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1 A EVOLUÇÃO DAS REDES DE TELE COMONICAÇÃO REDES CONVERGENTES 1

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REDES 
CONVERGENTES 
Lídia Patrícia Cruz Silva
Evolução das redes de 
telecomunicação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Contextualizar as telecomunicações desde a invenção do aparelho 
telefônico.
 � Descrever o processo de digitalização das redes telefônicas a partir 
da década de 1970 e a difusão dessas tecnologias a partir de 1990.
 � Analisar as tecnologias de redes de telecomunicação do século XXI 
e as perspectivas futuras.
Introdução
Neste capítulo, você estudará sobre a evolução das redes de telecomu-
nicações. Além disso, conhecerá o processo de digitalização das redes 
telefônicas a partir da década de 1970. Por fim, verá novas tecnologias de 
redes de telecomunicações da atualidade e perspectivas para o futuro.
1 História das telecomunicações — 
invenção do aparelho telefônico
Para compreender o avanço das telecomunicações, é preciso conhecer um 
pouco sobre a base de toda essa evolução: a eletricidade. Todos os dispositivos 
eletrônicos utilizados nas telecomunicações atuais dependem de alguma forma 
da eletricidade. Em 1747, Benjamin Franklin e William Watson, em locais 
distintos, chegaram à mesma conclusão, introduzindo o conceito da eletricidade 
para o mundo. Os fenômenos elétricos continuaram sendo estudados e foram 
criadas muitas invenções, como a pilha elétrica, capaz de armazenar e utilizar 
eletricidade, inventada por Alessandro Volta, em 1801. 
Alguns anos depois, foi descoberto o eletromagnetismo, com a conclusão 
de que campos elétricos e magnéticos estão associados por meio de corrente 
elétrica. Em 1831, Michael Faraday descobriu o fenômeno da indução mag-
nética, em que uma variação no campo magnético produz um campo elétrico, 
induzindo corrente elétrica em materiais condutores (PINHEIRO, 2004). 
A indução magnética foi descoberta em 1831 por dois cientistas, o inglês Michael 
Faraday — citado no texto — e o estadunidense Joseph Henry, de forma independente. 
Estudos afirmam que Henry foi o primeiro a descobrir o fenômeno, mas, por não ter 
aprofundado nem publicado seus resultados na época, quando decidiu fazer isso, em 
1832, o reconhecimento da descoberta já havia sido atribuído a Faraday, que publicou 
um estudo muito mais detalhado um ano antes (FERREIRA, 2020). 
Utilizando a eletricidade, Samuel Morse inventou, em 1837, o telégrafo 
(Figura 1), que pode ser considerado o precursor do telefone, marcando o início 
da era das telecomunicações no mundo. O telégrafo permite a transmissão de 
mensagens por longas distâncias em pouco tempo. No entanto, ele só permitia 
o envio de sinais elétricos pulsados.
Houve muitas descobertas, até que, em 1876, ocorreu a maior revolução nas 
telecomunicações, quando Alexander Graham Bell patenteou a descoberta do 
telefone. Desde o ano anterior, Graham Bell e seu auxiliar, Thomas Watson, 
faziam experiências com telégrafos na tentativa de transmitir voz através da 
eletricidade. No dia 10 de março de 1876, foi realizada a primeira transmissão 
de uma mensagem completa no aparelho inventado. Graham Bell disse, ao 
telefone: “Senhor Watson, venha cá. Preciso falar-lhe”. No Brasil, o telefone 
chegou em 1877, depois de D. Pedro II participar de uma exposição na Filadélfia 
e ver o funcionamento do aparelho. 
Evolução das redes de telecomunicação2
Figura 1. Telégrafo utilizado para a transmissão de mensagens.
Fonte: tantawat/Shutterstock.com.
É difícil sentenciar quem inventou o telefone, pois, de forma simultânea e independente, 
vários cientistas trabalharam com o mesmo objetivo. Na Alemanha, Johann-Philipp Reis; 
na França, Charles Bourseul; nos Estados Unidos, Elisha Gray e Alexander Graham Bell. 
Conforme visto, Bell entrou para a história por ter obtido primeiro a patente para seu 
aparelho elétrico de transmissão de voz, em 14 de fevereiro de 1876 (MÖDERLER, 2010). 
As primeiras ligações telefônicas eram feitas com o intermédio de telefo-
nistas. O usuário girava uma manivela no telefone para gerar uma corrente 
e chamar a telefonista, que atendia e comutava os pontos manualmente para 
completar a ligação. Com o passar do tempo, surgiram as centrais telefônicas 
automáticas. Assim, as ligações passaram a ser realizadas por meio de telefones 
com discos para o envio de sinalização decádica, em que o telefone enviava 
pulsos (de 0–9) para a central telefônica. As informações enviadas permitiam 
a identificação do número de destino, de modo que a conexão era realizada 
sem o auxílio de telefonistas. Essa tecnologia durou até o final da década de 
3Evolução das redes de telecomunicação
1960, quando surgiram os telefones com teclado eletrônico, que enviavam 
pulsos de sinalização decádica de acordo com a tecla discada, facilitando a 
realização da chamada telefônica, pois o tempo para digitar os números era 
bem menor do que o para girar os números dos discos. 
Com a chegada da sinalização do tipo DTMF (Dual-Tone Multi Frequency; 
ou Tom Duplo de Multifrequência, em português), o envio da sinalização para 
as centrais telefônicas ficou mais rápido. Quando se ocupa uma linha telefônica, 
o circuito elétrico é fechado. Contudo, na discagem com sinalização decádica, 
ocorrem aberturas periódicas ao girar o disco, identificando o número discado. 
Por exemplo, ao discar o número 1, ocorria uma abertura no circuito, e assim 
por diante. Ao discar o 0, eram feitas 10 aberturas no circuito. 
Na discagem com sinalização DTMF, cada tecla possui duas frequências. 
O tom de discagem é obtido pela soma senoidal da frequência alta e da 
frequência baixa correspondente de cada número e enviado para a central 
telefônica. Por exemplo, ao teclar o número 7, o tom enviado é a soma senoidal 
da frequência alta 1.209 Hz e da frequência baixa 852 Hz. As frequências 
referentes a todos os números foram escolhidas para se diferenciarem das 
frequências produzidas pela voz humana (CAMPOS, 2007). A Figura 2, 
a seguir, apresenta os tipos de discagem eletrônica.
Figura 2. Tipos de discagem telefônica.
Fonte: Teleco (2010, documento on-line).
Frequências
baixas (Hz)
Decádico
Multifrequencial
Digital
Frequências altas (Hz)
697
1.209 1.477 1.663
770
941 * 0
7
4
1
C
D
B
A
9
#
6
3
5
2
852 8
1.336
Evolução das redes de telecomunicação4
Em paralelo ao desenvolvimento do telégrafo e do telefone, as pesqui-
sas sobre eletricidade e eletromagnetismo continuaram. Em 1894, o italiano 
Guglielmo Marconi, por meio da realização de experimentos utilizando as 
tecnologias conhecidas até então, conseguiu fazer o som de uma campainha, 
ligada a equipamentos de transmissão, chegar a um quilômetro de distância. 
Assim, surgia o rádio. A primeira transmissão de voz e música por ondas 
de rádio aconteceu em 1906, nos Estados Unidos. O tubo iconoscópico, 
que é a base da televisão, foi criado, por volta de 1923, por Vladmir Zworykin, 
um russo que morava nos Estados Unidos. Em 1928, foi realizada a pri-
meira transmissão de televisão de forma elementar, com imagens embaçadas. 
Em 1930, a TV passou a ser mais lapidada, com melhorias nas transmissões. 
Pesquisas durante a Segunda Guerra Mundial impulsionaram o desenvol-
vimento de tecnologias e dos aparelhos de televisão. A Figura 3, a seguir, 
apresenta exemplos dos primeiros aparelhos eletrônicos criados.
Figura 3. Aparelhos eletrônicos antigos: (a) telefone; (b) rádio; (c) televisão.
Fonte: (a) ziviani/Shutterstock.com, (b) Policas/Shutterstock.com e (c) Byjeng/Shutterstock.com.
(a)
(b)
(c)
5Evolução das redes de telecomunicação
Durante a Segunda Guerra Mundial, outras descobertas importantes foram 
feitas, com destaque para o primeiro computador digital eletrônico, o ENIAC 
(Electronic Numerical Integrator and Computer; ou Computador Integrador 
Numérico Eletrônico, em português), construído pelo físico John William 
Mauchly e pelo Engenheiro Eletricista John Presper Eckert Jr., da Universidade 
da Pensilvânia. Esse computador entrou em funcionamento em 1946 e tinha 
uma capacidade de processamento de5.000 operações por segundo. O ENIAC 
possuía 17.468 válvulas com 160 kW de potência, 10.000 capacitores e sua 
principal função era realizar cálculos balísticos. Ele levava 20 segundos para 
calcular a trajetória de um projétil que levava 30 segundos para atingir o alvo. 
O computador pesava 30 toneladas, ocupava uma área de 93 m2 e utilizava 
cartões perfurados como sistema operacional. 
O UNIVAC (Universal Automatic Computer; ou Computador Automático 
Universal, em português) substituiu o ENIAC e tornou-se o protótipo dos 
computadores de grande porte da atualidade. Ele foi o primeiro computador 
digital eletrônico para aplicações de negócios e usava o sistema binário de 
numeração, utilizado até hoje para realizar operações. 
Em 1947, surgiu a primeira ideia de telefonia celular móvel, que seria o uso 
de telefones que utilizavam células para identificar o usuário em qualquer local 
onde a chamada telefônica fosse realizada. Outras descobertas que merecem 
ser mencionadas na evolução das telecomunicações são: o transistor, em 1948, 
que utilizava propriedades eletrônicas de materiais como o silício para realizar 
as mesmas funções das válvulas, porém consumia menos energia, era mais 
resistentes e muito menor, possibilitando a construção de dispositivos com 
dimensões reduzidas; as comunicações via satélite, em 1957; o primeiro modelo 
de fibra ótica, em 1958; e o laser (light amplification by stimulated emission 
of radiation; ou amplificação da luz por emissão estimulada de radiação, em 
português), em 1960.
Sistema telefônico básico
Os sistemas telefônicos são compostos por assinantes, sistemas de distribuição, 
centrais telefônicas e sistemas de transmissão. O assinante da rede telefônica 
utiliza um terminal telefônico para realizar chamadas. Esses terminais podem 
ser de uso público (os conhecidos “orelhões”) ou privado (p. ex., um PABX 
[Private Automatic Branch Exchange; ou Troca Automática de Ramais Pri-
vados, em português]). 
Evolução das redes de telecomunicação6
Os sistemas de distribuição, responsáveis pela conexão do usuário com a 
central telefônica, são estruturas físicas compostas por caixas e armários de 
distribuição, com fiações metálicas para as conexões entre terminais e centrais 
telefônicas. Com essa estrutura, o assinante tem acesso a uma operadora 
de telefonia, originando a RTPC (Rede de Telefonia Pública Comutada). 
A central telefônica tem a função de automatizar a comutação de circuitos 
para estabelecer a conexão entre assinantes. A central de comutação estabelece 
circuitos temporários entre assinantes, permitindo o compartilhamento de 
meios e promovendo uma otimização dos recursos disponíveis. 
As centrais telefônicas locais conectam os assinantes de uma determinada 
região e se conectam a outras centrais de outras regiões por meio dos chamados 
circuitos-tronco. Antigamente, essa conexão era realizada por uma telefonista, 
que atendia a ligação e, a partir da solicitação, conectava o assinante a um 
outro assinante. Os sistemas de transmissão são responsáveis pela conexão 
entre as centrais telefônicas (CAMPOS, 2007). A Figura 4, a seguir, apresenta 
um esquema de um sistema básico de telefonia.
Figura 4. Estrutura de um sistema telefônico básico.
Fonte: Teleco (2009, documento on-line).
Assinantes
Sistema de
distribuição
Assinantes
Sistema de
distribuição
Central
telefônica
Sistema de
transmissão
Central
telefônica
2 Processo de digitalização das redes 
telefônicas 
As primeiras ligações de longas distâncias DDD (discagem direta a distância) 
foram feitas por volta do ano de 1960, iniciando o ciclo de digitalização da 
telefonia. Com isso, houve uma diminuição do tamanho dos aparelhos telefô-
nicos e de todas as estruturas que fazem parte das redes telefônicas, além da 
evolução dos software que fazem parte dos sistemas telefônicos e das redes 
de comunicação de dados. 
7Evolução das redes de telecomunicação
Em 1965, a primeira central telefônica digital com tecnologia CPA (Central 
por Programa Armazenado) foi construída, dando os primeiros passos em 
direção a novas tecnologias na telefonia fixa. As primeiras centrais eram do 
tipo CPA-A, em que apenas o controle e a gerência da central eram digitais. 
Contudo, a matriz de comutação — a parte onde trafegavam os sinais de voz — 
ainda era analógica. Em seguida, surgiram as centrais do tipo CPA-T, em que 
todos os processos passaram a ser digitais. Com isso, as redes de comunicação 
também seguiam para a digitalização (PINHEIRO, 2004). 
A voz humana é um sinal analógico que, para conseguir trafegar em uma 
rede digital, precisa ser convertido. A técnica de PCM (Pulse Code Modu-
lation; ou Modulação por Código de Pulso, em português) é utilizada nessa 
conversão. O processo de transformação do sinal analógico em digital passa 
por três fases: amostragem, quantização e codificação. Na amostragem, 
as amostras do sinal original são retiradas de acordo com uma frequência 
predeterminada (quanto mais amostras, maior fidelidade na recuperação do 
sinal no outro lado da chamada). Já na quantização é feito o refinamento do 
sinal amostrado. Por fim, na codificação, ocorre a transformação do sinal 
quantizado em um sinal binário (CAMPOS, 2007). 
A frequência de amostragem utilizada internacionalmente em telefonia é 
de 8.000 amostras por segundo, definida pelo Teorema de Nyquist. Um código 
de 8 bits corresponde a um nível de valor de quantização. Logo, multiplicando-
-se 8.000 amostras por segundo com 8 bits por amostra, tem-se uma taxa de 
64.000 bits por segundos. Esse padrão é utilizado na telefonia fixa até hoje. 
Todavia, outras tecnologias para digitalização e compactação de sinais de voz 
vêm sendo desenvolvidas para otimizar a telefonia celular e a transmissão de 
voz sobre IP (VoIP).
De acordo com Campos (2007), para viabilizar o transporte dos sinais 
digitalizados, pode-se utilizar a técnica de TDM (Time-Division Multiplex; ou 
Multiplexação por Divisão de Tempo, em português), que consiste em reservar, 
para cada canal, espaços de tempo predefinidos para serem transmitidos. 
O Brasil utiliza o mesmo padrão europeu para a multiplexação de sinais 
digitais, reunindo grupos de 32 canais, em que, geralmente, 30 canais são 
responsáveis pelo transporte de voz, e 2 canais, pela sincronização e sinalização. 
A taxa de bits para transportar os 32 canais será de 2 Mbits por segundo, pois 
multiplica-se (8.000 amostras por segundo × 32 canais × 8 bits), totalizando 
2.048.000 bits por segundo. 
Evolução das redes de telecomunicação8
Além da evolução das telecomunicações, a comunicação de dados passou 
a ter mais importância com a Guerra Fria. Os Estados Unidos tinham a pre-
ocupação de montar sua estratégia com o auxílio de computadores para não 
ficarem vulneráveis à possibilidade de um ataque nuclear. Com isso, os recursos 
de computação foram distribuídos por todo o país, interligando-os em uma 
grande rede. Dessa forma, caso ocorresse a destruição de algum componente, 
o funcionamento do restante desses recursos não era comprometido. 
Em meados dos anos 60, os computadores de diferentes fabricantes loca-
lizados em institutos de pesquisa não conseguiam se comunicar com outros 
computadores. Em 1967, a Advanced Research Projects Agency (ARPA) 
apresentou uma pequena rede de computadores conectados em uma reunião 
da Association for Computing Machinery (ACM). A ideia era que diferentes 
computadores seriam ligados a um IMP (Interface Message Processor; ou 
Interface do Processador de Mensagens, em português), um computador es-
pecializado, que se ligaria a outros computadores. O IMP deveria ser capaz de 
se comunicar com outros IMPs e com o computador ao qual estava conectado. 
Então, em 1969, o departamento de defesa dos Estados Unidos iniciou a 
Arpanet (Advanced Research Projects Agency Network; ou Rede da Agência 
para Projetos de Pesquisa Avançada, em português), uma rede de pacotes que, 
inicialmente, interligava centros de pesquisa, órgãos do governo e bases mili-
tares.A ligação entre esses locais era feita através de circuitos de 56 kbits/s por 
meio do protocolo NCP (Network Control Protocol; ou Protocolo de Controle 
de Rede, em português). Devido à facilidade de trocar informações por correio 
eletrônico e outros serviços, o NCP tornou-se popular entre os pesquisadores. 
A tecnologia de comutação de pacotes foi implementada na Arpanet.
Outro conceito introduzido foi o de arquitetura de rede de computadores, 
dividindo a rede em camadas por função de tarefas de comunicação entre 
aplicações de computadores distintos. A rede Arpa foi a primeira a desenvol-
ver protocolos de transporte, elaborando mecanismos para controle de fluxo, 
confiabilidade e roteamento de pacotes. Nesse período, os primeiros protocolos 
de aplicação foram introduzidos, como o FTP (File Transfer Protocol; ou 
Protocolo de Transferência de Arquivos, em português) e o protocolo Telnet, 
um protocolo de terminal virtual, ambos utilizados até hoje. Em 1974, a ARPA 
desenvolveu um conjunto de protocolos que formaram o TCP/IP (Transmission 
Control Protocol/Internet Protocol; ou Protocolo de Controle de Transmissão/
Protocolo de Internet, em português), que chegou à sua forma atual em 1978 
(FOROUZAN, 2013; PINHEIRO, 2004).
9Evolução das redes de telecomunicação
Protocolo é um conjunto de regras que permite que dois ou mais dispositivos tro-
quem informações. Ele define as regras, a sintaxe, a semântica e a sincronização da 
comunicação entre os dispositivos. Os protocolos podem ser implementados tanto 
por software como por hardware, ou por uma combinação de ambos. Os protocolos 
de comunicação da internet são divulgados pela IETF (Internet Engineering Task Force) 
por meio da publicação de documentos denominados RFCs (Request for Comments). 
O trabalho, a organização e os processos do IETF estão definidos na RFC 3160. 
Ainda em 1974, a faixa de frequência para a telefonia celular foi regulamenta 
pelo Federal Communications Comission (FCC). No ano seguinte, surgiu 
o AMPS (Advanced Mobile Phone System; ou Sistema de Telefone Móvel 
Avançado, em português), que se baseia no conceito de sistema celular. Esse 
sistema foi adotado pelas operadoras no Brasil nos primeiros sistemas de 
telefonia celular analógica. A parte analógica estava relacionada somente à 
voz no trecho entre a torre de transmissão e o usuário móvel. As outras partes, 
que incluíam a ligação da estação rádio base à CCC (Central de Comutação e 
Controle), eram todas digitais. Em 1978, o Japão iniciou a operação de telefonia 
celular. O uso comercial nos Estados Unidos só ocorreu em 1983. 
Continuando a evolução das redes de computadores, muitas empresas que 
fabricavam dispositivos de processamento de dados desenvolveram arquiteturas 
proprietárias, com seus próprios métodos para interagir em rede. Em 1978, 
o Comitê Consultatif International Telephonique et Telegraphique (CCITT) 
e a International Organization for Standardization ISO) estudavam uma 
abordagem sobre padrões abertos alternativos. O CCITT tornou-se o ITU-T 
(International Telecommunications Union-Telecommuncations Standardization 
Sector) e, em 1984, concluiu um trabalho que resultou no Modelo de Referência 
OSI (Open System Interconnect), definindo o modelo de sete camadas para 
comunicação de dados (PINHEIRO, 2004). A Figura 5 mostra a comunica-
ção entre dois computadores, que atravessam toda a pilha de protocolos das 
camadas do modelo OSI.
Evolução das redes de telecomunicação10
Figura 5. Comunicação pelas camadas do modelo OSI.
Fonte: Tanenbaum (2011, p. 26).
As camadas do modelo OSI são descritas a seguir.
 � Camada de aplicação: tem a função de prover uma interface entre o 
usuário e a rede. Os navegadores de internet, por meio do protocolo 
HTTP (Hypertext Transfer Protocol; ou Protocolo de Transferência de 
Hipertexto, em português), o software de e-mail, entre outros, possi-
bilitam a interação entre homem e máquina, transmitindo e recebendo 
dados da rede. 
 � Camada de apresentação: responsável por exibir os dados para a 
camada de aplicação. Tem a função de codificar e decodificar os dados 
para torná-los legíveis na camada de aplicação. 
11Evolução das redes de telecomunicação
 � Camada de sessão: tem o objetivo de controlar a comunicação entre 
dispositivos. Essa camada gerencia o estabelecimento e a finalização 
de uma conexão entre dois dispositivos, bem como as formas que essas 
conexões podem ser feitas: simplex (em que a comunicação é unilateral; 
i.e., um dispositivo transmite e o outro recebe os dados) ou full duplex 
(em que a comunicação é bilateral; i.e., os dois dispositivos transmitem 
e recebem os dados). 
 � Camada de transporte: responsável pelo agrupamento de dados em 
segmentos e a fragmentação destes de forma que se encaixem na tecno-
logia física da rede que está sendo utilizada. As principais características 
dessa camada são: garantir a entrega de segmentos ao destino; controlar 
o fluxo, a ordem e os erros na transmissão; garantir que as camadas 
superiores sejam isoladas de mudanças na tecnologia de hardware.
 � Camada de rede: encaminha os dados, verificando a melhor rota a 
seguir e controlando a operação da sub-rede. Nessa camada, o endereço 
IP é atribuído ao pacote de dados. 
 � Camada de enlace: tem a finalidade de traduzir os dados provenientes 
da camada de rede em bits e prover a transferência dos dados no meio. 
Para tanto, o transmissor deve dividir os dados de entrada em quadros 
de dados e transmiti-los sequencialmente. 
 � Camada física: composta por cabeamento, conectores e interfaces de 
sincronização que recebem os bits da camada de enlace. Essa camada 
trata da transmissão de bits por um canal de comunicação (TANEN-
BAUM, 2003).
As primeiras implementações da internet (rede que utilizada até hoje) 
ocorrem em 1980, com a conversão das máquinas da Arpanet para a utilização 
dos protocolos TCP/IP. A transição entre as redes foi finalizada em 1983, e, a 
partir daí, todos os dispositivos que desejassem se conectar à rede deveriam 
adotar o protocolo TCP/IP. A partir de então, a internet cresceu rapidamente, 
com milhares de computadores conectados e uma enorme quantidade de dados 
e informações disponibilizadas.
Com a evolução da internet e a digitalização da telefonia, surgiu, em 1991, 
a tecnologia digital de telefonia celular TDMA (Time Division Multiple Access; 
ou Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo, em português). Outras tecnologias, 
como a CDMA (Code Division Multiple Access; ou Acesso Múltiplo por 
Divisão de Código, em português) e a GSM (Global System for Mobile Com-
munications; ou Sistema Global para Comunicações Móveis, em português) 
também foram desenvolvidas. 
Evolução das redes de telecomunicação12
No Brasil, enquanto o celular fazia sucesso na telefonia, a RNP (Rede 
Nacional de Pesquisa) foi formada, com o objetivo de coordenar a construção 
e a instalação de um backbone (espinha dorsal da internet, responsável pelo 
envio e recebimento de dados entre localidades diferentes) nacional para 
conectar as principais universidades brasileiras a NSFNET (backbone da 
National Science Foundation). Em 1993, foi lançado o primeiro navegador 
gráfico para internet, o Mosaic, atraindo mais usuários para a rede, em virtude 
das facilidades contidas na ferramenta. 
À medida que os preços dos computadores foram diminuindo, a procura 
pelo direito ao acesso à internet foi aumentando. Em maio de 1995, foi formado 
o Comitê Gestor de Internet/Brasil, cuja função era coordenar e disciplinar 
a implantação da internet comercial no Brasil, impulsionando o crescimento 
da internet juntamente à telefonia, em processo de digitalização avançado. 
Contudo, os acessos dos usuários ao sistema permaneciam quase totalmente 
analógicos (última milha), e apenas clientes de médio e grande portes possuíam 
conexões através de links de rádios digitais ou fibras óticas. 
Uma forma para atendimento com comunicação digital de última mi-
lha é a utilização de terminais ISDN (Integrated ServicesDigital Network; 
ou Rede Digital de Serviços Integrados, em português), que permitem que as 
centrais digitais sejam equipadas com linhas de assinantes com a capacidade 
de transmitir dois canais de 64 kbits/s e um canal de 16 kbits/s para sinaliza-
ção. Com dois canais disponíveis, o assinante pode utilizá-los para realizar 
chamadas telefônicas simultaneamente, ou para uma chamada telefônica 
e uma conexão de dados em uma velocidade de 64 kbits/s, ou mesmo uma 
única conexão de dados em uma velocidade de 128 kbits/s utilizando os dois 
canais (PINHEIRO, 2004). 
Pinheiro (2004) menciona que a tecnologia DSL (Digital Subscriber Line; 
ou Linha Digital de Assinante, em português) possibilitou novos avanços para 
a digitalização dos acessos de última milha, o que viabilizou o uso da rede 
metálica existente para a transmissão de dados com maiores velocidades. 
A entrada de modems do tipo HDSL (High-Bit-Rate Digital Subscriber Line; 
ou Linha Digital de Assinante de Alta Taxa de Bits, em português) permitiu 
que clientes de pequeno e médio portes das operadoras pudessem se tornar 
digitais com uma grande redução nos custos. A tecnologia DSL é utilizada 
mais intensamente com o aumento crescente da banda larga, com as conexões 
ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line; ou Linha Digital Assimétrica 
para Assinante, em português), que são comercializadas pelas operadoras de 
telecomunicações. Além da navegação na internet com maiores velocidades, 
esses acessos podem permitir novos serviços de mídia para os usuários. 
13Evolução das redes de telecomunicação
3 Tecnologias de redes de telecomunicações 
do século XXI e as perspectivas futuras
A convergência total de redes de telecomunicações (i.e., a integração de serviços 
de dados, voz e vídeo) se baseia na tecnologia das plataformas NGN (Next 
Generation Networks; ou Redes de Nova Geração, em português). Nelas, todas 
as informações transportadas utilizam uma única estrutura de backbone e 
apenas um protocolo básico para transmitir as informações na rede. Contudo, 
até que todos os serviços sejam convergidos, haverá uma característica híbrida 
na forma de transportar as informações, que, ao final, deverá ser apenas em 
modo de pacotes. Para que isso seja possível, uma arquitetura de NGN é pro-
posta e implementada por operadoras ao redor do mundo (PINHEIRO, 2004). 
Nessa nova estrutura de transmissão de dados, deve-se observar alguns 
princípios: garantia na qualidade dos serviços (QoS) disponibilizados, pois 
alguns tipos de aplicações, como as videoconferências e as ligações telefônicas, 
são sensíveis a atrasos (característica de redes de pacotes); confiabilidade, ou 
seja, garantir os requisitos mínimos aceitáveis para o serviço proposto; escala-
bilidade, isto é, a capacidade de crescimento; uso eficiente de recursos, a fim 
de economizar investimentos em infraestrutura; e uma operação simplificada 
da rede, a fim de reduzir custos operacionais. Novos protocolos, como MPLS 
(Multi Protocol Label Switch; ou Comutação de Rótulos Multiprotocolo, em 
português) e RSVP (Resource Reservation Protocol; ou Protocolo de Reserva 
de Recursos), foram desenvolvidos para que o ambiente NGN possibilite o 
trânsito adequado de diferentes serviços e permita a compatibilidade dos 
sistemas de telefonia atuais com a nova rede. 
As operadoras de telefonia devem aplicar um novo modelo de negócios, 
envolvendo valores inovadores, com foco em novos serviços multimídia, que 
devem atender às necessidades dos clientes de ter um serviço de voz, vídeo e 
dados (triple play) de uma mesma operadora. Os benefícios do acesso à banda 
larga, com altas velocidades de transmissão de dados, junto a um sistema de 
televisão IP de fácil utilização, podem permitir que as operadoras de teleco-
municações se tornem mais competitivas, fazendo ofertas customizadas dos 
diferentes serviços, como: IPTV, VoIP, jogos on-line, streaming de áudio e 
vídeo, gravação de programas de TV, videochamadas, serviços de trocas de 
e-mail e mensagens, acesso à internet pela televisão e outros eletrodomésticos 
(internet das coisas [IoT]), entre outros. 
Evolução das redes de telecomunicação14
5G e a internet das coisas
O cenário das redes convergentes aponta diretamente para a disseminação 
das redes de 5ª geração (5G) e a ampla utilização da IoT. A Figura 6, a seguir, 
apresenta uma série de dispositivos distintos interligados através da internet.
Figura 6. Internet das coisas.
Fonte: Dod Vision (2019, documento on-line).
A quinta geração da telefonia celular (5G) vem sendo implementada em 
alguns países, como Estados Unidos, Reino Unido e China. Essa nova tec-
nologia possui algumas características que chamam atenção: transmissão de 
dados dez vezes mais rápida que a da geração anterior, latência dez vezes 
menor e possibilidade de conectar o maior número de dispositivos à rede, 
consumindo menos energia.
15Evolução das redes de telecomunicação
Entre os serviços que o 5G permite está o suporte a aplicações de IoT 
(Internet of Things). A IoT é um conceito que aborda a conexão de diferentes 
dispositivos do cotidiano (televisão, máquina de lavar, lâmpadas, cortinas, 
carros, etc.) à internet, possibilitando uma maior e melhor interação com o 
usuário. Apesar de já existirem aplicações de IoT com as tecnologias anteriores 
(4G), acredita-se que somente com a chegada e a consolidação da tecnologia 
5G poderá existir uma IoT funcionando com todo o desempenho esperado.
CAMPOS, A. S. Telefonia digital: a convergência de voz em dados. 2007. Disponível 
em: https://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialconvdados/default.asp. Acesso em: 
10 maio 2020.
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blog/o-que-e-internet-das-coisas/. Acesso em: 10 maio 2020.
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brasilescola.uol.com.br/fisica/a-descoberta-inducao-eletromagnetica.htm. Acesso 
em: 10 maio 2020.
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MÖDERLER, C. 1876: Graham Bell obtém a patente do telefone. 2010. Disponível 
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-telefone/a-441123. Acesso em: 10 maio 2020.
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tutoriais/tutorialconvdados_figura1.gif. Acesso em: 10 maio 2020.
Evolução das redes de telecomunicação16
Leituras recomendadas
DIOGENES, Y. Certificação CISCO. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2004.
FILIPPETTI, M. A. CCNA 3.0: guia completo de estudo. Florianópolis: Visual Books, 2002.
PINHEIRO, J. M. S. Telefonia pela internet. 2005. Disponível em: https://www.projetode-
redes.com.br/artigos/artigo_telefonia_pela_internet.php. Acesso em: 10 maio 2020.
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