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Eletromagnetismo Semestre 01/2022 Prof. Bernardo Seelig 2 – Lei de Coulomb e Campo Elétrico 2.1 - Matéria, moléculas e átomos • Molécula é um conjunto de átomos, iguais ou diferentes. Quando os átomos são iguais, dizemos que é uma molécula simples (ex: gás nitrogênio, que é formado pela união de dois átomos de nitrogênio); quando os átomos são diferentes, dizemos que a molécula é composta (ex: molécula de água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. • Uma substância formada por um único tipo de elemento químico é uma substância simples, enquanto que uma substância formada por mais de um tipo de elemento químico é uma substância composta. • Um átomo é a unidade fundamental da matéria, é a menor fração capaz de identificar um elemento químico. Ele é formado por um núcleo, que contém nêutrons e prótons, e por elétrons que circundam o núcleo. https://conhecimentocientifico.r7.com/nucleo-atomico/ • De certa maneira, os nêutrons “isolam” os prótons, evitando suas repulsões e o consequente “desmoronamento” do núcleo. (http://curtaaquimica.blogspot.com/2013/06/a-descoberta-da-terceira-particula.html) • Os prótons e os nêutrons são formados por outras partículas, denominadas “quarks”. • O tamanho do núcleo atômico em relação ao próprio átomo é minúsculo. Pode ser comparado, por exemplo, a uma ervilha no meio de um campo de futebol. • A palavra átomo vêm do grego (a = não ; tomo = divisão), pois se acreditava que átomos eram indivisíveis. • Bomba atômica (“bomba nuclear”) - funciona pelo princípio da fissão nuclear, que consiste na desintegração de núcleos atômicos (material: urânio enriquecido ou plutônio), ou pelo princípio da fusão nuclear (material: hidrogênio e hélio). • O número atômico (Z) corresponde à quantidade de prótons existentes no núcleo do átomo de cada elemento químico. • O número de massa (A) de um elemento é a soma do número de prótons com o número de nêutrons. • O número de massa é medida em “unidade de massa atômica” (u). • Uma unidade de massa atômica (u) equivale a 1,66 . 10−24 g • Massa atômica de um elemento é a média dos números de massa (A) dos isótopos de um determinado elemento químico. • Elementos químicos com o mesmo número atômico e massas atômicas (A) diferentes são chamados de isótopos. • Todos os isótopos possuem o mesmo número de prótons e diferentes número de nêutrons. Os isótopos são variantes de um elemento químico. • A corrente elétrica é produzida devido ao fluxo de elétrons (os prótons não se movem). http://www.eletronpi.com.br/ce-007-carga-eletrica.aspx https://conhecimentocientifico.r7.com/nucleo-atomico/ 2.2 - Carga Elétrica • Os elétrons e os prótons têm uma propriedade física chamada de carga elétrica, a qual determina as interações eletromagnéticas. • Por convenção, considera-se que os elétrons têm carga negativa e os prótons têm carga positiva. Neutrons não têm carga elétrica. A quantidade de carga é especificada em Coulomb (C). • A carga de um elétron é qe = −1,6 . 10 −19 C • A carga de um próton é qe = + 1,6 . 10 −19 C • 1C é a carga de 6,25 . 1018 elétrons. • Um corpo pode ter carga elétrica neutra, positiva ou negativa: corpo neutro: o número de elétrons é igual ao número de prótons. corpo eletrizado positivamente: o número de prótons é maior do que o número de elétrons corpo eletrizado negativamente: o número de elétrons é maior do que o número de prótons. http://www.etelg.com.br/downloads/eletronica/cursos/Aulas/%C3%A1tomos_e_mol%C3%A9culas.html • Um corpo que está carregado eletricamente, possui uma pequena quantidade de carga ou carga líquida. • Íons são átomos que perderam ou ganharam elétrons. Eles se classificam em ânions ou cátions. • Ânion é um átomo que recebeu elétrons e ficou com carga negativa; cátion é um átomo que perdeu elétrons e ficou com carga positiva. • Cargas elétricas produzem um campo elétrico. Cargas elétricas em movimento produzem um campo magnético. 2.3 - Lei de Coulomb (1783) “A força mútua que atua entre duas cargas é diretamente proporcional aos valores das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.” F = Q1 Q2 4 π ϵ0 𝑟 2 ar [N] 𝜀0 → permissividade do espaço livre ϵ0 = 8,854 . 10 −12 F m = 1 36 π . 10−9 F m Charles Augustin de Coulomb 1736-1806 • A força entre as cargas pode ser atrativa ou repulsiva. Cargas de sinais opostos se atraem; cargas de mesmo sinal se repelem. F1→ força sobre a carga Q1 F2 → força sobre a carga Q2 F1 = Q1 Q2 4 π ε0 r21 2 a21 [N] F2 = Q1 Q2 4 π ε0 r12 2 a12 [N] • Princípio da Superposição: A força em uma carga na presença de várias outras cargas é a soma das forças exercidas nesta carga devido a cada uma das outras cargas separadamente: Fi = 1 4 π ϵ0 σj=1 n qi qj rji aji [N] 2.4 - Campo Elétrico • Considerando-se uma carga q1 fixa numa posição e movendo-se lentamente uma carga de prova q0 em torno de q1, observa-se a existência de uma força sobre q0, cujo valor pode ser calculado pela Lei de Coulomb: F0 = q1 q0 4 π ε0 r10 2 a10 • Pode-se dizer que a carga de prova está mostrando a existência de um campo de força, produzido por q1. O vetor intensidade de campo elétrico ( ത𝐸) devido a q1. No ponto onde estaria q0 é: E0 = F0 q0 = q1 4 π ε0 r10 2 a10 • A equação acima pode ser escrita na seguinte forma geral: E = q 4 π ε0 തr 2 ഥar N C ou V m Newton ∙ metro Coulomb = Joule Coulomb = Volt Logo, N C = V m Exemplos: 1) Duas cargas puntiformes de 1 mC e -2mC estão localizadas nos pontos (3,2,-1) e (-1,-1,4), respectivamente. Calcule a força exercida por estas cargas sobre uma carga de 10 nC, localizada em (0,3,1). Solução: q1 = 1 mC = 10 -3 C q2 = -2 mC = -210 -3 C q3 = 10 nC = 1010 -9 C ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) mNa51,7a71,3a51,6F a1051,7a1071,3a1051,6F a 2626 1054 1414 1018 a 2626 1072 1414 109 a 2626 1018 1414 1027 F a3a4a 2626 1018 a2aa3 1414 109 F a3a4a 26 1 2610 36 1 4 )102(1010 a2aa3 14 1 1410 36 1 4 101010 F a3a4a 26 1 r r a a2aa3 14 1 r r a 26)3(41AAAr 1421)3(AAAr a3a4aa)41(a))1(3(a))1(0(rrr a2aa3a))1(1(a)23(a)30(rrr a r4 qq a r4 qq F zyx3 z 3 y 3 x 3 3 z 22 y 22 x 22 3 zyx 2 zyx 2 3 zyx 9 39 zyx 9 39 3 zyx 32 32 23 zyx 31 31 13 2222 z 2 y 2 x23 2222 z 2 y 2 x13 zyxzyx2323 zyxzyx1313 232 230 23 132 130 13 3 +−−= +−−= + + − + + − + − = −+ − +++− = −+ − + ++− = −+== ++−== =−++=++= =++−=++= −+=−+−−+−−=−= ++−=−−+−+−=−= + = −−− −−−−−− −− − −− − −− 2) Considerando o item anterior, calcular a intensidade do campo elétrico no ponto (0,3,1). Solução: +−−=+−−= +−− == − −−− m kV a751a371a651a10751a10371a10651E 1010 a1051,7a1071,3a1051,6 q F E zyxz 3 y 3 x 3 9 z 3 y 3 x 3 2.5 - Campos Elétricos de Distribuições Contínuas de Carga ➢ L → densidade linear de cargas [C/m] ➢ S → densidade superficial de cargas [C/m 2] ➢ v → densidade volumétrica de cargas [C/m 3] • Uma pequena quantidade de carga Q em um pequeno comprimento de linha l é dado por: • Pode-se definir L matematicamente: lQ L = dl dQ l Q lim 0l L = = → • De forma semelhante, pode-se escrever: • A intensidade do campo elétrico devido a cada uma dessas distribuições é dada por: ത𝐸 = 𝑑𝑄 4 𝜋 𝜖0 ҧ𝑟 2 𝑎𝑟 =→=→= = =→=→= = → → v vv 0v V S SS 0s s dvQdvdQ dv dQ v Q lim dsQdsdQ ds dQ s Q lim • Têm-se então: ഥE = ρL ഥdl 4 π ϵ0 തr 2 ഥar (linha de cargas) ഥE = ρs ds 4 π ϵ0 തr 2 ഥar (superfície de cargas) ഥE = ρv dv 4 π ϵ0 തr 2 ഥar (volume de cargas) 2.6 - Densidade de Fluxo Elétrico (ഥD) ഥD = ϵ0 ഥE (densidade de fluxo elétrico no espaço livre) • Todas as equações obtidas a partir da Lei de Coulomb para calcular ത𝐸 podem ser usadas para calcular ഥD, observando-se que devemosmultiplicá-las por 𝜀0. • O fluxo elétrico é dado por: = ഥD ∙ ds • O fluxo elétrico (“psi”), por definição, começa numa carga positiva e termina numa carga negativa. Quando não houver carga negativa, o fluxo elétrico termina no infinito. • Também, por definição, 1 C de carga elétrica cria um fluxo elétrico de 1 C. 2.7 - Lei de Gauss • A Lei de Gauss estabelece que o fluxo elétrico total através de qualquer superfície fechada (superfície gaussiana) é igual à carga total encerrada por essa superfície: = Qenc = රd = ර ഥD ∙ ds = Qenc • A carga encerrada pode ser: - Um conjunto de cargas pontuais: Q = σQn - Uma linha de cargas: Q = l ρl ഥdl - Uma superfície de cargas: Q = s ρs ds - Uma distribuição volumétrica de cargas: Q = v ρv dv • Usualmente, é utilizada a última expressão na Lei de Gauss: Q = sׯ ഥD ∙ ds = v ρv dv (forma integral da Lei de Gauss) • Aplicando o teorema da divergência, temos: ර ഥ𝐷 ∙ 𝑑𝑠 = න 𝑣 ∇ ∙ ഥ𝐷 𝑑𝑣 • Comparando as equações anteriores, vem: ρv = ∇ ∙ ഥD • Exemplo: Calcule a carga total contida em um feixe de elétrons de 2 cm de comprimento, conforme mostrado na figura abaixo: • Solução: Q = න v ρv dv Q = න 0,02 0,04 න 0 2π න 0 0,01 −5. 10−6. e−10 5ρz ρ dρ d∅ dz é o raio do cilindro ou a distância radial a partir do eixo z (0 ≤ ); é medido a partir do eixo x, no plano xy (0 ≤ ≤ 2) z é o mesmo do sistema cartesiano (- z ). Q = න 0,02 0,04 න 0 2π න 0 0,01 −5. 10−6. e−10 5ρz ρ dρ d∅ dz • Integrando-se em relação à : Q = න 0,02 0,04 න 0 0,01 −5 . 10−6 ∅ 𝑒−10 5𝜌𝑧 𝜌 𝑑𝜌 𝑑𝑧 อ ∅ = 2𝜋 ∅ = 0 𝑄 = න 0,02 0,04 න 0 0,01 −10−5𝜋 𝑒−10 5𝜌𝑧 𝜌 𝑑𝜌 𝑑𝑧 𝑄 = න 0,02 0,04 න 0 0,01 −10−5𝜋 𝑒−10 5𝜌𝑧 𝜌 𝑑𝜌 𝑑𝑧 • Integrando-se em relação a z: 𝑒𝑦𝑧 𝑑𝑧 = 1 𝑦 𝑒𝑦𝑧 𝑄 = න 0 0,01 −10−5𝜋 −105𝜌 𝑒−10 5𝜌𝑧 𝜌 𝑑𝜌 ቤ 𝑧 = 0,04 𝑧 = 0,02 Q = න 0 0,01 10−10 π e−4000ρ − e−2000ρ dρ Q = න 0 0,01 10−10 π e−4000ρ − e−2000ρ dρ • Integrando-se em relação a : 𝑒𝑦𝑧 𝑑𝑧 = 1 𝑦 𝑒𝑦𝑧 𝑄 = 10−10 𝜋 𝑒−4000𝜌 −4000 − 𝑒−2000𝜌 −2000 อ 𝜌 = 0,01 𝜌 = 0 𝑄 = 10−10 𝜋 𝑒−4000 . 0,01 −4000 − 𝑒−2000 .0,01 −2000 − 𝑒−4000 .0 −4000 − 𝑒−2000 .0 −2000 𝑄 = 10−10 𝜋 − 1 −4000 − 1 −2000 = 10−10 𝜋 1 4000 − 1 2000 = 10−10 𝜋 − 1 4000 Q = − π 40 . 10−12 = −0,0785 pC • Exemplo: Sabendo que ഥ𝐷 = 𝑧 𝜌 𝑐𝑜𝑠2∅ 𝑎𝑧 𝐶 𝑚2 , calcule a densidade de cargas em 1 , 𝜋 4 , 3 e a carga total encerrada no cilindro de raio 1m, com -2 ≤ z ≤ 2 m. Solução: ρv = ∇ ∙ ഥD (forma diferencial da Lei de Gauss) ∇ ∙ ഥ𝐷 = 𝜕𝐷𝑧 𝜕𝑧 = 𝜕 𝜕𝑧 𝑧 𝜌 𝑐𝑜𝑠2∅ = 𝜌 𝑐𝑜𝑠2∅ A densidade de cargas em 𝜌 , ∅, 𝑧 = 1 , 𝜋 4 , 3 é: ρv = ρ cos 2∅ = 1 . cos2 π 4 = 0,5 C m3 Determinação da carga total encerrada no cilindro: Q = න v ρv dv 𝑄 = න −2 2 න 0 2𝜋 න 0 1 𝜌 𝑐𝑜𝑠2∅ 𝜌 𝑑𝜌 𝑑∅ 𝑑𝑧 é o raio do cilindro ou a distância radial a partir do eixo z (0 ≤ ≤ 1) é medido a partir do eixo x, no plano xy (0 ≤ ≤ 2) z é o mesmo do sistema cartesiano -2 ≤ z ≤ 2 Exemplo: Sabendo que ഥ𝐷 = 𝑧 𝜌 𝑐𝑜𝑠2∅ 𝑎𝑧 𝐶 𝑚2 , calcule a densidade de cargas em 1 , 𝜋 4 , 3 e a carga total encerrada no cilindro de raio 1m, com -2 ≤ z ≤ 2 m. 𝑄 = න −2 2 න 0 2𝜋 න 0 1 𝜌 𝑐𝑜𝑠2∅ 𝜌 𝑑𝜌 𝑑∅ 𝑑𝑧 Integrando-se em relação a : Q = න −2 2 න 0 2π ρ3 3 . cos2∅ d∅ dz อ 𝜌 = 1 𝜌 = 0 𝑄 = න −2 2 න 0 2𝜋 13 3 . cos2∅ d∅ dz 𝑄 = න −2 2 න 0 2𝜋 13 3 . cos2∅ d∅ dz Integrando-se em relação a z: Q = න 0 2π 1 3 . z. cos2∅ d∅ ቤ z = 2 z = −2 Q = න 0 2π cos2∅ d∅ . 1 3 . 2 − 1 3 . (−2) Q = න 0 2π 4 3 cos2 ∅ d∅ Q = න 0 2π4 3 cos2 ∅ d∅ Integrando-se em relação a ∅: cos2 u du = 1 2 u + 1 4 sen 2u + C 𝑄 = 4 3 1 2 ∅ + 1 4 𝑠𝑒𝑛 2∅ อ ∅ = 2𝜋 ∅ = 0 Q = 4 3 1 2 . 2π + 1 4 sen 2 . 2π − 1 2 . 0 + 1 4 . sen 2 . 0 𝑄 = 4 3 . 1 2 . 2𝜋 + 1 4 . 0 − 0 + 1 4 . 0 = 4 3 . 𝜋 Q = 4,19 C • Exemplo: Determinar a divergência do campo vetorial abaixo: ഥA = ρ sen ∅ aρ + ρ 2z a∅ + z cos ∅ ഥaz Solução: - divergente (coordenadas cilíndricas): o vetor ഥA têm o seguinte formato: ഥA = Aρ aρ + A∅ a∅ + Az ഥaz - Logo, ∇ ∙ ഥA = 1 ρ 𝜕 𝜕ρ ρ ρ sen ∅ + 1 ρ 𝜕 𝜕∅ ρ2 z + 𝜕 𝜕z z cos ∅ ∇ ∙ ഥA = 1 ρ 𝜕 𝜕ρ ρ2 sen ∅ + 1 ρ 𝜕 𝜕∅ ρ2 z + 𝜕 𝜕z z cos ∅ = 1 ρ 2ρ sen ∅ + 0 + cos ∅ ∇ ∙ ഥA = 2 sen ∅ + cos∅ • Exemplo: Seja ഥE = xy ax + x 2 ay V m , determine: a) A densidade de fluxo elétrico ഥD b) A densidade volumétrica de cargas 𝜌𝑣 Solução: a) ഥD = ϵ0 ഥE ; ϵ0 = 8,854 . 10 −12 F m ; logo, ഥD = 8,854 xy ax + 8,854 x 2 ay pC m2 b) ρv = ∇ ∙ ഥD = 𝜕Dx 𝜕x + 𝜕Dy 𝜕y + 𝜕Dz 𝜕z = 8,854y + 0 + 0 pC m3 = 8,854y pC m3 • Relembrando, • Quando se têm uma carga elétrica distribuída ao longo de uma linha, dizemos que se têm uma “linha de cargas”: • A carga total q de uma linha de cargas pode ser dividida em vários elementos de carga dq. • Para calcular o campo produzido por uma linha de cargas. calcula-se o campo elétrico produzido por cada elemento de carga dq e utiliza-se o “Princípio da Superposição” para obter o campo final. 2.8 – Campo de uma Linha Infinita de Cargas • Considere uma linha de cargas que se estende ao longo do eixo z, num sistema de coordenadas cilíndricas, desde + até -. Deseja-se calcular E no ponto P. E = Eρaρ + E∅a∅ + Ezaz - é o raio do cilindro que passa por P ou a distância radial a partir do eixo z (0 ≤ ); - é medido a partir do eixo x, no plano xy (0 ≤ ≤ 2); - z é o mesmo do sistema cartesiano (- z ). • A linha infinita de cargas é composta por diversas cargas elementares dq = ρl dl ; a carga elementar dq mostrada na figura está a uma distância L da origem. • r é a distância do elemento dq até o ponto P • Observa-se que nenhum elemento de carga produz componentes na direção de . Logo, E∅ = 0 e dE = dEρ + dEz - é o raio do cilindro que passa por P ou a distância radial a partir do eixo z (0 ≤ ); - é medido a partir do eixo x, no plano xy (0 ≤ ≤ 2); - z é o mesmo do sistema cartesiano (- z ). • A contribuição para 𝐸𝑧 de elementos de carga que distam igualmente acima e abaixo de P se cancelam. • Da equação anteriormente desenvolvida para o campo elétrico, têm- se: E = q 4 π ε0 തr 2 ഥar N C ou V m • Logo, dE = dq 4 π ε0 തr 2 ഥar = ρl dl 4 π ε0 തr 2 ഥar sen θ = dEρ dE → dEρ = dE sen θ dEρ = ρl dl sen θ 4 π ε0 r 2 (o campo elétrico só terá componentes em ) • A partir da figura, podemos escrever que: cot θ = 1 tg θ = cos θ sen θ → cot θ = 𝐿 𝑟 𝜌 𝑟 = L ρ → L = ρ cot θ ; dL = dl = −ρ cosec2θ dθ cossec θ = hipotenusa cateto oposto = 1 sen θ cossec θ = r ρ → r = ρ cossec θ ; r2 = ρ2 cossec2 θ • Se dl = −ρ cossec2θ dθ e r = ρ cossec θ, então: dEρ = ρl dl sen θ 4 π ε0 r 2 = 𝜌𝑙 −ρ cossec 2θ dθ 𝑠𝑒𝑛 𝜃 4 π ε0 ρ cossec θ 2 = −𝜌𝑙 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑑𝜃 4 π ε0 𝜌 Eρ = −ρl 4 π ε0 ρ න 180° 0° sen θ dθ = −ρl 4 π ε0 ρ ȁ− cos θ 0° 180° Eρ = ρl 4 π ϵ0 ρ cos 0° − cos 180° = ρl 4 π ϵ0 ρ 1 − −1 Eρ = ρl 2 π ϵ0 ρ (campo elétrico devido a uma linha de cargas) E = ρl 2 π ϵ0 ρ aρ (considerando a linha infinita no eixo z) • Se a linha infinita de cargas não estiver sobre o eixo z, têm-se: E = ρl 2 π ϵ0 r ar r → distância perpendicular do ponto à linha 𝑎𝑟 → vetor unitário • Exemplo: Sobre a reta descrita por x = 2m e y = -4m foram distribuídas uniformemente cargas, com densidade 𝜌𝑙 = 20 𝑛𝐶/𝑚. Determine o campo elétrico 𝐸 em (-2, -1, 4)m • Solução: A linha de cargas é paralela ao vetor 𝑎𝑧 ; assim, as componentes nessa direção se cancelam. E = ρl 2 π ϵ0 r ar ; a linha de cargas é paralela ao vetor 𝑎𝑧 ; assim, as componentes nessa direção de cancelam. r = −2ax − ay − 2ax − 4ay = −4ax + 3ay → r = 5 E = ρl 2 π ϵ0 r ar = 20 ∙ 10−9 2𝜋 ∙ 1 36𝜋∙ 10−9 ∙ 5 ∙ −4ax + 3ay 5 𝐸 = 57,6𝑎𝑥 + 43,2𝑎𝑦 𝑉 𝑚 2.9 – Campo de uma Superfície Infinita de Cargas • Considere uma superfície infinita de cargas no plano yz, cuja densidade superficial de cargas é ρs C/m 2 . Deseja-se calcular o campo elétrico E no ponto P. • Na análise a seguir, se dividirá a superfície infinita em faixas de largura diferencial dy, onde cada faixa terá 𝜌𝑙 = 𝜌𝑠 𝑑𝑦 ; verifica-se que as componentes y e z do campo, oriundas de elementos diferenciais de cargas simetricamente localizados em relação ao ponto em que se deseja calcular o campo, se cancelam. Assim, somente Ex está presente. • Da equação obtida para o cálculo de uma linha infinita de cargas, temos: E = ρl 2πε0R • Fazendo dEx = dE cos θ e ρl = ρs dy , pode-se escrever que: dEx = ρs dy cosθ 2πε0R ; Ex = ρs 2πε0 − π 2 + π 2 dy cosθ R • Da figura, tg θ = y x , logo 𝑑𝑦 = 𝑥 𝑠𝑒𝑐2𝜃 𝑑𝜃 R cos θ = x , logo R = x sec θ Ex = ρs 2πε0 − π 2 + π 2 dy cosθ R tg θ = y x , logo 𝑑𝑦 = 𝑥 𝑠𝑒𝑐2𝜃 𝑑𝜃 R cos θ = x , logo R = x sec θ Ex = ρs 2πε0 − π 2 + π 2 x sec 2θ dθcosθ x sec θ sec 𝑥 = 1 cos 𝑥 Ex = ρs 2πε0 න − π 2 + π 2 𝑑𝜃 = ρs 2πε0 𝜋 2 + 𝜋 2 = 𝜌𝑠 2𝜖0 • Se o ponto P fosse escolhido no eixo negativo de x, então 𝐸𝑥 = − 𝜌𝑠 2𝜖0 • Forma geral: E = ρs 2ε0 an , onde 𝑎𝑛 é um vetor unitário normal à superfície e dirigido para fora da mesma • Exemplo: Sobre a reta descrita por x = 2m e y = -4m foram distribuídas uniformemente cargas, com densidade 𝜌𝑙 = 20 𝑛𝐶/𝑚. Determine o campo elétrico 𝐸 em (-2, -1, 4)m • Solução: A linha de cargas é paralela ao vetor 𝑎𝑧 ; assim, as componentes nessa direção se cancelam. E = ρl 2 π ϵ0 r ar ; a linha de cargas é paralela ao vetor 𝑎𝑧 ; assim, as componentes nessa direção de cancelam. r = −2ax − ay − 2ax − 4ay = −4ax + 3ay → r = 5 E = ρl 2 π ϵ0 r ar = 20 ∙ 10−9 2𝜋 ∙ 1 36𝜋 ∙ 10−9 ∙ 5 ∙ −4ax + 3ay 5 𝐸 = 57,6𝑎𝑥 + 43,2𝑎𝑦 𝑉 𝑚 2.9 – Campo de uma Superfície Infinita de Cargas • Considere uma superfície infinita de cargas no plano yz, cuja densidade superficial de cargas é ρs C/m 2 . Deseja-se calcular o campo elétrico E no ponto P. • Na análise a seguir, se dividirá a superfície infinita em faixas de largura diferencial dy, onde cada faixa terá 𝜌𝑙 = 𝜌𝑠 𝑑𝑦 ; verifica-se que as componentes y e z do campo, oriundas de elementos diferenciais de cargas simetricamente localizados em relação ao ponto em que se deseja calcular o campo, se cancelam. Assim, somente Ex está presente. • Da equação obtida para o cálculo de uma linha infinita de cargas, temos: E = ρl 2πε0R • Fazendo dEx = dE cos θ e ρl = ρs dy , pode-se escrever que: dEx = ρs dy cosθ 2πε0R ; Ex = ρs 2πε0 − π 2 + π 2 dy cosθ R • Da figura, tg θ = y x , logo 𝑑𝑦 = 𝑥 𝑠𝑒𝑐2𝜃 𝑑𝜃 R cos θ = x , logo R = x sec θ Ex = ρs 2πε0 − π 2 + π 2 dy cosθ R tg θ = y x , logo 𝑑𝑦 = 𝑥 𝑠𝑒𝑐2𝜃 𝑑𝜃 R cos θ = x , logo R = x sec θ Ex = ρs 2πε0 − π 2 + π 2 x sec 2θ dθcosθ x sec θ sec 𝑥 = 1 cos 𝑥 Ex = ρs 2πε0 න − π 2 + π 2 𝑑𝜃 = ρs 2πε0 𝜋 2 + 𝜋 2 = 𝜌𝑠 2𝜖0 • Se o ponto P fosse escolhido no eixo negativo de x, então 𝐸𝑥 = − 𝜌𝑠 2𝜖0 • Forma geral: E = ρs 2ε0 an , onde 𝑎𝑛 é um vetor unitário normal à superfície e dirigido para fora da mesma Exercícios 1 - Considerando ρv = 4xyz C m3 , encontre a carga total no volume 0 ≤ ρ ≤ 2 , 0 ≤ ∅ ≤ π 2 , 0 ≤ z ≤ 3. Solução: Q = න v ρv dv • O volume é descrito em coordenadas cilíndricas, logo: x = ρ cos ∅ y = ρ sen∅ • Então ρv = 4xyz = 4 ρ cos ∅ ρ sen∅ z C m3 Q = න 0 3 න 0 π 2 න 0 2 4 ρ cos∅ ρ sen∅ z ρdρ d∅ dz Q = න 0 3 න 0 π 2 න 0 2 4 ρ3 cos∅ sen∅ z dρ d∅ dz • Integrando-se em relação a : 𝑄 = න 0 3 න 0 𝜋 2 4 𝜌4 4 cos∅ sen∅ 𝑧 𝑑∅ 𝑑𝑧 อ 𝜌 = 2 𝜌 = 0 𝑄 = න 0 3 න 0 𝜋 2 16 cos∅ sen∅ 𝑧 𝑑∅ 𝑑𝑧 Q = න 0 3 න 0 π 2 16 cos∅ sen∅ z d∅ dz • Integrando-se em relação a z: Q = 0 π 2 16 cos ∅ sin ∅ z2 2 d∅ ቚz=3 z=0 Q = 0 π 2 16 cos ∅ sen∅ 9 2 d∅ = 0 π 2 72 cos ∅ sin ∅ d∅ • Integrando-se em relação a : 𝑢 = sin ∅ ; 𝑑𝑢 = cos ∅ 𝑑∅ න𝑢 𝑑𝑢 = 𝑢2 2 → නsen∅ cos ∅ 𝑑∅ = sen∅ 2 2 Q = 0 π 2 72 cos∅ sin ∅ d∅ sen∅ cos∅ d∅ = sen ∅ 2 2 Q = 72 sen∅ 2 2 อ ∅ = π 2 ∅ = 0 Q = 72 sen π 2 2 2 − sen 0 2 2 = 72 12 2 − 0 Q = 36 C 2 - Três superfícies planas infinitas e carregadas localizam-se, no vácuo, da seguinte maneira: 2 C/m² em x = -3 ; -5 C/m² em x = 1 ; e 4 C/m² em x = 5. Determine o campo ത𝐸 nos pontos: (a) (0, 0, 0); (b) (2,5 , -1,6 , 4,7); (c) (8, -2, -5) ; (d) (-3,1 , 0 , 3,1). Solução: • As três superfícies estão no plano xy. Os campos produzidos são normais à superfície xy, isto é, apontam na direção de x. E = Es1 + Es2 + Es3 E = ρs 2ε0 an (a) E 0, 0, 0 = 2∙10−6 2ϵ0 (+𝑎𝑥) + −5∙10−6 2ϵ0 (−ax) + 4∙10−6 2ϵ0 (−ax) E 0, 0, 0 = 3∙10−6 2∙8,854∙10−12 ax = 169415 ax V m 2 C/m² em x = -3 ; -5 C/m² em x = 1 ; e 4 C/m² em x = 5 (b) E 2,5 , −1,6 , 4,7 = 2∙10−6 2ϵ0 ax + −5∙10−6 2ϵ0 ax + −4∙10−6 2ϵ0 ax E 2,5 , −1,6 , 4,7 = −7∙10−6 2∙8,854∙10−12 ax = −395302 ax V m (c) E 8 ,−2 , −5 = 2∙10−6 2ϵ0 ax + −5∙10−6 2ϵ0 ax + 4∙10−6 2ϵ0 ax E 8 ,−2 ,−5 = 1∙10−6 2∙8,854∙10−12 ax = 56471ax V m (d) E −3,1 , 0, 3,1 = −2∙10−6 2ϵ0 ax + 5∙10−6 2ϵ0 ax + −4∙10−6 2ϵ0 ax E 2,5 , −1,6 , 4,7 = −1∙10−6 2∙8,854∙10−12 ax = −56471 ax V m • Planos xz, yz e xy: • O vetor unitário 𝑎𝑥 é normal ao plano yz, o vetor unitário 𝑎𝑦 é normal ao plano xz e o vetor unitário 𝑎𝑧 é normal ao plano xy. • Considere os pontos (0, 0, 0) e (5, 0, 0). Observa-se que o ponto (0, 0, 0) está atrás do plano onde x = 3, enquanto que o ponto (5, 0, 0) está na frente do plano onde x = 3. • O vetor unitário que aponta do plano para o ponto (0, 0, 0) é −𝑎𝑥 • O vetor unitário que aponta do plano para o ponto (5, 0, 0) é +𝑎𝑥 3 - Três densidades superficiais de cargas estão posicionadas no espaço livre como se segue: 20 nC/m² em x = -3 ; -30 nC/m² em y = 4 e 40 nC/m² em z = 2. Determine a magnitude de E em: (a) (4, 3, -2) ; (b) (-2, 5, -1) ; (c) (0, 0, 0) Solução: (a) E 4, 3, −2 = 20∙10−9 2ϵ0 ax + 30∙10−9 2ϵ0 ay + −40∙10−9 2ϵ0 az E 4, 3, −2 = 1129,43ax + 1694,15ay − 2258,87az V/m E = 3041,09 V/m 20 nC/m² em x = -3 ; -30 nC/m² em y = 4 e 40 nC/m² em z = 2 (b) E −2, 5, −1 = 20∙10−9 2ϵ0 ax + −30∙10−9 2ϵ0 ay + −40∙10−9 2ϵ0 az E −2, 5, −1 = 1129,43ax − 1694,15ay − 2258,87az V/m E = 3041,09 V/m (c) E 0, 0, 0 = 20∙10−9 2ϵ0 ax + 30∙10−9 2ϵ0 ay + −40∙10−9 2ϵ0 az E 0, 0, 0 = 1129,43ax + 1694,15ay − 2258,87az V/m E = 3041,09 V/m
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