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72
Unidade II
Unidade II
5 AS PRODUÇÕES AGRÁRIAS E INDUSTRIAIS DO BRASIL E SEUS DESTINOS: 
AS EXPORTAÇÕES
Segundo dados do Portal da Indústria (Exportação…, [s.d.]), os 10 produtos mais exportados pelo 
Brasil em 2020 foram:
• soja;
• óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos;
• minério de ferro e seus concentrados;
• óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos;
• carne bovina fresca, refrigerada ou congelada;
• celulose;
• carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas;
• farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes 
e outros animais;
• produtos para a indústria da transformação;
• açúcares e melaços.
Na década de 2010, o país perdeu cinco posições no ranking de exportações: em 2008, ocupava o 22º 
lugar; atualmente, o 27º. De acordo com dados da OMC, em 2019 o Brasil exportou 7% a menos, a maior 
redução entre os grandes emergentes, como os demais países do Brics. Segundo a Confederação Nacional 
da Indústria (CNI), o Brasil também perdeu relevância quando avaliamos a produção industrial: se em 1994 
o país contribuiu com 2,69% do valor adicionado da indústria de transformação mundial, essa participação 
foi reduzida para 1,19% em 2019.
Devemos recordar que a perda de exportações industriais é preocupante para o país, pois as vendas 
desse setor são as que mais beneficiam a economia brasileira, com impacto positivo em empregos, 
salários e tributos. De acordo com a Agenda Internacional da Indústria (CNI, 2020), houve uma queda 
73
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
generalizada nos fluxos de comércio do Brasil, com destaque para as exportações (−6,6%, enquanto as 
importações caíram 2,1%). O saldo comercial reduziu cerca de US$ 12 bilhões.
As exportações foram particularmente impactadas pelos embarques destinados à Argentina, que 
foram reduzidos de forma significativa (US$ 5,2 bilhões), principalmente em veículos leves, mas também 
em outros produtos, tais como máquinas, tratores e veículos de carga. A China aparece também como 
destaque negativo, sobretudo pela queda pronunciada das vendas de soja após um período de “bônus” 
decorrente da guerra comercial. Os EUA são um dos únicos, entre os principais destinos, com aumento 
de exportações (2,7% ou US$ 786 milhões), explicado pela ampliação das vendas de combustíveis. 
Os embarques de bens industrializados no Brasil foram menores que os de bens básicos: 48% e 52%, 
respectivamente, sobretudo em razão da queda das vendas para a Argentina.
Esse cenário pode ser explicado pela falta de competitividade das empresas exportadoras brasileiras, 
que precisam superar diversos desafios para vender seus produtos no mercado internacional, a maioria 
deles associada ao chamado Custo Brasil. Relacionam‑se aos impostos sobre os produtos, à carga 
tributária, à alta dos combustíveis, à alta do dólar e à desvalorização da moeda nacional. Assim, podemos 
apontar como entraves, ou o que definimos como Custo Brasil:
• a burocracia;
• o sistema tributário atual;
• excesso de leis e tarifas;
• infraestrutura precária;
• demora na liberação de mercadorias;
• dificuldade de escoamento.
Esses fatores tornam o processo de exportação caro e lento, o que aumenta o preço dos produtos e 
ao mesmo tempo reduz a competitividade brasileira no comércio internacional.
O país precisa aumentar sua participação no mercado mundial. Para isso, é importante intensificar 
as negociações de acordos comerciais e ampliar os esforços para eliminar barreiras às exportações 
e aos investimentos. Paralelamente, é necessário facilitar e desburocratizar o comércio exterior, 
promovendo reformas nos processos aduaneiros e simplificando as normas legais e administrativas 
(Keedi, 2015a, 2015b).
74
Unidade II
Figura 32 
Disponível em: https://cutt.ly/n6zMB82. Acesso em: 11 maio 2023.
A China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, e em 2019 contribuiu 29,67% ao valor 
adicionado da indústria de transformação mundial – um aumento de 0,82 ponto percentual em relação 
a 2018, sendo o único resultado positivo entre os países avaliados. Em 2020, o Brasil incrementou suas 
importações de vacinas e insumos para sua fabricação devido à pandemia da covid‑19.
Nas exportações mundiais da indústria de transformação, a China também ocupa a primeira posição. 
Em seguida, vêm Alemanha, EUA, Japão e Coreia do Sul. Juntos, esses cinco países representaram 41% 
das exportações mundiais da indústria de transformação em 2018.
 Lembrete
A crise de desabastecimento de matérias‑primas e componentes para 
a indústria de montagem em vários setores foi afetada pela redução 
das exportações advindas da China. O reflexo negativo ocorreu em 
termos mundiais.
Em decorrência, houve a queda de 7,2% nas exportações da indústria de transformação brasileira, 
em 2019, interrompeu uma sequência de três anos de avanço. O recuo registrado em 2019 reverteu 
cerca de metade do crescimento acumulado entre 2015 e 2018, de 15%. Para fortalecer as exportações 
no país, é necessário identificar tanto as mudanças necessárias na política comercial brasileira para 
melhorar o ambiente de negócios quanto os serviços pedidos pela indústria para sua internacionalização 
(Exportação…, [s.d.]).
75
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
 Destaque
Propostas da CNI para fortalecer a exportação
[…] A Agenda Internacional da Indústria 2020 apresentou as prioridades da atuação 
da CNI para a inserção internacional das empresas brasileiras.
A quinta edição, lançada em 25 de março de 2020, foi elaborada por meio de consulta 
a toda a base empresarial, incluindo federações de indústrias, associações setoriais, 
sindicatos patronais, e empresas exportadoras e investidoras no exterior.
Neste ano, o documento lista 109 ações, distribuídas em quatro eixos de atuação: 
defesa de interesses em política comercial; serviços de apoio à internacionalização; ações 
em mercados estratégicos; e cooperação internacional.
Conheça as 10 ações prioritárias:
1. TARIFA EXTERNA COMUM (TEC): Manter a defesa da abertura comercial via 
acordos comerciais; e, de forma alternativa, defender consulta pública prévia para a 
revisão da TEC e uso de metodologia que leve em conta os diferenciais de custo entre o 
Brasil e os seus principais concorrentes e a tarifa aplicada real, que seja sincronizada com 
uma agenda de reformas para a competitividade.
2. MERCOSUL: Defender a importância econômica do Mercosul para a indústria e o 
Brasil; defender as propostas para o bom funcionamento do livre comércio no Mercosul; 
defender as propostas para o aprofundamento da agenda econômica e comercial do 
bloco presentes na Agenda para o Mercosul 2019; defender o aperfeiçoamento da 
governança técnica e administrativa do bloco; e defender a internalização dos protocolos 
de Contratações Públicas e de Facilitação de Comércio do Mercosul.
3. OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico): Elaborar, 
apresentar e defender propostas que contribuam para a acessão do Brasil à OCDE nos 
temas de relevância para a indústria; sensibilizar o setor privado para a importância da 
agenda da OCDE; monitorar a adesão a novos instrumentos e analisar seus impactos e 
relevância para a indústria; e defender, junto às congêneres da CNI no exterior, o apoio 
dos seus respectivos governos para o processo de acessão do Brasil.
4. OMC: Defender a importância da manutenção do sistema multilateral de comércio, 
sobretudo do funcionamento do Órgão de Solução de Controvérsias e de seu Órgão de 
Apelação; monitorar as negociações de novos acordos no âmbito da OMC; aprofundar as 
posições da indústria, em particular nos temas de facilitação de investimentos e comércio 
76
Unidade II
eletrônico; e avaliar, junto ao setor privado, a possibilidade de adesão do Brasil ao Acordo 
de Compras Governamentais (ACG).
5. LEI DE LUCROS NO EXTERIOR: Defender a revisão da Lei n. 12.973/2014 para 
eliminar a tributação dolucro das empresas no exterior ou, de forma alternativa, ampliar 
a concessão de crédito presumido de 9% para todos os setores e defender a prorrogação 
desse crédito e da consolidação dos resultados das empresas, de 2022 para 2030; e defender 
a alteração de critérios para o enquadramento de um país como regime de subtributação.
6. PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR: Defender a importância do programa, a 
alocação de recursos financeiros para sua execução, a implantação dos novos módulos de 
importação e de coleta única, e a total integração dos órgãos anuentes e dos seus respectivos 
controles e regulamentações; e acompanhar a implantação do catálogo de produtos.
7. REFORMA TRIBUTÁRIA PARA O COMÉRCIO EXTERIOR: Monitorar as discussões e 
avaliar os impactos das propostas de Reforma Tributária para o comércio exterior; 
e  defender a manutenção da isonomia tributária das exportações, a eliminação da 
cumulatividade, a melhoria na compensação de créditos tributários federais e estaduais, 
e a manutenção dos regimes aduaneiros especiais de Drawback, Regime Aduaneiro 
Especial de Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (Recof) e Regime 
Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado do Sistema 
Público de Escrituração Digital (Recof‑Sped).
8. GOVERNANÇA DO SISTEMA PÚBLICO DE FINANCIAMENTO E GARANTIAS 
ÀS EXPORTAÇÕES: Defender o aprimoramento da estrutura do Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pelas atividades de 
financiamento às exportações, maior autonomia para o Banco do Brasil (BB) nas operações 
do Programa de Financiamento às Exportações (Proex) e realização de reuniões regulares do 
Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig) da Camex.
9. SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS: Defender a publicação e a entrada 
em vigor do novo decreto de medidas compensatórias, contendo os principais pontos 
apresentados pela indústria, sobretudo a adequação da definição de subsídios, previsão 
de adoção de metodologias alternativas em casos de condições anormais de comércio e 
mudança da definição de indústria doméstica; e sensibilizar o setor privado e o governo 
brasileiro sobre a importância de compreender subsídios que afetam a indústria e podem 
ser alvos de medidas compensatórias.
10. ROTA GLOBAL: Defender e apoiar a implementação da metodologia Rota 
Global em até 18 estados por meio do Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE); 
automatizar o plano de internacionalização e a matriz de serviços; e assegurar a aplicação 
da metodologia nas parcerias estabelecidas pela CNI.
Fonte: Exportação… (s.d.).
77
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Para simplificar as exportações, a desburocratização dos processos de comércio exterior é vital para 
reduzir o tempo e os custos das operações de exportação e importação e, consequentemente, aumentar 
a competitividade das empresas. No Brasil, mais de 20 órgãos intervêm na exportação/importação de 
produtos. Além disso, falta padronização na cobrança de impostos, taxas e contribuições – até mesmo 
operadores especializados têm dificuldade para entender a complexa rede de procedimentos –, e algumas 
taxas cobradas hoje excedem limites previstos em normas jurídicas internas e compromissos internacionais.
A articulação e a integração dos diversos órgãos da administração pública e a cooperação entre o 
governo e o setor privado no desenvolvimento de soluções, como o programa Portal Único de Comércio 
Exterior, são fatores‑chave para reduzir a burocracia.
É preciso observar ainda que, além disso, a pandemia causada pelo novo coronavírus afetou o 
comércio exterior brasileiro.
Figura 33 
Disponível em: https://cutt.ly/46z2HgR. Acesso em: 11 maio 2023.
Figura 34 
Disponível em: https://cutt.ly/D6z2pgn. Acesso em: 11 maio 2023.
78
Unidade II
Figura 35 
Disponível em: https://bit.ly/3xEHEf1. Acesso em: 20 jun. 2022.
5.1 Exportações de produtos brasileiros para os países asiáticos 
O volume das exportações de produtos brasileiros para os países asiáticos aumentou de 
forma considerável, em torno de 60% até 2019 – ou seja, antes da crise gerada pela pandemia da 
covid‑19 –, com destino à China, Hong Kong, Japão, além de países do Oriente Médio. Na pauta desse 
comércio encontram‑se os produtos do setor rural e indústria alimentícia. Contudo, os investidores 
apontam a falta de investimentos em ferrovias e portos, que aprimorariam a logística e permitiriam a 
expansão produtiva e as vendas no mercado interno e para as exportações.
Esse tipo de produto exige uma infraestrutura específica, no que se refere a armazenamento, 
frigorificação e transporte, uma vez que se trata de artigos perecíveis. As grandes distâncias a serem 
vencidas para o escoamento dos produtos, seja para o mercado interno ou para as exportações, exigem 
transportes adequados. Também se fazem necessárias negociações e estabelecimento de parcerias para 
atender ao mercado externo.
79
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Xinjianag (Sinkiang)
Tibete
Planícies
Taiwan
Manchúria
Rio
 Am
are
lo
Rio
 Az
ul
Rio das Pérolas
CHINA DO SUL
CHINA DO OESTE
MongóMongólia Interiorlia Interior
CHINA DO NORTE
Figura 36 – Mapa da China: divisão territorial. Em virtude de sua grande extensão territorial, 
a China é administrada regionalmente
Fonte: UNIP/Objetivo.
Urumqi
Deserto de Taklamakan Deserto de Gobi
FushunFushun
Bacia vermelha
Kunming
Xangai
Vales da China do Sul
Taipé
CaohsiungCaohsiung
Chengdu
Mo
nte
s H
ing
an
Chongqing
Changsha
Hefei
Taoyuan
Changzhou
Planície da 
China do Norte
Sian
Jinan
TsingtaoTsingtao
LudaLuda
TangshanTangshan
Anshan
Shenyang
Manchúria
Harbin
Tsitsihar
ChangchunChangchun
Pequim 
(Beijing)
Planalto do Tibete
CHINA DO LESTERegiões quase desabitadas 
(de 0 a 2 hab./km2)
Regiões medianamente 
povoadas (2 a 100 hab./km2)
Regiões muito povoadas 
(mais de 100 hab./km2)
XinjianaXinjianag g 
(Sinkiang)(Sinkiang)
TIBETE
Wuhan
CantãoCantão
Hong Kong
Lanzhou
Baotou
NanquimNanquim
Figura 37 – China: distribuição populacional. As concentrações ocorrem no leste, ao longo do litoral
Fonte: UNIP/Objetivo.
80
Unidade II
5.2 A China torna‑se fábrica do mundo
O crescimento da China nas últimas décadas não foi somente demográfico. Como afirma Marco 
Antonio da Silva (2013, p. 89), “a globalização cria oportunidades ímpares, que podem ser observadas 
mesmo em tempo de crises”. A China se apropriou de um amplo mercado internacional que está em 
constante mudança, e o país acompanha as necessidades em termos de consumo. Silva (2013, p. 89) 
continua: “A negociação exige preparo e uma dose de habilidade, porque frequentemente detalhes 
podem provocar revisão dos objetivos e alterações nas negociações”.
Observemos algumas medidas que impulsionaram esse desempenho do país asiático:
• em 1971, a China ingressa na ONU;
• em 1976 morre o líder político Mao Tsé‑Tung (que promoveu a revolução chinesa e a parceria com 
a URSS, que depois rompeu);
• em 1978 assume a liderança do Partido Comunista Chinês Deng Xiaoping, com a proposta política 
das quatro modernizações: indústria, agricultura, ciência e tecnologia, e forças armadas;
• em 1995 crescem os investimentos estrangeiros nas Zonas Econômicas Especiais (ZEE);
• em 1997 morre Deng Xiaoping, que estabeleceu maior abertura econômica e política do país, 
aproximando‑se de um modelo mais liberal e mundializado;
• nos anos 2000, a economia se consolida;
• em 2001, a China é admitida na OMC e o projeto demográfico de apenas um filho por casal 
é implementado.
A cooperação comercial entre Brasil e China se acentuou a partir dos primórdios do século XXI, 
quando em 2002 foi assinado um acordo para estreitar as relações no setor industrial para um trabalho 
conjunto de transmissão tecnológica no projeto de produção de álcool combustível e fabricação de 
medicamentos genéricos. 
Também nos anos 2000 a Embraer se instalou na China, assinando um acordo com a 
empresa –controlada pelo Estado chinês – Aviation Industry Corporation of China através de uma 
joint venture com as subsidiárias Harbin Aircraft Industry Group e Hafei Aviation Industry, sendo 
que na negociação a Embraer passa a controlar 51% das ações. A fábrica estava sediada em Harbin, 
capital da província Heilongjiang.
81
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
 Lembrete
A China, essa gigante em todos os sentidos – com quase 1,5 bilhão 
de habitantes, dispondo de grandes quantidades de recursos minerais, 
variedade de produção econômica agrária e industrial –, é uma grande 
importadora de produtos brasileiros, como os agropecuários (especialmente 
a soja), minério de ferro, entre outros. 
Mas não é que o país não produza – sua agricultura contribui com quase a metade da renda nacional 
e ocupa uma boa porcentagem da população ativa com obras de irrigação e barragens –, porém enfrenta 
sérios problemas em termos de insumos, emprego de maquinários, erosão e baixo rendimento do solo. 
Por essa razão, somada às necessidades alimentares da numerosa população, a China é uma grande 
compradora de alimentos.
Entre outras parcerias com o Brasil, destaca‑se ainda a produção em 2021 com o Instituto Butantã 
de vacinas para combater o coronavírus. 
Podemos fazer algumas considerações sobre a economia chinesa e sua evolução. A industrialização 
do país teve sua arrancada após 1984, quando foram realizadas reformas econômicas, tais como:
• restabelecimento parcial da propriedade privada;
• controle do conceito de lucro nas empresas;
• adoção do sistema de produtividade (o anterior era o de metas);
• salário diferenciado por mérito e função;
• permissão para investimentos de capitais estrangeiros;
• estímulo aos trabalhadores mais eficientes;
• flutuação de preços de acordo com as necessidades do mercado.
O governo também passou a permitir parcerias, com a instalação de empresas nas áreas litorâneas 
(as  ZEE), além de privatizações de suas estatais a partir de 1997. Um exemplo dessa abertura ao 
capitalismo pode ser observado pelo fato de a fábrica brasileira da Volkswagen exportar peças de 
veículos para montagem na China, além da atuação da Embraer e a fabricação de aviões. A maior 
transformação do país está no campo, sendo que a maioria das fazendas é administrada obedecendo as 
regras do capital privado.
82
Unidade II
O crescimento econômico foi rápido e desordenado, provocando consequências negativas, como 
disparidades regionais, desigualdades sociais e problemas de desemprego, haja vista os movimentos de 
êxodo rural.
Sua dinâmica de desempenho econômico está relacionada às exportações, principalmente de 
produtos eletrônicos e bens de tecnologia na área de informática, além de outros produtos encontrados 
no mercado global. Muitas empresas optaram por investir nas ZEE chinesas, instalando‑se mediante 
incentivos, o que favoreceu a tecnologia, permitindo aumento na lucratividade.
5.2.1 Curiosidades sobre a China
A numerosa população chinesa, sob o ponto de vista étnico, apresenta‑se homogênea: apenas cerca 
de 6% correspondem a outras etnias, como os uigures e outros, que vivem principalmente na porção 
noroeste do país, região conhecida como Xinjiang, onde ocorrem conflitos, assim como a sudoeste, 
no Tibete. Mais de 60% da população vive em zonas rurais, coincidindo com os vales fluviais dos rios 
Yang‑Tsé (rio Azul) e Hoang Hô (rio Amarelo), coincidindo com terras férteis de solos profundos e porosos 
(aluvional e loess).
O país ainda é proporcionalmente pouco urbanizado, quando avaliamos sua grande extensão – em 
torno de 9,6 milhões de quilômetros quadrados –, dada a ocorrência de montanhas a sudoeste e regiões 
áridas ao norte, nos limites com a Mongólia (deserto de Gobi). Também a densidade demográfica é 
relativamente baixa, cerca de 134,7 hab/km2. Considerando‑se as dimensões territorial e populacional, 
apresenta ainda irregular distribuição entre as porções oriental e ocidental.
A população esteve sob controle demográfico através da política do filho único imposta pelo 
governo. Essa política durou várias décadas, porém, mais recentemente, em meados dos anos 2000, 
deram‑se conta do déficit na população feminina, uma vez que priorizavam o filho do sexo masculino, 
e realizaram mudanças permitindo mais de um filho.
Em 1989, a China ficou conhecida internacionalmente pelos noticiários que apresentaram as 
manifestações ocorridas na Praça da Paz Celestial, em Pequim, em prol da democratização do país em 
relação aos direitos humanos, que não acompanhavam a abertura econômica.
83
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
5.3 Os Tigres Asiáticos, suas características e relações com o Brasil
TaiwanTaiwan
Oceano 
Pacífico
Trópico de Câncer
Hong KongHong Kong
TailândiaTailândia
BruneiBrunei
MalásiaMalásia
SingapuraSingapura
IndonésiaIndonésia
Equador
Coreia Coreia 
do Suldo Sul
Tigres Asiáticos
Novos Tigres Asiáticos
Figura 38 – Tigres Asiáticos
Fonte: UNIP/Objetivo.
A denominação “Tigres Asiáticos” refere‑se a um grupo de países e áreas políticas assim chamados 
devido ao dinamismo do seu desempenho econômico no contexto da Ordem Mundial. Eles também 
são  conhecidos como países‑oficina – plataformas de produção para exportação em um mundo 
capitalista concorrencial. Ressaltamos que o Brasil mantém amplas relações comerciais e parcerias 
industriais com esses lugares. São eles a Coreia do Sul, Taiwan (Ilha Formosa), Singapura e Hong Kong 
(região administrativa especial do território chinês até 2047).
Vejamos quais são os elementos mais marcantes que os caracterizam:
• governos centralizados e de condutas rígidas;
• economias voltadas predominantemente ao mercado externo;
• abertura aos investimentos de capitais externos, com Zonas de Processamento de Exportação (ZPE);
• restrições ao sindicalismo;
• superexploração da mão de obra relativamente barata, com jornadas elevadas;
• disciplina baseada na ética do confucionismo (equilíbrio social, disciplina, nacionalismo);
84
Unidade II
• importante papel do Estado no planejamento econômico;
• concentração do capital através de grandes corporações e leis antitruste;
• distribuição mais equilibrada da renda comparativamente a outros países;
• distribuição da mão de obra instruída, eficiente, com produtividade elevada para a indústria.
A partir deste ponto descrevemos quais são as características mais marcantes de cada um dos 
Tigres Asiáticos.
5.3.1 Coreia do Sul
Figura 39 – Seul, capital da Coreia do Sul
Disponível em: https://cutt.ly/o6z3dR2. Acesso em: 23 maio 2022.
País localizado em uma península, apresenta áreas florestadas, planícies (utilizadas para agricultura) 
e vastas montanhas.
Desenvolveu seus setores industriais investindo na indústria têxtil e petroquímica, na construção naval 
e produção de aço, partindo depois para máquinas e equipamentos elétricos, eletrônicos, microeletrônicos e 
computadores, além de automóveis. Recebeu investimentos japoneses e de corporações estrangeiras 
que se somaram a empresas sul‑coreanas formando joint ventures, além de empréstimos do Banco 
Mundial e de instituições privadas.
Uma particularidade econômica da Coreia do Sul em termos empresariais foi a formação das chaebol, 
redes empresariais controladas por uma instituição central (holding) pertencente a um empresário 
ou uma família. Baseadas na cooperação e reciprocidade, dependem do governo, o qual direciona os 
mercados. As redes mais importantes que se destacam são: Samsung, LG, Daewoo e Hyundai.
O Brasil tem amplas relações e parcerias com empresas sul‑coreanas.
85
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
5.3.2 Taiwan
Figura 40 – Cidade de Taipei 
Disponível em: https://bit.ly/3aMqsLy. Acesso em: 22 jun. 2022.
Ilha também conhecida como Formosa – denominação atribuída pelos portugueses –, situa‑se em 
um arquipélago de origem vulcânica, apresentando florestas em sua parte central. Tem clima quente 
e úmido por encontrar‑se na latitude do Trópico de Câncer;portanto, suas culturas são de produtos 
tropicais, como arroz, cana‑de‑açúcar, chá, banana e tabaco.
Seu setor industrial começou a se estabelecer na década de 1960, com investimentos do Banco 
Mundial e dos EUA, além de capital advindo da produção agrícola, a qual também liberou mão de obra 
rural para a indústria. Desenvolveu um modelo de produção voltado à exportação, criando uma das 
pioneiras ZPE.
Entre os fatores que permitiram seu sucesso econômico no setor industrial, podemos citar:
• a instalação de empresas japonesas, favorecidas por mão de obra barata, com salários baixos, 
educação de qualidade e tranquilidade social;
• a falta de legislação ambiental controladora de emissões;
• a presença de um parque tecnológico em Taipei;
• a formação de redes centralizadas de grupos familiares, que atuam com subcontrato para 
empresas estrangeiras;
• os investimentos estatais para promover melhorias e ampliar as vendas de produtos, aprimorando 
sua qualidade (produtos Made in Taiwan que se encontram em vários países do mundo).
86
Unidade II
Ainda persiste um impasse entre Taiwan e China sobre a possibilidade de uma unificação, embora 
seja descartada.
A maior parte de sua população, calculada em mais de 23 milhões de habitantes, é de chineses. A 
religião predominante é o budismo e os seus indicadores sociais são bastante satisfatórios.
5.3.3 Hong Kong
Figura 41 – Hong Kong
Disponível em: https://bit.ly/3O2eCLE. Acesso em: 22 jun. 2022.
Foi protetorado britânico desde o final da Primeira Guerra do Ópio, quando foi cedida aos ingleses 
em 1842. Em 1984, China e Reino Unido assinaram um acordo que estabeleceu o retorno da região à 
soberania da China em julho de 1997, adotando o lema “um país, dois sistemas”, devido à rigidez do 
governo chinês e à ideia de abertura política e econômica de Hong Kong.
A região tem autonomia administrativa, mas a China coordena a política externa e protege a área, a 
qual se tornou um dos principais polos do modelo capitalista no continente asiático, transformando‑se 
em uma zona especial e atraindo milhares de turistas. No comércio amplo e até nas indústrias ocorreram 
inovações a preços competitivos proporcionados pelos baixos custos de produção. Algumas iniciativas 
que justificariam o bom desempenho do território podem ser mencionadas:
• o fato de desempenhar o papel de centro internacional de negócios, com vantagens como 
flexibilização financeira, infraestrutura em comunicações e posição geográfica que permite 
muitas conexões, o que favorece a organização empresarial e os negócios;
• a China tem em Hong Kong um ponto de apoio para a aproximação de uma economia globalizante, 
além de ter ali grande parte dos seus investimentos;
87
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
• embora trabalhem muitas horas e os salários não sejam elevados, os trabalhadores não são 
submetidos a tantas pressões e vivem em um sistema de habitação popular em um modelo de 
Estado de bem‑estar social;
• o porto de Hong Kong, na baía de Kowloon, se encontra entre os maiores do mundo, o que 
favorece as exportações a partir dessa região do Pacífico;
• a atividade turística é intensa, o que a transforma em uma importante indústria sem poluentes.
5.3.4 Singapura
Figura 42 – Singapura
Fonte: UNIP/Objetivo.
Localizada no Sudeste da Ásia, com vários idiomas oficiais – mandarim (falado na China), malaio, 
tâmil e inglês –, apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano elevado, ocupando uma posição de 
destaque no âmbito mundial. Localizada em um arquipélago, ocupa a maior ilha, em que prevalecem 
áreas urbanas.
A sua composição étnica é multirracial, com chineses (predominantes), malaios, indianos e outros 
grupos que convivem de modo pacífico, dada a rigidez e o controle na cidade‑Estado pelo Poder Público.
Apresentando um clima tropical úmido devido à maritimidade, sua posição geográfica lhe permite 
ser um ponto de convergência comercial de rotas marítimas. Dessa forma, prevalece em suas atividades 
econômicas a atuação portuária, além de indústrias de alta tecnologia, turismo e refinação de petróleo, 
o que a torna um centro de concentração financeira.
Outras vantagens que lhe atribuem uma economia estável e lucrativa podem ser mencionadas:
• melhorias na educação dos trabalhadores;
• obrigatoriedade do ensino do inglês nas escolas e treinamento profissional;
• imigração controlada e reprimida duramente;
88
Unidade II
• ambiente favorável para investimentos em negócios;
• legislações ambientais e sociais favoráveis aos negócios;
• vantagens oferecidas pelo governo para instalações em terrenos industriais;
• política fiscal e monetária estáveis;
• facilidade em logística de transportes e comunicações;
• cuidados especiais com a higiene e limpeza pública.
Atualmente, a montagem de produtos eletrônicos é o seu forte, fabricando lâminas para a 
microeletrônica, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Como pudemos observar, a industrialização desses Tigres Asiáticos apoia‑se na exploração de 
uma força de trabalho disciplinada, especializada, embora cumpra jornadas prolongadas de trabalho 
que excedem as tradicionais 44 horas por semana, chegando até mesmo a 63 horas. O descanso 
semanal é restrito aos domingos, com poucos feriados, e o período de férias é em geral de 14 dias. Em 
contrapartida, o nível educacional é elevado, a renda é mais bem repartida e a média salarial é alta 
quando os comparamos a países emergentes ou subdesenvolvidos.
 Saiba mais
Na obra Blocos internacionais de poder, Rogério Haesbaert analisa a 
situação dos Tigres Asiáticos, afirmando que são exemplos de economias 
agressivas que deram certo e que, por sua vez, demonstraram que mesmo 
lugares considerados subdesenvolvidos, quando devidamente administrados 
pelo  Poder Público, podem galgar posições comparadas às de países 
desenvolvidos. O autor também destaca que houve esforço de grupos políticos 
hegemônicos do Ocidente para a capacitação capitalista dessas regiões.
A leitura do livro complementa a temática, abordando a questão 
geopolítica e econômica mundial e as contradições da globalização ou 
mundialização da economia.
HAESBAERT, R. Blocos internacionais de poder. 4. ed. São Paulo: 
Contexto, 1994.
89
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
5.4 “A (des)ordem mundial, os novos blocos de poder e o sentido da crise” 
Estado
Distância cultutal
Sociedade-mundo
Economia-mundo
Rede chinesa
Difusão do Islã
Rede mundial
Potencia mundial
RedesTerritórios
Semiperiferia
Área de influéncia 
da rede mundial
Estado com 
forte identidade 
cultural
OligopólioOligopólio
Figura 43 – A nova “desordem” geográfica mundial: uma proposta de regionalização
Fonte: UNIP/Objetivo.
90
Unidade II
 Destaque 
A (des)ordem mundial, os novos blocos de poder e o sentido da crise 
“Estamos diante de um novo ciclo do capitalismo como sistema mundial. […] Surge 
uma nova distribuição de poder no mundo” (Francisco Weffort, Lua Nova n. 18, 1989).
“A Nova Desordem Mundial” (título de suplemento publicado em jornais de 14 países no 
final de 1990).
“Guerra do Golfo é a primeira crise da nova ordem internacional” (Emir Sader, Jornal 
do Brasil, 20.01.91).
“A lógica da Guerra Fria ainda impera” (W. Mead, Jornal do Brasil, 24.2.91).
“Para Chomski, ‘nova ordem’ é igual à velha” (Folha de São Paulo, 3.3.91).
“França tenta articular cúpula para a ‘nova ordem mundial’” (Folha de São Paulo, 
16.03.91).
“Galbraith questiona ‘nova ordem’ mundial” (Folha de São Paulo, 24.03.91). 
Quem está com a razão? Instaurou‑se de fato uma nova ordem internacional? 
Estamos numa fase indefinida, de crise e “desordem” mais do que de uma ordem mundial 
com novos blocos de poder já estruturados? Ou a propalada nova ordem é simplesmente 
uma nova versão da “velha” ordem?
Tentarei neste artigo levantar empiricamente o que de fato é “novo” na ordem 
mundial que se estabelece neste final de século e o que é “velho”, e que regionalização 
do mundo é possível conceber tomandocomo referência o conceito de bloco de poder. 
Não questiono o fato de que tanta dúvida se deve fundamentalmente à situação de 
CRISE vivenciada no mundo contemporâneo, e nortearei estas reflexões tanto pela idéia 
[sic] de Gramsci, que vê a crise como um momento em que “o velho está morrendo e o 
novo ainda não conseguiu nascer” (mas qual velho está morrendo e, portanto, onde o 
novo pode estar surgindo?).
Fonte: Haesbaert (1991, p. 103‑104, grifos do autor).
91
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Como podemos observar, o texto perpassa pelo pensamento de importantes analistas políticos, 
sociais e econômicos não só do Brasil, como também internacionais, que mostram as várias facetas 
do modelo capitalista, questionando se houve ou ainda há uma mesma Ordem Mundial, ou se o que 
ocorre é uma Desordem Mundial, ou ainda uma nova versão da antiga Ordem. Surgem novos blocos 
do poder sob a égide da produção econômica e manutenção dos sistemas – são novos arranjos de um 
mesmo modelo, o da produção e reprodução do capital, que encontra novas formas e mecanismos 
para sobreviver.
Analisemos agora um outro parceiro do Brasil, grande investidor e ao mesmo tempo importador de 
nossos produtos: o Japão.
5.5 O Extremo Oriente e o modelo econômico japonês
Hokkaido
Honshu
ShikokuShikoku
KyushuKyushu
Estreito 
de Bungo
Estreito 
de Tsugaru
Figura 44 – Japão: divisão regional
Fonte: UNIP/Objetivo.
Antes de falarmos sobre a economia do Japão, cabem aqui algumas considerações sobre seu histórico 
e aspectos do seu quadro natural bastante interessantes.
92
Unidade II
50°
40°
30°
20°
Trópico de Câncer
Co
rre
nt
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Ts
us
hi
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a
Co
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120° 130° 140° 150°
Co
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ro Shi
vo)
Corrente quente
Corrente fria
Figura 45 – Correntes marítimas que atuam no Japão
Fonte: UNIP/Objetivo.
5.5.1 O quadro natural 
Marcado pela sua posição geográfica insular, o Japão constitui‑se em um arquipélago com mais 
de 3 mil ilhas de formação vulcânica, sendo as maiores: ao norte, Hokkaido; ao centro, Honshu; a 
sudeste, Shikoku; e ao sul, Kyushu. Suas condições climáticas variam entre o predomínio do clima 
temperado, por se encontrar na zona temperada norte, e o subtropical ao sul, influenciadas inclusive 
pelo mecanismo das monções, além das correntes marítimas – ao norte, a Oyashio, e ao centro‑sul, a 
Kuroshio –, contribuindo para a formação de plâncton marinho, a farta pesca e elevada pluviosidade. O 
país também apresenta baixas térmicas durante o inverno, com a ocorrência de neve.
93
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Tsoushima
HO
NS
HU
Tóquio
MonteMonte FujiFuji
Lago BiwaLago Biwa
HOKKAIDO
Oy
a S
hiv
o
Wakkanai
Kagoshima
Kur
o Sh
ivo
Oceano Pacífico
Mar do Japão 
ou do Leste
SHIKOKU
KYUSHU
De 500 a 1.500m
Mais de 1.500m
Costas rochosas
De 0 a 500m
Principais vulcões
Figura 46 – Relevo do Japão. De origem vulcânica, o 
Japão contém mais de 67 vulcões ativos ou latentes
Fonte: UNIP/Objetivo.
Seu relevo é predominantemente montanhoso, com elevadas altitudes e muitos vulcões, inclusive 
ativos. A população se concentra nas planícies costeiras, principalmente na ilha central, onde estão 
situadas as cidades de Tóquio, Osaka, Quioto, Hiroshima, entre outras. A sua formação geológica é 
recente, com instabilidades sísmicas e a ocorrência de terremotos e tsunamis. Devido a essa formação 
mais jovem de sua estrutura geológica, não apresenta disponíveis recursos minerais significativos, 
importando‑os em larga escala para abastecer seu parque industrial.
Com reduzido território, em torno de 377.748 km2, mesmo com suas 3.400 ilhas, representa, quando 
comparado ao imenso território brasileiro, um espaço um pouco maior do que o estado de São Paulo. 
Porém, sob o ponto de vista ambiental, o Japão ainda mantém mais de 60% de seu território florestado, 
destacando‑se internacionalmente por esta característica de manter o verde – mas ainda importa 
madeira, um dos aspectos que o relaciona ao Brasil. Na hidrografia, apresenta rios de curso acidentado, 
encachoeirados e pouco extensos, bastante aproveitados para a geração de energia de fonte hidráulica, 
complementada com muitas outras fontes energéticas, incluindo a nuclear.
94
Unidade II
Hokkaido
Honshu
Tóquio
Nagoya
Yokohama
Shikoku
Osaka
Kyushu
Mais de 250 hab./km2
100 a 200 hab./km2
Menos de 100 hab./km2
Figura 47 – Japão: densidade demográfica
Fonte: UNIP/Objetivo.
5.5.2 Aspectos históricos e demográficos
O império japonês remonta, em termos de contato com o Ocidente, ao século XVI, quando os 
portugueses aportaram no arquipélago e verificaram ali existir uma organização social no estilo feudal 
que era liderada por comandantes militares, denominados “xoguns”, que se mantiveram no poder até o 
século XIX. Suas administrações foram marcadas por severos problemas sociais.
No século XIX, verifica‑se a queda do xogunato, assumindo o poder o jovem imperador Mitsuhito, 
que empreendeu muitas mudanças no país nessa que ficou conhecida como a Era Meiji. Vejamos quais 
foram as modernizações realizadas nesse período:
• implantação de uma verdadeira revolução industrial, com crescente progresso;
• criação de províncias;
• estabelecimento do ensino obrigatório;
• transferência da capital de Quioto para Yedo, que passa a receber o nome de Tóquio;
• criação de uma constituição, sendo o imperador o chefe supremo;
• aumento populacional e redução da taxa de mortalidade.
95
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Após a Segunda Guerra Mundial, o país adotou uma política antinatalista (1948), com a legalização 
do aborto, esterilizações e demais meios anticonceptivos, resultando em queda da taxa de natalidade. 
Houve redução também da mortalidade infantil, considerada hoje uma das mais baixas do mundo. 
A longevidade é acentuada e a porcentagem de idosos aumenta. O Japão é um país populoso, bastante 
urbanizado. Mais de 50% da população é ativa, ou seja, exerce algum tipo de trabalho.
5.5.3 Aspectos econômicos do Japão
Embora tenha área reduzida, o país aproveita o espaço de modo racional para a prática da agricultura 
e atividades criatórias. No entanto, não atinge autossuficiência, o que o torna um grande importador de 
alimentos e parceiro comercial do Brasil. Sua produtividade é elevada, com boas safras de arroz, legumes e 
frutas; porém, a atividade mais importante para alimentação e exportação, com seus navios e indústrias, é 
a pesca, além da criação de ostras e produção de algas marinhas em suas “fazendas do mar”. No entanto, 
o país enfrenta problemas ambientais pelo despejo de resíduos e esgotos industriais e outros poluentes, 
comprometendo as águas e as atividades. Participante dos encontros para discussões ambientais, o Japão 
trata de administrar esse e outros problemas, inclusive a emissão de poluentes industriais.
Suas indústrias são diversificadas, apoiadas em novas tecnologias e no uso de variadas fontes 
energéticas. Desde o período de modernização da Era Meiji, o país viu‑se estruturado industrialmente 
com a formação de grupos familiares que passaram a controlar os setores industriais, os denominados 
Zaibatsus, os quais se desestruturam durante a Segunda Guerra Mundial.
São características que mostram as razões do satisfatório desempenho da economia industrial do 
Japão, associada à tecnologia e diversidade de setores:
• mão de obra numerosa, relativamente barata, com capacitação técnica e disciplinada;
• aperfeiçoamento tecnológico, mecanizado e robotizado;
• produção destinada predominantemente à exportação;
• setores dinâmicos, como: 
— têxtil, principalmente com a sericicultura (produção da seda, associada à criação de 
bichos‑da‑seda, alimentados com folhas da amoreira);
— automobilístico (Toyota, Mitsubishi, Honda), incluindo motocicletas e caminhões;
— de materiais ferroviários, construção naval e construção civil;
— de produtos eletroeletrônicos, computadores, aparelhos celularese outros da telefonia;
• maiores investimentos nas indústrias de alta tecnologia, como telecomunicações, aeronáutica, 
biotecnologia e informática;
96
Unidade II
• produção de aço competitiva, embora dependa da importação do minério de ferro e do manganês 
(parceria com o Brasil); e
• sistema financeiro bancado pelo governo, que também deu grande impulso à economia, com 
créditos oferecidos às empresas.
Além desses fatores, os anos 1960 marcam um novo sistema produtivo industrial, o modelo just in 
time, conhecido também como toyotismo ou ohnoísmo, com produção flexível, robotização, maior rigor 
na qualidade, sem estoques e com novas relações trabalhistas. Também foi intensificada a transferência 
de setores menos dinâmicos e que apresentavam custos de produção maiores para outros países – no 
caso, os Tigres Asiáticos e outros, como Brasil, México e Chile –, com vantagens para a produção.
Devemos considerar que mesmo uma economia forte e bem organizada também sofre os impactos 
de questões internacionais – como queda nas negociações causada por problemas de ordem natural 
ou acidental (vazamento de usina nuclear, por exemplo), crises de saúde internacionais, oscilações 
financeiras e de bolsas de valores –, tendo que vencer as adversidades como os demais países.
 Observação
O Japão passou por diversas fases do seu processo de industrialização, 
porém firmou‑se após os anos 1970, tendo como base a alta tecnologia, 
denominada “tecnologia de ponta” (high‑tech). Com isso, passou a exigir 
maior qualificação e especialização da mão de obra; o método adotado 
pela Toyota japonesa aboliu a função dos trabalhadores especializados, 
tornando‑os multifuncionais. O Japão, devido ao seu desempenho e 
organização, compõe o grupo dos sete países mais ricos do mundo, o G7.
Em nossas análises sobre a indústria e os agronegócios, temos que destacar a relação existente entre 
a produção econômica e as questões ambientais, que se configuram como de extrema importância para 
a sobrevivência no planeta Terra.
6 PRODUÇÃO E NATUREZA: UMA QUESTÃO AMBIENTAL
Falamos até agora em indústria e agronegócios, e exemplificamos modelos de desenvolvimento do 
modo capitalista de produção, mas ainda não destacamos a importância de um pensamento ecológico 
nesse contexto produtivo e para a satisfação das necessidades futuras. A natureza e seus recursos são 
infinitos ou devemos agir para que eles sigam existindo?
Assim pensando, quando nos referimos aos biomas, em termos de Brasil e todo o mundo, referimo‑nos 
também ao preservacionismo e conservacionismo e, mais do que isso, ao conceito de desenvolvimento 
sustentável. O importante é entendermos que esses conceitos não se restringem a um modelo exclusivo 
de consumo, mas envolvem um contexto mais amplo, que pressupõe a racionalidade da produção e a 
salubridade do meio ambiente, assim como a qualidade de vida dos grupos humanos e a preocupação 
97
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
com a sobrevivência das sociedades no presente e para um futuro supostamente satisfatório. Portanto, 
devemos pensar em um meio ambiente que resulte da interação entre os grupos humanos e a natureza 
em determinado espaço e em um certo tempo, sem esquecer as dimensões históricas e culturais, além 
dos hábitos, das atividades econômicas desempenhadas e das personagens envolvidas.
Temos, enquanto habitantes do planeta Terra, que pensar em um contexto mais amplo, que configure 
uma proposta de desenvolvimento econômico relacionado ao plano material, que objetive o sucesso 
dos  lucros e negócios mas, acima de tudo, que contemple simultaneamente as dimensões social e 
ambiental. Trata‑se de uma temática que apresenta posições diversas e muita polêmica: progredir, 
diríamos, sem agredir o meio ambiente. Para tanto, nos deparamos com o conceito conhecido como 
“desenvolvimento sustentável” – ou, como preferem alguns ambientalistas, ecodesenvolvimento 
–, termo proposto pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1983, 
organizada pela ONU. Nessa oportunidade, a Comissão empenhou‑se em compatibilizar duas visões 
diferentes do desenvolvimento econômico que estavam sendo apresentadas na época: aquela dos 
conservacionistas, relacionada à postura adotada pelos países ricos; e a dos desenvolvimentistas, 
defendida pelos países pobres ou menos desenvolvidos.
Devemos salientar que o conceito de desenvolvimento sustentável não é limitado – ao contrário, 
é amplo e engloba os tipos de consumo além da racionalidade ou não dos processos produtivos.
Podemos citar aqui a posição apresentada na obra denominada Energia, meio ambiente e 
desenvolvimento, na qual o professor José Goldemberg (1996, p. 67, tradução nossa) afirma que:
 
A elite tenta imitar os estilos de vida dos países industrializados e tem 
padrões similares de energia, orientados para o luxo, o que contrasta com 
os hábitos das pessoas pobres, preocupadas em obter energia para cozinhar 
e para suas atividades essenciais. Este seria um dos exemplos que podemos 
citar acerca da relação seres humanos‑natureza.
O texto mencionado pode representar o ponto de partida para justificar o que podemos considerar 
como sendo um consumismo sem limites.
O modelo econômico adotado no contexto da globalização não beneficia todos os países de modo 
homogêneo. De acordo com alguns autores como Keedi (2010), as exportações e importações dependem 
de uma série de documentos, algo bastante burocrático. No caso do comércio de alimentos, devem ser 
apresentados certificados sanitários e fitossanitários, documentos emitidos mediante acordos prévios. 
As mercadorias deverão ser autorizadas, o que significa que o país deverá preencher os requisitos 
solicitados em âmbito mundial – aí está uma desigualdade econômica em jogo. Certos países seriam 
beneficiados por padrões de crescimento econômico e a globalização enfraqueceria as alavancas 
governamentais reguladoras da economia e os fluxos de capitais, gerando instabilidade econômica. 
Dessa forma, poderíamos questionar como estabelecer a relação entre o capital construído e o capital 
natural (recursos naturais). Os analistas econômicos que apresentam uma visão ambiental afirmam 
que ambos são complementares; assim, nesse contexto, pensaríamos em sustentabilidade e eficiência 
da utilização dos recursos naturais dentro de uma racionalidade. A economia ecológica, então, tenta 
98
Unidade II
contribuir para que os grupos humanos trilhem um caminho mais sustentável de desenvolvimento, que 
não comprometa de maneira demasiada a natureza. 
Aponta‑se nesse campo de estudos que os discursos sobre sustentabilidade do sistema econômico 
não seriam possíveis sem a estabilização dos níveis de consumo per capita de acordo com a capacidade 
de carga do planeta (Romeiro, 2005). Caberia à sociedade como um todo, seja por meio do Estado 
ou outra forma de organização coletiva, decidir sobre o uso desses recursos de modo a evitar perdas 
irreversíveis potencialmente catastróficas. O capital natural “crítico” seria avaliado por um trabalho que 
contemplasse os aspectos ecológicos (capacidade de carga) e também os socioeconômicos (como os 
padrões mínimos de segurança). Nesse ponto, vamos questionar: o consumo é demasiado ou irracional? 
O consumo atual praticado pela humanidade comprometeria as futuras gerações?
Responderemos a essas indagações nos apoiando nos argumentos de Arrow et al. (2004) ao afirmarem 
que as possibilidades econômicas indicam que a conservação da biodiversidade não é um critério‑chave 
para determinar se estamos consumindo demais. A solução para o consumo excessivo atual seria 
aumentar o investimento e também a produção, e em decorrência disso a utilidade (os ganhos) para o 
futuro. Quem determina a utilidade é o mercado. Na economia ecológica, a sustentabilidade se associa 
ao conceito de escala, no que se refere aos montantes dos recursos ambientais que usamos. Outro 
aspecto implícito é a distribuição, e ambos estão relacionados, pois a escala se refereà quantidade de 
recursos que usamos, devendo esta ser compatível com o suporte do planeta Terra. Entendemos aqui 
que o suporte corresponderia à capacidade de produção associada aos mecanismos para aumento da 
produtividade (rentabilidade). Dessa forma, podemos dizer que para uma população ser feliz, no sentido 
de satisfazer suas necessidades, deve haver uma conciliação entre consumo simples e desenvolvimento 
econômico, permitindo uma boa distribuição de renda e a manutenção do conceito de sustentabilidade.
6.1 O conceito de pegada ecológica: como se aplica? Como justificar a 
posição de economistas ambientais?
Os autores Mathis Wackernagel e William Rees (1998) buscaram um modo de quantificar os 
impactos dos hábitos de consumo da humanidade no planeta Terra, identificando que marcas poderiam 
ser mensuradas, as quais denominaram de “pegadas” resultantes do consumo humano.
Assim surge um novo conceito: a pegada ecológica – título do livro desses autores publicado 
pela primeira vez em 1996. A intenção de Wackernagel e Rees (1998) era reduzir o impacto que os 
grupos humanos deixavam na natureza ao se apropriar dos recursos – estariam preocupados com 
a sustentabilidade.
A pegada ecológica considera a área de energia fóssil, terra arável, pastagens, área de floresta e área 
urbanizada. Para calculá‑la, os autores investigaram os distintos tipos de lugar – no caso, os territórios 
e suas áreas com possibilidade de aproveitamento. Observaram como ocorria o consumo energético, 
habitacional e de mobilidade em termos de transportes, entre outros, além das tecnologias empregadas 
e informações demográficas. Os dados são utilizados para elaborar tabelas, levando em conta também 
o descarte de resíduos e os recursos hídricos que seriam necessários para preservar a biodiversidade.
99
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Os autores consideraram ainda as diferenças de hábitos de consumo entre sociedades ricas e pobres.
 Saiba mais
Leia a obra sugerida para ampliar seus conhecimentos sobre a temática:
WACKERNAGEL, M.; REES, W. Our ecological footprint: reducing human 
impact on the Earth. Gabriola Island: New Society, 1998.
6.2 Você perguntaria: quais são os indicadores de uma pegada ecológica?
Não importa o lugar, se é uma cidade ou um país, assim como sua extensão. A pegada é referenciada 
pela dimensão das áreas produtivas, sejam elas continentais (em terra) ou marítimas. Essa foi a forma 
encontrada por Wackernagel e Rees (1998) para expressar em hectares a extensão territorial que um 
indivíduo ou toda a sociedade utiliza, em média, para se sustentar.
Desde que iniciou suas atividades no nosso país, em 1996, o Fundo Mundial para a Natureza 
(WWF‑Brasil) utiliza o conceito de pegada ecológica como uma ferramenta para interpretar algo além 
do simples consumo. Isso é feito no sentido de dimensionar quais questões estão implícitas quando 
realizamos uma leitura dos hábitos de consumo e suas consequências, como a questão das desigualdades 
e das injustiças, com o intuito de buscar soluções para melhor distribuir a renda e os recursos naturais.
 Observação
Como é composta a pegada ecológica? São considerados a terra 
bioprodutiva (disponível para plantio, pastagem e uso da madeira), o 
mar  bioprodutivo (usado para pesca e extrativismo), a terra de energia 
(florestas e paisagens vegetais – em geral, algas marinhas –, necessárias 
para a absorção de emissões de carbono), a terra construída (onde se 
encontram as edificações, vias de transporte etc.) e a terra de biodiversidade 
(solo e água que devem ser usados e preservados, bem como a própria 
biodiversidade).
A pegada ecológica permite medir o consumo, se ele se configura como sustentável ou não, e 
quanta terra produtiva e recursos naturais são necessários para suprir as carências de uma população, 
de acordo com seu padrão de vida atual e as tecnologias disponíveis.
Alier (2007) evidenciou que a apropriação de recursos pela humanidade aumenta em função do 
crescimento populacional, do nível de urbanização e das atividades agrárias e extrativas vegetais, 
animais e minerais, uma vez que essa apropriação consiste não só em colher, mas também em reduzir 
a produção da biomassa mediante ações como a impermeabilização do solo em áreas urbanas (pela 
100
Unidade II
pavimentação em ruas e avenidas, por exemplo) e também o desmatamento, dificultando a infiltração 
de água e promovendo enchentes e inundações.
Para complementar a noção de pegada, afirmamos: para que uma economia possa vir a ser considerada 
sustentável, se faz necessário que a produtividade energética do trabalho humano supere ou se iguale à 
eficiência da transformação da energia dos alimentos convertida em trabalho humano, de acordo com 
o pensamento de Wackernagel e Rees (1998) ao criar o conceito de pegada ecológica. Podemos assim 
concluir que o conceito de sustentabilidade deve ser incorporado à análise metodológica, levando‑se 
em conta um conjunto de variáveis, não só de caráter ambiental ou econômico, mas social, histórico, 
geográfico, tecnológico e legal regulatório (leis ambientais).
De modo sucinto, podemos dizer que devemos repensar os hábitos de consumo tendo em vista 
assegurar uma existência futura digna, bem como uma satisfatória sobrevivência, não permitindo o 
esgotamento da capacidade do planeta, de forma que viver não implique grandes sacrifícios em relação 
à natureza ou aos recursos que ela possa vir a nos oferecer.
O consumo deve ser racional. Infelizmente, no entanto, desde a década de 1980 a demanda da 
população mundial pelo consumo de recursos naturais é maior do que a capacidade que o planeta 
Terra apresenta de renová‑los. Já utilizamos 25% a mais dos recursos naturais disponíveis, ou seja, 
precisaríamos de pelo menos ¼ a mais de planeta para sustentar o estilo de vida atual. Por isso, o 
comprometimento também é muito acentuado em termos de biodiversidade.
Com isso, constatamos que há necessidade não só de ampliação de uma consciência ambiental, 
mas de redução e reposicionamento quanto aos hábitos de consumo. Deixemos claro que a qualidade 
de vida dos grupos humanos e dos biomas está em jogo no que se refere à sobrevivência. Aqui, o termo 
qualidade de vida deve ser entendido a partir de três eixos principais:
• satisfação e acesso a bens básicos, como educação, transporte, alimentação, serviço de saúde, 
saneamento adequado e ganhos aceitáveis;
• acesso a bens complementares, tais como lazer, relações afetivas, familiares, com a natureza e de 
trabalho; e
• acesso a bens ético‑políticos, assim denominados por se referirem à vida do cidadão, com 
participação política e envolvimento em causas coletivas, por exemplo.
A qualidade de vida depende de fatores combinados associados pela questão ambiental.
101
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
 Saiba mais
Leia a tese de doutorado da professora Sonia Regina da Cal Seixas 
Barbosa. Nela, a perspectiva socioambiental é avaliada a partir de uma nova 
ótica, um olhar diferente, envolvendo inclusive a parte emocional, que se 
deprime diante das mudanças socioambientais:
BARBOSA, S. R. C. S. Qualidade de vida e suas metáforas. 1996. Tese 
(Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Estadual de Campinas, 
Campinas, 1996.
Além disso, para saber mais sobre o tema da pegada ecológica, acesse 
o site do WWF‑Brasil:
Disponível em: http://www.wwf.org.br/. Acesso em: 7 jun. 2022.
6.3 Em complementação à temática 
Complementando o tema aqui discutido e sua relação com nossa disciplina no contexto brasileiro 
e mundial, apresentamos o comentário de uma matéria publicada por Belén Kayser (2017) na revista 
Cambio 16, em espanhol, intitulada, em tradução livre, “O futuro será circular… ou não será” (“El futuro 
será circular… o no será”).
 
A economia linear em que vivemos tem, de acordo com especialistas, os 
dias contados. A União Europeia estabeleceu uma meta para a transição 
a um tipo de produção que reduza a energia e a matéria necessária para 
fabricarobjetos de consumo [mercadorias] e amplie sua durabilidade. 
Conseguiremos? Apresentamos nesta matéria alguns exemplos de empresas 
e fundações que vão seguir esse caminho e que convidam a consumir e viver 
de outra forma. […]
O modelo econômico linear de usar, fazer e descartar está baseado em 
produzir grandes quantidades de energia e recursos baratos, porém está 
chegando ao limite de sua capacidade física. [A ideia da economia circular é] 
utilizar os materiais que se encontram nos resíduos em vez de descartá‑los 
e aproveitar energeticamente os resíduos que não se pode reciclar (Kayser, 
2017, tradução nossa).
A proposta da economia linear não especifica produtos, componentes e materiais para obter a 
máxima utilidade em todos os momentos, tanto nos ciclos técnicos quanto nos biológicos (“reciclar ou 
descartar”).
102
Unidade II
É preciso reutilizar certos resíduos que ainda podem servir para elaborar novos produtos e, dessa 
forma, dar uma “segunda vida” àqueles quebrados ou que estavam descartados (“reparar ou desperdiçar”).
Por sua vez, o descarte inadequado dos recursos acentua o uso incorreto do terreno e promove a 
contaminação atmosférica, as mudanças climáticas e a emissão de substâncias tóxicas (“reutilizar ou 
não contaminar”). 
Ademais, “reutilizar os recursos tem como resultado maior rentabilidade do que criá‑los do nada. 
Todo material biodegradável volta à natureza, e aquele que não o é, se reutiliza” (Kayser, 2017, tradução 
nossa). Podemos resumir as medidas propostas pela economia circular – que têm o potencial de trazer 
vantagens financeiras consideráveis – da seguinte maneira:
• não desperdiçar alimentos para atingir a meta até 2030;
• melhorar a qualidade das matérias‑primas para conquistar a confiança dos consumidores;
• tomar medidas para um plano de trabalho que promova a propaganda ecológica no sentido de 
consertar equipamentos, ampliar sua durabilidade e reciclá‑los;
• melhorar a eficiência energética da produção;
• facilitar o uso de adubos orgânicos, baseado nos resíduos, e reforçar o papel dos bionutrientes;
• adotar uma nova estratégia para o plástico, principalmente para diminuir o lixo marinho; e
• efetuar ações para reutilização das águas.
Em resumo, Kayser (2017, tradução nossa) afirma:
Nossa economia linear está com os dias contados. O planeta pede aos gritos 
que tenhamos uma forma de consumo sustentável e que avancemos além 
da filosofia ecologista dos três erres (reduzir, reutilizar e reciclar), reduzindo o 
uso de energia e recursos. Sem dúvida isto parece utópico no mundo no qual 
vivemos, porque quantas vezes advertimos que os utensílios domésticos, 
como aparelhos telefônicos, torradeiras, entre outros, foram desenhados e 
produzidos para quebrar quando termina sua garantia? Esse fenômeno 
é conhecido como obsolescência programada e deixou de ser um mito. Nos 
últimos anos, o movimento para visibilizar este problema tem visto nascer 
associações em defesa dos consumidores com certo poder de divulgar os 
problemas nos meios midiáticos, além de propor punições às empresas.
A autora menciona a pouca durabilidade de produtos, mas para tanto existem os órgãos de fiscalização 
e controle de qualidade e validade. No Brasil existem normas de qualidade que devem ser seguidas e 
103
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
garantias para trocas e reposições, além do Procon em cada estado, para atendimento das reclamações, 
e órgãos de ouvidoria das empresas. Existem leis que protegem o consumidor. 
O que fizemos até o momento implicou associar a produção econômica, a globalização dos negócios 
e as relações de comércio, exemplificando com as condições apresentadas pelo Brasil e alguns dos seus 
parceiros compradores ou fornecedores de produtos, commodities, entre outros. Agora mencionaremos 
uma modalidade de indústria e negócios que afeta diretamente os grupos humanos e sua relação com 
a sobrevivência: a saúde.
7 UMA INDÚSTRIA SEM POLUIÇÃO: O TURISMO DE SAÚDE
O mundo contemporâneo nos surpreende com uma série de paradoxos desafiadores no modo de 
pensar e agir social e politicamente. Estamos diante de um contexto espaçotemporal que contrasta o 
global e o local. A atividade turística constitui importante fonte geradora de recursos financeiros, de 
empregos e serviços, e o Brasil apresenta grande atrativo para esse tipo de atividade econômica, haja 
vista sua diversidade de espaços regionais e belezas naturais, oferecendo variedades de opções.
Existe uma interdisciplinaridade para explicitar os fatos e suprir a necessidade de uma satisfatória 
formação profissional em quaisquer campos de trabalho e de estudos: trata‑se de uma postura 
transdisciplinar e contextualizada no caminho para um conhecimento total. Balastreri (1997) afirma 
que devemos privilegiar temas de relevância social que consigam dar à sociedade respostas para seus 
anseios e necessidades mais prementes. Assim, já falamos sobre indústria, agronegócios, relações 
comerciais do Brasil, questões ambientais, e agora nos reportamos a uma modalidade de atividade 
econômica diferente, um turismo diferente.
Encontramos, no mundo globalizado, uma atividade considerada relevante no que se refere à 
economia, uma vez que movimenta milhares de dólares, contribui para o PIB local e mundial, além de 
gerar empregos diretos e indiretos relacionando‑se à movimentação de pessoas em distintas partes do 
planeta, além de impactar a logística de transportes e serviços diversos, impondo‑se na área educacional 
para formar profissionais que possam atuar no setor. Afirmamos aqui as razões distintas que levam as 
pessoas ao deslocamento – descanso, curiosidade, estudo, conhecimento, aventura –; no entanto, existe 
uma modalidade que implica na busca por qualidade de vida e melhores condições de saúde, combate 
ao estresse ou cura para enfermidades. Essa é a atividade turística vinculada ao sentido do nosso texto.
7.1 Texto complementar: a indústria do turismo de saúde
O turismo de saúde apresenta‑se de maneira peculiar em termos de deslocamentos, com viagens 
de pessoas originárias tanto de nações menos desenvolvidas quanto desenvolvidas para os principais 
centros médicos em países que ofereçam determinados tratamentos que não estejam disponíveis em 
seus locais de origem (Horowitz; Rosensweig, 2007). Podemos apontar outras razões para esse tipo de 
migração, considerando os custos operacionais ou, ainda, a busca por algum tratamento que seja ilegal no 
país de origem – como procedimentos de fertilidade, certas cirurgias plásticas ou de mudança de sexo –, 
que não possa ser realizado ou que apresente custos muito elevados. Ainda pode ser mencionada a 
questão das especialidades dos profissionais médicos que irão realizar os procedimentos. A modernidade 
104
Unidade II
impõe sua lógica para o viajante em relação aos lugares e aos não lugares, sob a ótica de Marc Augé 
(2014), bem como as razões que o levam até eles.
Contribuem para a captação dos pacientes técnicas de marketing e tecnologias, como estruturas de 
apoio. No caso do Brasil, as condições científicas, tecnológicas e informacionais apresentadas surgem 
como peças de engrenagem que se articulam para fortalecer o setor terciário da economia, como 
definiria o geógrafo Milton Santos (2013), como meio “técnico‑científico‑informacional” no contexto 
da globalização excludente.
As razões são diversas para tratamentos médicos ou estéticos, embora não haja garantia de sucesso 
dos procedimentos – as pessoas estão sujeitas a riscos e são exigidos cuidados pós‑operatórios adequados.
Os termos “turismo de saúde” ou “turismo médico” são amplos e relativos aos lugares disponibilizados 
no Brasil e no exterior. Essa indústria estende‑se por áreas voltadas para atendimentos preventivos, 
métodos de reabilitação, tratamentos curativos, além de cirurgias reparadoras. Existe também o chamado 
“turismo de bem‑estar”, compreendendo os spas, as termas, as estações de águas e os tratamentos 
alternativos com materiais diversos.7.2 Histórico: sobre a evolução do turismo de saúde
O primeiro caso registrado de pessoas que viajaram para obter tratamento médico data de milhares de 
anos atrás, quando os peregrinos gregos viajaram de diferentes partes do Mediterrâneo para o pequeno 
território no golfo Sarônico chamado Epidauro, onde ficava foi o santuário de Asclépio, deus da cura.
O turismo médico também foi descrito nas civilizações dos egípcios, romanos e japoneses 
(Weisz, 2011). Em 4 mil a.C. os sumérios já construíam instalações ao redor de nascentes de água mineral 
quente. Os gregos expandiram sua “indústria” de resorts médicos em cerca de 300 a.C., estabelecendo 
templos terapêuticos baseados no original em Epidauro.
Os egípcios praticavam uma forma minuciosa de medicina, e em 1248 d.C. o hospital Mansuri foi 
aberto no Cairo. Foi o mais avançado e maior hospital já construído, e a obra teve como objetivo servir 
a todos, independentemente da sua raça, religião ou status. Os viajantes chegavam de várias partes do 
mundo para buscar tratamento médico em Mansuri.
Na Ásia também encontramos registros do turismo de saúde. Na Índia, a tradição de ioga e medicina 
aiurvédica atrai viajantes há cerca de 5 mil anos, sendo um dos grandes centros mundiais de medicina 
alternativa. As ricas fontes minerais no Japão, conhecidas como onsen, também têm oferecido retiros 
de saúde por suas propriedades terapêuticas há séculos.
Na Europa, o turismo médico surgiu no século XVI, quando a elite redescobriu os antigos banhos 
romanos. Os destinos turísticos cresceram em torno desses spas em locais como Bath, Baden‑Baden, 
St. Moritz e as ville d’eaux. Bath, em particular, tornou‑se mundialmente popular, uma vez que contava 
com o patrocínio da coroa inglesa. Spas e sanatórios podem ser considerados uma forma primitiva de 
turismo médico. Na Inglaterra do século XVIII, por exemplo, os pacientes visitavam spas porque eles 
105
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
eram lugares com águas minerais com propriedades supostamente curativas, auxiliando no tratamento 
de diversas doenças, de gota a distúrbios do fígado e bronquite (Gahlinger, 2008).
7.3 Os destinos procurados
Podemos mencionar Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Turquia, 
Tailândia e Ucrânia como destinos populares para cirurgia estética. Outros países de destino incluem a 
Bélgica, a Polônia, a Eslováquia e a África do Sul. Algumas pessoas viajam em busca de uma gravidez 
assistida, com procedimentos como a fertilização in vitro (JONES; KEITH, 2006).
No entanto, a percepção do turismo de saúde nem sempre é positiva. Em algumas partes do mundo, 
questões políticas mais amplas podem influenciar a opção dos turistas. Prestadores de serviço em 
turismo de saúde têm se desenvolvido como intermediários que unem potenciais turistas médicos com 
os hospitais e outras organizações. As empresas que se concentram em oferecer viagens médicas 
normalmente fornecem profissionais para acompanhamento.
Outra modalidade é o turismo de evasão, com objetivo de acessar serviços médicos considerados 
ilegais no país de origem, incluindo tratamentos de fertilidade e aborto, além do suicídio assistido.
O Brasil desponta em opções para turistas‑pacientes, ofertando baixos preços, excelência médica e 
boa infraestrutura hospitalar, mas o setor ainda prescinde de investimentos maiores e divulgação em 
promoções para concorrer com outros “paraísos médicos”.
7.4 Procedimentos procurados
Entre os procedimentos mais procurados pelos turistas estão as cirurgias plásticas, cardiológicas, 
oftalmológicas e bariátricas. Também há demanda por tratamentos em áreas como oncologia, cardiologia 
e reprodução assistida, check‑ups e tratamentos variados.
A maioria dos pacientes‑turistas no Brasil são procedentes de países da América Latina, EUA, Angola 
e também da Europa, principalmente Alemanha, Itália, França, Portugal, Holanda e Inglaterra. Contudo, 
são apontadas barreiras que dificultam o crescimento do setor. Destacamos que, no caso brasileiro, o 
turismo médico‑hospitalar não é prioridade dos órgãos nacionais de turismo. O setor poderia evoluir 
tanto na geração de políticas públicas quanto na iniciativa privada para ocupar uma posição mais 
favorável no mercado internacional.
106
Unidade II
 Saiba mais
Para saber mais, leia os artigos:
CAULYT, F. Brasil surge como opção no mercado de turismo médico. 
DW, Bonn, 19 nov. 2014. Disponível em: https://bit.ly/3GXQmrG. Acesso em: 
7 jun. 2022.
JAKITAS, R. Turismo médico, um mercado de R$ 3 bilhões, atrai os 
pequenos empreendedores brasileiros. Estadão, São Paulo, 1º nov. 2013. 
Disponível em: https://bit.ly/3xtDkPR. Acesso em: 7 jun. 2022.
NEUMAN, W. Reatamento abre porta para “turismo médico” de 
americanos em Cuba. UOL Notícias, [s. l.], 23 fev. 2015. Disponível em: 
https://bit.ly/3zjgADn. Acesso em: 7 jun. 2022.
TESTA, F. Pacientes do Norte e Nordeste vão ao interior de SP para tratar 
câncer. G1, [s. l.], 23 maio 2013. Disponível em: http://glo.bo/3GYtx7g. 
Acesso em: 7 jun. 2022.
RÊGO, C. S. et al. O termalismo como segmento turístico. Reuna, Belo 
Horizonte, v. 13, n. 3, p. 11‑25, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3NwV4zl. 
Acesso em: 7 jun. 2022.
Os agendamentos resumem‑se a uma facilidade proporcionada pelo prestador de turismo 
médico, que faz o contato inicial para o tratamento e, quando o destino exige visto, apresenta carta 
de recomendação na embaixada em questão. O paciente viaja para o país de destino e o prestador 
pode recomendar um executivo que cuida da parte burocrática, incluindo alojamento, organização de 
cuidados pós‑operatórios e serviço de intérprete.
Existe ainda uma certificação internacional de saúde que atribui um nível de qualidade para os 
serviços dessa área em vários países. As organizações de certificação internacional de saúde garantem 
uma ampla gama de programas, como hospitais, centros de cuidados primários, transporte e serviços 
ambulatoriais. O mais antigo organismo de certificação internacional é o Accreditation Canada, 
anteriormente conhecido como Canadian Council on Health Services Accreditation.
Nos EUA, o grupo de certificação da Joint Commission International foi formado em 1994 para 
oferecer educação e serviços de consultoria a clientes de todo o mundo. Muitos hospitais veem hoje a 
obtenção de certificação internacional como forma de atrair pacientes americanos. A Joint Commission 
International é um órgão sem fins lucrativos e independente do setor privado que desenvolve 
procedimentos e padrões reconhecidos nacional e internacionalmente para ajudar a melhorar o cuidado 
e segurança do paciente e o cumprimento das normas técnicas.
107
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
O turismo de saúde médico pode apresentar riscos, entre eles a qualidade dos cuidados pós‑operatórios 
e as distâncias geográficas entre os locais de origem e destino. As diferenças nos padrões de provedores de 
cuidados de saúde ao redor do mundo têm sido reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que 
lançou em 2004 a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, órgão que auxilia hospitais e governos 
de todo o mundo a definir políticas de segurança do paciente e práticas que podem se tornar particularmente 
relevantes na prestação de serviços de turismo médico.
 Saiba mais
Para mais detalhes sobre as iniciativas de proteção ao paciente, visite o 
site da OMS:
Disponível em: https://bit.ly/3aHc5IB. Acesso em: 8 jun. 2022.
No Brasil, foi criada pelo Ministério do Turismo uma cartilha em que são 
dispostas recomendações sobre o turismo de saúde:
BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo de saúde: orientações básicas. 
Brasília: Ministério do Turismo, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3xm1cng. 
Acesso em: 8 jun. 2022.
É preciso observar que, caso surjam problemas, os pacientes não 
estão cobertos por um seguro individual adequado ou não podem buscar 
compensação através de ações contra práticas irregulares.
8 COMO PODEMOS AVALIARO MODELO CAPITALISTA EM SUA FASE 
CONTEMPORÂNEA?
Na fase atual, o capitalismo extrapolou fronteiras e distâncias foram vencidas mediante acordos 
comerciais e terceirização produtiva. A proposta foi unificar os mercados, estabelecendo uma rede de 
dominação/subordinação via hierarquização dos espaços. A geógrafa Ana Fani Alessandri Carlos (1998) 
aborda a temática da natureza do espaço fragmentado e uma divisão espacial do trabalho compatível 
com a ampliação do mercado mundial, eliminando as fronteiras entre os Estados e multiplicando as 
opções do mundo das mercadorias. São realidades diferentes que não se restringem a um lugar, mas se 
ramificam em contextos supranacionais, mediados pelos fluxos informacionais, além da difusão cada 
vez maior dos processos científicos e tecnológicos.
Em sentido de hierarquização do espaço, as categorias de metrópole mundial e metrópoles nacionais 
articulam o processo, mas também se abrem, afirma a geógrafa, em tentáculos que irão se irradiar por 
todas as partes do país e do mundo. Para Carlos (1998), as metrópoles mantêm uma centralidade não 
só em um determinado lugar do território, mas se espalham por ele e se articulam com outras áreas do 
mundo. No mundo globalizado, a metrópole é vista como um símbolo do mundo moderno.
108
Unidade II
Figura 48 – Milton Santos. “O sonho obriga o homem a pensar”
Fonte: UNIP/Objetivo.
Quando menciona o conceito de território, o geógrafo Milton Santos (1998) se permite 
uma consideração muito interessante: diz que antes o território era estatizado e que hoje ele é 
transnacionalizado, interligado por redes de informatização que encurtaram as distâncias.
Também ocorreram transformações em termos de organização do espaço urbano. Como exemplo, 
podemos citar as modificações em países europeus, onde houve revitalização de regiões como unidade 
geográfica, como afirma Joaquín Bosque Maurel (1998), com subespaços regionais superando os 
tradicionais espaços que existiam desde o Renascimento. Para o autor, a União Europeia constitui um 
dos exemplos da globalização do espaço terrestre. Atualmente, podemos dizer que essa integração é 
limitada por normas e barreiras econômicas e sociais hoje restritivas, como a discussão da saída do 
Reino Unido da União Europeia (Brexit) e do fim do Espaço Schengen, a questão da xenofobia em 
relação aos imigrantes, somadas ao elevado nível de desemprego, além dos entraves alfandegários e 
medidas restritivas a produtos importados, como as já mencionadas barreiras fitossanitárias impostas 
aos produtos brasileiros.
A industrialização na realidade atua como fim comum à proposta de globalização ou mundialização 
produtiva, mas também apresenta tendências desagregadoras, regionalizadoras, como afirma Milton 
Santos (1990) – mas ainda se pode corrigir os excessos da universalização perversa existente na 
sociedade‑espaço. Aliás, Milton Santos sempre se refere ao lado perverso da globalização, representado 
pelas diferenças existentes entre países e grupos humanos:
109
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
 Destaque
A grande mutação contemporânea
Diante do que é o mundo atual, como disponibilidade e como possibilidade, acreditamos 
que as condições materiais já estão dadas para que se imponha a desejada grande mutação, 
mas seu destino vai depender de como disponibilidades e possibilidades serão aproveitadas 
pela política. Na sua forma material, unicamente corpórea, as técnicas talvez sejam 
irreversíveis, porque aderem ao território e ao cotidiano. De um ponto de vista existencial, elas 
podem obter um outro uso e uma outra significação. A globalização atual não é irreversível. 
Agora que estamos descobrindo o sentido de nossa presença no planeta, pode‑se dizer que 
uma história universal verdadeiramente humana está, finalmente, começando. A mesma 
materialidade, atualmente utilizada para construir um mundo confuso e perverso, pode vir 
a ser uma condição da construção de um mundo mais humano. Basta que se completem 
as duas grandes mutações ora em gestação: a mutação tecnológica e a mutação filosófica 
da espécie humana. A grande mutação tecnológica é dada com a emergência das técnicas da 
informação, as quais –  ao contrário das técnicas das máquinas – são constitucionalmente 
divisíveis, flexíveis e dóceis, adaptáveis a todos os meios e culturas, ainda que seu uso perverso 
atual seja subordinado aos interesses dos grandes capitais. Mas, quando sua utilização for 
democratizada, essas técnicas doces estarão ao serviço do homem. Muito falamos hoje nos 
progressos e nas promessas da engenharia genética, que conduziriam a uma mutação do 
homem biológico, algo que ainda é do domínio da história da ciência e da técnica. Pouco, 
no  entanto, se fala das condições, também hoje presentes, que podem assegurar uma 
mutação filosófica do homem, capaz de atribuir um novo sentido à existência de cada pessoa 
e, também, do planeta.
Fonte: Santos (2003, p. 85).
Sob o ponto de vista financeiro, a organização das grandes instituições não apresenta princípio 
democrático estabelecido. As decisões tomadas não são submetidas à opinião popular, o que seria próprio 
de um regime político democrático, assegurando um regramento tributário e financeiro satisfatórios.
Na reunião de cúpula realizada em junho de 2019 em Osaka, no Japão, o G20 (grupo que reunia 
os oito países mais ricos – Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia – 
e 11 países emergentes – África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do 
Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia – mais a União Europeia) discutiu a “intensificação de tensões 
comerciais e geopolíticas no mundo” (FERNANDES, 2019), a guerra comercial entre EUA e China, a 
ratificação do Acordo de Paris sobre a redução da emissão dos gases estufa por todos os países‑membros 
com exceção dos EUA, a importância de os países se comprometerem com os aspectos relativos às 
mudanças climáticas e políticas ambientais, além das críticas ao Brasil quanto a estes aspectos (CUÉ, 
2019; MENDONÇA, 2019).
110
Unidade II
Outro aspecto que se destacou no contexto da Nova Ordem Mundial e das temáticas debatidas 
na reunião foi o fato de o então presidente dos EUA, Donald Trump, e o dirigente chinês Xi Jinping 
decidirem abrir negociações comerciais, além do comprometimento do presidente estadunidense de 
não elevar tarifas sobre produtos chineses – a taxa anterior, datada do mês de maio daquele ano, era 
de 25% sobre o valor bruto das importações anuais vindas da China. No entanto, não houve avanço 
quanto às questões ambientais por parte dos EUA.
Os principais temas debatidos durante a cúpula foram relativos às divergências comerciais e 
preocupações ambientais, como o aquecimento global e os índices de emissões de gases.
Outra questão debatida, embora não incluída no documento firmado pelos representantes, foi a dos 
subsídios agrícolas. Os participantes reafirmaram o comprometimento com a possibilidade de reforma 
da OMC. Não mencionaram o termo “protecionismo”, mas reforçaram a intenção de manter um mercado 
livre, justo, não discriminatório e mais transparente. O Japão, por sua vez, apresentou as problemáticas 
referentes ao descarte de lixo plástico no mar e ao envelhecimento da população. O empoderamento 
feminino e problemas migratórios também foram objetos de discussão (FERNANDES, 2019).
Temos, em relação às atuais mudanças na ordem global, no contexto da multipolaridade, a polêmica 
que envolveu as relações diplomáticas entre o governo dos EUA e a Rússia (ou seja, entre Trump e 
Putin), sobre a questão relativa à possível interferência da inteligência russa nas eleições estadunidenses 
de 2016. O então presidente dos EUA disse acreditar nas palavras de Putin ao afirmar que não houve 
intervenção e que isso bastava. Putin disse: “O governo russo nunca interferiu e não planeja interferir 
nos assuntos internos dos Estados Unidos, incluindo o processo eleitoral” (BONET, 2018). 
Com referência ao desenvolvimentoeconômico, o FMI prognosticou em 2019 um crescimento 
menor na América Latina, com desaceleração das economias da Argentina, do Brasil e do México sob 
os efeitos de greves, condições financeiras desajustadas e necessidade de consolidação na política. 
Quanto ao crescimento global, as tensões comerciais representariam a maior ameaça em curto prazo 
(DONCEL, 2019). Existia incerteza em relação à União Europeia, na época, sobre a polêmica saída ou não 
do Reino Unido (o que efetivamente ocorreu posteriormente). Outro tema muito discutido ainda é o 
movimento migratório internacional, forçado pelas condições precárias de países africanos, asiáticos e 
latino‑americanos relativos a problemas de ordem tanto econômica como social.
Quanto à globalização, Santos afirmou (1996) que ela se intensificaria nos países da América Latina, 
adequando‑se ao modelo das relações econômicas, políticas e sociais e aos processos de transformação 
no âmbito da mundialização econômica, de acordo com os meios técnico‑científico‑informacionais, 
isto é, modernizando‑se e se adequando às mais recentes novidades. Diferentemente do que afirmam 
alguns pesquisadores, que acreditam no estabelecimento de uma homogeneização da cultura e do 
sistema de valores a partir da globalização, Milton Santos (1996, p. 273) concebe que “cada lugar é, 
ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente”. Para 
ele, a importância de estudar os lugares reside na oportunidade de captar seus elementos centrais, 
suas virtudes locacionais, de modo a compreender suas possibilidades de interação com as ações 
solidárias hierárquicas (SANTOS, 1996).
111
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Remontando ao passado, chegamos à obra clássica publicada pela primeira vez em 1971 pelo escritor 
e jornalista uruguaio Eduardo Galeano (1979), As veias abertas da América Latina. Seu conteúdo faz 
referência aos temas antiglobalização, aderindo à opinião dos críticos quanto a seus aspectos excludentes 
e de dependência e submissão dos países latino‑americanos às grandes potências.
Concluímos que a ordem econômica promoveu também mudanças na organização social, no 
campo, na cidade e no ordenamento territorial, com exclusão social e intensificação dos movimentos 
migratórios em busca de melhores condições de vida e da própria sobrevivência dos grupos, embora 
se constate na atual conjuntura internacional que os problemas sociais de desemprego, saúde e 
qualidade ambiental são mundiais e extrapolam as fronteiras de países ricos e pobres.
8.1 Sociedade, modernidade e mudanças ambientais globais: aproximação 
teórica
Ao tratarmos de questões ambientais e sua relação com a subjetividade, não podemos ignorar que 
existe um entrelaçamento entre a historicidade das ações humanas e seu desempenho nas atividades 
produtivas, assim como a trajetória das alterações e transformações promovidas no planeta Terra – nos 
referimos aqui ao que concerne à geosfera, assim como à biosfera, ao longo dos tempos. Em outras 
palavras, as atividades humanas geram transformações regionalizadas, em termos de escala, questão 
tratada pela economia ambiental. É importante lembrar que existem interesses econômicos e sociais 
na apropriação de recursos e na organização do espaço, que surgem no contexto da modernidade e se 
acentuam na pós‑modernidade.
Falamos das questões ambientais globais, dos riscos que passaram a ser observados aos 
ecossistemas e grupos humanos, motivados pelas atividades econômicas – como a indústria e os 
agronegócios que abordamos nesta disciplina – e pelas alterações no modo de organizar o espaço, 
tanto rural quanto urbano. Destas forma, a economia ecológica tenta contribuir para que os grupos 
humanos tenham um caminho mais sustentável de desenvolvimento, acreditando na capacidade 
de renovação. Todas as transformações estabelecidas nas sociedades modernas, como o avanço da 
ciência e da tecnologia, vão se entrelaçar com a vida individual (o eu) e com os outros, a sociedade. 
Encontramos apoio teórico a essas afirmações nas considerações de Giddens (1991 apud Ramirez; 
Garcia, 2020, p. 10‑11):
A modernidade é um conjunto que abrange estilo, costume de vida ou 
organização social, relacionando‑os a um determinado momento histórico em 
uma associação entre espaço e tempo. Viver na modernização configura‑se 
como uma cultura de riscos, na qual a subjetividade é influenciada por 
aspectos globais inclusive ambientais.
A subjetividade vai ser influenciada por aspectos ambientais globais, de cujo dimensionamento os 
grupos humanos perdem o domínio. Castoriadis (1987) afirma que a globalização, o risco de degradação 
ambiental, o desemprego, as oscilações econômicas etc. têm um sentido social e histórico, pensamento 
este compartilhado por outras leituras. Fica claro, que existem pelo menos duas posturas quanto à 
112
Unidade II
sociedade de risco: a econômica, corporativa, e aquela defendida pelos agentes sociais. A insegurança 
e o risco não são contraditórios à lógica da inovação, e à medida que se reconstrói a tecnologia é 
necessário abrir‑se à contingência do aleatório e do imprevisível. Os grupos humanos são vulneráveis 
às variações da natureza, mas também contribuem para o seu agravamento, assim como mudam suas 
relações interpessoais e afetivas.
Existe quem ganha e quem perde com as mudanças climáticas e a globalização – entendendo‑se 
aqui a globalização como excludente e comprometedora da paisagem, dos recursos e da subjetividade. 
Surgem também nesse contexto problemas de saúde e psicológicos, decorrentes do contágio com 
produtos nocivos contidos no ar, na água, na alimentação ou em áreas de trabalho, notadamente na 
atividade mineradora.
Temos um sentido com nós mesmos e um sentido com o outro, a coletividade. O simbolismo é interior 
e exterior. Devemos ter em conta que a qualidade ambiental é um fenômeno tanto pessoal quanto coletivo, 
considerando também os interesses e as motivações desse processo, que variam entre os agentes. Estamos 
nos referindo à saúde e aos riscos pessoais e familiares, além dos problemas que podem afetar a saúde 
pública, decorrentes, entre outros, de epidemias, endemias, poluição atmosférica, descarte de lixo e resíduos de 
modo geral, derramamento de produtos tóxicos, poluição das águas dos rios, mares e oceanos e acidentes 
ambientais – relembrando aqui os casos de Mariana e Brumadinho (considerada mais grave), em Minas Gerais. 
Em todos esses problemas e casos mencionados, não só a natureza fica comprometida, mas infelizmente os 
danos aos grupos humanos são enormes, com perdas materiais e muitas mortes.
8.2 Comentários sobre sustentabilidade
A sustentabilidade é aspecto muito importante a ser considerado, abrangendo várias dimensões – social, 
econômica, ecológica ou do meio ambiente, geográfica, cultural e política. Essas dimensões não podem 
ser isoladas, pensando‑se tanto no meio rural quanto urbano, nos quais as ações humanas interferem 
em aspectos climáticos, balanço de energia, balanço hídrico, uso do solo, queimadas e desmatamentos, 
interferindo na qualidade de vida e ocupação em ambos os espaços.
A sustentabilidade enquanto conceito surge para propor um novo modo de vida, uma busca da 
sociedade para satisfazer suas necessidades e expressar o seu potencial – muito embora saibamos 
que construir uma sociedade ambientalmente sustentável não é tarefa fácil (Comissão Mundial Sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991).
O princípio da sustentabilidade, quando aplicado, deve ser:
• ecologicamente correto;
• economicamente viável;
• socialmente justo;
• culturalmente diverso.
113
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
O termo “sustentabilidade” advém do latim sustentare e significa defender, apoiar, conservar, cuidar. 
Na prática, para os defensores ambientais significa suprir as necessidades do presente sem, no entanto, 
afetar as do futuro.
A sustentabilidade apresenta um conjunto de dimensões que se completam quando aplicadas:a 
ambiental, a econômica, a social e a socioeconômica. Deve haver harmonia entre todas as dimensões, 
e ao mesmo tempo deve‑se valorizar as culturas, locais e nacionais, e sem dúvida respeitar as 
diversidades mundiais.
No que se refere às propostas do milênio implementadas em discussões ambientais internacionais, o 
Brasil assumiu alguns compromissos:
• acabar com a fome e a miséria;
• oferecer educação básica de qualidade;
• apoiar a igualdade de gênero;
• reduzir a mortalidade infantil;
• melhorar a saúde das gestantes;
• combater a aids, a malária, a dengue e doenças crônicas;
• manter os ecossistemas.
Para apoiar esses objetivos, entre outros que deverão ser atingidos nos propósitos da ONU, temos no 
artigo 225 da Constituição Brasileira de 1988 os seguintes termos:
 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo‑se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê‑lo e preservá‑lo para as 
presentes e futuras gerações.
 Observação
Foi com a promulgação da Constituição de 1988 que a proteção ao 
meio ambiente se tornou matéria constitucional, passando a usar noções 
de sustentabilidade. Anteriormente, a preocupação ambiental estava 
prevista na Lei n. 6.938/1981.
114
Unidade II
8.3 Problemas ambientais, desenvolvimento sustentável e suas implicações
A dinâmica da globalização impôs uma nova dimensão à produção econômica e à distribuição 
populacional. A concepção de tais arranjos organizacionais, a sua concentração em certos espaços 
ou a descentralização dos núcleos científicos e tecnológicos favoreceu as interações, bem como o 
estabelecimento de redes informacionais e fluxos de ideias, configurando ambientes que facilitam a 
produção de conhecimentos e as inovações tecnológicas, inclusive com a formação de tecnopolos, 
grandes parques científicos tanto em países do Norte rico quanto em emergentes países do Sul. Criam‑se 
assim vantagens competitivas sob a égide da inovação tecnológica e do maior aproveitamento da mão 
de obra e dos recursos disponíveis.
Assim, temos um outro aspecto da ordem global: o consumo cada vez maior de recursos, notadamente 
os naturais não renováveis (os combustíveis fósseis), bem como os renováveis degradados (o solo, a 
água, a atmosfera, os vegetais). A atividade econômica por si só impõe um ritmo e um consumo cada 
vez mais acentuados e acelerados, causando grandes impactos ambientais e extinguindo recursos.
Outro aspecto preocupante pode ser observado no relatório publicado pelo Worldwatch Institute, 
uma das principais organizações ambientais do planeta, denominado The anatomy of resource wars 
(Renner, 2002), que constata que a exploração de recursos naturais – tais como petróleo, madeira, 
cobalto, coltan (mistura de columbita e tantalita usada para produzir capacitores para telefones 
celulares), diamantes, ervas e plantas medicinais – rendeu vários bilhões de dólares a grupos rebeldes, 
governos e empresas transnacionais, evidenciando não só um descaso para com a natureza, mas 
também a usurpação aos grupos humanos de áreas e países envolvidos. A demanda mundial por 
telefones celulares, diamantes e móveis feitos com madeira tropical tem alimentado guerras que matam 
milhares de pessoas e liquidam espécies da biodiversidade local, especialmente em nações africanas, 
não só piorando a situação ambiental como deteriorando a qualidade de vida dos povos envolvidos.
Sabemos que apenas 17 entre as cerca de 200 nações do mundo reúnem 70% da diversidade biológica 
do planeta. Países como Brasil, Colômbia, Venezuela, Peru, República Democrática do Congo, Malásia 
e Indonésia, por conterem grandes porções de florestas tropicais em seus territórios, concentram a 
maior parte da biodiversidade terrestre. Mas será que tal honraria se reverte em uma melhor condição 
econômica para os países ou seus habitantes?
A grande questão está fundamentada nos riscos do crescimento econômico e das inovações 
tecnológicas. Como adequar esses componentes às sociedades e seus ambientes é o grande foco 
de discussão.
Essa visão fatalista e trágica, no entanto, tende a mudar. Segundo a teoria da modernização ecológica, 
a atividade tecnológica deve ser discutida de forma contextual em suas interfaces socioeconômicas, 
culturais e ambientais, e não tratada como variável independente e determinante. Além disso, os 
desenvolvimentos tecnológicos e as tecnologias ambientais tendem a ser reorganizados para atender às 
demandas de sustentabilidade ambiental.
115
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Mol, de acordo com Thales de Andrade (2002), representa uma das vozes mais destacadas da 
modernização ecológica, afirmando que em diversos países ocidentais é possível alcançar objetivos 
ambientais sem abrir mão dos mecanismos da economia de mercado e da indústria, e que o 
estabelecimento de novas formas de produção e consumo responsáveis representa um caminho seguro 
para a conquista de uma sociedade ambientalmente sustentável. Para isso, são necessárias inovações 
em tecnologias ambientais, como combustíveis alternativos, novas formas de cultivo e mudanças nos 
hábitos e padrões de consumo, reciclagem, entre outros.
O consumo depende do organismo e de seu estilo de vida, bem como da criatividade dos grupos 
humanos, da sua organização espacial, dos seus valores, da tecnologia e da ética. O desenvolvimento 
sustentável implica uma mudança em termos evolutivos, uma adaptação constante.
Ignacy Sachs (1993) considera a sustentabilidade como um conceito dinâmico que engloba um 
processo de mudança com cinco dimensões: a social, a econômica, a ecológica, a geográfica e a cultural. 
Ele afirma que a sustentabilidade social se refere a um processo de desenvolvimento que permite um 
crescimento estável com distribuição equitativa de renda, diminuindo as atuais diferenças sociais em 
diversos níveis e melhorando as condições de vida.
 Saiba mais
Para entender melhor as considerações de Sachs, leia:
LAMIM‑GUEDES, V. As cinco dimensões do ecodesenvolvimento (Ignacy 
Sachs). Na Raiz, [s. l.], 5 jul. 2011. Disponível em: https://bit.ly/3OaFKc0. 
Acesso em: 21 jun. 2022.
Devemos ainda ampliar a capacidade de utilização do potencial encontrado nos ecossistemas, 
substituindo recursos, viabilizando usos mais racionais e aumentando a eficiência dos elementos. 
Além  disso, é preciso distribuir melhor a população e as atividades rurais e urbanas, protegendo a 
diversidade biológica e satisfazendo de forma mais adequada as necessidades básicas dos grupos 
humanos, melhorando sua qualidade de vida.
Uma coisa fica bem clara: só poderemos atingir tal estágio se optarmos por isso, ou seja, depende 
do livre arbítrio, da conscientização e do nível educacional das populações. Dessa forma, os objetivos do 
desenvolvimento sustentável desafiam as instituições contemporâneas, geram controvérsias e agridem 
a noção tradicional de progresso.
A sociologia em geral e sua vertente ambiental não vislumbram em curto prazo a construção de uma 
sociedade sustentável globalizada que prescinda da intervenção tecnológica ou da pesquisa científica. 
Busca‑se, em vez disso, uma articulação entre o coletivo e o tecnológico para atingir a sustentabilidade.
116
Unidade II
A qualidade de vida e a questão ambiental constituem temas de discussão relativamente recentes: 
surgem da preocupação com a degradação ambiental a partir do final da década de 1980. A suposta 
qualidade de vida estaria comprometida por determinantes oriundos da industrialização e da urbanização, 
dadas as suas condições.
8.4 Exploração de recursos naturais e seus reflexos no meio ambiente e na 
natureza humana: comprometimento da sustentabilidade
Sempre destacamos que o Brasil é um país privilegiado por não apresentar grandes catástrofes 
naturais como ocorre em outros países, tais como vulcanismo ativo, tremores de terra e terremotos de 
grande magnitude, tsunamis, nevascas, ciclones, entre outros. No entanto, o paíscarece de uma legislação 
mais eficaz no controle e prevenção de grandes desastres decorrentes de atividades econômicas e de 
negligência ou descaso humano.
Entre outros setores apresentados, como a indústria de transformação e os agronegócios, podemos 
citar a atividade mineradora, que constitui um dos pontos fortes de nossa economia, notadamente a já 
mencionada extração do minério de ferro, exportado para China, Japão etc. No estado de Minas Gerais 
encontra‑se o famoso Quadrilátero Ferrífero, englobando, entre outras áreas, a região de Brumadinho, 
o vale do rio Paraopeba e o Córrego do Feijão. Também há reservas desse minério na Serra dos Carajás, 
no estado do Pará, e no Maciço ou Morro do Urucum, no Mato Grosso do Sul. Mas destacamos que, no 
que concerne ao armazenamento dos rejeitos resultantes da extração, a metodologia utilizada é antiga 
e inadequada, expondo a riscos à natureza e aos seres vivos inseridos em sua área de influência, sejam 
eles animais ou vegetais de vários tipos, assim como os indivíduos humanos que habitam ou trabalham 
nesse espaço e seu entorno.
Conjecturas à parte, a viabilidade de ocorrências que colocariam esses lugares e pessoas em risco 
não foi devidamente avaliada no caso de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, causando o que se 
pode classificar como genocídio, uma vez que, além de prejuízos ambientais, perderam‑se muitas vidas 
humanas, gerando consequências irreparáveis e indescritíveis àqueles que tiveram seus bens e entes 
queridos perdidos na lama dos rejeitos.
Questionamos: como prevenir essas ocorrências? Planejando de modo adequado, prevendo os 
riscos, tomando medidas para evitá‑los, utilizando tecnologias mais aprimoradas e compatíveis com 
a sustentabilidade ambiental e social, investindo mais e se preparando para não ter que, depois de 
desastres, indenizar as pessoas ou procurar aqueles que sucumbiram à lama de rejeitos.
A geografia estuda os recursos naturais e as fontes de energia, assim como os biomas terrestres, a 
biogeografia e a sociobiogeografia, e em todos os conteúdos trabalhados exaltamos a necessidade de 
cuidar de nossos mananciais, de toda a rede hidrográfica, dos animais, do solo e subsolo e acima de tudo 
dos seres humanos de maneira digna e segura. Essas práticas devem ser legitimadas pelas empresas 
que exploram os recursos enquanto empreendimentos, além de também serem garantidas pelo Poder 
Público em respeito às leis, evitando crimes ambientais e sociais. O geógrafo pode e deve se preocupar 
com o tema da sustentabilidade e preservação dos recursos naturais e seres vivos que deles dependem.
117
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
Para concluirmos a temática ambiental e a ajustarmos à proposta inicial da disciplina, apresentamos 
trechos traduzidos de obra clássica em economia ambiental e perguntamos: estamos consumindo 
demais para a conservação da biodiversidade?
 Destaque
Estamos consumindo demais… pelo quê?
Em uma nota provocativa publicada no Journal of Economic Perpectives, onze 
coautores, todos famosos economistas e ecologistas (Arrow et al., 2004), faziam no 
título do artigo a seguinte pergunta: “estamos consumindo demais?” A relevância da 
questão no campo da conservação foi logo realçada em um resumo na Conservation 
in Practice (Christensen, 2005), que em troca motivou uma resposta vinda de vários 
leitores (Conservation in Practice, v. 6, n. 3). Sem dúvidas que o artigo original provocou 
respostas, mas fazia parte da política do Journal of Economic Perspectives não publicar 
comentários. Não importa; quando onze líderes intelectuais conjuntamente publicam 
qualquer coisa, adquire um ar de “manifesto”, sendo solicitado que a comunidade 
científica verifique mais de perto esses argumentos – eles não merecem menos que isso, 
é uma consideração aos seus pensamentos. […]
Em sua primeira frase, Arrow et al. (2004, p. 147) revisaram a questão “estamos 
consumindo demais?” para o mais claramente antropocêntrico “o uso que a humanidade 
faz dos recursos da Terra está pondo em perigo as possibilidades econômicas disponíveis 
para os nossos descendentes?” “Possibilidades econômicas” indicam que a conservação 
da biodiversidade não é o critério‑chave para determinar se nós estamos consumindo 
demais. […] Arrow et al. (2004, p. 148) decidiram considerar o que acontece com o 
“bem‑estar social intertemporal”. Especificamente, o valor descontado de utilidade do 
presente para o infinito e agregado em relação às pessoas é maximizado ou pelo menos 
sustentável no sentido de não se deteriorar no decorrer das gerações?
Houve pouca consideração sobre o papel da biodiversidade em manter o bem‑estar 
social intertemporal, o que foi surpreendente, dado o grupo de ecologistas proeminentes 
entre os autores. Na realidade, Arrow et al. (2004, p. 161) só recorreram uma vez à 
biodiversidade: “Entre os recursos naturais não incluídos no estudo de Hamilton e 
Clemens [que abordaram os padrões de investimento das nações] estão os recursos da 
água, florestas como agentes de sequestro de carbono, pesca, poluentes do ar e da água, 
solo e biodiversidade”. Aí surge o questionamento: estamos consumindo demais para a 
conservação da biodiversidade? A biodiversidade não foi esclarecida, tanto para propósitos 
de investimento quanto para propósitos de consumo futuro. Que investimentos seriam 
necessários para facilitar as respostas e as conservações?
118
Unidade II
Os autores não desenvolveram uma função de produção sólida e ecológica. Ao contrário, 
eles fundaram a análise em uma função de utilidade, declarando que aquela utilidade 
no agregado seria uma função de consumo em qualquer determinado momento. Nós 
concordamos que a economia se refere à utilidade, ou à satisfação de desejos humanos; 
porém, utilidade não é só determinada por consumo de bens e serviços. Muitos fatores 
além do consumo contribuem com a utilidade, incluindo comunidade, companhia 
e até mesmo ecossistemas saudáveis. […] Utilidade é uma experiência, não uma coisa 
material.  Não tem uma taxa de crescimento natural como árvores em uma floresta, 
cervos em uma população, ou até dinheiro no banco […]. Nem pode a utilidade, um 
fenômeno psíquico, […] ser deixada de uma geração a outra. […]
Por outro lado, recursos naturais são coisas, não experiências. Alguns deles têm 
taxas de crescimento naturais e todos eles podem ser deixados para outras gerações. 
[…] Definir consumo excessivo em termos de processamento de recurso relativo às 
capacidades ambientais e definir igualdade intergeracional (de gerações) em termos de 
deixar uma base de recurso intacta são fórmulas mais operacionais que enigmáticas 
para calcular utilidade agregada descontada como se fosse mensurável e crescesse como 
dinheiro no banco.
Os aspectos biológicos e físicos do mundo em que vivemos limitam a satisfação de 
desejos humanos. Parece‑nos que, na tradição da economia neoclássica, Arrow et  al. 
(2004) deixaram estas limitações biofísicas longe, ao fundo, como “exterioridades” 
econômicas para serem enfrentadas pelo “shadow pricing” (“preço sombra”, a tarifa 
arbitrária dos valores do dólar para bens não comercializados). Claro que nenhuma teoria 
é perfeitamente completa e sempre haverá exterioridades. Quando tantas realidades, 
incluindo a biodiversidade e a capacidade da Terra de suportar vida, são classificadas 
como exterioridades para aplicar a teoria neoclássica, nós pensamos que está na hora de 
reestruturar a teoria. Como os cosmólogos ptolemaicos antigos, nossos onze autores estão 
postulando muitos epiciclos (círculo imaginário que cada planeta descreve) para salvar 
muitos fenômenos que são muito irregulares. Perguntamo‑nos por que os ecologistas 
entre eles não forneceram mais considerações quanto às limitações biofísicas ao bem‑estar 
social intertemporal. […]
Precisamente como eles decidiram se o consumo era excessivo ou deficiente? 
Eles usaram dois critérios: o “critério máximo de valor presente” e o “critério de 
sustentabilidade” (ARROW et al. 2004,p. 149‑150). O critério máximo de valor presente é 
o padrão em economia neoclássica e é atendido se o fluxo de valores futuros, descontado 
e somado ao valor presente equivalente, é maximizado. O critério de sustentabilidade 
deles é ligeiramente mais progressivo em termos ecológicos e é alcançado se o nível 
de consumo resulta em um fluxo sem quedas de utilidade. Porém, o consumo excessivo 
não significou para eles depleção da biodiversidade ou uso descomedido de recursos 
provendo resultados observáveis como a perda de serviços ecológicos ou poluição 
aumentada, nem significou a compra difundida de tranqueira falsa. Significou só que o 
consumo atual é muito grande relativo ao investimento se a pessoa quer maximizar ou 
119
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
pelo menos manter a utilidade não observável e subjetiva de indivíduos ainda por vir e 
teoricamente agregados em sociedade desde hoje até o infinito.
A igualdade intergeracional é uma das bases da sustentabilidade, e descontar o 
futuro, embora possa ser uma tendência humana natural e tenha alguma base quando 
houver taxas de crescimento naturais, é uma prática duvidosa para facilitar a igualdade 
intergeracional. Além disso, é duvidoso que as pessoas devam relacionar ou já relacionem 
presente e futuro (especialmente o futuro distante) por uma função exponencial. Por que 
não uma função logística característica de populações que estão realmente crescendo? 
Em qualquer caso, como nós podemos averiguar até que ponto a manutenção da 
biodiversidade seria valiosa para gerações futuras, especialmente quando nós só estamos 
começando a reconhecer os serviços ecológicos providenciados pela biodiversidade? Nós 
não podemos saber com precisão, mas Edward O. Wilson (1984, p. 121) pensou que a 
perda da biodiversidade será “a loucura que é menos provável que nossos descendentes 
perdoarão”. […]
De acordo com Arrow et al. (2004), a solução para o consumo excessivo atual 
é aumentar o investimento e assim aumentar o consumo e a utilidade no futuro. 
[…] Eles não nos dão nenhuma pista sobre isso que o critério do “bem‑estar social 
intertemporal” insinua para a conservação da biodiversidade. A avaliação deles acontece 
no mundo etéreo de experiência psíquica descontada das pessoas do porvir, não no 
mundo concreto de processamento de matéria e energia, entropia, biodiversidade e 
capacidades regenerativas de ecossistemas. Tal abstração é conveniente para evitar um 
confronto com a segunda lei da termodinâmica. Também qualifica a avaliação deles 
como um exemplo esplendente de Alfred North Whitehead (1925, p. 51) – “o engano 
da solidez extraviada” –, que Nicholas Georgescu‑Roegen (1971, p. 320) chamou de “o 
pecado cardeal da economia”. […]
Felizmente, com base nas realidades concretas da biologia de conservação, nós 
temos mais que uma pista sobre a relação de produção e consumo para a conservação 
da biodiversidade. As causas do risco de extinção das espécies nos EUA, por exemplo, 
são como um “quem é quem” da economia americana, quanto ao investimento e 
comportamento de consumo daquela economia. É por isso que um grupo diferente de 
ecologistas e economistas propôs recentemente usar o PIB como um indicador negativo 
para conservação de biodiversidade, notando a poderosa e causal correlação de PIB 
com o número de espécies federalmente listadas como ameaçadas e em risco (Czech 
et al., 2005). […]
Abordando o assunto de complementaridade entre os fluxos de recursos naturais por 
um lado e capital e fundos de trabalho por outro, Arrow et al. (2004) erraram o alvo. […]
O conceito do Banco Mundial de “investimento genuíno” (Arrow et al., 2004, p. 159) 
contou todas as formas de capital […] como substitutas de dólar para dólar perfeitamente 
fungíveis. Em outras palavras, não se preocupe se você pegar todo o peixe, cortar todas 
120
Unidade II
as florestas ou “dessequestrar” todo o carbono; contanto que você invista uma “quantia 
igual” em educação, sua capacidade de gerar utilidade futura permanece intacta. […] Nós 
os fazemos lembrar do óbvio: produção é a transformação de recursos (causa material) 
em produto pelos agentes de transformação, trabalho e capital (causa eficiente). 
Causa material e causa eficiente são complementos, não substitutos; o que está com 
fornecimento insuficiente é limitador. […]
A ausência deste reconhecimento vindo da análise leva os autores a oferecerem 
agricultura moderna como um caso de substituição próspera de capital para recursos 
naturais. “Está correto que nós consideramos o conhecimento e o capital como 
substituíveis dos recursos naturais; eles o são, como testemunhado pelo crescimento 
extraordinário em produtividade agrícola que fez confusão com a profecia de Malthus” 
(Arrow, comunicação pessoal). Nós, pelo contrário, consideramos que a agricultura 
moderna é um caso de substituir uma base de recurso (combustíveis fósseis e fertilizantes 
não renováveis) por outro (luz solar e solo renováveis) – não é um caso de substituir 
“capital” por recursos. Embora entendamos o impasse que conduziu à industrialização da 
agricultura, nós não ofereceríamos isto como evidência de sustentabilidade, nem temos 
muita confiança no achado “empírico” (uma consequência direta da sua hipótese de 
possibilidade de substituição) de Arrow et al. (2004) de que a China é a economia mais 
sustentável do mundo.
Arrow et al. (2004) pelo menos advertiram que sua análise não deduziu a depreciação 
do  conhecimento devido a morte e obsolescência. Porém, eles não notaram que 
uma parte significante da despesa em educação é consumo, não investimento. Nem 
reconheceram que o conhecimento humano se acumula em uma função de realocar 
capital natural para instalações de educação e pesquisa que deslocam espécies não 
humanas e os serviços ecológicos que elas proveem (Czech, 2001). Eles também 
não notaram que conhecimento novo às vezes é restritivo, em lugar de permissivo, de 
consumo adicional (por exemplo, mudança climática, diminuição do ozônio). […]
Em seu núcleo, o artigo de Arrow et al. (2004) pertence à economia neoclássica 
abstrata, ainda que com uma quantia modesta de valor agregado pelos ecologistas 
colaboradores. […] Muito suavizado em nossa visão foi o “conflito fundamental entre 
o crescimento econômico e a conservação de vida selvagem” (Trauger et al., 2003, p. 1). 
Isso ajuda a explicar por que, com a economia global em seu auge histórico e ainda 
crescendo, estamos de frente com a “sexta extinção em massa”. Parece‑nos claro que 
estamos realmente consumindo demais para a conservação de biodiversidade. Consensos 
genuínos entre economistas e ecologistas estão aquém do desejado, e nós admiramos 
os autores por fazerem um esforço. Mas pensamos que seu consenso foi bastante 
unilateral […].
Adaptado de: Daly (2007, tradução nossa).
121
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
 Resumo
Mencionamos as produções agrárias e sua relação com a industrialização 
do Brasil, bem como o volume de exportações brasileiras e suas parcerias 
econômicas, destacando as relações comerciais com países da Ásia como a 
China, os Tigres Asiáticos – Coreia do Sul, Singapura, Taiwan e Hong Kong – 
e o Japão. Essas parcerias abrangem tanto importações quanto exportações 
de diferenciados produtos.
Abordamos ainda as relações entre produção e natureza, uma questão 
importante no campo ambiental. Para explicitar a interação entre produção 
e consumo, a disponibilidade e o uso da terra ou do espaço aproveitável, 
definimos o conceito de pegada ecológica e sua aplicação, associando 
essa definição à posição dos economistas ambientais.
Propusemos a leitura de um texto complementar à temática e falamos 
sobre uma indústria sem poluentes, mas geradora de trabalho e de serviços 
diversos, que é a indústria do turismo, dando destaque ao turismo de saúde.
Também avaliamos o modelo capitalista em sua fase contemporânea e a 
relação entre modernidade, mudanças ambientais globais e uma aproximação 
teórica sobre sustentabilidade,abordando problemas como a extração de 
recursos naturais e seus reflexos no ambiente e na natureza humana. 
Encerramos nossa unidade citando as implicações da problemática 
ambiental nas atividades econômicas através da análise de um texto sobre 
a exploração indiscriminada de recursos naturais. Utilizamo‑nos ainda 
de exemplos da indústria de mineração, no caso do minério de ferro em 
Minas Gerais, e os problemas deixados pelo rompimento de barragens de 
acumulação de rejeitos em Mariana e Brumadinho, com perdas humanas, 
materiais e ambientais irreparáveis.
Finalizamos com um texto de economia ambiental e com a pergunta: 
estamos consumindo demais para a conservação da biodiversidade?
122
Unidade II
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2017) A economia financeira atual fez com que algumas cidades se tornassem 
centros de poder. Elas coordenam e centralizam atividades terciárias (bancos, publicidade, consultorias etc.) 
e são promotoras da integração das economias nacionais com os mercados mundiais. Conhecidas como 
cidades globais, constituem espaços essenciais de gestão, coordenação e planejamento da economia 
capitalista nessa época de globalização. Na figura a seguir, pode‑se observar a distribuição da rede de 
cidades globais:
Santiago Buenos Aires
Johannesburgo
Caracas
AtlantaMiami
Houston
Dallas
Cidade do México
São Francisco
MinneapolisMinneapolis
Chicago Washington
Nova YorkNova York
BostonBoston
MontrealMontreal
TorontoToronto
Oceano 
AtlânticoTrópico de CapricórnioTrópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Trópico de Trópico de 
CâncerCâncer
Circulo Polar ÁrticoCirculo Polar Ártico
EquadorEquador
Oceano 
Índico
Oceano 
Pacífico
Oceano 
Pacífico Singapura
Kuala Lumpur
Sydney
Melboume
BangkokBangkok
Hong Kong
Xangai
PequimPequim SeulSeul Tóquio
Taipé
Manila
São Paulo
N
km (no Equador)
0 2500 5000
Cidades globais
Alfa
Beta
Gama
Planisfério: distribuição das cidades globais
MoscouMoscou
EstocolmoEstocolmo
CopenhagueCopenhague
BudapesteBudapeste
IstambulIstambul
00 11301130
kmkm
RomaRoma
MilãoMilão
ZuriqueZurique
BarcelonaBarcelona
BruxelasBruxelas
LondresLondres AmsterdãAmsterdã
FrankfurtFrankfurt
HamburgoHamburgo
GenebraGenebra
MadriMadri
ParisParis
BerlimBerlim
VarsóviaVarsóviaPragaPraga
NN
Los Angeles
Jacarta
Osaka
Figura 49
Adaptada de: https://cutt.ly/i6bzqaQ. Acesso em: 12 jul. 2017.
Considerando a figura apresentada e a atual configuração das redes de cidades globais, avalie as 
afirmativas a seguir.
123
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
I – As cidades globais localizam‑se nos países centrais, pois estes são os responsáveis pela integração 
da economia financeira internacional, pela irradiação dos progressos tecnológicos e pela 
polarização dos fluxos das redes planetárias.
II – Singapura, Cidade do México e São Paulo são consideradas cidades globais, pois são importantes 
centros financeiros e bancários e concentram sedes de organizações internacionais.
III – As cidades globais, independentemente do tamanho da sua população, exercem importante 
papel econômico‑financeiro e técnico, pois são grandes prestadoras de serviços especializados e 
centros vitais da dinâmica capitalista atual.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: conforme pode ser observado na figura da questão, as cidades globais localizam‑se na 
América, Europa, Ásia, África e Oceania, sendo classificadas de acordo com seu nível de importância de 
infraestrutura e desenvolvimento, ou seja, níveis alfa, beta ou gama.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: Singapura, Cidade do México e São Paulo têm grande influência nas regiões onde estão 
localizadas, uma vez que concentram importantes estruturas de negócios e serviços. Em decorrência 
disso, tais cidades são classificadas como cidades nível alfa.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: as cidades globais são dessa forma denominadas por apresentarem alto grau de 
infraestrutura e desenvolvimento, além serem consideradas importantes centros políticos e econômicos.
124
Unidade II
Questão 2. Leia o texto a seguir:
Existe consumo com sustentabilidade ambiental?
Figura 50
O modelo econômico “extrair, transformar, descartar” parece estar atingindo seus limites e as 
organizações têm de encarar essa questão.
O consumo é um conceito que vai muito além do “consumismo” ou do consumo de produtos 
tangíveis, em especial os encontrados no varejo. Consumimos produtos, serviços, informações e 
símbolos diariamente, consciente ou inconscientemente. O próprio conceito de sustentabilidade tem 
sido “consumido” exaustivamente nas últimas décadas. Consumir não é necessariamente negativo 
e seríamos incapazes de renunciar a essa prática. Porém, o crescimento do número de pessoas e da 
capacidade de produção impõe uma responsabilização individual e coletiva sobre o seu impacto.
A sustentabilidade, que costumava ser uma bandeira de especialistas e um assunto visto como 
importante, mas de certa forma distante das urgências cotidianas, hoje está no centro do debate social 
e econômico. E, no World Economic Forum (WEF), que se realizou em janeiro de 2020, em Davos, na 
Suíça, não foi diferente. O evento é um dos mais importantes encontros do mundo entre líderes de 
diferentes setores e países e serve de palco para governos e empresas apresentarem suas propostas no 
equacionamento dessa problemática.
Pela primeira vez, seu relatório anual de riscos globais aponta que aqueles relacionados ao meio 
ambiente ocupam agora as primeiras posições, tanto em termos de probabilidade como impacto. Deixou 
de ser um problema setorizado ou regionalizado e, dessa forma, nenhuma organização, pública ou 
privada, pode prescindir desta questão.
Dentre as temáticas debatidas, uma economia livre de lixo (waste‑free economy) atinge diretamente 
as estratégias das empresas. Em geral, convivemos com um desconforto relacionado à questão, mas 
125
GEOGRAFIA ECONÔMICA DA INDÚSTRIA E AGRONEGÓCIOS
não temos a real dimensão das marcas que causamos ao meio ambiente. Quantos quilos de lixo um 
indivíduo produz anualmente? Estudos apontam que um brasileiro está perto de superar a geração de 
300 quilos de lixo ao ano. […]
E o que gera todo esse lixo? Quanto mais renda, mais consumo. O desperdício de plástico, por 
exemplo, está sufocando os oceanos, mas o nosso consumo dessa onipresente substância está apenas 
aumentando. E, para agravar a situação, cidades crescem rapidamente, sem sistemas adequados para 
gerenciar o volume e a composição de resíduos dos seus cidadãos. […]
Alguns fatores têm a capacidade de alterar o que desejamos e necessitamos consumir. O primeiro 
deles é a própria sociedade, que é causa e consequência dessas complexas mudanças, geradas por 
suas experiências cotidianas e pela evolução de seus valores. Outro fator são as demandas por novos 
padrões de produtos e serviços que gerem menor (ou zero) impacto negativo ao meio ambiente e às 
comunidades, assim como mudanças de hábitos que contribuam positivamente nessa equação. […]
Apesar da dimensão do desafio, temos que começar com o que está imediatamente diante de nós. 
Não há mais tempo a perder.
Adaptado de: https://bit.ly/3LTKvbi. Acesso em: 16 mar. 2021.
Com base no exposto e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas:
I – Se considerarmos que o peso médio do brasileiro é de aproximadamente 70 kg, podemos 
dizer que cada pessoa lança no meio ambiente o equivalente a quatro vezes o seu peso em 
resíduos anualmente.
II – O texto mostra que um dos resultados positivos do World Economic Forum (WEF) foi a instituição 
da economia livre de lixo (waste free economy), que deverá ser adotada pelas empresas de imediato.
III – De acordo com o texto, o consumo é o único causador de todas as formas de poluição do 
meio ambiente, visto que a prática do “extrair, transformare descartar” já ultrapassou os limites 
do razoável.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e III.
E) I e II.
Resposta correta: alternativa A.
126
Unidade II
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: conforme o texto, se um brasileiro está perto de superar a geração de 300 kg de lixo 
anuais, é possível constatar que cada pessoa lança, ao ano, no meio ambiente, o equivalente a quatro 
vezes o seu peso em resíduos, considerando que o peso médio do brasileiro é de 70 kg.
II – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o texto menciona que a questão da economia livre de lixo foi um dos temas debatidos 
no fórum, mas não menciona conclusivamente a adoção dessa prática pelas empresas, tampouco 
estabelece prazo para isso.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o texto alerta para o fato de que o consumo não é necessariamente negativo, contudo, 
seus excessos colaboram para a degradação ambiental, sendo que o crescente aumento da capacidade 
de produção e o respectivo aumento do consumo estão no centro do debate social e econômico.
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