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ANATOMOFISIOLOGIA DO APARELHO NEUROLOCOMOTOR

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MOFISIOLOGIA DO APARELHO NEUROLOCOMOTOR
Cristiane Mota Leite
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CONHECENDO A DISCIPLINA
Olá, caro aluno! Seja bem-vindo à disciplina de Anatomofisiologia do Aparelho Neurolocomotor!
Você já se questionou a respeito da importância do estudo da anatomia e fisiologia do aparelho neurolocomotor para a sua formação profissional? Pois bem, para você, futuro profissional da área da educação física, é de fundamental importância conhecer a forma e função das diferentes estruturas presentes no corpo humano. A partir desse conhecimento, você irá compreender como ocorre a elaboração e execução dos diferentes movimentos corporais realizados durante a prática de atividades físicas, ou seja, será possível identificar e relacionar funcionalmente as diferentes estruturas solicitadas a cada movimento realizado pelo corpo humano em atividade. Além de compreender como os movimentos são executados, também será possível entender como esses movimentos são elaborados, comandados e controlados pelo sistema nervoso. Desse modo, considerando que um dos pilares da profissão se baseia na organização, orientação e supervisão da prática de diferentes atividades físicas, torna-se crucial o estudo da anatomia e fisiologia do aparelho neurolocomotor, foco de interesse desta obra. 
Este livro está dividido em quatro unidades fundamentais. 
A primeira unidade apresenta conceitos básicos dentro do campo da anatomia e fisiologia, evidenciando a importância da homeostase corporal. Ainda nessa unidade, serão apresentados os principais conceitos anatômicos e funcionais do sistema ósseo. O enfoque dessa seção, portanto, é aplicar os conhecimentos sobre os conceitos anatômicos e fisiológicos fundamentais e também sobre o sistema ósseo para resolução de problemas do contexto real, possibilitando ações na prática profissional. 
Na segunda unidade, você, aluno, irá conhecer as diferentes estruturas anatômicas do sistema articular, bem como a função dos diferentes tipos de articulações presentes no corpo humano e, como essas estruturas auxiliam na realização dos movimentos corporais. Dessa forma, essa unidade propicia o desenvolvimento de estratégias para o reconhecimento anatômico e funcional necessários para a compreensão dos movimentos corporais, uma vez que estes são base para a atuação do profissional da educação física. 
Na terceira unidade, o enfoque será o sistema muscular. Você irá conhecer as principais características anatômicas do sistema muscular, bem como compreenderá o seu funcionamento e como esse sistema participa da execução dos movimentos corporais. Ao final, você será capaz de reconhecer a importância do conhecimento a respeito do sistema muscular para a sua prática profissional, considerando as diferentes áreas de atuação da sua profissão. 
Finalmente, a quarta unidade apresentará as estruturas que fazem parte do sistema nervoso, bem como suas funções. Também será abordado o papel do sistema nervoso na elaboração, no comando e no controle dos movimentos corporais. Dessa forma, você, aluno, será levado a avaliar a integração funcional entre os sistemas ósseo, articular, muscular e nervoso para a realização dos movimentos corporais, propiciando conhecimentos fundamentais para a resolução de problemas da sua prática profissional.
Assim, convido você a se dedicar ao estudo dos conteúdos apresentados para que ao final desta disciplina alcance os resultados de aprendizagem propostos e aplique-os na prática profissional, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de todos aqueles envolvidos na sua atuação profissional.
NÃO PODE FALTAR
INTRODUÇÃO À ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA
Cristiane Mota Leite
Fonte: Shutterstock.
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CONVITE AO ESTUDO
Prezado aluno,
Seja bem-vindo à primeira Unidade de estudos da disciplina de Anatomofisiologia do Aparelho Neurolocomotor.
Nesta unidade, você está convidado a se aventurar no fascinante campo da anatomia e fisiologia humana. Por meio dos conteúdos abordados nesta unidade, você compreenderá conceitos fundamentais e tão pertinentes para a formação do profissional da área de educação física, visto que esses conceitos permearão muitas das áreas em que você poderá atuar profissionalmente. 
O conhecimento dos conteúdos desta unidade de ensino te levará a aplicar os conceitos gerais da anatomia e fisiologia, como a importância da manutenção da homeostasia, em situações presenciadas no seu dia a dia profissional. Além disso, você estará apto a aplicar os conhecimentos anatômicos e fisiológicos adquiridos a respeito do sistema ósseo para a resolução de problemas relacionados a sua prática profissional. 
Para desenvolvermos esses conteúdos, abordaremos nesta unidade a terminologia utilizada em anatomia e fisiologia humana, ressaltando os principais avanços nessa área. Também será foco da unidade apresentar as principais características anatômicas do sistema ósseo, relacionando cada estrutura com sua respectiva função e evidenciando a participação desse sistema na realização dos movimentos corporais.
Dessa forma, ao término desta unidade, você terá raciocínio crítico e estará apto a resolver diversas situações que serão vivenciadas diariamente no exercício da sua profissão. 
A localização e a identificação das estruturas corporais seguem um padrão internacional, baseando-se em uma terminologia específica para cada estrutura e também em planos e eixos imaginários que percorrem o corpo humano, cortado em partes. Assim, em qualquer lugar do mundo, uma estrutura anatômica pode ser identificada e localizada com precisão com base nessa terminologia anatômica padrão. 
Nesta seção, será apresentado a você, aluno, essa terminologia anatômica, o que tornará possível a compreensão a respeito da importância desse conhecimento no seu contexto profissional. Assim, você será capaz de identificar, localizar e descrever órgãos ou partes do corpo humano e relacioná-los com as demais estruturas anatômicas do corpo. 
Esta seção abordará ainda conceitos fundamentais em fisiologia, como a homeostase corporal, a sua importância para o funcionamento do corpo e como alterações na homeostasia podem levar a disfunções e doenças.
A partir de agora acompanharemos a rotina de um aluno de graduação em Educação Física, que iniciou seu estágio com a equipe do Programa de Treinamento e Preparação de Atletas de sua Universidade. O programa tem como objetivo treinar, acompanhar e avaliar o desempenho dos atletas de várias modalidades esportivas, buscando estratégias para melhorar seu rendimento em competições. Essa equipe é multidisciplinar e conta com nutricionistas, médicos, psicólogos, fisioterapeutas e educadores físicos. Nesse momento, uma das tarefas do nosso estagiário será acompanhar um dos profissionais de educação física que atua diretamente no treino dos maratonistas. 
Para sua primeira atividade de estágio, o treinador solicitou ao aluno que realizasse a observação dos atletas durante o treinamento, mais especificamente como o corpo deles respondia ao treino. Assim, enquanto os maratonistas treinavam, o estagiário os observava atentamente, de modo que, ao final do treino, ele identificou que uma das alterações corporais observadas nos atletas era a grande produção de suor. 
Aproveitando a observação realizada pelo estagiário, o treinador questionou se ele saberia explicar a importância do aumento da produção do suor nesses atletas. Seria algum tipo de mecanismo compensatório? Esse aumento na produção de suor estaria envolvido com a manutenção da homeostasia corporal? O que seria homeostasia e qual seria a sua importância para o nosso organismo? 
Como você responderia, no lugar do estagiário, a todos esses questionamentos? 
Considerando que você, como um profissional de educação física, poderá atuar diretamente com a organização, orientação e supervisão da prática de diferentes atividades físicas, ou seja, com o movimento corporal, torna-se fundamental o conhecimento a respeito das estruturas e termos comuns utilizados para descrever anatomicamente os diferentes tipos demovimento corporal, bem como o funcionamento de cada uma das estruturas envolvidas. 
Agora que você já sabe a importância da compreensão dos conceitos básicos de anatomia e fisiologia para o exercício da sua profissão, vamos iniciar a apresentação desses conteúdos. Aproveite todos os materiais que serão disponibilizados e adeque seus horários para se dedicar ainda mais ao autoestudo.
CONCEITO-CHAVE
A anatomia e fisiologia são áreas da ciência que possibilitam a compreensão das diferentes partes do corpo humano e de suas funções. A anatomia humana é a ciência que estuda as diferentes estruturas que compõem o corpo humano e como essas estruturas se relacionam no nosso organismo. Já a fisiologia humana é a ciência que estuda as funções das diferentes estruturas corporais e como elas se integram para permitir o funcionamento adequado do nosso organismo.
Para a descrição e identificação das estruturas corporais, utiliza-se uma terminologia específica e que segue um padrão internacional, chamada terminologia anatômica. Os termos utilizados nessa terminologia derivam de palavras gregas e latinas antigas, uma vez que são línguas consideradas mortas e, por não serem mais utilizadas, o significado das palavras não se altera. Nas descrições anatômicas, adota-se uma posição padronizada de referência denominada posição anatômica (Figura 1.1). Nesta posição, o corpo encontra-se ereto e de frente para o observador, cabeça e olhos estão voltados para frente, os pés encontram-se paralelos e apoiados no chão e os membros superiores posicionados ao lado do corpo, com as palmas das mãos voltadas para frente.
Figura 1.1 | Posição anatômica
Fonte: Wikimedia. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29624327. Acesso em: 21 out. 2020.
Adotando a posição anatômica para a descrição de qualquer parte do corpo, também são utilizados os termos direcionais, que descrevem a posição da parte do corpo de interesse em relação à outra estrutura corporal (Figura 1.2). Na tabela 1.1, temos os principais termos direcionais.
Figura 1.2 | Principais termos direcionais. (A) vista lateral; (B) vista anterior
Fonte: Adaptado de Jmarchnderivated work. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=42656016. Acesso em: 21 out. 2020.
Tabela 1 - Lorem ipsum dolor sit amet
	TERMOS DIRECIONAIS 
	DEFINIÇÃO
	Superior (cefálico ou cranial)
	Em direção à cabeça ou na parte de cima de uma estrutura.
	Inferior (caudal)
	Distante da cabeça ou na parte de baixo de uma estrutura.
	Anterior (ventral)
	Próximo da parte frontal ou na frente do corpo.
	Posterior (dorsal)
	Próximo ou na parte de trás do corpo.
	Medial
	Próximo ao plano mediano.
	Lateral
	Mais afastado do plano mediano.
	Intermediário
	Entre duas estruturas.
	Ipsilateral
	No mesmo lado do corpo em relação à outra estrutura.
	Contralateral
	No lado oposto do corpo em relação à outra estrutura.
	Proximal
	Próximo à ligação entre um membro e o tronco; próximo à origem de uma estrutura.
	Distal
	Distante da ligação entre um membro e o tronco; distante da origem de uma estrutura.
	Superficial (externo)
	Na direção ou na superfície do corpo.
	Profundo (interno)
	Distante da superfície do corpo. 
Fonte: Adaptado de Tortora e Derrickson (2019, p. 14).
REFLITA
O termo anatomia é derivado do grego “cortar em partes”. A dissecção de cadáveres e a descrição das diferentes estruturas corporais datam de vários séculos, sendo o primeiro manual de anatomia escrito por Menes, no Egito, cerca de 3.400 anos a.C. (VAN DE GRAAFF, K., 2013). Porém, para que haja uma padronização nas descrições anatômicas, criou-se uma terminologia específica, denominada terminologia anatômica, a qual permite que em qualquer lugar do mundo seja possível a identificação e localização de qualquer estrutura corporal. Mas você sabe de onde vem essa terminologia? Você sabia que é um padrão internacional? Qual entidade seria responsável por esse consenso?
PLANOS E SECÇÕES ANATÔMICAS
O corpo humano pode ser dividido em três superfícies planas imaginárias que o atravessam. Esses planos são denominados planos anatômicos e auxiliam na descrição das diferentes estruturas presentes no nosso corpo sob uma perspectiva tridimensional. Os planos anatômicos são:
· Plano sagital: divide o corpo ou órgão em lados direito e esquerdo. Quando o plano sagital passa pela linha mediana dividindo o corpo em lados direito e esquerdos iguais, é denominado de plano mediano. Quando o plano sagital não passa pela linha mediana e divide o corpo em duas metades, direita e esquerda, desiguais, é denominado plano paramediano.
· Plano transverso (horizontal ou axial): divide o corpo ou um órgão em partes superior e inferior.
· Plano frontal (coronal): divide o corpo ou um órgão em partes anterior ou frontal e posterior ou dorsal.
Figura 1.3 | Planos de secção
Fonte: Adaptado de Wikimedia. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=64232463. Acesso em: 21 out. 2020.
CAVIDADES CORPORAIS
Alguns órgãos do corpo humano encontram-se suspensos em câmaras internas denominadas cavidades. São elas:
· Cavidade do crânio: formada pelos ossos do crânio, contendo no seu interior o encéfalo.
· Cavidade vertebral: formada pelas vértebras da coluna vertebral, que formam o canal vertebral, abrigando no seu interior a medula espinal.
· Cavidade torácica: cavidade do tórax, contendo a cavidade do pericárdio (espaço preenchido por líquido que circunda o coração), a cavidade pleural (espaço entre os sacos pleurais que circundam os pulmões) e mediastino (porção central da cavidade torácica, localizada entre os pulmões, do esterno à coluna vertebral e da primeira costela até o diafragma). No mediastino, encontramos estruturas como o coração, traqueia e timo.
· Cavidade abdominopélvica: dividida em cavidade abdominal (porção superior que abriga o estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, intestino delgado e parte do intestino grosso) e cavidade pélvica (porção inferior que contém parte do intestino grosso, bexiga e órgãos genitais internos).
Figura 1.4 | Cavidades corporais
Fonte: Adaptado de Wikimedia. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29624335. Acesso em: 21 out. 2020.
VARIAÇÃO ANATÔMICA
A descrição anatômica se baseia no padrão mais comum apresentado pelas estruturas corporais. Contudo, variações estruturais são relativamente comuns no corpo humano, podendo ocorrer tanto em estruturas externas, como o formato do nariz, que pode ser variável entre os indivíduos, como em estruturas internas, como a alteração na origem e no trajeto de determinada artéria ou mesmo no formato de um órgão. 
Mas é importante ressaltar que a variação anatômica é uma alteração da forma de determinado órgão ou estrutura anatômica sem que haja prejuízo funcional. Variações anatômicas extremas são raras, uma vez que são incompatíveis com a vida. Quando ocorre uma alteração da forma de determinada estrutura anatômica, mas há prejuízo funcional, chamamos de anomalia. Exemplos clássicos de anomalia são a polidactilia (presença de mais de cinco dedos na mão ou no pé), ausência de um membro ou parte dele e a fenda palatina. Já a monstruosidade é uma alteração acentuada da forma que, em geral, é incompatível com a vida, como a anencefalia.
EXEMPLIFICANDO
O profissional da educação física pode atuar em diferentes áreas, porém em qualquer uma delas é fundamental o conhecimento a respeito da terminologia anatômica. Supondo um instrutor em uma academia ou mesmo um professor/treinador em uma escola, para indicar aos alunos a realização de alguns exercícios é necessário utilizar a nomenclatura anatômica e esta deve ser utilizada de forma correta para não confundir o aluno ou induzi-lo à realização inadequada do exercício. Cada exercício a ser realizado irá utilizar planos e eixos anatômicos específicos e o profissional de educação física deve conhecê-los e distingui-los para que os movimentos corporais possam ser realizados da forma adequada e sem trazer prejuízos para os indivíduos que estão sob a sua supervisão. Assim,para qualquer ramo da profissão, conceitos anatômicos fundamentais são importantes para a atuação profissional com responsabilidade e respeito.
Os conhecimentos anatômicos são fundamentais para o estudo da fisiologia, cujo objetivo é a compreensão do funcionamento dos diversos sistemas corporais e como esses sistemas trabalham em conjunto para manutenção da homeostase. Mas o que seria homeostase? É a manutenção do meio interno relativamente estável. O meio interno, para nós, seres multicelulares, é o líquido que circunda nossas células, também chamado de líquido extracelular (LEC). Esse é um meio de transição entre o líquido intracelular (LIC) e o ambiente externo. Assim, qualquer alteração na composição do LEC promove mudanças no estado de homeostasia, e alterações na homeostasia são capazes de acionar mecanismos corporais compensatórios que atuam promovendo o retorno do LEC para seu estado normal. Caso o organismo, mesmo lançando mão dos mecanismos compensatórios, não consiga manter a homeostasia, o funcionamento normal do corpo é prejudicado e, com isso, pode haver o desenvolvimento de uma doença ou patologia. 
O controle da homeostasia é um processo dinâmico, uma vez que o corpo está constantemente sendo desafiado por perturbações no meio externo e interno que podem levar a alterações no pH sanguíneo, temperatura corporal, disponibilidade de oxigênio, nas concentrações plasmáticas de glicose, entre outros. Frente a essas mudanças constantes que ocorrem no LEC, que podem inviabilizar o funcionamento normal das células, diferentes mecanismos regulatórios são a todo momento acionados para reestabelecer o equilíbrio do ambiente interno.
A regulação da homeostasia envolve a atuação conjunta do sistema nervoso e endócrino. O sistema nervoso é responsável pela detecção dessas perturbações na homeostase, integração de tais informações e envio de impulsos nervosos para os órgãos e sistemas necessários para os ajustes funcionais e, consequente retorno ao estado de normalidade. 
Já o sistema endócrino, que pode ser modulado pelo sistema nervoso, participa desse controle secretando hormônios na circulação sanguínea, que, ao chegar nos tecidos-alvo, promovem alterações em sua atividade, auxiliando no reestabelecimento da homeostasia. Resumidamente, os sistemas de controle apresentam três componentes: (1) um sinal de entrada, no qual um ou mais sensores detectam constantemente alterações no meio externo e os enviam para o centro controlador; (2) um controlador ou centro controlador, responsável por interpretar os sinais de entrada, coordenar essas informações, além de gerar e iniciar uma resposta apropriada a esses sinais; e, (3) um sinal de saída, responsável pela efetuação da resposta (SILVERTHORN, U. D., 2017). Toda essa regulação ocorre por meio de sistemas de retroalimentação negativa. Nesse caso, a resposta gerada é oposta ou remove o sinal que a gerou, restabelecendo o estado de normalidade.
Figura 1.5 | Retroalimentação negativa e positiva
Fonte: Adaptado de Silverthorn (2017, p. 16).
Algumas respostas a um sinal de entrada (estímulo) não atuam como alça de retroalimentação negativa, mas sim opostamente, de modo a reforçar o estímulo do sinal de entrada, sendo denominada alça de retroalimentação positiva. Nesse caso, ao invés de inibir ou remover o sinal de entrada, como ocorre na retroalimentação negativa , as respostas são intensificadas, afastando ainda mais o organismo da homeostasia e deixando o sistema temporariamente fora de controle.
A manutenção da homeostase é tão importante que alterações no meio capazes de promover um desequilíbrio homeostático podem resultar em prejuízos funcionais e predispor ao aparecimento de doenças.
ASSIMILE
A retroalimentação negativa atua no controle da homeostase corporal revertendo uma variação ocorrida em uma determinada situação controlada. Considerando a regulação da pressão arterial (PA), caso um estímulo interno ou externo promova o aumento da PA, são acionados mecanismos regulatórios para restabelecê-la a níveis normais. Os barorreceptores (receptores envolvidos na detecção de alterações na PA) detectam essa elevação na PA e enviam essa informação (impulsos nervosos) para o centro de controle cardiovascular localizado no encéfalo. Neste local, o sinal é interpretado e uma resposta é gerada ao estímulo inicial (aumento da PA). Assim, a resposta é enviada via impulsos nervosos para o coração e vasos sanguíneos, estruturas efetoras da resposta, promovendo diminuição da frequência cardíaca e vasodilatação, resultando em diminuição da PA (resposta), ou seja, essa sequência de eventos promovem o retorno rápido da PA para níveis normais, restabelecendo a homeostasia dos sistemas (TORTORA, G. J. & DERRICKSON, B., 2019; Figura 1.6)
Figura 1.6 | Regulação da pressão arterial pelo mecanismo de retroalimentação negativa
Fonte: Adaptado de Tortora e Derrickson (2019, p. 10).
Agora, com todos esses conceitos apresentados, você é capaz de compreender a importância do entendimento a respeito dos conceitos básicos de anatomia e fisiologia para a sua formação profissional.
FAÇA VALER A PENA
Questão 1
As descrições anatômicas podem ser realizadas para identificação e localização de diferentes partes do corpo humano. Para tal, podemos utilizar planos imaginários denominados planos anatômicos.
O plano que divide o corpo em uma porção anterior e uma porção posterior é denominado:
a. Plano horizontal.
b. Plano coronal.
c. Plano sagital mediano.
d. Plano axial.
e. Plano transverso. 
Questão 2
Nos estudos anatômicos, as descrições de órgãos e sistemas seguem uma convenção internacional na qual o corpo humano está em uma posição específica chamada de “posição anatômica”. Isso é importante pois evita confusões e erros no momento das descrições.
Com relação à posição anatômica, podemos afirmar que se baseia no indivíduo adulto em posição:
a.  Ereta, com as pontas dos pés voltados um em direção ao outro. 
b.  Deitada, com a face voltada para frente e olhar para o horizonte.
c. Sentada, com as palmas da mão voltadas para frente.
d. Ereta, com as palmas da mão voltadas para frente.
e. Sentada, com a face voltada para frente e os pés paralelos.  
Questão 3
A respeito da fisiologia e suas implicações na sobrevivência humana, analise as seguintes afirmativas:
I. Estuda as funções dos órgãos e sistemas corporais, buscando o entendimento dos mecanismos envolvidos na manutenção das funções corporais, estudando separadamente os sistemas.
II. Homeostasia é a manutenção do meio intracelular, ou seja, do líquido intracelular em equilíbrio, garantindo o bom funcionamento do organismo.
III. O controle da homeostasia é um processo dinâmico, no qual perturbações ao meio interno acionam mecanismos compensatórios para o seu restabelecimento.
IV. A regulação da homeostasia envolve a ação integrada do sistema nervoso e endócrino para ajuste de alterações no fluido celular.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. III, apenas.
d. I e III, apenas.
e. II e IV, apenas. 
REFERÊNCIAS
AIRES, M. M. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
MARTINI, F. H.; TALLITSCH, R. B.; TIMMONS, M. J. Anatomia humana. 6.ed. São Paulo: Artmed, 2009.
SIVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Pricípios de anatomia e fisiologia. 14.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2013.
FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
INTRODUÇÃO À ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA
Cristiane Mota Leite
Fonte: Shutterstock.
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SEM MEDO DE ERRAR
Agora que você conheceu e aprendeu os principais conceitos em anatomia e fisiologia fundamentais para a sua formação profissional, vamos retomar a nossa situação-problema. A partir desse momento, vamos supor que você seja um estagiário de Educação Física na Universidade de sua cidade. 
Nesta etapa do seu estágio, você está acompanhando um dos educadores físicos da equipe do programa de treinamento e preparaçãode atletas durante o treino de maratonistas, e sua atividade no momento é observar as respostas corporais desses atletas durante o treino. 
Após a observação dos atletas, você descobriu que uma das alterações corporais bem perceptíveis era o aumento da produção de suor. E, nesse momento, o treinador se dirigiu a você e perguntou se você saberia explicar a importância do aumento da produção do suor nesses atletas. Seria algum tipo de mecanismo compensatório? Esse aumento na produção de suor estaria envolvido com a manutenção da homeostasia corporal? O que seria homeostasia e qual seria a sua importância para o nosso organismo?
Agora, você já é capaz de responder o treinador. 
Vamos lá? 
Primeiramente, devemos lembrar que homeostasia é a manutenção do meio interno relativamente estável e constante. Portanto, é um estado dinâmico, no qual o corpo monitora constantemente seu estado interno e lança mão de mecanismos fisiológicos compensatórios para corrigir perturbações que podem acabar comprometendo o funcionamento normal do organismo. Assim, caso o corpo não consiga restabelecer a hemostasia frente às perturbações do meio interno, o funcionamento normal do organismo é interrompido, possibilitando o desenvolvimento de uma doença ou condição patológica. 
Na situação-problema apresentada, durante a realização da atividade física pelos maratonistas, nosso estagiário observou o aumento da produção de suor. Nesse caso, esse aumento é um dos mecanismos compensatórios que o corpo utiliza para restabelecer a temperatura corporal, já que, durante a realização de exercícios físicos, ocorre um aumento do metabolismo celular nos músculos esqueléticos com várias alterações no meio interno, uma delas é o aumento da produção de calor, que acaba levando ao aumento da temperatura corporal. 
Como a nossa temperatura corporal deve ser mantida dentro de uma faixa
estreita de variação para permitir que todas as funções corporais possam ocorre
sem qualquer prejuízo, um dos mecanismos utilizados para restabelecer a
homeostasia e, portanto, corrigir o aumento da temperatura corporal gerado pelo
aumento do metabolismo celular, é o aumento da produção de suor. Quando o corpo
produz o suor, ele perde água, e ao perder água, o corpo perde calor. Assim, a
temperatura corporal é mantida para garantir o bom funcionamento dos sistemas
corporais. Mostrando a importância dos mecanismos homeostáticos corporais no
reestabelecimento do equilíbrio do meio interno frente a perturbações,
garantindo a sobrevivência do indivíduo e evitando o desenvolvimento de
patologias.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
IDENTIFICAÇÃO DAS POSIÇÕES E TIPOS DE MOVIMENTOS CORPORAIS DURANTE A REALIZAÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
Um aluno de educação física iniciou, juntamente com seu professor e seus colegas de turma, o acompanhamento de um grupo de pessoas da comunidade local que participam de um Programa de incentivo à prática de atividade física, promovido pela Secretaria da Saúde de seu município. Como proposta para a primeira etapa do programa, o professor sugeriu a realização de alongamento e o incentivo da caminhada para os participantes do projeto. E à medida que o projeto evoluísse, outros tipos de atividades físicas seriam oferecidos. 
No primeiro momento, o professor elaborou uma lista de exercícios de alongamento que seriam realizados pelos participantes e distribuiu para os graduandos que o auxiliariam na orientação dos exercícios. O objetivo era que os graduandos tomassem conhecimento sobre os exercícios de alongamento que seriam realizados na aula inicial do projeto e que também aproveitassem para revisar conceitos importantes a respeito das posições corporais. Um dia antes da primeira aula à comunidade, o professor se reuniu com os graduandos para conversar a respeito da aula. Para incentivar o raciocínio dos alunos e a integração de conteúdo, o professor solicitou que os alunos explicassem o que seria estar em decúbito dorsal e decúbito ventral. 
Suponha que você seja um dos alunos de educação física que irá auxiliar o professor nesse projeto. Como você responderia esse questionamento?
RESOLUÇÃO
Você já viu vários conceitos importantes a respeito da anatomia do corpo humano. Dentre os conceitos, você viu que temos diferentes termos anatômicos para descrever o corpo humano, como planos e posições anatômicas que descrevem o corpo deitado e em pé. 
Para a descrição do corpo deitado, podemos utilizar o termo decúbito dorsal quando o corpo estiver com o rosto voltado para cima, ou decúbito ventral, quando o rosto está voltado para baixo (Figura 1.7).
Figura 1.7 | Descrições anatômicas para o corpo deitado
Fonte: Wikimedia. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=89255213. Acesso em: 21 out. 2020.
NÃO PODE FALTAR
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ÓSSEO
Cristiane Mota Leite
Fonte: Shutterstock.
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PRATICAR PARA APRENDER
Nesta seção, você será apresentado ao tecido ósseo, um dos componentes do sistema locomotor. Lembrando que o sistema locomotor é formado pelos ossos, articulações e músculos esqueléticos e uma de suas principais funções é permitir a ocorrência dos movimentos corporais. Assim, nesta seção, você verá que o tecido ósseo apresenta várias características morfológicas, anatômicas e funcionais que implicam diretamente na execução dos movimentos corporais.
Você também será capaz de reconhecer todas essas características, tornando possível a compreensão desses conhecimentos no seu contexto profissional. Assim, a partir dos conceitos abordados, você será capaz de identificar os principais componentes histológicos e anatômicos do tecido ósseo, relacionando com as principais funções que esse tecido exerce no corpo humano e também como essas características podem influenciar na realização dos movimentos corporais. Ainda como foco da seção, serão abordados conceitos fundamentais a respeito da classificação dos diferentes ossos que compõem o nosso esqueleto e como ocorre a ossificação dessas estruturas durante o desenvolvimento humano, sempre fazendo a relação desses conceitos com o seu contexto profissional.
Para contextualizarmos os conteúdos desta seção, continuaremos acompanhando a rotina de um aluno de graduação em Educação Física, que realiza seu estágio com a equipe do Programa de Treinamento e Preparação de Atletas de sua Universidade. 
Neste momento, nosso aluno irá acompanhar a elaboração dos treinos de alguns atletas pela equipe multidisciplinar. Essa elaboração deve ser muito cuidadosa, pois alguns atletas estão se recuperando de lesões ou cirurgias, assim, o cuidado deve ser redobrado tanto na elaboração quanto na orientação e supervisão da execução dos exercícios.
O supervisor da equipe avisou que um dos atletas do grupo que retornaria aos treinos é Marcos, um dos astros da equipe de basquetebol. Ele sofreu recentemente um acidente de moto e, como resultado, fraturou duas costelas e a clavícula esquerda. Por sorte, Marcos é destro, o que facilitou o seu retorno aos treinos após a cicatrização do tecido ósseo. 
Antes que toda a equipe se reunisse para a elaboração da sequência de treinos, o supervisor pediu ao nosso estagiário que se sentasse junto a ele para conversarem a respeito de alguns conceitos importantes a respeito do sistema ósseo, afinal esses conhecimentos seriam úteis para a atividade que realizariam e, claro, para a futura atuação profissional do estagiário. 
Tão logo iniciaram a conversa, o supervisor perguntou ao estagiário se sabia quais eram as principais funções do sistema ósseo. Estaria esse sistema relacionado somente com a sustentação do corpo? E ainda com relação ao caso de Marcos, como poderiam ser classificados os ossos fraturados? E a que parte do esqueleto esses ossos pertenceriam?
No lugar do estagiário, como você responderia a todos esses questionamentos? 
Considerando as possibilidades de atuação de um futuro profissional de educação física, o qual pode atuar diretamente com a organização, orientação e supervisão da prática de diferentes atividades físicas, ou seja, com o movimentocorporal, torna-se fundamental o conhecimento a respeito dos aspectos anatômicos, histológicos e funcionais do tecido ósseo, uma vez que esse sistema é um dos componentes do sistema locomotor. Agora que você já sabe a importância da compreensão dos conceitos básicos a respeito do sistema ósseo para o exercício da sua profissão, vamos iniciar a apresentação desses conteúdos. Vamos lá?
Aproveite todos os materiais que serão disponibilizados e adeque seus horários para se dedicar ainda mais ao autoestudo.
CONCEITO-CHAVE
No corpo humano, os ossos e suas respectivas cartilagens, juntamente com ligamentos e tendões, constituem o sistema esquelético. Este está envolvido em diferentes funções, como:
· Suporte: fornece um arcabouço estrutural do corpo, permitindo sustentação e inserção de tecidos moles, tendões e músculos esqueléticos.
· Proteção: ossos do esqueleto protegem de lesões estruturas vitais à sobrevivência, como o encéfalo, medula espinal, coração e pulmões.
· Assistência ao movimento: os ossos podem atuar como alavancas, auxiliando na realização dos movimentos. Quando os músculos esqueléticos inseridos aos ossos se contraem, isso promove uma tração nos ossos envolvidos, produzindo movimento.
· Produção de células sanguíneas: alguns ossos do esqueleto apresentam no seu interior um tecido denominado medula óssea vermelha, que é responsável pela produção de células sanguíneas (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) por meio de um processo denominado hematopoese.
· Armazenamento de minerais: o tecido ósseo armazena minerais, principalmente íons cálcio e fosfato, liberando esses minerais na circulação sanguínea quando há necessidade pelo organismo. Desse modo, participam da manutenção da homeostasia mineral.
· Armazenamento de triglicerídeos: esse armazenamento ocorre no interior de adipócitos presentes na medula óssea amarela, servindo como reserva energética.
O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo de sustentação composto por uma matriz extracelular bem abundante e células com grandes espaços entre elas. A matriz extracelular óssea é constituída por componentes orgânicos (principalmente colágeno tipo I) e inorgânicos (principalmente fosfato de cálcio e água). Além da matriz celular, o tecido ósseo apresenta diferentes tipos de células:
· Células osteoprogenitoras: são células-tronco do tecido ósseo, presentes nas superfícies externa e interna do osso, com capacidade de divisão celular, originando osteoblastos.
· Osteoblastos: são células cuboides ou achatadas, dependendo do seu estado de atividade, presentes tanto na superfície interna como externa do osso. Essas células são responsáveis pela secreção dos componentes orgânicos da matriz óssea.
· Osteócitos: são as células maduras do tecido ósseo, arredondadas ou ovoides e com citoplasma pouco corado, representando a fase final da diferenciação dos osteoblastos, ou seja, são osteoblastos que, ao secretarem matriz extracelular ao seu redor, acabam ficando aprisionados em sua própria secreção. São células responsáveis pela manutenção da matriz extracelular e, consequentemente, do tecido ósseo como um todo.
· Osteoclastos: são células grandes e multinucleadas, com citoplasma bastante acidófilo. Essas células são observadas principalmente no endósteo, localizadas em cavidades denominadas lacunas de Howship. São células responsáveis pela remoção ou reabsorção do tecido ósseo, portanto, fundamentais na manutenção e no reparo desse tecido.
Figura 1.8 | Células do tecido ósseo
Fonte: Wikimedia. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=30131411. Acesso em: 11 nov. 2020.
Ainda com relação às características histológicas do osso, revestindo externamente essa estrutura, com exceção das superfícies articulares de ossos que estabelecem articulações móveis que não apresentam esse tipo de revestimento, encontramos uma camada de tecido conjuntivo denso denominada periósteo. Essa camada é rica em vasos sanguíneos e nervos sensitivos e também apresenta células do tecido ósseo como osteoblastos, osteoclastos e células osteoprogenitoras. Assim, o periósteo confere proteção ao osso, suprimento sanguíneo e sensorial, além de participar ativamente do crescimento e da reparação do tecido ósseo. 
Internamente, o osso é revestido por uma camada fina de tecido conjuntivo denominada endósteo, na qual encontramos principalmente osteoblastos inativos e células osteoprogenitoras. 
Os ossos são formados por dois tipos de substâncias ósseas diferentes: substância óssea compacta e substância óssea esponjosa, ambas apresentam a mesma composição celular e da matriz extracelular, porém, com arranjos tridimensionais diferentes. A substância óssea compacta apresenta lamínulas ósseas firmemente unidas, com pouco espaço entre elas, formando um tecido mais resistente. Esse tipo de substância óssea recobre toda a superfície do osso, estando logo abaixo do periósteo.
O tecido ósseo compacto é constituído por várias unidades funcionais denominadas ósteons ou sistemas de Havers. Cada unidade funcional é formada por lamelas ósseas concêntricas e distribuídas ao redor de um canal denominado canal central ou canal de Havers. 
Figura 1.9 | Organização do tecido ósseo
A. Ósteon no osso compacto e trabéculas ósseas do osso esponjoso. B. Organização do ósteon.
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: Link. Acesso em: 11 nov. 2020; Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=50064939. Acesso em: 11 nov. 2020.
A substância esponjosa, também conhecida como osso trabecular, é caracterizada por trabéculas ósseas dispostas com numerosos espaços entre si, conferindo um aspecto de esponja ao tecido e também resistência a tensões aplicadas em diferentes direções. Esse tipo de tecido ósseo encontra-se no interior dos ossos, protegido por osso compacto. Como o tecido ósseo esponjoso é leve, uma de suas funções é reduzir o peso geral do osso, facilitando a realização dos movimentos. Além disso, no indivíduo adulto, a substância esponjosa de alguns ossos do corpo, como costelas e extremidades proximais do fêmur e úmero, abriga a medula óssea vermelha no interior de suas trabéculas, sendo o local de ocorrência da hematopoese.
O crescimento dos ossos do esqueleto é determinante para o tamanho e estatura de um indivíduo. A formação do esqueleto ósseo se inicia por volta da sexta semana de vida intrauterina, continua durante a adolescência e, para alguns ossos, o crescimento perdura até cerca dos 25 anos de idade, sendo todo esse processo denominado de ossificação e podendo ocorrer de duas formas principais:
· Ossificação intramembranosa: o osso se forma a partir da diferenciação de células mesenquimais ou do tecido conjuntivo fibroso em osteoblastos, que se agregam formando e passam a secretar a matriz extracelular do tecido ósseo. Essa matriz inicia seu processo de mineralização formando o centro de ossificação. A partir desse centro de ossificação, o osso em desenvolvimento cresce de modo centrífugo, originando pequenas trabéculas ósseas, aprisionando vasos sanguíneos no seu interior. Esse osso que se forma é do tipo esponjoso, porém com o tempo e por ação de osteoclastos, o osso esponjoso presente na periferia do osso em formação é convertido em osso compacto. É o tipo de ossificação que ocorre em ossos como a mandíbula e a clavícula.
· Ossificação endocondral: o osso se forma a partir de um molde de cartilagem hialina formado como resultado da diferenciação de células mesenquimais em condroblastos. Imersos na matriz extracelular dessa cartilagem, os agora denominados condrócitos continuam a secretar a matriz cartilaginosa, propiciando o crescimento desse modelo de cartilagem. Os condrócitos da região medial do modelo sofrem atrofia, e células do pericôndrio se diferenciam em osteoblastos e migram para essa região, iniciando a secreção da matriz óssea e formando o centro de ossificação primário. Desse modo, o modelo cartilaginoso vai sendo substituído, de sua região central em direção às suas extremidades, por tecido ósseo esponjoso. Conforme adeposição óssea ocorre em direção às extremidades do modelo de cartilagem, a porção medial desse tecido ósseo em formação é remodelada por ação de osteoclastos, formando a cavidade medular, local que irá abrigar a medula óssea amarela e uma grande quantidade de vasos sanguíneos. Nas extremidades desse tecido ósseo formado, o osso esponjoso é substituído por osso compacto, formando a diáfise dos ossos longos. Próximo ao nascimento, na região das epífises, temos a formação dos centros de ossificação secundários, bem semelhante ao observado para os centros de ossificação primários, mas sem a formação da cavidade medular. Uma lâmina de cartilagem hialina permanece revestindo as epífises, formando a cartilagem articular, e outra entre as epífises e diáfise, formando a linha epifisial, local que irá permitir o crescimento dos ossos em comprimento.
Os ossos do corpo humano podem ser classificados em:
· Ossos longos: são ossos cujo comprimento é maior que sua largura, como os ossos do fêmur, rádio e ulna.
· Ossos curtos: são ossos cujo comprimento e largura são bem semelhantes. São exemplos desse tipo de osso os ossos do carpo e do tarso.
· Ossos planos: são ossos bem finos, que apresentam duas lâminas de tecido ósseo compacto paralelas e bastante próximas, encerrando uma camada de tecido ósseo esponjoso, como os ossos do crânio e o esterno.
· Ossos sesamoides: são ossos pequenos, arredondados e planos que se desenvolvem dentro de tendões. Esse tipo de osso é encontrado principalmente próximo às articulações como as dos joelhos, mãos e pés. Exemplo de osso sesamoide, a patela, encontrada nas articulações dos joelhos.
· Ossos irregulares: são ossos que apresentam uma morfologia complexa, pois não se assemelham a formas geométricas conhecidas. As vértebras da coluna vertebral são exemplos de ossos irregulares.
· Suturas: são pequenos ossos presentes nas suturas cranianas, que são articulações.
· Pneumáticos: são ossos ocos ou com várias cavidades revestidas por mucosa e preenchidas por ar. São exemplos de ossos pneumáticos o etmoide e o esfenoide.
Figura 1.10 | Classificação dos ossos
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29849179. Acesso em: 11 nov. 2020.
ASSIMILE
Os ossos longos são aqueles que apresentam o comprimento maior que a espessura. Com relação à estrutura, esses ossos são constituídos pelas seguintes partes:
· Diáfise: estrutura cilíndrica que corresponde ao corpo do osso e envolve uma cavidade central denominada cavidade medular.
· Cavidade medular: é um espaço oco e cilíndrico que se estende por toda a diáfise, abrigando no seu interior a medula óssea amarela e uma grande quantidade de vasos sanguíneos. É revestida pelo endósteo.
· Epífises: no osso longo encontramos duas epífises, uma em cada extremidade da diáfise. É formada por osso esponjoso recoberto por uma camada de osso compacto.
· Metáfises: estão localizadas entre as epífises e a diáfise. Nessa região, em ossos jovens, encontramos a linha epifisial, uma fina camada de cartilagem hialina cuja função é permitir que o osso longo cresça em comprimento.
· Periósteo: camada de tecido conjuntivo que recobre externamente a superfície óssea. Não está presente na região da cartilagem articular.
· Endósteo: fina camada de tecido conjuntivo que reveste a cavidade medular.
· Cartilagem articular: é uma camada fina de cartilagem hialina que reveste a superfície da epífise que se articula com outro osso. Sua função é absorver o atrito entre os ossos que se articulam e absorver o impacto nas articulações sinoviais.
Figura 1.11 | Estrutura do osso longo
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=30131409. Acesso em: 12 nov. 2020.
O ser humano adulto apresenta 206 ossos distribuídos pelo esqueleto, que pode ser subdividido em: esqueleto axial e esqueleto apendicular. O esqueleto axial é formado pelos ossos do crânio, coluna vertebral e caixa torácica, enquanto o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos cíngulos dos membros superiores, cíngulos dos membros inferiores e pelos ossos dos membros superiores e inferiores.
Figura 1.12 | Divisão do esqueleto
A. esqueleto axial. B. esqueleto apendicular.
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=6881947 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=6881901. Acesso em: 12 nov. 2020.
REFLITA
O crescimento ósseo normal depende de uma combinação de fatores que incluem fatores nutricionais e também hormonais. 
Você sabia que hormônios como o hormônio do crescimento (produzido pela adeno-hipófise, no sistema nervoso central) e a tireoxina (produzido pela tireoide) estimulam o crescimento ósseo até a puberdade de um indivíduo? De que maneira isso ocorre? 
EXEMPLIFICANDO
Hoje, cada vez mais um número grande de pessoas busca a prática de atividades físicas para prevenção de doenças, bem como para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar. Esse panorama reflete diretamente no aumento da procura pelo profissional de educação física para um acompanhamento adequado durante a realização das atividades físicas. Assim, um profissional completo tem um conhecimento amplo, preciso e atualizado nas diferentes áreas permitidas no exercício de sua profissão. Nesse âmbito, vale ressaltar a importância do conhecimento a respeito do tecido ósseo, sua estrutura, suas funções e também alterações ou patologias que podem influenciar na prática de exercícios físicos. Um exemplo é o raquitismo, caracterizado por uma menor mineralização dos ossos, que se tornam bastante flexíveis. Essa condição pode acometer tanto crianças como adultos, estando relacionada à dieta com níveis inadequados de cálcio ou vitamina D. Na prática, é possível observar alguns aspectos indicativos da presença do raquitismo, como a presença de pernas arqueadas. Esse arqueamento ocorre devido ao encurvamento sofrido nos ossos da coxa e perna por ação do peso do corpo sobre os ossos pouco mineralizados. Dessa forma, é importante a observação do profissional, bem como conhecimento frente a indicativos de presença de alterações fisiológicas nos indivíduos, uma vez que a prática de exercícios pode ser contraindicada ou necessita ser direcionada para o tipo de patologia apresentada. Diante de uma nova realidade, na qual o profissional da área de educação física pode ser responsabilizado juridicamente por danos ocasionados pela prática inadequada de atividades físicas ou desportivas, o conhecimento amplo o diferencia no mercado de trabalho.
Agora, que as principais características estruturais e funcionais do tecido ósseo foram apresentadas, você é capaz de compreender a importância do conhecimento desses conteúdos para uma prática profissional segura e adequada.
FAÇA VALER A PENA
Questão 1
O corpo humano é formado por 206 ossos que podem receber diferentes classificações, podendo ser longos, curtos, planos, irregulares, entre outros.
São exemplos de osso sesamoide e osso curto, respectivamente:
a.  Patela e costela.
b. Frontal e parietal.
c.  Patela e osso do carpo. 
d.  Vértebra e esterno.
e. Ulna e osso da falange.  
Questão 2
No indivíduo adulto, o esqueleto é composto por aproximadamente 206 ossos, podendo ser dividido em esqueleto axial e esqueleto apendicular. 
A respeito da divisão do esqueleto, analise as seguintes afirmativas. 
I. Fêmur.
II. Osso frontal.
III. Vértebra.
IV. Úmero.
V. Esterno.
São ossos que fazem parte do esqueleto apendicular:
a. Somente I e IV.
b. Somente I e III.
c. Somente III e V. 
d. Somente II, III e V
e. Somente I, III e IV.  
Questão 3
O esqueleto é formado pela união de ossos e cartilagens, constituindo um arcabouço com funções extremamente importantes para os seres humanos. A respeito das funções dos ossos do esqueleto, analise as seguintes afirmativas:
I. Os ossos dão suporte estrutural ao corpo, possibilitando a sustentação e inserção de outros ossos, tendões e músculos esqueléticos.
II. Auxiliar nos movimentos, uma vez que o relaxamento dos músculos esqueléticos inseridos aos ossospermite que eles atuem como alavancas.
III. Os ossos armazenam minerais, principalmente íons cálcio e fosfato, participando da homeostasia mineral.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas
b. II, apenas 
c. III, apenas. 
d. I e II, apenas
e. II e III, apenas. 
REFERÊNCIAS
MARTINI, F. H.; TALLITSCH, R. B.; TIMMONS, M. J. Anatomia humana. 6.ed. São Paulo: Artmed, 2009.
TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2013.
FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ÓSSEO
Cristiane Mota Leite
Fonte: Shutterstock.
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SEM MEDO DE ERRAR
Agora que você conheceu e aprendeu os principais conceitos a respeito do tecido ósseo, fundamentais para a sua formação profissional, vamos retomar a nossa situação-problema. 
A partir desse momento, vamos considerar que você seja um estagiário de Educação Física na Universidade de sua cidade. Nesta etapa do seu estágio, você está acompanhando a elaboração dos treinos de alguns atletas pela equipe multidisciplinar. Esses treinos precisam levar em consideração que alguns atletas estão se recuperando de lesões ou cirurgias, como é o caso de Marcos, um dos atletas que está retornando aos treinos após a fratura de duas costelas e da clavícula esquerda. Nesse momento, o supervisor reuniu a equipe de estagiários e perguntou se você sabia quais eram as principais funções do sistema ósseo. Estaria esse sistema relacionado somente com a sustentação do corpo? E, ainda, com relação ao caso de Marcos, como poderiam ser classificados os ossos fraturados? E a que parte do esqueleto esses ossos pertenceriam?
Agora, você já é capaz de responder o treinador. Vamos lá? 
Primeiramente, devemos lembrar que o tecido ósseo realiza funções importantes como: sustentação do corpo, proteção de órgão vitais à nossa sobrevivência, auxílio na realização dos movimentos, participação da produção de células sanguíneas, além de servir como armazenamento de minerais e triglicerídeos. 
Na nossa situação-problema, Marcos fraturou alguns ossos em um acidente, costelas e clavícula. Esses ossos são classificados como ossos alongados, que assim como os ossos longos, apresentam o comprimento maior que sua largura e espessura, porém são curvados e não apresentam canal medular. A clavícula faz parte dos cíngulos dos membros superiores, juntamente com a escápula, pertencendo ao esqueleto apendicular, o qual é formado pelos ossos dos cíngulos dos membros superiores e inferiores, bem como os ossos dos membros superiores e inferiores. Já as costelas fraturadas por Marcos fazem parte da caixa torácica, juntamente com o esterno e, portanto, pertencem ao esqueleto axial, uma vez que este é composto pelos ossos do crânio, coluna vertebral e caixa torácica.
AVANÇANDO NA PRÁTICA
FRATURA E REPARO DO TECIDO ÓSSEO
Um aluno de graduação em educação física iniciou, juntamente com seu professor e alguns de seus colegas de turma, o acompanhamento da prática de atividade física de um grupo de idosos da comunidade local. Durante esse acompanhamento, os alunos deveriam auxiliar os idosos na realização correta dos exercícios propostos a cada aula. 
Durante uma das aulas direcionadas aos idosos, um deles acabou perdendo o equilíbrio e caindo no chão. Na tentativa de evitar bater a cabeça ao atingir o chão, o idoso tentou se apoiar com a mão direita e acabou machucando-a. Com muita dor, o idoso precisou ser encaminhado ao hospital mais próximo. Contudo, como o idoso estava sozinho, o professor solicitou que um dos alunos de graduação o acompanhasse ao atendimento médico e informar a família do acontecido. Após o atendimento médico, o aluno foi informado que o idoso havia sido diagnosticado com fratura em alguns dos ossos do carpo. Não era nada tão grave perto do que poderia ter acontecido ao senhor, mas, segundo o médico, necessitaria de imobilização e repouso para que o tecido ósseo pudesse ser reparado. Nesse momento, o aluno ficou pensativo a respeito de quais processos estariam envolvidos nesse reparo do tecido ósseo lesado e resolveu procurar seu professor para perguntar a respeito.
Suponha que você seja o professor desse aluno, como você responderia a esse questionamento?
RESOLUÇÃO
Você já viu vários conceitos importantes a respeito do tecido ósseo. Entre os conceitos, você viu que temos diferentes estruturas e tipos celulares presentes nesse tecido. Quando ocorre uma fratura, que é a perda da continuidade de determinado osso, este osso passa por um processo de reparo para restabelecer a estrutura afetada e também as suas funções. O processo de reparo ósseo envolve algumas fases: 1) fase reativa, que é uma fase inflamatória inicial, caracterizada pela formação de uma massa de sangue (hematoma de fratura), resultado da ruptura dos vasos sanguíneos no local da lesão. Devido à falta de nutrição, as células ósseas locais morrem, levando ao início de um processo inflamatório. Os restos celulares, nesse momento, são removidos por fagócitos e osteoclastos. Essa fase pode durar por até algumas semanas; 2) fase de reparação, caracterizada por dois eventos principais, a formação de um calo mole fibrocartilaginoso e a formação de um calo ósseo duro, que preenchem o espaço entre as extremidades ósseas fraturadas. O calo fibrocartilaginoso é formado pela secreção de fibrocartilagem por condrócitos, que se diferenciaram a partir de células do periósteo, levando esse processo cerca de três semanas. A próxima etapa é a formação do calo ósseo, que se forma pela secreção de matriz óssea realizada por osteoblastos que se diferenciam a partir de células osteoprogenitoras presentes nas extremidades ósseas fraturadas. Inicialmente, são formadas trabéculas de osso esponjoso que substituem a fibrocartilagem, formando o calo duro; 3) fase de remodelação óssea, é a fase final do reparo ósseo, sendo caracterizada pela remodelação do calo duro formado. Na periferia da fratura, o osso esponjoso é substituído por osso compacto, restabelecendo a estrutura óssea lesionada com a fratura.
NÃO PODE FALTAR
OSSOS E ACIDENTES ÓSSEOS
Cristiane Mota Leite
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PRATICAR PARA APRENDER
Nesta seção, você será apresentado aos principais acidentes ósseos presentes no esqueleto humano. Vale lembrar que o esqueleto faz parte do sistema locomotor, juntamente com as articulações e os músculos esqueléticos e que esse sistema permite a realização dos movimentos corporais. 
Inicialmente, você conhecerá os diferentes tipos de acidentes ósseos que podem ser observados no esqueleto humano e será capaz de reconhecer e identificar os principais ossos que constituem o esqueleto, relacionando com os principais acidentes ósseos presentes em cada osso estudado, o que possibilitará a compreensão desses conhecimentos no seu contexto profissional. Assim, a partir dos conceitos abordados na seção, você será capaz de identificar os principais ossos do esqueleto relacionando-os com as principais funções e como os acidentes ósseos presentes em cada osso podem influenciar na realização dos movimentos corporais. 
Caro aluno, 
Considerando que você como um profissional da área da Educação Física irá atuar de alguma forma com os movimentos corporais, seja realizando a organização, orientação ou mesmo a supervisão da prática de diferentes atividades físicas e desportivas, é fundamental que você esteja apto a identificar, reconhecer e relacionar funcionalmente as diferentes estruturas solicitadas a cada movimento realizado pelo corpo humano em atividade. Para tal, torna-se crucial o conhecimento a respeito dos ossos que constituem o esqueleto humano, visto que é uma das estruturas que compõem o aparelho locomotor. Vamos lá?
Nesta seção continuaremos a acompanhar o nosso aluno de graduação em Educação Física no seu estágio com a equipe do Programa de Treinamento e Preparação de Atletas de sua Universidade. Nessa terceira etapa do estágio, o aluno está acompanhando a realização de treinosna equipe de voleibol. A equipe está em treinamento intensivo, pois no próximo mês representará o Brasil nos Jogos Pan-Americanos Universitários. 
Durante um dos treinos, ao tentar defender uma bola, o levantador da equipe acabou esbarrando no líbero. Com o choque, o líbero foi arremessado para trás, caindo com a mão sobre o peito e o levantador caiu no local. Imediatamente, o jogo foi paralisado e a equipe médica entrou em quadra para prestar atendimento aos atletas. Diante da gravidade das lesões, os jogadores receberam os primeiros socorros e foram encaminhados ao hospital universitário. Após alguns exames, a equipe médica constatou que o líbero apresentava uma fratura na região do manúbrio, acompanhada de um hematoma nos tecidos que recobriam essa região. Já o levantador, apresentava um quadro um pouco mais preocupante, pois o choque havia ocasionado uma fissura, embora pequena, no osso parietal. 
Ao saber das lesões ocorridas nos atletas, o seu colega de estágio perguntou se você sabia onde se localizavam os ossos afetados no acidente. Com que outros ossos o manúbrio se relaciona? E o osso parietal? Como você responderia a todos esses questionamentos?
Considerando as diferentes áreas de atuação que você poderá exercer como um futuro profissional da área de educação física, torna-se fundamental o conhecimento mais detalhado a respeito dos diferentes ossos presentes no esqueleto humano, uma vez que esse sistema é um dos componentes do sistema locomotor. 
Agora que você já sabe a importância da compreensão desses conceitos para o exercício da sua profissão, vamos iniciar a apresentação dos conteúdos da presente seção. Vamos lá?
Aproveite todos os materiais que serão disponibilizados e adeque seus horários para se dedicar ainda mais ao autoestudo. 
CONCEITO-CHAVE
Os ossos do corpo humano apresentam aberturas, depressões e protuberâncias que surgem em locais onde ocorre a inserção ou passagem de tendões, ligamentos, fáscias ou artérias. São os chamados acidentes ósseos, que podem ser de diferentes tipos. Entre eles, temos:
1. Depressões: reentrâncias nos ossos que podem ou não se articular com outras estruturas.
· Fossa: depressão rasa.
· Sulco: depressão presente ao longo da superfície de um osso, acomodando vaso sanguíneo, nervo ou tendão.
· Fissura: fenda estreita localizada entre ossos adjacentes. Serve como passagem para vasos sanguíneos e nervos.
2. Forames: aberturas que permitem a passagem de vasos sanguíneos, nervos e ligamentos.
3. Processos: protuberâncias ou elevações que podem ou não se articular com outras estruturas.
· Côndilo: protuberância arredondada presente em superfície articular.
· Epicôndilo: protuberância superior ou adjacente ao côndilo.
· Cabeça: projeção articular grande e arredondada.
· Capítulo: cabeça articular pequena e arredondada.
· Trocanter: projeção arredondada grande.
· Tubérculo: proeminência pequena e arredondada.
CRÂNIO
Formado por 22 ossos, oito ossos cranianos e 14 ossos da face. Os ossos cranianos encerram no seu interior o encéfalo, servindo como proteção e sustentação para ele. Os ossos do crânio são: frontal, dois parietais, dois temporais, occipital, esfenoide e etmoide. Formando a face, temos 14 ossos: dois nasais, duas maxilas, dois zigomáticos, mandíbula, dois lacrimais, dois palatinos, duas conchas nasais inferiores e o vômer.
O osso frontal constitui a fronte, parte do teto da órbita e da cavidade nasal e assoalho da fossa craniana anterior, terminando anteriormente na margem supraorbital, a qual demarca o limite superior da órbita. No centro de cada margem supraorbital, encontra-se o forame ou incisura supraorbital. No interior do osso frontal, de cada lado na região da linha média, observa-se a presença dos seios frontais. O par de ossos parietais se unem por meio da sutura sagital formando a maior parte das porções laterais e do teto do crânio. O par de ossos temporais formam as porções laterais inferiores do crânio. Cada osso temporal se une ao osso parietal adjacente por meio da sutura escamosa. O osso occipital situa-se na região posterior da cabeça, compondo a maior porção da base do crânio. Nesse osso, encontramos a protuberância occipital externa, assim como as linhas nucais superior e inferior. Ainda no osso occipital, é possível observar o forame magno, orifício pelo qual a medula espinal se une ao tronco encefálico. Em cada um dos lados do forame magno encontram-se os côndilos occipitais, que se articulam com o atlas (primeira vértebra da coluna vertebral). 
O osso esfenoide localiza-se na porção média da base do crânio, articulando-se com todos os demais ossos do crânio. O esfenoide é formado pelo corpo (onde encontra-se o seio esfenoidal), sela turca, asas maiores, asas menores e processos pterigoideos. O osso etmoide está localizado na parte anterior do assoalho do crânio, formando parte da órbita e do soalho da cavidade do crânio, assim como o teto da cavidade nasal e parte do septo nasal. O etmoide é formado pela lâmina perpendicular, lâmina cribriforme e massas laterais. Nas massas laterais encontramos cavidades pequenas formando as células etmoidais.
Figura 1.13 | Ossos do crânio e face de um indivíduo adulto
Fonte: Adaptado Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=18330184. Acesso em: 25 nov. 2020; /Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=37631440. Acesso em: 25 nov. 2020.
ASSIMILE
Os ossos do crânio são unidos por articulações fixas formadas por tecido conjuntivo fibroso denso, denominadas suturas. São cinco as suturas principais: lambdoide, sagital, coronal, escamosa e frontonasal.
Figura 1.14 | Suturas cranianas
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=74297750. Acesso em: 26 nov. 2020; Wikimedia commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=34621019. Acesso em: 26 nov. 2020; Wikimedia commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=34108710. Acesso em: 26 nov. 2020.
Na face, o par de ossos nasais formam o dorso do nariz, enquanto o par de ossos lacrimais formam uma parte da parede medial de cada órbita. O par de ossos palatinos formam a porção posterior do palato duro, parte do assoalho e parede lateral da cavidade nasal e uma porção pequena da órbita. As conchas nasais inferiores localizam-se logo abaixo das conchas nasais superiores e médias (parte do osso etmoide), formando parte da parede lateral inferior da cavidade nasal. O vômer é um osso fino e plano que forma a porção inferior do septo nasal, separando a cavidade nasal em lados direito e esquerdo. Os ossos zigomáticos, um de cada lado, formam a saliência das bochechas e a borda infraorbitária. A mandíbula é o maior osso da face e está ligado ao crânio pela articulação temporomandibular, sendo, portanto, o único osso móvel do crânio (não considerando os ossículos do ouvido) e encerrando os alvéolos dos dentes inferiores. As maxilas formam parte dos assoalhos das órbitas, das paredes laterais e do assoalho da cavidade nasal e parte do palato duro. Nelas, encontramos os alvéolos dos dentes superiores.
REFLITA
Em alguns ossos cranianos e da face encontramos cavidades revestidas por membranas mucosas denominadas de seios paranasais. Você sabia que os seios paranasais apresentam funções extremamente importantes para o organismo humano? Você sabe quais são essas funções?
OSSO HIOIDE
Osso único, localizado na região do pescoço, logo abaixo da mandíbula, que não se articula com nenhum outro osso do corpo, estando suspenso por ligamentos e músculos. Sua principal função é dar sustentação à língua, sendo local de inserção para músculos da língua, pescoço e faringe. É composto por: corpo, dois cornos maiores e dois cornos menores.
COLUNA VERTEBRAL
Formada por ossos irregulares denominados vértebras, que encerram no seu interior a medula espinal. Além de conferir proteção à medula espinal, a coluna vertebral também sustenta o crânio, permitindo a realização de alguns movimentos, fornecefixação para músculos do tronco e, permite a articulação do crânio com a caixa torácica.
No indivíduo adulto, as 26 vértebras que constituem a coluna vertebral estão distribuídas do seguinte modo: 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 1 sacro (formado por 5 vértebras sacrais fundidas) e 1 cóccix (geralmente formado por 4 vértebras coccígeas fundidas). As vértebras estão separadas umas das outras por estruturas fibrocartilaginosas denominadas discos intervertebrais. Esses discos estão presentes da segunda vértebra cervical até o sacro, formando articulações fortes que permitem a realização de diferentes movimentos pela coluna vertebral, além de atuarem como coxins, absorvendo impactos verticais. 
Embora haja variações estruturais entre vértebras de diferentes regiões da coluna vertebral (tamanho, forma e detalhes anatômicos específicos), uma vértebra típica apresenta estruturas gerais como: corpo vertebral (em contato com os discos intervertebrais), arco vertebral e alguns processos (articular, transverso e espinhoso) que servem para articulação e inserção de músculos. Juntos, os arcos vertebrais e corpos vertebrais formam o canal vertebral, que encerra no seu interior a medula espinal.
Figura 1.15 | Coluna vertebral
A. Distribuição das vértebras de acordo com a região. B. Vista lateral do disco intervertebral. C. Estrutura geral de uma vértebra típica
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=92018334. Acesso em: 27 nov. 2020; Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=74296253. Acesso em: 27 nov. 2020; Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=33838749. Acesso em: 27 nov. 2020.
Duas vértebras presentes na região cervical são consideradas atípicas. São as vértebras denominadas atlas (primeira vértebra cervical) e áxis (segunda vértebra cervical). O atlas não apresenta corpo vertebral nem processo espinhoso, porém seus processos e forames transversos são grandes. Suas faces articulares superiores se articulam com os côndilos occipitais formando as articulações atlanto-occipitais, que permitem o movimento de flexão e extensão da cabeça. Já as faces articulares inferiores do atlas se articulam com o áxis. O áxis, diferentemente do atlas, apresenta corpo vertebral e um processo denominado dente do áxis, que se projeta a partir da porção anterior do forame vertebral do atlas, formando a articulação atlantoaxial com o arco anterior do atlas, a qual permite o movimento de rotação da cabeça.
EXEMPLIFICANDO
Hoje é comum encontrar indivíduos adultos apresentando quadros de dor na coluna vertebral, que muitas vezes é resultado de lesões degenerativas dessa estrutura e que acaba incapacitando ou piorando a qualidade de vida de indivíduos economicamente ativos. Dentre as lesões podemos destacar a hérnia de disco, uma lesão no disco intervertebral. Nesse tipo de lesão, o núcleo pulposo migra do seu local de origem (centro do disco intervertebral) para a periferia, geralmente em direção ao canal vertebral, devido ao rompimento do anel fibroso que circunda o núcleo pulposo. Esse movimento resulta na compressão dos nervos espinais, levando à dor. A atividade física tem um importante papel na recuperação tanto estrutural como funcional em indivíduos que apresentam esse tipo de lesão degenerativa na coluna vertebral. 
Como o educador físico pode, na sua rotina profissional, se deparar com indivíduos acometidos por esse tipo de lesão na coluna vertebral, é fundamental que ele tenha um bom conhecimento anatômico e funcional a respeito do sistema esquelético, estando preparado para a prescrição de exercícios adequados e seguros para esse tipo de público.
TÓRAX
Formado anteriormente pelo osso esterno, lateralmente pelas costelas e, posteriormente, pela coluna vertebral.
Figura 1.16 | Tórax
A. Vista anterior dos ossos do tórax. B. Vista anterior do esterno
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=49935131. Acesso em: 27 nov. 2020; Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=23591107. Acesso em: 27 nov. 2020.
O esqueleto humano é composto por 12 pares de costelas que se estendem da parede torácica anterior, unindo-se posteriormente às vértebras torácicas. Os sete primeiros pares de costelas são chamados de costelas verdadeiras, uma vez que se fixam diretamente ao esterno por meio de cartilagens individuais denominadas cartilagens costais. Os demais pares de costelas são chamados de costelas falsas, sendo os dois últimos pares chamados de costelas flutuantes. Do oitavo ao décimo par, as cartilagens costais se prendem indiretamente ao esterno. Nesse caso, elas se prendem inicialmente umas às outras e, depois, às cartilagens do sétimo par de costelas. No caso das costelas flutuantes, estas nunca se fixam ao esterno, permanecendo presas somente às vertebras torácicas. Cada costela é formada por três regiões: cabeça, colo e corpo.
O esterno é um osso achatado, formado por três partes: manúbrio, corpo do esterno e processo xifoide.
CÍNGULO DOS MEMBROS SUPERIORES
Os dois cíngulos dos membros superiores unem os ossos dos membros superiores ao esqueleto axial. Cada cíngulo do membro superior é composto por uma clavícula e uma escápula. A clavícula é um osso em forma de “S” que mantém a articulação do ombro afastada do tronco, permitindo maior amplitude de movimentos. A extremidade medial desse osso é chamada de extremidade esternal e se articula com o manúbrio, formando a articulação esternoclavicular. Já sua extremidade lateral, chamada de extremidade acromial, se articula com o acrômio, formando a articulação acromioclavicular. 
A escápula é um osso plano e triangular, localizado na porção posterior da caixa torácica, que une a clavícula ao úmero. O corpo da escápula apresenta anteriormente uma face côncava denominada fossa subescapular. Na sua face posterior, a escápula apresenta uma crista denominada espinha da escápula cuja extremidade lateral se projeta formando o acrômio (ponto mais alto do ombro observado na palpação). O acrômio se articula com a clavícula formando a articulação acromioclavicular. Na porção inferior do acrômio, observa-se uma depressão rasa chamada de cavidade glenoidal que acolhe a cabeça do úmero formando a articulação do ombro. 
MEMBROS SUPERIORES
Os membros superiores apresentam, cada um, 30 ossos. No braço, encontramos o úmero, um osso longo que se articula com a escápula, na região do ombro, e com o rádio e a ulna, na região do cotovelo. O úmero é dividido em cabeça, colo anatômico, tubérculos maior e menor. Na extremidade distal do úmero, temos os epicôndilos lateral e medial e, também o côndilo no qual encontramos o capítulo e a tróclea. Anteriormente e acima do capítulo observa-se as fossas radial e coronoide.
Os ossos do antebraço são a ulna, localizada medialmente, e o rádio, localizado lateralmente. Ambos são ossos longos, sendo o rádio mais curto, apresentando cabeça, colo e tuberosidade. Na extremidade proximal da ulna, observa-se o olecrano e o processo coronoide. Tanto o rádio como a ulna se articulam com o úmero na articulação do cotovelo. O rádio e a ulna se articulam entre si em três locais: 1. pela membrana interóssea; 2. pela articulação radioulnar proximal (cabeça do rádio com a incisura radial da ulna); e, 3. pela articulação radioulnar distal (cabeça da ulna com a incisura ulnar do rádio). Ainda, a extremidade distal do rádio se articula com os ossos semilunar, escafoide e piramidal do punho, formando a articulação radiocarpal.
Figura 1.17 | Ossos do esqueleto apendicular
A. Vista anterior dos ossos dos cíngulos e membros superiores e inferiores. B. Vista anterior do cíngulo do membro inferior
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=49935134. Acesso 27 nov. 2020; Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=27796968. Acesso em 27 nov.2020.
CARPO (OSSOS DO PUNHO), METACARPO (OSSOS DA PALMA DA MÃO) E FALANGES (OSSOS DOS DEDOS)
O carpo é formado por 8 ossos curtos chamados de ossos carpais e unidos uns aos outros por ligamentos, formando as articulações intercarpais. Os ossos mediais do carpo são: escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme. Os ossos proximais do carpo se articulam com as extremidades distais da ulna e rádio, formando a articulação radiocarpal. Os ossos distais do carpo são: trapézio, trapezoide, capitato e hamato. 
O metacarpo é formado por cinco ossos longos denominados ossos metacarpais, numerados de I a V, a partir do polegar. Os dedos da mão apresentam 14 falanges, cada uma delas constituídas por uma base proximal, uma diáfise intermediária e uma cabeça distal. Apenas o polegar apresenta duas falanges (proximal e distal), os demais dedos apresentam três falanges (proximal, intermediária e distal). 
CÍNGULO DO MEMBRO INFERIOR
Une os ossos dos membros inferiores ao esqueleto axial. É formado pelos ossos do quadril, que se unem anteriormente na sínfise púbica e, posteriormente, com o sacro nas articulações sacroilíacas. Os ossos do quadril, sínfise púbica, sacro e cóccix juntos formam a pelve óssea, que apoia e sustenta a coluna vertebral, bem como os órgãos pélvicos e abdominais inferiores. Cada osso do quadril, no adulto, é formado por três ossos fundidos: o íleo, o púbis e o ísquio. Esses três ossos formam uma fossa profunda chamada de acetábulo, que acolhe a cabeça do fêmur. O acetábulo, juntamente com a cabeça do fêmur, forma a articulação do quadril.
MEMBROS INFERIORES
Cada membro inferior é composto por 30 ossos. O maior osso do membro inferior está na coxa: o fêmur. Este é um osso longo, cuja extremidade proximal é formada por uma cabeça (extremidade proximal que se articula com o acetábulo), colo e dois trocânteres (maior e menor, que servem como pontos de inserção de alguns músculos da coxa e nádegas). A extremidade distal do fêmur apresenta o côndilo medial e côndilo lateral (separados abaixo e atrás pela fossa intercondilar), epicôndilo medial e epicôndilo lateral. 
Outro osso presente no membro inferior é a patela, um osso pequeno, sesamoide, localizado na articulação do joelho. Na perna, encontramos a tíbia (mais medial) e a fíbula (mais lateral), ambos ossos longos. A tíbia, na sua extremidade proximal, apresenta os côndilos medial e lateral e a tuberosidade. Na extremidade distal da tíbia, observa-se a incisura fibular, na face lateral, e o maléolo medial, na face medial. A fíbula está unida à tíbia pela membrana interóssea. Na extremidade proximal da fíbula encontramos a cabeça e na sua extremidade distal está o maléolo lateral que se articula com o tornozelo. 
TARSO (OSSOS DO TORNOZELO), METATARSO E FALANGES (OSSOS DOS DEDOS DOS PÉS)
O tarso é formado por 7 ossos curtos chamados de ossos tarsais. São ossos tarsais: tálus, calcâneo, navicular, cuneiforme lateral, cuneiforme intermédio, cuneiforme medial e cuboide. Esses ossos se articulam entre si, formando as articulações intertarsais. O metatarso é formado por cinco ossos longos, denominados ossos metatarsais, numerados de I a V, a partir do hálux. Os dedos dos pés apresentam 14 falanges, constituídas cada uma delas por uma base proximal, uma diáfise intermediária e uma cabeça distal. Apenas o hálux apresenta duas falanges (proximal e distal), os demais dedos apresentam três falanges (proximal, intermediária e distal).
Figura 1.18 | Ossos da mão e do pé
A. Ossos da mão. B. Ossos do pé
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29849183 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=29849185. Acesso em: 28 nov. 2020.
Agora que as principais características estruturais e funcionais do sistema esquelético foram apresentadas, ressaltando os principais acidentes ósseos, você é capaz de compreender a importância do conhecimento desses conteúdos para uma prática profissional segura e adequada.
FAÇA VALER A PENA
Questão 1
O crânio faz parte do esqueleto axial, sendo formado pelos ossos cranianos e ossos da face. O esqueleto humano apresenta oito ossos cranianos que exercem a importante função de proteger o encéfalo. Na figura a seguir, temos a representação dos ossos cranianos.
Fonte: Adaptado de Wikimedia commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=24031021 e https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=23303129. Acesso em 28 nov. 2020.
Assinale a alternativa que indica corretamente o nome dos ossos cranianos apontados em A e B, respectivamente:
a. Occipital e frontal.
b. Occipital e temporal.
c. Temporal e frontal. 
d. Temporal e parietal. 
e. Frontal e esfenoide. 
Questão 2
O esqueleto adulto apresenta 206 ossos, divididos em duas grandes subdivisões: esqueleto apendicular e esqueleto axial. A respeito dos ossos que fazem parte do tórax, analise as seguintes afirmativas.
I. O esqueleto humano apresenta 12 pares de costelas que se unem posteriormente ao esterno.
II. As costelas verdadeiras compreendem os sete primeiros pares de costelas, apresentando como característica a inserção direta ao esterno.
III. As cartilagens costais fixam todas as costelas diretamente ao esterno.
IV. As costelas são formadas por três regiões: cabeça, corpo e côndilo.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. II, apenas. 
c. I e III, apenas.
d. II e IV, apenas. 
e. I, II, III e IV. 
Questão 3
A respeito das características anatômicas dos ossos do corpo humano, analise as seguintes afirmativas.
I. O osso hioide está localizado na região do pescoço e não se articula com nenhum osso do corpo, permanecendo suspenso por ligamentos e músculos.
II. Na face posterior da escápula encontramos a espinha da escápula, cuja extremidade lateral se projeta formando a fossa escapular.
III. A ulna é um osso longo que pertence ao membro inferior no qual encontramos o olecrano e o processo coronoide na extremidade proximal.
IV. A primeira vértebra cervical, denominada atlas, é uma vértebra atípica, não apresentando corpo vertebral nem processo espinhoso.
É correto o que se afirma em:
a. I e II, apenas. 
b. II e III, apenas. 
c. I e III, apenas. 
d. I, III e IV, apenas.
e. I, II, III e IV.  
REFERÊNCIAS
MARTINI, F. H.; TALLITSCH, R. B.; TIMMONS, M. J. Anatomia humana. 6.ed. São Paulo: Artmed, 2009.
TORTORA, G.J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 14.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
VAN DE GRAAFF, K. M. Anatomia humana. 6. ed. Barueri: Manole, 2013.
FOCO NO MERCADO DE TRABALHO
OSSOS E ACIDENTES ÓSSEOS
Cristiane Mota Leite
Fonte: Shutterstock.
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SEM MEDO DE ERRAR
Agora que você conheceu e aprendeu os principais acidentes ósseos do esqueleto humano, fundamentais para a sua formação profissional, vamos retomar a nossa situação-problema. A partir desse momento, vamos considerar que você seja um estagiário de Educação Física na Universidade de sua cidade. Nesta etapa do seu estágio, você está acompanhando a realização de treinos na equipe de voleibol, que no próximo mês representará o Brasil nos Jogos Pan-Americanos Universitários. 
Durante um dos treinos, o levantador da equipe e o líbero acabaram se chocando e, como resultado, o líbero teve uma fratura na região do manúbrio, enquanto o levantador teve uma fissura no osso parietal. Um dos seus colegas de estágio se dirigiu a você e perguntou se você sabia onde se localizavam os ossos afetados no acidente. Com que outros ossos o manúbrio se relaciona? E o osso parietal?
Agora, você já é capaz de responder o seu colega de estágio. Vamos lá? 
Primeiramente, devemos lembrar que o manúbrio, osso lesionado pelo líbero, é uma das partes que compõem o osso esterno, presente no tórax. O esterno é um osso plano, com cerca de 15 cm de comprimento, sendo subdividido em três partes: manúbrio, corpo do esterno e processo xifoide. Essas porções do esterno se fundem na vida adulta e os locais nos quais essas partes se fundem são marcados pela presença de cristas transversas. O manúbrio, que é a parte superior

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