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RAZÃO INSTRUMENTAL E COMUTATIVA

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1
ESTUDO REFERENTE ÀS RAZÕES INSTRUMENTAL E COMUNICATIVA E SUAS
IMPLICAÇÕES NAS RELAÇÕES HUMANAS COM O AMBIENTE NATURAL.
Bruno Arndt Quelin1
Marcos Vinícius Souza da Silva2
Valéria Goettems3
RESUMO
No presente artigo, far-se-á a análise e a exposição das temáticas de razão e por
conseguinte, as subdivisões entre instrumental e dialógica, baseadas nos estudos da
Escola de Frankfurt com o objetivo da maior compreensão da influência destas nas
relações humanas com o ambiente natural. A metodologia utilizada foi a leitura de
textos de apoio, artigos e livros de autoria de filósofos e sociólogos referência no
assunto. Concluiu-se a partir do estudo que a compreensão do conceito de razão é
de suma importância e que as subdivisões explicitam e nos fazem compreender
diversos aspectos na relação dos humanos com o ambiente natural.
Palavras-chave: Escola de Frankfurt; Razão instrumental; Razão dialógica;
INTRODUÇÃO
Na concepção filosófica de Aristóteles, a razão é um elemento fundamental do
conhecimento humano, sendo assim, a compreensão do que é razão é
imprescindível. Entende-se por razão, o meio pelo qual os seres humanos chegam à
3 Bacharelanda em Direito. E-mail: valeriagoettems2@gmail.com.
2 Bacharelando em Direito. E-mail: marcosvinisdasilva@gmail.com.
1 Bacharelando em Direito. E-mail: brunoquelin18@gmail.com.
2
conclusões sobre determinados assuntos e só se tem razão quando há a capacidade
de pensar e de se expressar claramente sobre o que se quer dizer.
A atividade racional humana pode ser dividida em intuitiva e discursiva, sendo a
primeira baseada no imediatismo sob o objeto de conhecimento e que não requer
uma sustentação teórica. Já a discursiva, trata de uma atividade racional baseada em
provas e demonstrações sobre o objeto de conhecimento em questão e requer uma
sustentação em teoria e metodologia para a constatação da verdade que se busca.
No que diz respeito à razão discursiva, tem-se muitas áreas de estudo e
conhecimento, e o próprio estudo da razão e suas subdivisões é uma delas.
Nesse ínterim, traz-se para análise e exposição os estudos acerca da razão da
Escola de Frankfurt, que faz parte do período filosofia contemporânea e é uma escola
de análise e pensamentos filosóficos e sociológicos que surgiu na Universidade de
Frankfurt que tinha como finalidade a análise social. Essa Escola, subdividiu a razão
nos seus estudos em instrumental, crítica e dialógica. Dar-se-á ênfase aos aspectos
relativos à razão instrumental e dialógica no presente artigo.
DESENVOLVIMENTO
1. RAZÃO DIALÓGICA
A Teoria da Ação Comunicativa é uma tese social na qual se alega a centralidade
da comunicação enquanto processo de significação do real e de articulação do social
(ARAGÃO, 1997, pág.87). Em conformidade com Habermas, a razão comunicativa é
uma explicação abrangedora das relações entre os seres humanos, visando um
entendimento através de um modelo explicativo específico, portanto uma teoria
alcançada de como a capacidade que os indivíduos têm de inter-relacionar-se entre
grupos, assim com objetivos da observação do próprio agente da ação, priorizando o
entendimento do ser humano e sociedade, a atitudes de natureza comunicativa, ou
seja sua tese deve ser analisada em oposição à razão instrumental.
Aquele que é formado em ciências naturais julga evidente que
todos os fatores puramente subjetivos devem ser excluídos e que
o método científico-natural determina, em termos objetivos, o que
tem sua figuração nos modos subjetivos da representação... Mas
o investigador da natureza não se dá conta de que o fundamento
permanente de seu trabalho mental, subjetivo, é o mundo
circundante, vital, que constantemente é pressuposto como base,
como o terreno da atividade, sobre o qual suas perguntas e seus
métodos de pensar adquirem um sentido.(HUSSERL,2002,
pág.90)
3
Ao estudar essa questão, Habermas (1987) apresenta duas concepções do agir
humano, nas quais estão abordadas em Marx “atividade humana sensível”, mesmo
elas dependendo uma da outra, podem ser examinadas individualmente, trabalho e a
interação social. No entendimento de Habermas o homem torna-se livre
gradativamente da natureza, assim entendendo o elemento da sociedade em que as
convivências entre pessoas organizam normas sociais, com habilidades de se
comunicar e gerar ações. Em um espaço que ocorrem condutas sociais, acontece
uma ação comunicativa, sendo assim com interligações seguidas de normas que
podem ser compreendidas e também validadas por no mínimo dois sujeitos.
A parcialidade do sujeito não é formada em virtude de uma ação insociável de
própria reflexão, ela se constitui por resultado de um desenvolvimento formado que
causa uma grande rede de interações. Sendo a interação social, eventualmente, uma
interação comunicativa. Com a inclusão por parte da racionalidade instrumental,
produzindo um escoamento da ação comunicativa, por estar no campo da ação
humana interativa, o homem contemporâneo aplicou maneiras de sentir, pensar, agir
três quartos estabelecida no individualismo, no retraimento, na disputa, no conto e no
provento, que permanecem no eixo de dificuldades sociais.
vivemos em uma sociedade pós-tradicional cujo desafio
administrativo está em gerar sistemas de organização social
capazes de dar conta do pluralismo de interesses e de morais
reinantes sem perder de vista o espectro da única ética à qual nós
estaríamos efetivamente vinculados, que é a ética do
diálogo.(OLIVEIRA, 2000, pág 13),
Em virtude dos fatos mencionados, o contexto deste estudo aborda a ordem dos
atos de diálogo, que possibilitam um domínio, na ótica do princípio da ação
comunicativa de Habermas, do processo participativo e argumentativo que se declara
nesses atos desenvolvendo habilidades de comunicação e geração de ações.
2. RAZÃO INSTRUMENTAL
A priori, se faz necessário definir razão instrumental, tendo como base no livro
dialética do esclarecimento de Adorno e Horkheimer, pode-se definir como o ser
humano buscando na razão e nos conhecimentos científicos os meios para se chegar
a um determinado fim, não tendo relevância se esses meios vão prejudicar a natureza
ou outrem. Em conformidade com Horkheimer, há dois elementos que compõe a
razão instrumental: o ego abstrato, que compreende a tentativa do ser humano em
tornar tudo o que existe em meios para a conquista de algo para si mesmo, e a
natureza vazia, que trata-se do objeto a ser dominado e possui somente tal finalidade.
4
“Assim, por um lado o termo razão objetiva denota como essência
uma estrutura inerente à realidade que por si mesma exige um
modo específico de comportamento em cada caso, seja uma
atitude prática ou seja teórica. Por outro lado, o termo razão
objetiva pode também designar o próprio esforço e capacidade de
refletir tal ordem objetiva. Todo mundo conhece situações que,
pela própria natureza, e inteiramente à parte de qualquer interesse
do sujeito, exigem uma linha definida de ação: por exemplo, uma
criança ou um animal em afogamento iminente, uma população
esfomeada, ou uma doença individual. Cada uma dessas
situações fala por si mesma uma linguagem. Contudo, desde que
são apenas segmentos da realidade, cada uma delas poderá ser
negligenciada por existirem estruturas mais abrangentes que
exigem outras linhas de ação igualmente independentes de
desejos e interesses pessoais.” (Eclipse da Razão 1947, pag 17).
O homem agora busca o domínio sobre a natureza através da razão instrumental,
substituindo os mitos por teorias científicas que ajudassem a entender como tal
estrutura funcionava e operava mas, à medida que se em essa liberdade perante a
natureza, esse domínio do desconhecido, o homem acaba virando refém de si
próprio, causando uma controvérsia, um tipo de paradigma.
Em determinado momento é possível perceber que em uma análise crítica de
Horkheimer trazida a contemporaneidade, entende-se que para chegar a um objetivo
não teriam importância os meios, desde que a finalidade seja alcançada. Um dos
principais motivos para se chegar na criação do termo razão instrumentale da teoria
crítica, este último termo também importantíssimo pois era utilizada para criticar a
razão instrumental, foi a vivência destes escritores (Adorno e Horkheimer) durante a
segunda guerra mundial, visto que ambos eram judeus e fugiram da Alemanha para
buscar refúgio. Autores esses que fazem uma crítica a teoria instrumental já que o
indivíduo usa a razão para ter poder sobre a natureza ou até mesmo sobre o homem
e usá-lo como instrumento, não importando o modo como será feito, porque o meio é
só um instrumento, vemos na segunda mundial os subordinados a Hitler usarem
câmaras de gás para matar pessoas judaicas, isto era só um meio para chegar a um
fim, mesmo que cruel e desumano, no entendimento deste ditador ele estava correto.
Vê-se que a razão instrumental é usada somente como fonte para se conseguir
lucros, para países se tornarem grandes potências, porque não há uma reflexão
sobre este fato, gerando guerras e atrocidades, tanto às pessoas como à natureza.
Com base nas informações anteriormente citadas, pode-se entender que a razão
instrumental é duramente criticada pelos pensadores Adorno e Horkheimer dado ao
fato das experiências na segunda guerra mundial, Horkheimer no seu livro eclipse da
5
razão fala um pouco mais sobre a razão instrumental, levando para que se deve
analisar os meios, e como são utilizadas as novas tecnologias, visto que um grande
avanço na área da ciência, pode resultar em grandes guerras, destruições,
desigualdade e desentendimento entre grandes potências.
3. COMO A RAZÃO INSTRUMENTAL E A RAZÃO DIALÓGICA
IMPLICAM NAS RELAÇÕES HUMANAS COM O AMBIENTE
NATURAL
No âmbito da razão Dialógica, pode-se analisar sua implicância nas relações
humanas com o ambiente natural através da habilidade que os indivíduos têm de se
comunicar e produzir ações, inter-relacionar-se com outras pessoas é considerada
uma capacidade com objetivos da análise do próprio agente da ação, adquirindo com
prioridade o entendimento do ser humano e sociedade. Desenvolvendo por meio de
resultados, abrangendo uma grande rede de interações.
...não é a relação de um sujeito solitário com algo no mundo
objetivo que pode ser representado e manipulado, mas a relação
intersubjetiva, que sujeitos que falam e atuam, assumem quando
buscam o entendimento entre si, sobre algo. Ao fazer isto, os
atores comunicativos movem-se por meio de uma linguagem
natural, valendo-se de interpretações culturalmente transmitidas e
referem-se a algo simultaneamente em um mundo objetivo, em
seu mundo social comum e em seu próprio mundo subjetivo
(Habermas, 1987, p. 392).
Para que se entenda a razão instrumental em ação na atualidade, pode-se trazer
como exemplo os meios de comunicação, um grande canal de televisão pode
produzir informação em massa com uma finalidade pré estabelecida, mas sem se
importar com os modos como isso é feito. Logo, ela implica nas relações humanas
com ambiente natural, uma vez que caracteriza o porquê das pessoas fazerem algo,
ou seja tudo se resume ao meio, uso da pessoa e da natureza para alcançar seus
objetivos e interesses.
Como exemplo, pode-se utilizar o fato de que atualmente o governante da Rússia,
que com base nos seus interesses políticos de conquista de território, está em guerra
com a Ucrânia, o que é um retrato do que foi escrito por Adorno e Horkheimer na
escola de Frankfurt.
6
“A ênfase era colocada mais nos fins do que nos meios. O
supremo esforço dessa espécie de pensamento foi conciliar a
ordem objetiva do "racional'', tal como a filosofia o concebe, com a
existência humana, incluindo o interesse por si mesmo e a
autopreservação. Platão, por exemplo, idealizou a sua República
a fim de provar que aquele que vive à luz da razão objetiva vive
também uma vida feliz e bem sucedida. A teoria da razão objetiva
não enfoca a coordenação do comportamento e objetivos, mas os
conceitos por mais mitológicos que estes pareçam hoje- tais como
a idéia do bem supremo, o problema do destino humano e o modo
de realização dos fins últimos.” (Eclipse da Razão 1947, P.11).
A análise feita por esses escritores a mais de 70 anos atrás ainda reflete nos dias
atuais, mostrando que até o presente momento ser humano precisa estudar as
formas de utilizar o conhecimento científico e de certa forma a razão, a unificação
destas está presente na maior parte das decisões e pensamentos que são tomados,
é perceptível o quanto estudar estes dois fatos é importante para a evolução do ser
humano perante ele mesmo e a natureza.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, portanto, que a compreensão do conceito de razão é imprescindível
para que haja clareza nas ideias e a certeza do pleno conhecimento de determinados
assuntos. Tendo por entendido o que é a razão e para qual a sua utilidade, parte-se
para a análise das subdivisões em razão instrumental e dialógica com base nos
estudos dos filósofos e sociólogos da Escola de Frankfurt na qual pode-se obter o
entendimento de sua caracterização e no que elas implicam nas relações humanas
com o ambiente natural.
No que diz respeito à razão dialógica, constatou-se que se trata de uma razão fruto
do diálogo entre os humanos e que só há essa razão quando os indivíduos têm
exposição ao diálogo onde um tem a possibilidade de aprender com o outro. Pode-se
trazer como exemplos a partir da exposição dessa razão, conceitos como feminismo,
ecologia, cultura e multiculturalismo.
Já no âmbito da razão instrumental, compreendeu-se que é uma razão utilizada
com a finalidade de estabelecer o controle sobre um indivíduo, a sociedade ou a
natureza e também chega-se ao entendimento de que essa razão é algo corriqueiro
na modernidade. A razão instrumental é exercida por meio de manipulação,
intimidação e medo.
7
REFERÊNCIAS
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento -1947.
ARAGÃO, L. M. de C. Razão comunicativa e teoria social crítica em Jürgen
Habermas 2. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.
Aristóteles-Filosofia. PUC SP, 2020. Disponível em:
<https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/filosofia.html>
Acesso em: 02 de abril de 2022.
Equipe editorial de Conceito.de., 21 de Janeiro de 2012.Conceito de
razão.Disponível em: <https://conceito.de/razao> Acesso em: 10 de abril de 2022
Equipe editorial de Conceito.de., 27 de Dezembro de 2015.Conceito de razão
instrumental.Disponível em: <https://conceito.de/razao-instrumental> Acesso em: 15
de abril de 2022.
HABERMAS, Jürgen. Teoria de la Acción Comunicativa. Trad. Manuel Jiménez
Redondo. Madrid: Taurus, 1988. v. I e II.
HABERMAS, Jurgen. Técnica e ciência como ideologia. Lisboa: Edições 70, 1987.
HORKHEIMER, Max. Eclipse da Razão- 1947
HUSSERL, Edmund. A crise da humanidade européia e a filosofia. Introd. e trad.
Urbano Zilles. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. 96p. (Coleção Filosofia, 41)
OLIVEIRA JUNIOR, José Alcebíades de. Teoria Jurídica e Novos Direitos. Rio de
Janeiro: Lumen Júris, 2000.
https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/paulosergio/filosofia.html
https://conceito.de/razao-instrumental

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