos no mundo jurídico: perfeição: esgotou todas as etapas (fases) necessárias para sua formação. validade: está em conformidade com o ordenamento jurídico (de acordo com a lei). eficácia: apto para produzir efeitos. Espécies (classificação de Meirelles): Normativo: → atos que expedem normas gerais e abstratas dentro dos limites da lei. → fontes secundárias na pirâmide de Kelsen. 6. Atos administrativos 12 → decreto regulamentar ou de execução: competência exclusiva do chefe do executivo, explica a lei e facilita sua execução. → decreto autônomo ou independente: exceção! único ato primário (não é fonte secundária), competência do chefe do executivo (art. 85, VI). → regulamentos: posto em vigência por decreto, para especificar mandamentos da lei ou prover situações não providas pela lei. → instruções normativas: feitas por ministros para execução de leis, decretos e regulamentos. → regimentos: regem a atuação interna de órgãos colegiados e corporações legislativas. → resoluções: autoridades do poder executivo, mas não o chefe do executivo. → deliberações: emanados de órgãos colegiados. Ordinatório: → visam disciplinar o funcionamento da administração e a conduta funcional de seus agentes. → atuam no âmbito interno da administração. → tem fundamento no poder hierárquico. → só alcançam servidores subordinados à autoridade que o expediu (não alcançam outros servidores ou particulares). → são inferiores aos atos normativos. → instruções: ordens escritas e gerais sobre o modo e forma de execução de determinado serviço público. → circulares: ordens escritas expedidas a determinados agentes incumbidos de certo serviço. → portarias: determinações gerais ou especiais a seus subordinados (como portaria de remoção ou delegação de competência). → avisos: emanados por ministros sobre assuntos de seus ministérios. → ordens de serviço: determinações especiais dirigidas por obras ou serviços públicos autorizando seu início. → provimentos: poder judiciário, expedidos por tribunais para uniformização e evitar erros na observância da lei. → ofícios: comunicações escritas que as administrações fazem entre si, e entre a administração e particulares. 6. Atos administrativos 13 → despachos: decisões. Negocial: → particular precisa da anuência prévia da administração pública para exercer certa atividade ou utilizar bens públicos (atos de consentimento). → não há imperatividade ou autoexecutoriedade. → podem ser vinculados ou discricionários. → podem ser precários (revogado a qualquer tempo, apenas atos discricionários) ou definitivos (não cabe revogação, apenas cassação ou anulação). → são os alvarás (autorização lato sensu): → licença: ato vinculado e definitivo, com fundamento no poder de polícia. ex: licença para dirigir, para exercer profissão, para realização de uma obra, etc. → autorização: ato discricionário e precário, que possibilita o particular realizar atividade ou usar certo bem. ex: porte de armas, exercício de serviços privados de saúde e educação, uso de vias públicas para feiras livres, fechamento de uma rua, etc. → permissão: ato discricionário e precário, em caso que predomine o interesse público. ex: instalação de banca de jornal na praça, de lanchonete na universidade, etc. → há o entendimento atual que permissões de serviços públicos são contratos administrativos (bilateral) e então, apenas a permissão de uso de bem público é um ato unilateral. → aprovação: poder público verifica a legalidade e o mérito de outro ato (pode ser prévia ou subsequente). ex: aprovação de uma obra, de um projeto, um serviço. → admissão: reconhece ao particular o direito à prestação de um serviço público se ele preenche os requisitos legais (ato vinculado). ex: admissão em escolas públicas ou assistência social. → visto: ato vinculado. → homologação: ato vinculado que confere apenas a legalidade do ato (sempre a posteriori). ex: homologação do procedimento de licitação. → dispensa: exime o particular do cumprimento do exigido pela lei (geralmente discricionário). ex: dispensa da prestação de serviço militar. → renúncia: poder público extingue unilateralmente um crédito ou direito próprio. ex: renúncia fiscal (não precisa mais pagar um tributo). 6. Atos administrativos 14 → protocolo administrativo: ato vinculante, acerta com o particular a realização de certo empreendimento ou atividade ou abstenção de conduta (interesse recíproco). Enunciativo: → administração apenas atesta ou reconhece determinada situação de fato ou de direito. → não há manifestação da vontade da administração. → enuncia situação preexistente. → não produzem efeitos jurídicos por si só, para isso exige a prática de outro ato administrativo. → certidões: cópia de informações registradas em algum livro (banco de dados) da administração. ex: certidão de antecedentes criminais, certidão negativa de débito, etc. → atestados: comprova fato ou situação que obtenha conhecimento por seus órgãos e agentes (não está em livro ou banco de dados). ex: atestado médico. → pareceres: manifestações técnicas, de caráter opinativo, emitido por órgão especializado na matéria de que trata. → apostilas: ato aditivo, averbação, complemento a um documento, não cria um direito, mas reconhece a existência de um. ex: de solteiro para casado em certo documento. Punitivo: → aplicam sanções a seus servidores (poder disciplinar) ou aos administrados em geral (poder de polícia). ex: multa, interdição, destruição, advertência, demissão, suspensão, cassação de aposentadoria. Extinção dos Atos Administrativos retirada do ato no mundo administrativo (desfazimento do ato). → extinção volitiva (vontade da administração): revogação, anulação e cassação. Revogação → supressão de ato válido que tornou-se inoportuno ou inconveniente (controle de mérito). → critério discricionário → só pode ser decretada pela própria administração (autotutela administrativa). 6. Atos administrativos 15 → incide apenas sobre atos discricionários, pois incide no mérito. → efeitos não retroagem (ex nunc). → pode ser feita a qualquer momento. → não há revogação de: atos vinculados (não há mérito). atos que gerarem direito adquirido. atos consumados/exauridos. atos que integrem um procedimento. mero ato administrativo (ex: atestado/certidão). Anulação → desfazimento de um ato eivado de ilegalidade ou ilegitimidade (controle de legalidade, não de mérito). → ato nulo ou inexistente: anulação obrigatória. → ato anulável: pode ser anulado ou convalidado. → feito pela própria administração que praticou o ato de ofício (autotutela administrativa) ou provocada. → pode ser feito pelo Poder Judiciário apenas mediante provocação. → pode incidir em atos vinculados e discricionários. → produz efeitos retroativos (ex tunc): como se o ato nunca houvesse existido. → os efeitos produzidos em relação a terceiros de boa-fé devem ser resguardados (prazo decadencial de 5 anos). Cassação → retirada do ato quando seu destinatário descumprir condições e requisitos que deve atender como exigência para manutenção do ato e de seus efeitos. → ilegalidade superveniente por culpa do beneficiário. → sanção pelo descumprimento de alguma condição. ex: cassação de licença de alguém que começa a construir em cima da rua. 6. Atos administrativos 16 Caducidade → nova legislação impede a permanência do ato, por este ser incompatível. → ilegalidade superveniente por causa de alteração legislativa.Contraposição ou Derrubada → um ato extingue ato anterior, pois os efeitos são opostos. → novo ato que se contrapõe a outro anterior. ex: exoneração de servidor extingue os efeitos do ato de nomeação. Extinção Natural → desfaz um ato administrativo pelo mero cumprimento normal de seus efeitos. ex: permissão de uso concedida por dois meses será extinta no final desse prazo. Extinção Subjetiva → quando há o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato. ex: morte de agente público extingue o ato de nomeação. Extinção Objetiva → quando há o desaparecimento do objeto da relação jurídica constituída pelo ato. ex: interdição de estabelecimento é extinta quando este é extinto pela empresa que fazia parte. Convalidação → correção de um ato anulável. → só pode ser feita quando houver um vício sanável (ato anulável). → produz efeitos retroativos. → pode haver convalidação de atos vinculados e discricionários. → só pode ser feita se o ato não gerar prejuízos ao interesse público ou a terceiros. → só pode ser feita se o ato ainda não foi impugnado. → vício na finalidade, no motivo, e no objeto são podem ser convalidados (atos nulos). → vício na competência e na forma podem ser convalidados (atos anuláveis). 6. Atos administrativos 17 a. vício na competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), desde que não se trate de competência exclusiva. b. vício na forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial à validade daquele ato. → ratificação: vício corrigido pela mesma autoridade.
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