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FUNDAMENTOS DA GESTÃO AMBIENTAL

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Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DE 
GESTÃO AMBIENTAL
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
Douglas Crivelli
Revisão Textual
Leandro Vieira
Web Designer
Thiago Azenha
FATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro 
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Fundamentos de Gestão Ambiental 
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2018. 121 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária 
Zineide Pereira da Silva.
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock e Freepik
PALAVRA DA DIREÇÃO
Prezado Acadêmico(a),
É com muita satisfação que inauguramos um novo mundo de oportunidades e 
expansão de nossa instituição que estrapolam os limites físicos e permite por 
meio da tecnolgias digitais que o processo ensino educação ocorra de formas 
ainda mais dinâmicas e em consonância com o estilo de vida da sociedade 
contemporânea. 
Empregamos agora no Ensino a Distância toda a dedicação e recursos para 
oferecer a você a mesma qualidade e excelência que virou a marca de nosso 
grupo educanional ao longo de nossa história. 
Queremos lembrar a você querido aluno, que a Faculdade Fatecie nasceu do 
sonho de um grupo de professores em contribuir com a sociedade por meio da 
educação. Motivados pelo desafio de empreender, tornaram o sonho realidade 
com a autorização da faculdade fatecie no ano de 2007. Desde o princípio a 
fatecie parte da crença no sonho coletivo de construção de uma sociedade 
mais democrática e com oportunidades para todos, onde a educação prepara 
para a cidadania de qualidade. 
Toda dedicação que a comunidade acadêmica teve ao longo de nossa história 
foi reconhecido ao conquistarmos por duas vezes consecutivas o título de 
Faculdade Número 1 do Paraná. Um feito inédito para paranavaí e toda 
região noroeste. No ranking, divulgado pelo mec em 2014 e 2015, a Fatecie 
foi destaque como a faculdade melhor avaliada em todo o estado. Posição 
veiculada em nível nacional pela Revista Exame e Folha de São paulo, 
apontando a Fatecie como a 1ª colocada no Paraná.
Essas e outras conquistas que obtivemos ao longo dos nossos 10 anos de 
história tem como base a proposta global da faculdade fatecie, que consiste 
em criar um ambiente voltado para uma abordagem multidisciplinar, crítica e 
reflexiva, onde se desenvolvem as atividades ensino, pesquisa e extensão. 
Para isso, a Fatecie conta com um corpo docente composto, em sua maioria, 
por professores com mestrado e doutorado e com ampla experiência 
profissional nas mais diversas áreas do mercado e da educação. 
Seja bem-vindo!
Direção 
Faculdade Fatecie
A
U
T
O
R
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Mestre na área de Educação pela Unespar Campus de 
Paranavaí - 2015-2016. Graduação em Licenciatura em 
Matemática na Universidade Filadélfia de Londrina - Unifil - 
concluída em 2014; Graduação em Tecnologia em Gestão 
Ambiental pela Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte 
do Paraná - Fatecie (2009). Graduada em bacharelado 
Administração pela Faculdade Estadual de Educação 
Ciências e Letras de Paranavaí (1992); Pós- graduada em 
Marketing e Gestão de pessoas pela Faculdade Estadual de 
Educação Ciências e Letras de Paranavaí; Pós- graduada em 
Psicopedagogia institucional pela Faculdade de Tecnologia 
e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; Pós- graduada em 
auditoria e certificação ambiental pela Faculdade de Tecnologia 
e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie; Atualmente é Gestora 
ambiental da Companhia de Saneamento do Paraná - Sanepar 
e professora e coordenadora de curso na Faculdade de 
Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná - Fatecie, atuando 
principalmente nos seguintes temas: gerenciamento ambiental, 
sustentabilidade ambiental, poluição e resíduos, gestão de 
águas, saneamento, agronegócio, Educação ambiental, 
gestão de negócios ambientais, administração de materiais e 
patrimônio.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0836891204233076
APRESENTAÇÃO
Caros aluno(a) seja muito bem-vindo(a) a leitura do livro que utilizaremos na 
disciplina de Fundamentos de Gestão Ambiental.
Este livro foi carinhosamente planejado para que você possa ter conhecimento 
geral dos principais assuntos introdutórios da gestão ambiental.
Este conteúdo servirá de base para compreensão dos temas abordados, com 
o objetivo é levá-lo a ter consciência dos problemas ambientais e perceber que 
antes de qualquer ação, é preciso pensar na vida do nosso planeta e o futuro 
das gerações futuras.
Para facilitar os estudos dividido este material em oito unidades de acordo com 
os temas e suas relações entre si. A disciplina “Fundamentos da Gestão Am-
biental”, apresenta assuntos ligados a administração do meio ambiente e como 
os profissionais engajados nesta área poderão atual no mercado de trabalho.
Desta forma abordaremos no primeiro capítulo as inter-relações ecológicas, 
conceitos de ecologia, ecossistemas, e como as informações geradas pelos es-
tudos da ecologia permite ao homem planejar suas ações evitando a destruição 
da natureza, possibilitando um futuro melhor para a humanidade.
O segundo capítulo apresenta a introdução e a evolução do processo de de-
gradação ambiental no Brasil, analisando os impactos decorrentes da produção 
industrial e do desmatamento e as alternativas para mitigar tais impactos. Traz 
informações e abordagens de como intensificar as oportunidades para melhor 
conservar o ambiente e para a escolha de alternativas para resolução de pro-
blemas socioambientais, tanto para as presentes como para as futuras gera-
ções.
Na terceira unidade, abordaremos a tão falada sustentabilidade e sua relação 
com o desenvolvimento sustentável. Enfatizaremos a diferença entre desenvol-
vimento e crescimento, conceituando-os e mostrando o papel da sociedade, do 
governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentável em todas 
as suas dimensões: ambiental, social e econômico.
Na quarta unidade demonstraremos os objetivos definidos pela ONU para o de-
senvolvimento sustentável, que trazem metas que devem der ser implementa-
dos por todos os países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentá-
vel propõe diversos assuntos de elevada importância para a humanidade a fim 
de transformar a vida no planeta.
Na quinta unidade apresentaremos como Produção Mais Limpa pode ser uma 
estratégia de redução do uso dos recursos naturais em prol do alcance desen-
volvimento sustentável e diminui os desperdícios, e isso implica em maior efici-
ência no processo industrial, e menores investimentos para soluções de proble-
mas ambientais.
Na sexta unidade retratará a utilização dos indicadores ambientais como instru-
mentos para a sociedade avaliar sua própria evolução. No contexto ambiental, 
indicadores são parâmetros representativos, que pode ser entendido como a 
representação de um conjunto de dados, informações e conhecimentos acerca 
de determinado fenômeno urbano/ambiental.
Na sétima unidade, enfatizaremos a importância da educação e da conserva-
ção dos recursos hídricos para desenvolver de forma sustentável. Mostrando 
principais conceitos que permitam a você estudante refletir nos fundamentos da 
educação ambiental, partindo da definição de educação e de ambiente.
Na oitava unidade levaremos você a perceber que o desenvolvimento susten-
tável não é um estado permanente de equilíbrio, mas sim de mudanças quanto 
ao acessoaos recursos e quanto à distribuição de custos e benefícios, contro-
lar e destinar de forma inadequadas os resíduos sólidos podem causar inúme-
ras consequências negativas a economia ao setor social e ambiental. E bus-
camos demonstrar a importância da destinação correta dos resíduos gerados 
nas atividades diárias para a conservação da qualidade dos recursos hídricos 
existentes no planeta.
Assim a partir dos estudos destes capítulos possamos cuidar do meio ambien-
te, utilizando mecanismos que permitam proteção ambiental assegurando a 
qualidade de vida das pessoas e principalmente a conservação dos recursos 
hídricos do solo e da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável 
e a melhoria das condições de vida da sociedade, entendendo que é da nature-
za que retiramos nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivência. Mostran-
do que é possível desenvolver de forma sustentável.
Professora Me. Sônia maria Crivelli Mataruco
Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser uma agente em defesa 
do meio ambiente.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
08 | As inter-relações ecológicas e o desenvolvimento sustentável
CAPÍTULO 2
18 | Introdução da relação de depredação do ser humano sobre o meio 
 ambiente
CAPÍTULO 3
38 | Desenvolvimento e Sustentabilidade
CAPÍTULO 4
53 | Meio Ambiente e Sociedade
CAPÍTULO 5
67 | Produção Mais Limpa - Caminho para o Desenvolvimento 
 Sustentável
CAPÍTULO 6
79 | Indicadores de Sustentabilidade
CAPÍTULO 7
93 | Educação Ambiental para a Sustentabilidade dos Recursos Hídricos
CAPÍTULO 8
105 | Saneamento Ambiental, Fonte de Sustentabilidade dos Recursos
 Naturais para o Desenvolvimento
PÁGINA 8
CAPÍTULO
1 AS INTER-RELAÇÕESECOLÓGICAS E ODESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE I
Demonstrar como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom fun-
cionamento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas. 
Apresentar os conceitos vitais necessários para que o homem possa trabalhar 
respeitando a natureza e proporcione equilíbrio do ecossistema, sabendo que 
este depende das ações diárias realizadas pelo homem.
Professor Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Objetivos de Aprendizagem:
•	 Conceituar e contextualizar ecologia
•	 Compreender os tipos de relações ecológicas;
•	 Entender a importância de cada ser vivo para o planeta;
•	 Compreender que a destruição de qualquer espécie afeta diretamente a 
nossa vida.
•	 Entender as inter-relações existentes entre os organismos da natureza, 
para busca de equilíbrio ambiental
Plano de Estudo:
•	 Conceitos e Definições de ecologia;
•	 Campos de estudo da ecologia;
•	 Breve histórico da ecologia e das relações ecológicas;
•	 Fatores que influenciaram a relação homem x natureza;
•	 Como a Ecologia distribui os seres vivos no planeta Terra;
PÁGINA 9
INTRODUÇÃO
A natureza é sábia, e através dos seus exemplos ensina ao homem como deve 
proceder para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o meio 
onde vive.
O homem necessita da natureza, para extrair os recursos naturais, entretanto 
na maioria das vezes utiliza-se de técnicas de manejo inadequadas, não pre-
servando ou não promovendo meios para que haja reposição destes recursos 
de forma que possa suprir à atual e a futura geração.
Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação 
do homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequ-
ências das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem 
diretamente sobre seus habitats e também sobre a qualidade de vida das popu-
lações.
Assim o conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fa-
tor primordial para a boa relação homem-natureza.
Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca co-
nhecer a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande pas-
so que conduz ao desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra 
não vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente.
1. AS INTER-RELAÇÕES ECOLÓGICAS E O DESENVOLVIMENTO SUS-
TENTÁVEL.
1.1 Conceitos Básicos da Ecologia e Níveis de Organização
Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e 
de todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem 
sobreviver graças à natureza. Afinal, usamos os animais e plantas para nos ali-
mentar, água para beber e tomar banho, e muitos outros recursos que nem per-
cebemos. A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e 
os meios onde vivem. A palavra deriva do grego oikos, que significa lugar onde 
se vive, ou seja, meio ambiente. 
Para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organiza-
ção. A ecologia moderna usa como base de estudo os ecossistemas, mas estu-
da também os organismos.
PÁGINA 10
Os Níveis de organização da vida em um ecossistema:
Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, 
o cruzamento de indivíduos da mesma espécie geram descendentes férteis. 
Exemplos: caranguejos, ursos, pau-brasil, etc;
População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie. 
Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer or-
ganismo. Exemplo: grupo de peixes-palhaço;
Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Tam-
bém chamado de “Comunidade Biológica”, “Biocenose” ou “Biótopo”. Exemplo: 
aves, insetos e plantas de uma região;
Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e intera-
gem entre si;
Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições am-
bientais específicas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo: 
trecho de uma floresta ou de uma lagoa;
Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o am-
biente. Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser 
uma lagoa, uma floresta ou até um aquário;
Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade 
biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a 
Amazônia são alguns dos biomas brasileiros;
Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do plane-
ta. É a reunião de toda a biodiversidade existente na Terra.
Nesse contexto existem interações entre as comunidades bióticas que com-
põem um ecossistema são chamadas de “Interações Biológicas” ou “Rela-
ções Ecológicas” e determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em 
que habitam para sobreviverem e se reproduzirem.
1.1.1 Relações entre os Seres Vivos
Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um de-
terminado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres 
que a constituem, geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, 
proteção, reprodução, etc.
PÁGINA 11
As relações ecológicas podem ser classificadas Segundo o nível de interdepen-
dência:
Intraespecíficas ou Homotípicas: para seres da mesma espécie.
Interespecíficas ou Heterotípicas: para seres de espécies diferentes.
E segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam:
Relações Harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies 
é positiva, na qual um ou os dois são beneficiados sem o prejuízo de nenhum 
deles.
Relações Desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou 
seja, se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas.
Ao deixar de observar essas relações podemos extinguir espécies ou deixá-las 
em vias de extinção, interfere-se na cadeia alimentar, afetando as predadoras 
daquelas, que passarão a ter dificuldades para arranjar alimentos, bem com as 
suas presas naturais, que terão desenvolvimento desenfreado. Isso constitui 
um ciclo vicioso de desequilíbrio ambiental que chegará às espécies da flora, 
que também sofrerão com o desequilíbrio, tanto de predadores naturais quanto 
de espécies polinizadoras.
Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A 
interferênciada destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide 
diretamente na vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando 
também os rios e cursos d’água e a qualidade do ar, além das populações que 
estão economicamente ligadas à pesca, à caça ou ao extrativismo.
Fonte: Conceitos básicos da ecologia e níveis de organização. Disponível em: http://educacao.
uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-seres-
-vivos.htm. Acesso 10 abr.2018.
1.1.1.1 A importância das inter-relações ecológicas
Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres 
vivos existentes na terra é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimen-
to da espécie humana. 
As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os se-
res vivos mantêm entre si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/
ou prejuízos que trazem aos organismos. A espécie humana construiu desde 
sua origem, uma relação ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. 
PÁGINA 12
Essa convivência necessita ser harmoniosa e organizada.
Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue, 
durante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois 
o homem é, por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, 
ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural neces-
sidade. Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis 
para o seu desenvolvimento.
Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, 
baseado nas interações que ocorrem no mundo natural. 
O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam es-
sas relações e interações entre seres vivos (incluindo o ho-
mem) e os componentes abióticos é amplamente discutido à 
luz de teorias ecológicas. O ambiente é alterado, físico e qui-
micamente, pela maneira como os indivíduos realizam suas 
atividades. Também as interações entre organismos, têm influ-
ência na vida de outros seres, da mesma espécie e de espé-
cies diferentes. (BEGON, 2007, p. 223).
Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológi-
cas que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desar-
mônicas ou negativas. 
As interações harmônicas ou positivas são aquelas onde não há prejuízo para 
as espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas.
As interações desarmônicas ou negativas são aquelas onde pelo menos uma 
das espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma 
delas.
Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie define o 
seu nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta 
espécie no ecossistema. 
Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, 
uma espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambien-
tais (seu nicho fundamental) do que faria na presença de outras espécies que 
a afetam negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de 
espécies benéficas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie 
consegue sobreviver.
Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda pode-
mos classificá-las em interações intraespecíficas e interespecíficas, conforme 
ocorre entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respec-
PÁGINA 13
tivamente, conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interações 
ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies.
Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivên-
cia dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacio-
nal, de modo que favorecem o equilíbrio ecológico.
Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pe-
los seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental 
da ecologia. São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma lagoa, uma 
campina, um aquário, etc.
Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é me-
nor que o consumo considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou 
escassez influencia a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma 
sociedade. Por exemplo, uma pequena quantidade de água doce em um deter-
minado ambiente poderá limitar o interesse de investimentos na área.
Relações Interações Harmônicas Interações Desarmônicas
Intra Específica Colônia (+)Sociedade (+)
Competição.
Principais tipos de interações 
ecológicas entre os seres vivos (-)
Inter Específica
Mutualismo (+ +)
Cooperação (+ +)
Comensalismo (+0)
Inquilismo (+0)
Epifitismo (+ 0)
Competição (- -)
Parasitismo (+ -)
Predatismo (+ -)
Amensalismo (+ -)
Tabela 01 -1principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de 
duas espécies. Disponível em : http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 
10 abr. 2018.
Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a refletir sobre como se dá 
o equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre 
si com o ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a 
preservação dos recursos naturais. 
A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equi-
líbrio ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e impor-
tante ressaltar que a espécie humana não é só a que mais contribui para esse 
desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas alterações ambientais. 
1 * O sinal (+) indica vantagem para a espécie, o sinal (-) indica prejuízo 
para a espécie, e o sinal (0) indica que a espécie não é beneficiada nem prejudicada.
PÁGINA 14
SAIBA MAIS
Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a re-
verter naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso 
é possível, ou o tempo necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabe-
lecido novamente é muito grande, o que pode causar outras alterações ainda 
mais graves, pois para se garantir equilíbrio ambiental, basta proteger o ecos-
sistema. 
Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu pa-
pel no funcionamento do ecossistema que pertence.
Para Leripio (2001) a existência da cobertura vegetal e diversidade genética 
da flora local, depende diretamente da ação de alguns integrantes da Fauna 
Silvestre, tendo os insetos voadores e pássaros como maiores protagonistas 
dessas ações, pois com suas estratégias de obtenção de alimento em busca 
do néctar das flores, procede a polinização, carregando involuntariamente os 
grãos de pólen em seus corpos e permitindo que esses grãos fecundem flores 
de outras árvores da mesma espécie em áreas diferentes. 
O autor citado complemente que as aves e mamíferos frugívoros são conside-
rados os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos e procede 
a dispersão das sementes pelas fezes em todas as áreas de sua existência. O 
controle populacional é outra importante função dos animais silvestres na natu-
reza, pois eles integram uma cadeia alimentar bem organizada, onde os con-
sumidores primários dependem da flora em equilíbrio para sobreviverem pois 
são animais herbívoros e servem de alimento para os consumidores secundá-
rios (algumas espécies de serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio 
porte) que por sua vez são predados pelos consumidores terciários ou os cha-
mados “animais topo de cadeia” representados pelas aves de rapina, répteis e 
mamíferos carnívoros de grande porte.
Que os animais cumprem um papel muito importante para o equilíbrio do pla-
neta, pois, são os principais responsáveis pela respiração, fenômeno capaz de 
equilibrar a fotossíntese. A fotossíntese precisa de luz solar, água e gás carbô-
nico para produzir açúcares. Os animais, ao respirarem, quebram essas molé-
culas e absorvem a energia armazenada, liberando a água e o gás carbônico 
novamente (fundamental para a vida vegetal). E, embora as plantas também 
respirem,sua liberação de gás carbônico é mais lenta. Em um ambiente sem 
animais haveria uma forte tendência ao gás carbônico se fixar nas plantas, in-
terrompendo a fotossíntese e aumentando o efeito estufa produzido pela cama-
da de gás carbônico.
Fonte: Conceitos básicos da ecologia e níveis de organização. Disponível em: http://educa-
cao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-se-
res-vivos.htm. Adaptado. Acesso 22 abr.2018
PÁGINA 15
REFLITA
As plantas e os animais são essenciais para a manutenção da vida na Terra. 
As plantas fazem, entre outras coisas, a fotossíntese, absorvendo gás carbô-
nico e liberando oxigênio. Os animais são agentes polinizadores, garantindo a 
germinação de novas árvores. Um beneficia ao outro, e todos são beneficiados. 
Por isso é tão importante à proteção ambiental. Você consegue imaginar este 
planeta sem plantas e animais? Por que é importante cuidar dos animais e do 
meio ambiente? Talvez você nunca tenha pensado a respeito disso, no entanto 
os animais estão sempre presentes em nosso cotidiano e muitas vezes não da-
mos conta de sua presença. Se estendermos essa pergunta ao universo eco-
lógico, vamos perceber que sem os animais habitando o planeta Terra a vida 
simplesmente iria se extinguir. 
Fonte: Por que é importante cuidar dos animais e do meio ambiente. Disponível em: https://
www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente. Adaptado. Acesso 
22 abr.2018
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre 
suas causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a rela-
ção entre os homens e deles com a natureza. 
O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de 
que a biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados. Sendo necessá-
rio repensar práticas, costumes e padrões de consumo e tecnologias emprega-
das, pois com os paradigmas atuais, não haverá planeta suficiente para manter 
a sociedade com a inclusão que ainda precisa ser feita.
Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes 
devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambien-
te a fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos natu-
rais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida.
Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por 
isso entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreen-
der a natureza e aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria 
natureza.
Segundo Lerípio (2001, p. 2), a relação meio ambiente e desenvolvimento deve 
deixar de ser conflitante para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave 
da questão passa a ser a necessidade de uma convivência pacífica entre a boa 
qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento econômico.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação 
e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002.
BEGON, Michael, Colin R. Townsende Jonh L. Hasper.Tradução Adriano San-
ches Ecologia de Indivíduos a Ecossistemas. 4ªEdição. Artmed Editora. Por-
to Alegre, 2007.
LERIPIO, Alexandre de Ávila. Apostila de Gestão da Qualidade Ambiental. 
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001.
LEITURA COMPLEMENTAR
Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter-
-relações pessoa-ambiente. http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext.Acesso em: 28.abr.2018
http://www.vomtmgotgmocmdomrofmrofmocmkmkv. Acesso em: 28.abr.2018
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-
-relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 29. 
Abr 2018
http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 29. Abr 2018
VÍDEO COMPLEMENTARES SUGERIDO
 
Relações Ecológicas: https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U 
Relações Ecológicas. https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U&t=5s
Relações Ecológicas https://www.youtube.com/watch?v=SB5jkiM4R8g
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CAPÍTULO
2 INTRODUÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPREDAÇÃO DO SER HUMANO SOBRE O MEIO 
AMBIENTE
PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE I
Apresentar a evolução do processo de degradação ambiental, analisando os 
impactos decorrentes da produção industrial e as alternativas para mitigar tais 
impactos. Gerar informações e abordagens de como intensificar as oportunida-
des para melhor conservar o ambiente e para a escolha de alternativas para 
resolução de problemas socioambientais, tanto para as presentes como para 
as futuras gerações. Despertar a consciência ambiental das pessoas para a ne-
cessidade de uma preservação ambiental. 
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Objetivos de Aprendizagem:
•	 Compreender os processos e as causas do desmatamento;
•	 Compreender os pontos positivos e negativos da industrialização;
•	 Estabelecer a importância socioeconômica dessa relação para a 
sustentabilidade.
•	 Refletir sobre os impactos ambientais decorrentes da produção industrial 
e as alternativas para mitigar tais impactos.
Plano de Estudo:
•	 Causas do desmatamento e as Perdas da biodiversidade;
•	 Êxodo rural;
•	 Causas da Industrialização;
•	 Poluição ambiental devido industrialização.
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INTRODUÇÃO 
A interferência desordenada humana no meio ambiente é a grande causadora 
da perda da biodiversidade mundial. Desta forma a importância de preservar as 
plantas e os animais têm sido cada vez mais discutida na atualidade. Plantas 
e animais têm sido exterminados de maneira muito rápida pela ação humana. 
As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do 
planeta Terra e para o bom funcionamento climático. 
Desta forma dentre as principais causas da perda de biodiversidade, destacam-
-se a destruição de habitat, a introdução de espécies exóticas e uso exagerado 
de recursos naturais.
A biodiversidade é ameaçada pela introdução de espécies exóticas. Ao inse-
rirmos uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir 
com as outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exagerada-
mente e até mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que essa ação 
pode provocar a destruição de algumas espécies, afetando diretamente o equi-
líbrio daquele ecossistema.
Consequentemente posterior a estes fatos no Brasil o desenvolvimento de ati-
vidades industriais gerou diversos problemas para a economia, com destaque 
para o encarecimento dos alimentos e o agravamento do problema de escas-
sez de mão de obra. 
1. INTRODUÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPREDAÇÃO DO SER HUMANO SO-
BRE O MEIO AMBIENTE
1.1 Degradação ambiental causada pelo desmatamento
 Se voltássemos na história, perceberíamos que o homem sempre estabele-
ceu uma relação de dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, 
cada geração viveu em realidades sociais e culturais diferentes. No entanto, a 
descrição dos relatos de um passado distante pode favorecer o enriquecimento 
dos argumentos nas discussões e reflexões sobre a relação sociedade natu-
reza no tempo e no espaço buscando impedir a devastação de toda forma de 
vida no planeta.
Por volta de 1966, no governo criou uma política de incentivos fiscais em nome 
do desenvolvimento econômico. Na época os agricultores para terem direito de 
receber o incentivo financeiro para plantar e adquirir equipamentos necessita-
vam assumir compromisso de desmatar. 
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O governo entendia que para desenvolver havia necessidade de desmatamen-
to para expansão de atividades produtivas e maior obtenção de solo para a 
agropecuária, uso das árvores na indústria madeireira e a especulação imobi-
liária. 
Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de des-
truição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de 
hectares. Esse processo de desmatamento trouxe prejuízos ambientais e so-
cioeconômicos muito significativos como:
•	 A ocorrênciade desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas de-
vido à alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes perío-
dos de estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remo-
ção das folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambien-
tal, deixando-a mais alta e instável;
•	 Perda de biodiversidade da fauna e flora nativas e com isso, o equilíbrio 
ecológico pode tornar-se ameaçado;
•	 Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e pre-
judicar a impermeabilização do solo em torno da água;
•	 O esgotamento dos solos com a intensificação de processos de erosão 
e desertificação.
Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento 
ainda traz diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminui-
ção das possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade 
da água, aumento da resistência a doenças e pragas na agricultura que pro-
vém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas próximas.
Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável 
pelo desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu ha-
bitat.
Para Margulis (2003) a pecuária constitui a principal atividade responsável pela 
maior parte do desmatamento. 
Nesse sentido, Castro (2007) complementa que uma das principais soluções a 
serem adotadas para a preservação do meio ambiente seria a implantação de 
políticas que visem o desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento 
do comércio de carbono.
O desmatamento, também chamado de desflorestamento, nas florestas brasi-
leiras começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano 
de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os por-
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tugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas 
partiam do litoral brasileiro, carregadas de toras de pau-brasil para serem ven-
didas no mercado europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção 
de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usa-
da para tingir tecidos.
Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da 
Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da 
derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por 
exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer 
a exploração ilegal. Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlânti-
ca sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do 
país.
Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras formas de atuação 
do ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem 
ocorrido também nas chamadas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade 
de áreas para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvo-
res para o plantio. 
O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas ver-
des. O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias deman-
dam áreas amplas nas cidades e arredores. 
Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios 
residenciais e polos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. 
Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a 
derrubada de grandes faixas de florestas.
Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e 
incêndios florestais.
Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas 
protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar 
as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios 
por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros afirmam que muitos in-
cêndios têm como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das 
rodovias.
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Gráfico 01: Desmatamento da Amazônia Legal (1988- 201) Inpe (Instituto Nacional Pes-
quisas Espaciais). Disponível em: Inpe (Instituto Nacional Pesquisas Espaciais). Acesso 
20 abr.2018.
Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017) O des-
matamento da floresta amazônica no Brasil é contínuo, mas o tamanho das 
áreas afetadas vive uma rotina de altos e baixos nas últimas duas décadas. A 
prática na região já teve crescimento de 29% (entre 2012 e 2013), bem como 
reduções de até 42% (entre 2008 e 2009).
Complementando segundo Curi (2011) a evolução do impacto humano so-
bre o meio ambiente.
Pré-história e antiguidade
O ser humano não contava com técnicas aprimoradas para manipular o meio 
ambiente, o que reduzia seu impacto ambiental no ecossistema local, a popula-
ção mundial ainda era pequena.
Idade Média e Idade Moderna
A agricultura era a atividade econômica predominante. Embora promovesse o 
desmatamento das florestas nativas, o impacto ambiental do homem ainda não 
tinha atingido seu ápice.
Revolução Industrial em diante
O poder de manipulação da natureza atinge seu potencial máximo, transfor-
mando por completo o meio ambiente e produzindo impactos profundos e irre-
versíveis.
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SAIBA MAIS
Que a biodiversidade refere-se à quantidade de variedade biológica animal e 
vegetal existente em um ecossistema e que automaticamente constitui a bios-
fera. 
A biodiversidade se desenvolve a partir da inter-relação entre os seres vivos, 
seja animal ou vegetal, mais os elementos naturais indispensáveis ao desen-
volvimento da vida, como sol, água, ar, somente como isso pode haver a proli-
feração de todo e qualquer tipo de vida. 
Exemplos da ação do homem e suas consequências na biodiversidade do pla-
neta:
• 
• Eliminação ou alteração do habitat pelo homem - é o principal fator 
da diminuição da biodiversidade. A retirada desordenada da camada de 
vegetação nativa para construção de casas ou para atividade agrope-
cuária altera o meio ambiente. Em média, 90% das espécies extintas 
acabaram em consequência da destruição de seu habitat;
• Superexploração comercial - ameaça muitas espécies marinhas e al-
guns animais terrestres;
• Poluição das águas, solo e ar - estressam os ecossistemas e matam 
os organismos;
• Introdução de espécies exóticas - ameaçam os locais por predação, 
competição ou alteração do habitat natural
Fonte: A biodiversidade. Disponível em: http://www.tomdamata.org.br/mata/causasperda.
asp. Acesso 10 abr. 2018.
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REFLITA
Hoje, no mundo todo, as crianças e os adolescentes representam 31% da po-
pulação. Eles estão crescendo num mundo mais acelerado do que aquele 
vivido por quem hoje possui uma idade superior aos 70 anos, por exemplo. As 
informações chegam de forma global mais rapidamente, e não se pode supor 
que eles não saibam dos perigos que corre o planeta Terra. Em ritmo igual-
mente acelerado, o desmatamento prossegue, colocando em risco todas as 
chances que terão de transformar o mundo para melhor
Fonte: Meio ambiente. Disponível em> .https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-
-animais-e-do-meio-ambiente Adaptado. Acesso 22 abr.2018
1.1.1 Industrialização e seus efeitos
No Brasil somente no final do século XIX e começo do século XX que grandes 
fazendeiros de São Paulo que enriqueceram com o café, começaram a investir 
no setor industrial de forma significativa, havendo desta forma grande investi-
mento no desenvolvimento industrial nas grandes cidades da região Sudeste. 
Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da eco-
nomia com incentivos fiscais para o capital internacional e muitas nações euro-
péias investiram seu capital na produção agrícola, na urbanização e no extra-
tivismo de riquezas naturais no Brasil. Diversas multinacionais principalmente 
montadoras de veículos, construíram grandes fábricas em cidades como São 
Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Santo André, Diadema, Belo Hori-
zonte e Rio de Janeiro. 
Segundo SILVA (2013, p.166) no século XX, o processo 
de industrialização e a mecanização da agricultura muitos 
trabalhadores rurais migraram para as cidades atraídosem 
busca de trabalho nas fábricas e melhores salários, e o re-
sultado disso foi o êxodo rural do Nordeste para o Sudes-
te do país. Os migrantes nordestinos fugitivos da seca do 
Nordeste e do desemprego foram em busca de trabalho e 
melhores condições de vida nas grandes cidades do Su-
deste. 
Com a industrialização as cidades consolidaram ainda mais seu poder, concen-
traram um número ainda maior de habitantes. Fortaleceram o papel na condu-
ção da vida social das nações.
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Esse fato acabou por gerar certo conforto para os empresários que tinham a 
sua disposição grande massa de trabalhadores ou mão de obra que poderiam 
trabalhar por um preço irrisório, intensificando a exploração humana por parte 
dos detentores emergentes dos novos meios de produção. 
Vale ressaltar que agregado a Revolução Industrial ocorreu também uma Re-
volução Agrícola. A utilização de novos métodos agrícolas, rotação de safras, 
sementes selecionadas e o surgimento de novos equipamentos agrícolas, pro-
duziram um extraordinário aumento na produção de alimentos.
Grandes proprietários rurais passaram a investir na tecnologia de produção 
agrícola, fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso téc-
nico a mecanização e o desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, 
optando pela monocultura, ou seja, uma área de cultivo muito grande com uma 
mesma espécie.
Outro fato relacionado à migração interna ou ao êxodo rural ocorreu com a 
construção de Brasília, no final da década de 1950. Muitos migrantes do Norte 
e Nordeste do país foram em busca de empregos na região central do país, 
principalmente na construção civil. As cidades satélites de Brasília cresceram 
desordenadamente, causando vários problemas sociais, que persistem até os 
dias de hoje.
Com o advento da revolução industrial tornou-se possível adaptar à máquina a 
ferramenta antes empunhada pelo homem. A máquina pode, agora, executar 
trabalhos anteriormente executados de forma manual. A habilidade manual dei-
xa de ser necessária; o trabalhador hábil, especializado, criativo, nos padrões 
anteriores, deixa de ter importância. A atividade do operário passa a ser a de 
vigiar e acompanhar as operações executadas pela máquina. 
Este processo estendeu-se com força durante as décadas de 70 e 80, entre-
tanto como as cidades não ofereciam infraestrutura adequada aos migrantes, 
passam a residir em habitações sem boas condições como favelas e cortiços. 
Como os empregos não eram suficientes para todos, e como agravante a gran-
de maioria dos imigrantes não possuíam qualificação necessária para o traba-
lho especificado, muitos deles partiam para o mercado de trabalho informal, e 
outros acabavam incorporando à grande massa dos mendigos.
Outro problema causado pela revolução industrial e consequentemente pelo do 
êxodo rural foi o agrupamento de pessoas na mesma área (urbana), aumentan-
do a violência, principalmente nos bairros de periferia. Como são bairros caren-
tes sem hospitais e escolas, as populações destes locais acabaram sofrendo 
com o atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala 
de aula e hospitais superlotados foram e são as consequências deste fato.
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Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a 
diminuição da população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção 
agrícola decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Há casos de 
municípios que deixam de existir quando todos os habitantes deixam a região.
Desta forma a disponibilidade de pessoas nas áreas rurais vem diminuin-
do constantemente nos últimos anos chegando a taxas de urbanização de 
até 94% em alguns estados da região sul e sudeste do Brasil, de acordo com 
dados do IBGE. Ou seja, de cada 100 habitantes, apenas 6 ainda vivem em 
áreas rurais nestas regiões. Além disso, à distância entre o campo e as cidades 
vem se encurtando e o acesso às tecnologias tem se tornado a cada dia mais 
evidente.
De acordo com dados da ONU, em 2050, 60% da população mundial residi-
rá nas cidades, realidade muito diferente da década de 50, quando para cada 
2 moradores da zona rural, existia aproximadamente 1 morador das cidades, 
conforme demonstra o gráfico abaixo.
Gráfico 02: Êxodo rural no mundo, 1950 - 2030. Fonte: ONU, 2012
Entretanto, os efeitos da Revolução Industriais no Brasil foram positivos em 
muitos aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em fun-
ção da utilização dos equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, poste-
riormente, da eletricidade, que passaram a substituir a força animal. 
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“O processo de urbanização influiu positivamente em al-
guns indicadores nacionais, no decorrer do século XX. Os 
principais exemplos foram a queda da mortalidade infantil 
(que passou da taxa de 150 mortes para cada mil nascidos 
vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o aumento da expec-
tativa de vida (40,7 anos de vida média em 1940 para 70,5 
em 2000), a queda da taxa de fertilidade (6,16 filhos por 
mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em 2000) e o ní-
vel de escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 
13,6% em 2000). Foi notável também a ampliação do sa-
neamento e a ampliação da coleta de lixo domiciliar, mas 
apesar da melhora referida alguns desses indicadores ain-
da deixam muito a desejar.” (MARICATO, 2005, p. 01)
Segundo Hobsbawm (1986), a Revolução Industrial foi provedora de conforto e 
transformações sociais para aquelas classes onde ocorreram as menores alte-
rações na sua forma de vida. 
Paralelamente, elas receberam os maiores benefícios materiais decorrentes 
desse processo. 
Esta classe social, tampouco percebeu que estava perturbando a classe operá-
ria com este novo modo de produção. Que a classe média e os que aspiravam 
esta condição social ficaram satisfeitos com as transformações ocorridas. 
Para aqueles que eram pobres, a Revolução Industrial destruiu hábitos de vida 
sem que fosse oferecida uma nova condição social. Foi à própria desagrega-
ção social. 
Era o nascimento de uma sociedade industrial, onde a maioria tinha como úni-
ca fonte de renda, o salário. Diferentemente, a sociedade pré-industrial detinha 
suas terras e oficinas artesanais, que de algum modo, suplementava a renda 
obtida no trabalho fabril.
Relacionado à questão ambiental um dos aspectos negativos é que a revolu-
ção industrial trouxe aumento da poluição do ar e dos rios, pois muitas indus-
triais passaram a jogar produtos químicos e lixo em rios e córregos. Uso de 
mão de obra infantil (na primeira etapa da industrialização). 
A industrialização trouxe um mundo de consumo, que convive com a miséria 
social, com o desprezo e a falta das condições mínimas, muitas vezes, de so-
brevivência. 
O Brasil possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da 
pobreza. Assim, por representar um país subdesenvolvido emergente, a pobre-
za no Brasil apresenta elevados patamares.
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Na observação de José Bengoa (1996):
“pobreza é um conceito difícil de definir, mas que todo 
mundo entende quando se o menciona. Talvez porque 
cada qual, cada indivíduo sabe perfeitamente o que seria 
para ele e sua família uma situação de pobreza. Para um 
poderia ser não comer; para outro, vestir-se pobremente, 
para um terceiro, baixar seu nível de vida habitual. São 
muito imprecisas, portanto, as definições habituais sobre a 
pobreza. Fala-se que a ‘pobreza absoluta’ seria aquela em 
que a pessoa não pode alimentar-se com o mínimo sufi-
ciente para sua manutenção fisiológica. 
Para Falcão e Costa, 2014, pg 51 no livro (Brasil sem miséria) a pobreza é en-
tendida atende por diversos nomes:
“insuficiência de renda; acesso precário à água, energia 
elétrica, saúde e moradia; baixa escolaridade; inseguran-
ça alimentar e nutricional; formas precárias de inserção no 
mundo do trabalho, entre outros. As diversas característi-
cas que traduzem as distintas manifestações da pobreza 
têm expressão no território e assim se pode afirmar que a 
misériatem nome, endereço, cor e sexo e, embora a renda 
também seja um indicador de pobreza, trata-se de um me-
canismo insuficiente para medir o bem-estar. A pobreza se 
manifesta, sobretudo, em privação do bem-estar. Com isto, 
afirmamos que a pobreza é um fenômeno multidimensio-
nal e, portanto, requer também indicadores não monetários 
para seu dimensionamento.
No ano de 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Bra-
sil sem miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atua-
lizada, em 2014, para R$ 77 reais per capita. 
A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros interna-
cionais, como a linha do Banco Mundial de US$ 1,25 por dia. 
Segundo dados oficiais do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome, 
existiam no Brasil até o ano de 2012 cerca de 16,27 milhões de pessoas em 
condição de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo 
dos R$70,00 por pessoa. 
O gráfico abaixo mostra a evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 
1976. A medida adotada é o Coeficiente de GINI1, tido como padrão internacio-
1 Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficiente de Gini é 
um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os 
países.
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nal para mensurar a desigualdade de renda. 
 
Gráfico 03: Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. Fonte: www.ipea.gov.br. 
IPEA (Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada)
Quanto menor o Coeficiente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro 
de um país. Para que as pessoas melhorem de vida, e o abismo entre ricos e 
pobres diminua, a renda das famílias mais pobres precisam crescer. Mas nada 
disso é possível se um país não desenvolver como um todo. 
Devido a algumas políticas de combate à desigualdade social promovida nos 
últimos anos, a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a 
níveis de 1960. Em 2015, o coeficiente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514. 
(Pnad, 2015). 
Vale lembrar que ultrapassar esse valor não significa abandonar a pobreza por 
completo, mas somente a pobreza extrema.
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Figura 01: Desigualdade de renda no mundo. Fonte: Banco Mundial (2014).
De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal para a erradicação da po-
breza e das desigualdades, objetivo fundamental da República constitucionali-
zado é necessário modificar-se os padrões de relações culturais e econômicas 
que as provocam e que aprofundam a exclusão, inclusive as sustentadas pela 
atividade estatal na implementação de políticas públicas, na formulação de leis 
e no julgamento das demandas levadas aos tribunais, como: 
I. construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II. garantir o desenvolvimento nacional;
III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades so-
ciais e regionais;
IV. promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Complementando, a Declaração e o Programa de Ação de Viena traz expressa-
mente que “a existência de situações generalizadas de extrema pobreza inibe 
o pleno e efetivo exercício dos direitos humanos” (I - 14). Afirma, também, que:
PÁGINA 31
“a pobreza extrema e a exclusão social constituem uma 
violação da dignidade humana e que devem ser tomadas 
medidas urgentes para o conhecimento maior do proble-
ma da pobreza extrema e de suas causas, particularmen-
te aquelas relacionadas ao problema do desenvolvimento, 
visando a promover os direitos das camadas mais pobres, 
pôr fim à extrema pobreza e à exclusão social e promover 
uma melhor distribuição dos frutos do progresso social. É 
essencial que os Estados estimulem a participação das 
camadas mais pobres nas decisões adotadas em relação 
às suas comunidades, à promoção dos direitos humanos e 
aos esforços para combater a pobreza extrema”.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 30% das mortes que 
acontecem todos os dias estão relacionadas às causas da pobreza extrema, 
como fome, diarreia, pneumonia e tuberculose. Morre-se por doenças que po-
deriam ser prevenidas e curadas com custo muito baixo. 
Famílias que estão na linha da pobreza extrema convivem com um enorme so-
frimento diário. E podem estar em uma situação duplamente difícil ao verem 
suas crianças doentes e capturadas em um ciclo vicioso: miséria, internação, 
reinternação e até morte.
Como ressalta o Informe de Desenvolvimento Humano 2000 do PNUD, “a er-
radicação da pobreza constitui uma tarefa importante dos direitos humanos no 
século XXI. Um nível decente de vida, nutrição suficiente, atenção à saúde, 
educação, trabalho e proteção contra as calamidades não são simplesmente 
metas do desenvolvimento, são também direitos humanos”.
A miséria traz ainda consequências como a violência, as drogas e a criminali-
dade, baixo desempenho nas escolas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como o uso de força 
física ou poder, por ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou 
contra um grupo ou comunidade, que resulte ou possa resultar em sofrimento, 
morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Essa defini-
ção agrega a intencionalidade à prática do ato violento propriamente dito, des-
considerando o efeito produzido
No tocante as drogas, seu uso causa problemas irreparáveis a saúde das pes-
soas, e para sua produção muitas vezes causa desmatamento e perda de bio-
diversidade. Além disso, é comum que o cultivo dessas plantas devido queima-
das das plantações, que ocorrem antes da polícia chegar às regiões de plantio. 
A poluição também pode ser gerada durante o processo de secagem das fo-
lhas de tabaco, feito em estufas que requerem a queima de madeira, nem sem-
PÁGINA 32
SAIBA MAIS
pre proveniente de reflorestamento. O problema do descarte inadequado englo-
ba praticamente todas as drogas de origem química, com ênfase às bitucas de 
cigarro. 
São consumidos cerca de 140 milhões de cigarros por ano no Brasil. O mau 
hábito de descartar bitucas no chão leva a contaminação pelo perigoso aceta-
to de chumbo e nicotina, e outras cerca de 50 substâncias comprovadamente 
cancerígenas a rios e mares.
Desta forma não difícil de compreender a relação existente entre a ação 
do homem e o aumento do número de doenças. O impacto negativo do ho-
mem no ambiente tem relação direta com a saúde, uma vez que necessitamos 
dos componentes do meio ambiente para a nossa sobrevivência. É impossível 
sobreviver sem acesso à água e ao ar, por exemplo. Se esses elementos estão 
comprometidos, nossa saúde também ficará.
Que ao longo do tempo, as sociedades pré-industriais e industriais passaram 
por sucessivos estágios de transformação, o que gerou diretas consequências 
sobre os tipos de produção de mercadorias e a forma de inserção destas no 
mercado.
Fase pré-industrial (artesanal): a fase da atividade artesanal – isto é, quando 
essa prática era o modo de produção predominante – estendeu-se desde a An-
tiguidade até o século XVII. A produção era individual e centrada na figura do 
artesão, que atuava desde o início do processo produtivo até, por vezes, a co-
mercialização de seus produtos.
Fase manufatureira: as primeiras indústrias pautavam-se na manufatura, ou 
seja, no trabalho manual. Essa fase estendeu-se durante o século XVII até 
meados do século XVIII, quando se iniciou, na Inglaterra, o processo de Re-
volução Industrial. Utilizava-se o trabalho manual e máquinas simples com a 
inauguração do processo de divisão de tarefas e a formação das classes traba-
lhadoras (os assalariados) e as patronais (os patrões).
Fase maquinofatureira ou industrial: podemos dizer que a fase industrial pro-
priamente dita ocorreu após o início da I Revolução Industrial com a invenção 
de maquinários capazes de intensificar a produção e empregar um maior nú-
mero de trabalhadores, além de produzirem novos e variados tipos de merca-
dorias. Com o tempo, essa atividade aperfeiçoou-secom a Segunda e Terceira 
Revoluções Industriais.
PÁGINA 33
REFLITA
Fase pós-industrial: embora não haja consenso sobre esse termo, a fase pós-
-industrial seria aquela em que as indústrias, embora ainda muito importantes, 
deixam de desempenhar um papel central no cerne das sociedades em uma 
etapa recente. A principal característica, nesse caso, é o deslocamento do em-
prego para o setor terciário (comércio e serviços), em um fenômeno que os 
economistas chamam de terciarização da economia.
Fonte: sociedades pré-industriais e industriais. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
geografia/industrializacao-seus-efeitos.htm . Acesso: 22 abr.2018
A pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignida-
de humana. Ninguém quer ser estigmatizado com a definição de carência; que 
não tem renda suficiente para sua manutenção. Ao aceitar a pobreza e assumi-
-la seria o mesmo que desistir de lutar. Entretanto segundo um dado oficial do 
Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome - 2012, existiam no Brasil 
até esse ano cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema po-
breza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pes-
soa. Em 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza oficial do Plano Brasil 
sem Miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualiza-
da, em maio de 2014, para R$ 77 reais per capita. A linha de extrema pobreza 
foi estabelecida com base em parâmetros internacionais, como a linha do Ban-
co Mundial de US$ 1,25 por dia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As florestas são imprescindíveis para a manutenção dos recursos hídricos para 
abastecimento das cidades, onde vive a maioria da população. O desmatamen-
to incontrolado e insano está causando a desertificação e levará fatalmente ao 
desabastecimento de água e à formação de solo improdutivo para a produção 
de alimentos. A natureza trabalha e produz na forma cíclica, mostrando o cami-
nho para a atuação do homem.
Todos os tipos de plantas sejam as rasteiras, os arbustos, as árvores ou as 
flores, têm uma importância indispensável para a nossa qualidade de vida. As 
plantas nutrem os solos e ajudam a produzir alimentos e água. Suas folhas ser-
vem como adubos para a terra e tornam a natureza rica e viva
Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes 
devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambien-
te a fim de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos natu-
rais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida.
DESTAQUES DO CAPÍTULO
1. Revolução industrial no Brasil e as consequências para o ambiente;
2. Êxodo rural e o desequilíbrio ambiental causado pela urbanização.
3. Inicio do processo de degradação ambiental no Brasil com objetivo de 
desenvolver.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação 
e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O Brasil 
sem miséria / organizadores: Tereza Campello, Tiago Falcão, Patricia Vieira da 
Costa. – Brasília: MDS, 2014. 848 p. : gráfs, mapas, tabs.
CASTRO, E. Dinâmica socioeconômica e desmatamento na Amazônia. No-
vos Cadernos NAEA, v. 8, n. 2, p. 5-39, Pará: dez. 2005. [Links]
CASTRO, M. H. M. Amazônia: Soberania e Desenvolvimento Sustentável. 
Brasília: Confea, 2007. 120p. – (Pensar Brasil). [Links]
CURI, D. Gestão ambiental. Pearson Education do Brasil. São Paulo, 2011.
Hobsbawm, Eric J. Da Revolução Industrial Inglesa ao imperialismo. 4. ed. 
Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1986.
LERIPIO, Alexandre de Ávila. Apostila de Gestão da Qualidade Ambiental. 
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001.
MARGULIS, S. Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira. Banco 
Mundial – Brasília: julho, 2003. [Links]
MARICATO, Ermínia. Questão Fundiária Urbana no Brasil e o Ministério 
das Cidades. 2005. Disponível em: usp.Br.
SILVA, Angela Corrêa da (Org.). Geografia: contextos e redes. São Paulo: 
Moderna, 2013.
 
LEITURA COMPLEMENTAR
Conheça o Novo Código Florestal Brasileiro na íntegra e algumas de suas 
peculiaridades discutidas por diferentes autores acessando os links:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12651 
compilado.htm>Acesso em: 28.abr.2018
<http://codigoflorestal.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2012/11/novo- 
codigoflorestal.pdf>Acesso em: 28.abr.2018
<http://www.aci-scs.org.br/uploads/conteudo/386/NOVO%20CODIGO%20
FLORESTAL%20-%20RESUMO.pdf>. Acesso em: 28.abr.2018
http://www.vomtmgotgmocmdomrofmrofmocmkmkv. Acesso em: 28.abr.2018
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-
relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em 29. 
Abr 2018
http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas. Acesso em 29. Abr 2018.
O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E SEUS IMPACTOS 
NO MEIO AMBIENTE URBANO - http://www.google.com.br/
KEwiJo_2b89DaAhWBg5AKHRr1A5wQFggvMAE&url=http%3A%2F%2Fwww.
ceap.br%2Fmaterial%2FMAT2004201302831.
pdf&usg=AOvVaw1CfCfQbtoMSOh7rZ_2xRUF
PÁGINA 37
VÍDEO COMPLEMENTARES SUGERIDO
Documentário Mata Atlântica - Paulo Rufino- Produção Casa de Cinema RBMA 
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
http://int.search.myway.com/search/video.jhtml?n=783A119B&p2=%5EY6%
5Exdm063%5ES22307%5Ebr&pg=video&pn=1&ptb=E06F8736-A110-45D0-
8CC8-2E2CA8381A75&qs=&searchfor=desmatamento+or igem+&si=CNr-
V4r_7i9UCFQkGkQod9RsGsg&ss=sub&st=tab&tpr=sbt&trs=wtt
vídeo exibido na Record News falando sobre o desmatamento na Amazônia e em 
como a região Sudeste colabora com isso. 
http://int.search.myway.com/search/video.jhtml?n=783A119B&p2=%5EY6%
5Exdm063%5ES22307%5Ebr&pg=video&pn=1&ptb=E06F8736-A110-45D0-
8CC8-2E2CA8381A75&qs=&searchfor=desmatamento+or igem+&si=CNr-
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CAPÍTULO
3 DESENVOLVIMENTO E 
SUSTENTABILIDADE
PLANO DE ESTUDOS E OBJETIVOS DA UNIDADE III
Compreender a diferença entre crescimento e desenvolvimento, e a necessida-
de de antes de qualquer planejamento e ação para o desenvolvimento deve -se 
pensar na sustentabilidade econômica, social e ambiental. 
Professora Me. Sônia Maria Crivelli Mataruco
Objetivos de Aprendizagem:
Que esta unidade possa contribuir de forma significante na compreensão do 
conceito de desenvolvimento assim como a transição para sustetabilidade, en-
tendendo o que as dimensões e os objetivos do desenvolvimento sustentável 
proporcionam para uma sociedade. E mais do que isso, que a sustentabilidade 
possa tornar uma prática diária proporcionando melhoria de qualidade da vida 
do homem e de todos os seres vivos na Terra e ao mesmo tempo respeitando a 
capacidade de produção dos ecossistemas nos quais vivemos.
Plano de Estudo:
• Compreender as contradições entre o atual modelo de desenvolvimento 
econômico e a preservação do meio ambiente;
• Compreender as três visões predominantes sobre a questão: desenvol-
vimento, preservação e conservação;
• Conhecer os conceitos essenciais da questão: recursos renováveis e 
não-renováveis, desenvolvimento sustentável.
 
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INTRODUÇÃO
Após conhecermos as relações existentes entre os seres vivos na natureza, e 
compreendermos o início do processo degradatório do meio ambiente no Bra-
sil, chegamos o momento de entender que o planeta Terra começa a pedir so-
corro, e não podemos mais ter as mesmas atitudes que tínhamos no passado.
Para (SALES, 2013, p.62) os sistemas biológicos são inerentemente sustentá-
veis, pois quando o equilíbrio entre os sistemas biológicos é perturbado esses 
se comportam de maneira a restaurá-lo.
A sustentabilidade deve ser concebida como a capacidade de manutenção e 
conservação da vida. Um processo de desenvolvimento em constante adapta-
ção da sociedade na busca por qualidade de vida, incluindo a satisfação de 
suas necessidades básicas e de ampliação de suas liberdades e potencialida-
des. 
O conceito dedesenvolvimento com sustentabilidade pressupõe o atendimento 
das necessidades não apenas atuais, mas também, das futuras gerações te-
rem recursos naturais em quantidade e qualidade necessária. Satisfazer a ne-
cessidades da geração atual e futura sem exaurir os recursos naturais não é ta-
refa fácil, porém imprescindível para a própria manutenção da espécie humana 
no planeta Terra. 
Para desenvolver de forma sustentável uma sociedade necessita exercer ativi-
dades com planejamento e o reconhecimento de que os recursos naturais são 
finitos. 
Desenvolvimento não deve ser confundido apenas com crescimento econômi-
co, pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e re-
cursos naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, pois leva ao 
esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
Desta forma espera-se que o aluno compreenda que desenvolvimento significa 
produzir, propondo em suas atividades projetos, soluções e tecnologias susten-
táveis, capazes de reduzir ou eliminar os impactos ambientais causados pelo 
homem na exploração dos recursos naturais, procurando harmonia entre os ob-
jetivos de desenvolvimento econômico, social e a conservação ambiental.
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1. DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE 
1.1- Conceito De Desenvolvimento Sustentável
O ser humano desde a sua existência busca transformar os recursos naturais 
a seu favor, pois desenvolver, transformar, progredir faz parte da sua natureza. 
Entretanto ao longo da história o próprio conceito de desenvolvimento tem so-
frido diversas alterações. 
Quando falávamos em crescimento econômico entendíamos que estávamos 
desenvolvendo, e nem se quer imaginávamos que uma simples palavra como 
desenvolvimento pudesse significar tanto para uma nação como para o meio 
ambiente.
Dizer que uma nação cresceu, significa que ela realmente esta progredindo, 
avançando, mas não necessariamente significa que está desenvolvendo, pois 
desenvolvimento engloba crescer além do aspecto geográfico, econômico, mas 
também social, dando condições dignas para que a população possa ter mora-
dia, alimento, saúde, lazer, educação, etc. Importante ressaltar que o aspecto 
ambiental nem era comentado, neste conceito de desenvolvimento implantado.
Entre os indicadores de mensuração do crescimento econômico, está o Pro-
duto Interno Bruto (PIB), que pode ser definido como “o valor de mercado de 
todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período de 
tempo” (SALES, 2013, p.62) nos setores de agropecuária, serviços e indústria. 
Dessa forma, quando comparado o PIB de um ano e este é superior ao ante-
rior, houve crescimento do país, o oposto, recessão. (PASSOS, 2012). Já o 
conceito de Desenvolvimento Econômico está relacionado à melhoria do bem-
-estar da população.
PÁGINA 41
Furtado (1983,p.90) distingue os conceitos de crescimento e desenvolvimento 
da seguinte forma:
“Assim, o conceito de desenvolvimento compreende a 
idéia de crescimento, superando-a. Com efeito: ele se re-
fere ao crescimento de um conjunto de estrutura comple-
xa. Essa complexidade estrutural não é uma questão de 
nível tecnológico. Na verdade, ela traduz a diversidade das 
formas sociais e econômicas engendrada pela divisão do 
trabalho social. Porque deve satisfazer às múltiplas neces-
sidades de uma coletividade é que o conjunto econômico 
nacional apresenta sua grande complexidade de estrutura. 
Esta sofre a ação permanente de uma multiplicidade de fa-
tores sociais e institucionais que escapam à análise eco-
nômica corrente [...] O conceito de crescimento deve ser 
reservado para exprimir a expansão da produção real no 
quadro de um subconjunto econômico. Esse crescimento 
não implica, necessariamente, modificações nas funções 
de produção, isto é, na forma em que se combinam os fa-
tores no setor produtivo em questão”.
Com a definição dada pelo autor constata-se que o crescimento econômico 
nem sempre garante o desenvolvimento, ou seja, mesmo que haja crescimento 
na geração de riqueza se esta não for distribuída de forma justa, não necessa-
riamente trará melhorias na qualidade de vida da população em geral.
Para Sachs (2004, p.13):
“... os objetivos do desenvolvimento vão bem além da 
mera multiplicação da riqueza material. O crescimento é 
uma condição necessária, mas de forma alguma suficiente 
(muito menos é um objetivo em si mesmo), para se alcan-
çar à meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa 
para todos”.
Para Sachs (2004, p.13) o termo desenvolvimento sustentável abrange oito di-
mensões da sustentabilidade, pois somente se considera desenvolvimento sus-
tentável quando há o atendimento de todas as dimensões: ambiental, econômi-
ca, social, cultural, espacial, psicológica, política nacional e internacional.
Brasileiro (2006, p.88) aponta que: “embora tenha ocorrido uma evolução so-
bre o conceito nas últimas décadas, a atual busca pelo desenvolvimento con-
tinua primando pelo crescimento econômico, em primeiro plano, continuando a 
negligenciar a distribuição desigual das riquezas; o agravamento da pobreza e 
exclusão social; a precarização das relações de trabalho; e o esgotamento dos 
recursos naturais’”.
Já o termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da Organi-
zação das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas. Nasceu com a inten-
PÁGINA 42
REFLITA
ção de dar uma resposta para a humanidade diante da crise social e ambiental 
pela qual o mundo passava. 
O Conceito de desenvolvimento sustentável, conforme o Relatório de Brun-
dtland1 de 1991 pressupõe um modelo de desenvolvimento que “atenda às ne-
cessidades da atual geração, sem comprometer a possibilidade das gerações 
futuras atenderem às suas próprias necessidades”. Desenvolvimento sustentá-
vel traz melhoria na qualidade de vida de todos os habitantes do mundo sem 
aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra.
A construção do conceito de desenvolvimento sustentável continuou durante a 
Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, da ONU, realizada em 
Joanesburgo, África do Sul, em 2002.
Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coi-
sa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas definitivamente e, com 
isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração 
predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma 
situação de vida regular, os habitantes de uma determinada região poderão tor-
nar-se permeáveis as “novas idéias”.
Assim, será que estamos próximos de uma sociedade que realmente possui 
um desenvolvimento sustentável e vive com sustentabilidade? 
Fonte: Promoção da sustentabilidade. Disponível em: http://www.atitudessustentaveis.com.br/
conscientizacao/desenvolvimento-sustentabilidade-meio-ambiente/. Acesso 08.abr.2018.
1.1.1 AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A Declaração de Joanesburgo estabelece que o desenvolvimento sustentável 
se baseia em três pilares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social 
e proteção ambiental, Conforme demonstrado abaixo na figura 01.
1 Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common 
Future), publicado em 1987.
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Figura 01: Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o 
desenvolvimento sustentável. Disponível em: Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 
1 - Jan/Jun 2008. Acesso em: 18 abri. 2018. 
Segundo dados publicados em 2004 pela Revista Economia e Desenvolvimen-
to, n° 16, (Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, Joanesburgo 
2002), o desenvolvimento sustentável pode requerer ações distintas em cada 
região do mundo, os esforços para construir um modo de vida verdadeiramente 
sustentável requer a integração entre:
• Crescimento e Eqüidade Econômica – Lançar os olhos para todas as na-
ções de forma que possam estar integradas promovendo um crescimen-
to responsável.
Saber usar os recursos do planeta de forma eficiente, visando um mercado 
competitivoque busque a internacionalização de custos ambientais. Assim, a 
sustentabilidade seria alcançada pela racionalização econômica local, nacional 
e planetária. Para se implementar a sustentabilidade necessário seria a racio-
nalização econômica local e nacional (RATTNER, 1999).
• Conservação de Recursos Naturais e do Meio Ambiente – Buscar redu-
zir o consumo de recursos, e diminuir a poluição e conservar os habitats 
naturais.
• Desenvolvimento Social – buscar a igualdade de condições, de acesso 
a bens, da boa qualidade dos serviços necessários para uma vida digna, 
onde as pessoas possam ter emprego, alimento, educação, energia, ser-
viço de saúde, água e saneamento, respeito aos seus direitos trabalhis-
tas e as suas diversidades culturais.
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Complementando Ignacy Sachs, citando (MONTIBELLER-FILHO, 2004) enten-
de que para atingirmos a sustentabilidade do ecodesenvolvimento precisamos 
contemplar cinco dimensões:
a. Sustentabilidade social: o processo deve se dar de maneira que reduza 
substancialmente as diferenças sociais.
b. Sustentabilidade econômica: define-se por uma “alocação e gestão mais 
eficientes dos recursos e por um fluxo regular do investimento público e 
privado”. A eficiência econômica deve ser medida, sobretudo em termos 
de critérios macrossociais.
c. Sustentabilidade ecológica: compreende o uso dos potenciais inerentes 
aos variados ecossistemas compatíveis com sua mínima deterioração.
d. Sustentabilidade espacial/geográfica: pressupõe evitar a excessiva con-
centração geográfica de populações, de atividades e do poder. Busca 
uma relação mais equilibrada cidade/campo.
e. Sustentabilidade cultural: significa traduzir o “conceito normativo de eco-
desenvolvimento em uma pluralidade de soluções particulares, que res-
peitem as especificidades de cada ecossistema, de cada cultura e de 
cada local”.
f. Entretanto, SEM (2000, p.18) concorda com todas as dimensões ante-
riormente citadas e complementa que é necessário incorporar entre elas 
o fim da pobreza, da tirania, da carência de oportunidades econômicas e 
o fim da negligência dos serviços públicos, da intolerância ou interferên-
cia excessiva de Estados repressivos.
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E segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de medidas deve 
ser tomada pelos países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre 
elas: 
• limitação do crescimento populacional;
• garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo;
• preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
• diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias 
com uso de fontes energéticas renováveis;
• aumento da produção industrial nos países não-industrializados com 
base em tecnologias ecologicamente adaptadas;
• controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cida-
des menores;
• atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
Já em âmbito internacional, as metas propostas pelo Relatório da Comissão 
Brundtland estabelecem:
• adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organiza-
ções de desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de finan-
ciamento);
• proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antarctica, oceanos, 
etc, pela comunidade internacional;
• banimento das guerras;
• implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Or-
ganização das Nações Unidas (ONU).
Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente 
adequado de desenvolvimento sustentável são:
• uso de novos materiais na construção;
• reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais;
• aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a so-
lar, a eólica e a geotérmica;
• reciclagem de materiais reaproveitáveis;
• consumo racional de água e de alimentos;
• redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção 
de alimentos.
PÁGINA 46
REFLITA
SAIBA MAIS
Com o desenvolvimento das atividades industriais vieram grandes impactos 
ambientais e isso não é nenhum segredo. O ritmo acelerado dessas ativida-
des impede que o meio ambiente tenha tempo necessário para se recuperar 
do consumo dos seus recursos pelo homem e dos resíduos gerados por eles. 
Para tentar diminuir esse impacto, vários estudos e discussões vêm sendo rea-
lizados há mais de duas décadas pelos países, principalmente no que diz res-
peito ao desenvolvimento sustentável. Isso trouxe algumas melhorias ao longo 
dos anos, mas muito ainda tem que ser feito diante desse problema global vi-
sando atitudes mais sustentáveis. Desenvolvimento sustentável e sustentabili-
dade, esses dois termos por muitas vezes se confundem, mas têm significados 
distintos. 
Fonte: desenvolvimento das atividades industriais. Adaptado. Disponível em: <http://www.
teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/sustentabilidade-e-desenvolvimento-sustentavel-
-conheca-a-diferenca>. Acesso em: 20 mar.2018.
Sustentabilidade é a capacidade de se sustentar, de se manter. Já o desenvol-
vimento sustentável pode ser entendido como desenvolvimento que satisfaz as 
necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das ge-
rações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.
Esses termos foram inicialmente discutidos na Conferência de Estocolmo 
(1972) e vem sendo discutido nas últimas décadas, mas foi na World Commis-
sion on Environment and Development (WCED, 1987) que se tornou conhecido 
e posteriormente popular na Eco 92.
O termo sustentável tem sentido amplo, sendo um adjetivo derivado do verbo 
latino sustentare, que significa o que pode ser mantido, que pode ser perpetua-
do, estando implícito o fator tempo.
O termo desenvolvimento sustentável foi divulgado no informativo nosso futuro 
comum (WCED, 1987) o qual cita também três fatores das quais o desenvolvi-
mento sustentável depende completamente:
PÁGINA 47
a. um alto valor deve ser dado aos recursos naturais, á biodiversidade bio-
lógica e á purificação da água e do ar, promovida pelo meio ambiente 
natural;
b. pessoas devem descobrir e trocar informações sobre novas tecnologias 
que resultem em mais trabalho, aperfeiçoem o uso de recursos naturais 
renováveis e aumentem a produção de alimentos;
c. igualdade e justiça devem ser promovidas entre todas as pessoas e ge-
rações para reduzir a pobreza, a violência e construir melhores comuni-
dades.
d. Esses três fatores podem ser resumidos no tripé do desenvolvimento: 
Eficiência (sustentabilidade econômica); equidade (sustentabilidade so-
cial) e conservação (sustentabilidade ambiental).
No Southern African Perspectives (1997) foram reunidas outros seis aspectos 
do desenvolvimento sustentável:
a. ênfase na interdependência entre desenvolvimento e a conservação de 
recursos;
b. um horizonte de longo tempo;
c. a natureza multidimensional do conceito que implica na dificuldade para 
conciliar interesses governamentais e instituições acadêmicas;
d. incorpora externalidades ambientais (no tempo, no espaço, de um setor 
para outro, de uma população para outra) tratando-as como problemas 
não resolvidos;
e. possui enfoque participativo;
f. defende uma estreita relação entre pesquisa e política.
g. conceitualização de desenvolvimento sustentável se baseia, grande par-
te, das inúmeras tentativas de enfrentar os erros, deficiências e injusti-
ças do sistema industrializado imposto no período pós-guerra.
E a sustentabilidade: O desenvolvimento sustentável é o que promove a sus-
tentabilidade. Os planos de desenvolvimento sustentável buscam a sustentabi-
lidade de duas maneiras:
a. Sustentabilidade tecnológica - são planos baseados na crença de que 
a tecnologia pode expandir os limites das atividades econômicas e solu-
cionar a escassez de recursos, compensando danos ambientais. Esses 
planos baseiam-se na inovação tecnológica acoplada a um sistema de 
avaliação que reflete o verdadeiro custo de uso e disponibilização dos 
recursos naturais, e são desenvolvidos em resposta ao inevitável cresci-
mento da população

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