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DISTÚRBIOS BIOQUÍMICOS EM SUÍNOS

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INTRODUÇÃO 
 
Atualmente, o conforto do suíno vem sendo alterado pela intensificação da produção, 
caracterizada pela restrição de espaço, movimentação e interação social, o que traz como 
consequência secundária o detrimento de seu conforto térmico, assim como da sua 
produtividade. No sistema intensivo de suínos, os animais passam toda sua vida em instalações 
fechadas com espaço reduzido podendo gerar diversas situações de estresse. Esse sistema 
valoriza pouco o bem-estar animal e isso pode ser melhorado através do “enriquecimento 
ambiental” que consiste em introduzir melhorias no sistema de confinamento tornando o 
ambiente mais adequado aos animais. O uso de baias coletivas para porcas em gestação, 
colocação de objetos como correntes e “brinquedos” sobre as baias para quebrar a monotonia 
do ambiente, manejo diário com os animais de maneira que o tratador se relacione com os 
animais sem gritos e a densidade são algumas medidas utilizadas para melhorar o ambiente em 
que o animal vive. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 HEPATOSE NUTRICIONAL 
 
A hepatose nutricional é uma síndrome que atinge principalmente suínos jovens e de 
crescimento rápido, sendo uma importante manifestação clínica de deficiência de vitamina E e 
Selênio. Caracterizada pela morte súbita de leitões jovens, a hepatose está relacionada com o 
manejo nutricional. Em julho de 2014, doze leitões de mesma leitegada apresentaram morte 
subida no interior de Santa Catarina. Desses doze, dois foram natimortos, sendo que os demais 
nasceram vivos, entretanto morreram subitamente em um período de até 30 dias. Todos 
morreram com um bom escore de condição corporal e aparentemente sadios, sem apresentação 
de sinais clínicos ou apenas apresentaram discreta apatia. 
Outro relato de surto descreve que no mês de abril de 2015 em uma granja também no 
interior de Santa Catarina, segundo o próprio produtor, houve um aumento de 100% do número 
de natimortos e mortalidade perinatal. A única alteração clínica observada foi cianose no 
focinho. O terceiro surto em maio de 2015, caracterizou-se pela morde aguda em leitões, onde 
todos os leitões nascidos de quatro matrizes da granja foram ido a óbito em uma semana sem 
apresentação de sinais clínicos. Nesse terceiro surto, os níveis de selênio hepático dos leitões 
foram mensurados e encontravam-se certa de onze vezes abaixo dos níveis considerados ideias. 
A maior parte dos sinais de deficiência de vitamina E está associada com a deficiência 
de Selênio. Nos suínos, são encontradas alterações cardíacas, vasculares e musculares que 
podem levar o animal à óbito. Os animais acometidos podem apresentar icterícia, dificuldade 
de locomoção, tremores musculares, apatia, dispneia e em alguns casos pode causar uma morte 
súbita, visto que o Selênio é responsável pela ativação da enzima Glutationa Peroxidase 
(Selenoenzima que faz parte do sistema antioxidante celular e exerce a função de proteção dos 
tecidos através da eliminação de hidroperóxidos). Este elemento age em sinergismo com a 
vitamina E, cuja função também está relacionada a processos antioxidativos. 
Altos níveis de ácidos graxos poli-insaturados, possivelmente presentes na ração das 
fêmeas em gestação, implicam em uma maior necessidade de antioxidantes disponíveis para 
metabolização dos radicais livres produzidos. Isso pode ter levado a uma deficiência dos níveis 
de selênio na porca e, consequentemente, uma deficiência na transferência deste mineral da 
matriz para os fetos, explicando a baixa concentração observada no fígado dos leitões do 
terceiro surto. 
Os níveis recomendados são 100 UI/kg na ração de suínos em crescimento e 60 UI/kg 
na ração para suínos em terminação. Esses níveis são provavelmente mais altos do que o 
necessário para o crescimento máximo. Suínos com deficiência de vitamina E ou Selênio são 
mais suscetíveis a intoxicação por ferro. Atualmente casos da doença são mais escassos, pois 
rações balanceadas são amplamente empregadas. Na maioria das vezes, quando há deficiência 
em vitamina E e selênio, a suplementação é fundamental 
2 ANEMIA EM SUÍNOS 
 
O sistema de produção de suínos no Brasil, a partir da década de 70, passou 
gradualmente de criações pequenas e extensivas para criações confinadas e intensivas, com 
maior concentração de suínos por área. Essas mudanças resultaram em uma preocupação maior 
por parte dos produtores, com a necessidade de suplementação específica para os leitões. A 
importância da suplementação mineral para suínos aumentou devido a uma série de fatores 
como o melhoramento genético, resultando em animais com maior velocidade de ganho de 
peso, leitegadas numerosas e de alta precocidade; o modelo de criação em confinamento, 
retirando a possibilidade de contato direto com a terra, importante fonte mineral; a retirada ou 
redução do uso de farinhas de origem animal nas rações devido a problemas de doenças, sendo 
estas, fontes ricas em minerais; as rações a base de ingredientes vegetais, pobres em minerais; 
o uso de rações com maior densidade de nutrientes, implicando também em aumento da 
suplementação dos minerais e, aumento da preocupação com a excreção mineral no ambiente. 
 Assim, todos estes fatores influíram de forma decisiva em aumentar os cuidados no 
fornecimento mineral para uma nutrição mais adequada dos suínos modernos. O ferro é um 
micromineral indispensável ao organismo animal, principalmente para os leitões no período 
neonatal. É essencial na formação da hemoglobina, que é responsável pelo transporte de 
oxigênio em nível celular. Leitões confinados em piso, sem contato com o solo e que não 
recebem suplementação de ferro, podem ter mortalidade de 6 a 60%. Além disso, a anemia 
ferropriva pode levar à ocorrência de baixo desenvolvimento, maior predisposição a infecções 
e, consequentemente, afetar a conversão alimentar dos animais. 
Diversas formas de fornecimento de ferro podem ser utilizadas para suprir essas 
necessidades, visando manter níveis adequados de de hemoglobina e de armazenamento de 
ferro. Nos últimos anos tem-se procurado determinar os níveis ideais de suplementação de ferro 
para suínos, bem como a sua forma de utilização e administração, portanto, objetivou-se através 
desta revisão analisar as diferentes formas de suplementação de ferro fornecida aos leitões, bem 
como determinar os níveis ideais, forma de utilização e administração de ferro para suínos. 
2.1 ANEMIA FERROPRIVA 
 
Ao nascer os leitões possuem reserva principalmente hepática para o atendimento da 
alta necessidade nutricional para biossíntese de hemoglobina, no início da vida extra-uterina 
desses animais, sendo que esta reserva se esgota rapidamente, podendo durar não mais do que 
5 dias para os leitões maiores da leitegada. O leitão recém-nascido possui aproximadamente 50 
mg de ferro ao nascimento, sendo que a maioria deste está depositado na forma de hemoglobina. 
Na prática tem-se utilizado o ferro dextrano com suplementação de 100 mg em duas aplicações 
ou 200 mg em uma dose aos 3 dias de idade. 
Garantindo assim a suplementação de ferro para evitar a anemia. Ao menos que uma 
fonte suplementar de ferro seja disponível para os leitões a anemia por deficiência de ferro 
(hipocrômica microcítica) não se desenvolverá. Essa deficiência acomete os leitões por volta 
das primeiras semanas de vida (Viola, 2003). Os níveis de hemoglobina no sangue decrescem 
de 10g/dL para 4g/dL. Um dos primeiros sinais de anemia crônica é a aspereza do pelo. O pelo 
é áspero, grosseiro e ereto e a pele fica enrugada. 
Os animais ficam apáticos, a cabeça e as pálpebras caídas, as orelhas e a cauda ficam 
moles. A não suplementação deste mineral causa a anemia ferropriva e altas taxas de 
mortalidade em leitões na maternidade. Para reposição e suplementação de ferro, a forma mais 
prática de manejo até então existente eram as injeçõessubcutâneas ou intramusculares, na 
região do pescoço dos leitões. 
 
2.2 TOXIDEZ DO FERRO 
 
Considerando que o excesso e a deficiência de ferro podem causar morte celular, os 
níveis desse elemento devem ser controlados. O duplo desafio para evitar a deficiência e o 
excesso de ferro requer distintos mecanismos homeostáticos nas células, nos tecidos e no 
sistema orgânico. O ferro pode apresentar efeitos tóxicos quando em excesso, gerando um 
estresse oxidativo com danos irreparáveis à membrana lipídica celular, através de um aumento 
de radicais intermediários ricos em oxigênio. 
Este fato pode ocorrer no caso das aplicações injetáveis de ferro dextrano, quando uma 
dose maciça deste mineral é fornecida ao leitão em uma única aplicação. O excesso de ferro 
atinge a corrente sanguínea após ingestão ou injeção parenteral. O ferro livre no soro, que 
excede a capacidade de transporte da transferrina, causa danos às membranas celulares, 
resultando em lesão vascular, hepática, choque e morte. 
Suplementação de ferro em altas doses causa efeito adverso no desempenho de leitões 
devido à deficiência de fósforo por interferência na sua absorção. O uso de fitase não 
desencadeia liberação excessiva de ferro para o organismo do suíno. Esse fato é particularmente 
importante, pois o ferro em excesso depositado nos tecidos pode causar lesões graves, 
particularmente no coração, no fígado e nas glândulas. A deficiência do ferro é influenciada e 
manifestada diante destes fatores, dentro quadro clínico de anemia ferropriva como: 
- Baixa reserva de ferro ao nascimento; 
- Baixa transferência de ferro da mãe aos leitões através da placenta; 
- Particularmente baixo nível de ferro no leite materno das fêmeas suínas e rápida curva de 
crescimento após o nascimento, quando comparado com outras espécies, uma vez que os leitões 
têm seu peso vivo multiplicado por quatro ou cinco, desde o nascimento até o desmame aos 21 
dias de idade. 
Assim como, há numerosos fatores que afetam a absorção de ferro e sua biodisponibilidade, 
tais como: 
• Idade - animais mais novos tem uma assimilação de ferro maior do que animais mais velhos; 
• Forma ou estado do ferro - a forma ferrosa é mais absorvível que a forma férrica; 
• Espécie - suínos jovens absorvem melhor o ferro e sofrem mais com problemas de anemia do 
que outras espécies, onde a anemia só atinge em caso de perdas sanguínea ou infecções 
hematológicas; 
• Dosagem - absorção de ferro da hemoglobina tem uma relação inversa ao nível de dosagem; 
• Presença de outros nutrientes dos componentes da dieta alimentar tanto orgânico e inorgânico. 
 
3 HIPOGLICEMIA 
 
A Hipoglicemia é caracterizada pela queda das taxas de glicose no sangue. A ocorrência 
pode causar sintomas como tontura, palidez e confusão mental. Essa é uma doença metabólica 
que ocorre nos primeiros sete dias de vida do leitão (período neonatal). A Hipoglicemia 
neonatal em suínos é caracterizada pela baixa concentração de glicose plasmática, acometendo 
todos os leitões da ninhada, em diferentes graus de gravidade. 
É causada pela incapacidade destes animais ao nascimento de produzir glicose por uma 
imaturidade em seu sistema gliconeogênico. Se for tomando todas as medidas de manejo 
adequadas, como o aleitamento pelo colostro logo após o nascimento, fornecimento de fontes 
de calor com campânulas, entre outras medidas, o índice de mortalidade fica em torno de 40%, 
podendo alcançar até 100% em leitegadas individuais. 
Ocorre principalmente nos meses frios do ano (inverno), em criações que não fornecem 
condições adequadas de manejo e ambiência, como por exemplo, cortinas em bom estado de 
conservação, bom isolamento para o frio, campânulas para aquecimento, dentre outros. A 
melhoria genética da raça vem trazendo maior taxa de leitões vivos nascidos, porém, teve 
aumento nas variações de peso, ou seja, leitões mais fracos e com pouca reserva de glicogênio, 
que são requeridas após o nascimento. 
A baixa glicemia diminui a imunidade, tornando os leitões suscetíveis a outras doenças 
e agravando ainda mais o quadro, sendo assim, aumentando mortalidade e mão de obra para 
melhor manejo. Uma ingestão adequada de colostro logo após o nascimento é o que garante um 
suprimento mínimo de energia e glicose para manter o leitão viável e ativo para alcançar e 
garantir a sobrevivência e a qualidade de vida dos leitões. Por isso, o estímulo inicial e 
fornecimento de colostro são muito importantes aos o nascimento, tendo leitões com melhor 
suplementação para crescer mais saudável. 
4 UROLITÍASE 
 
Urolitíase é a presença de cálculos, ou urólitos, no trato urinário. Em suínos, são 
escassos os relatos de urolitíase em comparação com outras espécies de animais domésticos e 
acometem, principalmente, suínos machos, devido a particularidades anatômicas. Alguns 
fatores são reconhecidos na etiologia da doença, dentre eles, a composição mineral da dieta, 
com desequilíbrio ou excesso de minerais na água e nos alimentos, o pH urinário, a ingestão de 
água reduzida, a estase urinária, o tratamento com determinados medicamentos e doenças do 
trato urinário preexistentes. No presente estudo, descrevem-se os achados epidemiológicos e 
clínico-patológicos de um surto de urolitíase em suínos de crescimento e terminação, além dos 
exames complementares realizados para elucidar o caso. 
Em uma visita técnica no município de Harmonia-RS, onde morreram 40 suínos 
pertencentes a diferentes lotes de crescimento e terminação, realizou-se a necropsia de dois 
animais, machos, com sinais clínicos de apatia, abdome abaulado e decúbito esternal 
permanente (Figura 1). Fragmentos de órgãos foram colhidos à necropsia, fixados em formol a 
10%, processados rotineiramente para histologia e corados pela hematoxilina e eosina (HE). 
Amostras de ração (crescimento 1 e 2) foram enviadas para avaliação dos níveis de cálcio, 
fósforo, magnésio, flúor, sódio e umidade. Os urólitos coletados durante a necropsia foram 
submetidos ao método de determinação dos componentes usuais de cálculo renal (kit Cálculo 
Renal Bioclin®). Realizou-se ainda uma monitoria de abate em um lote com histórico de 
urolitíase, durante a qual foram avaliadas 20 bexigas e coletou-se amostras de urina para 
urinálise. 
Na necropsia de ambos os animais foi encontrado um cálculo obstruindo a uretra 
peniana e um deles apresentava ruptura da vesícula urinária, com acentuada quantidade de 
líquido de coloração amarelada e odor amoniacal (urina) livre na cavidade abdominal, além de 
discreta deposição de fibrina sobre as vísceras, moderada hidronefrose e dilatação acentuada do 
ureter. Na microscopia observou-se necrose difusa acentuada da mucosa uretral associado a 
miríades bacterianas bacilares basofílicas. 
 As amostras de ração da fase de crescimento 1 apresentou 1589mg/Kg de cálcio (Ca) 
em comparação ao nível de fósforo (P) total que representou 4513mg/Kg, perfazendo uma 
relação Ca:P de aproximadamente 0,35:1, respectivamente. Na monitoria de abate foram 
avaliadas 20 bexigas, onde apenas uma continha urólitos. Nas seis amostras de urina submetidas 
a análise, não foram evidenciadas alterações significativas, com exceção de uma amostra que 
apresentou discreta quantidade de cristais de fosfato triplo. A análise dos componentes dos 
urólitos coletados durante a necropsia através do kit de Cálculo Renal Bioclin®, indicou a 
composição do cálculo como carbonato de cálcio e fosfato de amônio magnesian. 
O diagnóstico de urolitíase foi determinado por meio da associação dos achados 
epidemiológicos, clínicos, anatomopatológicos e pela visualização de urólitos nas passagens 
urinárias. Sugere-se que o quadro clínico esteja relacionado a um desbalanço mineral, com 
excesso de fósforo na ração, o que causa um quadro de hiperfosfatemia e consequentemente 
eleva a excreção de fósforo pela urina, constituindo um importante fator para a formação de 
cálculos. 
 
5RAQUITISMO 
 
Raquitismo é uma doença que se caracteriza por uma falha na mineralização óssea. Ela 
acontece durante a fase de crescimento do indivíduo e leva a um acúmulo de tecido osteoide, 
ou seja, ao acúmulo de um tecido sem matriz mineralizada. A falta de mineralização é 
decorrente de problemas nos mecanismos que controlam as concentrações de cálcio e fósforo 
nos fluidos extracelulares. O raquitismo pode ser classificado em dois subtipos: hipocalcêmico 
e hipofosfatêmico. 
O tipo hipocalcêmico apresenta como causa mais comum a deficiência da vitamina D 
ou problemas relacionados com a ação dessa vitamina no corpo. O tipo hipofosfatêmico, por 
sua vez, é causado, principalmente, por perda renal de fosfato. Suas causas podem ser variadas, 
entre elas, deficiência de vitamina D, dificuldade de absorção, metabolização ou utilização da 
vitamina D, carência nutricional, doenças que provocam má absorção intestinas, uso de certos 
medicamentos e fatores genéticos. 
Entre as causas citadas, a deficiência de vitamina D é, sem dúvida, a principal delas. A 
vitamina D é extremamente importante para nosso corpo, estando relacionada com diferentes 
funções, como o metabolismo do cálcio, um sal mineral essencial para a mineralização óssea. 
Essa vitamina é encontrada em alimentos como peixes gordurosos, produtos lácteos e ovos. 
Entretanto, apesar de ser conseguida pela alimentação, a principal fonte dessa vitamina está na 
sua síntese na pele por meio da exposição aos raios ultravioleta B. Sendo assim, fatores como 
a exposição solar insuficiente podem ser um dos motivos para a baixa dessa vitamina. 
Esse distúrbio se manifesta principalmente, provocando retardo no crescimento e 
desencadeando deformidades ósseas. As deformidades acometem com maior frequência as 
regiões do esqueleto que crescem rapidamente, como o antebraço distal. 
Também pode ser percebido por atraso no fechamento das fontanelas (espaço conhecido 
popularmente como moleiras); formação do chamado rosário raquítico, que é uma 
proeminência das articulações costocondrais (articulações entre costelas e cartilagens que unem 
a costela ao osso esterno); deformidades na coluna; curvatura do fêmur, da tíbia; e curvatura 
distal no rádio e na ulna. O raquitismo pode provocar, ainda, problemas no esmalte dentário, 
retardo na erupção dos dentes, redução do tônus muscular, alopecia (perda de cabelo), 
convulsões, e até mesmo aumento de infecções. 
O tratamento do raquitismo depende dos fatores que estão desencadeando o problema. 
A utilização de vitamina D e preparações de cálcio e fósforo podem ser recomendadas pelo 
médico, sendo doses e tempo de tratamento analisados caso a caso. Em alguns pacientes, é 
necessária a realização de cirurgias ortopédicas, a fim de corrigirem deformidades ósseas. Para 
prevenir-se do raquitismo de causa nutricional, é fundamental a ingestão de alimentos ricos em 
cálcio, fósforo e vitamina D, bem como se expor à luz solar, a fim de garantir-se a síntese 
cutânea da vitamina. 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A suinocultura brasileira tem evoluído muito nos últimos anos ganhando cada vez mais 
espaço no mercado internacional. Para se manter no mercado, o Brasil futuramente terá que 
atender algumas normas de conforto e bem-estar animal. Além disso, alguns estudos mostram 
que o comprometimento do bem-estar resulta em pior desempenho produtivo e reprodutivo. 
Não é necessário banir o confinamento de suínos e sim adequá-lo as normas de bem-estar 
animal através do uso de baias coletivas para porcas em gestação, melhoria nas celas de parição, 
colocação de correntes sobre as baias, qualificação da mão de obra e melhoria no manejo nas 
fases de crescimento e terminação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REREFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRUM, Juliana. Características e frequência das doenças de suínos na Região Central do Rio 
Grande do Sul. Scielo, Brasil, ano 2013, p. 1-7, 16 out. 2013. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/pvb/a/3B6km7XZvtRTJxqyKWGJwKk/?format=pdf&lang=pt. 
Acesso em: 16 maio 2022. 
EVANDRO MENDES, Ricardo; ELOIR GABRIEL, Mateus. Deficiência de Selênio como 
causa de mortalidade em leitões neonatos no Oeste de Santa Catarina. Boletim de diagnóstico 
do laboratório de patologia veterinária , Instituto Federal Catarinense - Campus Concórdia, 
ano 2017, n. 1, ed. 1, 6 jun. 2017. 
PISSININ, Dejanir. Ferro para leitões: revisão de literatura. NutriTime, 
Https://nutritime.com.br, ano 2016, v. 13, n. 6, p. 1-9, 6 dez. 2016. Disponível em: 
http://www.nutritime.com.br/arquivos_internos/artigos/Artigo_4.pdf. Acesso em: 16 maio 
2022. 
SOUZA DE MOURA, MARIANA. Suplementação de ferro para leitões. 2008. 32 p. Revisão 
de Literatura (Pós-Graduação Ciência Animal) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO 
GROSSO DO SUL, [S. l.], 2008. 
DALLA COSTA, Osmar A.; SOBESTIANSKY, Jurij; MONTICELLI, Cícero J.; GUIDONI, 
Antônio L. Efeito da aplicação do ferro dextrano sobre o desempenho de leitões lactentes 
produzidos no Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre - SISCAL. EMBRAPA, [S. l.], 
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/publicacao/433739/efeito-da-aplicacao-do-ferro-dextrano-sobre-o-desempenho-de-leitoes-
lactentes-produzidos-no-sistema-intensivo-de-suinos-criados-ao-ar-livre---siscal. Acesso em: 
17 maio 2022. 
ANTÔNIA ROBATTIN, Jasmyne. Surto de urolitíase em suínos de crescimento e terminação. 
Vozes Diversas Diferentes Saberes, [S. l.], ano 2018, p. 1-1, 15 out. 2018. Disponível em: 
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/191310/Poster_58831.pdf?sequence=2#:~:
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des%20anatômicas. Acesso em: 23 maio 2022.

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