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2012 ME-100 Fundamentos de Matemática Mauro S. de F. Marques – p. 1/83 CAPÍTULO 1 Noções básicas de lógica matemática msdfm – p. 2/83 1.1 Introdução LÓGICA: Parte da filosofia que trata das formas do pensamento em geral (dedução, indução, hipótese, inferência, etc...) e das operações intelectuais que visam à determinação do que é verdadeiro ou não. Produz conclusões e estabelece argumentos. Etimologia gr. logikê (tékhnê) ’a ciência do raciocínio, a lógica’, f. fem. de logikós,ê,ón, pelo lat. logìca,ae ou logìce,es ’id.’; ver log(o)-; f.hist. sXIV logica, sXIV lisica msdfm – p. 3/83 Grandes contribuic¸o˜es • ARISTÓTELES (384 - 322a.C.). Criou a ciência da lógica. • GEORGE BOOLE (1815-1864). Fundamentos da álgebra da lógica. • AUGUSTUS DE MORGAN (1806-1871). Fundamentos da álgebra da lógica. • GOTLOB FREGE (1848-1925). Desenvolvimento da lógica. • GIUSEPPE PEANO (1858-1932). Simbologia da matemática. • ALFRED NORTH WHITEHEAD (1861-1947). Lógica moderna. • BERTRAND RUSSELL (1872-1970). Lógica moderna (PRINCIPIA MATHEMATICA). msdfm – p. 4/83 Informalmente a matemática pode usar uma linguagem corrente para se exprimir mas como ciência se faz necessário um rigor maior na linguagem utilizada. Isso nos leva ao estudo da chamada Lógica Matemática. msdfm – p. 5/83 Cálculo proposicional Proposic¸a˜o: • Coisa que se propõe; proposta, sugestão. • Na lógica tradicional de matriz aristotélica, expressão lingüística de uma operação mental (o juízo), composta de sujeito, verbo (sempre redutível ao verbo ser) e atributo, e passível de ser verdadeira ou falsa; enunciado. • Na lógica moderna, enunciado traduzível em símbolos matemáticos, passível de múltiplos valores de verdade (verdadeiro ou falso) e redutível a dois elementos básicos (o sujeito e o predicado). msdfm – p. 6/83 Organizando: • Os blocos básicos da lógica são as proposições. • Uma proposição é um enunciado que pode ser verdadeiro ou falso mas não ambos. • Dada uma proposição a lógica matemática assume: • Princípio da Identidade: “Todo objeto e´ ideˆntico a si mesmo”. • Princípio da Contradição: “Dadas duas proposic¸o˜es contradito´rias (uma e´ negac¸a˜o da outra), uma delas e´ falsa. ”. • Princípio do Terceiro Excluído: “Dadas duas proposic¸o˜es contradito´rias, uma delas e´ verdadeira ”. msdfm – p. 7/83 • Proposições serão denotadas por p, q, ..., p1, p2, ..., etc... • A cada proposição podemos associar de maneira única o seu valor-verdade: • V (verdade) para uma proposição verdadeira. • F (falso) para uma proposição falsa. • A proposição “2 e´ um nu´mero par” tem valor-verdade V . • A proposição “2 e´ um nu´mero impar” tem valor-verdade F . • A proposição “2 e´ um nu´mero primo” tem valor-verdade V . • A proposição “2 somado com 2 e´ igual a 0” tem valor-verdade F . • A proposição “o sol gira em torno da terra” tem valor-verdade F . • A proposição “o sol na˜o gira em torno da terra” tem valor-verdade V . • “x > 0"não é uma proposição! • “Essa proposic¸a˜o na˜o e´ verdadeira” não é uma proposição! msdfm– p. 8/83 1.2 Conectivos lógicos: e, ou e na˜o Proposições podem ser combinadas resultando em uma proposição composta. EXEMPLOS: • “2 e´ um nu´mero par e primo”. (V ) • “2 e´ um nu´mero maior que 3 ou impar”. (F ) • “2 na˜o e´ um nu´mero impar”. (V ) NOTAC¸ ˜AO: • ∧ (e) • ∨ (ou) • ¬ (não) msdfm – p. 9/83 Sejam p e q duas proposições. • A conjunc¸a˜o de p e q, isto é, a proposição “p e q”, é denotada por p ∧ q. • A disjunc¸a˜o de p e q, isto é, a proposição “p ou q”, é denotada por p ∨ q. • A negac¸a˜o de p, isto é, “a negação de p é verdadeira (falsa) se e somente se p é falsa (verdadeira)”, é denotada por ¬p. msdfm – p. 10/83 Observac¸o˜es: • Parênteses, ( ), são usados para indicar a abrangência dos conectivos. • O conectivo ¬ se aplica somente ao próximo símbolo. Assim, ¬p ∨ q significa (¬p) ∨ q; que é diferente de ¬(p ∨ q). msdfm – p. 11/83 1.3 Tabelas-verdade Para determinar o valor-verdade de proposições compostas, conhecidos os valores das proposições (simples) que as compõem, tabelas-verdade podem (devem) ser utilizadas. Por exemplo: p q p ∧ q V V V V F F F V F F F F p q p ∨ q V V V V F V F V V F F F p ¬p V F F V msdfm – p. 12/83 Tabelas-verdade podem ser usadas para determinar os possíveis valores verdade de proposições mais elaboradas. Por exemplo, para a proposição ¬(p ∨ ¬q) temos: p q ¬q p ∨ ¬q ¬(p ∨ ¬q) V V F V F V F V V F F V F F V F F V V F msdfm – p. 13/83 Exercı´cio 1.Assinale o valor-verdade para as seguintes proposições: (i) 3 ≤ 7 e 4 é um número impar. (ii) 3 ≤ 7 ou 4 é um número impar. (iii) 5 é impar ou divisível por 4. (iv) 3 ≤ 3. (v) Não é verdade que 2+2=5. msdfm – p. 14/83 2. Considere as seguintes proposições: p : “7 e´ um nu´mero par”, q : “3 + 1 = 4”, e r : “24 e´ divis´ivel por 8”. Escreva simbolicamente (em termos de p, q, r,∧,∨ e ¬) e encontre o valor-verdade das proposições (i) “3 + 1 6= 4 e 24 e´ divis´ivel por 8”. (ii) “Na˜o e´ verdade que 7 e´ um nu´mero par ou 3 + 1 = 4”. Expresse em palavras e encontre o valor-verdade das proposições (i) p ∨ ¬q. (ii) ¬(r ∧ q). (iii) ¬r ∨ ¬q. msdfm – p. 15/83 3. Construa tabelas-verdade para: (i) ¬p ∨ q (ii) ¬p ∨ p (iii) ¬p ∨ ¬q (iv) ¬(p ∧ q) (v) ¬(p ∨ q) (vi) ¬p ∧ ¬q (vii) p ∨ ¬p (viii) ¬(¬p) (ix) ¬¬p msdfm – p. 16/83 1.4 Equivalências e implicações Note que as tabelas-verdade para as proposições ¬(p ∨ q) e ¬p ∧ ¬q têm os mesmos valores-verdade. Definic¸a˜o: Dizemos que duas proposições, p e q, são logicamente equivalentes se elas têm a mesma tabela-verdade. Nesse caso escrevemos p ⇔ q. Se p e q são logicamente equivalentes elas podem ser intercambiadas em qualquer situação sem prejuizo. msdfm – p. 17/83 Exemplos simples de equivaleˆncia: (i) p ⇔ p (ii) p ∨ q ⇔ q ∨ p (iii) p ∧ q ⇔ q ∧ p (iv) (p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r) (v) (p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r) (vi) ¬(¬p) ⇔ p msdfm – p. 18/83 Leis de De Morgan: (i) ¬(p ∨ q) ⇔ (¬p ∧ ¬q). (ii) ¬(p ∧ q) ⇔ (¬p ∨ ¬q). As relações entre negação, disjunção e conjunção acima são chamadas “Leis de De Morgan”. Le-se: A negac¸a˜o de uma disjunc¸a˜o e´ logicamente equivalente a conjunc¸a˜o das negac¸o˜es. A negac¸a˜o de uma conjunc¸a˜o e´ logicamente equivalente a disjunc¸a˜o das negac¸o˜es. msdfm – p. 19/83 Implicac¸o˜es (condicionais) são as formas proposicionais mais importantes em matemática. De fato, • “Se ... então ...” • “Hipótese” então “conclusão” • “Hipótese” então “tese” • “A” implica “B” • “A” é suficiente para “B” • etc... msdfm – p. 20/83 Em forma geral, para duas proposições p e q, “Se p enta˜o q” é uma proposição. Escrevemos p→ q (p implica q). p é chamada premissa (ou hipo´tese ou antecedente) e q conclusa˜o (ou consequencia ou consequente ou tese). msdfm – p. 21/83 Para a proposição p→ q, obtemos a seguinte tabelas-verdade: p q p → q V V V V F F F V V F F V A implicac¸a˜o e´ falsa se, e somente se, o antecedente e´ verdadeiro e o consequ¨ente e´ falso. Note que o conectivo→ não é simétrico em p e q. msdfm – p. 22/83 Sa˜o equivalentes a p→ q: (i) Se p enta˜o q (ii) p implica q (iii) p e´ mais forte que q (iv) q e´ mais fraco que p (v) p somente se q (vi) q se p (vii) p e´ suficiente para q (viii) q e´ necessa´rio para p (ix) Uma condic¸a˜o necessa´ria para p e´ q (x) Uma condic¸a˜o suficiente para q e´ p msdfm – p. 23/83 O conectivo Bicondicional A proposição “p se e somente se q”, denotada por p↔ q, é chamada bicondicionalidade. Ela é verdadeira se e somente se seus componentes são ou ambos verdadeirosou ambos falsos. Em outros termos, para a proposição p↔ q, temos a seguinte tabelas-verdade: p q p ↔ q V V V V F F F V F F F V msdfm – p. 24/83 Observac¸o˜es: • Não confundir equivaleˆncia lo´gica (⇔) com bicondicionalidade (↔). • (p↔ q) ⇔ (p→ q) ∧ (q → p). • Para p↔ q dizemos que p e´ necesssa´rio e suficiente para q ou que p e q sa˜o equivalentes. msdfm – p. 25/83 Exercı´cio: 4. Use uma tabela-verdade para mostrar: (i) (p ↔ q) ⇔ ( (p → q) ∧ (q → p) ) . (ii) (p → q) ⇔ (¬q → ¬p). (iii) p ∧ (q ∨ r) ⇔ ( (p ∧ q) ∨ (p ∧ r) ) . (iv) p ∨ (q ∧ r) ⇔ ( (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) ) . msdfm – p. 26/83 Exercı´cio 5. Use uma tabela-verdade para mostrar que os pares de proposições abaixo na˜o sa˜o logicamente equivalentes (notação 6⇔). (i) ¬(p ∧ q) 6⇔ (¬p ∧ ¬q). (ii) ¬(p ∨ q) 6⇔ (¬p ∨ ¬q). (iii) (p → q) 6⇔ (q → p). (iv) ¬(p → q) 6⇔ (¬q → ¬p). msdfm – p. 27/83 Exercı´cio 6. Sem usar o conectivo↔ escreva uma negação de p↔ q. 7. Supondo p, ¬q e r verdadeiros o que pode ser dito sobre: (i) p → q. (ii) q → p. (iii) p → (q ∧ r). (iv) p ↔ q. (v) p ↔ r. (vi) (p ∨ q) → p. (vii) (p ∧ q) → q. msdfm – p. 28/83 Um pouco mais de “logiqueˆs” Dado p → q dizemos: • (q → p) é chamada de recı´proca de (p→ q). • (¬q → ¬p) é chamada de contrapositivo de (p→ q). • (¬p→ ¬q) é chamada de inverso de (p→ q). msdfm – p. 29/83 Exercı´cio 8. Encontre: (i) O contrapositivo de ¬p → q. (ii) A recíproca de ¬q → p. (iii) O inverso da recíproca de q → ¬p. (iv) A negação de p → ¬q. (v) A recíproca de ¬p ∧ q. msdfm – p. 30/83 1.5 Tautologias Tautologia: • Uso de palavras diferentes para expressar uma mesma idéia; redundância, pleonasmo. • Proposição analítica que permanece sempre verdadeira, uma vez que o atributo é uma repetição do sujeito. • Expressão que repete o mesmo conceito já emitido, ou que só desenvolve uma idéia citada, sem aclarar ou aprofundar sua compreensão. Etimologia gr. tautología,as ’repetição (de forma ou significado), o que diz a mesma coisa já dita’; ver taut(o)- e -logia msdfm – p. 31/83 Tautologias: “Proposic¸o˜es cuja tabela-verdade conte´m somente V na u´ltima coluna”. Exemplos: • p ∨ ¬p; p ¬p p ∨ ¬p V F V F V V • p→ (p ∨ q); p q p ∨ q p→ (p ∨ q) V V V V V F V V F V V V F F F V msdfm – p. 32/83 Contradic¸a˜o: “Proposic¸a˜o que sempre e´ falsa; negac¸a˜o de uma tautologia”. Exemplo: • (p ∧ ¬q) ∧ (p→ q); p q ¬q p ∧ ¬q (p→ q) (p ∧ ¬q) ∧ (p→ q) V V F F V F V F V V F F F V F F V F F F V F V F msdfm – p. 33/83 Observac¸o˜es: • Como distinguir equivaleˆncia lo´gica (⇔) de bicondicionalidade (↔)? (p⇔ q) se e somente se (p↔ q) e´ uma tautologia. Definic¸a˜o: Dizemos que p implica logicamente q (ou q e´ uma implicac¸a˜o lo´gica de p), escrevemos p⇒ q, se p→ q é uma tautologia. msdfm – p. 34/83 Exemplos (i) p→ (p ∨ q) é uma implicação lógica, isto é, p⇒ (p ∨ q). (ii) (p ∧ q)→ p é uma implicação lógica, isto é, (p ∧ q)⇒ p. (iii) p→ (p ∧ q) na˜o é uma implicação lógica (verifique!). msdfm – p. 35/83 ”Tautologias produzem as regras com as quais raciocinamos”. Principais tautologias: Sejam p, q, r e s proposições quaisquer , c uma contradição e t uma tautologia. 1. p ∨ ¬p 2. ¬(p ∧ ¬p) 3. p→ p 4. Leis idempotentes 4.1. p↔ (p ∨ p) 4.2. p↔ (p ∧ p) 5. Negação dupla ¬¬p↔ p msdfm – p. 36/83 6. Leis comutativas 6.1. (p ∧ q)↔ (q ∧ p) 6.2. (p ∨ q)↔ (q ∨ p) 6.3. (p↔ q)↔ (q ↔ p) 7. Leis associativas 7.1. (p ∧ (q ∧ r))↔ ((p ∧ q) ∧ r) 7.2. (p ∨ (q ∨ r))↔ ((p ∨ q) ∨ r) 8. Leis distributivas 8.1. (p ∧ (q ∨ r))↔ ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r)) 8.1. (p ∨ (q ∧ r))↔ ((p ∨ q) ∧ (p ∨ r)) 9. Leis de identidade 9.1. (p ∨ c)↔ p 9.2. (p ∧ c)↔ c 9.3. (p ∨ t)↔ t 9.4. (p ∧ t)↔ p msdfm – p. 37/83 10. Leis de De Morgan 10.1. ¬(p ∧ q)↔ (¬p ∨ ¬q) 10.1. ¬(p ∨ q)↔ (¬p ∧ ¬q) 11. Equivalência 11.1. (p↔ q)↔ ((p→ q) ∧ (q → p)) 11.1. (p↔ q)↔ ((p ∧ q) ∨ (¬p ∧ ¬q)) 11.1. (p↔ q)↔ (¬p↔ ¬q)) 12. Implicações 12.1. (p→ q)↔ (¬p ∨ q) 12.2. ¬(p→ q)↔ (p ∧ ¬q) 13. Contra-positivo (p→ q)↔ (¬q → ¬p) 14. Redução ao absurdo (p→ q)↔ ((p ∧ ¬q)→ c) msdfm – p. 38/83 15. Implicações 15.1. (p→ r) ∧ (q → r)↔ ((p ∨ q)→ r) 15.2. (p→ q) ∧ (p→ r)↔ (p→ (q ∧ r)) 16. Lei de exportação ((p ∧ q)→ r)⇔ (p→ (q → r)) 17. Adição p→ (p ∨ q) 18. Simplificação (p ∧ q)→ p 19. Modus ponens (p ∧ (p→ q))→ q (Se p então q. p portanto q) 20. Modus tollens ((p→ q) ∧ ¬q)→ ¬p (Se p, então q. q é falso. Então, p é falso.) msdfm – p. 39/83 21. ((p→ q) ∧ (q → r))→ (p→ r) 22. ((p ∨ q) ∧ ¬p)→ q 23. Absurdo ((p→ c)→ ¬p 24. ((p→ q) ∧ (r → s))→ ((p ∨ r)→ (r ∨ s)) 25. ((p→ q)→ (p ∨ r)→ (q ∨ r)) Como são tautologias, 4-16 acima também são equivalências lógicas (⇔) e 17-25 implicações lógicas (⇒). msdfm – p. 40/83 Exercı´cio 9. Verifique entenda e memorize o máximo que puder das tautologias 1-25 listadas. 10. Procure traduzir algumas das tautologias 1-25 listadas em linguagem usual. Por exemplo, 22. ((p ∨ q) ∧ ¬p)→ q : “A bola escolhida é preta ou amarela. Ela não é preta. Concluimos que ela é amarela". 11. Quais das seguintes são corretas? (i) (p→ (q ∨ r)) ⇒ (p→ q) (ii) ((p ∨ q)→ r) ⇒ (p→ r) (iii) (p ∨ (p ∧ q)) ⇔ p (iv) ((p→ q) ∧ ¬p) ⇒ ¬q msdfm – p. 41/83 12. Quais das seguintes são tautologias, contradições ou nenhuma delas? (i) (p ∧ ¬q)→ (q∨ 6= p) (ii) ¬p→ p (iii) ¬p↔ p (iv) (p ∧ ¬p)→ p (v) (p ∧ ¬p)→ q (vi) (p ∧ ¬q)↔ (p→ q) (vii) ((p→ q)↔ r))↔ ((p→ (q ↔ r)) msdfm – p. 42/83 1.6 Argumentos e princípios de demonstração • Por um argumento (ou teorema) entendemos uma proposição da forma (p1 ∧ p2 ∧ · · · ∧ pn)→ q. • p1, p2, . . . , pn são chamadas de premissas ou hipo´teses e q deconclusa˜o. • Um argumento e´ va´lido (ou o teorema e´ verdadeiro) se ele é uma tautologia • Se o argumento é válido dizemos que q é a consequeˆncia lo´gica de p1, p2, . . . , pn msdfm – p. 43/83 • Note que um argumento válido é uma implicação lógica (⇒) • Se um argumento é válido, a conclusão pode ser verdadeira ou falsa. Um argumento válido significa que se todas as premissas são verdadeiras então a conclusão é obrigatoriamente verdadeira msdfm – p. 44/83 • Exemplo: ( ¬q ∧ (p→ q) ) → ¬p. Premissa Premissa Conclusão Argumento p q ¬q p→ q ¬q ∧ (p→ q) ¬p ( ¬q ∧ (p→ q) ) → ¬p V V F V F F V V F V F F F V F V F V F V V F F V V V V V • Observa-se na última coluna da tabela-verdade que o argumento é uma tautologia. • A conclusão (¬p) pode ser falsa ou verdadeira (penúltima coluna). • Se as premissas são verdadeiras, então a conclusão é verdadeira! msdfm – p. 45/83 • Considere agora o argumento( ¬p ∧ (p→ q) ) → ¬q. Premissa Premissa Conclusão Argumento p q ¬p p→ q ¬q ∧ (p→ q) ¬q ( ¬q ∧ (p→ q) ) → ¬p V V F V F F V V F F F F V V F V V V V F F F F V V V V V Claramente esse argumento não é uma tautologia, na terceira linha as premissas são verdadeiras mas a conclusão é falsa, portanto o argumento na˜o e´ va´lido. msdfm – p. 46/83 É usual apresentar argumentos na vertical. Inicialmente listando-se as premissas, depois uma linha horizontal e por último a conclusão. Assim, os argumentos ( ¬q ∧ (p→ q) ) → ¬p e ( ¬p ∧ (p→ q) ) → ¬q são escritos na forma ¬q p→ q ¬p e ¬p p→ q ¬q msdfm – p. 47/83 Como exemplo dos casos acima, (( ¬q ∧ (p→ q) ) → ¬p ) e (( ¬p ∧ (p→ q) ) → ¬q ) , considere “p : 2 + 2 = 4” e “q : 3 + 5 = 7”. Assim, “3 + 5 6= 7” “Se 2 + 2 = 4 enta˜o 3 + 5 = 7” “2 + 2 6= 4” e “2 + 2 6= 4” “Se 2 + 2 = 4” enta˜o 3 + 5 = 7” “3 + 5 6=7” • No primeiro caso, um argumento válido, a conclusão é falsa. • No segundo, um argumento inválido, a conclusão é verdadeira. • !?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!? • A validade (ou não) de um argumento é baseada somente na sua forma e não na verdade ou falsidadade das proposições envolvidas. • Em um argumento válido, podemos garantir que a conclusão é verdadeira somente quando todas as premissas são verdadeiras. • “Se 2 + 2 = 4” enta˜o 3 + 5 = 7"é falsa! msdfm – p. 48/83 O uso de tabelas-verdade para verificar a validade de um argumento pode ser proibitivo quando o número de premissas é grande. Um método alternativo é o chamado Princı´pios de demonstrac¸a˜o. msdfm – p. 49/83 Princı´pios de demonstrac¸a˜o: A demonstração de um argumento (p1 ∧ p2 ∧ · · · ∧ pn)→ q é uma sequeˆncia de proposic¸o˜es, s1, s2, . . . , sk, onde (1) sk é q (2) Cada si, i = 1, 2, . . . , k, na sequência satisfaz um ou mais dos seguintes requerimentos: (a) si é uma das hipóteses (premissas). (b) si é uma tautologia. (c) si é uma consequência lógica (⇒) das proposições anteriores na sequência. Se as premissas são verdadeiras, cada proposição si será verdadeira, em particular a conclusão. msdfm – p. 50/83 Exemplos 1. ( ¬p ∧ (q → p) ) → ¬q. Proposição Razão s1 : ¬p Hipótese s2 : q → p Hipótese s3 : ¬p→ ¬q Contra-positivo de s2(Tautologia: (q → p)→ (¬p→ ¬q)) s4 : ¬q Consequência lógica de s1 e s3 (( (¬p→ ¬q) ∧ ¬p ) → ¬q ) Ou diretamente pela tautologia 20 na lista. msdfm – p. 51/83 2. ( (p ∨ q) ∧ ((q → ¬p) ∧ (p→ q) ) → q. Proposição Razão s1 : q → ¬p Hipótese s2 : p→ q Hipótese s3 : ¬q → ¬p Contra-positivo de s2 s4 : (q ∨ ¬q)→ ¬p Consequência lógica de s1 e s3 (15.1) s5 : q ∨ ¬q Tautologia s6 : ¬p Consequência lógica de s4 e s5 (19) s7 : p ∨ q Hipótese s8 : q Consequência lógica de s6 e s7 (22) msdfm – p. 52/83 Alternativamente, ( (p ∨ q) ∧ ((q → ¬p) ∧ (p→ q) ) → q. Proposição Razão s1 : q → ¬p Hipótese s2 : p→ q Hipótese s3 : p→ ¬q Contra-positivo de s1 s4 : p→ (q ∧ ¬q) Consequência lógica de s2 e s3 (15.2) s5 : ¬p Consequência lógica de s4, Absurdo (23) s6 : p ∨ q Hipótese s7 : q Consequência lógica de s5 e s6 (22) msdfm – p. 53/83 Me´dodo de demosntrac¸a˜o por contradic¸a˜o (ou indireta) Esta alternativa de demonstração é baseada na tautologia de redução ao absurdo (p→ q)↔ (p ∧ ¬q)→ c (14), onde c é uma contradição. Aplicando esta tautologia ao argumento de interesse temos ( (p1 ∧ p2 ∧ · · · ∧ pn)→ q ) ↔ ( (p1 ∧ p2 ∧ · · · ∧ pn ∧ ¬q)→ c ) . Como temos uma equivalência lógica, podemos substituir o lado direito pelo lado esquerdo sem nenhum prejuizo. msdfm – p. 54/83 Exemplo: ( (p ∨ q) ∧ ((q → ¬p) ∧ (p→ q) ) → q Proposição Razão s1 : ¬q Hipótese (negação da conclusão) s2 : p ∨ q Hipótese s3 : p Consequência lógica de s1 e s2 s4 : p→ q Hipótese s5 : q Consequência lógica de s3e s4 s6 : q ∧ ¬q Consequência lógica de s1e s5 (CONTRADIC¸ ˜AO!) s7 : q Consequência lógica de s6 Note que a hipótese (q → ¬p) não foi usada nesse método de prova. Pergunta: ( (p ∨ q) ∧ (p→ q) ) → q é válido? msdfm – p. 55/83 • O princípio de demonstração é usado somente para mostrar a validade de um argumento. • O princípio de demonstração não serve para mostrar que um argumento é invalido. • Nossa incapacidade em mostrar a validade de um dado argumento não quer dizer que ele não seja válido. • Em um argumento válido a conclusão é obrigatoriamente verdadeira se todas as premissas são verdadeiras. • Se pudermos encontrar apenas um único caso onde as premissas são verdadeiras mas a conclusão é falsa (um contra-exemplo), então teremos demonstrado que o argumento não é válido. msdfm – p. 56/83 Exercı´cio 13. De um contra-exemplo para mostrar que o argumento ((p→ q) ∧ (¬p ∨ q))→ (q → p) não é válido. 14. Verifique usando tabelas verdade os seguintes argumentos: (i) p→ q ¬p ∨ q q → p (ii) p ∨ q r → q q ¬r (iii) p ∨ ¬q ¬p ¬q msdfm – p. 57/83 15. Estabeleça a validade dos argumentos abaixo usando o princípio de demonstração ou de um contra-exemplo no caso de invalidade. (i) ¬p ∨ q p q (ii) p→ q r → ¬q p→ ¬r (iii) ¬p ∨ q ¬r → ¬q p→ ¬r (iv) q → ¬p ¬q p (v) ¬p p→ q (vi) (p ∧ q)→ (r ∧ s) ¬r ¬p ∨ ¬q (vii) p→ q ¬p→ ¬r s→ (p ∨ r) s q (viii) p ∨ q q → ¬r ¬r → ¬p ¬(p ∧ q) (ix) p→ q ¬r → ¬q r →6= p ¬p msdfm – p. 58/83 (x) p→ ¬p ¬p (xi) p ∨ q p→ r ¬r q (xii) p q → ¬p ¬q → (r ∨ ¬s) ¬r ¬s (xiii) p→ (q ∨ s) q → r p→ (e ∨ s) (xiv) p→ ¬q q → p r → p ¬q (xv) p→ q r → s ¬(p→ s) q ∧ ¬r msdfm – p. 59/83 Quantificadores x > 0 não é uma proposição pois como o valor de x não é conhecido não podemos assinalar um valor-verdade. Neste caso, x é chamado uma varia´vel, isto é, um símbolo que pode asssumir diferentes valores (também é chamados de interpretac¸o˜es). Para cada possível valor de x, teremos uma proposição. Assim, chamamos “x > 0” de uma func¸a˜o proposicional, na verdade uma “função” de x que assume como valor uma proposição. msdfm – p. 60/83 Fazendo p(x) = “x > 0”; • p(1) é a proposição “1 > 0” cujo valor-verdade é V . • p(−1) é a proposição “− 1 > 0” cujo valor-verdade é F . • p(0) é a proposição “0 > 0” cujo valor-verdade é F . msdfm – p. 61/83 Defnic¸a˜o: Uma sentença contendo uma ou mais variáveis é chamada uma sentenc¸a declarativa se quando assinalamos valores particulares para as variáveis envolvidas temos uma proposição. Sentenças declarativas serão denotadas por p(x), q(x, y), r(x, y, z), etc... msdfm – p. 62/83 Exemplos: • p(x) = “x > 0”. • p(x, y) = “x > y”; • p(1, 0) tem valor-verdade V . • p(0, 1) tem valor-verdade F . • p(1, 1) tem valor-verdade F . msdfm – p. 63/83 Seja D o “conjunto” de todos os possíveis valores da variável x, ou seja, o “domínio” da função proposicional p(x). Um outro método de fazer com que p(x) se torne uma proposição é referido como quantificac¸a˜o. Exite duas maneiras com as quais quantificamos uma função proposicional p com domínio D: Prefaciando a função proposicional p com: 1. “para todo x emD” ou “para qualquer x emD”, denotado por “∀x em D”. 2. “existe x emD tal que” ou “para algum x emD tem-se a propriedade que” denotado por “∃x em D ∋ ”. msdfm – p. 64/83 ∀, ∃ e ∋ são chamados quantificadores; • ∀ é chamado quantificador universal, lê-se “para todo”, • ∃ é chamado quantificador existencial, lê-se “existe”, e • ∋ é o simbolo para “tal que”. msdfm – p. 65/83 Assim: ∀x em D, p(x) resultará em um valor-verdade V se p(x) é verdadeira para todo valor de x em D e F caso contrário. ∃x em D ∋ p(x) resultará em um valor-verdade V se p(x) é verdadeira para pelo menos um valor de x em D e F caso contrário. msdfm – p. 66/83 Se existe somente um número finito de possíveis interpretações para x, isto é, um número finito de possíveis valores de x, digamos x1, x2, . . . , xn, em outras palavras, se D é finito, então ( ∀x em D, p(x) ) ↔ ( p(x1)∧ p(x2)∧ · · · ∧ p(xn) ) e ( ∃x emD ∋ p(x) ) ↔ ( p(x1)∨p(x2)∨· · ·∨p(xn) ) msdfm – p. 67/83 No caso degenerado onde não existem interpretações, isto é, “D é vazio” , não importando o que seja p(x), tem-se: • ∀x em D, p(x) é sempre verdadeira pois não podemos produzir um valor de x para o qual p(x) seja falsa. • ∃x em D ∋ p(x) é sempre falsa pois não podemos produzir um único valor de x para o qual p(x) seja verdadeira. msdfm – p. 68/83 Negac¸o˜es: É fácil ver (exercício) que:¬ ( ∀x em D, p(x) ) ↔ ( ∃x em D ∋ ¬p(x) ) ¬ ( ∃x em D ∋ p(x) ) ↔ ( ∀x em D,¬p(x) ) Se D é finito, isto é apenas uma extensão da Lei de De Morgan. Exemplo: ¬ ( ∀x em D, (p(x)→ q(x)) ) → ∃x em D ∋ ¬(p(x)→ q(x))→ ∃x em D ∋ (p(x) ∧ ¬q(x)). msdfm – p. 69/83 Exercı´cio 16. Verifique as negações acima. 17. Represente usando quantificadores: (i) “Todo p(x) é um q(x)”. (ii) “Algum p(x) é um q(x)”. 18 Escreva na forma simbólica, indicando escolhas apropriadas de interpretações (domínio). (i) Existe um número inteiro x tal que x+ 2 = 4. (ii) x2 − 4 = 0 tem uma solução positiva. (iii) Toda solução de x2 − 4 = 0 é positiva. msdfm – p. 70/83 19. Discuta as seguintes proposições; (i) (∀x em D, p(x))→ (∃x em D ∋ p(x)). (ii) (∃x em D ∋ p(x))→ (∀x em D, p(x)). (iii) (∀x em D,¬p(x))→ ¬(∀x em D, p(x)). (iv) ¬(∀x em D, p(x))→ (∀x em D,¬p(x)). (v) ¬(∃x em D ∋ p(x))→ (∃x em D ∋ ¬p(x)). msdfm – p. 71/83 Mais sobre quantificadores Algumas situações exigem mais do que um quantificador. Por exemplo, • “Para todo nu´mero par n existe um nu´mero inteiro k tal que n = 2k”. • “Para toda reta l e para todo ponto a, fora de l, existe uma reta l’ que passa por a e e´ paralela a l” Seja f uma “função” com “domínio” em D e “contra-domínio” em B”: • “Para todo y em B, existe x emD tal que f(x) = y”. • Para todo x no domı´nio de f e para todo nu´mero ǫ > 0, existe um nu´mero δ > 0 tal que |x− c| < δ implica |f(x)− L| < ǫ”. msdfm – p. 72/83 Considere a proposição: ∀x em S, ∃y em T ∋ p(x, y) A leitura deve ser feita sempre da esquerda para a direita. Ou seja, ∀x em S, ( ∃y em T ∋ p(x, y) ) Note a diferença para a proposição ∃y em T ∋ ∀x em S, p(x, y) msdfm – p. 73/83 É importante observar que: • Em uma proposição do tipo ∀x em S, ∃y em T ∋ p(x, y), (em outros termos, para cada x em S, vai existir um y em T tal que p(x, y) e´ verdadeira) o valor de y pode depender da escolha do valor de x • Por outro lado, para ∃y em T ∋ ∀x em S, p(x, y) ser verdadeira, deve existir ao menos um valor de y, digamos y0, tal que p(x, y0) é verdadeira para toda escolha de x. msdfm – p. 74/83 Exercı´cios: 20. Se os possíveis valores da variável x em S são s1 e s2 e os possíveis valores da variável y em T são t1 e t2, verifique que: ∀x em S, ∃y em T ∋ p(x, y)↔ (( p(s1, t1) ∨ p(s1, t2) ) ∧ ( p(s2, t1) ∨ p(s2, t2) )) e ∃y em T ∋ ∀x em S, p(x, y)↔ (( p(s1, t1) ∧ p(s2, t1) ) ∨ ( p(s1, t2) ∧ p(s2, t2) )) . 21. O que acontece no Exercício 20 quando S e T são identicos e p(x, y) = “x = y”? 22. Escreva a negação de ∀x em S, ∃y em T ∋ p(x)→ q(x, y). msdfm – p. 75/83 22. Os pares de proposições abaixo são equivalentes? Justifique! (i) “Todo nu´mero inteiro e´ par ou impar” e “Todo nu´mero inteiro e´ par ou todo nu´mero inteiro impar”. (ii) (∀x em D, (p(x) ∨ q(x))) e ((∀x em D, p(x)) ∨ (∀x em D, q(x))). (iii) (∀x em D, (p(x)→ q(x))) e ((∀x em D, p(x))→ (∀x em D, q(x))). (iv) (∀x em D, (p(x) ∧ q(x))) e ((∀x em D, p(x)) ∧ (∀x em D, q(x))). (v) (∃x em D ∋ (p(x) ∨ q(x))) e ((∃x em D ∋ p(x)) ∨ (∃x em D ∋ q(x))). 23. Escreva de forma simbólica (i) “Para todo y em B existe x emD tal que f(x) = y” (ii) “Para todo x no domı´nio de f e para todo nu´mero ǫ > 0 existe um nu´mero δ > 0 tal que |x− c| < δ implica |f(x)− L| < ǫ”. (iii) “A soma de dois nu´meros pares quaisquer e´ um nu´mero par” (iv) “Para toda reta l e para todo ponto a fora de l existe uma reta l’ que passa por a e e´ paralela a l” msdfm – p. 76/83 Métodos de demonstração. Três métodos de demonstração a serem considerados são: • Demonstrac¸a˜o direta ( p(x)→ q(x) ) 1. Assume a hipótese 2. Dedução lógica (corpo da demosntração) 3. Chega-se à conclusão • Demonstrac¸a˜o do contrapositivo ( ¬q(x)→ ¬p(x) ) 1. Assume a negação da conclusão 2. Dedução lógica (corpo da demosntração) 3. Chega-se à negação da hipótese • Demonstrac¸a˜o indireta ou por contradic¸a˜o( (p(x) ∧ ¬q(x))→ c ) 1. Assume a hipótese e a negação da conclusão 2. Dedução lógica (corpo da demosntração) 3. Chega-se a uma contradição msdfm – p. 77/83 Mesmo nos livros de matemática avançados muitas das demonstrações são apresentadas de maneira informal, usando um mínimo da simbologia lógica. No entanto, a estrutura lo´gica, • hipo´tese, • sequeˆncia de proposic¸o˜es que sa˜o consequeˆncias lo´gicas de proposic¸o˜es pre´vias e • conclusa˜o, estara´ sempre presente. msdfm – p. 78/83 Exemplo: Assumindo que um número inteiro n é par se e somente se existe um inteiro k tal que n = 2k, considere o seguinte teorema: Teorema: Se n em são números pares, então n+m é par. Demonstrac¸a˜o: Sejam n em são números pares. Então existem j e k inteiros tais que n = 2k e m = 2j. Então m+ n = 2k + 2j = 2(k + j). Portanto n+m é par. c.q.d msdfm – p. 79/83 Compare com: Teorema: Seja P o “conjunto” dos números pares. ∀n em P, ∀m em P → (m+ n em P ). Demonstrac¸a˜o: ∀n em P, ∀m em P, ∃j,∃k ∋ (n = 2k ∧m = 2j). (n = 2k ∧m = 2j)→ m+ n = 2k + 2j = 2(k + j). m+ n = 2(k + j)→ (m+ n em P ). c.q.d Note que a demostração do teorema foi dada na forma direta. msdfm – p. 80/83 Exercicio: 24. Demostre o teorema; ∀n em P, ∀m em P → (m+ n em P ), onde P o “conjunto” dos números pares, (i) Usando método contrapositivo. (ii) Usando método indireto (contradição). Observação: Sabemos que um número n é impar se e somente se existe k tal que n = 2k + 1. msdfm – p. 81/83 25. Determine quais das seguintes “demonstrações” são corretas e quais são incorretas. No caso de uma demonstração correta, indique o tipo de método usado e no caso incorreto indique o erro. Teorema: Se x e y são números pares, então n−m é par. (Prova 1) Suponha que x e y são números impares. Então existe números inteiros j e k tal que x = 2j + 1 e y = 2k + 1. Logo x− y = (2j + 1)− (2k + 1) = 2(j − k). Portanto x− y é par. (Prova 2) Suponha que x− y seja par e y seja impar. Então existem números inteiros j e k tal que x− y = 2j e y = 2k + 1. Logo y = y − x+ x = −2j + (2k + 1) = 2(k − j) + 1. Portanto y é impar o que é uma contradição. msdfm – p. 82/83 (Prova 3) Suponha que x− y seja impar. Então existe um número j tal que x− y = 2j + 1. Se y é par, a demonstração esta completa, suponhamos então que y é impar, isto é, y = 2k + 1 para algum número k. Logo x = (x− y) + y = (2j + 1) + (2k + 1) = 2(j + k) + 2 = 2 ( (j + k) + 1 ) . Portanto x é par o que demonstra o teorema. (Prova 4) Suponha que x e y são números pares e (x-y) é impar. Então existem números inteiros j e k tal que x = 2j e y = 2k. Logo x− y = 2j − 2k = 2(j − k) portanto x− y é par. Mas isso contradiz a suposição que x− y é impar, completando a demonstração. (Prova 5) Suponha que x e y são números pares. Então existem números inteiros j e k tal que x = 2j. Logo x− y = 2j − 2k = 2(j − k). Portanto x− y é par. msdfm – p. 83/83 1.1 Introduc c~ao C'alculo proposicional small 1.2 Conectivos l'ogicos: {nullf e, ou e n~ao} small 1.3 Tabelas-verdade small 1.4 Equival^encias e implicac c~oes small 1.5 Tautologias small 1.6 Argumentos e princ'{i }pios de demonstrac c~ao small Quantificadores small M'etodos de demonstrac c~ao.
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