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Percalços da educação infantil no Brasil

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“Matilda”, filme disponível na Netflix, retrata a trajetória escolar de uma criança com sede de aprendizagem, a qual sofre por não receber incentivos de sua família e é prejudicada no seu desenvolvimento acadêmico por isso. Nessa ótica, semelhante à trama, vê-se que, no Brasil, hodiernamente, existem percalços para a efetivação de um ensino infantil de qualidade, seja pela falta de apoio familiar, seja pelo insuficiente investimento nas escolas. Destarte, medidas socioestatais são necessárias para a reversão desse óbice.
	É oportuno ressaltar, em primeira análise, o papel da família na educação primária. Isso porque, para o infante, o núcleo familiar é a referência principal de hábitos e de comportamentos, fomentando a sua formação educacional a percorrer diversos caminhos distintos a depender desse contato, como o descrédito da escola ou a validação desta instituição pelos pais. Sob essa premissa, a escolha de qual percurso seguir, por influência familiar, é fundamental que não prejudique o aprendizado, tendo em vista que, segundo a Teoria Psicanalítica do neurologista Sigmund Freud, o desenvolvimento nos primeiros anos de vida é decisivo na formação do indivíduo, sendo de responsabilidade dos cuidadores do menor prover as condições favoráveis ao ensino construtivo. Dessa forma, enfrentar desafios escolares, a exemplo de apresentações de trabalho, acompanhar a evolução do aprendizado e incentivar o avanço acadêmico são práticas em declínio as quais precisam ser resgatadas para garantir o ensino infantil no país brasiliano.
	Outrossim, a destinação de verba de forma insuficiente para as escolas de educação primária corrobora a limitação do conteúdo didático por parte dos professores. Assim, com a diminuição de ferramentas educacionais, o processo de busca pelo conhecimento se torna uma barreira para o campo acadêmico, o qual carece, muitas vezes, de jogos educativos e de espaços para recreação, ambos essenciais nessa fase da infância. Por essa razão, embora a educação seja um direito social – de acordo com a atual Carta Magna do Brasil, na prática, ocorre o tangenciamento de tal virtude e, por conseguinte, promove uma profunda desigualdade entre a educação infantil pública e privada. Logo, o desenvolvimento da criança refém da instituição pública é deficitário, fator que procede para o distanciamento de uma infância saudável e lúdica. Nessa perspectiva, surge, com maior facilidade, distúrbios de aprendizado, a exemplo do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), os quais serão responsáveis, nas fases posteriores da vida do infante, por excluí-lo do seio social e econômico caso não trate, realidade que mostra a fundamental importância do ensino infantil de qualidade.
	Portanto, partindo dos pressupostos anteriores, evidencia-se a necessidade de ultrapassar os percalços da educação infantil no país. Para isso, urge às escolas, por apoio do Ministério da Educação, criar o projeto “Pais presentes”, com funcionamento em todos os anos de ensino primário, a fim de mostrar os benefícios do acompanhamento familiar para a criança, por meio da ajuda de pedagogos e de psicólogos orientando práticas de comportamento dos responsáveis mediante a trajetória escolar. Ademais, cabe ao Governo Federal ampliar as modalidades de ensino, por intermédio de verbas significativas aos colégios, com o intuito de oferecer infraestrutura de qualidade aos menores e aos professores da rede pública, assim, diminui, a médio prazo, a desigualdade e contribui para o pleno desenvolvimento infantil.

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