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TCC Psicopedagogia reformulado dia 1206

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CENTRO UNIVERSITARIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
UNIASSELVI-PÓS
FELIPE TEIXEIRA
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
 E O PROFESSOR PSICOPEDAGOGO
RIO DE JANEIRO
 2022
FELIPE TEIXEIRA 
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 E O PROFESSOR PSICOPEDAGOGO
Relatório de Estágio apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso: Relatório de Estágio do Curso de Especialização Lato Sensu em Psicopedagogia do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi. Orientador(a): Tutoria de TCC
RIO DE JANEIRO
2022
Sumário
1 – Introdução
2 – Fundamentação Teórica
2.1 O Psicopedagogo, a inclusão escolar e a família
2.2 A Escola Inclusiva
3 - Observação
4 – Coleta e análise dos dados observados
5 – Intervenções
5.1 Registro e análise das intervenções
6 – Considerações finais
7 – Referências bibliográficas
Anexos
Anexo I – Carta de apresentação
Anexo II – Termo de compromisso
Anexo III – Termo de consentimento
Anexo IV – Declaração de estagio 
Anexo V – Autorização dos pais 
Anexo VI – Laudo ou Diagnostico
1 INTRODUÇÃO 
 A Psicopedagogia é uma área do conhecimento que atua tanto na Saúde como na Educação, trabalhando no processo da aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio escolar, familiar e a sociedade em seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios. Sendo assim, o presente relatório trata do acompanhamento e intervenções realizadas pela estagiária Grasiela da Silva, acadêmica do Curso de Pós-Graduação Latu Senso em Psicopedagogia. O trabalho foi desenvolvido no Centro de Educação Municipal, com público alvo do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, totalizando 111 alunos, com 13profissionais atuantes incluindo, diretora, professores, merendeira e serviços gerais, localizada no município de Agrolândia, bairro Ipiranga. A proposta pedagógica apresentada no PPP, embasa o trabalho docente, além dos currículos de níveis de Estado e País na rede municipal de ensino de Agrolândia é a Proposta Curricular da Educação Básica:
 AMAVI. Proposta Curricular da Educação Básica: Municípios da Região do Alto Valedo Itajaí. Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí. Rio do Sul, 2016. 
 Após a adequação da BNCC , os professores do Centro de Educação usam cotidianamente os documentos abaixo para nortear s uas atividades docentes, desde o planejamento, até a prática e a avaliação.
 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular . Brasília, 2018. SANTA CA TARINA. Secretaria de Estado da Educação. Currículo Base da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense. Florianópolis, 2019. 
 Os professores elaboram o Plano de ensino (Plano Anual), isto é, os planejamentos de aula(quer seja por projetos, atividades de aprendizagem, por aula, etc.), Ementa; Objetivo; Conteúdo; Metodologia; Avaliação; Referências). O Centro de Educação tem clientela formada não apenas por alunos que residem no Bairro Ipiranga, onde é situado, mas também nas localidades vizinhas. A Secretária de Educação oferece transporte escolar para os alunos que residem nessas comunidades. As observações e intervenções foram desenvolvidas em meio a pandemia do COVID-19, todas as medidas preventivas foram adotadas, como redução do número de participantes, uso de máscara e álcool em gel, distanciamento social de 1,5 mts, etc.
 Optou-se por observar e intervir com um aluno de 9 anos, matriculado no 3º ano do ensino fundamental, diagnosticado por neurologistas com Transtorno do Espectro Autista- TEA nível II, Deficiência Intelectual e Ataxia Cerebral Congênita 
 O estágio se justifica pela necessidade de o acadêmico/estagiário ter a oportunidade de conviver com as questões que envolvem a profissão do Psicopedagogo, bem como refletir sobre a sua ação, além de poder confrontar a teoria e a prática, para tanto, busca-se conhecimento teórico, propiciando reflexão sobre o papel do psicopedagogo.
Investigar os fatores que dificultam a aprendizagem, como também as emoções dos alunos estudados, desenvolvendo um trabalho volta do para atividades psicopedagógicas que possam melhorar o convívio social dessas crianças, além de compreender e interpretar o processo do diagnóstico pedagógico.
 Diante do citado, objetivou-se com o presente trabalho: identificar as capacidades e competências da criança, bem como suas dificuldades; investigar os processos passíveis de aprendizagem, considerando aspectos situacionais, culturais, sociais e biológicos. Assim, este trabalho possui suma relevância na formação acadêmica no âmbito da inclusão.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O PSICOPEDAGOGO, A INCLUSÃO ESCOLAR E A FAMÍLIA
 A Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem humana, considerando o sujeito que aprende em sua totalidade, o objetivo do psicopedagogo é entender os processos de aprendizagem, assim como, as dificuldades e limitações inerentes, decifrando a origem da dificuldade apresentada que pode ser social, mental, física e até mesmo emocional. O psicopedagogo institucional atua preventivamente, envolvendo a escola, a família e a comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade.
 Atualmente muito se fala em inclusão, em formar profissionais capacitados para trabalhar com os alunos com dificuldade e/ou limitação específica. Porém, evidencia-se nos currículos escolares a não interdisciplinaridade, ou seja, o não direcionamento das atividades e a pouca existência de inter-relações entre os conteúdos. Ao contrário, os currículos estão organizados em disciplinas, que separam os conhecimentos tratando-os isoladamente.
 De acordo com Mantoan (2003, p.13), entende-se que Os sistemas escolares também estão montados a partir de um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial, os professores em especialistas nesta e naquela manifestação das diferenças. A lógica dessa organização é marcada por uma visão determinista, mecanicista, formalista, reducionista, própria do pensamento científico moderno, que ignora o subjetivo, o afetivo, o criador, sem os quais não conseguimos romper com o velho modelo escolar para produzir a reviravolta que a inclusão impõe.
 Um ponto que merece atenção é a diferença entre integração e inclusão. Para Mantoan (2003) integração refere-se mais especificamente à inserção de alunos com deficiência nas escolas comuns. Entretanto, nem todos os alunos com deficiência “cabem” nas turmas de ensino regular, pois há uma seleção prévia dos que es tão aptos à inserção.Para esses casos, é preciso de currículos adaptados, avaliações especiais, redução dos objetivos educacionais para compensar as dificuldades de aprender. Em síntese, a escola não muda como um todo, mas os alunos têm de mudar para se adaptarem às suas exigências. 
 Já a inclusão apresenta uma inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos devem frequentar a sala de aula do ensino regular, sem excluir ninguém. Portanto, é incompatível com a integração, pois a inclusão abarca não apenas os alunos deficientes ou que possuem dificuldades na aprendizagem, mas todos os demais, para que juntos obtenham sucesso na aprendizagem (MANTOAN, 2003).
 Corrobora-se com a autora quando esta aponta que: Incluir é necessário, primordialmente para melhorar as condições da escola, de m odo que nela se possam formar gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança estigmatizada sem motivos(MANTOAN, 2003, p. 30
 Para um cenário educacional que caminha em direção a busca pela inclusão e que contribua para o bom andamento, necessita da escola, dos professores e dos pais. Concebe-se também que a tão almejada inclusão não pode se restringir ao ambiente escolar, deve atravessar seus muros para que ocorra verdadeiramente. Pode-se dizer, que é inconcebível que a escola seja inclusiva se a sociedade não o for. Daí a importância dos diversos setores da sociedade, e não apenas a educação.
 Existem muitos fatores que interferem no processo de aprendizagem, porém a criança não é a única responsável pelos problemas que enfrenta ou que se encontra. Mas também, não é a busca de culpados por esses problemas que permitirá encontrar soluções. Para Bossa (2002 apudESCOTT, 2004) é preciso que o psicopedagogo tenha clareza de que a dificuldade de aprendizagem não se dá isoladamente, mas precisa ser compreendida como um sintoma social, cultural, epistemológico e individual, que se manifesta na dimensão da singularidade do sujeito.
 Para se compreender os problemas que surgem na aprendizagem o psicopedagogo precisa ter um olhar e uma escuta aprofundada a todos os momentos do processo. Segundo Paín (1989, apud ESCOTT, 2004, p. 28), [...] podemos considerar o problema de aprendizagem como sintoma, no sentido de que o não-aprender não configura um quadro permanente, mas ingressa numa constelação peculiar de comportamentos, nos quais se destaca como sinal de descompensação.
 Dessa forma, quando surgir o “não sei” como principal resposta, o psicopedagogo deve perguntar-se o que não está permitido saber. Segundo Fernández (1990 apud BOSSA 2000, p.88), Para resolver o problema de aprendizagem reativo, necessitamos recorrer principalmente a planos de prevenção nas 
escolas (batalhar para que o professor possa ensinar com prazer para que, por isso, seu aluno possa aprender com prazer, tender a denunciar a violência encoberta e aberta, instalada no sistema educativo, entre outros objetivos), porém, uma vez gerado o fracasso e conforme o tempo de sua permanência, o psicopedagogo deverá também intervir, ajudando através de indicações adequadas 
 (assessoramento à escola ,mudança de escola, orientação a uma ajuda extra-escolar mais pautada, a um espaço de aprendizagem extra-escolar expressivo, etc), para que o fracasso do ensinante, encontrando um terreno fértil na criança e sua família, não se constitua em sintoma neurótico.
 Para resolver o fracasso escolar, quando provém de causas ligadas à estrutura individual e familiar da criança (problema de aprendizagem – sintoma ou inibição), vai ser requerida uma intervenção psicopedagógica especializada [...] Para procurar a remissão desta problemática, deveremos apelar a um tratamento psicopedagógico clínico que busque libertar a inteligência e mobilizar a circulação patológica do conhecimento em seu grupo familiar.
 Nesse contexto Fernández (1991) assinala a importância do trabalho conjunto entre família eescola. Em determinados casos de não aprendizagem, a intervenção pode ser feita no ambiente escolar, em outros, na clínica.
 Para que se obtenham resultados satisfatórios é de suma importância que haja um trabalho integrado entre psicopedagogo, professor, escola e família, bem como a definição dos papéis década um. Para Munhoz (2004 apud SCOZ, 2004, p.175), é papel da família no processo de ensino e aprendizagem: Propor o pensamento psicopedagógico sistêmico no entendimento das questões educativas, na família e na escola, é possibilitar uma visão mais ampla entre o ensinar e o aprender na compreensão do quando, onde e como acontece. Seria possibilitar aos alunos, crianças e adolescentes, membro de uma família, assimilarem os conhecimentos que vão adquirindo em seus contextos culturais, reunindo-os, religando-os em novas bases de saber.
 Com base nessa afirmação, defende-se que um saber só é pertinente se for capaz de ser situado no contexto familiar. O ambiente escolar pode exercer, também, um efeito estimulador para o estudo ativo dos alunos. Os professores precisam procurar unir-se a direção da instituição es colar e aos pais para tornar a escola além de um espaço educativo, também um lugar agradável e acolhedor. Nesse sentindo, as funções da família e da escola se encontram e se complementa m. É na família que se tem as primeiras experiências de aprendizagem, pois o indivíduo e a família vivem em constante interação. 
 Sabemos que as famílias podem ser facilitadoras ou inibidoras desse processo, portanto compreendê-las em suas interações e significados sobre o que consiste a autoria de pensamento na formação do sujeito autor, como poder diferenciar-se de suas famílias de origem, acaba sendo um ponto crucial nos estudos sobre a família, no desempenho de sua função educativa. (MUNHOZ 2004 apud SCOZ, 2004, p. 181).
 O psicopedagogo deve buscar o que significa o aprender para o sujeito e sua família, tentando descobrir diagnosticar a cauda da não aprendizagem. Conhecer como se dá à circulação de conhecimento na família, qual a modalidade de aprendizagem do sujeito, não esquecendo do papel da escola na construção do problema de aprendizagem apresentado.
 É a escola, indiscutivelmente, é a principal responsável pelo grande número de crianças encaminhadas ao consultório por problemas de aprendizagem.
 [...] Há alguns anos atrás, a falta de clareza a respeito de problemas de aprendizagem fazia com que os alunos com dificuldade fossem encaminhados concomitantemente para profissionais das mais diversas áreas da atuação. Pouco a pouco, foi se criando a consciência da necessidadede uma formação mais globalizante e consciente, que unisse aação educacional na figura de um único indivíduo apto para integrar conhecimentos e para atuar de maneira mais objetiva e eficaz. Assim, os atendimentos antes dispersos entre várias pessoas poderiam centrar-se num só profissional, facilitando o vínculo do aluno com o processo de aprendizagem e o resgate de aprender e desenvolver-se. (SCOZ, 1992, p. 2). 
 Assim, é extremamente importante que a Psicopedagogia dê a sua contribuição à escola, seja no sentido de promover a aprendizagem ou mesmo tratar de distúrbios nesse processo. De acordo com Wonfebuttel (2001 apud ESCOTT, 2004, p.34):
 [...] não basta que o psicopedagogo tenha somente uma ação preventiva, trabalhando com educadores, quando surgirem processos patológicos individuais; nessas situações cresce a importância da identificação da patologia e da indicação terapêutica. Da mesma forma, não é suficiente que o psicopedagogo intervenha terapeuticamente, atendendo ao sujeito individualmente, sem que sua ação estenda-se à instituição escolar. Dentro dessa perspectiva, as dimensões clínicas e institucionais não se contrapõem.
 O profissional de psicopedagogia tem grande importância, atuando, como assessor na buscada melhoria do processo de aprendizagem e mais importante ainda é que se desenvolva um trabalho integrado psicopedagogo, professor, escola e família, no sentido de melhor desenvolver a prática educativa. Nem todas as famílias se comprometem com a escola em que seu filho está inserido ,muitos pais se ausentam da participação escolar. Alguns desconhecem a importância de sua participação junto à escola e aos professores.
 Pensar a escola, à luz da psicopedagogia significa analisar um processo que inclui questões metodológicas, relacionais e socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade. (BOSSA, 2000a,p.91)
 Sendo assim, o psicopedagogo não irá analisar somente quem ensina ou quem aprende, mas todo o contexto, incluindo também a família e a sociedade. Cabe ao profissional da psicopedagogia livrar-se de estereótipos, generalizações e analisar cada escola com suas histórias e particularidades. Sobre isso Monereo e Solé (2000, p.100) discorrem:
 [...] O professor desempenha essa tarefa com dedicação e esforço constante e, geralmente, ao sentir que a família não colabora ou até atrapalha a sua tarefa, sente-se impotente e desvalorizado e faltam-lhe estratégias e habilidades para intervir. Nesses casos, fica difícil ajudar esse aluno, e a relação com a família torna-se frustrante e difícil. 
 O psicopedagogo pode, então, ajudar a tomar distância, a analisar a situação com maior objetividade e atentar mediar nessa relação para superar a incompreensão ou rejeição que possa gerar.
 Dessa forma, família, escola e professores possuem um papel fundamental no processo de aprendizagem da criança. Essa tríade precisa estar comprometida em um trabalho integrado com o psicopedagogo.
 
 2.2 A ESCOLA INCLUSIVA
 
 O ser humano aprende aquilo que vivencia, e a cada momento recebemos milhares de informações, que só armazenamos aquelas que de alguma forma são significativas e relevantes. 
 Dessa forma pode se dizer que o aprendizado tem início durante a primeira etapa do desenvolvimento infantil, à medida que a criança evolui no controle dos seus movimentos e habilidades, ela está lançando as bases de seu aprendizado, seu corpo está sendo marcado por infinitas e novas sensações. Nesse sentido os alunos com deficiência física, intelectual, visual e auditiva não podem estar em um mundo à parte para desenvolver habilidades cognitivas e motoras. A inclusão é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção, abrangendo tanto quem tem deficiência física, como os que têm comprometimento mental, ou são superdotados, enfim todas as minorias e crianças que são discriminadas por qualquer outro motivo. Inclusão está muito além de ser apenas uma necessidade, ela é um fator imprescindível para o desenvolvimento de uma sociedade e seu convívio interpessoal.
 O ambiente escolar é para aluno o espaço por natureza de interação de uns com os outros. O aprendizado de habilidades e competências ganha muito mais sentido quando o aluno está inserido em um ambiente compartilhado permitindo o convívio e a participação. Quanto mais o meio promove situações desafiadoras, mais o aluno vai responder a esses desafios e desenvolver habilidades e competências esquecidas ou que nunca foram desenvolvidas. Buscar políticas públicas que visem o direito dos alunos com deficiência e um dever dos municípios e das escolas. No Plano Nacional de Educação (PNE) 2014, há transversalidade nas referências aos estudantes da educação especial ao tratar da educação infantil, do ensino fundamental de nove anos, do ensino médio, em relação à alfabetização, à educação de tempo integral, à qualidade educacional, à educação de jovens e adultos, à educação superior, totalizando 3 metas não 11específicas que compõem 20 estratégias. Instituído pela Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, o PNE tem como objetivo concretizar, de forma equitativa e democrática, o acesso e a qualidade da educação brasileira por meio de estabelecimento de diretrizes para as políticas públicas, bem como de metas a serem alcançadas e estratégias a serem implementadas no campo educacional no decênio2014-2024. 
Entre as 20 metas estabelecidas pelo PNE, a Meta 4, particularmente, diz respeito à educação especial: 
 Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, 
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.(BRASIL, 2014).
 Nesses espaços, devem ser assegurados aos alunos mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos de acessibilidade e equipamentos específicos. O termo educação inclusiva define o processo educacional que visa a desenvolver, em cada cidadão, consciência solidária e atitudes concretas que o tornem um agente social compromissado com a qualidade de vida de quem es tá ao seu lado (Brasil. Inep, 2016). Isso significa acolher todas as pessoas no sistema de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas. Conforme Mantoan (1997), esse é o termo que se encontroupara definir uma sociedade que considera todos os seus membros como cidadãos legítimos, uma vez que a diferença é inerente ao ser humano. Entende-sepor inclusão a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na preparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da vida, como parte integrante desse processo, encontra-se a inclusão educacional.
 Diante desse contexto, a Educação Especial necessita de professores especializados, com formação docente continuada e preparados para atender o público- alvo do AEE. Sobre o trabalho do professor especialista, Fuck (2014, p. 131) acresce que ele precisa:[...] contemplar as especificidades observadas no coletivo, naquilo que o aluno não conseguiu realizar no grupo [...] que necessitam de maior investigação, de proposições diferenciadas [...] que só adquirem significado quando do individual retornam para o coletivo, ampliando as oportunidades de aprendizagem e participação do aluno.
 Sobre isso, ressalta-se ainda, a dúvida, o medo e a incerteza do professor regente, do professor especializado e da escola, de como agir quando se está diante de uma situação nova que exige a criação de estratégias para viabilizar práticas que conduzam a caminhos sobre os quais justamente pouco se sabe. Diante disso, Cardozo (2016, p. 66) faz algumas reflexões:
 12 [...] estarão algum dia os professores preparados para lidar com a diferença, com o novo, com o imprevisível? Se a noção que permeia o discurso da falta de preparo for o de que estar preparado significa estar pronto, estar acabado, então se compreende que este preparo, tão esperado, não acontecerá. O que pode acontecer é um preparar permanentemente, utilizar a dúvida, a insegurança, o despreparo e a impotência como terreno para a problematização, a crítica, a reflexão e a construção coletiva de caminhos para se trabalhar com o que emerge de novo no contexto escolar.
 Embora a Educação Especial esteja amplamente contemplada em meta específica e em diversas outras metas e apesar de o direito à educação dos estudantes da modalidade ter sido reconhecida, o desafio de uma educação especial pública, gratuita e de qualidade continua no horizonte das lutas que precisamos travar no Brasil, é ponderável a necessidade de se reestruturar os sistemas de ensino, para a efetiva inclusão de pessoas com deficiência, principalmente os alunos com 
 deficiência física e intelectual, cujo processo de escolarização é ainda mais precário, necessitando da implementação de estratégias que viabilizem a acessibilidade e o êxito na sala de aula, como
 
 também a capacitação de professores, e o desenvolvimento de ambientes escolares apropriados e apoiadores que favoreçam a inclusão dos alunos na prática e no âmbito escolar. 
 A escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades. Assim, uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando estiver organizada para favorecer a cada aluno, independentemente de etnia, sexo, idade, deficiência, condição social ou qualquer outra situação. Um ensino significativo, é aquele que garante o acesso ao conjunto sistematizado de conhecimentos como recursos a serem mobilizados.
 A escola inclusiva é aquela que conhece cada aluno, respeita suas potencialidades e necessidades, e a elas responde, com qualidade pedagógica. Para que uma escola se torne inclusiva há que se contar com a participação consciente e responsável de todos os atores que permeiam o cenário educacional: gestores, professores, familiares e membros da comunidade na qual cada aluno vive. Sabemos que as escolas públicas geralmente fazem parte de uma rede, o que, historicamente, as manteve em situação de dependência administrativa, funcional e mesmo pedagógica, limitadas na autonomia e controladas sob mandatos. A construção da escola inclusiva exige mudanças nessa cultura e nas suas consequentes práticas.
 
 3 OBSERVAÇÃO
 
 O presente estágio foi realizado no Centro de Educação Municipal, nos anos iniciais do ensino fundamental, no bairro Ipiranga na cidade de Agrolândia- SC, especificamente no 3º ano, a saber, Daniela Raquel Schmoegel da Silva professora regente da sala e Adriana Ferreira Zanluca 2ªprofessora do aluno F.O.H., nascido em 08 de março de 2013, diagnosticado com TEA nível II, Deficiência Intelectual e Ataxia Cerebral Moderada. O trabalho é realizado na primeira sala da escola, próximo a secretária, local amplo, arejado, que conta com a disposição de mesas e cadeiras, quadro branco, estante com livros literários, data show e iluminação adequada. Como o ano letivo ocorria em meio à pandemia do COVID-19, houve a divisão de algumas turmas, exigido que todos fizessem uso de máscara e que cada um trouxesse seu próprio material, como garrafa de água a fim de evitar que compartilhassem objetos. 
 Os lugares para que se acomodassem estavam dispostos respeitando o distanciamento social de 1,5 mts e aferido a temperatura de todos os alunos na chegada a escola, caso alguma criança ou pré-adolescente apresentasse algum sintoma respiratório ou febril era pedido que ficasse em casa e retornasse para o atendimento coletivo quando estivesse com ausência de sintomas.
 O atendimento na escola era diário, das 7:30min às 11:30min e das 13:00hrs às 17:00hrs.Para facilitar a comunicação entre escola e responsáveis pelos alunos, foi criado um grupo no aplicado whatzapp, onde a coordenadora pedagógica deixava-os a par do trabalho realizado. Particularidades eram tratadas pessoalmente de forma individual. 
 Segundo a coordenadora pedagógica a 2ª professora tem por objetivo levar o aluno F.O.H a desenvolver a autoconsciência, capacidade de lidar com as próprias emoções, automotivação, empatia e capacidade de se relacionarem sociedade, como auxiliar no desenvolvimento das aprendizagens, aprendendo estratégias e habilidades para lidar com as próprias dificuldades, independente do diagnóstico.
 O trabalho executado pela 2ª professora lança mão do lúdico como estratégias de aprendizagens. Portanto, são utilizados meios como literaturas, vídeos, diversos modelos de jogos, jogos silábicos, numéricos, cores, formas etc, fichas de leituras plastificadas com imagens sempre assimiladas a palavras, frases e textos, teatros, atividades manuaispara a estimulação da
14coordenação motora fina, etc. Diariamente o aluno F.O.H faz exercícios motores de meia hora, no parque da escola, com a mediação da 2º professora. F.O.H reside com o pai e a avó paterna. A mãe apresenta diagnóstico de depressão profunda e por vezes até acamada. Segundo a avó, a mãe cuidou do F.O.H até completar um ano, nesse período o avô materno faleceu por complicações de um câncer, ressalta a avó materna que depois do falecimento do pai, a mãe de F.O.H e a avó materna diagnosticadas com depressão não tiveram mais condições emocionais d cuidar da criança. A avó e o pai começaram então a perceber algumas limitações, restrições e preferências. Quando F.O.H iniciou a idade escolar, as professoras logo fizeram relatório educacional pedindo encaminhamento para neuropediatra. Após consulta, diagnosticou-se com Deficiência intelectual e a A taxia congênita em forma de tremores nos membros superiores e inferiores com prejuízos na sua coordenação motora ampla e fina, principalmente nas tarefas motoras que exijam precisão nos movimentos das mãos para escrever e segurar objetos, como também dificuldades de entendimento a ordens, tanto simples com complexas, comportamento adaptativo no que diz respeito a higiene, socialização e aprendizado. 
 
 4 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS OBSERVADOS 06/09/2021: 
 A professora regente escreveu no quadro a fábula “O leão e o mosquito”, para os alunos fazerem a cópia e interpretação do texto no caderno. Em seguida, os alunos classificaram a sílaba tônica em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas nas palavras da fábula. A 2 ª professora fez a cópia do texto e das perguntas de interpretação no caderno do aluno. 
 Após fez a leitura e as perguntas para o aluno e ele respondeu oralmente. Assim, segurando e auxiliando a mão do aluno ele respondeu às perguntas no caderno. Ressalta-se que a simples presença da observadora já interfere no comportamento do aluno alterando a sua rotina. A cada uma hora o aluno vai ao banheiro, toma água e se estiver agitado, da uma volta aos arredores da escola. 
 Após o recreio o aluno faz diariamente os exercícios no parque da escola: sobe e desce a casinha do escorregador, anda sobre os pneus, faz uso dos balanços e junto com a professora brinca na gangorra e anda sobre as tábuas da borda do parque. 
 F.O.H conversa apenas com palavras, dificilmente pronuncia frases. Em sala novamente, durante a aula de matemática, escreveu na careira os números de 0 a 30, sobre a carteira há uma folha plastificada, onde o aluno escreve com o canetão do quadro branco e apaga (sempre com o auxilio da 2ª professora para escrever).
06/04/2022: A professora regente explicou e escreveu no quadro a classificação das palavras em monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. 
 Os alunos fizeram a cópia e atividades relacionadas ao assunto. A 2ª professora escreveu s obre a folha plastificada palavras simples, solicitou a leitura ao aluno e depois ele circulou separando as sílabas. O aluno tem uma ótima memória visual e auditiva, por esse motivo não é possível identificar se o aluno está alfabetizado ou reconhece palavras e números apenas por memorização. Durante as aulas de educação física sempre é feito uma atividade/brincadeira lúdica como ovo choco, mata soldado, batatinha frita, entre outras, onde o F.O.H, participa ativamente demonstrando entendimento e gosto pela brincadeira. Por vezes, persiste em não fazer alguns exercícios orientados pelo professor de educação física, vindo a se jogar no chão, chorar e gritar, pois os mesmos não são do seu agrado. 
13/04/2022: Nesse dia o aluno chegou muito agitado na escola, a 2ª professora levou ele na sala de reforço escolar e fez o uso da estratégia lúdica “Carlota não quer falar”, material de apoio orientado pelos profissionais do AEE, com o objetivo de acalmar e identificar as emoções que ele estava sentindo.
20/04/2022: Nas quarta-feira os profissionais do AEE fazem mediação na escola com os alunos especiais. O aluno F.O.H ainda estava agitado, a mediadora M.A. fez leitura lúdica “O livro da família” para trabalhar as diferentes composições familiares, abordando temas como morte de um membro, relacionamento ao falecimento do avô paterno, hábitos familiares (costumes), diferenças físicas entre outros. A atividade proposta foi construir a própria árvore genealógica. F.O.H referiu bom relacionamento com os membros familiares, apresentando a falta do avô paterno. Apresenta vínculo forte com avó paterna com quem passa o restante do dia e referiu o pai que trabalha durante o dia. Apresentou autonomia, criatividade e dificuldade na coordenação motora fina para recortar escolar. Em sala persistiu em não fazer as atividades pedagógicas solicitadas.
27/04/2022: Nas aulas de português o aluno fez o uso do jogo silábico, encontrando as famílias silábicas, formando palavras e jogo da memória. F.O.H fez os exercícios no parque sem resistir. Na aula de matemática fez assimilação de números a quantidade com o uso de massinha, aprimorando sua coordenação motora fina, com prejuízos por causa da Ataxia.
5 INTERVENÇÕES 
04/05/2022: Com a supervisão da 2ª professora, a estagiária passou a realizar intervenções. Inicialmente foram aplicadas atividades de atenção, concentração e percepção. F.O.H apresentou um desempenho satisfatório. A primeira atividade foi uma ficha de leitura com a parlenda “ A casinha da vovó”, adaptada com imagens e palavras para facilitar o entendimento, após leitura e oralidade, o aluno apresentou para a turma a parlenda, quando os alunos aplaudiram-no, notou-se enorme felicidade do aluno F.O.H. Sobre a folha plastificada em cima da carteira o aluno com auxílio da estagiária, desenhou a casa e relatou ser a “casa da Oma, do papai e do F.O.H”, escreveu palavras relacionadas a parlenda, demonstrou pouco entusiasmo, necessitando de mediação para motivar-se na execução da atividade.
11/05/2022: Durante as aulas de geografia, os alunos fizeram leitura coletiva sobre a “Vida no campo e vida na cidade”. Apliquei ficha de leitura com imagens da vida no campo e vida na cidade, o aluno fez a interpretação oral, objetivando a atenção, concentração e percepção. Com livros de recorte o aluno identificou e recortou imagens relacionadas a ficha de leitura, como sua coordenação motora é comprometida, demonstrou pouco entusiasmo novamente, necessitando de mediação para finalizar a atividade. Nas aulas educação física, F.O.H participou positivamente do circuito psicomotor elaborado pela estagiária com os aparelhos da escola. A atividade exigiu concentração e paciência, pois o mesmo, encontra dificuldadeem abaixar e levantar, dada sua dificuldade na coordenação motora, habilidade identificada como demanda a ser treinada.
18/05/2022: Com a mediação dos profissionais do AEE, a estagiária aplicou a literatura intitulada “Desculpe-me” para trabalhar a importância do autocontrole frente a emoção de raiva, sobretudo no que se refere a não agir impulsivamente. O aluno foi instigado a encontrar estratégias de autocontrole, como amassar, rasgar, cortar, respiração diafragmática, etc. A estagiária preparou um jogo lúdico sobre repertório comportamental. Pode-se perceber que o aluno possui alimentação
18variada, relações de afetividade com familiares e apego parental com avó. Estagiária e o aluno jogaram o ludo das emoções, estratégia utilizada para auxiliá-lo a reconhecer emoções e relacioná-las com variáveis ambientais. Verificou-se que apresenta uma autoconsciência emocional satisfatória. Observou-se alguns comportamentos repetitivos quando se encontrava em desvantagem no jogo. Foi cooperativo, tomou iniciativa, lidou adequadamente com vitória e derrota. Todas as estratégias foram supervisionadas pela mediadora do AEE.
25/05/2022: A estagiária trouxe novamente atividades para desenvolvimento da atenção e percepção e instigou o uso da lógica, apresentou um tabuleiro numérico de 50 a 100, com intenção de avaliar a sequência lógica. O aluno precisou encontrar o número que faltava no tabuleiro e colocá-lo em ordem. Seu desempenho foi satisfatório e verificou-se melhora no seu ritmo. 
 
 A estagiária fez a leitura “O mundinho azul” o livro estimula a compreensão sobre os cuidados com a água e sua importância para todos os tipos de vida. Assim a estagiária dialogou sobre o uso da água e os cuidados com a higiene pessoal. A estagiária confeccionou um jogo da higiene com palavras e imagens. O aluno pontuou desânimo como algo que difere das outras crianças, conforme aumenta a exigência de esforço mental, com acentuada tendência a desistir, necessitando do auxílio da 2ªprofessora para concluir as estratégias pedagógicas.
01/06/2022: A estagiária fez a leitura lúdica “A galinha ruiva” com fantoches de palito e solicitou ao aluno que recontasse a história, fazendo a devolutiva. A estagiária e o aluno dialogaram sobre os animais domésticos e sobre vida e evolução. Com material lúdico confeccionada pela estagiária, a cada vez que o aluno girava o papel na roda aparecia uma fase do desenvolvimento da galinha.(nascer, crescer, reproduzir e envelhecer). Conclui-se que o aluno demonstra pouco entusiasmo, necessitando de mediação para motivar-se na execução das atividades. Tende a não concluir a tarefa iniciada. Novamente identifica-se que em sala de aula exige a presença de um professor auxiliar para que não desista das atividades escolares por desânimo ou conforme aumento do esforço intelectual.
 5.1 REGRISTRO E ANÁLISE DAS INTERVENÇÕES
 O processo que envolveu o presente estágio de observações e intervenções, iniciou com laudo de Ataxia cerebral congênita, Deficiência intelectual e TEA (Transtorno do Espectro Autista),como aponta a neurologista pediátrica.
 As intervenções, previamente planejadas com a 2 ª professora, permitiram evidenciar vários resultados em relação ao diagnóstico do aluno, e sobretudo identificar potencialidades e habilidades a serem aprimoradas, bem como dificuldades a serem trabalhadas. 
 Inicialmente evidenciou-se o atraso no desenvolvimento cognitivo para realizar atividades simples e adequadas a sua idade, como também a pouca interação com os demais alunos, um ponto que se buscou trabalhar durante as intervenções. Também foi evidenciado a estereotipia, movimentos motores estereotipados simples, como balançar o corpo quando estimulado a fazer atividades mais complexas.
 Segundo a avó materna, responsável pelo tratamento de F.O.H, a hipótese diagnostica de TEA foi confirmada, já que o mesmo preenche critérios para tal diagnóstico. O que se evidenciou também foi a dificuldade da família em lidar com a condição do filho e neto, o que se buscou trabalhar durantes as intervenções, com embasamento em Munhoz (2004 apud SCOZ 2004) que defende a necessidade da família estar engajada no processo terapêutico para se obter resultados satisfatórios. 
 Ainda foi verificada a necessidade de F.O.H, ter acesso a 2º professor no ambiente escolar, pois devido ao seu ritmo lento de produção e tendência ao desânimo, possivelmente não conseguirá acompanhar os colegas, necessitando de mediação constante em seu processo de aprendizagem, bem como profissional capacitado no ambiente escolar para lidar com as particularidades de seu diagnóstico de autismo.
 Considerou-se que o presente estágio permitiu não somente ao aluno e seus familiares o ressignificado de seu diagnóstico, mas também a escola que passará a ter um novo olhar sobre sua problemática. O estágio de uma acadêmica em psicopedagogia ainda permitiu a abertura de um novo campo de trabalho no município, pois ficou evidente a importância e a relevância da parceria de diferentes áreas de maneira interdisciplinar. A ludicidade enquanto estratégia terapêutica cumpriu seu papel de favorecer re(elaborações) pessoais (STAREPRAVO, 2006). Sobre isso Muller, 2011, p. 16 Corrobora: 
 O jogo é um importante integrador entre os aspectos motores, cognitivos, e sociais, assim, parte-se do pressuposto de que é brincando e jogando que a criança ordena o mundo a sua volta, assimilando experiências e informações, e acima de tudo, incorporando atitudes e valores que serão importantes para sua vida adulta. Além disso, os jogos possibilitam a busca por meio pela exploração, ainda que desordenada, atuando como aliados fundamentais na construção do saber. 
 Por fim, considerou-se que as intervenções da estagiária em psicopedagogia complementaram o trabalho sobre o professor psicopedagogo e a escola inclusiva, auxiliando na identificação das potencialidades e dificuldades, e sobretudo no desenvolvimento e aprimoramento das mesmas, de maneira a incluir o indivíduo na sociedade.
 
 06 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Considerou-se que o presente estágio proporcionou uma experiência de encontro entre os aspectos teóricos do curso de Psicopedagogia com a prática educacional escolar. Possibilitou sensibilizar os gestores do município de Agrolândia- SC para o papel e importância desse profissional dentro das salas de aula. 
 A estagiária considerou as experiências de observação e intervenção positivas para sua formação profissional, lhe permitindo um crescimento pessoal. Percebeu-se a importância da afetividade no processo, o valor da ludicidade enquanto estratégia de intervenção,bem como a necessidade do engajamento da família. 
 Igualmente o estágio revelou a importância do diagnóstico correto para uma prática psicopedagógica escolar efetiva, e que em um processo permanente a própria prática desse profissional pode complementar e questionar a qualidade de ensino ofertado a esses alunos. A psicopedagogia visa a inclusão social, e não apenas escolar do indivíduo tido por especial. 
 
 E muito além de objetivar um melhor rendimento escolar, intui que o indivíduo tenha um desenvolvimento pessoal, aprimorando suas habilidades e competências e aprendendo a lidar com suas dificuldades.
REFERÊNCIAS
 
BRASIL. I nstituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Relatório do 1º ciclode monitoramento das metas do PNE : biênio 2014-2016. Brasília: Inep, 2016. Disponível em:http://download.inep.gov.br/outras_acoes/estudos_pne/2016/relatorio_pne_2014_a_2016.pdf>.Acesso em: 30 nov 2021.
MEC. Educação inclusiva: A escola. Disponível em:http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aescola.pdf . Acesso em: 13 dez 2021.
BOSSA, Nádia A. A psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da prática. Porto Alegre:Artes Médicas, 2000.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação-PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 26 jun. 2014. Seção 1, p. 1.
CARDOZO, Fabiana Ramos da Cruz. Formação continuada de professores dos cursos de Pedagogia do Sistema ACAFE para o trabalho com acadêmicos com deficiência. Orientadora: Dra. Sonia Maria Ribeiro. – Dissertação de Mestrado em Educação. Joinville-SC: UNIVILLE,2016
ESCOTT, Clarice Monteiro. Interfaces entre psicopedagogia clínica e institucional: Um olhar e uma escuta na ação preventiva das dificuldades de aprendizagem. Novo Hamburgo: Feevale, 2004. 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: v. 3: A escola / coordenação geral SEESP/MEC; organização Maria Salete Fábio Aranha. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004.
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: Abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Tradução: Iara Rodrigues. Porto Alegre, RS: Artmed, 1991.
FUCK, Andréia Heider scheidt. O Atendimento Educacional Especializado nas salas de recursos multifuncionais na concepção dos professores da sala comum. Orientadora: Dra Aliciene Fusca Machado Cordeiro – Dissertação de Mestrado em Educação. Joinville- SC: UNIVILLE, 2014.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: Contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar. O que? Por quê? Como fazer? 1ª ed. São Paulo, PDF, Moderna, 2003
22MONEREO, Carles; SOLÉ, Isabel. O assessoramento psicopedagógico: Uma perspectiva profissional e construtivista. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SCOZ, Beatriz Judith Lima. BA RONE, Leda Maria Codeço, et. al. Psicopedagogia:Contextualização, formação e atuação profissional. Porto Alegre, RS: Artmed, 1992
SCOZ, Beatriz Judith Lima. FELDMAN, Claudia, et. al. Contribuições para a educação pós-moderna. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004
PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Tradução: Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artmed, 1985
ANEXOS
Neste item, você deverá inserir os documentos que validam o seu trabalho. 
São eles:
1. Carta de apresentação. 
2. Termo de compromisso.
3. Termo de Consentimento. 
4. Declaração de Estágio.
5. Autorização dos Pais.
6. Laudo ou Diagnóstico

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