Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Controle e prevenção da poluição nos recursos hídricos Profª. Andreia Donza Descrição Problemas ambientais, danos à saúde e a recomendação de técnicas e métodos para o controle e prevenção da poluição hídrica. Propósito Conhecer as fontes, os processos e as alterações ambientais que os seres humanos podem causar ao meio ambiente, bem como os consequentes danos à saúde, auxiliará o futuro profissional na escolha de métodos e técnicas sustentáveis e eficazes para a elaboração de estratégias de controle e prevenção da poluição dos corpos de água. Preparação Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos a Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Objetivos Módulo 1 Poluição hídrica Identificar as fontes, os processos e as alterações da poluição hídrica. Módulo 2 Danos à saúde e ao ambiente Descrever os danos à saúde e ao ambiente causados pela poluição hídrica. Módulo 3 Controle e prevenção Analisar as técnicas e os métodos para o controle e a prevenção da poluição hídrica. A água é considerada por muitos como um recurso inesgotável. Você sabe por quê? A água se renova a cada ciclo por meio dos processos de evaporação, condensação e precipitação. Corpos hídricos também têm a capacidade de autodepuração, isto é, a capacidade de se limparem sozinhos. Mas por que então se fala da escassez de água no mundo? Apenas 2,7% da água existente em nosso planeta é doce e somente pequena parte dessa água está disponível para consumo humano. Boa parte da água doce está restrita às geleiras e armazenada nos lençóis freáticos. O Brasil é um país privilegiado quando o assunto é água, pois nós possuímos a maior rede hidrográfica do mundo. A Bacia Amazônica contém água suficiente para abastecer o mundo inteiro durante anos. O grande problema é que a água não está igualmente distribuída no globo terrestre. Existem áreas onde a água ocorre em abundância, como as regiões equatorial e tropical, e outras em que a água é muito escassa, como regiões desérticas. Mesmo no Brasil, encontramos essas diferenças no Norte do país: embora tenhamos uma população pequena, esse recurso é abundante. Já no Nordeste, sofremos com a escassez de água durante grande período do ano. A grande preocupação não está somente na quantidade, mas sim na qualidade da água disponível no Brasil, uma vez que a poluição hídrica só tem aumentado em nosso país. Novas tecnologias, alimentos processados e embalados em plásticos, agrotóxicos, a indústria do papel e da celulose... A cada dia, mais resíduos, efluentes industriais e esgotos são gerados e continuam a ser despejados nos mares e rios de forma incorreta e sem tratamento prévio. Introdução 1 - Poluição hídrica Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as fontes, os processos e as alterações da poluição hídrica. Caracterização da poluição hídrica A água é um elemento essencial à vida de todos os seres vivos. O ser humano depende de água potável para manter sua saúde e vitalidade. p Os mares, os rios e as lagoas têm a capacidade de se reciclar mediante o ciclo da água. No entanto, a velocidade com que poluímos não está deixando a natureza seguir seu curso natural de renovação. Ao lançarmos os resíduos diretamente na natureza, estamos diminuindo ou anulando a capacidade de autodepuração dos corpos hídricos. A manutenção da qualidade e quantidade de água são indispensáveis para a sobrevivência de todos os seres vivos no planeta. Mas o que seria água potável? A água potável não é sinônimo de água pura, como muitos imaginam. Para que a água se torne pura, deve passar por um processo chamado destilação, no qual são removidas todas as impurezas da água, incluindo os minerais tão importantes para o nosso organismo. Ou seja, água pura é aquela substância que tem somente moléculas de hidrogênio e oxigênio. É usada apenas em laboratórios, para análises, e em alguns processos industriais. Segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), água potável é aquela utilizada para o consumo humano em sua rotina diária: beber, cozinhar, realizar higiene pessoal e todos os demais usos dentro de casa. Essa água deve ser isenta de agentes patogênicos e de altos níveis de substâncias tóxicas. A água potável é aquela que sai da torneira de nossas casas, que foi captada em rios, reservatórios e poços, depois passou por processos de higienização e desinfecção (adição de cloro) em estações de tratamento de água (ETA), sendo então distribuída por redes públicas de abastecimento. Antes de beber a água que sai de nossas torneiras, contudo, é necessário filtrá-la ou fervê-la para garantir que esteja totalmente livre de microrganismos patogênicos. Impurezas que podem ser encontradas na água. O que caracteriza a poluição da água? A poluição hídrica ou poluição da água é caracterizada por alterações de parâmetros físico- químicos pela adição de matéria ou energia na sua composição que gere toxicidade ou comprometa a saúde dos seres vivos e cause danos ao meio ambiente. A água deve ser inodora, insípida e incolor, ou seja, sem cheiro, gosto e cor. Quando verificamos alteração em alguma dessas propriedades, significa que a água está imprópria para o consumo humano e, portanto, está contaminada por alguma substância ou patógeno. Quando falamos de poluição hídrica, estamos nos referindo à degradação de qualquer corpo d’água. Inclui- se: Corpos d´água subterrâneos Lençol freático. Águas super�ciais marinhas Mares e oceanos. Águas interiores ou continentais Rios, riachos, bacias hidrográficas, lagoas, lagos ou represas artificiais, alagados permanentes ou temporários. te po á os. Fontes de poluição hídrica Existem atualmente várias fontes de poluição hídrica que podem ser classificadas de acordo com alguns parâmetros. Classi�cação natural x antrópica As fontes de poluição hídrica podem ter origem natural As fontes de origem natural são aquelas geradas por processos naturais de intemperismo. Fazem parte do processo de evolução do planeta e geralmente não causam grandes desequilíbrios. São exemplos a lixiviação, o escoamento superficial, a dissolução de minerais (p. ex., mercúrio) e de vegetação, as queimadas de origem natural e as erupções vulcânicas. As fontes de poluição hídrica podem ter origem antrópica As fontes de poluição hídrica de origem antrópica são aquelas geradas pela ação do homem sobre a natureza. É hoje a principal fonte de poluição (da água, do solo e do ar) no planeta Terra. Um exemplo é a eliminação de rejeitos industriais e agrotóxicos. p ç j g Classi�cação pontual x difusa As fontes de poluição antrópica ou antropogênica podem ser classificadas como pontual ou difusa. Poluição hídrica pontual É local e sua fonte pode ser identificada e monitorada. É o caso, por exemplo, de uma indústria que esteja lançando seus rejeitos líquidos em um rio ou lagoa. Poluição hídrica difusa É aquela que ocorre de forma indireta, frequentemente da drenagem de águas pluviais que transportam os poluentes presentes nas superfícies. É o caso, por exemplo, de centros urbanos, nos quais não é possível saber de onde está vindo o contaminante. Pode ter focos inespecíficos ligados à agricultura, à pecuária, aos cemitérios, entre outros. Atenção No caso da poluição hídrica difusa, como não é possível identificar a fonte dos poluentes, eles vão para o sistema de drenagem e/ou diretamente para os corpos hídricos, contaminando-os. As fontes de poluição antrópica são as mais diversas e estão de acordo com as atividades humanas: 1. Atividades agrícolas. 2. Atividades cotidianas (esgotos domésticos) e geração de resíduos sólidos urbanos. 3. Atividades industriais (efluentes industriais). 4. Geração de energia. 5. Atividades de mineração. �. Navegação. Processos de poluição de acordo com as fontes Processos de poluição em atividades agrícolas As atividades agrícolas fazem uso de agrotóxicos e pesticidas, substâncias conhecidas como poluentes orgânicos persistentes (POPs), quesão compostos químicos orgânicos sintéticos, a maioria organoclorados. Os POPs apresentam como características a semivolatilidade, a persistência, a bioacumulação e a toxicidade e, por isso, são proibidos ou de uso restrito na maioria dos países. Entretanto, nos últimos anos, uma série desses agrotóxicos teve a comercialização e o uso liberados no Brasil. Os agrotóxicos degradam a água pela lixiviação em corpos superficiais e pela infiltração no solo, alcançando os lençóis freáticos, além de contaminarem os seres vivos pela ingestão direta de alimentos contaminados, tais como frutas, legumes e verduras. , g Pulverização de pesticida (substância tóxica) direto no solo antes do plantio. Processos de poluição em atividades cotidianas por esgotos domésticos e geração de resíduos sólidos urbanos Caso real: saída de esgoto irregular. Um dos grandes problemas que atinge os países mais pobres no mundo é o lançamento de esgotos domésticos nos corpos hídricos in natura ou sem tratamento adequado. Muitos rios e mares, com capacidade de autodepuração limitada, recebem uma carga de esgoto doméstico alta todos os dias. Assim, o esgoto sem tratamento se torna um transtorno. Alguns dos exemplos de contaminação hídrica por esgoto doméstico são: Rio de Janeiro A Lagoa Rodrigo de Freitas (Zona Sul), o Canal das Taxas, (Barra da Tijuca, Zona Oeste) e a Baía de Guanabara. São Paulo Podemos mencionar o Rio Tietê, na Região Metropolitana, que recebe grande parte de esgotos sem tratamento, tal como os demais corpos hídricos citados. Os resíduos sólidos urbanos descartados de forma inadequada também causam grande poluição ambiental. O lixo gera um líquido escuro e de cheiro desagradável chamado chorume, que se infiltra no solo e alcança águas subterrâneas, como os lençóis freáticos. A contaminação hídrica de um lençol freático pode atingir enormes proporções e, muitas vezes, contaminar bacias hidrográficas inteiras. Resíduos sólidos urbanos descartados incorretamente se acumulam nas margens de corpos hídricos. Outro problema acarretado é o assoreamento causado por esgoto doméstico e lixo. Embora seja um processo natural, o assoreamento de rios e lagos está se intensificando, o que provoca danos ao meio ambiente natural. Diversas lagoas em todo o Brasil têm sofrido com esse problema. Nos mares e oceanos, os resíduos plásticos podem causar a morte direta de animais marinhos, que, ao confundirem sacos plásticos com alimentos, acabam ingerindo acidentalmente tais materiais. Os plásticos são feitos de polipropileno ou poliestireno e não são biodegradáveis — chegam a demorar cerca de 200 anos para se decompor. Ao serem descartados em corpos hídricos, podem se desintegrar em pequenas partículas que se acumulam no meio aquático. Tartaruga marinha comendo saco plástico. Ainda, os resíduos plásticos em mares e oceanos podem causar a morte direta de animais marinhos, que ingerem acidentalmente esses materiais por confundirem com alimentos. Um exemplo desse impacto é observado em tartarugas, que confundem sacos plásticos com águas-vivas, acabam engolindo e morrendo. Processos de poluição em atividades industriais por e�uentes industriais A poluição hídrica por efluentes industriais possui peculiaridades próprias de cada processo. As características químicas, físicas e biológicas variam conforme a atividade industrial, os tipos de operações realizadas e as matérias-primas utilizadas. Veja a seguir um caso real sobre a poluição hídrica da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Baía de Guanabara. Além da poluição causada por esgoto doméstico, a Baía de Guanabara sofre com a contaminação por vários tipos de efluentes de indústrias localizadas em seu entorno. Processos de poluição por geração de energia A geração de energia em usinas nucleares promove a poluição térmica ou termal. Nesse tipo de poluição, há um despejo de água em temperaturas mais elevadas que as condições ambientais normais do corpo hídrico, seja em mares ou rios. Exemplo Usina nuclear localizada no município de Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro, mas são várias as indústrias que fazem uso da água de rios para resfriarem suas máquinas, o que também causa a poluição térmica. Tanto a água quente resultante do circuito secundário do reator quanto a água usada para manter os equipamentos em segurança são despejadas no meio ambiente. As usinas de Angra têm utilizado um grande volume de água da Bahia da Ilha Grande, retirando água do mar e, posteriormente, devolvem a uma temperatura maior do que a da água captada. (BAITELO, 2007, p. 13) Processos de poluição por atividades de mineração A mineração contamina os corpos d’água superficiais por percolação dos metais pesados, que podem ser facilmente carreados para o leito dos rios e também podem infiltrar o solo, atingindo águas subterrâneas. Veja, a seguir, o caso real da mineradora Samarco e a poluição hídrica na Bacia do Rio Doce: A Barragem do Fundão, localizada no município de Mariana (MG), rompeu-se em 2015, despejando 43,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro. O Rio Doce foi diretamente afetado pela lama, e pessoas, muitos animais e plantas foram mortos, o que provocou graves problemas de ordem econômica, social e ambiental para a região. A lama percorreu uma distância de 633 quilômetros até alcançar o Oceano Atlântico em Linhares (ES). Ao todo, 41 municípios foram afetados, 600 mil pessoas ficaram sem abastecimento de água, 860 hectares de Mata Atlântica foram destruídos e mais de 11 toneladas de peixes foram mortos. Em 2020, cinco anos depois do crime ambiental, nenhum culpado havia sido punido (STROPASOLAS, 2020). Rio Paraopeba (Bacia do Rio Doce) depois do desastre ambiental de Mariana. Processos de poluição por navegação O transporte hidroviário foi um dos primeiros a ser desenvolvido no mundo. Atualmente, essa modalidade é responsável por um grande volume de mercadorias que atravessam mares e rios, fazendo parte do comércio nacional e internacional de grãos e outros produtos, tais como os combustíveis. A poluição hídrica ocorre geralmente por acidentes, que causam muitos prejuízos de ordem econômica, social e ambiental. g p , q p j , Veja a seguir um caso real de acidente por vazamento de petróleo: No ano de 2002, ocorreu um acidente em um navio cargueiro da Petrobrás que estava atracado na Baía de Ilha Grande, localizada no município de Angra dos Reis. O tanque principal do navio sofreu corrosão natural, resultando na abertura de um furo por onde vazaram 16 mil litros de petróleo. O óleo se espalhou por 20 quilômetros ao longo da costa e atingiu os costões rochosos. Barreiras absorventes e de contenção para acidentes com derramamento de óleo. A Petrobras acionou um plano de emergência assim que soube do vazamento e enviou um barco de combate a derramamentos de óleo. Para que o petróleo não se espalhasse, foram usados recolhedores mecânicos, bombas de sucção, barreiras absorventes e de contenção. Alterações observadas de acordo com a fonte de poluição De acordo com o tipo de poluição hídrica, são observadas várias alterações químicas e físicas na água. Como consequência da poluição dos corpos hídricos, temos a diminuição da qualidade e da quantidade de água disponível. Veremos a seguir as características das alterações físicas e químicas da água: Alterações físicas Temperatura Alterações na temperatura da água podem ser identificadas em função da poluição térmica ou termal que, como vimos, tem como fonte a geração de energia nuclear. Cor Alterações na coloração da água são causadas principalmente por esgotos domésticos, que apresentam matéria orgânica em estado coloidal, e por efluentes industriais, que contêm diversos compostos capazes de alterar a cor da água. Entre eles, estão os taninos, as anilinas provenientes de indústrias de curtumes e de tecidos, além de lignina e da celulose, que são efluentes das indústrias de celulose, papel e madeira. A metalurgia também está entre as indústriasque alteram a cor da água, pois realizam a remoção da camada oxidada (ferrugem) das peças antes do uso (decapagem). Odor e sabor Na maioria das vezes, o responsável por alterações no odor e no sabor da água é o esgoto doméstico. Em ambientes naturais onde há a eutrofização, ocorre a decomposição biológica da matéria orgânica com presença de fenóis. Nessas águas eutrofizadas, frequentemente ocorre a proliferação excessiva de algas cianofíceas, também conhecidas como algas azuis ou cianobactérias, que produzem odores (cheiro de mofo ou terra) os quais podem ser até tóxicos. Em águas tratadas para abastecimento público, fenóis mesmos em quantidades reduzidas reagem com o cloro residual livre na água, o que produz cloro fenóis cujo cheiro típico é semelhante ao de peixe podre. Em ambiente anaeróbio, no lodo de rios, lagoas e manguezais, ocorre a produção e a liberação do gás sulfídrico ($$$ \mathrm{H}_{2} \mathrm{~S} $$$), que gera odor característico de ovo podre. Cor, odor e sabor são parâmetros de potabilidade da água para consumo humano, estabelecidos na Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011, bem como são previstos como parâmetros de qualidade das águas na legislação federal. A água não deve possuir cor, sendo, portanto, transparente (incolor) e translúcida, nem cheiro (inodora) e nem gosto (insípida). Conheça um caso real de alteração de odor e gosto da água, envolvendo a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) e a geosmina: No ano de 2020, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), que abastece o Rio de Janeiro, detectou uma proliferação excessiva de algas cianofíceas (cianobactérias) no reservatório do Guandu, devido a variações de temperatura, luminosidade e índice de chuvas no reservatório. Essas algas produziram uma substância chamada geosmina, que altera o odor e o gosto da água, apesar de não ser tóxica ao organismo humano. Mesmo estando fora dos padrões de qualidade, em razão do sabor e do cheiro de terra apresentados, a CEDAE liberou o uso da água contendo geosmina à população, alegando que a água não continha cianotoxinas, portanto, não oferecia riscos à saúde humana. Turbidez Os esgotos domésticos, a mineração e os efluentes industriais provocam elevações na turbidez das águas. A alta turbidez na água promove o desequilíbrio ambiental à medida que reduz a taxa fotossintética da vegetação aquática, incluindo as algas, o que reduz a oferta de alimento de peixes, altera a cadeia alimentar nos ecossistemas aquáticos e prejudica a pesca. Além disso, a turbidez também prejudica usos domésticos diversos, industriais e recreacionais. Padrões da qualidade da água: o caso da geosmina na água da CEDAE Assista ao vídeo a seguir em que o mestre Arthur Rodrigues Lourenço apresenta o ponto de vista de pesquisadores de universidades renomadas e especialistas sobre a liberação do uso da água com geosmina por parte da CEDAE. Alterações químicas Alterações no pH tornam o meio ácido ou alcalino (básico). Geralmente causadas por efluentes industriais de metalúrgicas e siderúrgicas e por esgotos sanitários, essas alterações no pH não são consideradas nos parâmetros de qualidade da água. No entanto, algumas substâncias têm seus efeitos tóxicos magnificados em pH extremos. Potencial hidrogeniônico — pH Presença de carbono orgânico total (COT) As alterações no carbono orgânico total (COT) são um indicador do grau de poluição do corpo hídrico. Também são causadas por efluentes industriais e por esgotos sanitários. Os compostos gerados por algas cianofíceas, em altas concentrações, podem se tornar tóxicos. Os esgotos sanitários constituem, em geral, a principal fonte do aumento de séries de nitrogênio, lançando nas águas nitrogênio orgânico, devido à presença de proteínas, e nitrogênio amoniacal, em razão da hidrólise da ureia na água. Alguns efluentes industriais também concorrem para as descargas de nitrogênio orgânico e amoniacal nas águas, por exemplo, aqueles originários de algumas indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, conservas alimentícias, matadouros, frigoríficos e curtumes. O fósforo aparece em águas naturais principalmente devido às descargas de esgotos sanitários, que contêm matéria orgânica fecal e detergentes em pó empregados em larga escala no espaço doméstico, fontes relevantes desse elemento. Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios, apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas também podem provocar fósforo em abundância nas águas naturais. Os óleos e graxas são substâncias orgânicas tais como hidrocarbonetos, gorduras e ésteres, e podem ter múltiplas origens — mineral, vegetal ou animal. Quando em contato com a água, essas substâncias não se misturam e se concentram na superfície, em razão de sua menor densidade. Série de nitrogênio — nitrogênio orgânico, amônia, nitrito e nitrato Presença de fósforo Óleos e graxas Superfície da água com óleo. Os despejos de óleos e graxas derivam, na maioria das vezes, de resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas mecânicas, postos de gasolina, estradas e vias públicas. Os despejos de origem industrial — em especial, de refinarias — são os que mais contribuem com o aumento de óleos e graxas nos corpos hídricos. Entretanto, o despejo inadequado de óleos em esgotos sanitários também contamina de maneira expressiva os corpos d’água, pois uma gota de óleo pode poluir uma grande quantidade de água. Segundo Silva e Fernandes (2011, p. 2), “Pesquisas apontam que cada litro de óleo despejado inadequadamente no esgoto tem capacidade de poluir cerca de um milhão de litros de água.” Ainda quanto à contaminação por óleo e graxa, a navegação pode causar impactos ambientais negativos em razão de acidentes nos quais há derramamento de óleo ou petróleo por navios ou grandes embarcações. Tais acidentes ocorrem geralmente nos oceanos ou rios de grande porte navegáveis, como o Tietê. Ocorrências desse tipo com navios e grandes embarcações provocam enormes manchas de óleo superficiais, que podem atingir a areia da praia levadas pela maré, em um impacto ambiental visível. Além disso, esses vazamentos podem causar estragos irreversíveis, como a morte de vários organismos, contribuindo para a perda da biodiversidade no planeta. Cabe destacar que esse não é um problema local, restrito ao Brasil, e que também podem ocorrer acidentes com grandes embarcações que fazem o transporte (hidroviário e marítimo) de pessoas, mas são mais comuns com aquelas que transportam mercadorias Em todos esses casos de poluição por óleos, graxas e seus derivados, são observadas alterações na estética da paisagem, na cor da água, na viscosidade e na tensão superficial. Alterações nos corpos hídricos causadas por surfactantes, conhecidos como detergentes, geram impactos negativos na estética da paisagem, provocados pelo acúmulo de espuma. Para termos uma ideia, as indústrias de surfactantes descarregam cerca de 2.000mg/L enquanto os esgotos domésticos emitem somente 3 a 6mg/L desse princípio ativo. Outras indústrias que colaboram de Surfactantes g p p q maneira expressiva para a contaminação dos corpos hídricos por surfactantes são aquelas que processam peças metálicas, fazendo uso dos surfactantes com a função de desengraxante. Os surfactantes também podem exercer efeitos tóxicos para as comunidades aquáticas. Muitos dos detergentes comerciais possuem o elemento fósforo em suas formulações, o que acelera a eutrofização e, consequentemente, afeta o zooplâncton que se alimenta do fitoplâncton. Espuma provocada pela poluição hídrica. O surgimento de metais pesados nos ecossistemas está associado às atividades de mineração e às indústrias, principalmente aquelas que fabricam peças eletrônicas. São exemplosde metais pesados os rejeitos de minério de ferro, pela presença de cromo (Cr) e arsênio (As), o mercúrio advindo do garimpo ilegal de ouro e o cádmio usado na fabricação de peças de celulares. Os impactos causados pela exploração e pelo beneficiamento do minério de ferro foram avaliados em uma mina localizada em Minas Gerais. Os testes indicaram que o resíduo acumulado tem capacidade de retenção de cromo (Cr) e que os sedimentos acumulados, formados principalmente pelo mineral goethita, retém metais pesados e diminuem a dispersão de poluentes (MUNIZ; OLIVEIRA- FILHO, 2006, p. 86). Conheça um caso real de poluição hídrica causada por mercúrio de garimpo ilegal na Amazônia: Nos anos de 2019 e 2020, foi estimado que 100 toneladas de mercúrio (metal neurotóxico) foram utilizadas para extrair ilegalmente ouro da região amazônica. O metal causa degradação ambiental grave e permanente. Tanto a água quanto o solo são afetados e, com isso, a fauna e a flora são impactadas, além de provocar prejuízos no que diz respeito ao social e à saúde da população local (ILHA, 2021). Metais pesados Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 1 - Vem que eu te explico! Caracterização da poluição hídrica. Módulo 1 - Vem que eu te explico! Alterações químicas da água. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A SOS Mata Atlântica realizou uma análise sobre a qualidade da água em 181 trechos das bacias hidrográficas pertencentes ao domínio Mata Atlântica, entre março de 2019 e fevereiro de 2020. Essa análise g p , ç revelou dados preocupantes: 78,8% dos trechos analisados possuem qualidade de água regular e apenas 5% dos trechos apresentaram boa qualidade. Nenhum ponto analisado apresentou qualidade ótima. (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Relatório anual 2020. S. d. Consultado na internet em: 16 ago. 2021.) As alterações observadas conforme a fonte de poluição podem ser divididas em químicas e físicas. Marque a alternativa que apresenta somente alterações físicas. A Temperatura, pH e cor. B Temperatura, turbidez e presença de fósforo. C Turbidez, temperatura e cor. D Cor, presença de metais pesados e pH. E Odor, pH e turbidez. Parabéns! A alternativa C está correta. São alterações físicas observadas conforme a fonte de poluição: temperatura, odor, cor, gosto, turbidez. As demais alternativas contêm alterações químicas, como pH, presença de fósforo e metais pesados. Questão 2 Nos anos de 2020 e 2021, a água da CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) apresentou alteração no gosto e no cheiro, provocada por uma substância chamada geosmina, que é produzida por uma cianobactéria. Segundo reportagem do G1, a CEDAE liberou o consumo para a população: “A substância não oferece riscos à saúde, mas altera o gosto e o cheiro da água”. (CEDAE diz que substância de algas muda a cor e cheiro de água em regiões do RJ e libera consumo. G1. 7 jan. 2020. Consultado na internet em: 31 jul. 2021.) A respeito dessa liberação por parte da CEDAE e dos parâmetros de qualidade estabelecidos pela legislação vigente, marque a alternativa correta. A CEDAE agiu corretamente liberando o uso da água, pois a presença de cianobactérias A em excesso, que promovem gosto e cheiro na água, não indica que a água não está potável. B A CEDAE agiu corretamente liberando o uso da água, pois tanto o gosto quanto o sabor não afetam a qualidade da água, e a presença de geosmina na água não afeta o consumo por seres humanos. C A CEDAE não agiu corretamente liberando o uso da água, pois tanto o gosto quanto o sabor indicam a ausência de cianobactérias na água consumida por seres humanos. D A CEDAE agiu corretamente liberando o uso da água, pois existem parâmetros de cheiro e sabor da água que são regulados, embora a geosmina não seja regulada. A geosmina é um indicador do problema, e o sabor na água, mesmo que muito acentuado, não indica que a água não está potável. E A CEDAE não agiu corretamente liberando o uso da água, pois existem parâmetros de cheiro e sabor da água que são regulados, embora a geosmina não seja regulada. A geosmina é um indicador do problema, e o sabor na água, quando muito acentuado, indica que a água não está potável Parabéns! A alternativa E está correta. Para ser potável para o ser humano, a água deve ser inodora (sem cheiro), insípida (sem gosto) e incolor (sem cor). Portanto, segundo a legislação vigente, a água não estava potável para o consumo humano e a CEDAE agiu errado liberando o consumo para a população. 2 - Danos à saúde e ao ambiente Ao �nal desse módulo, você será capaz de descrever os danos à saúde e ao ambiente causados pela poluição hídrica. Danos à saúde A poluição hídrica proveniente de efluentes domésticos e industriais causa danos à saúde da população e gera diversos problemas ambientais, graças ao acúmulo de metais pesados, substâncias tóxicas e diversos organismos patogênicos que contaminam a água. Os poluentes emergentes são “compostos químicos sintéticos ou naturais frutos do moderno padrão de produção e consumo, que se acumulam na natureza, contaminando o meio ambiente a afetando a saúde humana e animal. (Oliveira, 2017, p. 38) Danos causados à saúde conforme o agente poluente Doenças causadas por contaminantes — substâncias químicas A poluição hídrica causada por substâncias químicas causa a intoxicação do organismo humano. São considerados substâncias tóxicas os agrotóxicos, os pesticidas, os metais pesados, os hormônios, os antibióticos, entre outros. Esses contaminantes estão geralmente associados a problemas neurológicos e problemas na produção de hormônios sexuais, além de diversos tipos de câncer. Para exemplificar doenças associadas aos agrotóxicos, podemos mencionar distúrbios mentais, motores e de comportamento, infertilidade, má-formação fetal, aborto, atrofia dos testículos, endometriose e doença de Parkinson. Ainda, a poluição hídrica pode provocar diversas doenças de pele. Doenças causadas por contaminantes patógenos — agentes biológicos Neste item, trataremos das doenças causadas por organismos que vivem na água ou que, em alguma fase de vida, dependem dela para a sobrevivência. Alguns desses organismos precisam de um hospedeiro intermediário (vetor) para completar o seu ciclo de vida. Os organismos patogênicos podem ser vírus, bactérias, protozoários ou helmintos. , p A seguir, estão relacionadas as principais doenças de veiculação hídrica, assim como seus respectivos agentes biológicos, os grupos aos quais pertencem e os modos de transmissão. Doença de veiculação hídrica Agente biológico Grupo Modo de transmissão Hepatite A Vírus da hepatite Vírus Ingestão de água contaminada Gastroenterite Rotavírus Vírus Ingestão de água contaminada Febre tifoide Salmonella enterica Typhi Bactéria Ingestão de água contaminada Cólera Vibrio cholerae Bactéria Ingestão de água contaminada Leptospirose Leptospira sp. Bactéria Contato com urina de rato Disenteria bacilar Shigela sp. Bactéria Ingestão de água contaminada Diarreia Crypstoporidium parvum Protozoário Ingestão de água contaminada Disenteria amebiana Entamoeba histolytyca Protozoário Ingestão de água contaminada Ascaridíase (lombriga) Ascarys lumbricoides Helminto Ingestão de água contaminada Esquistossomose Schistossoma mansoni Helminto Contato com caramujo contaminado Tabela: Principais doenças de veiculação hídrica Elaborada por: Andreia Donza. A seguir vamos entender melhor as principais doenças de veiculação hídrica. A hepatite A é uma doença causada por vírus (vírus da hepatite), que ataca e se replica em células do fígado. Os vírus acabam sendo secretados pela bile e eliminados nas fezes, indo direto para os esgotos sanitários. A falta de saneamento básico promove a proliferação da doença, já que em muitos locais no Brasil a água não é encanada e,muitas vezes, o esgoto se mistura à água que será consumida pela população. A gastroenterite é a inflamação aguda do epitélio (revestimento) do estômago e dos intestinos causada por um rotavírus. Os sintomas são diarreia, vômitos acompanhados por náuseas, cólicas e febre. A transmissão é oro-fecal por falta de higiene e consumo de água e alimentos contaminados. A febre tifoide é uma doença bacteriana aguda e seu agente infeccioso é a Salmonella enterica sorotipo Typhi. Essa doença tem como principais sintomas febre alta, dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite e tosse seca. Se não for tratada de forma adequada, a febre tifoide pode levar o indivíduo à morte. A doença está associada a regiões onde a população é menos favorecida, em especial onde o saneamento básico é inexistente ou precário. A transmissão é por meio da água e de alimentos contaminados. A cólera é uma doença bacteriana aguda que afeta o intestino. Seu agente infeccioso é a bactéria Vibrio cholerae, a qual libera uma série de toxinas que se ligam às paredes intestinais, modificando o fluxo de sódio e cloreto. Essa alteração faz com que o indivíduo elimine grandes quantidade de água, provocando a diarreia aquosa, a desidratação e a perda de sais minerais importantes para o organismo. Na maioria dos casos, a doença é assintomática ou pode causar uma diarreia leve, mas Hepatite A Gastroenterite Febre tifoide Cólera g , ç p , alguns indivíduos podem apresentar diarreia aquosa, vômitos e dor abdominal. Em casos graves, quando não tratada, pode levar o indivíduo à morte por desidratação. A doença está correlacionada à falta de saneamento básico, bem como a condições precárias de higiene. A leptospirose é uma doença bacteriana, causada por bactérias do gênero Leptospira, presente na urina de roedores e demais mamíferos. Enchentes em locais com esgoto a céu aberto promovem a mistura da água das chuvas com essa água provinda do esgoto. A bactéria é transmitida por meio da água, que penetra no corpo humano pela pele. Logo, essa doença está associada à falta de saneamento básico e de água encanada. Pessoas em meio a enchente em local sem esgotamento sanitário. A disenteria bacilar é uma infecção bacteriana que atinge o sistema gastrointestinal causando irritação na mucosa. Essa doença tem como principal agente as bactérias do gênero Shigella. A transmissão ocorre pelo consumo de água e alimentos contaminados. Os casos geralmente estão associados à falta de higiene e à ausência de saneamento básico. A diarreia causada pelo Crypstoporidium parvum é uma infecção promovida pela ingestão de água ou alimentos contaminados pelos cistos desse protozoário. Esse organismo está presente nos esgotos domésticos e um dos motivos da difusão desse agente é a falta de saneamento básico. Leptospirose Disenteria bacilar Diarreia A disenteria amebiana, também conhecida como amebíase, é uma doença causada pelo protozoário Entamoeba histolytyca. Esses organismos não possuem hospedeiros intermediários e vivem no intestino grosso humano na forma de cistos. Não causam doença em condições normais, no entanto, em alguns casos esses protozoários se tornam patogênicos e invadem células e tecidos, promovendo a doença. Em casos graves, a invasão pode envolver outros órgãos, levando os pacientes a óbito. A transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados com os cistos das amebas. As ocorrências estão associadas à falta de saneamento básico em regiões pobres: a água contaminada pode ser utilizada para beber ou para irrigar plantações, o que possibilita a contaminação por alimentos. Disenteria amebiana. A ascaridíase é uma doença causada pela infestação do helminto Ascaris lumbricoides, também conhecido pela população como lombriga. Assim como a maioria das doenças aqui apresentadas, a ocorrência desse verme está associada à falta de saneamento básico. A transmissão é realizada pela ingestão de ovos encontrados na água, no solo e em alimentos contaminados. Ademais, pode ocorrer pela falta de higiene, a partir do contato de partes do corpo com fezes contaminadas. Os ovos que chegam ao intestino delgado liberam as larvas, as quais atravessam suas paredes e se direcionam para vasos sanguíneos e para o sistema linfático. Desse modo, elas se espalham pelo organismo humano. Ao atingirem a faringe, as larvas podem ser liberadas por meio da tosse ou do muco. Ainda, podem ser deglutidas e retornarem ao intestino, onde vão se reproduzir sexuadamente e liberar seus milhares ovos por dia, fazendo com que mais pessoas sejam contaminadas. Disenteria amebiana Ascaridíase (lombriga) A esquistossomose é uma doença causada pelo helminto Schistosoma mansoni. A doença pode ser assintomática inicialmente, no entanto, pode evoluir para casos graves com internação e levar o indivíduo à morte. Segundo o site da Fiocruz, são condicionantes para contaminação de seres humanos os fatores socioeconômicos e ambientais. As ocorrências estão associadas a áreas de precariedade e ou ausência de saneamento, bem como áreas rurais nas quais há pequenos corpos hídricos com pouca correnteza, tais como riachos, lagoas, valas, poças, com a ocorrência de caramujos. Os períodos chuvosos constituem outro fator importante, em razão das inundações provocadas pelas chuvas. No Brasil, ocorrem três hospedeiros intermediários do gênero Biomphalaria. O contágio do ser humano com o Schistosoma mansoni se dá da seguinte forma: hospedeiro infectado elimina ovos pelas fezes na água; ovos eclodem liberando a larva ciliada que infecta o caramujo; as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias, nadando livremente nas águas; o ser humano entra em contato com a água e é contaminado. Danos causados ao meio ambiente de acordo com a poluição Segundo Fugita (2018, p. 93), a poluição hídrica promove o desequilíbrio dos ecossistemas naturais. Um curso d’agua em seu estado natural se constitui em ecossistema, onde coexistem inúmeros organismos que se relacionam entre si e com o próprio ambiente e sendo assim, qualquer modificação introduzida pode provocar sérios desequilíbrios, eliminando algumas espécies, desenvolvendo exageradamente outras, enfim, provocando a alteração do meio ambiente. (FUGITA, 2018, p. 93) Dentre os problemas relacionados aos danos causados ao meio ambiente estão: 1. Perda da biodiversidade; 2. Extinção de espécies; Esquistossomose 3. Contaminação de águas superficiais; 4. Contaminação do lençol freático; 5. Eutrofização dos corpos hídricos; �. Bioacumulação na cadeia alimentar. Poluição térmica A poluição térmica, com a devolução da água para o corpo hídrico em temperaturas mais elevadas, diminui a solubilidade do oxigênio ($$$ \mathrm{O}_{2} $$$) na água. Essa alteração térmica: Prejudica a respiração de peixes e de outros organismos aquáticos. Acelera o desenvolvimento de bactérias e fungos que podem causar doenças em peixes e em diversos organismos. Afeta o ciclo de reprodução de algumas espécies, podendo reduzir seu tempo de vida. A seguir, veja um exemplo de peixes mortos por falta de oxigênio na água. Essas alterações ambientais na temperatura da água podem inclusive levar esses animais à morte, como é o caso dos corais da Baía de Ilha Grande, gerando perda de biodiversidade e extinção de espécies endêmicas. Poluição por metais pesados e agrotóxicos A poluição da água por metais pesados, decorrente da mineração, e por agrotóxicos gera a contaminação das águas superficiais e do lençol freático, a bioacumulação nos seres vivos e nas cadeias alimentares, a perda de biodiversidade e a extinção de espécies de animais e vegetais. Saiba mais Caso real — mineração na região amazônica Na região amazônica, a poluição hídrica é causada, entre outros fatores, pela mineração, que tem como consequências a erosão e o assoreamento das margens dos rios, além de gerar resíduos tóxicos, como os metais pesados. Poluição por despejo irregular de esgoto A contaminação causadapor despejo irregular de esgoto gera eutrofização da água, o que acarreta baixa disponibilidade de oxigênio ($$$ \mathrm{O}_{2} $$$) e, consequentemente, ocasiona a morte de peixes e de outros organismos que vivem na água. Quanto maior a decomposição de matéria orgânica num corpo d’água, maior será o consumo de oxigênio, causando a perda da biodiversidade em ecossistemas aquáticos locais, como lagos, lagoas e alagados permanentes ou temporários. Atenção A contaminação por resíduos sólidos promove a perda da biodiversidade animal. O mar também sofre com o despejo irregular de esgotos Assim como os rios, o mar também sofre com o despejo irregular de esgotos e efluentes industriais. A falta de emissários para levar o esgoto até uma distância mínima da areia é um dos problemas enfrentados em praias de todo o Brasil. Um exemplo seria o final do Canal das Taxas, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. No canal, que deságua no mar, é despejado esgoto in natura vindo dos luxuosos condomínios. Esgoto poluindo o Canal das Taxas na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Saiba mais Caso real — eutrofização na Bacia do Rio Paraíba do Sul Em barragens encontradas no Rio Paraíba do Sul, que compõem o sistema Guandu no Rio de Janeiro, ocorre a eutrofização dos corpos hídricos. Além disso, são encontrados problemas de recuperação de margens, macrodrenagens e enchentes. É possível sentir os efeitos dessas barragens a montante e a jusante nos rios, com o alagamento de algumas áreas e a seca do lado oposto, causando perdas irreparáveis ao ecossistema local, perda de habitat e diminuição da biodiversidade. A proliferação excessiva de macrófitas aquáticas, somadas aos restos de vegetais que ficam submergidos, causam acentuada eutrofização ao longo dos rios. Reservatórios e barragens de água: a poluição hídrica que não se vê Neste vídeo, você conhecerá os problemas ambientais e geradores de poluição que estão por trás da construção de barragens e reservatórios. Poluição por derramamento de óleo ç p Praia com areia coberta por óleo proveniente de derramamento. O derramamento de óleo provocado por acidentes de grandes embarcações gera desastres ambientais de profundos impactos. Essa poluição afeta tanto a superfície da água, pois o óleo menos denso que a água boia, quanto a coluna d’água e o assoalho oceânico, uma vez que o óleo mais denso afunda. Animais e organismos aquáticos, como peixes, ficam cobertos de óleo e também acumulam quantidades prejudiciais de óleo em seus corpos. As algas marinhas não conseguem fazer fotossíntese, pois o espelho d’água foi coberto, impedindo que a luz chegue ao fundo. Logo, há perda da biodiversidade e extinção de espécies. Pequena ave coberta por óleo proveniente de derramamento. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 2 - Vem que eu te explico! Despejo irregular de esgoto gera eutro�zação. Módulo 2 - Vem que eu te explico! Doenças causadas por contaminantes patógenos —agentes biológicos. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 “A Organização Mundial da Saúde (OMS) define água contaminada como aquela que sofre alterações em sua composição até ficar inutilizável. Ou seja, é água tóxica que não pode ser bebida nem usada em atividades essenciais como a agricultura. Além disso, é uma fonte de insalubridade que provoca mais de 500.000 mortes anuais a nível global.” (IBERDROLA. A poluição da água: como não colocar em perigo a nossa fonte de vida. Iberdrola, s. d. Consultado na internet em: 16 ago. 2021.) Marque a alternativa que apresenta as doenças vinculadas à poluição hídrica. A Dengue, cólera e disenteria. B Câncer de pele, disenteria e febre tifoide. C Cólera, disenteria e febre tifoide. D Zika, disenteria e febre tifoide. E Câncer de pulmão, cólera e disenteria. Parabéns! A alternativa C está correta. As doenças relacionadas à poluição hídrica são cólera, disenteria, febre tifoide. Dengue e zika, embora sejam doenças vinculadas à água, não têm relação com a poluição, pois o mosquito da dengue (Aedes aegypti) não coloca os ovos em água suja, nem contaminada. Para a proliferação do mosquito, a água deve estar limpa. O câncer de pele é uma doença vinculada à radiação ultravioleta, já o câncer de pulmão é causado por fumo. Questão 2 A poluição causada por mineradoras é um problema que afeta todo o Brasil, em especial a Bacia do Rio Doce, que sofreu um grave desastre ambiental recentemente. Marque a alternativa que indica corretamente os impactos diretos da poluição hídrica que as mineradoras podem causar. A Contaminação do lençol freático com o chorume produzido em suas atividades. B Diminuição da diversidade local dos mares devido aos sacos plásticos gerados em suas atividades. C Contaminação do solo com os resíduos industriais, que comprometem a qualidade da água. D Poluição dos rios com resíduos sólidos, que comprometem a qualidade da água. 3 - Controle e prevenção Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as técnicas e métodos para o controle e a prevenção da poluição hídrica. E Contaminação dos rios com metais pesados, que comprometem a disponibilidade e a qualidade da água. Parabéns! A alternativa E está correta. As mineradoras podem impactar diretamente os rios em suas atividades, com a carga de metais pesados, que geram contaminação da água, alterando a sua qualidade e a quantidade disponível. Também podem provocar a erosão das margens, com o processo de lixiviação e assoreamento dos corpos hídricos, bem como a eutrofização do rio. Todos esses impactos promovem a perda de biodiversidade. Prevenção da poluição hídrica A preocupação com o controle e a prevenção da poluição hídrica no Brasil já vem desde a década de 1970 e, ainda assim, permanecemos com os mesmos problemas do século passado. A situação até piorou com o aumento dos resíduos industriais, dos metais pesados, dos agrotóxicos, e o país cada vez mais populoso contribui para o aumento de efluentes domésticos e resíduos sólidos urbanos. A preservação da qualidade dos recursos hídricos sempre preocupou o legislador brasileiro. Tanto é assim que os textos legais concernentes à matéria vêm sendo permanentemente atualizados, com o objetivo de se alcançar o controle satisfatório da poluição das águas. (POMPEU, 1977, p. 425) Técnicas e métodos de controle da poluição O controle da poluição tem como objetivo atender às exigências estabelecidas por legislações e normas vigentes (padrões de qualidade) às quais uma empresa ou indústria está sujeita, de modo a minimizar os efeitos da poluição no meio ambiente. Esse controle é realizado por meio do tratamento de esgotos domésticos (ETE) de efluentes industriais, bem como pela remediação da disposição final do processo. Vamos saber mais a seguir. Tratamento de e�uentes líquidos — esgotos domésticos q g e e�uentes industriais Os sistemas de tratamento de efluentes são classificados quanto ao tipo de processo utilizado — físico, químico ou biológico — e quanto ao grau de eficiência da remoção de poluentes das unidades — tratamentos preliminar, primário, secundário e terciário/avançado. Tipos de processo de sistema de tratamento de e�uentes Conheceremos agora os tipos de processo utilizados nos sistemas de tratamento de efluentes. Processos físicos Caracterizados pela remoção de substâncias separáveis dos líquidos ou que não estejam dissolvidas. Os processos físicos compreendem a remoção de sólidos grosseiros, sedimentáveis e flutuantes, e abarcam ainda a remoção de umidade de lodo, filtração dos esgotos, entre outras funções. Processos químicos Caracterizados pela remoção de contaminante mediante a adição de produtos químicos, são usados para complementar o desempenho dos processos físicos e biológicos. São considerados processos químicos: coagulação, floculação, cloração, correção de pH, precipitação e oxidação química. Processos biológicosCaracterizados por reproduzir fenômenos biológicos em unidades projetadas e em tempos economicamente justificáveis, dependem da ação de microrganismos presentes nos efluentes Níveis de tratamento dos e�uentes Vejamos, então, as classificações dos tratamentos de efluentes considerando seu grau de eficiência. para a degradação de matéria orgânica. Os processos biológicos são mais ecologicamente corretos e mais ambientalmente sustentáveis. Dividem-se em processos biológicos aeróbios, que são os filtros biológicos, lodos ativados e lagoas de estabilização, e processos anaeróbios, restritos às lagoas anaeróbias. Tratamento preliminar É um tratamento físico que tem por objetivo a remoção de sólidos grosseiros, óleos, graxas e areia. Corresponde a uma etapa inicial do tratamento realizada a montante da estação. Remove 5 a 20% dos sólidos sedimentares; 5 a 10% da matéria orgânica dissolvida (DBO); 10 a 20% das bactérias; e não remove nutrientes. Somente esse grau de tratamento não atende às exigências e padrões de qualidade da emissão de efluentes. As unidades utilizadas nesse mecanismo são: gradeamento, peneiras, caixa de areia e caixa de gordura. Tratamento primário O tratamento primário visa remover sólidos sedimentares e de DBO em suspensão, utilizando mecanismos físicos, físico-químicos ou biológicos. É um tratamento parcial que representa uma etapa intermediária do tratamento completo. Como se trata de uma etapa intermediária, também não atende aos padrões de emissão de efluentes. Suas unidades ou etapas são: sedimentação, flotação, precipitação química e sistemas anaeróbios. Tratamento secundário É um tratamento biológico que objetiva a remoção de sólidos não sedimentares, DBO em suspensão fina, DBO solúvel, alguns nutrientes e patógenos (incluindo coliformes fecais). Por se tratar de um tratamento mais completo, remove quase 100% das bactérias, dos sólidos sedimentares e da matéria orgânica, assim como entre 10 e 50% dos nutrientes. Na maioria Veja o esquema simplificado a seguir sobre os níveis de tratamento de efluentes. Esquema simplificado dos níveis de tratamento de efluentes. Unidades ou etapas dos tratamentos de e�uentes Neste item, veremos as diferentes unidades e etapas pelas quais os efluentes podem passar nos sistemas de tratamento. Tratamento preliminar Gradeamento A finalidade dessa unidade é a proteção de peças e equipamentos do sistema de tratamento de efluentes líquidos. O mecanismo utilizado é composto de barras de ferro ou aço com espaçamento adequado para dos casos, atende aos padrões de emissão de efluentes líquidos. Suas unidades são: filtros biológicos, lodos ativados, valos de oxigenação, lagoas de estabilização e lagoas aeradas. Tratamento terciário ou avançado O tratamento terciário visa remover quase completamente os nutrientes, a matéria orgânica, os patógenos e os poluentes tóxicos ou biodegradáveis, e para isso podem ser utilizados mecanismos físicos, físico-químicos ou biológicos. Esse é um tratamento avançado que objetiva o atendimento de padrões mais rigorosos e restritivos ou o reuso de águas. São unidades ou etapas as lagoas de polimento, a filtração com membranas, a filtração lenta ou rápida através de meios porosos e os tratamentos físico-químicos. q p ç p ç q p reter sólidos grosseiros. Peneiras Essa unidade visa remover sólidos finos. Existem peneiras móveis e estáticas, e a abertura da malha da peneira pode variar de 0,25 a 2,5mm. Caixa de gordura A função dessa unidade é evitar alguns problemas como a obstrução de tubulações, a aderência, o mal funcionamento de equipamentos, o desenvolvimento de odores e os aspectos desagradáveis nas unidades posteriores. Caixa de areia Objetiva-se, com essa unidade, a remoção de areia e de outros materiais tais como o cascalho, limalha de ferro e demais sólidos pesados. O dispositivo tem uma bandeja de aço removível e pode ser manual ou mecânico. A areia e demais sólidos pesados removidos nesse processo geralmente são enviados para aterros sanitários. Veja a seguir um exemplo de gradeamento. Gradeamento (retenção de lixo) na estação de tratamento de esgoto. Processos de separação de sólidos Como o próprio nome já sugere, esse processo tem como finalidade a remoção de sólidos sedimentáveis e em suspensão. p Tanques de sedimentação de esgoto (ETE). A finalidade dessa unidade é reter parte dos sólidos em suspensão (que decantam) e, ao mesmo tempo, reter aqueles que tendem a flotar (que ascendem). O decantador primário reduz a carga orgânica do efluente líquido, diminuindo os custos de implantação e operação no tratamento biológico. Essa unidade tem como objetivo a remoção de óleos, graxas e sólidos em suspensão. No flotador, há minúsculas bolhas de ar que se desprendem e arrastam os sólidos em suspensão, os óleos e as graxas para a superfície. O processo de filtração visa remover sólidos em suspensão e até mesmo DBO. Compreende duas etapas: a passagem do efluente pelo material filtrante e a limpeza ou retrolavagem do filtro. Decantador primário Flotação Filtração Filtração por membranas Esse processo objetiva a remoção de sólidos suspensos (partículas superiores a 0,001mm), podendo ser removido material particulado microscópico (vírus, bactérias, algas e material coloidal) e moléculas orgânicas tais como solventes, inseticidas e metais pesados. A classificação das membranas está associada ao tamanho do poro (porosidade µ). A microfiltração (MF) apresenta porosidade de 0,1–10 µ, o maior tamanho de poro das membranas, e é capaz de reter bactérias, vírus, Cryptosporidium sp. (protozoário), sólidos suspensos e emulsões oleosas. A ultrafiltração (UF) apresenta poros de 0,01–0,1µ e é capaz de reter os seguintes contaminantes: proteínas, amidos, antibióticos, vírus, sílica coloidal, bactérias, óleo solúvel e biomassa de lodo ativado. A nanofiltração (NF) apresenta poros de 0,001–0,011µ e tem capacidade para reter amidos, açúcares, pesticidas, herbicidas, pirógenos, íons divalentes, orgânicos, metais pesados e detergentes. Por fim, a osmose reversa (OR) apresenta porosidade menor que 0,001 µ, sendo capaz de reter os seguintes contaminantes: íons monovalentes, açúcares, sais aquosos e corantes sintéticos. Tratamento físico-químico O tratamento físico-químico pode ser feito de acordo com os seguintes procedimentos: Coagulação Esse tratamento tem por objetivo a desestabilização das partículas coloidais, pois prepara essas partículas para a sua remoção em etapas posteriores. É a operação unitária em que são utilizados como coagulantes sulfato de alumínio (sólido ou líquido), sulfato ferroso (sólido ou líquido), cloreto férrico (líquido) ou sulfato férrico (líquido). Coloidais Apresentam aspecto homogêneo, apesar de serem de fato formadas por partículas heterogêneas. Floculação Veja, a seguir, um exemplo de tanque de carvão ativado: Tanque de carvão ativado. Tratamento biológico aeróbio Os tratamentos biológicos têm a finalidade de remover a matéria orgânica e os nutrientes (nitrogênio e fósforo) por meio da decomposição biológica, que ocorre em ambientes naturais. Nesse processo, o Processo físico-químico no qual as substâncias coloidais irão se agregar, alterando a sua forma e a sua distribuição. Precipitação química Processo de adição de reagentes no efluente líquido para que ocorra a coagulação química e a floculação, acelerando a sedimentação com o objetivo de transformar substâncias solúveis em insolúveis. Adsorção por carvão ativado Esse processo visa à remoção de substâncias dissolvidas, no qual há a transferência do contaminante para os microporos da superfície do carvão ativado. O processo pode ser revertido e o carvão ativado reutilizado. ) p p ç g , q p , microrganismo faz uso da matéria orgânica para produção de energia, convertendo a matéria orgânica em água e gás carbônico. ($$$\mathrm{H}_{2} \mathrm{O}+\mathrm{CO}_{2}$$$). No entanto, os sistemas de tratamento biológico funcionam de maneiracontrolada, para permitir uma maior rapidez e eficiência do processo de decomposição. São controladas a temperatura, o pH, o tempo de contato e o oxigênio disponível, entre outros fatores. Filtração biológica Processo realizado por intermédio de um reator que possui em seu interior um meio suporte, onde a biomassa fica aderida. O esgoto, ao entrar em contato com essa biomassa, inicia uma oxidação bioquímica. A filtração biológica é composta pelos seguintes mecanismos: distribuição de esgotos, meio suporte e sistema de drenagem do efluente. Lodos ativados O lodo ativado é o floco produzido pelo crescimento de bactérias de forma aeróbia (oxigênio dissolvido). Nesse processo, os esgotos são misturados, agitados e aerados (tanque de aeração) ao lodo ativado. Em seguida, são separados em um decantador secundário. Uma parte do lodo ativado retorna ao taque e a outra parte será descartada. Lagoas de estabilização Processo que objetiva a estabilização da matéria orgânica mediante oxidação bacteriológica e/ou redução fotossintética de algas. Utilizam-se lagoas naturais ou artificiais, onde prevaleçam condições para a autodepuração do corpo hídrico. Tratamento biológico anaeróbio Lagoas anaeróbias Processo no qual a matéria orgânica é convertida em metano, dióxido de carbono, água, gás sulfídrico e amônia. A matéria orgânica convertida é utilizada para a produção de novas células bacterianas. Além disso, existe a possibilidade de uso do gás metano como fonte de energia. Desinfecção A desinfecção inativa organismos patogênicos de efluentes líquidos já tratados e tem por finalidade evitar a transmissão de doenças de veiculação hídrica. Os métodos de desinfecção são: - cloração, filtração por membranas, aplicação de ozônio, radiação ultravioleta. Disposição controlada no solo A disposição de efluentes tratados no solo possibilita a remoção de nutrientes pelos vegetais. Além disso, sólidos suspensos e patógenos são inativados pela ação dos raios ultravioleta, pela dessecação e pela ação de predadores biológicos presentes naturalmente nos solos. Existem as técnicas de infiltração lenta e rápida. Tratamento de lodo O tratamento de efluentes gera como subprodutos sólidos grosseiros, como areia e lodo, que devem ser tratados e dispostos de forma adequada. Dentre eles, o lodo é gerado em maior quantidade e seu tratamento é realizado em três etapas: adensamento, estabilização e desidratação. Esses processos permitem que o lodo perca água e odor desagradável, assim como possibilita que muitos dos patógenos sejam eliminados. Disposição final do lodo Aterros sanitários. Incineração. Lançamento no oceano. Uso agrícola. Uso industrial. Disposição final do lodo em aterro sanitário. Técnicas alternativas para o tratamento de e�uentes Além das técnicas de tratamento de efluentes já abordadas, há também outras técnicas consideradas alternativas, que serão apresentadas a seguir. Wetlands construídas são um sistema de tratamento de esgoto natural. Wetlands construídas Wetlands construídas são um sistema de tratamento de esgotos composto por lagoas, canais e tanques construídos pelo homem (elementos não naturais), preenchidos por um substrato poroso, onde cultivam-se p ( ), p p p , determinadas espécies de macrófitas aquáticas de forma natural. As mais utilizadas para remoção de poluentes são as macrófitas emergentes (fixas no substrato pelas raízes) e flutuantes (suas raízes ficam flutuando não fixas no substrato). A remoção se dá por meio das raízes das plantas, que utilizam os compostos como nitrogênio e fósforo para seu crescimento. A espécie mais utilizada nesse tipo de tratamento é a taboa (Typha domingensis L.) Ecobarreiras, contensão de lixo para evitar a contaminação por resíduos sólidos urbanos. Ecobarreiras As ecobarreiras são estruturas flutuantes, instaladas transversalmente às margens dos rios. Sua finalidade é represar o lixo flutuante, impedindo que se dispersem a jusante da estrutura. As ecobarreiras funcionam como um gradeamento, só que não ficam dentro de estações de tratamento de esgotos. São usadas para evitar que os resíduos flutuantes alcancem as praias ou que se espalhem ao longo de determinado trecho de um rio. Ecobarreiras Neste vídeo, você conhecerá as ecobarreiras, um método de controle da poluição, e descobrirá suas vantagens e desvantagens. Técnicas e métodos de prevenção da poluição A prevenção da poluição busca reduzir o lançamento do poluente em sua origem. Os métodos para alcançá- la são: substituição de matéria-prima e insumos; alterações nos processos e nos procedimentos; melhoria organizacional da indústria; desenvolvimento de programas educacionais. A intenção dessa prevenção é sensibilizar e mobilizar não somente o setor industrial, mas também toda a população e governos, fazendo uso de alguns instrumentos que previnem a poluição hídrica. Essa abordagem não elimina o controle, mas reduz a sua necessidade. Esses dois conceitos muitas vezes se sobrepõem e, na verdade, não é possível falar em controle sem mencionar a prevenção. Prioridade na prevenção Prioridade na prevenção e no controle da poluição. A redução na fonte é sinônimo de não desperdiçar água. Alguns dos métodos para tal são: Tomar banhos curtos. Redução na fonte Molhar as plantas com regador e não com a mangueira. Lavar o carro usando um balde e evitar a mangueira. Fechar a torneira enquanto estiver ensaboando a louça. Economizar energia elétrica, consequentemente poupando água, pois as hidrelétricas são a principal matriz energética do Brasil, isto é, geração de energia por meio da água. Evitar o desperdício de água em qualquer atividade que você realize. Molhar as plantas com o regador evita o desperdício de água. O reuso e a reciclagem correspondem ao reaproveitamento. Algumas atitudes são exemplos desse método: Usar água da chuva para lavar o quintal ou molhar as plantas. Armazenar a água do banho para jogar na descarga. Reutilizar as águas pluviais ou o esgoto doméstico, que exige um tratamento maior e mais caro (tratamento terciário). Reciclar os materiais recicláveis. Descartar o lixo em locais adequados. Esses dois últimos pontos contribuem, respectivamente, para impedir que resíduos recicláveis sejam dispostos em locais impróprios e que lixos em geral terminem em rios ou mares. Reuso e reciclagem Resíduos sólidos em corpo hídrico, os quais não estariam poluindo a água se tivessem sido encaminhados para reciclagem. Caso real — Reuso da água na Petrobras No Brasil, o reuso da água já é uma prática presente em empresas como a Petrobras. No ano de 2018, a empresa estatal reutilizou um total de 84 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 31,5% do total de água doce utilizado pela empresa no resfriamento de torres da Refinaria Gabriel Passos (RYTCHYSKYI et al., 2021, p. 477). Os efluentes podem ser recuperados, em vez de desperdiçados, para gerar energia e nutrientes. Cada vez mais pesquisas comprovam o potencial energético dos recursos provenientes do tratamento de esgoto. O lodo, por exemplo, pode ser utilizado para gerar gás metano, bem como cumprir a função de fertilizante. Resíduos do lodo após tratamento podem ser usados como fertilizantes. As águas de esgoto e efluentes industriais devem receber tratamento, conforme estudamos nos módulos anteriores, para que estejam de acordo com os parâmetros de emissão de efluentes líquidos e sejam devolvidos à natureza. Recuperação energética dos tratamentos de efluentes Tratamento dos efluentes líquidos Ao fim do controle da poluição, deve-se dispor os resíduos do tratamento de forma correta. O lodo deve ser disposto em aterros sanitários, incinerado, entre outros. Legislação — Breve histórico A Constituição da República Federativa de 1988 é um marco regulatório para todas as questões, e não poderia ser diferente quando o assunto é água. Foi estabelecido que somente a União tem o direito de legislar sobre a água, competindo a esta instituiro Sistema Nacional de Recursos Hídricos. O marco regulatório brasileiro sobre a questão é o Código das Águas, instituído pelo Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, que foi mantido e revisado pelo Decreto-lei nº 852, de 11 de novembro de 1938. Atenção Cabe salientar que outros códigos (p. ex., Código Florestal, instituído pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965) tratam o tema de forma indireta, na medida em que determinam a preservação de matas ciliares ao longo de cursos d’água. Dessa forma, busca-se impedir o desmatamento e a erosão, prezando pela qualidade das águas. Veja mais um exemplo: Exemplo O Código de Pesca, instituído pelo Decreto-lei nº 221, de 28 de fevereiro de 1967, que estabelece que os efluentes líquidos ou sólidos de indústrias ou rede de esgotos somente poderão ser lançados em águas caso não as tornem poluídas. Ainda nesse contexto, cabe ressaltar que a Lei nº 7.365, de 13 de setembro de 1985, proíbe o uso de detergentes não biodegradáveis. Quase dez anos se passaram para que fosse regulamentado o art. 21 da Constituição de 1988. A Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, conhecida como a Lei das Águas, instituiu o Plano Nacional de Recursos Hídricos e o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, o que proporcionou avanços no que concerne a poluição hídrica no Brasil. A Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, instituiu a Agência Nacional de Águas (ANA), vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. Disposição final O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) editou a Resolução n° 20, de 18 de junho de 1986, que classifica as águas como doce, salobra e salina, faz o enquadramento segundo os usos da água e estabelece limites da presença de contaminantes na água. Ainda, a Resolução CONAMA nº 396, de 3 de abril de 2008, dispõe sobre a classificação e as diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas (MILARÉ, 2001). As portarias do Ministério da Saúde nº 518, de 25 de março de 2004, nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, e nº 888, de 4 de maio de 2021, dispõem sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Licenciamento ambiental O licenciamento ambiental das fontes de poluição hídrica é um instrumento para manutenção ou melhoria da qualidade da água de um corpo hídrico. Existem parâmetros e níveis de contaminantes para a emissão de q g p p p efluentes líquidos previstos na legislação vigente, que devem ser seguidos antes da devolução em corpo receptor. Se o corpo hídrico onde for feito o lançamento de efluentes já estiver com a qualidade da água comprometida, ou seja, em desconformidade, deve-se lançar o efluente conforme a classe em que estiver desenquadrado. Atenção O estabelecimento de carga máxima de DBO é outro mecanismo de controle das fontes de poluição. É importante lembrar que não só a concentração do poluente mas a vazão de lançamento contribuem para que o efluente esteja em desconformidade com a legislação. O licenciamento ambiental prevê três tipos de licença que vão desde a construção do empreendimento industrial (LP) até a sua instalação (LI) e operação (LO) propriamente dita. Em todas essas etapas, a indústria deverá estar enquadrada nos parâmetros legais vigentes. Monitoramento constante dos e�uentes industriais Como o efluente industrial pode apresentar uma grande variedade de contaminantes dependendo das atividades fins da indústria, é necessária a realização de uma amostragem desse efluente, bem como o envio para um laboratório credenciado para a sua caracterização. Atenção A quantidade e a qualidade do resíduo ou efluente líquido deverão atender às normas e aos parâmetros da legislação vigente antes da disposição final, ou seja, antes do despejo do poluente no meio ambiente. Educação ambiental A educação ambiental é um instrumento de suma importância para sensibilizar e conscientizar. Pode ser usado tanto com crianças em ambiente escolar quanto com adultos de todas as idades fora do ambiente formal de educação. A educação ambiental surge como ponto chave para início da conscientização da população, de modo que um meio ambiente saudável gera qualidade de vida, preserva a biodiversidade, os recursos naturais, diminui a desigualdade social e contribui assim de forma positiva em todos os setores social e contribui, assim, de forma positiva em todos os setores. (MANCUSO; SANTOS, 2003 apud RYTCHYSKYI et al., 2021, p. 483) Embora ainda não seja valorizada como deveria no Brasil, a educação ambiental tem crescido em nosso país. Esse é, sem dúvida alguma, o instrumento de maior eficácia se bem implementado. O trabalho de conscientizar a população, os empresários e os governos é uma tarefa árdua, pois as pessoas tendem a repetir ações ecologicamente incorretas em um ciclo vicioso que passa através das gerações. O mundo está cada vez mais capitalista e as relações de consumo tornam-se incompatíveis com a qualidade de vida e a sobrevivência no planeta. As inovações tecnológicas requerem do meio ambiente cada vez mais matéria-prima e descartam no meio ambiente maiores quantidades de lixo eletrônico e resíduos não recicláveis. Não é somente consumir produtos que usem tecnologias e/ou serviços menos poluentes, processos de fabricação e tratamento de materiais de menor impacto ambiental, mas de redução e modificação dos padrões de consumo, de repensar não somente o tipo de produto que se usa, mas quanto de produto se usa. (adaptado por Beatriz Neves de ZANIRATO; ROTONDARO, 2016, p. 88) É necessária uma transformação social que atinja não só os empresários do setor industrial e os governantes, mas que promova uma reflexão, sensibilizando e conscientizando a comunidade como um todo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Módulo 3 - Vem que eu te explico! Tipos de processo de sistema de tratamento de e�uentes. Módulo 3 - Vem que eu te explico! Prioridade na prevenção da poluição hídrica. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Os sistemas de tratamento de efluentes são classificados quanto ao tipo de processo utilizado — físico, químico ou biológico — e quanto ao grau de eficiência da remoção de poluentes das unidades — tratamentos preliminar, primário, secundário e terciário/avançado. Marque a alternativa correta sobre o tratamento preliminar. A O tratamento preliminar tem como unidades o gradeamento, as peneiras, a caixa de areia e a caixa de gordura. B O tratamento preliminar atende ao padrão de qualidade de emissões, já que remove quase 100% das bactérias e parte dos nutrientes. C O tratamento preliminar é um tratamento físico parcial, uma etapa intermediária de tratamento mais completo. D O tratamento preliminar remove sólidos grosseiros e patógenos. E O tratamento preliminar é um tratamento físico e remove sólidos grosseiros, sólidos sedimentáveis e sólidos não sedimentáveis. Parabéns! A alternativa A está correta. O tratamento preliminar é um método físico que visa à remoção de sedimentos grosseiros, sendo uma etapa inicial do processo e, por esse motivo, não atende aos padrões de emissão de efluentes. Questão 2 “Para combater a poluição das águas, é preciso intensificar as campanhas de conscientização ambiental, promover medidas de controle e fiscalização, além de se realizar o correto manejo dos resíduos sólidos e o tratamento da água.” (PENA, R. F. A. Poluição hídrica. UOL, Mundo Educação, s. d. Consultado na internet em: 1 ago. 2021.) Marque a alternativa que apresenta a ordem correta de prioridade na prevenção. A Redução na fonte, reuso e reciclagem, recuperação energética, tratamento de efluentes e disposição final Considerações �nais O problema da poluição hídrica afeta não só o Brasil, mas todo o planeta Terra. Em nosso país, essa questão é agravada pela desigualdade social e pela falta de políticas públicas eficazes quesolucionem a ausência e disposição final. B Reuso e reciclagem, redução na fonte, recuperação energética, tratamento de efluentes e disposição final. C Recuperação energética, redução na fonte, reuso e reciclagem, tratamento de efluentes e disposição final. D Redução na fonte, recuperação energética, reuso e reciclagem, tratamento de efluentes e disposição final. E Redução na fonte, reuso e reciclagem, recuperação energética, disposição final e tratamento de efluentes. Parabéns! A alternativa A está correta. A primeira prioridade na prevenção é a redução na fonte, ou seja, não desperdiçar a água, seguida do reuso e reciclagem, que corresponde ao aproveitamento da água da chuva e da água do banho para jogar na descarga. Temos então a recuperação energética e o tratamento de efluentes, de acordo com os parâmetros de emissão, e a disposição final dos resíduos do tratamento de forma correta, por exemplo, dispor o lodo em aterro sanitário. g p g p p p q a precariedade na distribuição e no tratamento da água e do esgotamento sanitário. A água tratada não chega às casas de todos os brasileiros, enquanto falta água e a distribuição é irregular nas regiões mais pobres e no interior do país. Mesmo nos grandes centros urbanos falta o saneamento básico aos menos favorecidos e moradores de favelas. Ainda, os grandes problemas ambientais de nosso país o torna propenso a doenças de veiculação hídrica. A despeito dos vários mecanismos de prevenção para evitar a poluição hídrica, não há efetividade nas políticas públicas e na legislação vigente, e o controle torna-se precário. Para resolver o problema de poluição das água no Brasil, é necessário o desenvolvimento de políticas públicas eficientes. Programas educacionais e de conscientização da população promovidos tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada são fundamentais para esclarecer que a água é um recurso finito, embora renovável, e cada vez mais se torna escasso e com distribuição desigual no globo terrestre. É preciso formar cidadãos conscientes de suas responsabilidades socioambientais e que tenham práticas sustentáveis, para diminuirmos gradativamente os níveis de degradação dos corpos hídricos. Ainda, a poluição deve ser considerada uma questão de saúde pública e infraestrutura básica, pois continuaremos a ser foco de doenças epidêmicas e pandêmicas enquanto faltarem água e saneamento básico na casa dos brasileiros. Podcast Neste podcast, vamos apresentar os problemas ambientais, socioeconômicos e de saúde que a população de Mariana tem enfrentado desde 2015, correlacionando essas questões à contaminação hídrica que ocorreu ao longo de todo o Rio Doce. Referências BAITELO, R. Cortina de fumaça: as emissões de gases estufa e outros impactos da energia nuclear. São Paulo: Visão Gráfica e Editora, 2007. Consultado na internet em: 11 ago. 2021. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. FIOCRUZ. Esquistossomose. Observatório de clima e saúde, s. d. Consultado na internet em: 16 ago. 2021. FUGITA, S. R. Fundamentos do controle de poluição das águas. São Paulo: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, 2018. Consultado na internet em: 26. jul. 2021. ILHA, F. Explosão do garimpo ilegal na Amazônia despeja 100 toneladas de mercúrio na região. El País, 20 jul. 2021. Consultado na internet em: 16 ago. 2021. MILARÉ, É. Direito do ambiente. 2. ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2001. MUNIZ, D. H. de F.; OLIVEIRA-FILHO, E. C. Metais pesados provenientes de rejeitos de mineração e seus efeitos sobre a saúde e o meio ambiente. Universitas: Ciências da Saúde, v. 4, n. 1/2, p. 83-100, 2006. Consultado na internet em: 14 ago. 2021. OLIVEIRA, V. B. R. Poluição hídrica: a ameaça dos desreguladores endócrinos à saúde ambiental. Revista de Direitos Difusos, v. 67, n. 1, p. 36-68, 2017. Consultado na internet em: 16 set. 2021. POMPEU, C. T. Controle da poluição hídrica no Brasil. Revista de Direito Administrativo, v. 130, p. 425-439, 1977. Consultado na internet em: 16 set. 2021. RYTCHYSKYI, J. M. F.; ALMEIDA, C. A. S. M. de; CEDRIM, M. B. M. Reuso da água: uma revisão do ponto de vista legal. Revista Gestão e Sustentabilidade Ambiental, v. 10, n. 1, p. 470-485, 2021. Consultado na internet em: 16 set. 2021. SEZERINO, P. H. et al. Experiências brasileiras com wetlands construídos aplicados ao tratamento de águas residuárias: parâmetros de projeto para sistemas horizontais. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 20 n. 1, p. 151-158, 2015. Consultado na internet em: 16 set. 2021. SILVA, D. C.; FERNANDES, G. Aproveitamento do óleo residual de fritura para a produção de sabão líquido. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, Ituiutaba, Paracatu, Uberlândia, Patrocínio, 2011. Resumos [...] Ituiutaba: IFTM, SIN, 2011. Consultado na internet em: 12 ago. 2021. STROPASOLAS, P. Samarco retoma atividades em Mariana sem dar conta do legado de destruição. Brasil de Fato, São Paulo, 5 nov. 2020. Consultado na internet em: 16 ago. 2021. ZANIRATO, S. H.; ROTONDARO, T. Consumo, um dos dilemas da sustentabilidade. Estudos Avançados, v. 30, n. 88, p. 77-92, 2016. Consultado na internet em: 16 set. 2021. Explore + Veja um pouco mais sobre os aspectos legais do reuso das águas no artigo Reuso da água: uma revisão Veja um pouco mais sobre os aspectos legais do reuso das águas no artigo Reuso da água: uma revisão do ponto de vista legal, de Juliana Maria Rytchyskyi e colaboradores (2021). Você pode encontrá-lo no portal da Revista Gestão e Sustentabilidade Ambiental. Para se aprofundar nos impactos gerados pelos rejeitos de mineração, como a contaminação por metais pesados e seus efeitos para a saúde e o meio ambiente, leia o artigo Metais pesados provenientes de rejeitos de mineração e seus efeitos sobre a saúde e o meio ambiente, de Daphne Heloisa Muniz e Eduardo Oliveira-Filho (2006), disponível no portal da revista Universitas: Ciências da Saúde. Baixar conteúdo javascript:CriaPDF()
Compartilhar