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MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA Prof. Pedro Bigattão MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA Marília/SP 2022 “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 07 CAPÍTULO 08 CAPÍTULO 09 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 14 CAPÍTULO 15 07 16 26 34 46 59 68 76 87 97 107 117 126 136 143 FUNÇÃO I FUNÇÃO II FUNÇÃO III LIMITE I LIMITE II DERIVADAS I DERIVADAS II DERIVADAS III MATRIZES I MATRIZES II SISTEMAS LINEARES I SISTEMAS LINEARES II VETORES I VETORES II PRODUTO VETORIAL MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 INTRODUÇÃO Caro (a) aluno (a), Seja bem-vindo à disciplina de Matemática para Economista.Por intermédio da temática que vamos potencializar o desenvolvimento ao longo das aulas, você irá alcançar conceitos preliminares sólidos dos conhecimentos sobre a Matemática, assim como suas operações algébricas, além de ter um contato muito próximo com as construções gráficas.Da mesma forma, veremos as definições dos conceitos envolvidos nos diferentes conceitos, como por exemplo funções,limites e derivadas, e suas concepções algébricas e gráficos, visando impactar diretamente a profissão para a qual você está se preparando com situações contextualizadas. Além disso, iremos relembrar os conceitos de Álgebra Linear e suas operações matemáticas e com isso interpretar suas definições utilizando situações-problemas de modo a se obter um alicerce para desenvolvimento de um conhecimento sólido. Vamos da mesma forma iniciar as definições iniciais de Álgebra Vetorial, com o objetivo de estudar suas concepções utilizando conceitos e combinando todos esses princípios a profissão para a qual você está se preparando. Além desses conceitos muito importantes para a Matemática, são diversas as vezes em que eles são aplicados em contextos da álgebra. associando aos conhecimentos adquiridos nessas aulas, com problemas e situações que envolvam as diversas áreas do conhecimento. Ao final desse percurso, você será um profissional não só com capacidade técnica para conseguir bons resultados, mas também com muita competência para refletir sobre sua prática profissional e os impactos dela na sociedade. Vamos começar! MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 CAPÍTULO 1 FUNÇÃO I Caro (a) aluno (a)! Neste capítulo, você aprenderá sobre um conceito muito importante para a álgebra: função do 1° grau, assim como sua construção gráfica. Além disso, desenvolveremos a ideia de domínio e imagem, aplicando-a na função. Por último, veremos como podemos interpretar a função constante do 1° grau. 1.1 Função do 1° grau Para introduzirmos o conceito de função do 1° grau, vamos inicialmente estudar o que chamamos de plano cartesiano ortogonal, o que definimos por um conjunto formado por dois eixos perpendiculares, nos quais o eixo x denominamos de abscissa e o eixo y de ordenadas. Dessa forma, a partir do plano cartesiano, podemos definir pontos que serão caracterizados por (x,y). Observe a figura a seguir. Título: Plano cartesiano Fonte: Autor Pensando nos pontos que podem ser definidos pelo plano cartesiano, podemos definir produto cartesiano, o qual é todo grupo de pares ordenados (x,y) que não sejam vazios e que podem ser estabelecidos pelo diagrama de flechas ou pelo sistema cartesiano ortogonal. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 Veja o exemplo abaixo. Título: Diagrama de flechas Fonte: Autor Título: Plano cartesiano Fonte: Autor Vejamos um exemplo para melhor compreensão. Supomos que um vendedor ganhe R$ 5,00 por produto vendido e que ele consiga vender de 6 a 11 produtos por dia. Nesse sentido, podemos dizer que sua remuneração por dia (x) está associada às vendas diárias (y). Analise a tabela a seguir que representa esse modelo. X 6 7 8 9 10 11 Y 30 35 40 45 50 55 Tabela 1 - Remuneração x Vendas Fonte: Autor Observe que podemos formar alguns pares ordenados: A = {(6, 30); (7, 35); (7, 35); (8, 40); (9, 45); (10, 45); (11,55)} Além da tabela, também podemos usar o plano cartesiano. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 Título: Remuneração x Vendas Fonte: Autor Perceba que há uma relação entre a remuneração e as vendas, uma vez que a remuneração sempre é 5 vezes as vendas. x 5x y = 5x 3 5 . 3 15 4 5 . 4 20 5 5 . 5 25 6 5 . 6 30 7 5 . 7 35 8 5 . 8 40 Tabela 2 - Relação remuneração x vendas Fonte: Autor A partir dos conceitos estabelecidos acima, finalmente podemos definir a função do 1° grau. Denominamos de função toda associação de A em B tal que: • Todos os elementos do conjunto A estejam ligados aos elementos do conjunto B • Cada elemento do conjunto A esteja ligado somente a um elemento do conjunto B Além disso, toda função possui os seguintes elementos: • Domínio • Contradomínio • Imagem Dessa forma, considerando dois números quaisquer a e b, sendo a ≠ b, caracterizamos uma função do primeiro grau como y = ax + b ou F(x) = ax + b, na qual: • x e y representam variáveis MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 • a é o coeficiente angular • b é o coeficiente linear A construção gráfica dessa função é definida sempre por uma reta. A função do 1° grau possui algumas classificações dependendo do valor de a e b: 1. Função afim Acontece quando a ≠ 0 e b ≠ 0. Exemplo: y = x + 4 Título: Função y = x + 4 Fonte: Autor 2. Função linear Acontece quando a ≠ 0 e b = 0. Exemplo: f (x) = 3x Título: Função y = 3x Fonte: Autor 3. Função identidade Acontece quando a = 1 e b = 0. Nesse caso, a função é definida por F(x) = x. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 Título: Função y = x Fonte: Autor ANOTE ISSO Observe que a reta que representa a função identidade corta os quadrantes ímpares (1 e 3) e divide o ângulo exatamente na metade. Por isso, o gráfico pode ser chamado de bissetriz dos quadrantes ímpares. 4. Função constante Acontece quando a = 0 e b = 1. Nesse caso, a função é definida por f (x) = b. Exemplo: y = - 2. Título: Função y = -2 Fonte: Autor Além dessa classificação, a função do primeiro grau também pode ser categorizada como crescente ou decrescente: 1. Função crescente A função será dita crescente quando o coeficiente angular (a) apresentar valores maiores que zero. Exemplo: F(x) = 3x - 4. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 Título: Função y = 3x - 4 Fonte: Autor 2. Função decrescente A função será dita decrescente quando o coeficiente angular (a) apresentar valores menores que zero. Exemplo: F (x) = -3x - 4. Título: Função y = -3x - 4 Fonte: Autor Última definição importante de função é zero ou raiz da função, o qual se caracteriza pelo valor de x que zera a função, ou seja, resulta em F(x) = 0. Pensando graficamente, o zero da função é representado a abscissa em que areta corta o eixo. Exemplo: Determine o zero da função F(x) = - 2x + 8. F(x) = 0 -2x + 8 = 0 -2x = -8 x = 4 MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 1.1.1 Domínio, contradomínio e imagem na função do 1° grau Com o intuito de determinarmos os conceitos de domínio, contradomínio e imagem de uma função do primeiro grau, precisamos primeiro compreender a forma em que elas se dão. Como visto anteriormente, o conceito de função traz a ideia de uma relação entre dois conjuntos, de forma que os elementos do primeiro conjunto estão associados a um único elemento do segundo conjunto. Dessa maneira, os integrantes do conjunto que chamamos de partida, o qual representa o domínio (D), estará interligado a apenas um integrante do conjunto que chamamos de chegada, o qual representa a imagem (Im). Por fim, o contradomínio é definido como o conjunto de chegada. Para melhor compreensão dos conceitos, vamos desenvolver um exemplo. Observe os conjuntos: A = {1, 4, 7} e B = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e a função F(x) = x + 5, na qual f: A→B. Determinemos, então, o domínio, o contradomínio e a imagem. O conjunto A é o conjunto de partida, que vimos representar o domínio. O contradomínio é representado pelo conjunto de chegada, que nesse caso é o conjunto B. Para determinarmos a imagem precisamos colocar os elementos de A no x da função e ver o resultado. F(1) = 1 + 5 = 6 F(4) = 4 + 5 = 9 F(7) = 7 + 5 = 12 Portanto, temos: • D = {1, 4, 7} • CD = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} • Im = {6, 9, 12} 1.2 Função constante e suas interpretações Como visto anteriormente, a função constante, como o próprio nome diz, representa uma reta que não muda o valor da ordenada. Dessa forma, percebe-se que não podemos determinar se ela é crescente ou decrescente. Veja como a função constante pode ser representada por um diagrama de flechas MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 Título: Diagrama de flechas Fonte: Autor Pensando graficamente, a única característica da reta que pode ser alterada é a posição dela em relação ao ponto que corta o eixo das ordenadas. Essa situação decorre do fato da função possuir uma lei de formação sempre ser igual a uma constante (F(x) = b). Observe alguns exemplos: Exemplo 1: Determine o gráfico da função F(x) = -3 Título: Função y = -3 Fonte: Autor Exemplo 2: Determine o gráfico da função F(x)= Observe que só de olhar a função, não somos capazes de identificar se é uma função constante ou não. Porém, podemos reduzir essa função, através do processo de simplificação. F(x) = -2 MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 Título: Função y = -2 Fonte: Autor 1.3 Conclusão Nesta aula, identificamos a definição de função do primeiro grau, identificando seu cálculo junto aos zeros da função, suas classificações e suas representações gráficas pautando-nos no desenvolvimento de suas propriedades de acordo com o desenvolvimento de suas operações algébricas, tendo em vista estudar suas definições pensando o futuro todos os elementos da disposição gráfica. Por fim, essa metodologia irá nos fornecer uma análise de resolução de exemplos recorrentes nas diversas áreas do conhecimento. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 CAPÍTULO 2 FUNÇÃO II Caro (a) aluno (a)! Neste capítulo, você aprenderá o conceito matemático chamado de função do segundo grau. Dessa forma, iremos ver a construção gráfica originada pela função do 2° grau e as relações presentes no seu cálculo algébrico, o qual utilizamos para encontrar os zeros da função, os vértices da parábola, determinando, assim, os valores de máximo e mínimo. Além disso, você verá as funções exponenciais e logarítmicas, as quais estão intimamente ligadas. 2.1 Função do 2° grau Como visto no capítulo 1, função possui uma lei de formação que relaciona um elemento do conjunto de partida a apenas um elemento do conjunto de chegada, os quais denominamos de domínio e contradomínio, respectivamente. Portanto, a função do segundo grau não é diferente. A lei de formação que expressa essa função pode ser escrita como f (x) = ax2 + bx + c ou y = ax2 + bx + c, sendo os coeficientes a, b e c números reais e com o coeficiente a diferente de zero. Veja alguns exemplos: 1. f(x) = 2x2 + 5x – 6 2. f (x) = - 3x2 3. f (x) = - x2 – 9 Uma parte muito importante quando estamos resolvendo problemas com função do segundo grau é conseguir descobrir o x no momento em que se tem o valor de y e vice e versa. Vamos demonstrar um exemplo: 1. Dada a função f(x) = x2 + 3x – 4, determine o valor de f(2) f(2) = (2)2 + 3 (2) - 4 f(2) = 4 + 6 - 4 f(2) = 6 MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 2.1.1 Zeros da função Outra questão fundamental é o cálculo dos zeros da função, os quais se caracterizam pelo valor que a variável x assume no instante em que a variável y possui valor igual a zero. Dessa maneira, para fazermos esse cálculo necessitamos substituir o y por zero. Na maioria dos casos, para determinarmos o valor de x, deveremos utilizar um artifício matemático chamado de fórmula de Bhaskara: ANOTE ISSO Toda função do segundo grau possui duas raízes. Elas podem ser duas raízes reais distintas, uma única raiz ou nenhuma raiz real. Veja o exemplo a seguir: Considerando a função f(x) = 2x2 + 3x + 1, determine os zeros da função. 2x2 + 3x + 1 = 0 a = 2, b = 3, c = 1 ∆ = b2 - 4ac ∆ = (3)2 - 4 (2) (1) ∆ = 9 - 8 ∆ = 1 x1 = - 0,5 x2 = - 1 Portanto, os zeros da função são (- 0,5; 0) e (-1; 0). 2.1.2 Construção gráfica Visto os cálculos algébricos que envolvem a função do segundo grau, é chegado o momento de vermos a construção gráfica dessa função. Devemos sempre lembrar, que o gráfico que representa a função do 2° grau será sempre uma parábola. Na matemática, há alguns truques que podemos usar na hora de construir esse gráfico. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 1. O sinal do coeficiente “a” nos mostrará a direção da concavidade da parábola. Dessa maneira: • Se a > 0 ⇒ concavidade para cima. Exemplo: f(x) = x2 + x + 2 Título: Função f(x) = x2 + x + 2 Fonte: Autor ● Se a < 0 ⇒ concavidade para baixo. Exemplo: f(x) = -2x2 + 4 Título: Função f(x) = -2x2 + 4 Fonte: Autor 2. O valor do coeficiente “c” representa o ponto do gráfico em que a parábola cruza o eixo y. Exemplo: f(x) = -2x2 + 4. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 Título: Função f(x) = -2x2 + 4 Fonte: Autor 3. Assim como no caso do coeficiente “a”, o sinal do determinante “∆” nos mostrará quantas raízes reais a função possui • Se ∆ > 0 ⇒ duas raízes reais distintas • Se ∆ < 0 ⇒ nenhuma raiz real • Se ∆ = 0 ⇒ duas raízes iguais 2.1.3 Vértices Para construir a parábola de uma função do segundo grau, é muito importante nós sabermos como calcular o vértice. Para isso, podemos usar as seguintes fórmulas: Exemplo: Considere a função f(x) = x² + 2x – 3 e calcule o ponto que representa o vértice da parábola. f(x) = x² + 2x – 3 a = 1, b = 2, c = -3 Portanto, o vértice da parábola é (-1,-4). MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 2.2 Função exponencial Para conseguirmos falar da função exponencial, precisamos primeiro determinar as propriedades das potências. 2.2.1 Propriedades da potência De forma genérica, podemos afirmar que a.a.a.a.a…a.a = an (n vezes). Além disso, temos algumas definições especiais que são fundamentais para entendermos as propriedades: • a1 = a • a0 = 1 Sabendo disso, vamos as propriedades: Exemplos: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 2.2.2 Função exponencial A lei de formação da função exponencial é descrita como f (x) = ax e é definida por f: ℝ → ℝ+, ou seja, o grupo de partida, domínio, será oconjunto dos números reais e o grupo de chegada será todos os números reais positivos. Assim como a função do primeiro grau, também podemos classificar a função exponencial em crescente e decrescente. Mas, o gráfico dessa função não é uma reta e sim uma curva. Para fazermos essa classificação devemos observar o valor da base “a”. • Se a > 1 ⇒ curva crescente. Exemplo: f(x) = 2x. Título: Função f(x) = 2x Fonte: Autor • Se 0 < a < 1 ⇒ curva decrescente. Exemplo: f(x) = (½)x. Título: Função f(x) = (½)x Fonte: Autor Para conseguirmos construir esse gráfico, precisamos achar alguns pontos e depois ligá-los. Como visto anteriormente, podemos classificar a curva como decrescente ou crescente e, como podemos observar pelos dois gráficos acima, a curva não cruza os quadrantes três e quatro. Portanto, o contradomínio da função exponencial é todos os números maiores que zero (quadrantes um e dois). Vamos praticar um pouco. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 Exemplos: 1. Construa o gráfico da função f(x) = 4x. X f (x) = 4x (x, y) -2 f (-2) = 4-2 = 1/16 (-2,1/16) -1 f (-1) = 4-1 = ¼ (-1, ¼) 0 f (0) = 40 = 1 (0, 1) 1 f (1) = 41 = 4 (1, 4) 2 f (2) = 42 = 16 (2, 16) Tabela 1 - Valores para f(x) = 4x Fonte: Autor A partir da tabela, podemos montar um plano cartesiano e ligar os pontos que encontramos para (x, y). Título: Função f(x) = 4x Fonte: Autor 2. Construa o gráfico da função f(x) = (½)x. X f (x) = (½)x (x, y) -2 f (-2) = (½)-2 = 4 (-2, 4) -1 f (-1) = (½)-1 = 2 (-1, 2) 0 f (0) = (½)0 = 1 (0, 1) 1 f (1) = (½)1 = ½ (1, ½) 2 f (2) = (½)2 = ¼ (2, ¼) Tabela 2 - Valores para f(x) = (½)x Fonte: Autor A partir da tabela, podemos montar um plano cartesiano e ligar os pontos que encontramos para (x, y). MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 Título: Função f(x) = (½)x Fonte: Autor 2.3 Função logarítmica Assim como a função exponencial, para entendermos a função logarítmica, devemos, primeiramente, olhar para a definição do logarítmico. A base do log precisa sempre ser positiva e diferente de 1. Por exemplo, vamos tentar encontrar o domínio da função f(x)= log2 (x+3). Como vimos a base precisa ser positiva, então:x + 3 > 0 x + 3 > 0 x > - 3 Portanto, D={x ϵ R/x>-3} A lei de formação geral da função logarítmica é f(x) = loga x. 2.3.1 Construção gráfica Na função logarítmica, para construirmos o seu gráfico, também é necessário precisamos achar alguns pontos e depois ligá-los. Esse gráfico pode ser classificado como crescente e decrescente dependendo do valor da base “a”. • Se a > 1 ⇒ curva crescente. Exemplo: f(x) = log2 x • Se 0 < a < 1 ⇒ curva decrescente. Exemplo: f(x) = log1/2 x Ao contrário da função exponencial, a função logarítmica está inserida nos quadrantes um e quatro. Portanto, os valores de x serão sempre maiores que zero. Além disso, a curva nunca interceptará o eixo das ordenadas e, por isso, cruzará o eixo das abscissas no ponto (1, y). Vamos praticar um pouco. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 Exemplos: 1. Construa o gráfico da função f(x) = log2 x. x y = log2 x 1/4 y = log2 1/4 = - 2 1/2 y = log2 1/2 = -1 1 y = log2 1 = 0 2 y = log2 2 = 1 4 y = log2 4 = 2 Tabela 3 - Valores para f(x) = log2 x Fonte: Autor A partir da tabela, podemos montar um plano cartesiano e ligar os pontos que encontramos para (x, y). Figura: Função f(x) = log2 x Fonte: Autor 2. Construa o gráfico da função f(x) = log1/2 x. X y = log1/2 x ¼ y = log1/2 1/4 = 2 ½ y = log1/2 1/2 = 1 1 y = log1/2 1 = 0 2 y = log1/2 2 = -1 4 y = log1/2 4 = - 2 Tabela 4 - Valores para f(x) = log1/2 x Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 A partir da tabela, podemos montar um plano cartesiano e ligar os pontos que encontramos para (x, y). Figura: Função f(x) = log1/2 x Fonte: Autor Um conceito importante para a função logarítmica é a restrição ao domínio da função log, a qual se define como toda função que possui como domínio números reais e maiores que zero e como contradomínio, números reais. Considerando a lei de formação f(x) = loga x, temos que o valor da base “a” deverá sempre ser maior que zero e diferente de um. Por outro lado, o valor do logaritmo “x” pode ser positivo ou negativo e podemos determinar esse sinal da seguinte forma: • Se a > 1: • loga x > 0 ⇔ x > 1 • loga x < 0 ⇔ 0 < x < 1 • Se 0 < a < 1: • loga x > 0 ⇔ 0 < x < 1 • loga x < 0 ⇔ x > 1 2.4 Conclusão Nesta aula, aprendemos sobre os conceitos básicos de funções do segundo grau, funções exponenciais e funções logarítmicas e suas representações gráficas, como por exemplo como organizar os dados em forma tabular. Os conceitos básicos são fundamentais para a compreensão de conceitos mais elaborados que veremos mais para frente nas próximas aulas. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 CAPÍTULO 3 FUNÇÃO III Caro (a) aluno (a)! Neste capítulo, você irá identificar os conceitos e desenvolvimento das funções de várias variáveis. Assim, irá compreender as estruturas das relações existentes nas operações de cálculo de modo a determinar algebricamente para que futuramente consiga determinar a construção gráfica. Com essa ferramenta apresentada você poderá ter uma maior facilidade de compreensão em conceitos futuros em relação ao cálculo. 3.1 Conceito e desenvolvimento Podemos observar que, nos capítulos anteriores, estudamos as funções de uma única variável. No entanto, aparecem em nosso dia a dia situações que compreendem duas ou mais variáveis, como por exemplo: Um representante comercial vende um volume (x) de imóveis por 80.000,00 a unidade em uma determinada região e uma quantidade (y), por 65.000,00 a unidade em uma outra determinada região, a receita total atingida por esse representante será representada pela função Rt = 80.000x + 65.000y. Neste exemplo, podemos observar que a receita total está sendo representada por duas variáveis independentes: x e y. Vamos a outro exemplo: Um construtor deseja construir uma casa que tenha uma caixa d’água com x metros de comprimento, y metros de largura e z metros de altura. Com o intuito de determinar o volume V e a área S, esse construtor deverá aplicar as regras: V = x. y. z e S = x. y + 2x.z + 2y.z. Com esse exemplo, temos a condição de observar que tanto a medida de volume, como a medida da área estão em função de três variáveis x, y e z. Agora, vamos entender e desenvolver os procedimentos algébricos que utilizamos no cálculo de funções com duas ou mais variáveis. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 3.2 Função de duas variáveis Dado uma região do espaço R2 , plano denominado D, chamamos de função f de D toda relação que associa a cada par (x, y) que pertence a D, um único número real, representado por f(x, y). O conjunto D será chamado de domínio da função. Dessa forma, D é o domínio da função em R2, f é a função e f(x, y) é o valor da função calculado em (x ,y). Título: Representação de uma função de duas variáveis no plano Fonte: Autor Dada essa informação, vejamos alguns exemplos de função de 2 variáveis: a) f(x, y) = 2x2 + 3y b) z = (5x + 2y3)1/2 c) z = 3xy – 5xy3 + 3x –7y Visto isso, vamos calcular o valor da variável dependente conhecendo os valores das variáveis independentes através do seguinte exemplo: dadas as funções: f (x, y) = 2x2 + y + 4, g (x, y) = (3x + y3)1/2 h (x, y) = 4xy – 2x2 – 4, Determine: a) f (2, 3) b) g (4, 2) c) h (-2, 3) Solução: a) f (x, y) = 2x2 + y + 4 f (2, 3) = 2. 22 + 3 + 4 f (2, 3) = 15 MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 b) g (x, y) = (3x + y3)1/2 g (4, 2) = (3.4 - 23)1/2 g (4, 2) = 41/2 g (4, 2) = 2 c) h (x, y) = 4xy – 2x2 – 4 h (- 2, 3) = 4. (-2).3 – 2.(-2)2 – 4 h (- 2, 3) = - 36 Vejamos agoraum exemplo contextualizado. 4) Uma empresa consolidada em seu ramo de atuação vende uma quantidade (x) de uma mercadoria em São Paulo por 30,00 a unidade e uma outra quantidade (y), da mesma mercadoria por 25,00 a unidade nas regiões do interior de São Paulo. Nessas condições determine: a) A função receita; b) A receita do empresário quando a quantidade vendida na capital alcançar 175 unidades e nas cidades interioranas 240 unidades. Solução: a) Com o intuito de determinarmos a receita total, precisamos primeiramente multiplicar o preço da mercadoria pela quantidade vendida. Portanto: Rt = P x Q Onde: Rt = receita total P = preço e Q → quantidade) R (x, y) = 30 x + 25 y b) Como x = 175 e y = 240, temos: R (x, y) = 30x + 25y R (175, 240) = 30.175 + 25.240 = 11.250 Portanto a receita total será 11.250,00. 3.2.1 Domínio de funções de duas variáveis O domínio segue as mesmas definições do domínio de funções de uma variável. Melhor dizendo, será todos os pares (x, y) para os quais a expressão f (x, y) definida. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 Exemplos: 1) Determinar o domínio da função f (x, y) = (y − x)½ e encontrar f (2, 6), f (-4, 5) e f (4, 2). Resolução: Podemos perceber que a função f (x, y) = (y − x)1/2 nos permite constatar que a condição de existência deverá ser y - x ≥ 0, portanto o seu domínio será D = {(x, y) ∈ R2 / y ≥ x}. Logo 2) Ache o domínio da função e, em seguida, encontre f(3,5) e f(4,6). A função é definida quando 2x – y ≠ 0. Assim, o domínio D ∈ (x, y) é o conjunto de pontos, tais que, D = {(x, y) ∈ R2 / y ≠ 2x}. 3) Dada a função a) Determine o domínio de f. b) Encontre f(1,-1) e f(2,8) Solução: a) A função é finita quando 3x - y > 0. O domínio é o conjunto de pontos, tais que D = {(x, y) ∈ R2 / y < 3x}. b) observe que (2,8) não pertence ao domínio, pois 8 não é menor que 6, logo, não é definida nesse ponto (não apresenta imagem). MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 3.2.2 Gráficos 3D (superfícies) de funções de duas variáveis 1. f(x, y) = x2 - y2, com x e y variando de – 4 a 4. Título: Superfície gerada pela função f(x, y) = x2 - y2, com x e y variando de – 4 a 4 Fonte: Autor 2. f(x, y) = x2 + y2, com x e y variando de – 4 a 4. Título: Superfície gerada pela função f(x, y) = x2 + y2, com x e y variando de – 4 a 4 Fonte: Autor 3. f(x, y) = x.y, com x e y variando de – 4 a 4. Título: Superfície gerada pela função f(x, y) = x.y, com x e y variando de – 4 a 4 Fonte: Autor 4. f(x, y) = sen (x + y - 3), com x e y variando de – 4 a 4 Título: Superfície gerada pela função f(x, y) = sen (x + y - 3), com x e y variando de – 4 a 4 Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 5. f(x, y) = 100 - x2 - y2, com x e y variando de – 4 a 4 Título: Superfície gerada pela função f(x, y) = 100 - x2 - y2, com x e y variando de – 4 a 4 Fonte: Autor 6. f(x, y) = x4/(x4 + y4), com x e y variando de – 4 a 4 Título: Superfície gerada pela função f(x, y) = x4/(x4 + y4), com x e y variando de – 4 a 4 Fonte: Autor 3.3 Função de três variáveis Vamos definir toda função real contendo três variáveis como sendo toda relação que tenha cada tripla ordenada de números (x, y, z) associada a um único número real f (x, y, z), na qual x, y, z são as variáveis de saída e w as variável de chegada. Exemplos: a) b) c) ANOTE ISSO É importante comentar que nas funções de até três variáveis, conseguimos construir com certa tranquilidade no papel seus gráficos. Quando estamos estudando funções com quatro ou mais variáveis temos que utilizar aplicativos de computador para essa finalidade. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 3.3.1 Representação geométrica de z = f (x,y,z) Uma função z = f (x, y) é representada por planos ou superfícies no espaço. Para as funções de uma variável independente, o gráfico é plotado no plano XY. Já, para funções de 2 variáveis independentes, o gráfico é plotado no plano R3 onde z = f(x, y). Título: Representação de uma função de três variáveis no plano Fonte: Autor Uma função de 2 variáveis sempre gera uma superfície no espaço R3. Título: Representação da superfície no espaço R3 Fonte: Autor Exemplos de funções de 2 variáveis independentes: 1) A função z = f(x, y) = 5. A superfície é um plano infinito, paralelo a x, y e passando por z = 5. Título: Superfície no espaço passando por z = 5 Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 2) A função z = f(x, y) = 6 – 2 x + 3y. Esta função pode ser escrita na forma 2x – 3y + z = 6 que é a equação de um plano. Para achar os pontos onde este plano intercepta os eixos, é só fazer: a) x = 0 e y = 0 → z = 6 b) x = 0 e z = 0 → y = 2 c) y = 0 e z = 0 → x = 3 Título: Superfície gerada pela função z = f(x, y) = 6 – 2 x + 3y Fonte: Autor 3) A função z = f(x, y) = x2 + y2. Título: Superfície gerada pela função z = f(x, y) = x2 + y2 Fonte: Autor 4) A função z = f(x, y) = 1 − x2 − y2. Título: Superfície gerada pela função z = f(x, y) = 1 − x2 − y2 Fonte: Autor 3.4 Conclusão Nesta aula, aprendemos sobre os conceitos básicos de funções de n variáveis e suas representações gráficas. Os conceitos básicos são fundamentais para a compreensão de conceitos mais elaborados que veremos mais para frente nas próximas aulas. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 CAPÍTULO 4 LIMITE I Caro (a) aluno (a)! Neste capítulo, você irá começar a ver o conceito matemático conhecido como limites. Iniciaremos com o desenvolvimento intuitivo de limites e prosseguiremos com limites indeterminados e limites no infinito. Nos próximos capítulos, desenvolveremos os conceitos de limites infinitos e limites laterais. Dessa forma, poderemos assimilar as relações presentes no cálculo algébrico com o intuito de que futuramente possamos construir a forma gráfica desse conceito. O limite é muito importante na compreensão de conceitos relacionados ao cálculo que veremos nos capítulos adiante. 4.1 Conceito e desenvolvimento intuitivo de limites A percepção do conceito de limites de uma função é muito importante para entendermos o comportamento tanto algébrico, como gráfico, dessas funções no instante em que a incógnita x cresce ou decresce imensamente. O limite é muito usado também fora da matemática acadêmica. Por exemplo, podemos usar o limite quando pensamos no limite máximo e mínimo de fabricação de um certo aparelho celular, aspirando uma performance ideal. Pensando nisso, a compreensão de limite se torna mais fácil de visualizar quando estudamos por meio de tabelas, uma vez que a verificação das aproximações dos valores que se inserem no conjunto imagem quando a incógnita x tente a um certo ponto é mais palpável. Vamos começar, então, analisando o caso da seguinte função f (x) = 4x + 3. Para isso, precisamos dar para o x alguns valores que sejam próximos de 1, podendo ser maiores ou menores, determinando assim valores para y. Veja as tabelas abaixo. X y = 4x + 3 1,5 9 1,3 8,2 1,1 7,4 1,05 7,2 1,02 7,08 1,01 7,04 1,001 7,004 Tabela 1 - Valores para a função f ( = 4x + 3 Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 X y = 4x + 3 0,5 5 0,7 5,8 0,9 6,6 0,95 6,8 0,98 6,92 0,99 6,96 0,999 6,996 Tabela 2 - Pontos para a função y = 4x + 3 Fonte: Autor Outra forma de visualizarmos essa tendência é analisar o gráfico dessa função. Título: Gráfico da função f (x) = 4x + 3 Fonte: Autor Podemos observar em ambas as formas que ao atribuirmos valores para x que são muito próximos de 1, isto é, quando x está tendendo a 1, y está tendendo a 7. Podemos escrever essa afirmação da seguinte maneira: x 1 e y 7 ou: Título: Notação para limite Fonte: Autor De forma geral, temos: f(x)=b Precisamos também fazeras seguintes observações: • Podemos ver, tanto na tabela, como no gráfico, que as aproximações ocorrem dos dois lados, esquerdo e direito, e por isso, chamamos de limites laterais. Quando MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 x se aproxima de 1 pela direita, escrevemos x → 7+, e quando x se aproxima de 1 pela esquerda, escrevemos x → 7-. Portanto: Título: Limite da função f (x) = 4x + 3 Fonte: Autor • Se a função tendesse a valores diferentes à medida que a incógnita x tendesse a 1, sem levar em consideração o lado, podemos dizer que a função não existiria nesse exato ponto. Podemos escrever como: Título: Limite da função f (x) = -2x + 3 Fonte: Autor Podemos concluir então que o limite de uma determinada função só existirá caso os limites laterais sejam iguais. Para facilitar no cálculo algébrico do limite, a matemática desenvolveu algumas propriedades que auxiliam no desenvolvimento desse conceito em casos muito complexos. 1. O limite da soma/diferença de duas ou mais funções que possuem a mesma variável precisa ser necessariamente igual à soma dos seus limites [ f (x) ± g (x) ] = f (x) ± g (x) Exemplo: (x+4x2) = x± 4x2 =2+4.22=2+16=18 2. O limite de uma constante sempre será uma constante 3. O limite do produto de duas ou mais funções que possuem a mesma variável precisa ser igual ao produto de seus limites [ f (x). g (x)] = f (x). g(x) Exemplo: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 4. O limite do quociente de duas ou mais funções que possuem a mesma variável precisa ser igual ao quociente de seus limites (lembrando que o limite do divisor deverá ser diferente de zero) Exemplo: • O limite da raiz positiva de uma função é igual a mesma raiz do limite da função, desde que a raiz seja real Exemplo: Vamos resolver alguns exemplos: Exemplo 1: Considerando a função f (x) = -2x + 3, descubra a imagem de forma que x se aproxime de 2. X y = - 2x + 3 2,5 -2 2,3 -1,6 2,1 -1,2 2,05 -1,1 2,02 -1,04 2,01 -1,02 2,001 -1,002 Tabela 3 - Pontos para função y = - 2x + 3 Fonte: Autor X y = - 2x + 3 1,5 0 1,7 -0,4 1,9 -0,8 1,95 -0,9 1,98 -0,96 1,99 -0,98 1,999 -0,998 Tabela 4: Pontos para função y = - 2x + 3 Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 Através da tabela, conseguimos visualizar quando x tende a 2, y tende a -1. Podemos determinar isso pelo cálculo: Exemplo 2: Determine o limite Observe que temos um quociente, então podemos aplicar a propriedade do limite do quociente: 4.2 Limites indeterminados Para entendermos o conceito de limites indeterminados é necessário primeiro vermos alguns exemplos. Vamos analisar os seguintes limites: e . Podemos dizer que esses dois exemplos são considerados limites indeterminados, uma vez que podemos escrever como 0/0 ou ∞/∞, no qual podemos ler como zero sobre zero e infinito sobre infinito. Nesses casos, podemos nos deparar com alguns obstáculos para determinar se o limite existe e qual é o valor que o representa. Vamos analisar a expressão Para começarmos a análise, vamos montar o gráfico: Título: Gráfico da função y = (x² - 1) / (x – 1) Fonte: Autor ANOTE ISSO Podemos falar que x2 - 1 pode ser escrito como (x + 1) . (x - 1) MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 Ao analisarmos o gráfico, conseguimos concluir que quando x → 1, f (x) → 2, mesmo que para x = 1 ⇒ f (x) = 2. Porém, estamos buscando o comportamento da função quando x → 1, então: g (x) = 2. Para comprovar: Título: Simplificação da expressão Fonte: Autor Considerando que g: R → R e que g (x) = x + 1, temos que: lim g (x) → x + 1 = 1 + 1 = 2 Mesmo que g (x) ≠ f (x) quando x = 1. Nesse caso, as duas funções possuem o mesmo limite. Exemplo 1: ANOTE ISSO Veja que nesse exemplo 1, caso calculássemos para x = 2, resultaria em uma indeterminação. Por isso, mudamos x2 - 4 por (x+2) (x-2), para conseguirmos determinar o limite quando x tende a 2. Exemplo 2: Perceba que para que possamos resolver os limites indeterminados, precisamos simplificar ou racionalizar a equação. Para isso, temos alguns truques: Termo Conjugado produto notável Tabela 5 - Fatoração Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 Vamos considerar o seguinte limite: . Perceba que: Indeterminação. Neste caso, precisamos utilizar alguma fatoração, mais especificamente a regra da racionalização, a qual se caracteriza pela multiplicação do numerador e denominador por para que a raiz do denominador suma. Portanto, podemos concluir que Exemplo 3: Determine o limite MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 Como visto, temos um caso de limite indeterminado. Mas podemos escrever a função como: Dividindo tanto o numerador como o denominador por sen x, temos: Portanto, 4.3 Limites no infinito Podemos dizer que um limite é considerado no limite quando x cresce ou decresce tendendo ao infinito. Neste caso escrevemos como: x → ∞ e x → -∞. Porém, temos casos em que: • A função tenderá a um número Título: Gráfico da função f (x) = 1/x + 1 Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 • A função crescerá infinitamente Título: Gráfico da função f (x) = x + 3 Fonte: Autor • A função decrescerá infinitamente Título: Gráfico da função f (x) = -x² + 3 Fonte: Autor Analisando os casos e seus gráficos, concluímos que: • Gráfico 1: = • Gráfico 2: = • Gráfico 3: = Vimos anteriormente que podemos ter os seguintes resultados para os limites: , ∞-∞ , 0.∞ e 1∞. Então precisamos analisar caso por caso. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 4.3.1 Limite igual a Exemplo 1: Determine o limite da função Exemplo 2: Determine o limite da função Podemos generalizar então que quando nos depararmos com um limite que resulte em , para resolvermos o problema, precisamos colocar em evidência o termo que possui um maior grau no denominador e numerador. 4.3.2 Limite igual a ∞-∞ Exemplo 1: Calcule o limite x+5x2+7 Exemplo 2: Calcule o limite x2-x3 4.3.3 Limite igual a 0×∞ Exemplo 1: Calcule o limite Exemplo 2: Calcule o limite 4.4 Algarismo neperiano (e) O número e é muito importante quando estamos estudando o conceito de limites. Ele foi desenvolvido pelo matemático John Napier, o qual apresentou uma teoria logarítmica MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 que possuía como base o número e. O algarismo neperiano é um número classificado com irracional e pode ser aproximado para: e = 2,7182818 A proposição criada e que é a mais importante para nós é: Para provarmos, precisamos desenvolver uma tabela. Veja a seguir: X 100 2,7048 1000 2,7169 100.000 2,7182 . . . . . . x → +∞ f (x) → e Tabela 6 - Pontos para função Fonte: Autor Título: Gráfico da função Fonte: Autor A partir disso, podemos resolver alguns exemplos. Exemplo 1: Determine o limite Nesse caso, precisamos utilizar uma artimanha que se denomina mudança de variável. Então, consideraremos que x = -3t (lembrando que se x → -∞, t →+∞). MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 45 e-12 Portanto, = e-12 Exemplo 2: Determine o limite e-20 Portanto, = e-20 4.5 Conclusão Nesta aula, aprendemos sobre os conceitos o desenvolvimento intuitivo de limites, limites indeterminados, limites no infinito e suas representações tabulares. Os conceitos básicos são fundamentais para a compreensão de conceitos mais elaborados que veremos mais para frente nas próximas aulas. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 46 CAPÍTULO 5 LIMITE II Caro (a) aluno (a)! Neste capítulo, como dito no capítulo anterior, veremosos conceitos de limites infinitos e limites laterais. Dessa forma, poderemos assimilar as relações presentes no cálculo algébrico com o intuito de que futuramente possamos construir a forma gráfica desse conceito. O limite é muito importante na compreensão de conceitos relacionados ao cálculo que veremos nos capítulos adiante. 5.1 Limites infinitos Podemos definir limites infinitos como sendo um limite que ao solucionarmos o seu cálculo algébrico, não conseguimos encontrar um valor numérico exato e sim um valor ou muito grande ou muito pequeno. Esse resultado pode ser expresso como “ “. Veja o exemplo a seguir. Considerando a equação , quando substituímos o valor da incógnita x por -1, temos como resultado . Por conseguinte, o resultado desse problema será sempre igual a zero. Dessa maneira, como podemos solucionar uma situação em que ocorra algo parecido com o mostrado acima? Para resolvermos isso, primeiramente iremos ver casos particulares e depois determinaremos um padrão de resolução. Para iniciarmos, vamos investigar o seguinte limite: . Quando estamos resolvendo um limite, torna-se mais fácil se montarmos uma tabela de aproximações e depois verificar o comportamento do limite no instante em que a incógnita se aproxima do zero na direita. X f (x)= 2/x 1 2 0,1 20 0,01 200 0,001 2.000 0,0001 20.000 Tabela 1 - Valores para f (x) = 2/x Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 47 Perceba que quanto mais o valor de x se aproxima de zero pela direita, a função cresce infinitamente. Nesse caso podemos escrever assim: Por outro lado, podemos observar também o comportamento do limite quando a incógnita se aproxima de zero da esquerda. X f (x)= 2/x -1 - 2 - 0,1 - 20 - 0,01 - 200 - 0,001 -2.000 - 0,0001 - 20.000 Tabela 2 - Valores para f (x) = 2/x Fonte: Autor Da mesma forma que ocorre com a direita, quanto mais o valor de x se aproxima de zero pela esquerda, a função decresce infinitamente. Nesse caso podemos escrever assim: À vista disso, conseguimos concluir que os limites laterais, os quais veremos a seguir, são explícitos e que, por isso, não existe . Observe o gráfico para melhor compreensão. Título: Gráfico da função f (x) = 2/x Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 48 Visto o exemplo acima, podemos, então, construir uma fórmula geral para desenvolvimento dos limites infinitos. • = +, com k > 0 • = -, com k < 0 Analisando as tabelas que construímos, podemos reconhecer que . Por isso, quando o denominador tende ao infinito, sendo que o numerador é uma constante, a razão tende a zero. ANOTE ISSO Resumindo: • No instante em que x se aproxima de zero a direita (x → 0+), a incógnita y volta- se para x → 0+ (mais infinito/ positivo), que representa o limite • No instante em que x se aproxima de zero a esquerda (x → 0-), a incógnita y volta-se para x → 0- (menos infinito/ negativo), que representa o limite Exemplo 1: Calcule o limite A partir do limite apresentado pelo enunciado, podemos perceber que queremos investigar o limite dessa função no instante em que x tende a -3. Também podemos perceber que o valor que representa x+3 é positivo no caso de aproximação pela direita e negativo no caso de aproximação pela esquerda. Neste caso específico, o denominador está entre módulos, o que gerará apenas números positivos. Por isso, vamos investigar o comportamento da função no momento em que x se volta para -3 pela esquerda. X f (x) = - 3.2 5 - 3,1 10 - 3,01 100 - 3,001 1.000 - 3,0001 10.000 Tabela 3 - Valores para f (x) = Fonte: Autor Visto isso, vamos agora ver o outro lado. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 49 X f (x) = - 2 1 - 2,9 10 - 2,99 100 - 2,999 1.000 - 2.9999 10.000 Tabela 4 - Valores para f (x) = Fonte: Autor Perceba que temos como resultado valores iguais para os limites e, por isso, podemos concluir que o limite existe. Título: Gráfico da função f (x) = Fonte: Autor Conclusão: f = + ∞ Exemplo 2: Determinar o limite Nesse momento, o que nos interessa é compreender o limite dessa função quando x se aproxima de 2. Perceba que o valor da expressão (x-2)2 sempre será maior que zero, vindo pela direita ou pela esquerda, e assumirá valores muito grandes positivos. Observe a tabela com o comportamento do limite no instante em que o x tende a 2 pela esquerda X f (x) = 1 -3 1,9 - 300 1,99 -3.000 1,999 -30.000 1,9999 -300.000 Tabela 5 - Valores para f (x) = Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 50 Visto isso, vamos agora ver o outro lado. X f (x) = 2,2 -75 2,1 - 300 2.01 - 3.000 2,001 - 30.000 2,0001 - 300.000 Tabela 6 - Valores para f (x) = Fonte: Autor Perceba que temos como resultado valores iguais para os limites e, por isso, podemos concluir que o limite existe. Título: Gráfico da função f (x) = Fonte: Autor Conclusão: 5.2 Conceito de limites e continuidade Nem sempre consiguiremos encontrar uma função. Como visto anteriormente, podemos identificar a tendência do limite. Por esse motivo, afirmamos que o limite de uma certa função f (x) é infinita no instante em que x se aproxima a um certo número expresso por x0, se tornando excessivamente grande para qualquer valor que se pertence ao grupo domínio, muito perto de x0 e x diferente de zero. O gráfico exibido abaixo é um exemplo desse caso: no instante em que x → x0. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 51 Título: Gráfico da função quando f (x)→ ∞ Fonte: Autor Para podermos continuar, vamos desenvolver a definição de função contínua, a qual podemos construir sem tirar o lápis do papel, isto é, sem interrupções. Dessa forma, podemos classificar uma função como sendo contínua ou não somente ao olhar para o seu gráfico. Observe. 1. Função f (a) = a + 1 Título: Gráfico da função f (a) = a + 1 Fonte: Autor 2. Função f (b) = b3 Título: Gráfico da função f (b) = b3 Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 52 3. Função f (c) = sen c Título: Gráfico da função f (c) = sen c Fonte: Autor 4. Função f (d) = 3/d Título: Gráfico da função f (d) = 3/d Fonte: Autor 5. Função f (x)={2, se x>1 e2,se ao contrário Título: Gráfico da função f (x) = {2,se x>1 e2, se ao contrário Fonte: Autor A partir dos gráficos, podemos dizer que as funções f (a), f (b) e f (c) são consideradas funções contínuas, uma vez que não possuem interrupções. Por outro lado, nas funções MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 53 f (d) e f (e) conseguimos perceber interrupções na continuidade do gráfico, podendo dizer que elas não são contínuas. Portanto, podemos definir o conceito de continuidade em um certo do conjunto domínio: Considerando um ponto original que chamaremos de x0 do conjunto domínio de uma determinada função, podemos classificar essa função como contínua nesse exato ponto se e somente se f(x)=f(x0) . Vamos analisar o gráfico da função f (x) = x2 -1. Título: Gráfico da função f (x) = x2 -1 Fonte: Autor A função exposta pelo gráfico é contínua no ponto x0 = 3, visto que f(x)=f(3) =8. Na verdade a função f (x) = x2 -1 será classificada como contínua em qualquer número real, ou seja, em qualquer ponto do conjunto domínio x existirá uma imagem y. Após analisar o conceito graficamente, é chegada a hora de treinar a parte algébrica. Exemplo 1: Determine Nesse caso, queremos saber o limite no instante em que x se aproxima de zero, x → 0. O sinal de x será negativo quando se aproxima pela esquerda e positivo quando se aproxima pela direita. Então, precisamos separar a resolução em duas. 1. x tende pela direita (x → 0+) X f (x) = 1/x 1 1 0.5 2 0.1 10 0,01 100 0,0001 1000 Tabela 7 - Pontos para a função f (x) = 1/x, quando Fonte:Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 54 2. x tende pela esquerda (x → 0-) X f (x) = 1/x 1 1 0.5 2 0.1 10 0,01 100 0,0001 1000 Tabela 8 - Pontos para a função f (x) = 1/x, quando x → 0- Fonte: Autor Observe o gráfico dessa função: Título: Gráfico da função f (x) = 1/x Fonte: Autor 5.2.1 Assíntotas Visto o conceito de continuidade acima, precisamos agora ver como fazemos quando nos deparamos com uma assíntota. Para começarmos, analise o gráfico da função f (x) = e-x. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 55 Título: Gráfico da função f (x) = e-x Fonte: Autor Caso substituíssemos o valor da variável x por um número imensamente algo, o que ocorreria? Pelo gráfico podemos concluir que essa função se tornaria muito perto de zero, mas ela nunca chegaria a realmente encostar no eixo x. Por isso, podemos classificar esse gráfico como uma assíntota, a qual pode ser classificada como vertical ou horizontal (nesse caso do gráfico é uma assíntota horizontal). Podemos, então, dizer que o conceito de assíntota é: uma reta imaginária que expressa a aproximação de uma determinada função levando em relação ao gráfico enquanto cresce ou decresce. Para conseguirmos encontrar uma assíntota horizontal, devemos seguir as seguintes orientações: • Determinar os limites da função considerando x → ± ∞ • Analisar os resultados: 1. Apenas um dos resultados é uma constante - assíntota horizontal 2. Limites diferentes - duas assíntotas 3. Limites muito altos ou muito baixos (tende ao infinito) - sem assíntota horizontal Por outro lado, para encontramos uma assíntota vertical: • Calcular os valores fora do conjunto do domínio • Determinar os limites utilizando esses valores • Analisar os resultados: 1. Um dos resultados aumenta ou diminui extremamente (tende ao infinito) - assíntota vertical MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 56 2. Dois resultados são uma constante - sem assíntota vertical Exemplo: Estabeleça as assíntotas verticais e horizontais da função . Primeiramente precisamos fatorar o denominador e o numerador. Denominador: x2 - 6x + 5 = (x – 1) (x – 5) Numerador: x2 – 5x = x (x – 5) Então podemos escrever a função da seguinte forma: Para determinarmos a assíntota vertical utilizaremos x = 1. Portanto, a assíntota vertical é igual a 1. Vamos, então, determinarmos a assíntota horizontal: Finalmente, usaremos os limites . Portanto, a assíntota horizontal é igual a 1. 5.3 Limites laterais O sentido de soubermos como calcular os limites laterais é conseguir determinar o limite de um certo valor do domínio, tendendo tanto pela direita como pela esquerda. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 57 Quando se aproximar pela direita usaremos números maiores que o ponto estudado e quando se aproximar pela esquerda, números menores. Dessa forma, podemos representar assim: • f (x) = L1 , quando a aproximação é feita pela direita. • f (x)= L2 , quando a aproximação é feita pela esquerda Exemplo 1: Considere o gráfico a seguir e determine os limites laterais dessa função. Título: Gráfico de uma função Fonte: Autor • f(x)= -2 • f(x)= 0 • f(x)= ∄ Exemplo 2: Considere a função e calcule os limites laterais. Primeiramente vamos observar os valores da função quando x tende a 1 pela direita e pela esqueda. X 1,5 1,75 1,1 1,55 1,01 1,505 1,001 1,5005 1,0001 1,50005 Tabela 9 -Pontos para a função , para x > 1 Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 58 X 0,8 1,4 0,9 1,495 0,99 1,495 0,999 1,4995 0,9999 1,49995 Tabela 10 - Pontos para a função , para x < 1 Fonte: Autor Podemos analisar o mesmo comportamento expresso pela tabela no gráfico abaixo: Título: Gráfico da função Fonte: Autor Podemos concluir pela tabela e pelo gráfico que os limites laterais são iguais. Portanto f(x)= 3/2. 5.4 Conclusão Nesta aula, aprendemos sobre os conceitos o desenvolvimento conceitos de limites infinitos e limites laterais, assim poderemos assimilar as relações presentes no cálculo algébrico e suas representações tabulares. Os conceitos básicos são fundamentais para a compreensão de conceitos mais elaborados que veremos mais para frente nas próximas aulas. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 59 CAPÍTULO 6 DERIVADAS I Caro (a) aluno (a)! Neste capítulo, você irá começar a ver o conceito matemático chamado de derivadas, identificando inicialmente o que denominamos de noção intuitiva e sua respectiva interpretação e representação. Por último, aplicaremos o que vimos em alguns exercícios contextualizados. Dessa forma, poderemos assimilar as relações presentes no cálculo algébrico com o intuito de que futuramente possamos construir a forma gráfica desse conceito. As derivadas são muito importantes na compreensão de conceitos relacionados ao cálculo que veremos nos capítulos adiante. 6.1 Derivada de uma função e taxa de variação média Vamos pensar que em um plano qualquer, uma reta se aproxima lentamente de uma circunferência, até que essa mesma reta encoste na circunferência, conforme representado abaixo na imagem. Título: Reta tangente Fonte: Autor Dessa forma, podemos considerar que a reta r representada é tangente à circunferência no ponto A, chamado de ponto de tangência. Observe as figuras a seguir que são exemplos de retas tangentes. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 60 Título: Retas tangentes Fonte: Autor Sabendo que ∆x → 0, vamos tentar encontrar qual equação de reta que tangencia uma certa curva em um ponto de seu domínio. Considere f (x) uma curva determinada pelo intervalo [a,b]. Também podemos considerar dois pontos: A (x0, y0), na qual y0 = f (x0), e B (x, y) um ponto móvel, ambos no gráfico de f. Assuma que a reta “s” passa pelos pontos P e Q e a reta “t” seja tangente ao ponto P. ∆x=x-s0 e ∆y=y-y0 Título: Representação da taxa de variação média Título: Representação da taxa de variação média Fonte: Autor Desta maneira, podemos observar na figura acima a formação de um triângulo PTQ. Podemos também calcular seu coeficiente angular em relação a reta s: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 61 Logo: Título: Triângulo PTQ ampliado Fonte: Autor Vamos pensar que o ponto Q se mova em direção ao ponto P. Quando isso acontece, a reta se aproximará da reta r e o ângulo β, consequentemente, se moverá em direção ao ângulo ∝. Então, podemos dizer que tg (β) irá se aproximar da tg (α). Quando empregamos o conceito de limites nesse caso, percebemos facilmente que tg (β) =tg (α). No instante que Q → P, temos x → x0: Com isso posto, podemos dizer que ao acrescentar uma variável x, temos representado a variação de x, a qual aumenta ou diminui de um valor x = x0 para outro valor x = x1 no seu domínio. Vamos a um exemplo: • x varia de x = 2 para x = 5; ∆x = 5 – 2 ↔ ∆x = 3 • x varia de x = 2 para x = - 4; ∆x = - 4 – 2 ↔ ∆x = - 6 Caso uma variável qualquer x mostrar um acréscimo ∆x saindo de um x0, sendo um valor aleatório, mas fixo, de x do seu domínio, a função y = f (x) obterá, então, um incremento de ∆y= ∆ f(x)=f (x+ ∆x)-f (x). Por exemplo: • Supondo que x receba 0 unidades partindo de x = 1. Dessa forma, a função f (x) = 5x2 + 2 irá variar de f (1) = 7 para y + ∆y = f (1,5) = 13,25 e ∆y = f(x+∆x)- f(x) = 13,25 – 7 = 6,25. Portanto, a Taxa de Variação Média, chamada de TMV pelos livros e materiais didáticos de matemática, de uma função qualquer f (x) em relação a uma variável x pode ser descrita como: Visto o conceito, vamos agora praticar. 1) Determine o coeficiente angular da reta secante à curva dada pela equação y = x² - x nos respectivos pontos P (1,0) e Q (2, 2). MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADECATÓLICA PAULISTA | 62 Resposta: 2. Considere a função f (x) = x² + 3x –1 e calcule: a) A variação de y no instante em que x varia de 1 para 3 b) A Taxa média de variação Resposta: a) x = 1: f (1) = 1² + 3.1 –1 f (1) = 1 + 3 –1 f (1) = 3 x = 3: f (3) = 3² + 3.3 – 1 f (3) = 9 + 9 – 1 f (3) = 17 Portanto, ∆y=17-3↔∆y=14 b) 3) Determine o coeficiente angular, m, da reta reta tangente à circunferência dada pela equação f (x) = x² +2x – 3 em relação ao ponto P (2, 5) MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 63 Sabendo que ∆x→0, temos que f(x)=6 Portanto, o coeficiente angular da reta será y = 6. Visto isso, temos plena capacidade de calcularmos a equação da reta que representa a reta tangente, sendo que: • (y – y0) = m. (x – x0), se m existir dentro do limite a ser encontrado • x = x0, se for infinito Vamos resolver alguns exemplos. 1) Encontre a equação da reta tangente à parábola f (x) = x2 no exato ponto que x0 = 1. Para resolvermos devemos nos preocupar em determinar o valor de m e y. (y – 1) = 2. (x – 1) y = 2x – 1 Título: Representação da reta tangente Fonte: Autor De acordo com o que conseguimos analisar nos cálculos e na construção do gráfico, a equação de reta que tangencia a parábola é f (x) = 2x -1. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 64 6.2 Derivada de uma função em um ponto do domínio O limite demonstrado anteriormente, expressado por é muito importante para o nosso estudo. Considerando uma função f (x) e um ponto qualquer do domínio x0, podemos denominar derivada da função nesse ponto a expressão , sendo expressa por f’ (x). Podemos também representar a derivada substituindo ∆x por x - x0, o que resultaria em: . ANOTE ISSO Quando estamos falando de derivadas, devemos nos atentar aos seguintes fatores: • Se a função f (x) assumir a derivada em um certo ponto, podemos concluir que essa função será derivável nesse ponto • Se a função f (x) assumir a derivada em todos os pontos de um certo intervalo, podemos concluir que essa função será derivável nesse intervalo. Obs.: na extremidade do intervalo não é possível calcular o limite, uma vez que precisaremos acrescentar tendendo a zero, pela direita e pela esquerda Na literatura iremos encontrar diversas formas de representar a derivada de uma função em um certo ponto x0: a) b) c) Exemplos: 1) Considerando a função f(x)= x2-x+1, encontre f’ (2) usando as duas formas mostradas na explicação. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 65 Portanto, os limites são iguais a 3. 6.3 Derivadas e problemas de função em um ponto 1) Encontre a derivada da função f (x) = x2 - 1 empregando a regra da derivada Solução: Primeiramente devemos relembrar que a regra da derivada é dada pela expressão: Portanto, MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 66 A partir disso, devemos aplicar o limite para ∆x→0 e encontraremos que a derivada será f’ (x)=2x . 2) Aplicando a regra da derivada, encontre a reta tangente da função expressa por f(x)= 2x2+3, sabendo que ela é paralela a outra reta dada por 8x − y + 3 = 0. Solução: Para começarmos devemos encontrar a equação de reta reduzida da paralela. 8x − y +3 = 0 y = 8x +3 Agora, aplicaremos a regra da derivada: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 67 A partir disso, devemos aplicar o limite para ∆x→0 e encontraremos que a derivada será f’ (x)=4x . A terceira etapa do exercício é achar a equação da reta que chamaremos de r. O coeficiente angular da reta paralela dada por y = 8x +3 é 8, portanto o coeficiente da reta r também será 8 devido a definição de que duas retas paralelas possuem o mesmo coeficiente angular (ms = mr). Dessa forma, a derivada encontrada deverá ser igual a 8: 4x = 8 x = 2 Para x = 2: f(x)= 2.22+3 f(x)= 11 Então, a reta que desejamos encontrar passa no ponto (2,11) e possui coeficiente angular igual a 8. =8→ 8x -16 = y – 11 → 8x – y – 5 = 0 Portanto, a equação da reta solicitada é 8x – y – 5 = 0. 6.4 Conclusão Nesta aula, aprendemos sobre os conceitos matemáticos chamados de derivadas e sua representação. Os conceitos básicos são fundamentais para a compreensão de conceitos mais elaborados que veremos mais para frente nas próximas aulas. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 68 CAPÍTULO 7 DERIVADAS II Caro (a) aluno (a)! Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá identificar o conceito matemático denominado derivadas e suas regras. Assim, irá compreender as estruturas das relações existentes nas diversas operações e suas aplicações. Com essa ferramenta apresentada você poderá ter uma maior facilidade de compreensão em conceitos relacionados ao cálculo. 7.1 Taxa média de variação (T. M. V) Incrementos ou acréscimos: O incremento, ou acréscimo, de uma variável x é a variação de x quando aumenta, ou diminui, de um valor x = x0 para outro valor x = x1, dentro de seu domínio. ANOTE ISSO Quando Δx→0 temos: Exemplo: Calcule a derivada da função f(x) = 2x² + 3x – 2 utilizando a definição pelo limite: Resolução: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 69 7.2 Regras de diferenciação No encontro anterior, definimos a derivada de uma função f como utilizando limite, na qual podemos utilizar essa definição para desenvolver qualquer cálculo que envolvam derivadas. No entanto, é um processo cansativo mesmo para funções pouco complexas. Agora vamos estudar algumas regras que nos permitirá realizar os exercícios de derivação de forma mais eficiente e prática. 7.2.1 Derivada de uma constante Se f(x) = b, então f’(x) = 0. Regra da potência: se n ∊ R, se f(x) = xn então f’(x) = n. xn-1, para x ≠ 0. Exemplos: a) f(x) = x5 ⟶ f’(x) = 5x4. b) f(x) = = x-3 ⟶ f’ (x) = - 3x-4 = c) f (x) = x9 ⟶ f’(x) = 9x8. d) f (x) = x ⟶ f’(x) = 1x0 = 1.1 = 1. e) f (x) = -x6 ⟶ f’(x) = -6x5. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 70 7.2.2 Múltiplo constante f(x) = [c. f(x)] ⟶ [c. f(x)]’ = c. f’(x) Exemplos: a) f(x) = 2x3 ⟶ f’(x) = 2.3.x2 = 6x2. b) f(x) = 8x5 ⟶ f’(x) = 8.5.x4 = 40x4. c) f(x) = -5x2 ⟶ f’(x) = -5.2.x = -10x. 7.2.3 Regra da exponencial f(x) = ex ⟶ f’(x) = ex. x’ = ex.1 = ex 7.2.4 Regras da soma (e da diferença) Sejam f(x), g(x) diferenciáveis, temos: Título: Regra da soma e da diferença Fonte: Autor Exemplos: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 71 7.2.5 Regra do produto Sejam f(x), g(x) diferenciáveis, temos: Título: Regra do produto Fonte: Autor Exemplos: 7.2.6 Regra do quociente Sejam f(x), g(x) diferenciáveis, temos: Título: Regra do quociente Fonte: Autor Exemplo: 1) Derive Temos f = x - 1 e g = 2x + 3 MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 72 7.2.7 Regra da derivação da função composta Seja y = f (u) diferenciável em u . Sejam u = g(x) e f[g(x)] diferenciáveis em x, temos: Título: Regra da derivação da função composta Fonte: Autor Exemplos: 1) Derive y = (x2 + 1)3 Temos u = x2 + 1⟶ y = u3, portanto: y’ = 3u2 u’ =3.( x2 + 1 )2 . 2x = 3.( x4 +2x2 +1 ).2x ⟺ y’ = 6x5 +12x3 + 6x . ou y’ = [ ( x2 + 1 )3 ]’.( x2 + 1 )’ = 3.( x2 + 1)2 .2x ⟺ y’ = 6x5 +12x3 + 6x 2) Derive y = (3x3 +2x)2 . Temos u = 3x3 +2x ⟶ y = u2,portanto: y’ = = 2u .u’ =2.(3x3 +2x) . (9x2 + 2) = (6x3 + 4x) . (9x2 + 2) ⟶ y’ = 54x5 + 48x3 + 8x ou y’ = [ (3x3 +2 x)2 ]’.( 3x3 +2 x )’ = 2.( 3x3 +2 x) . ( 9x2 + 2 ) = ( 6x3 + 4x ) . ( 9x2 + 2) ⟶ y’ = 54x5 + 48x3 + 8x . Veja abaixo a tabela que apresenta as derivadas: Função Derivada c.xn n.c.xn-1 xn n.xn-1 eu u’eu au u’.au.lna ln u e-u -u’.e-u sen u u’.cos u cos u -u’.sen u MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 73 cotg u arcsen u arccos u arctg u senh u u’.cosh ucosh u u’.senh u tgh u cotgh u arcsenh u arccosh u arctgh u arccotg h u f(u).g(u).h(u) f’(u) g(u) h(u) + f(u) g’(u) h(u) +f(u) g(u) h’(u) y = f[g(x)]=f(u) f’[g(x)]. g’(x) = (Derivada da função composta) u + v u’ + v’ u - v u’ - v’ u. v u’v + uv’ u / v uv Tabela 1 - Derivadas Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 74 7.2.8 Derivada das funções logarítmicas e exponenciais Título: Derivada das funções logarítmicas e exponenciais Fonte: Autor Exemplo: 1) Derive a função y = e5x y’ = e5x . (5x)’ y’ = e5x . 5 y’ = 5.e5x 7.2.9 Derivadas sucessivas Seja y = f(x), chamamos de Derivada Primeira a função y’ = f’(x) obtida à partir da derivação de y = f(x); se derivarmos y’ = f’(x) obteremos y’’ = f’’(x) ou Segunda Exemplo: 1) Derive a função f(x) = -8x4 o máximo possível f’(x) = -32x3 f’’(x) = -96x2 f’’’(x) = -192x fiv(x) = -192 fv(x) = 0. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 75 7.3 Conclusão Nesta aula, aprendemos sobre o conceito matemático chamados de derivadas e suas regras bem como derivadas sucessivas. Os conceitos básicos são fundamentais para a compreensão de conceitos mais elaborados que veremos mais para frente nas próximas aulas. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 76 CAPÍTULO 8 DERIVADAS III Caro (a) aluno (a)! Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá identificar o conceito matemático denominado derivadas parciais e suas regras. Assim, irá compreender as estruturas das relações existentes nas diversas operações e suas aplicações. Com essa ferramenta apresentada você poderá ter uma maior facilidade de compreensão em conceitos relacionados ao cálculo 8.1 Derivadas parciais As funcionalidades que envolvem as funções de várias variáveis buscam apontar como as variações impactam nos valores dessas funções, como por exemplo um economista que pretende definir qual o efeito de um aumento de impostos na economia é capaz de afetar seus cálculos manuseando as diferentes taxas de imposto, mantendo inalterável outras variáveis, como desemprego. Da mesma forma, determinar a taxa de variação de uma função em relação a uma de suas variáveis, este processo denominamos derivada parcial 8.1.1 Introdução Temos alguns problemas em nosso dia a dia que produzem funções que envolvem duas variáveis, das quais seu objetivo é determinar a taxa de variação “derivada” da função considerando uma sendo a variável independente e a outra constante. Esse processo chamamos Derivação Parcial na qual o resultado dessa operação é denominado de Derivada Parcial da função. As diretrizes que vamos utilizar com a finalidade de encontrarmos as derivadas parciais. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 77 8.1.2 Derivadas parciais de primeira ordem As aplicações das funções de várias variáveis procuram determinar como variações de uma das variáveis afetam os valores das funções. Por exemplo, um economista que deseja determinar o efeito de um aumento de impostos na economia pode fazer seus cálculos utilizando diferentes taxas de imposto, mantendo constantes outras variáveis, como desemprego, etc. Analogamente, determinamos a taxa de variação de uma função f em relação a uma de suas variáveis independentes, que nada mais é que achar a derivada de f em relação a uma de suas variáveis independentes. Este processo chama-se derivada parcial. Uma função de várias variáveis tem tantas parciais quantas são suas variáveis independentes. Se z = f (x, y), então derivadas parciais de primeira ordem de f em relação a x e y são funções e , definidas como segue: Efetivamente, ao derivarmos parcialmente uma função, deriva-se em relação a uma variável, considerando-se as demais, constantes. Exemplo 1 - Calcule e para a função z = 4xy – 2x²y² + 3x³y². Resolução: ∂h/∂x = 4y - 4xy² + 9x² y² ∂h/∂y = 4x - 4x²y + 6x³y Dado z = f (x, y), dessa forma as derivadas parciais de primeira ordem da função em relação a x e y são funções e . MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 78 Exemplos: Exemplo 2 - Calcule e para a função z = 5xy + 3x2y3 - 4x3y2. = 5y + 6xy3 - 12x2y2 = 5x + 9 x2y - 8 x3y 1) Calcule e para a função Exemplo 3 - Calcule e para a função f(x, y) = 5x²y + 4x2y2 + 4x = 10xy + 8xy2 + 4 = 5x² + 8x2y Exemplo 4 - Calcule e para a função: f (x, y) = Para (x, y) (0, 0) Para (x, y) = (0, 0) MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 79 ANOTE ISSO Notações: 8.1.3 Derivadas de segunda ordem Título: Derivada de segunda ordem Fonte: Autor Derivada parcial de segunda ordem em relação a x: Título: Derivada parcial de segunda ordem em relação a x Fonte: Autor Derivada parcial de segunda ordem em relação a y: Título: Derivada parcial de segunda ordem em relação a y Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 80 Exemplo 1 - Determine as derivadas parciais de 2ª ordem de z = ln (x² + y²). Resolução: Neste momento podemos demonstrar algumas aplicações das derivadas parciais Equação de Laplace: Seja z = f (x, y) uma função de duas variáveis e , suas “parciais” de segunda ordem, chamamos de equação de Laplace, a seguinte expressão: Analogamente, para w = f (x, y, z) temos a equação de laplace: Nestes casos, dizemos que z e w (respectivamente) satisfazem a equação de Laplace. Obs.: Chamamos de LAPLACIANO a expressão devido a sua similaridade com a Equação de Laplace Exemplos 2: Determine as derivadas parciais de 2ª ordem de z = 3x2y + 2xy2 – 5x – 4y MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 81 Exemplo 3 - Determine as derivadas parciais de 2ª ordem de z = sen (2x4 + 4y2). Exemplo 4 - Determine as derivadas parciais de 2ª ordem de z = 5x3y2 - 8x4y3 + 10x2 – 8y2. 1) Determine as derivadas parciais de 2ª ordem de z = 2xy - 3x2y3 + 5x2 – 3y2. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 82 Exemplo 5 A produção mensal da indústria de manufaturados de uma produto é representado pela regra de formação P (x, y) = 2.340 x + 750 y + x2(y – 3) – y3 unidades, sendo a letra x representa pela quantidade de operários e a letra y representando a quantidade de máquinas utilizadas pela empresa. Atualmente, a indústria apresenta 52 operários e 10 máquinas em atividades. Dessa forma determine qual será a variação de produção caso mais um funcionário for admitido e a quantidade de máquinas for a mesma. Resolução: Conforme vimos existir uma variação da quantidade de operários com a manutenção da quantidade de máquinas, assim a derivada parcial da função P (q, r) nos fornece a taxa de variação da produção com a quantidade de operários. P (x, y) = 2.340 x + 750 y + x2(y – 3) – y3 P (x, y) = 2.340 x + 750 y + x2y – 3x2 – y3 Então definimos que a produção mensal será de 3.068 produtos. Agora com o intuito de interpretarmos as hipóteses em relação às aplicações e apresentarmos as definições de derivadas parciais com as noções de limites, vamos a um exemplo. Ao analisarmos um dia que está muito quente e a umidade do ar muito alta e dessa forma percebe-se um pressentimento do aumento da sensação térmica, ao mesmo tempo em que o ar está ficando muito seco. 'Observando essas sensações o serviço de Meteorologia Brasileiro lançou um unificador ALFA I para especificar todos efeitos determinados pela temperatura e a umidade. Esse aparelho simula a temperatura evidente do ar no momento em que a temperatura real for T e a umidade for H. Com essas informações podemos descrever que I passa a ser uma função de T (temperatura) e Humidade relativa) e dessa forma descrevemos assim I = f (T, H). Mostraremos então uma tabela compilada pelo serviço meteorológico dos valores de I.MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 83 H % T 40 45 55 60 65 70 75 80 90 26 28 28 29 30 31 32 33 34 35 28 31 32 33 34 35 36 37 38 39 30 34 35 36 37 38 40 41 42 43 32 37 38 39 43 42 43 45 47 51 34 43 42 43 45 47 48 49 51 52 36 43 43 38 48 50 51 53 54 56 Agora com a tabela construída e assinalada que corresponde à umidade relativa de H = 60%, iremos considerar que o umidificador ALFA I passa a ter como função apenas uma única variável que chamaremos de T para um valor fixo de H. Dessa forma escreveremos que g (T) = f (T, 60). Por consequência, g(T) nos mostrará como esse equipamento aumentará a temperatura real T e a umidade relativa. Neste caso a derivada de da função g no exato instante que T = 30° C será a taxa de variação de I = f (T, H) com relação a T quando T = 30° C: Agora somos capazes de aproximar seu valor manipulando a tabela acima e tomando h = 2 e h = – 2: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 84 Realizando o cálculo da média dos valores exibidos, somos capazes de informar que a derivada de g (30) será aproximadamente 1,75, o que nos mostra, em que momento a temperatura real for igual a 30° C a umidade relativa será de 60% e a temperatura visível irá subir aproximadamente 1,75° C para cada grau da temperatura real. Agora vamos olhar para a linha solicitada de nossa tabela, que corresponde à temperatura fixa de T = 30° C. Esses números são valores da função G(H) = f (30, H), que mostra como esse umidificador aumenta a temperatura do ambiente à medida que a umidade relativa H aumenta a temperatura real T = 30° C. Então derivada dessa função no momento H = 60% é a taxa de variação de I em relação a T será H = 60%: Assumindo a variação de h = 5 e h = – 5, aproximamos o valor G (60) usando os valores, teremos Agora vamos determinar a média dos valores obtidos a estimativa G (60) aproximadamente 0,3. Isso nos diz que, quando a temperatura é de 30° C e a umidade relativa é de 60%, o umidificador aumenta em cerca de 0,3°C para cada ponto porcentual que a umidade relativa aumenta. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 85 De forma geral, se f for uma função com duas variáveis x e y, entenda que precisamos deixar apenas a incógnita x variar durante o tempo em que iremos manter fixo o valor de y, e para exemplificar, faremos y = b, na qual b será uma constante e dessa forma estaremos considerando, realmente uma função de uma única variável x, logo: Pela definição de derivada, temos e assim essa equação se tornara: Igualmente a derivada parcial de f relação a y em (a, b), apresentada por fy (a, b), será alcançada mantendo-se a incógnita x fixa e por consequência determinando a derivada em b da função G (y) = f (a, y): Dessa forma essa notação das derivadas parciais, somos capazes de registrar as taxas de variação do umidificador ALFA I em relação à temperatura real T e umidade relativa H quando T = 30° C e H = 60% como segue fT (30, 60) será aproximadamente 1,75° C e fH (30, 60) será aproximadamente 0,3° C Se agora deixamos o ponto (a, b) variar nas equações, fx e fy se tornam funções de duas variáveis. Se f é uma função de duas variáveis, suas derivadas parciais são as funções fx e fy definida por: Então para realizarmos esses cálculos, necessitamos lembrar da primeira equação dessa seção na qual a derivada parcial em relação a incógnita x será apenas uma MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 86 derivada ordinária da função g com apenas uma única variável conseguida mantendo fixa o valor da incógnita y. 8.2 Conclusão Nesta aula, aprendemos sobre o conceito matemático denominado derivadas parciais e suas regras. Os conceitos básicos são fundamentais para a compreensão de conceitos mais elaborados que veremos mais para frente nas próximas aulas. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 87 CAPÍTULO 9 MATRIZES I Caro (a) aluno (a)! Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá identificar o conceito matemático denominado Matrizes. Assim, irá compreender as estruturas dos cálculos e as relações existentes nas operações de soma, subtração e multiplicação e suas aplicações. Com essa ferramenta apresentada você poderá ter uma maior facilidade de compreensão em conceitos futuros em relação ao cálculo. 9.1 Definições Chamamos de matriz de ordem m x n, lemos m por n, todo conjunto de números reais inseridos em uma tabela de m linhas dispostos horizontalmente e n colunas dispostos verticalmente. Algebricamente toda matriz A pode ser sinalizada por: Título: Representação de uma matriz Fonte: Autor Neste exemplo o elemento é composto por dois índices na qual o primeiro, i, indicará a linha e o segundo, j, indicará a coluna, às quais o elemento pertence. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 88 9.2 Classificação das Matrizes • Matriz nula: Será a matriz que tem todos os seus elementos iguais a zero. Título: Matriz nula Fonte: Autor • Matriz quadrada: Será a matriz com a quantidade de m linhas iguais a quantidade de n colunas. Título: Matriz quadrada Fonte: Autor • Matrizes identidade: Toda matriz quadrada em que todos os elementos da diagonal principal sejam iguais a 1 e os demais elementos são iguais a 0 e vamos representar essa matriz identidade por. Título: Matriz identidade Fonte: Autor • Matrizes opostas: Dada A m X n uma matriz qualquer, denominamos de matriz oposta de A (– Am X n), uma matriz na qual cada um de seus elementos corresponde ao oposto a ele. Título: Exemplo de matriz oposta Fonte: Autor MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 89 9.3 Lei de formação de uma matriz É toda regra que irá definir como será o elemento de uma matriz qualquer. Exemplo: Construa a matriz a3X2 onde aij = 2i + j. Título: Matriz a3X2 Fonte: Autor • a11 = 2(1) + (1) = 2 + 1 ⇒ a11 = 3 • a12 = 2(1) + (2) = 2 + 2 ⇒ a12 = 4 • a21 = 2(2) + (1) = 4 + 1 ⇒ a21 = 5 • a22 = 2(2) + (2) = 4 + 2 ⇒ a22 = 6 • a31 = 2(3) + (1) = 6 + 1 ⇒ a31 = 7 • a32 = 2(3) + (2) = 6 + 2 ⇒ a32 = 8 Portanto a matriz solicitada será: Título: Matriz a3X2 Fonte: Autor 9.4 Igualdade de matrizes No momento em que duas matrizes A=(aij) e B=(bij) do tipo m x n serão iguais quando todos os seus elementos correspondentes forem iguais, então um elemento de A é correspondente de B, no momento em que ocupar a mesma posição em sua tabela. Exemplo: Observe as matrizes e as informações: e • a11 = b11 • a21 = b21 • a12 = b12 • a22 = b22 • a13 = b13 • a23 = b23 MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 90 Portanto, podemos definir que a matriz A é igual a matriz B. 9.5 Matriz transposta Uma matriz B será uma matriz transposta de A, se as linhas de B forem ordenadamente as colunas de A. Exemplo: Sendo . Determine At. Resposta: 9.6 Adição e subtração de matrizes Dada as matrizes A e B do tipo m x n, a operação de adição ou de subtração indicada por A + B ou A – B será a matriz m por n dos elementos correspondentes: (A+B)ij=Aij+Bij ou (A-B)ij=Aij-Bij. Título: Soma e subtração de matrizes Fonte: Autor Exemplo 1: MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA PROF. PEDRO BIGATTÃO FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 91 Exemplo 2: Consideremos a construção tabular, que constituem uma produção de alimentos em dois anos consecutivos. Soja Feijão Arroz Milho Região A 4000 200 400 600 Região B 800 300 700 100 Região C 1000 100 500 800 Tabela 1 - Produção dos alimentos (em milhares de toneladas durante o primeiro ano) Fonte: Autor Soja Feijão Arroz Milho Região A 2000 20 250 300 Região B 5000 100 350 0 Região C 3000 150 650 650 Tabela 2 - Produção dos alimentos (em milhares de toneladas durante o segundo ano) Fonte: Autor Após esse levantamento da produção por produto
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