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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO COM ÊNFASE EM APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

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PSICOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO
Carla Tatiana Flores Carvalho
Determinação e formas 
de avaliar a inteligência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Avaliar a importância e as limitações dos chamados testes de
inteligência.
 � Listar os principais testes de medição de inteligência, tanto individuais 
como de grupos.
 � Reconhecer um conjunto de inteligências e habilidades, a partir dos
estudos de inteligência múltipla propostos por Howard Gardner.
Introdução
Neste capítulo, você estudará sobre a importância e as limitações dos 
testes de inteligência e verificará que os mesmos são regulamentados 
pelo Conselho Federal de Psicologia – CFP, pois só assim podem ser 
utilizados. O processo de validação de um teste é bastante rigoroso e 
requer muita dedicação de quem se propõe a fazê-lo.
Você verá, também, os principais testes de inteligência que estão no 
mercado atualmente e são autorizados para aplicação, tanto individuais 
como coletivos. A lista de testes é bastante extensa, por isso, trabalha-
remos com os mais utilizados, como o G 36, Wisc III, R 1, entre outros.
Serão estudados os testes de inteligência tanto verbais quanto não 
verbais.
Por fim, você estudará as inteligências múltiplas propostas por Howard 
Gardner — trata-se de um tema complexo, porém fascinante, pois, assim, 
podemos nos dar conta do quanto somos capazes.
A importância e as limitações dos 
testes de inteligência
Vamos iniciar nosso estudo conceituando inteligência, para que possamos 
compreender melhor a importância e as limitações dos testes de inteligência.
Segundo Gardner (1995), a inteligência é a capacidade de resolver proble-
mas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou 
em uma comunidade cultural. Essa capacidade de resolver problemas permite à 
pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar 
a solução adequada para esse objetivo.
Tendo em vista que nós, seres humanos, somos submetidos diariamente a 
diversas situações em que devemos resolver situações que nos são apresentadas, 
a inteligência é fator determinante no sucesso das mesmas.
Os testes de inteligência são instrumentos de uso exclusivo dos psicólogos 
e regulamentados pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), e são utilizados 
em avaliações psicológicas, em concursos públicos, nas escolas, para verificar 
a deficiência cognitiva e a inteligência superior à média, entre outros.
Podemos dizer que os testes de inteligência são parte da vasta gama de testes 
psicológicos existentes atualmente e que tiveram seu início no final do século 
IX e início do século XX, sendo possível inferir que são bastante recentes.
Para Cronbach (1996 apud PASQUALI, 2001, p. 18), “[...] um teste é um 
procedimento sistemático para observar o comportamento e descrevê-lo com 
a ajuda de escalas numéricas ou categorias fixas [...]”. Podemos dizer, então, 
que um teste, minimamente, precisa ser válido e fidedigno para que possa 
existir. Isso quer dizer que ele é preciso e apresenta consistência em seus 
dados, ou seja, se ele for exposto a repetidas mensurações, os resultados serão 
sempre os mesmos.
Os testes de inteligência são psicométricos, ou seja, sua avaliação é reali-
zada de forma objetiva. Já a validade se refere à capacidade de o teste medir/
mensurar aquilo que ele propõe: se for para avaliar a inteligência, então, 
necessariamente, ele deve ser capaz de avaliar a inteligência de uma pessoa.
Conforme Silva (2008), os primeiros testes de inteligência foram desen-
volvidos por volta de 1900, a Década de Binet — o qual foi um pedagogo e 
psicólogo francês, que contribuiu muito para a psicometria.
Na década de Binet, a avaliação das aptidões humanas, tendo em vista 
a predição na área acadêmica e da saúde, exerceu total predomínio com os 
trabalhos de Binet, o qual, concomitantemente a Simon, psicólogo e psico-
metrista francês, elaborou testes de conteúdo mais cognitivo, não sensorial, 
que abrangiam funções mais amplas, não específicas. Todavia, no mesmo 
Determinação e formas de avaliar a inteligência2
período, Spearman, um psicólogo inglês conhecido pelo seu trabalho na área 
da estatística, contribuiu com a elaboração dos fundamentos da teoria clássica 
dos testes psicológicos (SILVA, 2008).
Nascia, assim, a era dos testes com base no Quociente de Inteligência (QI). 
Esse período, que ocorreu de 1910 a 1930, desenvolveu-se sob a influência 
dos trabalhos, até então, elaborados por Galton, Binet, Simon e Spearman e 
o impacto da Primeira Guerra Mundial, que impôs a necessidade de seleção
rápida, eficiente e universal de recrutas para o exército. Esse fenômeno fez
com que vários estudiosos desenvolvessem testes de inteligência e de seleção
para soldados, os quais introduziram os testes de aplicação coletiva, pois, até
então, eles eram todos de aplicação individual, e passaram a ser maciçamente 
utilizados (PASQUALI, 2001).
Na década da análise fatorial, 1930, os testes de inteligência eram dema-
siadamente dependentes da cultura em que eram criados, e os psicólogos 
estatísticos começaram a repensar a ideia de fator geral ou universal, a qual 
já havia sido abordada por Spearman. Por conseguinte, estudiosos como 
Thomson, psicólogo inglês, e Thurstone, engenheiro mecânico americano 
e psicólogo conhecido por ser o mais famoso psicometrista de sua época, 
dedicaram-se à elaboração de testes psicológicos que levavam em consideração 
os fatores universais, os quais também passaram a ser muito utilizados, de 
forma indiscriminada e pejorativa, nas indústrias e nas instituições de ensino, 
resultando na falta de credibilidade dos mesmos (SILVA, 2008).
No Brasil, mais especificamente na Bahia, em 1924, o educador Isaias 
Alvez fez a adaptação da escala Binet-Simon, considerada um dos primeiros 
estudos de adaptação de instrumentos psicométricos no Brasil (NORONHA; 
ALCHIERI, 2005).
Sabemos que os testes de inteligência têm várias limitações, pois dependem 
de variáveis como examinador, local, escolha adequada do teste.
Cabe ressaltar que o próprio CFP orienta que o uso de testes de inteligência 
não deve ser um instrumento único na avaliação da inteligência, mas, sim, 
mais um recurso que auxilia o profissional na compreensão e no fechamento 
das considerações acerca de uma pessoa, independentemente do fim a que se 
destina, ou seja, em processos seletivos ou em pacientes, tanto na avaliação 
psicológica quanto no psicodiagnóstico.
Outro ponto de fragilidade dos testes de inteligência é a existência de 
inúmeros sites que divulgam indiscriminadamente testes de QI, rotulando, 
muitas vezes, as pessoas. Porém, devemos sempre nos lembrar de que os testes 
de inteligência são de uso exclusivo dos psicólogos.
3Determinação e formas de avaliar a inteligência
É importante salientar que os testes de inteligência, bem como todos os 
testes psicológicos, apresentam uma numeração e só podem ser comprados 
por psicólogos, sendo vetado o uso de cópias. Todas essas orientações são 
determinadas pelo CFP.
Conheça a Legislação que regulamenta os testes psicológicos, acessando o link a seguir.
https://goo.gl/qJ3w6K
Principais testes de medição de inteligência, 
individuais e coletivos
Para compreendermos este capítulo, primeiro classificaremos a forma de 
aplicação dos testes de inteligência, ou seja, eles podem ser individuais ou 
coletivos.
Os testes individuais são aqueles que só podem ser aplicados individual-
mente, ou seja, a aplicação é realizada com uma pessoa de cada vez.
Já os testes coletivos são aqueles que podem ser aplicados coletivamente, 
ou seja, a sua aplicação é realizada com duas ou mais pessoas. É importante 
ressaltar que cabe ao psicólogo avaliar, caso não exista orientação diferente 
no manual do teste, o número ideal de pessoas para a aplicação do teste, 
considerando, inclusive, o tamanho da sala de aplicação. Podemos, também, 
recorrer ao Conselho Regional de Psicologia (CRP), para uma consulta técnica 
sobre o assunto.Os testes coletivos são geralmente utilizados quando existe a necessidade de 
uma avaliação psicológica para um concurso público, por exemplo, pois, assim, 
se pode aplicar, simultaneamente, o teste em um grande número de pessoas.
É claro que a aplicação de forma coletiva quase que anula a possibilidade 
de o psicólogo observar os examinandos, diferentemente do que acontece com 
os testes individuais, em que é estabelecida uma relação, onde a cooperação 
é nitidamente percebida, e a observação pode ser mais uma das ferramentas 
utilizadas pelo psicólogo na elaboração das suas considerações.
Determinação e formas de avaliar a inteligência4
Para conhecermos os testes psicológicos, é importante ter acesso ao SA-
TEPSI, que é o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos.
O SATEPSI foi instituído em 2001 e é o sistema de avaliação de testes 
psicológicos desenvolvido pelo CFP para divulgar informações sobre os testes 
psicológicos à comunidade e aos psicólogos.
O psicólogo dispõe de um conjunto de ferramentas para sua prática 
profissional.
A Lei nº 4119/62, art. 13 §1º, dispõe que o psicólogo poderá utilizar métodos 
e técnicas psicológicas com os seguintes objetivos: diagnóstico psicológico, 
orientação e seleção profissional, orientação psicopedagógica e solução de 
problemas de ajustamento.
A Resolução CFP nº 002/2003, em seu art. 3º, definiu os requisitos mí-
nimos que os instrumentos devem ter para serem reconhecidos como testes 
psicológicos.
No site do SATEPSI, são apresentados, em duas abas, os testes psicológicos 
e instrumentos. Pode-se obter informações sobre os testes psicológicos com 
parecer favorável e desfavorável, verificando a possibilidade de uso do teste na 
avaliação psicológica, bem como da identificação de instrumentos privativos 
e não privativos do psicólogo.
A seguir, veremos a lista com os principais testes de inteligência, tanto 
verbal quanto não verbal, existentes atualmente no mercado, bem como a sua 
forma de aplicação, individual ou coletiva, e autorizados pelo CFP.
Teste Não Verbal de Raciocínio Dedutivo (TRAD)
 � Objetivo: auferir o raciocínio analógico dedutivo.
 � Público-alvo: adolescentes e adultos.
 � Aplicação: individual ou coletiva.
Teste Verbal de Inteligência (V-47)
 � Objetivo: avaliar a capacidade de compreensão verbal.
 � Público-alvo: adolescente e adultos a partir do ensino médio.
 � Aplicação: individual ou coletiva, sem limite de tempo.
5Determinação e formas de avaliar a inteligência
G-38 Teste Não Verbal de Inteligência
 � Objetivo: avaliar o fator G de inteligência.
 � Público-alvo: adolescentes e adultos com escolaridade a partir do ensino 
médio.
 � Aplicação: individual ou coletiva, 30 minutos ou tempo livre dependendo 
da finalidade.
R 1 Teste Não Verbal de Inteligência
 � Objetivo: avaliar o fator G de inteligência. 
 � Público-alvo: adultos a partir dos 18 anos.
 � Aplicação: individual ou coletiva, com limite de tempo de 30 minutos.
R 2 Teste Não Verbal de Inteligência para Crianças — Atualização de 
normas em avaliação
 � Objetivo: avaliar o fator G de inteligência de crianças.
 � Público-alvo: crianças com idade de 5 a 11 anos.
 � Aplicação: individual, sem limite de tempo, sendo que a maioria das 
aplicações leva em média 8 minutos.
WISC-III Escala de Inteligência Wechsler para Crianças, 3.ed.
 � Objetivo: avaliar a capacidade intelectual.
 � Público-alvo: crianças e adolescentes com idade de 6 a 16 anos.
 � Aplicação: individual.
BFM-3 (Bateria de Funções Mentais para Motorista — Teste de Racio-
cínio Lógico)
 � Objetivo: a Bateria de Funções Mentais para Motoristas – BFM-3 visa 
a estabelecer uma investigação, avaliação e mensuração nas diversas 
operações mentais envolvidas no raciocínio lógico dos motoristas.
 � Público-alvo: pode ser aplicado desde sujeitos alfabetizados até nível 
superior de instrução e com mais de 18 anos de idade.
 � Aplicação: individual ou coletiva.
Determinação e formas de avaliar a inteligência6
Teste Não Verbal de Inteligência G-36
 � Objetivo: avaliar o fator G de inteligência.
 � Público-alvo: adolescentes e adultos com escolaridade a partir do ensino 
médio.
 � Aplicação: individual ou coletiva, 30 minutos ou tempo livre dependendo 
da finalidade.
Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS III)
 � Objetivo: a Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS III) 
tem por objetivo avaliar a capacidade intelectual, o funcionamento 
cognitivo global do indivíduo.
 � Público-alvo: adolescentes, a partir dos 16 anos e adultos de até 89 anos.
 � Aplicação: individual.
Teste de Inteligência Geral — Não Verbal (TIG-NV)
 � Objetivo: o Teste de Inteligência Geral Não Verbal TIG-NV tem como 
objetivo avaliar a inteligência.
 � Público-alvo: pessoas com idade entre 10 a 79 anos, com escolaridade 
do ensino fundamental ao superior.
 � Aplicação: individual ou coletiva.
TONI-3: Teste de Inteligência Não Verbal: Uma Medida de Habilidade 
Cognitiva Independente da Linguagem
 � Objetivo: o Teste Não Verbal de Inteligência – TONI-3 tem por obje-
tivo avaliar a inteligência geral de crianças por meio da resolução de 
problemas-desenhos de figuras abstratas, que não requerem leitura, 
escrita, fala ou audição.
 � Público-alvo: crianças com idade entre 6 e 10 anos. 
 � Aplicação: individual.
7Determinação e formas de avaliar a inteligência
Teste Não Verbal de Inteligência — SON-R 2½-7[a]
 � Objetivo: o SON-R 2 ½-7[a] – Teste Não Verbal de Inteligência tem 
por objetivo a avaliação geral do desenvolvimento e das habilidades 
cognitivas, fornecendo escores que avaliam habilidades espaciais e 
viso-motoras e de raciocínio abstrato e concreto.
 � Público-alvo: crianças de 2 anos e 6 meses a 7 anos e 11 meses de idade.
 � Aplicação: individual.
Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-IV), 4.ed.
 � Objetivo: a Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC IV) 
tem como objetivo avaliar o desempenho cognitivo, a capacidade inte-
lectual e o processo de resolução de problemas em crianças.
 � Público-alvo: crianças na faixa etária entre 6 anos e zero meses e 16 
anos e 11 meses.
 � Aplicação: individual.
Escala de Inteligência Wechsler Abreviada (WASI)
 � Objetivo: a Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI) visa a 
atender à necessidade de uma medida breve de inteligência.
 � Público-alvo: crianças de 6 anos de idade até idosos na faixa etária 
dos 89 anos.
 � Aplicação: individual.
Matrizes Avançadas de Raven
 � Objetivo: o Matrizes Progressivas de Raven (APM) tem por objetivo 
proporcionar uma avaliação da inteligência, fator G, bem como fornecer 
informações sobre a capacidade edutiva do indivíduo.
 � Público-alvo: pessoas com 17 a 63 anos de idade e escolaridade mínima 
de ensino superior em andamento.
 � Aplicação: o teste APM pode ser administrado individualmente por 
um psicólogo, autoadministrado individualmente na presença de tal 
profissional ou administrado de modo coletivo.
Determinação e formas de avaliar a inteligência8
Teste Não Verbal de Raciocínio para Crianças (TNVRI)
 � Objetivo: o Teste Não Verbal de Raciocínio para Crianças (TNVRI) 
tem por objetivo avaliar o potencial intelectual de crianças e jovens 
com base no fator G de inteligência.
 � Público-alvo: destinado a crianças com idade entre 5 anos e 9 meses e 
13 anos e 3 meses, desde analfabetos.
 � Aplicação: individual ou coletiva (máximo de 10 crianças por turma) 
— no caso de crianças com idade inferior a 7 anos ou com deficiências 
intelectuais ou motoras, faz obrigatória a forma de aplicação individual.
Teste Não Verbal de Inteligência Geral BETA-III 
(Subtestes Raciocínio Matricial e Códigos)
 � Objetivo: o Teste Não Verbal de Inteligência Geral – BETA III tem 
por objetivo a avaliação da inteligência, mais especificamente a ca-
pacidade para resolver problemas novos, relacionar ideias, induzir 
conceitos abstratos e compreender implicações e avaliar a velocidade 
de processamento.
 � Público-alvo: adolescentes e adultos com baixa escolaridadeaté o nível 
superior.
 � Aplicação: individual ou coletiva.
Teste de Inteligência Verbal (TIV)
 � Objetivo: o Teste de Inteligência (TI) avalia o fator G ou inteligência 
geral proposto por Spearman, por meio do preenchimento de espaços em 
branco que devem ser completados pela análise de relações e matrizes.
 � Público-alvo: pessoas com idade entre 18 e 67 anos, de ambos os se-
xos, com nível de escolaridade entre ensino fundamental incompleto 
e pós-graduação.
 � Aplicação: individual ou coletiva, em grupos de no máximo 20 pessoas.
Existem vários outros testes de inteligência validados pelo Conselho Federal 
de Psicologia, os quais não foram contemplados no texto, em virtude do livre 
acesso no SATEPSI para conhecimento. 
9Determinação e formas de avaliar a inteligência
No site do SATEPSI, ou seja, o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos, do Conselho 
Federal de Psicologia (CFP), você encontrará a lista de todos os testes com pareceres 
favoráveis e desfavoráveis. Este site é para consulta dos psicólogos e da população 
em geral.
https://goo.gl/rzC2hc
Inteligências múltiplas propostas por 
Howard Gardner
Para iniciarmos o nosso estudo, primeiramente, precisamos compreender o 
que são habilidades. 
Entende-se por habilidade a capacidade que a pessoa desenvolve para 
desempenhar determinada função. Isso significa que podemos desenvolver 
habilidades voltadas para as nossas áreas de interesse. Você já parou para 
pensar quais são as suas áreas de interesse?
Já a inteligência nos remeterá, por exemplo, à nossa capacidade de apren-
der, compreender e nos adaptar às coisas. Para isso, precisamos desenvolver 
habilidades, tais como a capacidade de resolver adequadamente os problemas 
que nos são apresentados diariamente em nosso cotidiano.
Gardner (1994) refere que as inteligências apresentam uma escala de de-
senvolvimento de acordo com os seguintes estádios:
 � habilidade de padrão cru ou “inteligência pura” — compreende o pri-
meiro ano de vida dos bebês, quando eles começam a entender melhor 
o mundo que os rodeia, tendo a capacidade de receber uma diversidade 
de informação, porém não são capazes de manifestá-las;
 � estádio de sistemas simbólicos — compreende a faixa etária dos dois 
aos cinco anos de idade, é o momento das simbolizações básicas, pois, 
nesta fase, as inteligências se revelam por meio de símbolos;
 � sistemas de segunda ordem — compreende níveis mais elevados de 
destreza, pois, aqui, aprendem a escrever e desenhar;
 � realização em campo específico — compreende desde a adolescência 
e vai até a idade adulta, onde a inteligência expressar-se-á por meio de 
atividades profissionais ou ocupacionais.
Determinação e formas de avaliar a inteligência10
Nós, adultos, estamos no estágio da realização do campo específico, pois é 
aqui que já desenvolvemos, ou ainda estamos desenvolvendo, a descoberta da 
nossa escolha profissional e estamos trilhando o caminho para trabalharmos 
nela. É claro que, muitas vezes, realizamos escolhas que não são tão adequa-
das aos nossos interesses — por falta de informação ou por pensarmos que 
não temos capacidade para nos arriscarmos em determinadas áreas —, mas 
sempre é tempo de reavaliarmos e buscarmos novos caminhos, pois somos 
seres inteligentes.
Dessa forma, podemos dizer que o ser humano passa por vários estágios 
para desenvolver a sua inteligência, para que possa pensar, aprender e agir.
Tendo em vista que somos inteligentes e capazes de desenvolvermos ha-
bilidades, vamos conhecer um pouco da Teoria das Inteligências Múltiplas 
de Howard Gardner, desenvolvida por volta dos anos 1980.
Gardner desafiou o conceito de Quociente de Inteligência (QI), que se 
baseia na ideia da existência de uma inteligência genérica e única, capaz de 
ser medida por meio de testes. Dessa forma, o QI acabou rotulando muitas 
pessoas e, consequentemente, desmerecendo muitos talentos.
Para Gardner (1995), a Teoria das Inteligências Múltiplas diverge dos pontos 
de vista tradicionais. Numa visão tradicional, a inteligência é definida opera-
cionalmente como a capacidade de responder a itens em testes de inteligência. 
A inferência a partir dos resultados de testes, de alguma capacidade subjacente, 
é apoiada por técnicas estatísticas que comparam respostas de sujeitos em 
diferentes idades; a aparente correlação desses resultados de testes através 
das idades e de diferentes testes corrobora com a noção de que a faculdade 
geral da inteligência, G, não muda muito com a idade ou com o treinamento 
ou a experiência — ela é um atributo ou uma faculdade inata do indivíduo.
A Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner, por outro lado, pluraliza 
o conceito tradicional. Uma inteligência implica na capacidade de resolver 
problema ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente 
ou numa comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite 
à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e loca-
lizar a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural é 
crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento 
ou expressa as opiniões ou os sentimentos da pessoa. Os problemas a serem 
resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para 
campanhas políticas de sucesso (GARDNER, 1995). 
11Determinação e formas de avaliar a inteligência
Gardner (1995) desenvolveu a teoria na tentativa de reconhecer a 
plurali-dade das capacidades mentais. Tendo em vista a diversidade do 
intelecto, ele desenvolveu oito inteligências: inteligência linguística, 
inteligência lógico--matemática, inteligência espacial, inteligência musical, 
inteligência cinestésica/corporal, inteligência interpessoal, inteligência 
intrapessoal e inteligência naturalista.
Segundo o autor, nós temos, minimamente, oito competências intelectuais 
que se combinam e organizam de maneira diferente em cada indivíduo.
Gardner (1994) considera, ainda, que essas competências são independentes, 
no entanto todos os indivíduos as apresentam, só que algumas podem estar 
mais desenvolvidas do que outras, dependendo dos estímulos que as crianças 
recebem do ambiente cultural onde se inserem.
Dessa forma, podemos dizer que a Teoria das Inteligências Múltiplas consi-
dera não só o indivíduo, mas, também, a sociedade, como meio ao qual estão in-
seridos. Assim, podemos dizer que cada indivíduo aprenderá de forma diferente, 
considerando o seu tempo, os seus interesses, bem como a sua história de vida.
Segundo Gardner (1995), as inteligências começam a ser visualizadas nas 
crianças desde cedo, pois é quando elas mostram alguma aptidão para uma 
determinada inteligência. 
Veremos, no Quadro 1, a seguir, a descrição das oito inteligências propostas 
por Gardner (1995).
Tipo Descrição
Inteligência 
linguística 
ou verbal
Esta competência caracteriza-se pela capacidade de lidar bem 
com a linguagem oral e com a linguagem escrita e é uma das 
inteligências mais estimuladas no ensino. Assim, os principais 
componentes desta inteligência são: a sensibilidade para os sons, 
a identificação dos significados das palavras e, a compreensão das 
diferentes funções da linguagem. Esta inteligência assenta ainda, 
na habilidade de usar a linguagem para agradar, convencer outras 
pessoas, ou transmitir ideias e opiniões. Essa habilidade se verifica 
nos alunos por meio da capacidade para contar histórias originais 
ou para relatar com alguma precisão experiências vivenciadas.
Quadro 1. Oito inteligências propostas por Gardner
(Continua)
Determinação e formas de avaliar a inteligência12
Quadro 1. Oito inteligências propostas por Gardner
Tipo Descrição
Inteligência 
lógico- 
-matemática
Esta inteligência é considerada como uma das inteligências 
de maior prestígio na sociedade, assenta na habilidade para a 
resolução de problemas que envolvam números ou outros 
elementos matemáticos e está, ainda, ligada à capacidade para 
explorar padrões, por meio da manipulação controlada de objetos,e à habilidade para lidar com diversos raciocínios a fim de resolver 
problemas. O aluno que manifesta aptidão nesta inteligência revela 
facilidade para contar, para realizar cálculos matemáticos ou para 
perceber a geometria nos espaços.
Inteligência 
espacial
Nesta inteligência, o aluno tem a capacidade de formar um modelo 
mental de uma situação espacial e utilizá-lo para se orientar no 
espaço ou entre objetos. Gardner (1994) descreve esta inteligência 
como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de 
uma forma mais precisa. Nos alunos, o potencial nesta inteligência 
verifica-se por meio da habilidade para quebra-cabeças ou outros 
jogos espaciais.
Inteligência 
musical
Esta inteligência se caracteriza pela habilidade para organizar sons 
de maneira criativa, a partir de elementos como tom ou timbre. 
Manifesta-se por meio de uma habilidade para admirar, reproduzir 
ou compor uma peça musical. Os alunos demonstram, desde 
cedo, facilidade em identificar diferentes sons e frequentemente 
cantam para si.
Inteligência 
cinestésica/
corporal
Nesta inteligência, os alunos revelam habilidade para usar e 
controlar os movimentos do seu corpo e para manipular habilmente 
objetos. É possível, ainda, usar a motricidade fina ou global no 
desporto. A inteligência cinestésica/corporal se verifica nos alunos 
quando estes demonstram uma grande destreza e coordenação 
motora.
Inteligência 
interpessoal
Nesta inteligência, os alunos manifestam habilidade para 
responder adequadamente aos diferentes estados de humor, às 
motivações e aos desejos das outras pessoas. O indivíduo tem a 
capacidade de se relacionar bem com as outras pessoas e, ainda, a 
capacidade de compreender e perceber as motivações e inibições 
dos outros. Os alunos manifestam habilidade para entender as 
intenções e os desejos das outras pessoas e a capacidade de reagir 
apropriadamente a partir dessa percepção.
(Continua)
(Continuação)
13Determinação e formas de avaliar a inteligência
Para saber mais sobre as inteligências múltiplas, leia o livro “Inteligências múltiplas: a 
teoria na prática”, escrito em 1995 por Howard Gardner.
Fonte: Gardner (1995).
Tipo Descrição
Inteligência 
intrapessoal
Esta é a capacidade de se conhecer, diferenciando as suas próprias 
emoções, manifestando facilidade em reconhecer as suas fraquezas 
e forças. O indivíduo deve, ainda, gerir as suas emoções e os seus 
sentimentos em função dos seus objetivos. Esta inteligência é a 
mais pessoal de todas.
Inteligência 
naturalista
Esta inteligência consiste na capacidade de compreender e 
organizar os objetos e padrões da natureza, tais como reconhecer 
e classificar plantas, animais, meio ambiente e seus componentes. 
Essa competência engloba a capacidade de observar e entender 
o ambiente natural.
E você, conseguiu reconhecer para qual(quais) 
inteligência(s) suas habilidades estão voltadas?
Quadro 1. Oito inteligências propostas por Gardner
(Continuação)
BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1972. Dispõe sôbre os cursos de formação em 
psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1950-1969/L4119.htm>. Acesso em: 12 jun. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP nº 2/2003. Alterada pela Reso-
lução CFP n° 006/2004 e Resolução CFP nº 005/2012. Define e regulamenta o uso, a 
elaboração e a comercialização de testes psicológicos e revoga a Resolução CFP n° 
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Determinação e formas de avaliar a inteligência14
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Leituras recomendadas
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CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA; CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. Sistema 
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15Determinação e formas de avaliar a inteligência

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