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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Departamento de Biologia Disciplina de Fisiologia Vegetal Nutrição Mineral Profª Drª Luciane A. Tabaldi → Nutrientes minerais → elementos obtidos → íons inorgânicos do solo circulam continuamente por todos os organismos entram na biosfera → sistemas radiculares das plantas → “mineradoras” da crosta terrestre. → *** absorção= processo muito eficaz. ### Após terem sido absorvidos → translocados p/ as diversas partes da planta → funções biológicas. NUTRIÇÃO MINERAL ⇒ “estudo do modo como as plantas obtêm e utilizam os nutrientes minerais.” • a absorção dos elementos contidos no solo ou em outros meios; • o seu transporte e redistribuição; • os papéis que desempenham na planta. Essa área de pesquisa é fundamental: → “aprimorar práticas agrícolas” → “proteção ambiental” → “compreender as interações ecológicas das plantas em ecossistemas naturais” p/ atender a demanda crescente por alimento, o consumo mundial dos principais elementos minerais fertilizantes (N, P, K) ↑ de 30 milhões de toneladas métricas (1960) p/ 143 milhões de toneladas métricas (1990) � 1990 a 2000 → consumo permaneceu constante � Últimos anos → ↑ para 180 milhões de toneladas 2 → “proteção ambiental” Plantas cultivadas → utilizam menos da metade do fertilizante aplicado. Restante= podem lixiviar para águas superficiais ou subterrâneas, associar-se às partículas do solo ou contribur para a poluição atmosférica ou a mudança climática. * Maior produção de madeira 3 Por que estudar Nutrição Mineral de Plantas o homem come planta ou planta modificada! a planta tem que se alimentar → somente alimentando a planta é possível alimentar o homem. HISTÓRICO • ARISTÓTELES (350 a.C.)= filósofo e biólogo → “Teoria humística” → as plantas se alimentam do húmus e, após a morte, retornam ao húmus. → As folhas das plantas teriam duas funções: ☺Utilitária= proteção dos frutos do calor do sol; ☺Estética= embelezando a planta*** • 1563: francês Palissy: idéia clara da contribuição do sal do solo para a vida da planta. • 1652: holandês van Helmont (médico e alquimista) → as plantas absorvem água e sintetizam suas substâncias a partir dela. Experimento: 2,5 Kg 82 Kg 150 Kg 149 Kg • 1766: Inglês Woodward: quanto mais suja a água, maior o crescimento das plantas → “A terra, não a água é o material formador das plantas”. • 1774: inglês Priestley → descobre o O2 e verifica que as plantas eram capazes de purificar o ar “viciado” pelos animais. 5 anos • 1776: Ingenhousz: as plantas liberam mais O2 à luz do dia e o consomem mais no escuro e na sombra. • 1796: Ingenhousz: demonstrou a essencialidade dos nutrientes. • 1804: Suíço Saussure → “Pesquisas químicas sobre as plantas”. → A planta obtinha C do CO2 atmosférico; → O H e o O2 eram assimilados na mesma proporção em que estão na água (2:1); → O aumento na matéria seca era devido ao C, H e O; → O solo era o fornecedor de minerais indispensáveis à vida da planta; → Respiração ⇒ processo que funciona como fonte de energia. 4 • A partir de 1830: Boussingault → experimentos a campo → o solo é o fornecedor de minerais indispensáveis à vida da planta. • Alemão Justus von Liebig: disciplina científica “Lei do Mínimo” → a produção de uma planta é limitada ao elemento mais escasso entre todos os nutrientes presentes no solo. → São três os meios que fornecem elementos p/ a composição das plantas: **** Ponto de vista de quantidade de elementos fornecidos ⇒ solo ⇒ menos importante meio mais facilmente modificável pelo homem. O SOLO COMO FORNECEDOR DE NUTRIENTES → SOLO ⇒ reservatório de todos os nutrientes p/ a maioria das culturas.*** ## Fase sólida → partículas minerais= areia, silte e argila. → partículas orgânicas= M.O. → decomposição de resíduos de origem animal e vegetal. 5 → cátions= intimamente ligados às cargas negativas (predominam) das partículas do solo (orgânicas e inorgânicas) → fator importante p/ a fertilidade do solo Ca2+, Mg2+, K+, Na+, NH4+, Al3+ e H+ não são facilmente perdidos quando o solo é lavado pela água → reserva de nutrientes disponível p/ as raízes de plantas. Os nutrientes minerais adsorvidos dessa forma podem ser substituídos por outros cátions → TROCA CATIÔNICA → capacidade de troca de cátions (CTC) → altamente dependente do tipo de solo. Ex. Um solo com grande CTC geralmente tem uma maior reserva de nutrientes. → Ânions = nitrato (NO3-) e cloreto (Cl-) → repelidos pelas cargas negativas → permanecem dissolvidos na solução do solo → + sujeitos à lixiviação. 6 um solo capaz de garantir altas produtividades ⇒ quatro propriedades que começam com “f” ⇒ fôfo, fresco, fértil e fundo (Prof. Carlos Teixeira Mendes) ## Fase líquida do solo de onde a raiz absorve ânions e cátions quase que exclusivamente. • solução do solo com minerais dissolvidos → meio p/ o movimento de íons até a superfície da raiz • ânions= NO3-, H2PO4-, HPO42-, PO43- e SO42- • gases= O2, CO2 e N2. ## Fase gasosa do solo espaços de ar entre as partículas do solo. O2, CO2 e N2. • O2= consumido pelas raízes; • CO2= produzido na respiração das raízes e microorganismos do solo; • N2= utilizado pelas bactérias simbióticas (raízes de leguminosas) → transformado em formas assimiláveis pelas raízes. O pH do solo afeta a disponibilidade de nutrientes, micróbios do solo e o crescimento radicular [ ] de íons hidrogênio � Raízes= crescimento favorecido em valores de pH levemente ácidos (5,5 à 6,5); � Fungos= pH ácido; � Bactérias= solos alcalinos. Influência do pH sobre o comportamento da disponibilidade dos principais elementos químicos da solução do solo. 7 OS ELEMENTOS ESSENCIAIS → A análise elementar completa de uma planta ⇒ existência de um grande nº de elementos ⇒ prata (Ag) até o zircônio (Zr). nem todos são necessários à vida vegetal! → Aristóteles= “As plantas não têm alma p/ pensar” → “Todos os elementos essenciais devem estar contidos na planta, mas nem todos os elementos encontrados na planta são essenciais”. • ELEMENTOS MINERAIS= essenciais benéficos tóxicos → Elemento essencial ⇒ “componente intrínseco na estrutura ou no metabolismo de uma planta, ou cuja ausência causa anormalidades severas no crescimento, no desenvolvimento e na reprodução do vegetal ou pode impedir uma planta de completar seu ciclo de vida” Ex: N → composição de aas. → proteínas; P → parte de compostos “ricos de energia → ATP; Mg → parte da estrutura da clorofila; B → função metabólica. → Elemento benéfico ⇒ “sem ele a planta vive mas, em dadas condições, a sua presença pode ajudar o crescimento e aumentar a produção” Ex: Sódio → pode substituir o K; Silício; Selênio; Alumínio; Níquel. 8 → Elemento tóxico ⇒ “é aquele que diminui o crescimento e a produção” Ex: Alumínio em solos ácidos; Cádmio; Chumbo; Mercúrio; Arsênio, ... “a dose faz o veneno” Elementos minerais essenciais → classificados como: MACRO E MICRONUTRIENTES, de acordo com suas concentrações relativas no tecido vegetal (obedece apenas razões quantitativas). → H, C e O2 não são considerados elementos minerais= obtidos primariam da H2O e do CO2. N > K > Ca > P = Mg = S. Fe > Mn > B > Cu > Zn > Mo > Co > Ni > Se. 9 → Alguns pesquisadores ⇒ “tal classificação é difícil de se justificar fisiologicamente ⇒ as diferenças na concentração nos tecidos entre macro e micronutrientes não são tão grandes” Ex: mesofilo: contém quase tanto Fe ou Mn quanto S e Mg Mengel e Kirkby (1987) → elementos essenciais classificados de acordo com seu papel bioquímico e sua função fisiológica. MOBILIDADE DOS ELEMENTOS MINERAIS sintomas de deficiência Técnicas especiais utilizadas em estudos nutricionais demonstrar que um elemento é essencial requer que as plantas sejam cultivadas sob condições experimentais nas quais apenas o elemento sob investigação encontra-se ausente. solo??? Técnicas: • Cultivo hidropônico ⇒ solução nutritiva • Lâmina denutrientes ⇒ raízes das plantas sob uma canaleta por onde flui a solução nutritiva; • Sistema aeropônico ⇒ as raízes ficam suspensas no ar → são aspergidas continuamente com uma solução nutritiva. • Sistema de subirrigação ⇒ a solução nutritiva é periodicamente elevada para imergir as raízes e então recuada. 10 11 ABSORÇÃO DE ELEMENTOS PELAS RAÍZES • Habilidade de plantas absorverem água e nutrientes minerais do solo → capacidade de desenvolver um extensivo sistema radicular. ÁREAS DIFERENTES DA RAIZ ABSORVEM ÍONS MINERAIS DISTINTOS • Os nutrientes são absorvidos somente nas regiões apicais (Bar-Yosef et al., 1972); • Nutrientes absorvidos ao longo de toda sup. radicular (Nye e Tinker, 1977); dependendo da espécie vegetal e do nutriente. → A absorção radicular de Ca2+ na cevada ⇒ região apical; → Fe2+ ⇒ pode ser absorvido ou na região apical (cevada) ou ao longo de toda superfície radicular (milho); → K+, nitrato, amônio e fosfato ⇒ absorvidos livremente em todos os locais da superfície radicular, No milho a zona de alongamento tem taxas máximas de acúmulo de K e de absorção de nitrato; → Milho, arroz e espécies de áreas úmidas ⇒ o ápice radicular absorve amônio + rapidamente do que a zona de alongamento; → a absorção de amônio e nitrato por coníferas varia significativamente em diferentes regiões da raiz e pode ser influenciada pelas taxas de crescimento e maturação desse órgão; • Em muitas espécies ⇒ o ápice e os pêlos radiculares (fungos micorrízicos) são os mais ativos na absorção de fosfato. 12 DENTRO DO SOLO= os nutrientes movem-se em direção à superfície radicular • DIFUSÃO= através da solução do solo. • FLUXO DE MASSA= carregados passivamente pela água. • INTERCEPTAÇÃO RADICULAR= as raízes crescem até os nutrientes. • Fungos micorrízicos= facilitam a absorção de nutrientes pelas raízes. 83% das dicotiledôneas, 79% das monocotiledôneas e todas as gimnospermas formam associações micorrízicas regularmente. AUMENTAM a capacidade do sistema radicular de absorver nutrientes. ABSORÇÃO FOLIAR: → Aplicação de adubos foliares p/ aumentar: • condições de desenvolvimento e • produtividade das plantas. → Substâncias aplicadas: • Nutrientes minerais • Reguladores de crescimento= hormônios vegetais • Herbicidas Absorvidos pelas folhas e translocados p/ outras regiões da planta. 13 Vantagens � reduzir o tempo de retardo entre a aplicação e a absorção pela planta; � contornar o problema de restrição de absorção de um nutriente no solo Ex: • Videiras • cereais (nitrogênio no trigo) Desvantagens: • baixas taxas de penetração (cutículas espessas: citros e café); • escorrimento de superfícies hidrofóbicas; • lavagem da folha pela chuva; • secagem muito rápida da solução pulverizada; • redistribuição limitada de Ca e B do local de aplicação e absorção para outras partes da planta; • quantidades limitadas de macronutrientes aproveitadas (1%), com exceção da uréia (10%); • ocorrência de necrose ou queima de folhas. PROCESSOS DE ABSORÇÃO FOLIAR: # # CUTÍCULA= cutina, ceras, hemicelulose. Os íons e solutos penetram na cutícula através dos espaços intermoleculares → DIFUSÃO. Do + [ ] p/ o – [ ] → permite a penetração parcial de íons e solutos, sem, entretanto, permitir um fluxo de massa. → URÉIA= promotor da permeabilidade cuticular= produz alterações químicas nas moléculas de cutina. → íons e solutos aplicados simultaneamente com a uréia têm uma penetração cuticular facilitada. → cátions= penetram a cutícula com maior velocidade que os ânions, devido às cargas negativas presentes na cutícula. 14 # # PAREDE CELULAR= grandes espaços interfibrilares → grandes moléculas podem passar livremente. # # MEMBRANA PLASMÁTICA= moléculas e íons que atravessaram a parede celular são absorvidos pela membrana do citoplasma p/ serem incorporadas por TRANSPORTE ATIVO. → Quando íons ou solutos chegam na membrana, p/ entrar só com TRANSPORTE ATIVO. transportador= contra gradientes de concentração. → ABSORÇÃO FOLIAR: → Duas fases: • Passiva= o elemento aplicado na folha atravessa a cutícula, a parede celular e os espaços intercelulares e chega na superfície externa da membrana. • Ativa= passa pela membrana e atinge o citoplasma, podendo chegar ao vacúolo. Fatores que podem influenciar a velocidade de absorção dos elementos aplicados nas folhas: Concentração do elemento: • cátions: Zn2+, Mn2+, Fe2+, Mg2+, Ca2+, (K+.NH4+); • ânions: N (uréia), NO3-, Cl-, SO42-, H2PO4-, MoO42-. 15
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