Buscar

Administração no Terceiro Setor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Administração no 
Terceiro Setor
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. João Luiz de Souza Lima
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
• Introdução;
• Globalização/Mundialização da Economia;
• Efeitos da Globalização/Mundialização da Economia;
• Mercados Regionais, Nacionais e Globais;
• Desenvolvimento Sustentável e o Triple Bottom Line;
• Nosso Futuro Comum e a Encíclica Papal Laudato Si.
• Discorrer acerca das alterações no mercado global em função da globalização/mundia-
lização da economia e do estabelecimento e evolução da questão da sustentabilidade 
organizacional por meio do triple bottom line, bem como das ações daí derivadas;
• Conduzir o assunto envolvendo as mudanças na gestão no terceiro setor como uma 
excelente oportunidade de interação dos conhecimentos sobre a temática, incluindo as 
oportunidades derivadas para o gerenciamento efi ciente e efi caz das Organizações Não 
Governamentais no âmbito das mudanças inerentes ao século XXI.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Mudanças na Gestão 
no Terceiro Setor
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
Introdução
Esta unidade apresenta e discorre sobre as mudanças na gestão no terceiro 
setor, baseando-se nos preceitos da globalização/mundialização da economia, 
da sustentabilidade organizacional e do triple bottom line. Apresenta ainda 
questões que levam à reflexão da importância do Terceiro Setor nesse cenário do 
século XXI.
No Brasil, existem inúmeras entidades ou organizações de natureza privada 
que atuam no Terceiro Setor e estão rigorosamente inseridas nesse novo conceito 
econômico em que as transações organizacionais ultrapassam as tradicionais fron-
teiras geográficas dos países por conto do novo fenômeno social da globalização/
mundialização da economia.
Globalização/Mundialização da Economia
O que explica essa reação em cadeia é a crescente interdependência dos países, 
decorrente do atual processo de internacionalização do capital, da produção, da 
informação, do conhecimento e dos cuidados com o meio ambiente. 
A expansão do comércio, tendo como pano de fundo o novo cenário montado 
após a II Guerra Mundial (1939-1945), com a divisão do planeta em duas esferas de 
influência, a norte-americana e a soviética, ocorreu em 1947 quando foi assinado 
o Acordo Geral de Tarifas de Comércio (GATT), do qual se originaria, em 1995, 
a Organização Mundial do Comércio (OMC). Os países signatários se comprome-
teram a derrubar tarifas alfandegárias, no mais importante passo para a abertura 
efetiva dos mercados.
O processo de integração informacional se acentuou a partir da década de 
1990, especialmente no setor de telecomunicações. As trocas de informações 
(dados, voz e imagens) se tornaram quase instantâneas, encurtando distâncias e 
agilizando negócios. Segundo estudo recente do Banco Mundial, entre 1950 e 
2018, o “volume” total das transações comerciais saltou de 61 bilhões de dólares 
para doze trilhões de dólares.
O fim abrupto da antiga União Soviética e do chamado bloco socialista, no 
início da década de 1990, precisamente em 1991, acentuou o processo de globali-
zação/mundialização da economia, agregando de forma desordenada a economia 
desses países à esfera capitalista. Muito menos traumática, porém tão ou mais 
impactante, é a abertura gradual e organizada do gigantesco mercado que envolvia 
a economia chinesa, promovida desde o fim da década de 1970 pelas reformas 
econômicas então comandadas pelo líder chinês Deng Xiaoping.
Um capítulo importante da globalização/mundialização da economia foi a criação 
dos blocos econômicos regionais, em especial a União Europeia, que a partir de 
8
9
1992 eliminou barreiras à circulação de mercadorias, capitais e mão-de-obra entre 
os países membros. No dia 1º de janeiro de 2002, a União Europeia colocou em 
circulação a sua moeda comum: o euro. Assim, integrando monetariamente as pri-
meiras doze nações do continente em um momento de extrema relevância para o 
estabelecimento da união e do bem comum entre as nações europeias. 
No entanto, no início do ano de 2020, o Reino Unido deixou o bloco em um 
episódio conhecido pelo termo Brexit, colocando em xeque a união dos europeus 
e o próprio destino do Reino Unido.
A saída definitiva do Reino Unido da União Europeia em 31/01/2020, após três anos e meio 
de muita discussão, foi apelidada de Brexit. O termo é originário da língua inglesa, resultante 
da junção das palavras British e exit. 
Ex
pl
or
A globalização/mundialização da economia consiste no fenômeno contemporâneo 
no qual os bens, serviços, as pessoas, habilidades e ideias se movimentam através das 
fronteiras geográficas. Em outras palavras, a globalização/mundialização da economia 
consiste na interdependência entre os atores econômicos globais – governos, empre-
sas e movimentos sociais (ONGs e entidades filantrópicas etc.).
O termo Globalização vem da língua inglesa, ou de The Globe. O termo Mundialização vem da 
língua francesa, ou do termo Le Monde.Ex
pl
or
Efeitos da Globalização/
Mundialização da Economia
A explosão de investimentos juntamente com a expansão do comércio permitiu 
uma notável intensificação do fluxo de capitais entre os países. Os grandes grupos 
empresariais ampliaram suas operações, estabelecendo filiais em quase todos os 
continentes. Para custear essa expansão, os grandes grupos buscaram recursos no 
mercado financeiro, que se tornou uma instância onipresente no novo cenário global.
Sob o impacto da ideologia neoliberal e sua teoria do “estado mínimo”, preconiza-
das por organismos globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), governos 
de dezenas de países privatizam empresas estatais, desobrigando-se de atividades 
como a geração de energia, a distribuição de água e o tratamento de esgoto, a coleta 
de lixo e as telecomunicações, reduzindo ainda subsídios e gastos sociais.
Com um novo modelo produtivo, a globalização/mundialização da economia 
modificou profundamente o funcionamento das empresas, governos e ONGs. Por 
9
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
causa das fusões, aquisições e redefinições do processo produtivo e, emalguns 
setores que exigiam maior emprego de mão-de-obra, migração das unidades 
fabris para os países em desenvolvimento, grandes conglomerados reduziram 
substancialmente o quadro de trabalhadores. Ao mesmo tempo, a informatização 
e automação das empresas, o emprego intensivo das telecomunicações e a agi-
lização dos transportes, a descentralização e a terceirização de várias atividades 
levaram a produtividade humana às alturas.
A globalização/mundialização da economia é uma tendência intrínseca do ca-
pitalismo. As principais críticas que lhe são feitas se referem ao fato de desse pro-
cesso privilegiar uma minoria em detrimento da imensa maioria. Segundo alguns 
dos seus críticos, como, por exemplo, o economista norte-americano e ganha-
dor do Prêmio Nobel de Economia de 2001 Joseph E. Stiglitz, a globalização/ 
mundialização da economia, tal como vem ocorrendo, acentua as desigualdades 
entre ricos e pobres no interior dos países e entre nações ricas e pobres em escala 
global. Stiglitz foi diretor do Banco Mundial e teceu duras críticas ao Fundo Mone-
tário Internacional (FMI) e a outras instituições por colocarem os interesses de Wall 
Street e da comunidade financeira à frente dos interesses das nações mais pobres.
A globalização/mundialização da economia resumidamente tem gerado os se-
guintes efeitos sobre a sociedade mundial:
• Rápida disseminação das informações;
• Aumento do nível de conhecimento;
• Comparação de valores, crenças e costumes;
• Adaptação e assimilação de culturas;
• Surgimento de novas necessidades pessoais;
• Aumento da consciência de direitos;
• Abertura de mercados econômicos;
• Maior variedade de oferta de produtos;
• Necessidade de preservação das individualidades pessoais e nacionais.
Mercados Regionais, Nacionais e Globais
As empresas de grande porte espalhadas por diversos países e conhecidas 
como multinacionais ou transnacionais começaram a moldar os novos padrões de 
competição e alianças. O seu desenvolvimento maior, a partir da década de 1950, 
marca o início de uma nova fase do capitalismo mundial.
Países com grandes mercados internos, caso típico do Brasil, possuem muitas empre-
sas de grande porte que operam apenas em território nacional. Seu desempenho, no en-
tanto, é frequentemente influenciado pelas multinacionais. A partir da Segunda Guerra, 
teve início na economia mundial o movimento de internacionalização do capital, o que 
10
11
configurou o que se veio a ser chamado de globalização/mundialização da economia. 
Junto com esse fenômeno, instalou-se um forte ambiente concorrencial, que abrangeu 
empresas e países. Considerando alguns dos países economicamente mais desenvolvi-
dos, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá (que 
pertencem ao G7 e à OCDE), pode-se dizer que a maior parte dos produtos que um deles 
fabrica, outros países, em qualquer parte do mundo, têm também a possibilidade de fa-
bricar. Assim sendo, a competência produtiva, por si só, não é mais o fator distintivo por 
excelência como acontecia, por exemplo, com os Estados Unidos ao final da Segunda 
Guerra Mundial.
O Grupo dos Sete (G7) é o fórum dos sete países mais industrializados do mundo e a 
Federação Russa, a qual participa das reuniões, mas não das discussões econômicas. Esse 
grupo tem como objetivo coordenar a política econômica e monetária mundial. Membros: 
Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia (participan-
te das reuniões).
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reúne países que, 
juntos, produzem dois terços de todos os bens e serviços do mundo. É um fórum para 
discussão, consulta e coordenação da política econômica e social, que produz estatísticas 
e publicações em diversas áreas. Membros: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, 
Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, 
Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, 
Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Suíça e Turquia. A Comissão 
Europeia também participa dos trabalhos da OCDE.
Ex
pl
or
O ambiente concorrencial contemporâneo levou a uma série de consequên-
cias, uma das quais é o aparecimento de medidas protecionistas por parte das 
autoridades governamentais, pressionadas pelos fabricantes locais. Essas medidas 
costumam aumentar de intensidade quando as empresas estrangeiras começam a 
conquistar fatias significativas do mercado doméstico, quando a balança comercial 
mostra deterioração ou, ainda, quando o alto nível de desemprego local começa a 
preocupar as autoridades. 
O nível de desemprego tem, aliás, se mantido em patamares inquietantes em 
alguns países desenvolvidos e no Brasil desde que se manifestou a recessão mundial 
nas décadas de 2000 e 2010. Mesmo os Estados Unidos da América (EUA), país 
tradicionalmente defensor do livre comércio, não escapou da onda protecionista. 
Em parte, o auxílio americano à reconstrução da Europa Ocidental e do Japão visa-
va justamente assegurar uma economia mundial de livre comércio. O crescimento 
econômico dessas regiões, aliado à supervalorização do dólar norte-americano no 
início da década de 1980 (prejudicando sobremaneira as exportações americanas), 
fez com que contínuos déficits aparecessem na balança comercial americana de 
manufaturados. De um pequeno superávit médio durante toda a década de 1970, 
esse déficit aumentou a partir de 1982, quase atingindo 150 bilhões de dólares 
por volta de 1990. Esse valor veio a subir de 2000 e 2010 para, respectivamente,
1 trilhão e 10 trilhões de dólares norte-americanos.
11
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
Provavelmente o governo desempenhará um papel muito diferente na emergente 
era higt-tech (alta tecnologia), um papel menos vinculado aos interesses da economia 
e mais alinhado com os interesses da economia social. Moldar uma nova parceria 
entre o governo e o terceiro setor para reconstruir a economia social poderia ajudar 
a restaurar a vida cívica em cada nação. Alimentar os poderes, fortalecer serviços 
básicos de assistência à saúde, educar os jovens da nação, construir moradias a 
preços acessíveis e preservar o meio ambiente encabeçam a lista das prioridades 
urgentes nos próximos anos.
No caso do Brasil, a partir da década de 2000, a economia apontou para um 
crescimento da ordem de 2%, levemente superior ao desempenho na década de 
1990. O começo da década de 2010 aumentou a confiança de consumidores e 
empresários nos rumos da economia. Para ganhar a credibilidade da comunidade 
financeira internacional e dos investidores e para evitar qualquer possibilidade de 
descontrole inflacionário, o Governo do Brasil em 2019 e 2020 decidiu, por exem-
plo, baixar a taxa de juros para 4,25% anuais. 
O término da Segunda Guerra Mundial mostrou claramente a necessidade da 
reconstrução não só física, mas também política e econômica dos países que foram 
atingidos indiretamente pelo conflito, os que hoje são chamados de “Terceiro Mundo”, 
ou seja, os países pobres. A integração dos países e das economias passou a ser o 
alvo da modernidade, ou seja, o “Norte” das nações, a eliminação das rivalidades e o 
desejo de união; ou seja, o reinício com novas propostas.
As negociações globais representam um percentual cada vez maior das atividades 
mercadológicas no mundo empresarial e das atividades dos indivíduos, dos colabo-
radores, dos executivos espalhados pelos países afora. Os negócios internacionais 
têm importância crescente na atividade econômica de grande parte das nações. 
Esses negócios assumiram, no final do século XX, destaque muito maior do que se 
imaginava, principalmente com a globalização da economia.
A atuação das organizações em níveis internacionais vem sofrendo grandes 
alterações, em função de uma série de aspectos que caracterizam o novo mercado 
globalizado. Assim, entre os diversos tipos de empresas internacionalizadas, pode-
-se apresentarum modelo de transição nas atividades das companhias caracteriza-
do por alguns aspectos básicos, tais como:
• Redes internacionais de contatos;
• Criação de uma mentalidade claramente internacionalizada;
• Busca de novos conhecimentos;
• Envio de executivos a outros países para obtenção de maior conhecimento e cultura.
A importância da globalização/mundialização da economia é tão grande e se 
faz presente de maneira tão intensa no dia a dia das pessoas e das empresas que 
não chega a causar espanto, por conta, por exemplo, da facilidade de penetração 
12
13
dos produtos nas economias do mundo. A intensificação da globalização/mundia-
lização da economia pode ser verificada, ainda, de maneira muito clara, no cres-
cimento explosivo do número de empresas nacionais e multinacionais voltadas 
para o mercado internacional.
O pioneirismo da Europa bem-aceito pela União Europeia (UE) foi seguido, 
anos depois, pelo surgimento de outros blocos econômicos: na América, à 
Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) e ao Grupo Andino, 
que foram as primeiras “associações de países”, seguiram-se Associação Latino-
-Americana de Integração (ALADI), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), Tratado 
Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), Mercado Centro-Americano e 
Comunidade do Caribe (Caricom); na África, o Mercado Meridional; na Ásia, a 
Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN); e no Pacífico, a Cooperação 
Econômica Ásia-Pacífico (APEC).
A abertura do Brasil para o comércio internacional, a partir da década de 
1990, mostra claramente que os resultados têm sido de grande valia para o pro-
cesso de estabilização da economia brasileira, e que, na atual conjuntura, o que se 
almeja é exportar ainda mais. Há muito o que ser feito nesse sentido, conforme 
demonstrado a seguir:
• Analisar friamente a necessidade de financiamento aos clientes do exterior;
• Criar realmente uma política de país exportador, com apoio comercial à altura 
das necessidades;
• Mapear os focos produtivos, incentivando também o pequeno e o médio fabri-
cante, os quais estão distantes dos grandes centros;
• Reverter rapidamente os resultados das privatizações dos portos para os custos 
dos produtos exportados;
• Melhorar a prestação de serviços complementares às exportações;
• Mudar a cultura das empresas com relação ao comércio internacional;
• Cobrar maior agilidade nas decisões por parte dos órgãos intervenientes, de 
modo a eliminar burocracias que somente prejudicam o progresso do comércio 
exterior brasileiro e outras mais que ainda estão incrustadas.
O êxito da atividade exportadora se pauta pelo atendimento a uma série de 
requisitos e, em alguns casos, requer treinamento específico e apoio de profissionais 
especializados para as organizações nesse novo cenário.
O fenômeno da Globalização / Mundialização da Economia exige que o gestor contemporâneo 
pense localmente ou regionalmente, porém, aja ou atue de forma nacional e global.Ex
pl
or
13
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
Desenvolvimento Sustentável 
e o Triple Bottom Line
O conceito de desenvolvimento sustentável está diretamente ligado ao processo 
de mudança que se acentua atualmente no mundo em virtude da exploração de 
recursos e, como consequência, à nítida degradação da natureza e aos reais temo-
res sobre o legado que a geração atual deixará para as gerações futuras.
Há inúmeros indícios de que o processo econômico, baseado no crescimento 
ilimitado e no livre mercado, encontrou finalmente os seus limites e que o atual 
crescimento econômico, dentro de seus padrões atuais, pode levar a Terra à des-
truição, inclusive da raça humana.
Os desafios atualmente do desenvolvimento sustentável estão ligados à crença 
da sobrevivência e da convivência humana pacífica no Planeta Terra, bem como 
da dúvida se essa crença ainda é viável. Portanto, surgem argumentos sobre uma 
racionalidade antiecológica. 
A Figura 1, a seguir, apresenta o conceito do triple bottom line (tripé da susten-
tabilidade), que integra os três vetores da sustentabilidade, ou seja, o econômico, o 
ambiental e o social.
Gestão
Ambiental
Responsabilidade
Social
Sustentabilidade
Desenvolvimento
Econômico
Figura 1 – Triple bottom line
Fonte: Acervo do conteudista
O desenvolvimento sustentável consiste no desenvolvimento capaz de suprir 
as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às 
necessidades das futuras gerações. Portanto, trata-se do desenvolvimento que não 
esgota os recursos para o futuro. Esse é um conceito que norteia as discussões 
atuais sobre proteção do meio ambiente. Foi definido em 1987, no relatório Nosso 
Futuro Comum, da Organização das Nações Unidas (ONU), e propõe atender às 
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras 
acatarem às próprias necessidades.
14
15
A Figura 2, a seguir, apresenta a exemplificação da aplicação do conceito do 
triple bottom line (tripé da sustentabilidade), conforme os seus três vetores, ou seja, 
o econômico, o social e o ambiental.
Gestão
Ambiental
Responsabilidade
Social
Sustentabilidade
Desenvolvimento
Econômico
Maximização do retorno
do capital ao investidor e 
empreendedor (lucratividade
no longo prazo) 
Preservação do rescursos
naturais, ecoe�ciência e
energia renovável
Cidadania
Geração de emprego
Engajamento das 
partes interessadas
Figura 2 – Exemplifi cação do triple bottom line
Fonte: Acervo do conteudista
O desenvolvimento sustentável pressupõe, portanto, a utilização de formas mais 
racionais de exploração da natureza, baseadas em “tecnologias não-predatórias” 
que preservem o equilíbrio ecológico. Esse estudo alerta também para o vínculo 
estreito entre pobreza e degradação ambiental.
A partir da década de 1970, têm se tornado cada vez mais numerosas as iniciati-
vas para transformar materiais usados em novos produtos, um processo estimulado 
pela crescente preocupação com o meio ambiente. Especialistas alertam para o 
fato de que é preciso, inicialmente, diminuir a quantidade de lixo. Didaticamente, 
fala-se nos “três erres”:
• Redução;
• Reutilização;
• Reciclagem.
O primeiro “erre” é realizado por meio do consumo consciente (de produtos 
com embalagens retornáveis, por exemplo). O segundo, pelo reaproveitamento 
de materiais que possam ter nova utilidade. O terceiro, pelo reenvio do lixo 
não-orgânico ao processo produtivo, para a fabricação de novos produtos. As so-
ciedades pressionam as indústrias a aliar a exploração econômica à preservação 
ambiental, incentivando atividades como a coleta seletiva de lixo e a reciclagem.
15
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
Nosso Futuro Comum e a 
Encíclica Papal Laudato Si
No ano de 1983, o então Secretário-Geral da ONU, Javier Pérez de Cuéllar, 
convidou a médica, mestre em saúde pública e ex-Primeira Ministra da Noruega 
a compor e presidir a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento (CMMAD). Brundtland foi a escolhida em virtude de que a sua visão em 
saúde ultrapassava as barreiras do mundo médico para os assuntos ambientais e 
de desenvolvimento humano.
Em abril de 1987, a Comissão Brundtland, como 
ficou conhecida a CMMAD, publicou o relatório 
chamado Nosso Futuro Comum, que trazia o con-
ceito inovador sobre o desenvolvimento sustentá-
vel no âmbito do discurso público, sendo até hoje o 
conceito que norteia as discussões sobre proteção 
do meio ambiente.
Esse relatório propõe atender às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as ge-
rações futuras acatarem às próprias necessidades. 
Pressupõe, portanto, a utilização de formas mais ra-
cionais de exploração da natureza, baseadas em tec-
nologias não-predatórias que preservem o equilíbrio 
ecológico. Esse estudo alerta também para o víncu-
lo estreito entre pobreza e degradação ambiental.
A Figura 3, a seguir, apresenta a ilustração do relatório Nosso Futuro Comum, 
publicado no Brasil em 1987 pela Editora da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
AFigura 4, a seguir, apresenta a Doutora Gro Harlem Brundtland, política, 
diplomata e médica norueguesa, e uma líder internacional em desenvolvimento 
sustentável e saúde pública. Foi membro do Partido dos Trabalhadores da Noruega 
desde a sua juventude.
Figura 4 – Gro Harlem Brundtland
Fonte: P. Virot/OMS
Figura 3 – Relatório nosso futuro comum
Fonte: Editora da FGV, 1987
16
17
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada 
em Estocolmo, na Suécia, em 1972, foi o primeiro grande evento da ONU que 
discutiu as questões ambientais. Realizada no período da Guerra Fria, o encontro 
não chegou a definir políticas efetivas por causa das divergências entre os países 
dos blocos capitalista (liderado pelos Estados Unidos – EUA) e socialista (encabeça-
do pela União Soviética – URSS). Um dos poucos resultados efetivos foi a criação 
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Ainda assim, 
o fórum colocou em pauta questões importantes, como a proposta de repasse de 
parte do Produto Interno Bruto (PIB) das nações ricas para os países pobres, como 
forma de auxiliá-los na resolução de problemas ambientais.
Em 1982, ocorreu um novo encontro, a Conferência das Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Nairóbi, no Quênia, durante o qual se 
constatou não ter havido avanços consideráveis desde a conferência de Estocolmo. 
A reunião se limitou a avaliar o plano de ação aprovado dez anos antes, sem definir 
uma política global.
O debate ambiental ganhou impulso em 1992, com a Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, no Brasil. 
O evento, que ficou conhecido como ECO-92 ou Rio-92, fez novo balanço tanto 
dos problemas existentes quanto dos progressos realizados e elaborou documentos 
importantes que continuam atualmente a ser referência para as discussões.
Duas convenções são aprovadas nesse momento: uma sobre biodiversidade 
e outra sobre mudanças climáticas. Outro resultado positivo é a assinatura da 
Agenda 21, um plano de ação com metas para a melhoria das condições ambientais 
do planeta. Grande número de organizações não governamentais participou da 
ECO-92 e realizou de forma paralela o Fórum Global, que aprovou a Declaração 
do Rio (ou Carta da Terra). Segundo esse documento, os países ricos têm maior 
responsabilidade na preservação do planeta e, se os avanços tecnológicos em cur-
so não forem suficientes para assegurar a integridade da biosfera, será necessário 
diminuir o padrão de produção e consumo, especialmente nessas nações.
Como estava previsto na Convenção sobre Mudanças Climáticas, assinada durante 
a ECO-92, deveria ocorrer uma nova reunião internacional para debater a redução 
da emissão de gases responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta. Esse 
encontro ocorreu no ano de 1997, em Kyoto, no Japão, onde líderes de 160 nações 
assinaram um tratado que ficou conhecido como Protocolo de Kyoto. 
O Protocolo de Kyoto previu, entre 2008 e 2012, uma redução de 5,2% (em 
relação aos níveis de 1990) nas emissões dos gases causadores do efeito estufa, con-
sideradas, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antro-
pogênica do aquecimento global. Em julho de 2001, representantes de 178 países 
reunidos em Bonn, na Alemanha, aprovaram a regulamentação desse protocolo.
Outro fórum mundial foi realizado em 2002, em Johanesburgo, na África 
do Sul. Com o nome de Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, 
a Rio+10, como também fica conhecida, integrou o conjunto de iniciativas da 
17
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
ONU para reduzir a pobreza. Outras questões importantes foram discutidas tam-
bém, como o fornecimento de água e saneamento, energia, saúde, agricultura e 
biodiversidade. Sua pauta previu a implementação da Agenda 21 por meio de 
parcerias entre governos e sociedade civil. A meta era avaliar as ações tomadas 
em defesa do meio ambiente e discutir novas estratégias de desenvolvimento que 
não comprometessem o patrimônio ecológico do planeta.
Nesse evento, contudo, não ficou definido nenhum compromisso das nações 
desenvolvidas com o cancelamento das dívidas dos países mais pobres, uma ques-
tão considerada essencial para a redução da pobreza e a consequente defesa do 
meio ambiente. Um dos poucos progressos obtidos refere-se ao abastecimento 
de água, os países concordaram com a meta de reduzir pela metade o número 
de pessoas que não têm acesso à água potável e nem ao saneamento básico. 
Outro acordo assumido prevê a recuperação dos estoques de peixes por meio do 
controle da pesca oceânica, para que as espécies possam reproduzir-se antes de 
ser capturadas. Os demais itens da Agenda 21, ainda que adotados, ficaram sem 
definição de metas ou prazos.
Novamente com realização na cidade do Rio de Janeiro, dessa vez no ano de 
2012, a Rio+20 – ou Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável – 
reuniu um total de 193 representantes de países. Um dos poucos progressos obti-
dos nesse encontro refere-se ao abastecimento de água.
Em setembro de 2015, ocorreu, em Nova York (EUA), na sede da ONU, a Cúpula 
de Desenvolvimento Sustentável. Nesse encontro, todos os países da ONU definiram 
os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte de uma nova 
agenda de desenvolvimento sustentável que deveria finalizar o trabalho dos ODM (os 
objetivos do milênio), sem deixar ninguém para trás.
Os 8 (oito) Objetivos do Milênio (ODM) são os seguintes:
• Redução da pobreza;
• Atingimento do ensino básico universal;
• Igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;
• Redução da mortalidade na infância;
• Melhora da saúde materna;
• Combate ao HIV/AIDS, à malária e outras doenças;
• Garantia da sustentabilidade ambiental;
• Estabelecimento de uma parceria mundial para o desenvolvimento.
A ONU está organizando um novo evento a ser realizado em 2030 em lugar 
ainda a ser definido. A Agenda 2030, como o evento está sendo chamado, consiste 
em uma declaração de Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e de suas 
metas com uma seção sobre meios de implementação e de parcerias globais e um 
18
19
arcabouço para acompanhamento e revisão. O conjunto de objetivos e metas de-
monstram a escala e a ambição dessa nova Agenda Universal.
Os ODS aprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos 
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de maneira a completar o traba-
lho deles e responder a novos desafios. São integrados e indivisíveis, e mesclam, 
de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (triple 
bottom line), ou seja, a econômica, a social e a ambiental.
Aprovados na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável 
(de 25 a 27 de setembro 2015), a implementação dos ODS será um desafio, o que 
requererá uma parceria global com a participação ativa de todos, incluindo gover-
nos, sociedade civil, setor privado, academia, mídia e Nações Unidas.
Todas as ações do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) estão alinhadas com os ODS, tendo em mente a necessidade da finali-
zação do trabalho no âmbito dos ODM, visando a “não deixar ninguém para trás” 
no processo de desenvolvimento sustentável.
Os cinco Ps da Agenda 2030 são os seguintes:
• Pessoas: Erradicar a pobreza e a fome de todas as maneiras e garantir a dig-
nidade e a igualdade;
• Prosperidade: Garantir vidas prósperas e plenas, em harmonia com a natureza;
• Paz: Promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas;
• Parcerias: Implementar a agenda por meio de uma parceria global sólida;
• Planeta: Proteger os recursos naturais e o clima do nosso planeta para as 
gerações futuras.
A Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP21), que foi 
realizada em Paris, de 30/11 a 11/12 de 2015, possibilitou a adoção de um novo 
acordo com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudan-
ça do clima e de reforçar a capacidade dos paísespara lidarem com os impactos 
decorrentes dessas mudanças. O Acordo de Paris foi ratificado e aprovado pelos 
representantes dos 195 países presentes. O compromisso está diretamente ligado 
ao controle do aumento da temperatura média global, tentando mantê-la em 
bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de possibilitar os esforços 
para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
O secretário-geral da ONU, em uma cerimônia em Nova York, no dia 22 de abril 
de 2016, abriu o período para assinatura oficial do acordo, pelos países signatá-
rios. Esse período se encerrou em 21 de abril de 2017.
Cada governo deve construir e oficializar os seus próprios compromissos, a par-
tir das chamadas Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC, 
na sigla em inglês). Por meio das iNDCs, cada nação deve apresentar a sua con-
tribuição de redução de emissões dos gases de efeito estufa, seguindo o que cada 
governo considera viável a partir do cenário social e econômico local.
19
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
No entanto, o governo do presidente Donald 
Trump retirou os Estados Unidos do Acordo do 
COP21, alegando que essa adesão iria prejudicar 
a economia norte-americana, bem como a redu-
ção do nível de emprego no país.
Por sua vez, dedicada totalmente à questão 
da mudança climática, do meio ambiente e da 
pobreza, a nova encíclica do papa Francisco, 
Laudato Si (Louvado Seja), a primeira de sua 
inteira responsabilidade, teve grande impacto 
nas negociações sobre o clima junto ao COP21. 
O texto da Encíclica Laudato SI se inscreve e 
baliza o contexto da realização da COP21 da 
ONU em Paris (França).
A Figura 5, a seguir, apresenta a Encíclica Pa-
pal Laudato Si.
A máxima da Encíclica Laudato Si está representada na frase contida na Figura 6, 
a seguir.
Figura 6 – Encíclica do papa Franciso – Laudato Si
Fonte: PUC-RJ, 2015
A seguir, as críticas de comportamento presentes nessa encíclica:
• Crítica à visão consumista do homem;
• Crítica à cultura do descarte;
• Crítica aos efeitos sociais e ambientais das mudanças climáticas;
• Crítica à problemática da água;
• Crítica à perda da biodiversidade;
• Crítica à deterioração da qualidade de vida humana e degradação social;
• Crítica à separação entre a degradação social e a ambiental;
Figura 5 – Encíclica papal Laudato Si
Fonte: Editora Loyola, 2015
20
21
• Crítica aos que acham que a redução da natalidade é a solução dos problemas;
• Crítica ao antropocentrismo ensimesmado, não relacional (o homem em si mesmo);
• Crítica à ineficácia das relações e discussões políticas;
• Crítica ao paradigma tecnocrático;
• Crítica ao relativismo prático (excesso de materialidade).
A seguir, as propostas de mudanças e conversões da humanidade presentes na 
Encíclica Laudato Si do Papa Francisco, visando o “bem comum”:
• Apontamento da sociedade global para um outro estilo de vida mais simples;
• Educação para a aliança entre a humanidade e o ambiente;
• Conversão ecológica do homem;
• Concepção do “bem comum”;
• Diálogo e união com as diferenças, principalmente entre a religião e a ciência;
• Resgate da visão sistêmica do mundo (onde todos pertencem à Casa Comum, 
ou seja, todos habitam o Planeta Terra);
• Cuidado com os espaços comuns da Casa Comum;
• Importância da justiça intergeneracional (a geração atual precisa deixar um 
legado digno às gerações futuras);
• Diálogo inter-religioso e fraterno;
• Ecologia cultural e a prática dos princípios do “bem comum”.
O clima recebe influência de fatores naturais e do impacto provocado por algu-
mas atividades humanas. As grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, 
apresentam o chamado clima urbano, resultante da poluição industrial e da emissão 
de monóxido de carbono (CO) dos automóveis. Os gases formam nuvens que per-
manecem perto da superfície, retendo parte da radiação infravermelha, responsá-
vel pelo aumento da temperatura, e formando “ilhas de calor”. O problema não se 
restringe às grandes cidades e atinge até mesmo ecossistemas intactos.
As cidades também são mais sujeitas a enchentes, já que o solo impermeabi-
lizado não absorve com rapidez a água da chuva. Outra característica do clima 
dos centros urbanos são as inversões térmicas, que resultam no agravamento da 
poluição do ar. O fenômeno ocorre no inverno, quando as camadas atmosféricas 
próximas da superfície estão mais frias do que as camadas superiores, o que difi-
culta a dispersão dos gases.
Alterações climáticas graves são provocadas ainda pelo desmatamento. A derru-
bada e a queima das florestas aumentam a temperatura do ar e deixam a superfície 
devastada sem condições de reter a energia do sol nem de gerar fluxos ascendentes 
de ar. Assim, as nuvens não se formam e não chove, o que prejudica a agricultura 
e ameaça a vegetação restante. 
21
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
O excesso de gases, como o gás carbônico (CO2), o metano, o óxido nitroso e 
os clorofluorcarbonos, além do vapor d’água, e sua concentração na atmosfera pro-
vocam o fenômeno conhecido como efeito estufa. Os gases acumulados formam 
uma espécie de carapaça de proteção que impede a saída e a troca de calor com 
a atmosfera, aumentando a temperatura média da Terra. Especialistas calculam 
que, nos próximos 100 anos, a temperatura média da superfície terrestre poderá 
aumentar até 3,5 °C. Além disso, há outros efeitos já percebidos: elevação do nível 
do mar, tempestades e chuvas mais frequentes e ressecamento do solo. 
Para evitar que as mudanças climáticas causadas pela ação do homem 
prejudiquem todo o planeta, o Brasil e outros 154 países assinaram, durante a 
ECO-92, a Convenção Climática, em vigor desde maio de 1994. Um inventário 
nacional sobre a emissão de gases poluentes, coordenado pelo Ministério da 
Ciência e Tecnologia, estima a participação brasileira em 3% das emissões mun-
diais de CO2, sendo 1% referente ao setor energético e 2% a outros fatores, como 
florestas, queimadas e rebanhos bovinos. O setor energético brasileiro emite cerca 
de 70 milhões de toneladas de carbono por ano, o que faz do país o 17º produtor 
mundial da substância. No entanto, esse cálculo ainda não é definitivo, pois não 
se sabe exatamente quanto de CO2 é provocado pelas queimadas e o efeito da 
emissão de gás metano pelo rebanho bovino – o gás, produzido pelo gado durante 
a digestão, é um dos causadores do efeito estufa. Quando tais valores forem 
agregados ao cálculo, o Brasil estará entre os dez maiores poluidores do mundo.
Em julho de 1999, o governo brasileiro criou a Comissão Interministerial de 
Mudança Climática, com o objetivo de articular as ações decorrentes da Convenção 
da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema. Ela assessora também as 
decisões brasileiras nas negociações internacionais. 
Em 1997, como dito, foi realizada, em Kyoto, no Japão, a terceira conferência 
das Nações Unidas sobre mudança do clima, com a presença de representantes de 
mais de 160 países. Nela foram estabelecidos metas e prazos para que as nações 
desenvolvidas promovessem a redução das emissões de CO2. As disputas e diver-
gências entre as nações desenvolvidas, no entanto, têm impedido que essas metas 
sejam cumpridas. Mesmo assim, o senado brasileiro ratificou, por unanimidade, 
em junho de 2002, o Protocolo de Kyoto, com sua previsão de redução de 5% na 
emissão de dióxido de carbono e de outros gases responsáveis pelo efeito estufa 
progressivamente, entre os anos de 2008, 2012 e 2016, em comparação ao nível 
de 1990; no mês seguinte, a ratificação entrou em vigor.
Em julho de 2001, em Bonn, na Alemanha, um acordo envolvendo 178 países, 
entre eles o Brasil, definiu as regras para a implementação do Protocolo de Kyoto. 
Entre as principais decisões, estava a adoção dos “sumidouros”, um mecanismo 
pelo qual os países que não cumprirem as metas de emissão de poluentes do pro-
tocolo devem investir na preservação de florestas, as quais absorvem CO2. A pro-
posta dossumidouros é criticada por parte dos ambientalistas, pois eles consideram 
que as potências econômicas não vão esforçar-se para atingir a meta de reduzir em 
5,2% as emissões, por considerarem mais fácil investir em proteção florestal.
22
23
Desde 1999, está em curso na Amazônia um megaprojeto internacional de 80 
milhões de dólares envolvendo mais de 300 pesquisadores do mundo inteiro para 
estudar, principalmente, a relação entre o ecossistema tropical e o efeito estufa. 
Denominado Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia 
(LBA, em inglês), ainda está em fase de cálculo, mas o último congresso, realizado 
em agosto, em Manaus, concluiu que a absorção de gás carbônico pela floresta tro-
pical é menor do que se pensava anteriormente. Esse estudo em florestas tropicais 
é pioneiro no mundo, pois só existem trabalhos semelhantes em ecossistemas tem-
perados. Mesmo sem encerrar as pesquisas, o estudo já esclareceu uma polêmica 
científica: se o balanço entre o gás carbônico absorvido pela floresta Amazônica e 
aquele produzido pela fotossíntese seria negativo ou positivo. Atualmente, sabe-se 
que a floresta absorve mais do que produz CO2. Outra novidade da reunião em 
Bonn, na Alemanha, é a criação de um fundo de 530 milhões de dólares anuais 
para auxiliar os países menos desenvolvidos a se adaptarem às mudanças.
Os Estados Unidos, responsáveis por 25% das emissões mundiais de gases estufa, 
não assinaram o acordo acertado em Bonn, o que deverá diminuir seu alcance.
O Brasil tem quase a metade de seu território coberta pela floresta Amazônica, 
a principal reserva biológica do planeta. Maior país tropical do mundo, apresenta 
grande variedade de paisagens, como a caatinga, o cerrado e a mata Atlântica.
O litoral possui manguezais, restingas, serras e dunas. O relevo brasileiro é de 
baixa altitude, seu ponto mais alto é o pico da Neblina, no Amazonas, com 3.014 
metros. O país tem também uma das maiores reservas hidrográficas do mundo. 
Toda essa diversidade biológica, no entanto, vem sendo ameaçada pela ocupação 
desordenada do solo e pelo mau gerenciamento dos recursos naturais. 
No período colonial, o país teve grande parte da mata Atlântica devastada por 
causa da extração de pau-brasil e da agricultura canavieira no Nordeste. Atual-
mente, a derrubada de florestas, as queimadas, a destruição dos ecossistemas e a 
poluição dos rios estão entre os fatores que ameaçam a biodiversidade brasileira.
Os sistemas urbanos também vêm apresentando problemas ambientais em 
virtude, principalmente, da grande densidade populacional e da ocupação desorde-
nada do solo. Organizações Não Governamentais (ONGs) têm criado mecanismos 
para combater os avanços desses problemas. 
A ONG Fundação S.O.S. Mata Atlântica e o Projeto de Apoio ao Manejo Florestal 
Sustentável na Amazônia (PROMANEJO), do governo federal, são exemplos de 
iniciativas que atuam na conservação do patrimônio natural, histórico e cultural de 
uma região, buscando seu desenvolvimento sustentável.
A extensão territorial faz do Brasil o quinto maior país do mundo. Com 8.514.205 
quilômetros quadrados, que representam 1,6% da superfície do globo terrestre, 
o Brasil está localizado na porção centro-oriental do continente sul-americano. 
Banhado a leste pelo oceano Atlântico, o país possui 23.102 quilômetros de 
fronteiras, sendo 7.367 quilômetros marítimas e 15.735 quilômetros terrestres. 
Com exceção do Chile e do Equador, todos os países da América do Sul fazem 
23
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
fronteira com o Brasil. Tendo todo esse tamanho em vista para administrar, as 
geotecnologias são de fundamental importância para servir estrategicamente na 
ajuda para a preservação ambiental do Brasil. Elas podem monitorar todo o ter-
ritório nacional, visando fomentar o triple botton line (tripé da sustentabilidade).
Importante!
A globalização/mundialização da economia consiste no fenômeno contemporâneo no 
qual os bens, serviços, as pessoas, habilidades e ideias se movimentam através das fron-
teiras geográficas. Em outras palavras, tal conceito consiste na interdependência entre 
os atores econômicos globais – governos, empresas e movimentos sociais (ONGs e enti-
dades filantrópicas etc.).
A partir da década de 1970, a questão ambiental sob enfoque econômico se tornou cada 
vez mais criticada e analisada pelos atores do mundo globalizado: governos, empresas e 
entidades ligadas ao meio ambiente. Essa questão se remete à necessidade do estabele-
cimento de uma gestão ambiental adequada aos novos paradigmas, portanto, constitui-
-se em um processo irreversível estimulado pela crescente preocupação da sociedade 
como um todo, dos governos e das organizações contemporâneas com o meio ambiente.
Assim sendo, há uma crescente necessidade de o gestor contemporâneo compreender 
e aplicar os conceitos ligados ao triple bottom line (tripé da sustentabilidade), o qual es-
tipula ações concretas, visando ao “bem comum”, para os seguintes fatores: economia, 
meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Em Síntese
24
25
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
The World Bank
Site Institucional Banco Mundial (World Bank).
http://bit.ly/32XhjrP
A Situação do Meio Ambiente no Brasil
Site Institucional da Organização Pensamento Verde.
http://bit.ly/2x5ffSp
A ONU e o meio ambiente
Site Institucional da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil.
http://bit.ly/32QuaMn
Rio+20
Site do Governo Brasileiro sobre a Conferência Rio+20 da Organização das Nações 
Unidas (ONU).
http://www.rio20.gov.br
IBGE
Site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apresenta os indicadores 
de desenvolvimento sustentável.
http://bit.ly/39nryIj
Acordo de Paris
http://bit.ly/2VLVJVh
25
UNIDADE Mudanças na Gestão no Terceiro Setor
Referências
ALVES, A.; BONHO, F. T. Contabilidade do Terceiro Setor. São Paulo: Sagah, 
2019. [e-book]
ANDRADE, R. Serviço Social, gestão e Terceiro Setor. São Paulo: Saraiva, 
2015. [e-book]
CABRAL, E. H. de S. Terceiro setor: gestão e controle social. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2015. [e-book]
OLIVEIRA, A. de; ROMÃO, V. Manual do Terceiro Setor e instituições religio-
sas. São Paulo: Atlas, 2014. [e-book]
PAES, J. E. S. (Coord.). Terceiro Setor e tributação. Rio de Janeiro: Forense, 
2011. [e-book]
SCHEUNEMANN, A. V.; RHEINHEIMER, I. Administração do Terceiro Setor. 
Curitiba: Intersaberes, 2013. [e-book]
SLOMSKI, V.; REZENDE, A. J.; CRUZ, C. V. O. A.; OLAK, P. A. Contabilida-
de do Terceiro Setor. São Paulo: Atlas, 2012. [e-book]
TACHIZAWA, T. Organizações Não Governamentais e Terceiro Setor. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2019. [e-book]
26

Continue navegando