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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Tana Flávia de Albuquerque Santos
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade abordará os princípios que fundamentaram a 
construção da Fisioterapia, suas bases metodológicas e derivações, 
com foco nos aspectos legais, conceitos e diretrizes. O objetivo desta 
unidade é contribuir para uma formação abrangente, esquivando dos 
modelos minimalistas que caracterizavam o ensino tecnicista que fez 
parte do passado da profissão. Por fim, as informações compiladas 
nesse material servem de modelo para a construção de uma visão 
profissional que antecipe as tendências evolutivas da profissão, corro-
borando para o crescimento individual e consequentemente a valori-
zação da Fisioterapia. 
Fisioterapia. Saúde Coletiva. Sistema Único de Saúde.
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 CAPÍTULO 01
HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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35
A Fisioterapia no Mundo: do Surgimento Empírico à Construção 
da Ciência _____________________________________________________
Bioética no Brasil ______________________________________________
 CAPÍTULO 02
BIOÉTICA E ASPECTOS LEGAIS DA PROFISSÃO
Bioética: Uma Breve História, Conceitos e Definição _____________ 32
28Recapitulando ________________________________________________
Habilidades e Competências do Fisioterapeuta _________________ 44
19
História da Fisioterapia no Brasil: a Epidemia de Poliomielite e 
o Início do Reconhecimento Profissional _______________________
36
A Criação do COFFITO, CREFITTO e do Código de Ética e Deon-
tologia da Fisioterapia e Terapia Ocupacional ___________________
Recapitulando _________________________________________________ 48
 CAPÍTULO 03
ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
A Construção do Sistema Público de Saúde Brasileiro __________ 53
Legislação Aplicada à Fisioterapia – Leis e Decretos _____________ 46
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Princípios e Diretrizes do SUS ____________________________________ 56
Humanização das Práticas de Saúde Frente ao Paciente e a Po-
lítica Nacional de Humanização _________________________________ 61
Equipe Multidisciplinar de Saúde e Integração Multiprofissional _ 64
Recapitulando __________________________________________________ 68
Fechando a Unidade ____________________________________________ 73
Referências _____________________________________________________ 76
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A história da Fisioterapia é marcada por diversas fases da evolu-
ção sociocultural mundial, e pelos grandes fatos históricos que interferiram 
diretamente na saúde física do ser humano. O processo de construção da 
profissão seguiu uma linha evolutiva que acompanhou o desenvolvimen-
to econômico, tecnológico e as novas necessidades da sociedade. O in-
teresse inicial pelas terapias que envolvem recursos naturais e corporais 
surgiu dos médicos, e isso justifica alguns pontos de interseção entre as 
duas profissões, que ainda hoje é motivo de discussão e brigas judiciais.
O surgimento abrupto das práticas reabilitadoras pela medicina, 
para atender a um grande contingente de pessoas com sequelas físicas, 
devido à epidemia de poliomielite, das duas grandes guerras e da indus-
trialização, fez com que a Fisioterapia carregasse durante muitos anos, 
uma característica tecnicista, que foi se dissolvendo ao longo dos anos e 
da evolução técnico-científica dos profissionais. Apesar da legislação, na 
prática, o Fisioterapeuta ainda precisa modificar o estigma do seu passa-
do e se impor perante a sociedade como um profissional independente.
Ainda que, a origem da Fisioterapia venha de uma profissão 
paramédica, a necessidade de desenvolvimento extrapolou o controle 
da classe, à medida que o aprimoramento profissional do fisioterapeuta 
foi se mostrando necessário, para atender à crescente demanda popu-lacional frente ao aumento da taxa de urbanização e o surgimento de 
novas demandas de saúde. 
No Brasil, a luta para a independência e regulamentação da 
profissão ganhou força e apoio de grandes nomes da política e de pes-
soas influentes que foram atingidos pela epidemia de poliomielite. A 
partir desses fatos deu-se início a construção dessa nova e promissora 
área de atuação que trouxe incontáveis benefícios para a população. A 
compreensão desse contexto histórico, permite ao profissional quebrar 
paradigmas que assolam a profissão e traçar soluções e estratégias 
para desviar-se de obstáculos e modificar o rumo profissional. 
O Fisioterapeuta deve abandonar a mentalidade focada exclusi-
vamente nas questões reabilitadoras, e aderir ao modelo de saúde mais 
abrangente que a profissão adquiriu ao longo do processo, desde os tem-
pos mais antigos até se tornar uma profissão de nível superior, indepen-
dente, com autonomia profissional e em constante transformação. Para 
isso é preciso entender os conceitos éticos que regem a profissão, os prin-
cípios bioéticos adquiridos pela sociedade, a legislação que surge para tra-
zer ordem e manter a paz, além de todas as outras necessidades sociais.
Diante dos fatos expostos, é imprescindível o conhecimento de 
conceitos, princípios e diretrizes que regulamentam o sistema de saúde 
nacional e as políticas nacionais sobre as práticas em saúde, da qual 
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o Fisioterapeuta se tornou parte fundamental para a manutenção do 
direito à saúde garantido pela constituição.
A Fisioterapia contemporânea não permite mais ao profissional 
restringir-se em aplicar métodos e técnicas com perfeição, o profissional 
que insiste nesse modelo retrógrado, contribui para a desvalorização 
da classe. Os profissionais devem incorporar as novas tendências da 
saúde mundial em sua prática clínica, por isso, a atualização constante 
se faz necessária e obrigatória a todos.
Ante a importância da reformulação e envolvimento do profis-
sional com outras áreas do conhecimento, visando suprir as necessida-
des da sociedade e antecipar as tendências do mercado, o profissional 
deve adequar a atuação em face dos novos conceitos e as novas políti-
cas nacionais de práticas em saúde.
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A FISIOTERAPIA NO MUNDO: DO SURGIMENTO EMPÍRICO À 
CONSTRUÇÃO DA CIÊNCIA
O conhecimento acerca da origem da profissão e de sua cons-
trução cultural é indispensável para a compreensão e representação 
dos valores profissionais e do seu objeto de trabalho. O entendimento 
da Fisioterapia contemporânea exige uma visão crítica e ampla da his-
tória. Pode -se dizer que a Fisioterapia, não em sua configuração atual, 
porém através da utilização de recursos naturais e do próprio movimen-
to do corpo humano, existe desde a antiguidade. Registros arqueológi-
cos ilustram os povos antigos utilizando o sol, água e até o peixe elétrico 
(Electrophorus electricus) para o tratamento de enfermidades.
Um nome importante na Grécia antiga, que contribuiu para a 
HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA
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evolução da terapia através do movimento e do estudo da anatomia, 
foi Galeno (130 a 199 d.C.). Ele distinguiu nervos motores e sensiti-
vos, músculos agonistas e antagonistas e descreveu o tônus muscular. 
Esses conceitos primários, despertaram o interesse da medicina sobre 
novas possibilidades de tratamentos.
Durante a Idade Média, a forte influência religiosa desacelerou 
o progresso científico da medicina, nesse período, o corpo era visto 
como um recipiente e as enfermidades e incapacidades físicas como 
castigo. A medicina, uma prática totalmente empírica naquela época, 
passou por um processo de estagnação e desvalorização. A impossibili-
dade de realizar novos estudos de dissecação, prática condenada pela 
igreja, gerou uma lacuna na história da medicina que continuou basean-
do seus tratamentos nos estudos rudimentares de Galeno: 
As ordens religiosas eram inimigas do corpo. Os hospitais da idade média 
tinham caráter eclesiástico estavam juntos dos mosteiros mais importantes e 
suas salas de enfermos encontravam-se imediatamente ao lado das capelas, 
havia, inclusive, altares nas salas dos enfermos não havendo local apropria-
do para realização de exercícios (LINDMAN,1975 Apud Barros, 2008).
Os egípcios e os persas continuaram os estudos durante a ida-
de média e, nesse período, protagonizaram a revolução dos avanços da 
medicina e da descoberta de novas modalidades terapêuticas. Nessa 
época, os exercícios e a terapia manual ganhavam espaço na medicina 
do oriente, enquanto no ocidente, as influências religiosas e culturais 
coibiam os cuidados com a saúde física e a valorização do corpo.
Filme sobre o assunto: The Physsician/ O Médico (Univer-
sal, 2013)
Observação: o aluno deve refletir sobre os desafios en-
frentados pela ciência e pela medicina na idade média e o quanto 
a cultura, os dogmas e paradigmas podem ser fatores limitantes 
para o desenvolvimento da saúde.
Após esse período, a época da história compreendida como 
Renascimento (séc. XV – XVI), abriu espaço para o movimento huma-
nista , onde havia a valorização da arte, política e dos aspectos rela-
cionados à saúde. Nessa época, a medicina começou a incorporar os 
aspectos preventivos e não apenas curativos, além disso, houve um 
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amento da preocupação com a manutenção da saúde dos indivíduos.
Em 1569, Jeronimus Mercurialis, lançou o Livro “A Arte da Ginásti-
ca”, que caracterizava cinco princípios para aplicação da ginástica médica: 
1) exercícios para conservar um estado saudável já existente; 2) regularida-
de no exercício; 3) exercícios para indivíduos enfermos cujo estágio pode 
exacerbar-se; 4) exercícios individuais para convalescentes e 5) exercícios 
para pessoas com ocupações sedentárias (CARVALHO, 2018, p.85).
Durante a transição entre o Renascimento e a Industrializa-
ção (período compreendido entre os séculos XVIII e XIX) a medicina 
foi incorporando em sua prática novos conceitos para acompanhar a 
transformação social. Existem registros da utilização da eletricidade e 
da hidroterapia na medicina no final do século XVIII. Embora a utilização 
desses recursos constasse nos registros desde a antiguidade Roma-
na, apenas nessa época eles foram desenvolvidos e viraram objeto de 
estudos para aplicação clínica na medicina (REBELATTO, 1999). Essa 
época foi um marco do desenvolvimento técnico-científico na área da 
saúde, impulsionado pelo surgimento e proliferação de novas doenças, 
além de doenças ocupacionais e acidente de trabalho devido à debilida-
de das condições de trabalho impostas.
A partir do século XX alguns fatos históricos contribuíram para 
a constituição e início da Fisioterapia enquanto profissão em diversos 
países do mundo. Nesse século, a humanidade vivenciou três importan-
tes episódios que promoveram um crescimento excessivo de pessoas 
que necessitavam de reabilitação: a epidemia de Poliomielite , a primei-
ra guerra mundial (1914-1918) e a segunda guerra Mundial (1939-1945) 
(BARROS, 2008).
A primeira grande epidemia de Pólio nos Estados Unidos, em 
1916, infectou mais de 27.000 pessoas resultando em 6.000 mortes e 
milhares de casos de paralisia flácida. Ao longo da epidemia, que durou 
cerca de 40 anos, sendo controlada em 1955, o número de pessoas in-
fectadas, por ano, chegou a 38.000, sendo o pico de infecção em 1952, 
com uma taxa de 35 para cada 100.000 habitantes. (BARROS, 2008).
A reabilitação durante a primeira guerra mundial se desenvol-
veu como uma área da medicina através dos centros de reabilitação. 
A necessidadeda criação desses centros se deu devido à redução im-
portante da mão de obra ativa de trabalho nos países participantes da 
guerra. A partir dessa necessidade, a reabilitação foi tomando formas 
e as prescrições médicas voltaram-se para a recuperação funcional do 
indivíduo e não mais para o tratamento curativo.
 
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A Fisioterapia surgiu a partir da transição epidemiológica e 
de novas demandas do estado de saúde dos indivíduos. As profis-
sões da área da saúde precisam acompanhar a evolução tecnoló-
gica bem como os profissionais precisam manter-se em constante 
atualização, para que seus conhecimentos não se tornem obsoletos.
O surgimento de novos casos decorrentes das sequelas de 
poliomielite, o aumento da complexidade, da variedade de casos de 
distúrbios motores e as guerras fizeram com que os grupos de profissio-
nais, formados para atuar na reabilitação, organizarem-se para estudar 
e evoluir as formas de tratamento. 
Um médico militar da Bavária chamado Dr. Lorenz Gleich, em 
1851, publicou, pela primeira vez, um artigo em que trazia o termo “Fisio-
terapia” e, posteriormente, em 1894, o médico Dr. Edward Playter sugeriu 
a utilização do termo “Fisioterapia” durante uma apresentação na reunião 
médica que acontece semestralmente em Montreal, no Canadá, para se 
referir aos tratamentos utilizando recursos naturais (SHAIK, 2014).
 Nessa reunião o Dr. Playter enfatizou a importância do uso de 
agentes naturais antes da prescrição de drogas e encorajou os cole-
gas da medicina a realizarem pesquisas sobre esse campo de atuação. 
Mais tarde, no mesmo ano, esse artigo foi publicado no Montreal Medi-
cal Journal e serviu de base para a formação de escolas de reabilitação 
que surgiram em outros países.
Os primeiros cursos de Fisioterapia, no mundo, surgiram na 
Alemanha (1902), em Dresden, e na Inglaterra (1918). Nessa época, 
estudos com a colaboração entre médicos e Fisioterapeutas deram ori-
gem aos métodos que são utilizados até hoje: Método Klapp para es-
coliose; Cinesioterapia respiratória e o Método Bobath , para tratamento 
da paralisia cerebral (PETRI,2006).
A consolidação da Fisioterapia ocorreu nos Estados Unidos, 
quando a profissão ganhou grande visibilidade, em decorrência da epi-
demia de Pólio e dos amputados da primeira guerra Mundial. Uma en-
tidade, denominada Mulheres Auxiliares dos Médicos ou Auxiliares de 
Reabilitação, que era uma subdivisão do departamento médico do exér-
cito, teve uma grande representante, considerada a primeira Fisiotera-
peuta americana, que trabalhou na primeira guerra Mundial. 
Em 1915, Mary McMillan, foi nomeada chefe dos Serviços de 
Assistência e Reabilitação do maior Hospital militar da época. A fisiote-
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rapeuta americana foi uma das fundadoras do curso de Formação em 
reabilitação de emergência, em 1917, denominado Reconstruction aide 
ou auxiliares da reconstrução (LOW, 1992).
Imagem 1- Mary McMillan, primeira Fisioterapeuta (mãe da Fisioterapia).
Fonte: (APTA, 2017).
A parceria entre médicos e fisioterapeutas cresceu, o que impul-
sionou o reconhecimento público da profissão. Em 1921, Mary McMillan 
fundou a primeira associação profissional chamada American Women’s 
Physical Therapeutic Association, e incluía 274 membros fundadores. 
Em 1922, homens foram aceitos e a associação mudou seu nome para 
American Physiotherapy Association (APA) (LOW,1992).
A Fisioterapia, inicialmente, era executada apenas por mu-
lheres. A figura feminina foi escolhida para essa prática porque re-
presentava delicadeza e sutileza. Mas as mulheres, Fisioterapeutas, 
vislumbram-se como mulheres fortes. Elas começaram a ganhar 
espaço como reabilitadoras e utilizavam recursos rígidos advindos 
da medicina, modificando a falsa impressão de que Fisioterapia de-
mandava apenas delicadeza e impuseram sua força aliada à ciência.
Outro fato que marcou a história da Fisioterapia foi a infecção 
por pólio do presidente americano, Franklin Roosevelt , em 1921, aos 
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39 anos. Roosevelt necessitou da reabilitação e, durante o enfrenta-
mento da epidemia, que durou até a década de 50, ele foi o responsável 
por criar a Fundação Nacional de Paralisia Infantil e investiu mais de 
um milhão de dólares para o avanço de pesquisas da Fisioterapia no 
combate à poliomielite paralítica (BARROS, 2008).
Imagem 2 - FranKlin Roosevelt em sua cadeira de rodas.
Fonte: Disponível em http://www.ibdd.org.br/images/franklin%20roosevelt.jpg 
acesso dia 24/04/2020 às 00:51 
Durante a Segunda guerra mundial (1939-1945), os fisiotera-
peutas eram responsáveis por toda a parte de reabilitação e os médicos 
se dedicavam às cirurgias e outras práticas. O fisioterapeuta assumiu 
as práticas de cinesioterapia para atender à grande demanda de pesso-
as com incapacidades que surgiram nessa época.
Como Parte do processo de desenvolvimento da profissão de 
fisioterapeuta a organização mundial da saúde criou a World Confede-
ration Physical for Therapy (WCPT) na Dinamarca, em 1951, e registrou 
a adesão inicial de 13 países. A WCPT, até dezembro de 2001, contava 
com mais de 82 países participantes, incluindo o Brasil. O congresso 
da WCPT aconteceu pela primeira vez em 1953, em Londres, e reuniu 
mais de 1500 participantes de 25 países. Esse congresso ainda acon-
tece bienalmente, sendo o último realizado em 2019, em Genebra, e o 
próximo acontecerá em 2021 em Dubai (WCPT, 2016).
A Fisioterapia foi ganhando visibilidade, e com a epidemia de po-
liomielite se espalhando pelo mundo, ela chegou ao Brasil e, nessa época, 
deu-se início à história da Fisioterapia no nosso país. O próximo tópico 
discorrer sobre o surgimento e regulamentação da profissão no Brasil.
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HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL: A EPIDEMIA DE POLIO-
MIELITE E O INÍCIO DO RECONHECIMENTO PROFISSIONAL
Na época da colonização, a saúde no Brasil se resume em 
tratamentos realizados por padres Jesuítas, pajés, curandeiros africa-
nos e médicos trazidos pelos colonizadores (portugueses, holandeses 
e espanhóis). Com a saída da Família Real Portuguesa do Brasil, sur-
giu a necessidade da formação de recursos humanos para atender as 
famílias dos grandes monarcas que continuam instalados aqui. Dessa 
forma, em 5 de novembro de 1808 surgiu o primeiro curso de Medicina, 
pela Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, conhe-
cida atualmente como Faculdade de Medicina da Universidade Federal 
do Rio de janeiro (REBELATTO,1999).
Os primeiros médicos formados no Brasil, durante suas via-
gens e contato com médicos de outros países, principalmente do conti-
nente europeu, conheceram a utilização de recursos elétricos e hídricos 
para o tratamento de sequelas físicas. O médico Artur Silva, ainda no 
século XIX, participou da criação do primeiro Serviço de Fisioterapia do 
Hospital da Misericórdia do Rio de Janeiro, em 1884 (BARROS, 2008).
Na virada no séc. XIX para o séc. XX, o interesse dos médicos 
pela área da fisioterapia começou a crescer muito. Nessa época surgi-
ram as primeiras defesas de tese para obtenção do título de Doutor cujo 
assunto contextualizava o momento vivido pelos médicos e a importân-
cia da utilização da fisioterapia.
Já no século XX, o médico Adolpho Gomes Pereira, defendeu 
sua tese de doutorado cujo título era: “Physiotherapia” (como era escrito 
na época). Em sua defesa podemos destacar uma citação que demons-
trava o grande interesse dos médicos a respeito da Fisioterapia e seu 
futuro promissor:
O estado actual da Physiotherapia, como o demonstram recentes e impor-
tantíssimos trabalhos, é o mais auspicioso possível, se levarmos em consi-
deração o meticuloso estudo e extensa aplicação que lheoutorgam os paizes 
civilizados do velho mundo[...] Guimball em seu arrojo convencido profetiza-
va-lhe (a Physiotherapia) o domínio absoluta na medicina do futuro.” (PEREI-
RA, 1904 apud BARROS, 2008).
Em 1919, a fisioterapia no Brasil inicia sua história com a cria-
ção do departamento de eletricidade médica pelo professor Raphael de 
Barros, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Isso 
despertou o interesse de outros médicos e, em 1929, o Dr. Waldo Rolim 
Moraes instalou o serviço de Fisioterapia no Hospital da Santa Casa de 
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Misericórdia de São Paulo. O Dr. Rolim e o Dr. Raphael de Barros foram 
os grandes precursores da fisioterapia no Brasil, enquanto profissão. 
(MARQUES,1994)
Alguns anos após a implementação dos serviços de fisiotera-
pia, na década de 30 do século XX, diversas capitais brasileiras foram 
fortemente afetadas pela paralisia infantil, provocada pela epidemia de 
poliomielite. Então, luta pela implementação da Fisioterapia que já havia 
sido estimulada pela primeira guerra mundial, transformou-se em uma 
corrida contra o tempo, sendo o período de maior crescimento de estu-
dos e pesquisas sobre reabilitação no país.
O primeiro curso de Fisioterapia no Brasil surgiu em 1951, na 
Universidade de São Paulo (USP). A formação era de nível técnico, com 
duração de 1 ano, em período integral. Os “Fisioterapistas” como eram 
chamados na época, apenas aprendiam a executar técnicas e ligar e 
desligar aparelhos. Todas as condutas e diagnósticos eram realizadas 
pelos médicos responsáveis pelo setor de reabilitação.
 Em 1953, a poliomielite, doença mais temida do século XX, 
atingiu uma taxa de infecção de 21,5 pessoas por 100 mil habitantes, 
no Rio de janeiro. Nos Estados Unidos, nessa mesma época, o número 
de infectados chegou a 57.900 casos. Médicos travavam uma disputa 
contra políticos que negavam a epidemia, mas a sociedade já sofria 
com o aumento no número de casos de crianças com paralisia cerebral. 
Uma matéria publicada no jornal mais circulado da época, Correio da 
Manhã, estampava em sua capa o título: “A sombra da invalidez sobre 
a coletividade” (BARROS, 2008).
Filme sobre o assunto: A vacina que mudou o mundo – Do-
cumentário (2010)
Acesse o Link: https://www.youtube.com/watch?v=4Ew-
6TybMTNs e https://www.abbr.org.br/abbr/historico/abbr_na_li-
nha_do_tempo.html
Observação: o documentário descreve os impactos da do-
ença sobre a sociedade e os desafios da medicina para encontrar 
a vacina e reabilitar os milhares de infectados que sobreviveram, 
mas tiveram que enfrentar a paralisia.
A implementação da Fisioterapia no Brasil sofreu grandes influ-
ências políticas, interesses da classe médica, necessidade social e um 
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fator que faz parte da essência da profissão, a Filantropia. Em 1954 um 
grupo da alta sociedade brasileira (classe muito atingida pela pólio, cerca 
de 60% dos infectados pertenciam às classes mais favorecidas) se uni-
ram para criar uma associação beneficente com o objetivo de promover a 
recuperação das vítimas da paralisia infantil ou acidentes, em um centro 
especializado de reabilitação. Foi assim que surgiu a Associação Brasileira 
Beneficente de Reabilitação (ABBR), idealizada por dois grandes empre-
sários da época e tendo como primeiro presidente Percy Charles Murray, 
paraplégico e presidente do The National Citibank (BARROS, 2008).
Imagem 3: Matéria sobre ABBR no Jornal O GLOBO em 1956
Fonte: Acesso dia 26/04/2020 às 22:57 Disponível em: https://www.abbr.org.
br/abbr/historico/abbr_na_linha_do_tempo.html
Um dos membros do conselho da ABBR, Celso da Rocha Mi-
randa, tinha fortes ligações com Juscelino Kubitschek e foi um dos prin-
cipais responsáveis pela arrecadação de fundos para a campanha de 
JK à presidência. A proximidade entre Juscelino e Celso garantiram o 
engajamento do então candidato à Presidência, que enquanto governa-
dor do Estado de Minas Gerais, juntamente de sua esposa Sarah Ku-
bitschek, já eram grandes apoiadores de causas sociais e filantrópicas. 
Os primeiros pavilhões da ABBR eram feitos de madeira, cerca de 40 
toneladas doadas pela esposa de Juscelino (BARROS, 2008).
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Sarah Kubitschek foi reconhecida como a primeira dama 
mais atuante da história, ela fundou em Minas Gerais, no ano de 
1956, a Fundação das Pioneiras Sociais. Em 1960, quando Jusceli-
no se tornou presidente, a fundação se transformou no maior com-
plexo de reabilitação do país, com a primeira sede em Brasília. O 
Centro de Reabilitação, que leva o nome da primeira dama, até hoje 
é uma das grandes referências em reabilitação do país. Acesse o 
link : http://www.sarah.br/a-rede-sarah/nossa-historia/
Imagem 4: O presidente da República Juscelino Kubitschek e sua esposa, jun-
tamente com a Sra. Malu R. Miranda, representante da ABBR na inauguração.
Fonte: disponível em: http://www.abbr.org.br/relatorios/relatorio2005/historico.
htm acesso dia 26/04/2020 às 23:48.
O surgimento da ABBR marca um fato importante sobre o de-
senvolvimento da Fisioterapia enquanto profissão independente e da au-
tonomia dos futuros reabilitadores da época. Os cursos de formação de 
fisioterapeutas no Brasil ainda eram precários e a formação de caráter 
técnico dificultava a expansão profissional e, dessa forma, havia pou-
cos profissionais para atender às demandas da associação. Com isso, 
a ABBR criou, em 1957, o primeiro curso com a finalidade de diplomar 
Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais. Em 1957, o curso sofreu mo-
dificação e a duração foi ampliada para 3 anos (BARROS, 2008).
Para que a formação atendesse aos padrões internacionais e às 
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necessidades da ABBR, foi necessário trazer duas fisioterapeutas estran-
geiras, a Dra. Edith MacConnel (Escócia) e a Dra. Ann Winter (Canadá), 
para ministrar as aulas. Como elas não falavam português, as aulas eram 
traduzidas pela aluna Wanda Lechowski, esse então se tornou o primeiro 
curso a ser ministrado por fisioterapeutas no Brasil (CARVALHO,2018).
Em 1959 foi fundada a Associação Brasileira de Fisioterapeu-
tas (ABF), em São Paulo, com o objetivo de unificar a classe e somar 
forças entre os fisioterapeutas de todo o país. Esse fato contribuiu para 
o início da luta para o reconhecimento da profissão. A ABF foi reconhe-
cida em nível internacional pela WCPT em 1963, o que assegurou diver-
sos benefícios aos fisioterapeutas da época (BARROS, 2008).
A primeira conferência patrocinada pela ABF ocorreu em 1962, 
em uma das publicações realizadas durante a conferência, era notória 
a insatisfação dos fisioterapeutas com relação à intervenção de outros 
profissionais no processo de reabilitação e citava a importância da auto-
nomia profissional. Além disso, é possível observar a movimentação da 
classe em prol do seu objetivo de regulamentação da profissão:
[...] Verificam-se assim intromissões incompreensíveis de certos círculos so-
bre outros que ainda estão em fase de desenvolvimento, negando-se-lhes 
assim, a capacidade de dirigirem seus assuntos de Motu Próprio, e resulta 
do paradoxo demais, quando isso acontece num país tão exuberante demo-
crático como o Brasil. Deve-se extinguir para sempre, a falsa paternidade 
de constituírem-se indevidamente em advogados de terceiros. O direito à 
soberania individual e profissional é inviolável. Defendendo e usando desse 
direito, nos encontramos perfeitamente aptos e capacitados para traçar o 
futuro da profissão de Fisioterapeutas[...] (ABF, 1962 Apud BARROS, 2008).
Após a conferência, a ABBR e a USP entraram com um pedido 
de implementação de um currículo mínimo para a Formação do Fisiote-
rapeuta nas instituições. O conselho federal de Educação,estabeleceu 
o parecer 388/63 homologado através da portaria 511/64 do MEC, com 
as exigências mínimas para o currículo de formação universitária.
Em 1969, o Brasil ainda não contava com um número de institui-
ções suficiente para formar fisioterapeutas, uma das dificuldades era a falta 
desses profissionais com especialização para assumir as cadeiras de do-
centes das instituições. A WCPT, observando a dificuldade dos países, em 
especial da América do sul, promoveu o primeiro curso para professores 
latino-americanos. Cada país enviou 2 profissionais, o Brasil enviou pro-
fessores da USP, que voltaram com o título de Mestre (MARQUES, 1994).
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A Regulamentação da Profissão no Brasil
Após o surgimento da ABF, a ABBR começou a empreender 
esforços para regulamentar a profissão de fisioterapeuta, tendo em vis-
ta a expansão da reabilitação no país. Dessa forma, as associações ini-
ciaram o processo apresentando dois projetos ao congresso nacional.
O projeto de lei nº 4.789 de 1958, foi apresentado, inicialmen-
te, por um deputado apoiador da causa. O documento elaborado era 
um resumo do regimento interno da EERJ e da USP, onde citavam o 
processo de formação profissional. A justificativa do deputado perante 
a comissão era que a profissão já havia sido regulamentada em países 
como Estados Unidos e Inglaterra, além do fato de que centros de rea-
bilitação encontrava-se em pleno funcionamento. Esse projeto passou 
pela comissão de educação, mas não foi aprovado pela comissão de 
Saúde. Na ocasião, a justificativa do relator foi que os cursos de forma-
ção não atendiam aos padrões internacionais para formação de profis-
sionais e então o projeto foi arquivado (BARROS, 2008).
Diante das dificuldades em aprovar a regulamentação da classe, 
após essa primeira tentativa, a ERRJ da ABBR, instituiu uma comissão 
para desempenhar o papel de adequar a estrutura do curso e preparar a 
documentação exigida. Isso ocorreu em 1961, quando uma nova tentativa, 
desta vez através do Conselho Nacional de Educação (CNE) foi aceita e o 
processo foi encaminhado para o reconhecimento em outros órgãos res-
ponsáveis. Porém, por um infortúnio do destino ou uma interferência políti-
ca, no final desse mesmo ano a lei de Diretrizes e Bases do sistema edu-
cacional, extinguiu o CNE e fundou o Conselho Federal de Educação, que 
ficou responsável pela análise dos processos da CNE (MARQUES, 1994).
Na ocasião, o Médico e ex-Ministro da Educação e Cultura, 
Clóvis Salgado , nomeado relator desse caso, apresentou um parecer 
de três páginas em que concluía que: “Fisioterapia, Enfermagem e ou-
tras, eram atos, apenas meras ocupações”. Nesse momento da história, 
era nítida a preocupação da classe médica em não perder o controle 
sobre as demais profissões (BARROS, 2008).
Em 1963, houve uma nova tentativa de aprovar a regulamen-
tação da profissão no Brasil. Para isso, o deputado João Vieira, acres-
centou uma cláusula no texto apresentado anteriormente pelo deputado 
Portugal Tavares. O novo artigo incluía a carga horária mínima de for-
mação de 2500 horas, sendo 1000 horas teórico-práticas e 1500 horas 
de treinamento supervisionado. Porém, havia um artigo que condiciona-
va o exercício da fisioterapia e terapia ocupacional à supervisão médi-
ca. Em sua justificativa o deputado citou: “E quem tem a felicidade de ter 
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filhos sadios, tem a obrigação de doar algo para a causa da reabilitação, 
esse é o lema da ABBR” (BARROS, 2008, p. 950). 
Nessa época iniciou-se a disputada pelo “mercado da saú-
de”, que estava em franca ascensão e era dominado exclusivamen-
te pela medicina. Porém, a necessidade e a luta pelo direto à saúde, 
abriu espaço para profissões novas e promissoras, como é o caso 
da Fisioterapia. Esse fato desagradou a muitos nomes importantes 
da História da medicina, que serão citados nos próximos parágra-
fos. Essa disputa segue até os dias atuais, onde profissões bus-
cam exclusividade em técnicas e práticas que são compartilhadas.
A hipótese de que a classe médica havia se mobilizado para 
não perder o controle sobre a área da saúde se reafirma após a publica-
ção do parecer 388/63, também elaborado pelo médico Clóvis Salgado, 
em que dizia:
Insisto na caracterização desses profissionais como auxiliares médicos, que 
desempenham tarefas de caráter terapêutico sob a orientação e responsabi-
lidade do médico. A esse, cabe dirigir, chefiar e liderar a equipe de reabilita-
ção, dentro da qual são elementos básicos: o médico, o assistente social, o 
psicólogo, o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional. Acrescento ainda que 
não compete aos dois últimos o diagnóstico da doença ou da deficiência a 
ser corrigida. Cabe-lhes, executar, com perfeição, aquelas técnicas, aprendi-
zagens e exercícios recomendados pelo médico (Barros 2008).
Esse parecer, emitido pela comissão, que foi ao plenário do 
Conselho Federal de Educação, sugeriu ainda que fossem incluídos os 
termos “técnico em fisioterapia” e não aceitaram a proposta de currículo 
apresentada pela ABBR, alegando que preferiam um currículo exequível, 
sugerindo que a formação de um fisioterapeuta deveria ser simplória.
Em 23 de julho de 1964 o ministério da educação, coordenado 
pelo Ministro Luís Antônio da Gama e Silva definiu, pela primeira vez, o cur-
rículo mínimo dos cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. No dia 26 
de novembro de 1965, o presidente Castello Branco , concedeu, por meio 
do decreto 57.363, à Escola de Reabilitação do Rio de janeiro (ERRJ), per-
tencente à ABBR, o reconhecimento dos cursos de Fisioterapia e Terapia 
ocupacional, sendo assim, permitidas a emitir diplomas (BARROS, 2008).
Em 1969, no auge do regime militar, por meio do decreto-lei 938 
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do dia 13 de outubro desse mesmo ano, a Fisioterapia foi regulamentada 
enquanto profissão de nível superior. Esse mesmo decreto estabelece 
como privativa ao fisioterapeuta a atuação na área da Fisioterapia.
Acesse o Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-
to-lei/1965 1988/Del0938.htm
Observação: o decreto lei 938/69 é o mais importante da 
história da nossa profissão, é importante que o aluno faça a leitura 
na íntegra. Além disso, ele está presente nas questões da maioria 
dos concursos públicos da nossa área.
A Dra. Sônia Gusman, um grande nome da Fisioterapia no Bra-
sil que, na época, era presidente da ABF, relatou algumas vezes em 
entrevistas que um dos fatos que contribuiu para a regulamentação da 
Fisioterapia foi o acidente vascular encefálico (AVE) sofrido pelo presi-
dente Costa e Silva. Ele recebeu atendimento fisioterapêutico e passou 
a enaltecer a profissão. A junta militar que assumiu o poder após a mor-
te de Costa e Silva regulamentou a profissão.
Em 1970, a Universidade de São Paulo, através da portaria 1025, 
decretou que os certificados de conclusão dos cursos de Técnico em Fisio-
terapia e Terapia Ocupacional, expedidos pelo Instituto de Reabilitação da 
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, nos anos de 1958-
1966, seriam considerados, para efeito de direito, equivalentes aos diplo-
mas expedidos nos termos do regulamento 938/69 (MARQUES,1994).
Uma tentativa frustrada da comissão de saúde do Congresso 
Nacional, formada por médicos, aprovou o projeto de lei nº 2090, que 
tinha como objetivo substituir o texto do decreto 938 e acrescentar o ter-
mo técnico em fisioterapia e condicionar a atuação desses profissionais 
à supervisão médica. Porém, em votação no congresso ele foi derrota-
do e arquivado em 1972 (BARROS, 2008).
Após a regulamentação da profissão, o número de cursos de 
formação e alunos interessados em ingressar foi crescendo exponen-
cialmente. Antes da regulamentação, no Brasil, havia apenas 6 cursos 
de Fisioterapia. No períodode 15 anos após o decreto surgiram 16 no-
vos cursos, totalizando 22 cursos de Fisioterapia no Brasil no ano de 
1984 (BISPO JR, 2009).
Considerando todos os entraves enfrentados pelos profissio-
nais e demais integrantes da sociedade civil interessados na evolução 
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da fisioterapia, é possível compreender fatos que ainda assolam a pro-
fissão na atualidade. A compreensão desse contexto ilustra a disputa 
entre fisioterapeutas e médicos sobre o controle do processo de reabi-
litação. Por mais ultrapassado que isso pareça, ainda é uma realidade 
em algumas instituições. 
O fisioterapeuta, após 50 anos de regulamentação da profissão 
como uma área de atuação independente, por vezes, precisa explicar 
e orientar o paciente sobre sua autonomia profissional e se posicionar 
como um profissional de primeiro contato. 
Alguns médicos, principalmente os mais experientes, ainda 
mantêm a prática ilegal de encaminhar pacientes aos fisioterapeutas 
prescrevendo tratamentos, como acontecia quando a fisioterapia era 
ligada à medicina. Cabe aos fisioterapeutas identificarem esses atos e 
notificarem aos órgãos competentes para que o profissional seja notifi-
cado do ato ilícito e modifique sua conduta.
A Fisioterapia no Brasil, passou por diversas fases nas últimas 
décadas. Em alguns momentos, foi possível observar uma perda da au-
tonomia profissional, desvalorização, profissionais desmotivados e que 
acataram as ordens de profissionais de outras áreas como se houvesse 
uma hierarquia.
Essa realidade foi se transformando quando o fisioterapeuta 
conquistou seu espaço no mercado e alguns nomes importantes da fi-
sioterapia no Brasil se destacaram internacionalmente, elevaram o nível 
técnico-científico da profissão, conquistaram o respeito de outros profis-
sionais e o reconhecimento da sociedade.
Com a evolução da atuação do fisioterapeuta, demonstrado atra-
vés de resultados, a sua importância para a qualidade de vida da popula-
ção, a profissão foi seguindo um curso de ascensão e, atualmente, vem 
sendo cada vez mais reconhecida e valorizada por sua complexidade e 
importância. Portanto, após ter conhecimento da origem e da evolução 
da profissão, torna-se mais fácil compreender a procedência de algumas 
práticas que devem ser abolidas para que se possa valorizá-la. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: Inst. AOCP órgão: Prefeitura de Vitória – ES Pro-
va: Inst. AOCP-2019- Fisioterapeuta Nível: Superior.
A fisioterapia é uma arte milenar, profissão que já vem sendo pra-
ticada desde os nossos antepassados, época em que o homem 
pré-histórico buscava o sol, as águas frias para amenizar a sua 
dor, entretanto, no Brasil, seu reconhecimento ocorreu muito após 
essa época e foi um importante marco que reconheceu a profissão 
e regularizou suas atribuições. Sobre o reconhecimento da profis-
são de fisioterapeuta, analise as assertivas e assinale a alternativa 
que aponta a(s) correta(s): 
I. Ocorreu por Meio de c=decreto de lei nº 938, de 13 de outubro de 
1969, completando 50 anos de profissão no Brasil em 2019.
II. O conselho Federal de fisioterapia (COFFITO) foi criado antes 
do reconhecimento da profissão.
III. Antes do reconhecimento da profissão, o fisioterapeuta era defini-
do como auxiliar do médico e havia cursos de técnico em fisioterapia.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I.
e) Apenas II.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banda: OPPUS órgão: Crefito-4 Prova: Agente Fiscal Fi-
sioterapeuta-4 Nível: Superior.
Assinale a alternativa que NÃO pertence ao Decreto-lei nº 938, de 
13 de outubro de 1969, que provê sobre as profissões de Fisiotera-
peuta e Terapeuta Ocupacional e dá outras providências: 
a) É assegurado o exercício das profissões de Fisioterapeuta e Tera-
peuta Ocupacional, observado o disposto no presente Decreto-lei. 
b) É atividade privativa do Fisioterapeuta, executar métodos e técnicas 
fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a 
capacidade física do cliente.
c) O livre exercício da profissão de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupa-
cional, em todo território nacional, somente é permitido ao portador de 
Carteira Profissional expedida por órgão competente. 
d) O Grupo da Confederação Nacional das Profissões Liberais, constante 
do Quadro de Atividades e Profissões, anexo à Consolidação das Leis do 
Trabalho, aprovado pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, é 
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acrescido das categorias profissionais de Fisioterapeuta, Terapeuta Ocu-
pacional, auxiliar de fisioterapia e auxiliar de terapia ocupacional.
e) O Fisioterapeuta e o Terapeuta Ocupacional, diplomados por escolas 
e cursos reconhecidos, são profissionais de nível superior.
QUESTÃO 3: 
Ano: 2015 Banca: UNIUV órgão: UNIUV Prova: Fisioterapeuta-Pre-
feitura de Jaguariaíva /PR Nível: Superior
 Sobre o Decreto Lei n. 938, de 13 de outubro de 1969, que provê 
sobre as profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional, 
julgue os itens como verdadeiros (V) ou falsos (F) e depois assina-
le a alternativa correta: 
( ) O profissional Fisioterapeuta pode, no seu campo de atividade 
específica, dirigir serviços em órgão e estabelecimentos públicos 
ou particulares; 
( ) O Fisioterapeuta pode, no seu campo de atividade específica, su-
pervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos e práticos;
 ( ) Ao fisioterapeuta é proibido, no seu campo de atividade espe-
cífica, exercer o magistério nas disciplinas de formação básica ou 
profissional, de nível superior. 
a) ( ) V, V, V; 
b) ( ) F, F, F; 
c) ( ) V, F, V; 
d) ( ) F, V, F; 
e) ( ) V, V, F.
QUESTÃO 4:
Ano: 2015 Banca: CONPASS órgão: CONPASS Prova: Fisiotera-
peuta-Prefeitura de Teixeira/PB Nível: Superior
O Decreto Lei 938/69 relata em seu artigo 3º que:
a) Os fisioterapeutas são “auxiliares médicos que desempenham tarefas 
de caráter terapêutico sob a orientação e responsabilidade do médico”. 
b) “Fica aprovado o Código de Ética Profissional de Fisioterapia e Tera-
pia Ocupacional”. 
c) “O fisioterapeuta é profissional competente para buscar todas as in-
formações que julgar necessárias no acompanhamento evolutivo do tra-
tamento do paciente sob sua responsabilidade...”. 
d) “É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas 
fisioterápicas com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a 
capacidade física do paciente”.
e) O referido Decreto Lei cria o Conselho Federal e os Conselhos Re-
gionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
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QUESTÃO 5:
Referente à Resolução do Conselho Nacional de Educação/Câmara 
de Ensino Superior nº 4, a formação do Fisioterapeuta tem por obje-
tivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exer-
cício das seguintes competências e habilidades gerais, EXCETO:
a) Práticas profissionais.
b) Tomada de decisões.
c) Atenção à saúde.
d) Comunicação.
e) Liderança. 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Conhecer a história da profissão, suas raízes e influências, é de suma 
importância para entender os conflitos, avanços e objetivos da formação 
profissional. Um dos grandes desafios enfrentados pela Fisioterapia, na 
atualidade, é provar para A sociedade que as bases tecnicistas foram rom-
pidas. Para isso, a formação profissional precisa deixar de ser reducionista 
e valorizar os conhecimentos que estão além do caráter reabilitador. Co-
mente acerca do trecho publicado por Clóvis Salgado enquanto relator do 
processo de regulamentação da profissão através do parecer 388/63.
TREINO INÉDITO 
A morte de qual presidente precedeu e influenciou a regulamenta-
ção da Fisioterapia no Brasil?
a) Castello Branco
b) Juscelino Kubitschek
c) João Goulartd) Costa e Silva
e) Jânio Quadros
NA MÍDIA
FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL - HÁ 50 ANOS REABILI-
TANDO VIDAS NO BRASIL
Ao longo desses 50 anos observamos o amadurecimento, a transforma-
ção e o crescimento técnico e científico dessas duas profissões de forma 
exponencial. O Fisioterapeuta é o profissional da área da saúde respon-
sável por devolver a funcionalidade da pessoa, permitindo que ela viva 
com mais qualidade cada movimento, seja na infância, na vida adulta ou 
durante o envelhecimento. Como especialista do movimento humano ele 
compreende os impactos das manifestações das doenças e disfunções 
no corpo e ajuda a organizá-las, tratando, minimizando incapacidades, 
corrigindo, cuidando, fortalecendo para que o indivíduo desenvolva suas 
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atividades sem dor ou dificuldades em sua melhor performance possível. 
Hoje o Fisioterapeuta é profissional de primeiro contato, não necessário 
encaminhamento de outros profissionais para buscar os seus serviços, 
não tendo subordinação a qualquer outra profissão da saúde. Através do 
seu diagnóstico ele prescreve seu próprio tratamento e define juntamente 
com seu paciente a sua conduta clínica. Essa é a identidade da Fisiotera-
pia, seu DNA e queremos continuar evoluindo em prol de uma sociedade 
com mais qualidade de vida por mais 50 anos.
Fonte: G1 
Data: 14 de out. 2019
Leia a Notícia na íntegra: https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/especial-
-publicitario/conselho-regional-de-fisioterapia/noticia/2019/10/14/fisiotera-
pia-e-terapia-ocupacional-ha-50-anos-reabilitando-vidas-no-brasil.ghtml.
NA PRÁTICA
O Fisioterapeuta, ao longo da sua formação profissional, enfrenta grandes 
desafios. Valorização e reconhecimento são lutas que a categoria enfrenta 
desde que os primeiros profissionais se formaram, entenderam que reabili-
tar vai além de executar técnicas. Conhecer a origem dos julgamentos tec-
nicistas da fisioterapia, ainda praticado por profissionais de outras áreas, 
possibilita ao fisioterapeuta argumentar e impor os direitos que lhe cabe.
Aquele profissional que não conhece as origens da profissão, não será 
capaz de compreender seu objeto de trabalho, tampouco valorizar as con-
quistas adquiridas ao longo do tempo. Uma formação voltada para execu-
ção de técnicas, faz parte da história da profissão, uma história em que a 
autonomia não fazia parte do contexto vivenciado pelos profissionais.
A formação do fisioterapeuta como profissional da área da saúde, não 
pode se limitar a tratar a doença. Para entender isso, é necessário con-
frontar a realidade da profissão nos primórdios de sua existência com 
a complexidade na qual o profissional deve estar preparado para atuar. 
Contextualizar e adaptar os conhecimentos adquiridos nesta unidade, 
proporcionará autonomia profissional, garantida por lei, na prática. Para 
compreender um como um fato ocorreu é necessário utilizar os vestí-
gios deixados no passado. 
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: A Primeira Guerra Mundial foi positiva para a 
Medicina?
Acesse os links: https://www.nato.int/docu/review/2014/war-medicine/
WWI-WW1-Health-care-medicine/PT/index.htm
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BIOÉTICA: UMA BREVE HISTÓRIA, CONCEITOS E DEFINIÇÃO
Após o término da segunda Guerra Mundial, registros e relatos 
de crimes e atrocidades, praticadas por médicos nazistas nos campos 
de concentração, vieram à tona. Pesquisas e fotos com experimentos 
cruéis realizados nos prisioneiros, deram início a um longo e importante 
julgamento dos médicos que praticam esses crimes em nome da ci-
ência. O Julgamento teve início em 1947 e se prolongou até 1949, foi 
necessário reunir uma corte formada por juízes dos Estados Unidos, na 
cidade de Nuremberg, na Alemanha (LOPES, 2014).
Esse fato histórico conhecido como Julgamento de Nurem-
berg, resultou na elaboração de um conjunto de preceitos éticos, prin-
cipalmente no que tange às pesquisas clínicas envolvendo pessoas, 
BIOÉTICA E ASPECTOS LEGAIS
DA PROFISSÃO
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conhecido como código de Nuremberg (Nuremberg code, 1949). Um 
dos grandes juristas brasileiros e professor de grandes instituições de 
ensino de direito, descreveu a importância do julgamento e seu legado, 
em um estudo publicado em 2012: 
Nuremberg foi a base do atual Tribunal Penal Internacional, órgão capaz de 
julgar pessoas que cometem crimes contra a humanidade, crimes contra a 
paz e genocídio. Ele representou o primeiro passo na tentativa de preserva-
ção dos direitos humanos (ROCHA, 2012 Apud LOPES 2014).
Filme sobre o assunto: O Julgamento de Nuremberg - 2000
Acesse o Link: https://www.youtube.com/watch?v=qRw1gIp8J_s
Observação: grande parte do contexto do filme demonstra 
o início dos questionamentos acerca dos direitos humanos e de 
questões éticas, quando a corte contesta os direitos dos acusa-
dos. Apesar de ter sido um fato importante para a história e marcar 
a evolução da humanidade diante dos conceitos bioéticos, o julga-
mento foi criticado por ferir o princípio da legalidade. 
Embora a criação do Código de Nuremberg tenha sido um mar-
co histórico e importante para a garantia da ética e dos direitos huma-
nos e, apesar de em suas primeiras linhas especificarem que as pes-
soas envolvidas em estudos experimentais deveriam ter a autonomia e 
independência para consentir e compreender o processo dos estudos, 
experimentos perversos e abusivos foram largamente praticados nos 
Estados Unidos entre as décadas de 60 e 70. 
Esse fato ocorrido na medicina Norte-americana, levantou 
questionamentos sobre os textos do código de Nuremberg e, em 1966, 
um professor acadêmico chamado Henry Beecher, dotado de um pen-
samento progressista citou: “... a ideia de que o consentimento foi obtido 
assume pouca importância a não ser se o sujeito ou seu responsável 
tenha a capacidade de compreender o que está sendo feito...” (BEE-
CHER, 1966 Apud LOPES, 2014, p.267).
Outro fato histórico que marca o início do surgimento da bio-
ética no mundo foi a Declaração de Helsinki. Em 1964, a Associação 
Médica Mundial (AMM) instituiu a Declaração de Helsinki, um documen-
to eximido de direitos legais, mas pelo consenso é ainda hoje uma das 
referências éticas mais importantes para a regulamentação das pesqui-
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sas envolvendo seres humanos.
Após a constatação da insuficiência do tratado de Helsinki, no 
final da década de 70, o governo e o congresso norte-americanos cria-
ram uma comissão encarregada de identificar os princípios éticos. Após 
alguns anos de pesquisa e desenvolvimento foi instituído o Relatório de 
Belmont, em 1978. Esse é considerado o principal relatório da história 
para estabelecer e disseminar os princípios da bioética.
A Bioética pode ser definida através do estudo etimológico da 
palavra, formada por dois étimos gregos: Bio – que se refere a todos os 
seres vivos e ethike – que posteriormente se transformou em ethos – que 
significa costumes e/ou hábitos fundamentais, valores, idéias ou crenças, 
características de uma determinada coletividade (LOPES, 2014). 
Dessa forma, a Bioética foi definida pela enciclopédia de Bioé-
tica, em 1995, baseada nos estudos de Van Rensselaer Potter (1970) 
como: “o estudo sistemático da conduta humana na área das ciências 
da vida e da saúde, enquanto essa conduta examinada à luz de valores 
e princípios morais” (PESSINI, 2013,p. 33). 
Grandes nomes da medicina e da educação, já baseavam seus 
pensamentos e condutas nos conceitos bioéticos antes mesmo deles 
serem definidos. Em 1927, na Alemanha, Fritz Jahr, pastor protestante, 
filósofo e educador citou: “Respeite todo ser vivo, comoprincípio e fim 
em si mesmo e trate-o, se possível enquanto tal” (JAHR, 1927 Apud 
PESSINI, 2013, p. 32).
Carl Gustav Jung , um psicanalista suíço, também à frente do 
seu tempo e tendo como objeto de estudo o comportamento humano, 
citou algumas vezes frases que hoje são compatíveis com os conceitos 
bioéticos, que vieram a ser definidos cerca de 20 anos após a sua morte. 
A Bioética oferece contribuições para a tomada de decisão do 
profissional referente à questões relacionadas à saúde, vida, morte, dig-
nidade, solidariedade, confidencialidade, privacidade, vulnerabilidade, 
responsabilidade, qualidade de vida e humanização do atendimento na 
saúde (KOVÁCS, 2003). Para entender o contexto da Bioética é neces-
sário conhecer alguns dos conceitos principais para depois compreen-
der os princípios da ideologia em que a bioética se fundamentou para 
nortear a conduta dos profissionais de saúde de todo o mundo.
 
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Os 4 princípios universais que regem a bioética são: autono-
mia, beneficência, não maleficência e justiça. Após o entendimento do 
contexto acerca da bioética, ela pode ser conceituada como um estudo 
interdisciplinar no âmbito das ciências da vida e da atenção à saúde 
com objetivo de orientar as tomadas de decisões, formulação de juízos 
práticos sobre as escolhas, decisões voltadas para o juízo de valor e 
atos sobre princípios morais.
BIOÉTICA NO BRASIL 
A Bioética no Brasil é marcada por um início tardio, por volta da 
década de 1990. Isso ocorreu porque nas décadas de 1980 e 1990 o Brasil 
passava pelo período do regime militar, até que se conquistou a democra-
cia. A democratização do país, levantou questões éticas que influenciaram 
na criação da Constituição da República Federativa do Brasil, sendo um 
dos highlights dessa constituição a consideração dos Direitos Humanos.
Como consequência à constituição de 1988, um novo código 
de ética da Medicina foi elaborado, dessa vez, considerando questões 
éticas inovadoras para o país, porém já praticadas nos países pioneiros. 
Foi a partir disso que houve as primeiras defesas sobre a necessidade 
da criação de comitês de ética em pesquisa. 
Em 1995 -1996, o conselho nacional, vinculado ao ministério da 
saúde, aprovou através da resolução 196/96, a criação dos comitês de éti-
ca em pesquisa. O assunto tomou grandes proporções, em 2010 havia cer-
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ca de 600 comitês de ética e pesquisa cadastrados na Comissão Nacional 
de ética e pesquisa - CONEP (BRASIL, 1996). Essas diretrizes eram mar-
cadas por conteúdos bioéticos que ganharam cada vez mais força, abrindo 
espaço para o surgimento da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) na 
década de 90, pela UNESP (Universidade Estadual Paulista). 
Ainda na década de 1990, foi publicada a primeira Revista de 
Bioética do Conselho Federal de Medicina, que tornou o assunto mais 
acessível a todos os profissionais de saúde, repercutindo de forma po-
sitiva e permitindo questionamentos sobre a prática de saúde no país. 
Já no século XXI, a discussão no país sobre a necessidade de imple-
mentar modelos bioéticos, no que diz respeito às questões sociais e 
sanitárias, ganharam cada vez mais força. A partir dessas questões, 
iniciaram-se os esforços para garantir a universalidade de acesso aos 
benefícios tecnológicos e científicos a todos.
Entre os dias 6 e 8 de abril e, posteriormente, de 20 a 24 de ju-
nho de 2005, em Paris, o Brasil, representado pela SBB e pela Delegação 
oficial do país na UNESCO, chefiada pelo Embaixador Antonio Augusto 
Dayrell de Lima, secundado pelo Ministro Luiz Alberto Figueiredo Macha-
do e pelo Secretário Álvaro Luiz Vereda de Oliveira, apresentou contri-
buições importantes que culminaram na criação da Declaração Univer-
sal Sobre Bioética dos Direitos Humanos, reconhecendo a influência do 
contexto socioeconômico e cultural, além de tornar as questões de saúde 
pública como questões próprias da bioética (UNESCO, 2005).
Durante muitos anos, a Fisioterapia fundamentou sua atuação 
no modelo deontológico, limitando a atuação profissional ao código de 
ética e a questões legais. As questões bioéticas relacionadas às práti-
cas clínicas do fisioterapeuta ainda são rudimentares. Existem relatos 
do crescimento de questões bioéticas na fisioterapia, à partir de 2002, 
enquanto nos Estados Unidos os profissionais da área atuam em mode-
los baseados na bioética desde 1970 (LORENZO, 2013).
A CRIAÇÃO DO COFFITO, CREFITO E DO CÓDIGO DE ÉTICA E 
DEONTOLOGIA DA FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
Após a regulamentação da profissão em 1969, fez-se necessá-
ria a criação de autarquias fiscalizadoras para garantir as prerrogativas 
e regular a atuação profissional. Dessa forma, no dia 17 de dezembro 
de 1975, a Lei N. 6.316 decretada pelo congresso nacional e sanciona-
da pelo presidente, criou os Conselhos Federal e Regional de Fisiote-
rapia e Terapia Ocupacional (COFFITO e CREFITO) (BRASIL, 1975).
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Quadro 1: LEI 6.316 DE 17 DE DEZEMBRO DE 1975 QUE CRIA O COFFITO 
E CREFITO
Fonte: Diário Oficial da república Federativa do Brasil, Brasília, 18 dez,1975. 
Seção 1, p 2.
Deve-se destacar que a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional 
estão juntas no mesmo conselho devido ao fato de haver insuficiência 
no número de profissionais fisioterapeutas, com formação acadêmica 
reconhecida, para a criação de um conselho. Sendo assim, foi neces-
sário unir as duas profissões para que fosse aprovada a sua criação. A 
criação dos conselhos de classe das duas profissões foi uma conquis-
ta decisiva para o crescimento da profissão. A primeira presidente do 
COFFITO foi a fisioterapeuta Sônia Gusman, que enfrentou grandes 
obstáculos para normatizar a fisioterapia. 
Outro fato que corroborou para a união e fortalecimento da 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional, foi a criação da Associação Pro-
fissional em 1980, após ser expedida a carta sindical do Ministério do 
Trabalho. Logo em seguida, a Associação se transformou no SINFITO 
(Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais), cujo objeti-
vo é garantir e defender os direitos trabalhistas da classe.
Conhecer a função de cada órgão é muito importante para 
saber a qual deles recorrer quando for necessário. Muitos fisio-
terapeutas não sabem a diferença da atuação do CREFITO e do 
SINFITO. O Conselho Regional, tem como função principal, fiscali-
zar o fisioterapeuta e proteger a sociedade contra as más práticas 
relacionadas à profissão. A entidade responsável por defender os 
direitos trabalhistas do fisioterapeuta é o sindicato, SINFITO. 
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Em 10 de julho de 1978, (todavia somente publicado no Diário 
Oficial da União (D.O.U) em 22 de julho de 1978), após a 1ª sessão, 
foi aprovado o Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional pela resolução Nº10, de 03 de julho de 1978. Os conhe-
cimentos acerca da bioética eram limitados, dessa forma, o código de 
ética da profissão apreciava apenas a conduta profissional baseada nos 
conceitos deontológicos , sem considerar a abordagem humanizada su-
gerida pela bioética (BRASIL, 1978).
O objetivo principal do código de ética profissional é regular as 
relações entre os profissionais da mesma classe e entre os profissionais 
e a comunidade, visando solucionar conflitos éticos que surgem durante a 
prática profissional. É imprescindível que todo profissional em pleno gozo 
das suas atribuições, conheça o código de ética bem como os princípios 
bioéticos. O profissional fisioterapeuta deve buscar através dos conheci-
mentos do código de ética e dos princípios bioéticos, estabelecer julgamen-
to moral para embasar a tomada de decisão em um contexto que envolve 
o paciente. 
Cercade 30 anos após a criação do primeiro código de ética, 
que contemplava as profissões de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
no mesmo código, foi observada a necessidade de reformulação dos 
textos e separação das profissões. Dessa forma, a nova versão ganhou 
mais elementos de caráter bioético, conferindo mais autonomia ao pa-
ciente durante o tratamento. 
O Código de Ética e Deontologia da Fisioterapia, é previsto em 
lei pela resolução 424, de 08 de julho de 2013, D.O.U Nº 147, seção 1 
de 01/08/2013. Vale ressaltar que grande parte do conteúdo do novo có-
digo de ética, ainda se baseou nos conselhos deontológicos, porém, as 
questões humanistas caracterizadas pela conduta bioética estão mais 
evidentes nessa atualização. Essas mudanças marcam uma nova era 
da profissão, além de um ganho incalculável para a sociedade. É obri-
gatório ao profissional conhecer o código de ética e deontologia, para 
atuar em conformidade com as leis (BRASIL, 2013).
O Código de Ética em Vigor, foi subdividido em onze capítulos. 
O primeiro capítulo trata das disposições preliminares, cujo objetivo é 
especificar as competências e conferir obrigações dos conselhos e do 
profissional. Sendo assim, foi conferido ao Conselho Federal a juris-
prudência e aos Conselhos Regionais a observância das diretrizes do 
código de ética, além de ser o órgão julgador em primeira instância, em 
caso de uma audiência ético-disciplinar. Ao profissional é obrigatório o 
conhecimento do código de ética profissional e as infrações por este 
cometida estão sujeitas a penas disciplinares. 
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Quadro 2: Resolução nº 424, de 08 de julho de 2013. Capítulo I - Disposições 
Preliminares 
Fonte: COFFITO, 2013.
O segundo capítulo, composto por 8 artigos, trata das respon-
sabilidades fundamentais e normatiza as regras para atuação profis-
sional. Esse capítulo também dispõe da responsabilidade sobre a ca-
pacidade técnica, garantindo o princípio da não-maleficência; indica a 
responsabilidade do fisioterapeuta sobre imperícia , imprudência e ne-
gligência ; garante o princípio de obrigatoriedade de comunicação em 
caso de conhecimento de infração ética, crime ou contravenção; além 
de outras atribuições e proibições do profissional.
Quadro 3: Resolução nº 424, de 08 de jul de 2013. Cap. II – Responsabilida-
des Fundamentais.
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Fonte: COFFITO, 2013.
O terceiro capítulo diz respeito à relação terapeuta-paciente. 
Destaca também a obrigatoriedade de realizar o diagnóstico fisiotera-
pêutico; zelar pelo prontuário do paciente; deveres fundamentais do 
profissional relacionado à assistência e proibições ao profissional com 
relação ao paciente em tratamento.
Quadro 4: Resolução nº 424, de 08 de jul de 2013. Cap. III- Do Relaciona-
mento com o Cliente/Paciente/Usuário.
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Fonte: COFFITO, 2013.
Dois artigos do quarto capítulo devem ser destacados pelo 
alto índice de descumprimento: o artigo 13º é hoje o responsável 
pelo maior número de autuações realizadas pelo CREFITO-4, e diz 
respeito à falta de zelo pelo prontuário. Outro que vem sendo infrin-
gido por muitos fisioterapeutas é artigo 15º inciso V, onde fica de-
clarado que é proibido ao profissional divulgar informações sobre o 
paciente e fotos com resultados de tratamento (“Antes e Depois”). 
O quarto capítulo discorre sobre o relacionamento em equipe, 
seja ela multiprofissional ou não. Além disso, esse capítulo faz referên-
cia a comportamentos ofensivos a outros profissionais ou que possa 
ofender também a reputação moral, científica e mesmo política.
Quadro 5: Resolução nº 424, de 08 de julho de 2013. Cap. IV- Do Relaciona-
mento com a equipe.
Fonte: COFFITO, 2013.
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O quinto capítulo faz menção às regras acerca das responsabi-
lidades no exercício da fisioterapia. Neste capítulo é regulada a atuação 
do profissional frente ao SUS; a responsabilidade do profissional em 
manter e promover a valorização profissional. Além disso, ele apresenta 
normas muitas vezes desconhecidas e, com isso, diversos profissionais 
atentam contra o código de ética.
Quadro 6: Resolução nº 424, de 08 de jul. de 2013. Cap. V- Das Responsabi-
lidades do Exercício Da Fisioterapia.
Fonte: COFFITO, 2013.
No sexto capítulo, são abordadas questões do sigilo profissio-
nal, pois as informações relacionadas ao paciente só podem ser cedi-
das pelo fisioterapeuta a outras pessoas que não o próprio paciente ou 
seu responsável, através de demanda judicial ou outra demanda legal.
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Quadro 7: Resolução nº 424, de 08 de julho de 2013. Cap. VI- Do Sigilo Pro-
fissional.
Fonte: COFFITO, 2013.
O sétimo capítulo aborda brevemente questões relativas às en-
tidades de classe, e faz recomendações sobre a relação de respeito que 
o profissional deve ter com a entidade que o representa.
 O oitavo capítulo aborda questões dos honorários. Por muitos 
anos alguns fisioterapeutas cobravam valores ínfimos por seus servi-
ços, esse fato colaborou para a desvalorização da profissão, e então, 
fez-se necessário estabelecer uma tabela de honorários, que indica 
valores mínimos a serem cobrados por procedimentos e consultas de 
fisioterapia em todas as áreas de atuação. 
O Referencial Nacional de Procedimentos - RNPF aprovado 
através da Resolução COFFITO nº 428 de 08 de julho de 2013, aponta 
o coeficiente de valoração (CV) e deve ser respeitado por todos os pro-
fissionais da área, dessa forma, há um resguardo contra a concorrência 
desleal e contribui para a valorização profissional.
Quadro 8: Resolução nº 424, de 08 de julho de 2013. Cap. VIII- Dos Honorários.
Fonte: COFFITO, 2013.
O nono capítulo é de interesse, principalmente, dos fisioterapeu-
tas envolvidos na docência, preceptoria, pesquisas e publicações. Esse 
capítulo sofreu diversas alterações na nova versão do código de ética, 
com intuito de atender às questões bioéticas relacionadas às pesquisas. 
A nova versão do código de ética da fisioterapia, em seu dé-
cimo capítulo, também contempla questões relativas à divulgação pro-
fissional em meios digitais. Esse capítulo regulamenta a utilização da 
internet para essa finalidade e garante o respaldo legal ao profissional.
O último capítulo aborda as disposições gerais, nele são des-
critas as penalidades em caso de infração bem como o período de pres-
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crição dos atos infracionais e as regras para instauração dos processos 
disciplinares.
Quadro 9: Resolução nº 424, de 08 de jul. de 2013. Cap. X- Da Divulgação 
Profissional
Fonte: COFFITO,2013.
HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO FISIOTERAPEUTA
A resolução nº CNE/CES 4, de 19 de fevereiro de 2002, ins-
titui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Fisioterapia. Es-
sas diretrizes visam garantir ao aluno egresso das instituições de en-
sino superior adquirir as habilidades e competências suficientes para 
o exercício da profissão. A complexidade e a autonomia conquistadas 
pelo fisioterapeuta, ao longo dos anos, exige que o profissional possua 
competência para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, isso 
significa, que junto das conquistas alcançadas, o profissional adquiriu 
grandes responsabilidades e deve zelar por elas (BRASIL, 2002).
O profissional fisioterapeuta, ao se formar, deve deter habili-
dades manuais, diagnósticas e ser capaz de conduzir com empatia e 
de forma humanizada os atendimentos de fisioterapia. Cabe ainda, ao 
fisioterapeuta, desenvolver uma visão ampla e global, respeitando os 
princípios éticos, culturais, bioéticos, individuais e de coletividade.Ele 
deve ser capaz de desenvolver estudos e atuar na restauração e manu-
tenção do movimento humano, repercussões orgânicas e psicossociais 
que venham refletir nos sistemas corporais e, consequentemente, na 
saúde do indivíduo (LADEIRA, 2018).
Após a formação, espera-se do profissional fisioterapeuta ca-
pacidades para atuar de forma transdisciplinar, avaliar e tratar o pa-
ciente como um indivíduo composto por organismos indivisíveis, apesar 
da fragmentação didática, e considerar os aspectos biopsicossociais. 
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O quarto artigo estabelece seis competências e habilidades gerais do 
fisioterapeuta, quais sejam: I) atenção à saúde; II) tomada de decisão; 
III) comunicação; IV) Liderança; V) administração e gerenciamento; VI) 
Educação Permanente (BRASIL, 2002).
Quadro 10: Nº CNE/CES 4 de 19 de fevereiro de 2002 – Artigo 5º
Fonte: Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p. 11
O artigo 5º estabelece dezessete competências e habilidades 
específicas que o Fisioterapeuta deve desenvolver para ser capaz de 
atuar. Entre todas as habilidades estabelecidas, as principais encon-
tram-se listadas no quadro 10.
Conhecer a fundo essas competências de habilidades permi-
te ao profissional avaliar sua capacidade de realizar algumas delas e, 
em caso negativo, deve buscar aprimoramento. A autocrítica deve ser 
praticada por todos os profissionais. Muitos fisioterapeutas sequer co-
nhecem o fato de que estão habilitados a solicitar exames, elaborar 
pareceres, laudos e atestados, tampouco sabem fazê-los. Antes que 
esse fato representa prejuízos à sociedade ou ao próprio fisioterapeuta, 
é importante que o profissional se capacite.
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LEGISLAÇÃO APLICADA À FISIOTERAPIA – LEIS E DECRETOS
O desenvolvimento profissional do fisioterapeuta abriu espaços 
para atuação em diversas áreas. Com o passar dos anos eles assumiram 
demandas e se especializaram em técnicas à medida que a necessida-
de da população foi surgindo. Dessa maneira, os profissionais foram se 
segmentando em áreas de atuação, conforme identificação individual, e 
se especializando no assunto. Observando essa tendência crescente, os 
órgãos regulamentadores da profissão criaram as especialidades. 
Atualmente, existem 15 especialidades regulamentadas da fi-
sioterapia. É importante lembrar que o profissional que se intitula es-
pecialista em uma área não regulamentada está ferindo o código de 
ética, estando sujeito a ação ético-disciplinar. Essa situação atualmente 
é muito observada quando se trata do Pilates. A RESOLUÇÃO n° 386, 
de 08 de junho de 2011, regulamenta a utilização do método pelo fisio-
terapeuta, porém, não como uma especialidade, portanto, não há como 
um profissional se intitular fisioterapeuta especialista em Pilates. 
Quadro 11: Especialidades da Fisioterapia reconhecidas pelo COFFITO
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Fonte: COFFITO,2020.
É importante ressaltar que existem normas e procedimentos 
definidos pela RESOLUÇÃO COFFITO nº. 377, de 11 de junho de 2010, 
para concessão de títulos de especialistas. O profissional precisa cum-
prir uma série de requisitos, além de se submeter a uma prova, realiza-
da anualmente pelo COFFITO. Essa prova é realizada em três etapas: 
prova objetiva, prova discursiva e prova de títulos. 
Outra lei importante que se aplica ao fisioterapeuta é a LEI No 
8.856, DE 1º DE MARÇO DE 1994, que fixa a jornada máxima de trabalho 
do profissional fisioterapeuta e terapeuta ocupacional em 30h semanais. 
Essa lei foi sancionada pelo presidente, na época Itamar Franco, tendo 
em vista a grande demanda corporal do profissional, a fim de não com-
prometer a qualidade do serviço prestado, essa carga horária máxima foi 
estabelecida. Ainda, é comum ver os conselhos regionais entrando com 
ações judiciais para alterar editais de concursos públicos, principalmen-
te municipais, desrespeitando essa lei. Todo profissional deve denunciar 
tais irregularidades para que os responsáveis sejam notificados a retificar. 
Para garantir a segurança do fisioterapeuta e do paciente, o CO-
FFITO estabeleceu, através da RESOLUÇÃO Nº 414/2012 de 23 de maio 
de 2012, a obrigatoriedade do registro em prontuário de toda assistência 
prestada por ele ao paciente. Deve ser redigido de forma legível, com termi-
nologia adequada, constando todos os dados pessoais do paciente e deve 
estar acessível a esse bem como a seu responsável legal. Essa resolução 
dispõe ainda da infração caso o prontuário não seja apresentado no mo-
mento da fiscalização dentro dos parâmetros estabelecidos pelo conselho. 
A Inserção do fisioterapeuta como profissional integrante e in-
dispensável no Sistema Único de Saúde, bem como no NASF, núcleo 
de apoio à saúde da família, foi regulamentada em 2002, através da 
LEI Nº 10.424, DE 15 DE ABRIL DE 2002, que normatiza a assistência 
domiciliar do fisioterapeuta no SUS. 
O conhecimento da legislação aplicada à profissão, permite ao 
profissional identificar os deveres e limites de sua atuação, além de 
fazer valer os direitos conquistados pela profissão ao longo dos anos. 
Apesar da importância dessa área, esse ainda é um grande entrave. 
Desde as civilizações mais antigas, o homem percebeu a necessida-
de de estabelecer regras e normas para tornar pacífica a convivência 
em grupo. A Fisioterapia conquistou uma legislação própria, cabe ao 
Fisioterapeuta compreender e praticar suas ações baseadas no conhe-
cimento amplo e suficiente da legislação, ética e bioética. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: PM-AP Prova: FCC-2018 PM-AP 2º 
Tenente Fisioterapeuta Nível: Superior.
Com base no código de ética, é proibido ao fisioterapeuta:
a) Respeitar o princípio bioético de autonomia, beneficência e não ma-
leficência do cliente/paciente/usuário de decidir sobre a sua pessoa e 
seu bem-estar.
b) Informar ao cliente/paciente/usuário quanto à consulta fisioterapêuti-
ca, diagnóstico e prognóstico fisioterapêuticos, objetivos do tratamento, 
condutas e procedimentos a serem adotados, esclarecendo-o ou a seu 
responsável legal.
c) Solicitar para cliente/paciente/usuário sob sua assistência os serviços 
especializados de colega, e não deve indicar a este, conduta profissional.
d) Deixar de cobrar honorários por assistência prestada a colega ou pessoa 
que viva sob a dependência econômica deste, ressalvado o recebimento 
do valor do material porventura despendido na prestação da assistência.
e) Dar consulta ou prescrever tratamento fisioterapêutico de forma não 
presencial, salvo em casos regulamentados pelo Conselho Federal de 
Fisioterapia.
QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT – 9ª Região (PR) Prova: FCC 
- 2010 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário - Fisioterapia 
Nível: Superior.
O artigo que NÃO pertence ao Código de Ética Profissional da Fi-
sioterapia é:
a) Art. 23. O fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional solicitado para 
cooperar em diagnóstico ou orientar tratamento considera o cliente 
como permanecendo sob os cuidados do solicitante.
b) Art. 12. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional comunicam ao 
Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional recusa ou de-
missão de cargo, função ou emprego, motivada pela necessidade de 
preservar os legítimos interesses de suas profissões.
c) Art. 9º. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional fazem o diagnós-
tico fisioterápico e/ou terapêutico ocupacional e elaboram o programa 
de tratamento.
d) At. 18. É dever do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional: pertencer 
a uma entidade associativa da respectiva classe nacional, de caráter cul-
tural e/ou sindical, da jurisdição onde exerce sua atividade profissional.
e) Art. 15. O fisioterapeuta

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