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1 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Mangaratiba-RJ 
Técnico de Enfermagem 
 
 
1. Fundamentos do exercício da Enfermagem; ................................................................... 1 
2. Administração em Enfermagem; ..................................................................................... 7 
3. Código de Ética e Deontologia dos profissionais de Enfermagem; ................................ 58 
4. Sistematização da Assistência de Enfermagem; ......................................................... 106 
5. Políticas e Programas Nacionais do SUS (engloba programa nacional de imunizações, 
DST, hepatites e AIDS, hanseníase, tuberculose, hipertensão, diabetes, doenças 
crônicas); ............................................................................................................................. 127 
5. Política Nacional de Segurança do Paciente; .............................................................. 156 
6. Infecções relacionadas à Assistência à Saúde; ........................................................... 160 
7. Saúde do trabalhador em Enfermagem; ..................................................................... 191 
8. Enfermagem em saúde da mulher; ............................................................................. 197 
8. Enfermagem em saúde da criança; ............................................................................. 264 
8. Enfermagem em saúde do adolescente; ..................................................................... 293 
9. Cuidados de Enfermagem ao recém-nato normal e de risco; ...................................... 309 
10. Prénatal, parto, puerpério, aborto, agravos por violência sexual; .............................. 309 
11. Enfermagem em saúde do adulto e do idoso; ........................................................... 340 
12. Cuidados de Enfermagem ao indivíduo com distúrbios clínico e cirúrgico; ................ 355 
13. Feridas e curativos; ................................................................................................... 381 
14. Emergência clínica e cirúrgica e assistência de Enfermagem; .................................. 389 
15. Cuidado ao paciente crítico; ...................................................................................... 413 
16. Ações de Enfermagem na prevenção e controle de infecção hospitalar; ................... 417 
17. Biossegurança; ......................................................................................................... 421 
18. Processo de esterilização; ........................................................................................ 421 
19. Administração de medicamentos. 20. Noções de Farmacologia; .............................. 441 
21. Legislação relacionada ao exercício profissional; ...................................................... 459 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
1 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM12 
 
A assistência da Enfermagem baseia-se em conhecimentos científicos e métodos que definem sua 
implementação. Assim, a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é uma forma planejada de 
prestar cuidados aos pacientes que, gradativamente, vem sendo implantada em diversos serviços de 
saúde. 
Os componentes ou etapas dessa sistematização variam de acordo com o método adotado, sendo 
basicamente composta por levantamento de dados ou histórico de enfermagem, diagnóstico de 
enfermagem, plano assistencial e avaliação. 
Interligadas, essas ações permitem identificar as necessidades de assistência de saúde do paciente e 
propor as intervenções que melhor as atendam - ressalte-se que compete ao enfermeiro a 
responsabilidade legal pela sistematização; contudo, para a obtenção de resultados satisfatórios, toda a 
equipe de enfermagem deve envolver-se no processo. 
Na fase inicial, é realizado o levantamento de dados, mediante entrevista e exame físico do paciente. 
Como resultado, são obtidas importantes informações para a elaboração de um plano assistencial e 
prescrição de enfermagem, a ser implementada por toda a equipe. 
A entrevista, um dos procedimentos iniciais do atendimento, é o recurso utilizado para a obtenção dos 
dados necessários ao tratamento, tais como o motivo que levou o paciente a buscar ajuda, seus hábitos 
e práticas de saúde, a história da doença atual, de doenças anteriores, hereditárias, etc. 
Nesta etapa, as informações consideradas relevantes para a elaboração do plano assistencial de 
enfermagem e tratamento devem ser registradas no prontuário, tomando-se, evidentemente, os cuidados 
necessários com as consideradas como sigilosas, visando garantir ao paciente o direito da privacidade. 
O exame físico inicial é realizado nos primeiros contatos com o paciente, sendo reavaliado diariamente 
e, em algumas situações, até várias vezes ao dia. Como sua parte integrante, há a avaliação minuciosa 
de todas as partes do corpo e a verificação de sinais vitais e outras medidas, como peso e altura, 
utilizando-se técnicas específicas. 
Na etapa seguinte, faz-se a análise e interpretação dos dados coletados e se determinam os problemas 
de saúde do paciente, formulados como diagnóstico de enfermagem. Através do mesmo são identificadas 
as necessidades de assistência de enfermagem e a elaboração do plano assistencial de enfermagem. 
O plano descreve os cuidados que devem ser dados ao paciente (prescrição de enfermagem) e 
implementados pela equipe de enfermagem, com a participação de outros profissionais de saúde, sempre 
que necessário. 
Na etapa de avaliação verifica-se a resposta do paciente aos cuidados de enfermagem a ele prestado 
e as necessidades de modificar ou não o plano inicialmente proposto. 
 
O Hospital, a Assistência de Enfermagem e a Prevenção da Infecção 
 
O termo hospital origina-se do latim hospitium, que quer dizer local onde se hospedam pessoas, em 
referência a estabelecimentos fundados pelo clero, a partir do século IV d.C., cuja finalidade era prover 
cuidados a doentes e oferecer abrigo a viajantes e peregrinos. 
Segundo o Ministério da Saúde, hospital é definido como estabelecimento de saúde destinado a 
prestar assistência sanitária em regime de internação a uma determinada clientela, ou de não internação, 
no caso de ambulatório ou outros serviços. 
Para se avaliar a necessidade de serviços e leitos hospitalares numa dada região faz-se necessário 
considerar fatores como a estrutura e nívelde organização de saúde existente, número de habitantes e 
frequência e distribuição de doenças, além de outros eventos relacionados à saúde. 
Por exemplo, é possível que numa região com grande população de jovens haja carência de leitos de 
maternidade onde ocorre maior número de nascimentos. Em outra, onde haja maior incidência de 
doenças crônico-degenerativas, a necessidade talvez seja a de expandir leitos de clínica médica. 
 
1 https://www.ebah.com.br/content/ABAAAAi1QAD/fundamentos-enfermagem 
2 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/profae/pae_cad3.pdf 
1. Fundamentos do exercício da Enfermagem 
 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
2 
 
De acordo com a especialidade existente, o hospital pode ser classificado como geral, destinado a 
prestar assistência nas quatro especialidades médicas básicas, ou especializado, destinado a prestar 
assistência em uma especialidade, como, por exemplo, maternidade, ortopedia, entre outras. 
Outro critério utilizado para a classificação de hospitais é o seu número de leitos ou capacidade 
instalada: são considerados como de pequeno porte aqueles com até 50 leitos; de médio porte, de 51 a 
150 leitos; de grande porte, de 151 a 500 leitos; e de porte especial, acima de 500 leitos. 
Conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), os serviços de saúde em uma dada região 
geográfica - desde as unidades básicas até os hospitais de maior complexidade - devem estar integrados, 
constituindo um sistema hierarquizado e organizado de acordo com os níveis de atenção à saúde. Um 
sistema assim constituído disponibiliza atendimento integral à população, mediante ações de promoção, 
prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. 
As unidades básicas de saúde (integradas ou não ao Programa Saúde da Família) devem funcionar 
como porta de entrada para o sistema, reservando-se o atendimento hospitalar para os casos mais 
complexos - que, de fato, necessitam de tratamento em regime de internação. 
De maneira geral, o hospital secundário oferece alto grau de resolubilidade para grande parte dos 
casos, sendo poucos os que acabam necessitando de encaminhamento para um hospital terciário. O 
sistema de saúde vigente no Brasil agrega todos os serviços públicos das esferas federal, estadual e 
municipal e os serviços privados, credenciados por contrato ou convênio. 
Na área hospitalar, 80% dos estabelecimentos que prestam serviços ao SUS são privados e recebem 
reembolso pelas ações realizadas, ao contrário da atenção ambulatorial, onde 75% da assistência provem 
de hospitais públicos. 
Na reorganização do sistema de saúde proposto pelo SUS o hospital deixa de ser a porta de entrada 
do atendimento para se constituir em unidade de referência dos ambulatórios e unidades básicas de 
saúde. 
O hospital privado pode ter caráter beneficente, filantrópico, com ou sem fins lucrativos. No 
beneficente, os recursos são originários de contribuições e doações particulares para a prestação de 
serviços a seus associados - integralmente aplicados na manutenção e desenvolvimento de seus 
objetivos sociais. 
O hospital filantrópico reserva serviços gratuitos para a população carente, respeitando a legislação 
em vigor. Em ambos, os membros da diretoria não recebem remuneração. 
Para que o paciente receba todos os cuidados de que necessita durante sua internação hospitalar, 
faz-se necessário que tenha à sua disposição uma equipe de profissionais competentes e diversos 
serviços integrados - Corpo Clínico, equipe de enfermagem, Serviço de Nutrição e Dietética, Serviço 
Social, etc., caracterizando uma extensa divisão técnica de trabalho. 
Para alcançar os objetivos da instituição, o trabalho das equipes, de todas as áreas, necessita estar 
em sintonia, haja vista que uma das características do processo de produção hospitalar é a 
interdependência. 
Outra característica é a quantidade e diversidade de procedimentos diariamente realizados para prover 
assistência ao paciente, cuja maioria segue normas rígidas no sentido de proporcionar segurança máxima 
contra a entrada de agentes biológicos nocivos ao mesmo. 
O ambiente hospitalar é considerado um local de trabalho insalubre, onde os profissionais e os próprios 
pacientes internados estão expostos a agressões de diversas naturezas, seja por agentes físicos, como 
radiações originárias de equipamentos radiológicos e elementos radioativos, seja por agentes químicos, 
como medicamentos e soluções, ou ainda por agentes biológicos, representados por microrganismos. 
No hospital concentram-se os hospedeiros mais susceptíveis, os doentes e os microrganismos mais 
resistentes. O volume e a diversidade de antibióticos utilizados provocam alterações importantes nos 
microrganismos, dando origem a cepas multirresistentes, normalmente inexistentes na comunidade. 
A contaminação de pacientes durante a realização de um procedimento ou por intermédio de artigos 
hospitalares pode provocar infecções graves e de difícil tratamento. Procedimentos diagnósticos e 
terapêuticos invasivos, como diálise peritoneal, hemodiálise, inserção de cateteres e drenos, uso de 
drogas imunossupressoras, são fatores que contribuem para a ocorrência de infecção. 
Ao dar entrada no hospital, o paciente já pode estar com uma infecção, ou pode vir a adquiri-la durante 
seu período de internação. Seguindo-se a classificação descrita na Portaria no 2.616/98, do Ministério da 
Saúde, podemos afirmar que o primeiro caso representa uma infecção comunitária; o segundo, uma 
infecção hospitalar que pode ter como fontes a equipe de saúde, o próprio paciente, os artigos 
hospitalares e o ambiente. 
Visando evitar a ocorrência de infecção hospitalar, a equipe deve realizar os devidos cuidados no 
tocante à sua prevenção e controle, principalmente relacionada à lavagem das mãos, pois os 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
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microrganismos são facilmente levados de um paciente a outro ou do profissional para o paciente, 
podendo causar a infecção cruzada. 
 
Atendendo o Paciente no Hospital 
 
O paciente procura o hospital por sua própria vontade (necessidade) ou da família, e a internação 
ocorre por indicação médica ou, nos casos de doença mental ou infectocontagiosa, por processo legal 
instaurado. 
A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito hospitalar, por período igual ou maior que 
24 horas. Para ele, isto significa a interrupção do curso normal de vida e a convivência temporária com 
pessoas estranhas e em ambiente não familiar. Para a maioria das pessoas, este fato representa 
desequilíbrio financeiro, isolamento social, perda de privacidade e individualidade, sensação de 
insegurança, medo e abandono. 
A adaptação do paciente a essa nova situação é marcada por dificuldades pois, aos fatores acima, 
soma-se a necessidade de seguir regras e normas institucionais quase sempre bastante rígidas e 
inflexíveis, de entrosar-se com a equipe de saúde, de submeter-se a inúmeros procedimentos e de mudar 
de hábitos. 
O movimento de humanização do atendimento em saúde procura minimizar o sofrimento do paciente 
e seus familiares, buscando formas de tornar menos agressiva a condição do doente institucionalizado. 
Embora lenta e gradual, a própria conscientização do paciente a respeito de seus direitos tem contribuído 
para tal intento. 
Fortes aponta a responsabilidade institucional como um aspecto importante, ao afirmar que existe um 
componente de responsabilidade dos administradores de saúde na implementação de políticas e ações 
administrativas que resguardem os direitos dos pacientes. 
Assim, questões como sigilo, privacidade, informação, aspectos que o profissional de saúde tem o 
dever de acatar por determinação do seu código de ética, tornam-se mais abrangentes e eficazes na 
medida em que também passam a serem princípios norteadores da organização de saúde. 
Tudo isso reflete as mudanças em curso nas relações que se estabelece entre o receptordo cuidado, 
o paciente, e o profissional que o assiste, tendo influenciado, inclusive, a nomenclatura tradicionalmente 
utilizada no meio hospitalar. 
O termo paciente, por exemplo, deriva do verbo latino patiscere, que significa padecer, e expressa uma 
conotação de dependência, motivo pelo qual cada vez mais se busca outra denominação para o receptor 
do cuidado. 
Há crescente tendência em utilizar o termo cliente, que melhor reflete a forma como vêm sendo 
estabelecidos os contatos entre o receptor do cuidado e o profissional, ou seja, na base de uma relação 
de interdependência e aliança. 
Outros têm manifestado preferência pelo termo usuário, considerando que o receptor do cuidado usa 
os nossos serviços. Entretanto, será mantida a denominação tradicional, porque ainda é dessa forma que 
a maioria se reporta ao receptor do cuidado. 
Ao receber o paciente na unidade de internação, o profissional de enfermagem deve providenciar e 
realizar a assistência necessária, atentando para certos cuidados que podem auxiliá-lo nessa fase. O 
primeiro contato entre o paciente, seus familiares e a equipe é muito importante para a adaptação na 
unidade. 
O tratamento realizado com gentileza, cordialidade e compreensão ajudam a despertar a confiança e 
a segurança tão necessárias. Assim, cabe auxiliá-lo a se familiarizar com o ambiente, apresentando-o à 
equipe presente e a outros pacientes internados, em caso de enfermaria, acompanhando-o em visita às 
dependências da unidade, orientando-o sobre o regulamento, normas e rotinas da instituição. 
É também importante solicitar aos familiares que providenciem objetos de uso pessoal, quando 
necessário, bem como arrolar roupas e valores nos casos em que o paciente esteja desacompanhado e 
seu estado indique a necessidade de tal procedimento. 
É importante lembrar que, mesmo na condição de doente, a pessoa continua de posse de seus direitos: 
ao respeito de ser chamado pelo nome, de decidir, junto aos profissionais, sobre seus cuidados, de ser 
informado sobre os procedimentos e tratamento que lhe serão dispensados, e a que seja mantida sua 
privacidade física e o segredo sobre as informações confidenciais que digam respeito à sua vida e estado 
de saúde. 
O tempo de permanência do paciente no hospital dependerá de vários fatores: tipo de doença, estado 
geral, resposta orgânica ao tratamento realizado e complicações existentes. Atualmente, há uma 
tendência para se abreviar ao máximo o tempo de internação, em vista de fatores como altos custos 
hospitalares, insuficiência de leitos e riscos de infecção hospitalar. 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
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Em contrapartida, difundem-se os serviços de saúde externos, como a internação domiciliar, a qual 
estende os cuidados da equipe para o domicílio do doente, medida comum em situações de alta precoce 
e de acompanhamento de casos crônicos - é importante que, mesmo neste âmbito, sejam também 
observados os cuidados e técnicas utilizadas para a prevenção e controle da infecção hospitalar e 
descarte adequado de material perfurocortante. 
O período de internação do paciente finaliza-se com a alta hospitalar, decorrente de melhora em seu 
estado de saúde, ou por motivo de óbito. Entretanto, a alta também pode ser dada por motivos tais como: 
a pedido do paciente ou de seu responsável; nos casos de necessidade de transferência para outra 
instituição de saúde; na ocorrência de o paciente ou seu responsável recusar (em)-se a seguir o 
tratamento, mesmo após ter(em) sido orientado(s) quanto aos riscos, direitos e deveres frente à 
terapêutica proporcionada pela equipe. 
Na ocasião da alta, o paciente e seus familiares podem necessitar de orientações sobre alimentação, 
tratamento medicamentoso, atividades físicas e laborais, curativos e outros cuidados específicos, 
momento em que a participação da equipe multiprofissional é importante para esclarecer quaisquer 
dúvidas apresentadas. 
Após a saída do paciente, há necessidade de se realizar a limpeza da cama e mobiliário; se o mesmo 
se encontrava em isolamento, deve-se também fazer a limpeza de todo o ambiente (limpeza terminal): 
teto, paredes, piso e banheiro. 
As rotinas administrativas relacionadas ao preenchimento e encaminhamento do aviso de alta ao 
registro, bem como às pertinentes à contabilidade e apontamento em censo hospitalar, deveriam ser 
realizadas por agentes administrativos. Na maioria das instituições hospitalares, porém, estas ações 
ainda ficam sob o encargo dos profissionais de enfermagem. 
O paciente poderá sair do hospital só ou acompanhado por familiares, amigos ou por um funcionário 
(assistente social, auxiliar, técnico de enfermagem ou qualquer outro profissional de saúde que a 
instituição disponibilize); dependendo do seu estado geral, em transporte coletivo, particular ou 
ambulância. Cabe à enfermagem registrar no prontuário a hora de saída, condições gerais, orientações 
prestadas, como e com quem deixou o hospital. 
Um aspecto particular da alta diz respeito à transferência para outro setor do mesmo estabelecimento, 
ou para outra instituição. Deve-se considerar que a pessoa necessitará adaptar-se ao novo ambiente, 
motivo pelo qual a orientação da enfermagem é importante. 
Quando do transporte a outro setor ou à ambulância, o paciente deve ser transportado em maca ou 
cadeira de rodas, junto com seus pertences, prontuário e os devidos registros de enfermagem. No caso 
de encaminhamento para outro estabelecimento, enviar os relatórios médico e de enfermagem. 
 
Sistema de Informação em Saúde 
 
Um sistema de informação representa a forma planejada de receber e transmitir dados. Pressupõe 
que a existência de um número cada vez maior de informações requer o uso de ferramentas (internet, 
arquivos, formulários) apropriadas que possibilitem o acesso e processamento de forma ágil, mesmo 
quando essas informações dependem de fontes localizadas em áreas geográficas distantes. 
No hospital, a disponibilidade de uma rede integrada de informações através de um sistema 
informatizado é muito útil porque agiliza o atendimento, tornando mais rápido o processo de admissão e 
alta de pacientes, a marcação de consultas e exames, o processamento da prescrição médica e de 
enfermagem e muitas outras ações frequentemente realizadas. 
Também influencia favoravelmente na área gerencial, disponibilizando em curto espaço de tempo 
informações atualizadas de diversas naturezas que subsidiam as ações administrativas, como recursos 
humanos existentes e suas características, dados relacionados a recursos financeiros e orçamentários, 
recursos materiais (consumo, estoque, reposição, manutenção de equipamentos e fornecedores), 
produção (número de atendimentos e procedimentos realizados) e aqueles relativos à taxa de 
nascimentos, óbitos, infecção hospitalar, média de permanência, etc. 
As informações do paciente, geradas durante seu período de internação, constituirão o documento 
denominado prontuário, o qual, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 1.821/2007), 
consiste em um conjunto de documentos padronizados e ordenados, proveniente de várias fontes, 
destinado ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente. 
O prontuário agrega um conjunto de impressos nos quais são registradas todas as informações 
relativas ao paciente, como histórico da doença, antecedentes pessoais e familiares, exame físico, 
diagnóstico, evolução clínica, descrição de cirurgia, ficha de anestesia, prescrição médica e de 
enfermagem, exames complementares de diagnóstico, formulários e gráficos. 
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É direito do paciente ter suas informações adequadamente registradas, como também acesso - seu 
ou de seu responsável legal - às mesmas, sempre que necessário. 
Legalmente, o prontuário é propriedade dos estabelecimentos de saúde e após a alta do paciente fica 
sob os cuidados da instituição, arquivado em setorespecífico. Quanto à sua informatização, há iniciativas 
em andamento em diversos hospitais brasileiros, haja vista que facilita a guarda e conservação dos dados, 
além de agilizar informações em prol do paciente. Devem, entretanto, garantir a privacidade e sigilo dos 
dados pessoais. 
 
Sistema de Informação em Enfermagem 
 
Uma das tarefas do profissional de enfermagem é o registro, no prontuário do paciente, de todas as 
observações e assistência prestada ao mesmo, ato conhecido como anotação de enfermagem. 
A importância do registro reside no fato de que a equipe de enfermagem é a única que permanece 
continuamente e sem interrupções ao lado do paciente, podendo informar com detalhes todas as 
ocorrências clínicas. 
Para maior clareza, recomenda-se que o registro das informações seja organizado de modo a 
reproduzir a ordem cronológica dos fatos, isto permitirá que, na passagem de plantão, a equipe possa 
acompanhar a evolução do paciente. 
 
Um registro completo de enfermagem contempla as seguintes informações: 
- Observação do estado geral do paciente, indicando manifestações emocionais como angústia, calma, 
interesse, depressão, euforia, apatia ou agressividade; condições físicas, indicando alterações 
relacionadas ao estado nutricional, hidratação, integridade cutaneomucosa, oxigenação, postura, sono e 
repouso, eliminações, padrão da fala, movimentação; existência e condições de sondas, drenos, 
curativos, imobilizações, cateteres, equipamentos em uso; 
- A ação de medicamentos e tratamentos específicos, para verificação da resposta orgânica manifesta 
após a aplicação de determinado medicamento ou tratamento, tais como, por exemplo: alergia após a 
administração de medicamentos, diminuição da temperatura corporal após banho morno, melhora da 
dispneia após a instalação de cateter de oxigênio; 
- A realização das prescrições médicas e de enfermagem, o que permite avaliar a atuação da equipe 
e o efeito, na evolução do paciente, da terapêutica medicamentosa e não-medicamentosa. Caso o 
tratamento não seja realizado, é necessário explicitar o motivo, por exemplo, se o paciente recusa a 
inalação prescrita, deve-se registrar esse fato e o motivo da negação. Procedimentos rotineiros também 
devem ser registrados, como a instalação de solução venosa, curativos realizados, colheita de material 
para exames, encaminhamentos e realização de exames externos, bem como outras ocorrências atípicas 
na rotina do paciente; 
- A assistência de enfermagem prestada e as intercorrências observadas. Incluem-se neste item, entre 
outros, os dados referentes aos cuidados higiênicos, administração de dietas, mudanças de decúbito, 
restrição ao leito, aspiração de sondas e orientações prestadas ao paciente e familiares; 
- As ações terapêuticas aplicadas pelos demais profissionais da equipe multiprofissional, quando 
identificada a necessidade de o paciente ser atendido por outro componente da equipe de saúde. Nessa 
circunstância, o profissional é notificado e, após efetivar sua visita, a enfermagem faz o registro 
correspondente. Para o registro das informações no prontuário, a enfermagem geralmente utiliza um 
roteiro básico que facilita sua elaboração. Por ser um importante instrumento de comunicação para a 
equipe, as informações devem ser objetivas e precisas de modo a não darem margem a interpretações 
errôneas. Considerando-se sua legalidade, faz-se necessário ressaltar que servem de proteção tanto para 
o paciente como para os profissionais de saúde, a instituição e, mesmo, a sociedade. 
 
A seguir, destacamos algumas significativas recomendações para maior precisão ao registro das 
informações: 
- Os dados devem ser sempre registrados a caneta, em letra legível e sem rasuras, utilizando a cor de 
tinta padronizada no estabelecimento. Em geral, a cor azul é indicada para o plantão diurno; a vermelha, 
para o noturno. Não é aconselhável deixar espaços entre um registro e outro, o que evita que alguém 
possa, intencionalmente, adicionar informações. Portanto, recomenda-se evitar pular linha(s) entre um 
registro e outro, deixar parágrafo ao iniciar a frase, manter espaço em branco entre o ponto final e a 
assinatura; 
- Verificar o tipo de impresso utilizado na instituição e a rotina que orienta o seu preenchimento; 
identificar sempre a folha, preenchendo ou completando o cabeçalho, se necessário; 
- Indicar o horário de cada anotação realizada; 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
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- Ler a anotação anterior, antes de realizar novo registro; 
- Como não se deve confiar na memória para registrar as informações, considerando-se que é muito 
comum o esquecimento de detalhes e fatos importantes durante um intensivo dia de trabalho, o registro 
deve ser realizado em seguida à prestação do cuidado, observação de intercorrências, recebimento de 
informação ou tomada de conduta, identificando a hora exata do evento; 
- Quando do registro, evitar palavras desnecessárias como, paciente, por exemplo, pois a folha de 
anotação é individualizada e, portanto, indicativa do referente; 
- Jamais deve-se rasurar a anotação; caso se cometa um engano ao escrever, não usar corretor de 
texto, não apagar nem rasurar, pois as rasuras ou alterações de dados despertam suspeitas de que 
alguém tentou deliberadamente encobrir informações; em casos de erro, utilizar a palavra, digo, entre 
vírgulas, e continuar a informação correta para concluir a frase, ou riscar o registro com uma única linha 
e escrever a palavra, erro; a seguir, fazer o registro correto - exemplo: Refere dor intensa na região lombar, 
administrada uma ampola de Voltaren IM no glúteo direito, digo, esquerdo.. Ou: .... no glúteo esquerdo; 
em caso de troca de papeleta, riscar um traço em diagonal e escrever, Erro, papeleta trocada; 
- Distinguir na anotação a pessoa que transmite a informação; assim, quando é o paciente que informa, 
utiliza-se o verbo na terceira pessoa do singular: Informa que ...., Refere que ...., Queixa-se de ....; já 
quando a informação é fornecida por um acompanhante ou membro da equipe, registrar, por exemplo: A 
mãe refere que a criança .... ou Segundo a nutricionista ....; 
- Atentar para a utilização da sequência céfalo-caudal quando houver descrições dos aspectos físicos 
do paciente. Por exemplo: o paciente apresenta mancha avermelhada na face, MMSS e MMII; 
- Organizar a anotação de maneira a reproduzir a ordem em que os fatos se sucedem. Utilizar a 
expressão, entrada tardia. Ou em tempo, para acrescentar informações que porventura tenham sido 
anteriormente omitidas; 
- Utilizar a terminologia técnica adequada, evitando abreviaturas, exceto as padronizadas 
institucionalmente. Por exemplo: Apresenta dor de cabeça cont..... por, Apresenta cefaleia contínua ....; 
- Evitar anotações e uso de termos gerais como, segue em observação de enfermagem, ou, sem 
queixas, que não fornecem nenhuma informação relevante e não são indicativos de assistência prestada; 
- Realizar os registros com frequência, pois se decorridas várias horas nenhuma anotação foi feita 
pode-se supor que o paciente ficou abandonado e que nenhuma assistência lhe foi prestada; 
- Registrar todas as medidas de segurança adotadas para proteger o paciente, bem como aquelas 
relativas à prevenção de complicações, por exemplo: Contido por apresentar agitação psicomotora; 
- Assinar a anotação e apor o número de inscrição do Conselho Regional de Enfermagem (em 
cumprimento ao art. 76, Cap. VI do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem). 
 
Assistência de Enfermagem aos Pacientes Graves e Agonizantes 
 
O paciente pode passar por cinco estágios psicológicos em preparação para morte. Apesar de serem 
percebidos de forma diferente em cada paciente, e não necessariamente na ordem mostrada o 
entendimento de tais sentimentos pode ajudar a satisfação dos pacientes. As etapas do ato de morrer 
são: 
Negação: quando o paciente toma conhecimento pela primeira vez de sua doença terminal,pode 
ocorrer uma recusa em aceitar o diagnóstico. 
Ira: uma vez que o paciente parando de negar a morte, é possível que apresente um profundo 
ressentimento em relação aos que continuarão vivos após a morte, ao pessoal do hospital, a sua própria 
família etc. 
Barganha: apesar de haver uma aceitação da morte por parte do paciente, pode haver uma tentativa 
de negociação de mais tempo de vida junto a Deus ou com o seu destino. 
Depressão: é possível que o paciente se afaste dos amigos, da família, dos profissionais de saúde. É 
possível que venha sofrer de inapetência, aumento da fadiga e falta de cuidados pessoais. 
Aceitação: Nessa fase, o paciente aceita a inevitabilidade e a iminência de sua morte. É possível que 
deseje simplesmente o acompanhamento de um membro da família ou um amigo. 
 
Questão 
 
01. (IF/RJ - Enfermeiro - FCM) O Sistema de Informação computadorizado em enfermagem 
(A) aumenta a margem de erros. 
(B) piora a qualidade da documentação. 
(C) aumenta a redundância das informações. 
 
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7 
 
(D) lentifica o tempo de comunicação da equipe. 
(E) aumenta o tempo dos enfermeiros para o cuidado direto. 
 
Gabarito 
 
01.E 
 
Comentário 
 
01. Resposta: E 
A importância do registro reside no fato de que a equipe de enfermagem é a única que permanece 
continuamente e sem interrupções ao lado do paciente, podendo informar com detalhes todas as 
ocorrências clínicas. Para maior clareza, recomenda-se que o registro das informações seja organizado 
de modo a reproduzir a ordem cronológica dos fatos, isto permitirá que, na passagem de plantão, a equipe 
possa acompanhar a evolução do paciente. 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ENFERMAGEM 
 
Processo Gerencial de Enfermagem34567 
 
Na enfermagem, como em outras profissões, o enfermeiro incorpora, em sua formação profissional, o 
saber de várias ciências. Dentre elas, a ciência da administração contribui com uma parcela que se 
concretiza, principalmente, na administração do pessoal de enfermagem. 
Para CHIAVENATO (1993) administrar nos dias de hoje significa fazer uma leitura dos objetivos 
propostos pelas instituições e empresas e transformá-los em ação organizacional partindo das funções 
administrativas, ou seja, do planejamento, organização, direção e controle através do esforço de todos, 
realizado em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar os objetivos propostos 
da maneira mais adequada à situação. 
A administração coordena as ações de todas as áreas de uma organização, “é a área de atividade 
humana que se ocupa de conseguir fazer coisas com e através de pessoas” (FONSECA). 
A enfermagem moderna surgiu na segunda metade do século XIX, com Florence Nightingale, sendo 
que seu início como profissão científica se deu juntamente com o surgimento da administração como 
ciência. 
A utilização dos conhecimentos administrativos pela enfermagem parte da necessidade de organizar 
um ambiente terapêutico nos hospitais, constituindo um saber de administração em enfermagem cuja 
gênese se deu juntamente com a organização das técnicas, instrumentos de trabalho para o cuidado 
(ALMEIDA; ROCHA). 
 
Assim, pode-se dizer que o trabalho da enfermagem se organizou em três direções: 
1. Organização do cuidado ao doente, através da sistematização das técnicas de enfermagem; 
2. Organização do ambiente terapêutico através da discussão das condições de trabalho e do meio 
ambiente; 
3. Organização da equipe de enfermagem, através do treinamento e desenvolvimento do pessoal 
(GOMES, et al.). 
 
Com o desenvolvimento do capitalismo industrial, a administração científica se difundiu, consolidando 
a divisão técnica do trabalho, o que vem influenciar a enfermagem que incorpora os princípios de controle, 
hierarquia e disciplina, por exemplo (FELLI; PEDUZZI). 
 
3 SANTOS, Sérgio Ribeiro dos. Administração aplicada à enfermagem. 3.ed. João Pessoa: Ideia, 2007 
4 FELLI, V. E.; PEDUZZI, M. O trabalho gerencial em enfermagem. In: KURCGANT, P. Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro, Guanabara/Koogan. 
2005. 
5 CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993. 
6 KRON, T.; GRAY, A. Administração dos cuidados de enfermagem ao paciente. Rio de Janeiro: Interlivros, 1994. 
7 ALMEIDA, M. C. P. de; ROCHA, S. M. M. (org.) O trabalho de enfermagem. São Paulo, Cortez, 1997. 
2. Administração em Enfermagem 
 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
8 
 
A partir da década de 70, a enfermagem passou a ser compreendida como parte do processo de 
produção em saúde, como uma prática social e não apenas técnica, pois ao inserir-se na sociedade 
brasileira, historicamente estruturada, estabelece relações sociais com outros trabalhos, não devendo ser 
definida como uma profissão isolada dos outros trabalhos da saúde, uma vez que ela complementa e é 
interdependente dos demais processos de trabalho, tanto no modelo individual como no de saúde coletiva 
(ALMEIDA et al.). 
Assim, ela é marcada por determinações sociais, econômicas e políticas, e consequentemente, pelo 
modo de organização do processo de produção em saúde e das instituições de saúde de modo geral. 
Nos dias atuais, o marco tradicional da administração aplicada a enfermagem vem sendo substituído 
por um novo marco progressista, através de concepções que passam pela sensibilidade, criatividade, 
iniciativa, visão estratégica, participação e liderança integrativa, caminhando para um referencial 
humanístico da administração das organizações e dentre elas da enfermagem (ERDMANN, et al.). 
Antes de qualquer coisa, toda enfermeira é uma administradora, de sua própria vida e dos cuidados 
de seus pacientes. Assim ela tem que desenvolver a capacidade de administração (KRON; GRAY). 
Administração em enfermagem é uma função inerente ao trabalho do enfermeiro, ou seja, não dá pra 
fazer enfermagem sem utilizar os conhecimentos da administração. 
Do mesmo modo a Administração em Enfermagem pode ser pensada a partir de dois momentos: a 
gerência do cuidado e a gerência da unidade, sendo que nos dois momentos o enfermeiro assiste e 
administra em níveis diferentes. 
 
Em síntese, pode-se dizer que na enfermagem, a função administrativa, consiste no planejamento da 
assistência, no provimento de recursos físicos, humanos, materiais e financeiros, bem como a tomada de 
decisão, na supervisão e na liderança da equipe de enfermagem, provisão de recursos necessários à 
implantação do plano terapêutico de Enfermagem, utilizando no decorrer desse processo ações de 
comando, coordenação, acompanhamento, orientação e avaliação da equipe de trabalho (VICENTIN et 
al.). 
 
Sabe-se que a enfermagem é uma profissão que tem evoluído muito nos últimos anos, em decorrência 
do acompanhamento da tecnologia e de seu aproveitamento no desenvolvimento de sua prática 
profissional. 
Por se constituir num conjunto de ciências humanas e sociais, buscou na administração a utilização 
do método científico capaz de tornar o trabalho operacionalmente racional, com o único propósito de 
prestar assistência ao paciente, à família e à comunidade, de modo que pudesse atender as suas 
necessidades. 
Portanto, somente conhecendo os princípios em que se fundamentam a administração e possuindo 
habilidades para tomar decisões, é que o enfermeiro pode escolher o método para planejar, executar e 
avaliar as ações na prática do serviço de enfermagem. 
Convém lembrar que as teorias da administração são universais e facilmente absorvidas em qualquer 
área do conhecimento. Em particular, na enfermagem, sua influência foi relevante, devido à própria 
natureza e filosofia do serviço de enfermagem que obrigatoriamente faz uso dos princípios administrativos 
propostos por Taylor, Fayol, Maslow e outros. 
 
Dentre as inúmeras contribuições das teorias de administração para enfermagem, podem-se destacar 
as seguintes: 
a) Administração científica deTaylor: organização racional do trabalho. 
b) Teoria clássica de Fayol: princípios gerais de administração (planejar, organizar, comandar, 
coordenar e controlar). 
c) Teoria das relações humanas: humanização da organização, liderança, comunicação e dinâmica 
de grupo. 
d) Teoria comportamental: motivação humana, estilos de administração e o processo decisório. 
e) Teoria sistêmica: visão sistêmica das organizações. 
 
Por tudo isso, o enfermeiro necessita, além dos conhecimentos específicos, conhecer o processo 
administrativo e suas teorias, para aplicá-los nas decisões de sua competência, com habilidade, confiança 
em si e eficácia. 
A administração pode ser considerada a base de todo o processo de enfermagem. Portanto, não é um 
privilégio exclusivo do gerente, mas uma função de cada componente da equipe de enfermagem 
distribuída gradativamente, conforme o nível de responsabilidade e hierarquia. 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
9 
 
Em qualquer trabalho que o enfermeiro desenvolva, três fatores estão presentes: Decisão - 
Organização - Execução. 
Arndt e Huckabay lembram que a prática eficaz da administração depende de uma síntese de 
conhecimento das quatro escolas de pensamento administrativo, consideradas como a base da teoria em 
administração e aplicadas aos objetivos e problemas das ações de assistência à saúde e às áreas de 
interesses mais amplos nos assuntos de saúde da comunidade. 
A Organização compõe mais uma função do processo administrativo. Consiste num agrupamento de 
atividades necessárias para alcançar os objetivos. Os Instrumentos técnicos relacionados com a 
organização são gráficos, fluxograma, cronograma, organograma, sociograma e layout. Outros 
instrumentos: regimento, normas, rotinas e manual. 
A direção também faz parte do processo administrativo. Consiste em integrar o elemento humano e 
material de forma sistemática, a fim de alcançar os objetivos preestabelecidos. As funções básicas da 
direção são: delegação, motivação, liderança, supervisão, coordenação e controle. Os estilos de chefia 
são iguais aos de liderança: democrático, autocrático e liberal. 
O controle pode ser considerado como a quarta função do processo administrativo. As funções do 
controle são: controle de pré-ação, controle concorrente e controle por feedback. O mecanismo de 
controle é determinado pelo objetivo traçado no planejamento, sendo, portanto, muito diversificado. 
O controle no serviço de enfermagem envolve: controle de qualidade e controle de quantidade. O 
processo de avaliação é a última etapa do processo administrativo. Consiste em determinar até que ponto 
está sendo atingido os objetivos. Tipos de avaliação: avaliação formativa e somativa, auto avaliação e 
auditoria. 
 
Administração em Enfermagem 
 
A prática de enfermagem é uma das principais atividades profissionais da área de saúde, onde se 
abrange diversos departamentos de atuação. Em função do desenvolvimento técnico-científico e de sua 
prática profissional, a enfermagem é uma profissão que vem evoluindo muito ao longo dos anos. Para 
esses dois autores a enfermagem é um conjunto de ciências humanas e sociais, uma profissão que vem 
evoluindo consideravelmente ao longo dos anos e vem sendo estudada e através disto observa-se uma 
grande contribuição de sua parte para o desenvolvimento de seu pessoal. 
Rothbarth, Wolff e Peres entendem que a mais importante responsabilidade do enfermeiro é a 
assistência em saúde e tem como foco a excelência de atendimento buscando o bem estar do cliente. A 
profissão de enfermagem exige de eu profissional um perfil que agregue um conjunto de características 
que o capacite para exercer sua profissão da melhor e mais adequada maneira possível, sendo algumas 
delas: agilidade, decisões assertivas, criatividade e agregação de valores à instituição onde trabalha. 
É necessário também que o enfermeiro esteja sempre buscando atualização dos seus conhecimentos 
e técnicas de trabalho, que seja capaz de atuar em diferentes campos de ação, oferecendo uma 
assistência de excelência em todos os setores em que atuar. 
Segundo Arone e Cunha, são atribuição do enfermeiro prestar ao cliente uma assistência satisfatória 
e isenta de riscos a fim de passar confiança e desta forma contar com a colaboração do cliente para todo 
tipo e assistência que for necessária ao mesmo. 
 
Liderança em Enfermagem 
Considerando que o enfermeiro é o principal responsável por sua equipe e tem como objetivo a 
realização de determinadas atividades pelas quais depende do desempenho de sua equipe para a 
realização de uma forma eficiente, entende-se que é necessário que haja no enfermeiro o perfil de líder, 
para que assim estimule e influencie sua equipe a alcançar os objetivos. 
Segundo Trevizan a palavra liderar vem do verbo inglês to lead e significa, conduzir, dirigir, guiar, 
comandar, persuadir, encaminhar. O primeiro registro dessa palavra foi no ano 825 d.C. Os diversos 
conceitos ligados a ele estão ligados ao latim, ducere, que no português significa conduzir. Entre as 
décadas de 30 e 40 a palavra lead foi adaptada ao português significando líder, liderança, liderar. 
Os primeiros estudos realizados sobre liderança têm a tendência de classificá-la como a capacidade 
de influenciarem seus respectivos liderados em prol de um objetivo comum, assim sendo liderança pode 
ser definida como o processo de coordenar e influenciar determinadas tarefas de membros de grupos 
variados. 
É comum o uso do termo liderança para definir a pessoa que está no comando, ou seja que está à 
frente de uma equipe e junto a ela busca um objetivo único. Enquanto que Mendes, liderança é o processo 
de condução de pessoas, é a capacidade de influenciar e motivar as pessoas lideradas a realização de 
uma tarefa da melhor maneira possível de acordo com os objetivos do grupo ou da organização. 
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10 
 
A liderança é fator capaz de harmonizar a exigência das organizações com a necessidade das equipes. 
É um processo que abrange todos os departamentos da vida, sejam eles familiares, acadêmicos, 
trabalhistas, sociais e muitos outros mais. A liderança é manifestada todas as vezes que é aplicada a 
influência sobre outras pessoas a fim de se realizar algum objetivo. 
Segundo Kotter, em quanto à visão do administrador é focada para o resultado final, a do líder é voltada 
para o objetivo inicial, inspirando as pessoas a traçar seus objetivos. Para Kotter o sucesso dos líderes 
estão entrelaçados ao sucesso das pessoas ao seu redor, havendo uma atuação harmônica entre eles. 
Segundo Souza e Soares, o exercício da liderança é uma das principais responsabilidades do 
enfermeiro tendo em vista que ser líder e saber administrar são condições absolutamente necessárias 
para o eficiente desenvolvimento do trabalho do profissional de enfermagem. 
Assim sendo podemos observar a importância da realização de liderança nos serviços de enfermagem. 
Ainda Hunter, afirma que ser líder não é apenas influenciar, mas sim ter a capacidade de servir ao 
próximo. O autor acreditar que quando a pessoa se disponibiliza a serviço de um outro alguém, isso causa 
um impacto profundo, onde a satisfação é o retorno. 
 
Processo Gerencial do Enfermeiro 
 
A seguir apresenta-se a definição comum de administração como sendo o processo que inclui o 
administrar na esfera do trabalho do enfermeiro: 
- Planejamento: planejar se consiste em arquitetar um plano, analisar recursos, criar uma estratégia 
para realização de um objetivo. 
- Organização: este processo se dá logo após o planejamento e se consiste em colocar cada etapa 
do planejamento em seu devido lugar, ou seja, juntar as informações e colocá-las de forma ordenadas, 
delegar funções e atribuir responsabilidade e autoridade a pessoas. 
- Liderança: após o planejamento e a organização, é necessário que haja uma influência sobre as 
pessoas que irão realizardeterminadas tarefas, motivando-as a realizarem o trabalho de uma forma 
eficaz. 
- Execução: é o processo de realizar tarefas e consumir recursos cuja sua eficácia depende da forma 
pela qual a motivação e influência foi exercida através do líder. 
- Controle: é onde se realiza o feedback da realização de um objetivo, onde se verifica a mudança de 
estratégia, ou seja, é a análise do decorrer e da conclusão de uma determinada tarefa. 
 
Acima foi apresentado de forma breve o conceito dos termos chaves que caracterizam a definição da 
administração. Por outro lado, não deixa de se fazer presente no processo gerencial do enfermeiro. Na 
enfermagem, planejar e executar atividades são imprescindíveis para garantir assistência com qualidade. 
A função de planejamento costuma figurar como uma das atividades desenvolvidas 
predominantemente pela enfermeira, dada a divisão social e técnica do trabalho. Costuma também, ser 
associado imediatamente ao planejamento da assistência de enfermagem ou ainda, como uma função 
das enfermeiras que desenvolvem predominantemente o processo de trabalho de gerenciamento do 
serviço ou da unidade assistencial. 
A fase de planejamento do processo administrativo é um elemento essencial que antecede todas as 
demais funções. Sem planejamento adequado, ocorre fracasso no processo administrativo, considera 
Marquis. Desse modo, planejar pode ser considerado como uma função proativa, necessária a todos os 
enfermeiros para que as necessidades e os objetivos pessoais e organizacionais possam ser alcançados. 
A partir do planejamento, ocorre a organização, execução do trabalho, podendo incluir os demais dois 
elementos: a liderança e o controle. Essas funções coexistem no desempenho do trabalho do enfermeiro. 
Determinar quem faz o que e onde nas organizações, assim como evidenciar as relações de autoridade 
e poder existentes entre os componentes organizacionais. A organização é um dos meios de que se 
utilizam as organizações para atingirem eficientemente seus objetivos. E, nesse processo, o controle 
essencial de horas, custos, salários, horas extras, ausência de doença, patrimônio, suprimentos, etc. 
 
Questões 
 
01. Assinale a alternativa que contém uma das funções do processo gerencial do enfermeiro. 
(A) Publicidade. 
(B) Legitimidade. 
(C) Liderança. 
(D) Liberdade. 
(E) Justiça. 
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11 
 
02. Em qualquer trabalho que o enfermeiro desenvolva, três fatores estão presentes: 
(A) decisão - organização - execução. 
(B) planejamento - autonomia - gestão. 
(C) cooperação - mediação - gestão. 
(D) organização - autonomia - controle. 
(E) autonomia - coordenação - avaliação. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
São esses o processo que inclui o administrar na esfera do trabalho do enfermeiro: 
Planejamento 
Organização 
Liderança 
Execução 
Controle 
 
02. Resposta: A 
Esses três fatores podem ser considerados a base de todo o processo de enfermagem: Decisão - 
Organização - Execução. 
 
Normas, Rotinas e Manuais - Elaboração e Utilização na Enfermagem8 
 
Organização é uma palavra que tem diversos significados, tais como: arrumação, ordem, instituição, 
empresa e outros. Mas, organização será situada neste trabalho sob o prisma da administração. Imagine 
uma empresa, onde as pessoas se encontram trabalhando desordenadamente, cada uma fazendo uma 
determinada tarefa sem obedecer a uma sequência ou regras definidas. 
Por exemplo, um chefe que dá ordens e recebe ordens dos empregados. Realmente, seria muito 
confuso. É necessário, portanto, organizar o trabalho, definir funções e cargos, estabelecer normas e 
padrões, estruturar formalmente o comportamento dos indivíduos na instituição. 
A administração de uma organização, qualquer que seja seu tipo ou objetivo de sua atividade, depara-
se com duas situações distintas, mas interdependentes. De um lado, está a organização formal que 
compreende a estrutura organizacional, a política, as diretrizes, as normas e regulamentos da empresa. 
Enfim, todos os aspectos relacionados com os órgãos, cargos e ocupantes, a fim de que seus objetivos 
sejam alcançados. Do outro lado, está a organização informal, que são as pessoas associadas em 
obediência às leis naturais, onde prevalecem os objetivos individuais. 
 
Normas, Rotinas e Manuais são consideradas ferramentas básicas relacionadas com a 
Organização do Serviço de Enfermagem 
As Normas são estabelecidas com o propósito de orientar o desenvolvimento dos indivíduos na busca 
dos objetivos determinados pela administração superior. 
De acordo com Holle e Blatchley citados por Kron e Gray, as normas são guias para auxiliar no alcance 
seguro e eficiente dos objetivos organizacionais. As normas têm como finalidade fornecer informações 
gerais do trabalho (o que deve ser feito e como deve ser feito) e dos padrões comportamentais. 
Feldmann citado por Hendrikx, afirma que, na enfermagem, as normas são técnicas, padrões ou 
métodos costumeiros para conduzir e guiar a vasta complexidade de funções. 
São baseadas em princípios estabelecidos por autoridade, dando segurança ao pessoal do serviço de 
enfermagem e ao paciente. Assim, as normas no serviço de enfermagem precisam ser específicas e 
completas com diretrizes que delineiam o seu campo de ação. 
Seus programas devem estar de acordo com as leis e os regulamentos da organização. 
 
As normas são classificadas por muitos autores em: 
- Normas administrativas (o que deve ser feito). 
 
8 SANTOS, Sérgio Ribeiro dos. Administração aplicada à enfermagem. 3.ed. João Pessoa: Ideia. 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
12 
 
- Normas técnicas (como deve ser feito). 
 
Para elaboração das normas, devem ser considerados os seguintes critérios: 
- As normas devem ser estabelecidas de acordo com os objetivos e a filosofia do serviço de 
enfermagem. 
- Devem deixar claras as funções dos serviços de enfermagem. 
- Devem proporcionar meios para economizar tempo e esforço, garantindo a eficiência no trabalho. 
- Devem ser elaboradas, visando ao conforto e à segurança do paciente. 
- Devem oferecer condições para a segurança e satisfação do pessoal. 
 
As normas, geralmente, apresentam características peculiares, quanto as suas formulações, 
destacando-se: 
- Linguagem simples e de fácil compreensão. 
- Abordagem resumida. 
- Enunciado apresentado no modo indicativo. 
- Flexibilidade e atualização. 
- Necessidade de avaliação contínua. 
 
Exemplos de normas: 
- Funcionário deve bater o seu cartão de ponto sempre uniformizado. 
- Serviço de enfermagem deve encaminhar o orçamento à administração superior. 
 
Em todo o serviço de enfermagem devem existir rotinas de serviço, elaboradas com redação clara, de 
fácil acesso ao funcionário, possibilitando um melhor desempenho do pessoal em suas atribuições. 
Hendrikx conceitua rotina como a descrição sistemática dos passos a serem dados para a realização das 
ações componentes de uma atividade. Ou seja, a rotina estabelece as tarefas em forma sistemática e na 
sequência em que devem ser executadas. 
Basicamente, as rotinas são guias para a execução de tarefas, proporcionando um melhor e mais 
rápido andamento de qualquer serviço. As rotinas são fundamentadas no estudo e na vivência adquirida 
no dia - a - dia do trabalho. Dessa forma, uma comissão designada pela chefia de enfermagem elabora 
textos que devem constituir a realidade do trabalho planejado, contendo orientações acerca da execução 
de tarefas, facilitando o treinamento dos funcionários. 
 
A confecção de rotinas tem como finalidade guiar e fornecer dados, visando: 
- Estabelecer com precisão de que forma o trabalho deve ser desenvolvido. 
- Incluir os padrões ou métodos de procedimento. 
- Prestar orientação segura aos funcionários. 
- Racionalizar o trabalho. 
- Diminuir erros e acidentes. 
- Proporcionar segurança aos pacientes. 
 
No serviço de enfermagem podem ser destacadasas seguintes rotinas mais usadas nos hospitais: 
- Rotina para uso dos impressos. 
- Rotinas gerais. 
- Rotinas específicas para cada especialidade. 
- Rotinas administrativas. 
 
Ainda com referência às rotinas, devem ser observados alguns princípios técnicos de elaboração, 
visando proporcionar um melhor e mais rápido andamento do serviço. Apesar de serem guias 
orientadoras flexíveis e estarem sujeitas a modificações no decorrer do andamento dos trabalhos, as 
rotinas se destinam a todos os funcionários, sendo extensa a sua atuação. Daí a exigência de flexibilidade. 
 
Assim, quem elabora rotinas deve ter em mente os seguintes requisitos: 
- Ser sintético, porém elucidativo. 
- Usar linguagem simples e acessível a todos os funcionários. 
- Tornar as rotinas de fácil manuseio e protegê-las em folhas plásticas. 
- Manter as rotinas em processo de revisão contínua e atualizada, com folhas de fácil substituição. 
- Utilizar desenhos e esquemas ou impressos, quando necessário. 
 
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13 
 
Há várias formas para a elaboração de rotinas, destacando-se duas delas: 
a) Elaboração em colunas: nessa forma, a rotina explica a ação do operante e a própria operação. Ou 
seja, a primeira coluna apresenta o agente e a segunda cada etapa da operação até alcançar o seu 
objetivo ou destino final. 
b) Elaboração textual: nessa forma, o assunto da rotina é dividido em três itens: 
- Introdução: é a abordagem geral sobre o tipo de rotina e seus objetivos. 
- Competência: é a designação das pessoas envolvidas na rotina e suas funções quanto à execução. 
- Normas a seguir: são os procedimentos sistematizados com ações, material/equipamentos e riscos. 
 
Manual: o Ministério da Saúde, através da Coordenadoria de Assistência Médica e Hospitalar, definiu 
o manual como uma coleção sistematizada de instrumentos normativos e atos de interesse de consulta 
de setores ou de ocupante de cargos e funções, podendo ser mais ou menos detalhados, de acordo com 
o fim a que se destina. 
Portanto, o manual é um guia, um orientador escrito, que traz instruções gerais e específicas do 
funcionamento do serviço; é um instrumento básico para uma boa organização e indispensável em 
qualquer serviço. A utilização do manual de serviço possibilita as seguintes vantagens: 
- Orienta no desenvolvimento das atividades do serviço. 
- Proporciona segurança para o funcionário. 
- Protege os serviços e a administração contra possíveis equívocos. 
- Evita desordens no trabalho. 
- Minimiza o desperdício de material e de energia. 
- Protege o paciente. 
 
O manual deve ser elaborado por uma comissão designada pela administração superior do hospital. 
No caso da enfermagem essa comissão poderá ser composta pelos seguintes profissionais: chefe do 
serviço de enfermagem, enfermeiro assistencial, supervisor e enfermeiro - chefe. 
 
A composição do manual, geralmente, segue os seguintes itens: 
- Planta física do serviço de enfermagem e das unidades de trabalho. 
- Regimento do serviço de enfermagem. 
- Organograma do serviço de enfermagem: hierárquico e das áreas de trabalho. 
- Descrição de cargos e funções. 
- Normas e rotinas. 
- Técnicas de enfermagem. 
- Descrição do funcionamento e manuseio dos aparelhos ou equipamentos usados pelo serviço de 
enfermagem. 
- Inventário do material permanente e equipamentos. 
- Mapas da cota de material de consumo. 
- Impressos usados pelo serviço de enfermagem. 
- Direitos, deveres, proibições referentes aos funcionários. 
- Modelo do uniforme usado pelo pessoal de enfermagem. 
 
Considerando-se que o serviço de enfermagem é um processo dinâmico, sujeito as reavaliações no 
desenvolvimento de suas atividades, o manual assume um caráter flexível, quanto à sua elaboração. 
Portanto. Alguns esclarecimentos devem ser observados durante a sua elaboração e montagem: 
- Cada folha deve versar sobre um único assunto. 
- As folhas devem ser destacáveis de maneira que, ao se modificar uma rotina, rotina, técnica, etc. a 
folha correspondente à mudança possa ser simplesmente substituída. 
- As folhas devem ser devidamente protegidas em folha plástica. 
 
Questões 
 
01. (IFC/SC - Enfermeiro - IESES) Na gerência do cuidado, o enfermeiro administra diagnóstico, 
planejamento, execução e avaliação da assistência, passando pela delegação das atividades, supervisão 
e orientação da equipe (GRECO, 2004). Assim os enfermeiros compreendem que administrar é cuidar e 
quando planejam, organizam, avaliam e coordenam, eles também estão cuidando (VAGHETTI et al, 
2004). Na enfermagem nos dias de hoje, gerência de unidade consiste na (o): 
I. Previsão. 
II. Provisão. 
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14 
 
III. Manutenção. 
IV. Controle de recursos materiais. 
V. Controle de recursos humanos. 
 
É correto afirmar que: 
(A) Apenas as alternativas I, III e IV estão corretas. 
(B) Apenas as alternativas I e II estão corretas. 
(C) Todas as alternativas estão corretas. 
(D) Apenas as alternativas I, II, III e IV estão corretas. 
 
02. (EBSERH/ HUSM-UFSM/RS - Enfermeiro - Assistencial - AOCP) O manual de Enfermagem 
tem por finalidade esclarecer dúvidas e orientar a execução das ações de enfermagem, constituindo um 
instrumento de consulta. Para a elaboração de um manual, é necessário seguir algumas etapas. A etapa 
que contém a análise das informações coletadas para definir que instrumentos o manual deve conter e qual 
o conteúdo desses instrumentos pode ser definida como 
(A) determinação dos assuntos. 
(B) diagnóstico da situação. 
(C) estruturação dos instrumentos. 
(D) implantação. 
(E) avaliação. 
 
03. (EBSERH/ HUSM-UFSM/RS - Enfermeiro - Assistencial - AOCP) É um conjunto de regras ou 
instruções para fixar procedimentos, métodos, organização, que são utilizados no desenvolvimento das 
atividades. O enunciado refere-se a qual instrumento de informação presentes no manual de 
enfermagem? 
(A) Regulamento. 
(B) Regimento. 
(C) Normas. 
(D) Rotinas. 
(E) Procedimento 
 
04. (EBSERH/MCO - UFBA - Enfermeiro - Assistencial - IADES) Acerca das ferramentas gerenciais 
de enfermagem, assinale a alternativa correta quanto à ferramenta que reúne, de forma sistematizada, 
normas, rotinas, procedimentos e outras informações imprescindíveis para a execução do trabalho de 
enfermagem. 
(A) Manual. 
(B) Regimento. 
(C) Protocolo. 
(D) Organograma. 
(E) Procedimento operacional padrão. 
 
05. (EBSERH/CHC-UFPR - Enfermeiro - Educação em Enfermagem - IBFC) Considerando os 
instrumentos utilizados pela Enfermagem, _________ têm a finalidade de fornecerem direcionamento 
para o desenvolvimento dos indivíduos, que buscam alcançar os objetivos determinados pela 
administração superior e contêm informações gerais do trabalho e dos padrões comportamentais. 
Exemplo desse instrumento: O servidor deve assinar o ponto diariamente uniformizado. Assinale a 
alternativa que completa corretamente a lacuna; 
(A) Normas. 
(B) Rotinas. 
(C) Manuais. 
(D) Regimentos. 
(E) POP (Procedimento Operacional Padrão) 
 
06. (EBSERH/CHC-UFPR - Enfermeiro - Educação em Enfermagem - IBFC) Na administração em 
Enfermagem, o que pode ser definido como um conjunto de regras ou instruções para fixar 
procedimentos, métodos e organização que são utilizados no desenvolvimento das atividades? 
(A) Normas. 
(B) Leis. 
(C) Portarias. 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
15 
 
(D) Regimento. 
(E) Projeto de Lei. 
 
07. (Prefeitura de Miraí-MG - Enfermeiro - IDECAN/2016) “Instrumento que reúne, de forma 
sistematizada, normas, rotinas, procedimentos e outras informações necessárias para a execução das 
ações de enfermagem.” (Kurcgant, 1991). Para a sua elaboração devem ser observadas as seguintes 
etapas: diagnóstico da situação, estruturação e confecção dos instrumentos, implantação e avaliação. A 
afirmativa se refere a que instrumento da enfermagem? 
(A) Manual. 
(B) Procedimento OperacionalPadrão. 
(C) Sistema de Informação em Enfermagem. 
(D) Sistematização da Assistência de Enfermagem. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.A / 03.C / 04.A / 05.A / 06.A / 07.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
Na enfermagem nos dias de hoje, gerência de unidade consiste na administração dos serviços de 
saúde realizando: previsão e provisão de materiais, manutenção, controle de recursos matérias e 
humanos. 
 
02. Resposta: A 
A etapa que contém a análise das informações coletadas para definir que instrumentos o manual deve 
conter e qual o conteúdo desses instrumentos relacionado com a instituição ou serviços de saúde. 
 
03. Resposta: C 
Normas são estabelecidas com o propósito de orientar o desenvolvimento dos indivíduos na busca 
dos objetivos determinados pela administração superior. 
 
04. Resposta: A 
O manual é uma coleção sistematizada de instrumentos normativos e atos de interesse de consulta de 
setores ou de ocupante de cargos e funções, podendo ser mais ou menos detalhados, de acordo com o 
fim a que se destina. 
 
05. Resposta: A 
Normas são estabelecidas com o propósito de orientar o desenvolvimento dos indivíduos na busca dos 
objetivos determinados pela administração superior. 
 
06. Resposta: A 
As normas são guias para auxiliar no alcance seguro e eficiente dos objetivos organizacionais. As 
normas têm como finalidade fornecer informações gerais do trabalho (o que deve ser feito e como deve 
ser feito) e dos padrões comportamentais. 
 
07. Resposta: A 
Os manuais, instrumentos integrantes do sistema de informação da organização, transmitem, por 
escrito, orientações aos elementos da equipe de enfermagem para o desenvolvimento das atividades. 
A burocratização nas organizações de saúde é justificada pela complexidade nelas existentes. 
As organizações pelo modelo burocrático determinam e impõem um conjunto de leis ou regras, 
definidas para todos, as quais têm o por objetivo o funcionamento organizacional com racionalidade e 
eficiência. 
O manual, ou parte dele, torna-se necessário quando os membros da equipe de enfermagem começam 
a perder visão do conjunto, a desconhecer as atividades e finalidades do serviço de enfermagem e de 
outros setores, a ter dúvidas sobre procedimentos específicos, sobre a autoridade dos elementos e sobre 
a responsabilidade de cada um. 
 
 
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16 
 
Processos de Recursos Humanos 
 
A administração de recursos humanos9 é um sistema constituído de várias especialidades devido às 
características de sua principal entrada (input): o ser humano. Em uma organização, podemos encontrar 
como especialidades de recursos humanos: planejamento, recrutamento e seleção, remuneração, 
treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, saúde e segurança etc. 
Os processos de recursos humanos que serão responsáveis pela concretização da estratégia da área 
de RH que estudaremos têm duas vertentes: uma operacional e outra estratégica. A seguir vamos 
apresentar essas vertentes a cada um deles. 
A conclusão do processo de planejamento de recursos humanos é o início do processo de 
recrutamento e seleção. O processo de recrutamento e seleção pode ser analisado sob dois aspectos: o 
primeiro como um processo operacional e o segundo como um processo estratégico. 
Como processo operacional é composto por uma série de etapas cujo objetivo principal é recrutar e 
selecionar trabalhadores que estejam o mais próximo possível dos perfis definidos. A complexidade, o 
tempo e as técnicas de recrutamento e seleção utilizadas variam de acordo com a situação do mercado 
de trabalho (se está em procura ou em oferta) e de acordo com o perfil ou cargo para o qual está se 
procurando um funcionário. 
Ele pode ser interno (recruta e seleciona trabalhadores da organização) ou externo (recruta e seleciona 
profissionais do mercado). 
Como processo estratégico, tem a finalidade de manter ou de alterar os valores da organização. Buscar 
atender a uma dessas possibilidades é uma decisão estratégica que é tomada no início do processo 
seletivo e está consoante às diretrizes e aos objetivos estratégicos da organização. 
Quando, estrategicamente, uma organização decide por manter seus valores organizacionais, o 
processo de recrutamento e seleção tem como resultado a escolha de candidatos cujos valores pessoais 
são muito próximos dos valores da organização. Por outro lado, se se quer alterar os valores 
organizacionais, o processo de recrutamento e seleção buscará indivíduos cujos valores pessoais são 
diferentes dos valores organizacionais. 
 
Recrutamento e Seleção de Pessoal de Enfermagem10 
 
Historicamente, os processos de recrutamento e seleção de pessoal nas organizações mostram 
supervalorização do suprimento das necessidades da instituição. Assim, consistem em processos 
mecânicos que visam apenas captar a melhor mão de obra disponível no mercado, sem a preocupação 
com o humano, o que caracteriza uma abordagem tecnicista e burocrática. 
Em uma era de constantes mudanças e imprevisibilidade, o recrutamento e a seleção de pessoal não 
podem mais ser concebidos como processos de escolha da pessoa certa para o lugar certo. Na 
atualidade, devem ser enxergados como um processo complexo, atrelado a propostas, políticas e 
objetivos organizacionais, ao mercado de trabalho, à situação social, política e econômica vigente, e às 
necessidades individuais. 
Para Covey (2002), o grande desafio das empresas de hoje é atrair e reter pessoas talentosas, que 
detenham conhecimento e agreguem valores com suas potencialidades, habilidades e saberes. Para o 
autor, as empresas devem proporcionar condições para que as pessoas expressem seus talentos, 
articulando as necessidades próprias e das pessoas. 
O ponto chave do processo de recrutamento e seleção é construir um relacionamento em que ambas 
as partes se sintam compreendidas e atendidas em suas necessidades econômicas, sociais e 
psicológicas, identificando oportunidades de mútua contribuição e fazendo uma diferença real para a 
organização e para o indivíduo. 
O problema é que esta não tem sido a abordagem nas instituições de saúde; ela ainda é centrada 
exclusivamente no enfoque das necessidades da empresa, desconsiderando os indivíduos. As 
organizações buscam encontrar as pessoas com o máximo de talentos, sem considerar, no entanto, suas 
necessidades e expectativas, e negligenciando o desenvolvimento dos potenciais que inicialmente foram 
tão exigidos. 
Vários autores, ao analisarem o contexto institucional e a gênese das políticas de RH, conferem 
importância ímpar ao processo de recrutamento e seleção de pessoal como uma ferramenta de 
manutenção ou mudança da cultura organizacional, na medida em que atrai seletivamente as pessoas 
com perfis compatíveis com a transformação ou com o reforço dos pressupostos e valores organizacionais 
(Chiavenato, 1999a; Lucena, 1991; Lodi, 1992). 
 
9 MARQUES, José Carlos. Recursos Humanos. Cengage Learning, 2016. 
10 KURCGANT, Paulina. Gerenciamento em Enfermagem. Guanabara Koogan, 2016. 
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17 
 
Lodi (1992) chama a atenção para a importância social do processo, considerando essencial direcionar 
os recursos humanos (pessoas empregadas) para posições em que farão o melhor uso de seus talentos; 
caso contrário, as pessoas serão incentivadas a se empregarem em lugares onde se sentirão frustradas, 
desencorajadas e insatisfeitas, o que contribuirá para a desorganização social. 
Na realidade hospitalar, sob o ponto de vista da gestão de RH, são poucos os hospitais que mantêm 
uma política de pessoal desalienadora, voltada para o desenvolvimento das potencialidades dos 
indivíduos e que contemple de maneira integrada a captação e a retenção de pessoal. 
Em sua maioria, eles não estão preocupados em estabelecer uma política efetiva de valorização dos 
recursos humanos internos, acreditando, ainda, que o pessoal pode sersubstituído facilmente e 
supervalorizando a tecnologia para melhoria da qualidade da assistência. 
Na enfermagem, o processo seletivo é reflexo da política vigente nos hospitais; portanto, ele é 
conduzido com a simplicidade de apenas preencher os cargos existentes na instituição de saúde e voltado 
exclusivamente para a atuação em procedimentos burocráticos e discriminatórios, decorrentes do vínculo 
empregatício (Pereira e Leite, 1991). 
No entanto, para Peres (1995), o recrutamento e a seleção em enfermagem são percebidos como um 
processo complexo, determinado pelas relações entre homem, organização e sociedade. Portanto, são 
um fenômeno dinâmico que se concretiza nas relações interpessoais, podendo ser analisado com base 
nas constantes mudanças de cenários do mundo moderno, em que o homem adquire experiências e 
redefine seus esquemas de ação em constante construção do conhecimento. 
Nessa perspectiva, o diagnóstico situacional do processo seletivo deve estar fundamentado nas 
necessidades do homem, da organização e da sociedade, caracterizadas pelos múltiplos determinantes 
que atuam como facilitadores ou dificultadores. 
Os fatores determinantes são: as políticas social, econômica, cultural, educacional, trabalhista e de 
saúde vigentes no país; a cultura, os pressupostos e os objetivos organizacionais; as peculiaridades da 
profissão; e as características pessoais e profissionais do pessoal de enfermagem. 
A etapa inicial do processo seletivo é a construção do perfil profissional com base em tal diagnóstico, 
considerando objetivos, perspectivas e pontos críticos da área, além do relacionamento interpessoal, das 
características e expectativas do grupo e do modelo gerencial. 
O perfil profissional é um conjunto constituído pelas atribuições profissionais, pelas competências 
indispensáveis e também pelas desejáveis para o desempenho da função ou cargo, representando 
claramente as exigências pessoais e profissionais. Considerando que as competências para os cargos 
sofrem mudanças, o perfil deve ser constantemente ajustado às necessidades do trabalho e do indivíduo. 
Para que a organização selecione profissionais que correspondam ao perfil estabelecido, visando ao 
alcance dos resultados esperados e à integração ao grupo de trabalho, devem ser elaborados critérios 
de seleção. 
Esses critérios têm por finalidade propiciar a comparação entre o perfil estabelecido e o perfil do 
candidato, identificando as competências indispensáveis (sem as quais não seria possível contratar o 
profissional) e as competências desejáveis (que, mesmo não estando presentes, poderão ser 
desenvolvidas posteriormente). 
Os critérios devem ser flexíveis e compatíveis com o mercado de trabalho. Assim, quando a oferta de 
candidatos for grande, os critérios poderão ser mais rigorosos; em contrapartida, quando a oferta for 
baixa, esse rigor poderá fazer com que um cargo permaneça vago por longo tempo. Assim, os critérios 
devem ser adequados ao mercado e às possibilidades de capacitação e desenvolvimento da instituição 
e do indivíduo. 
Peres (1995), em estudo sobre o processo seletivo de enfermeiros, visando à adequação dos 
profissionais às características e aos pressupostos organizacionais, verificou que, nos critérios seletivos 
do pessoal de enfermagem, as competências pessoais, como atributos psicológicos e atitudinais dos 
candidatos, predominavam em relação ao conhecimento técnico específico. Assim, a capacitação técnico-
específica era prescindível na aprovação do candidato, pelo fato de o mesmo ter a possibilidade de suprir 
suas deficiências com treinamentos. 
O estabelecimento de critérios seletivos remete à reflexão sobre o caráter discriminatório inerente ao 
processo de recrutamento e seleção de pessoal, por se tratar de julgamento e avaliação de candidatos. 
Entretanto, a construção dos mesmos deve contemplar os aspectos éticos e legais, assegurando a justiça 
do processo. 
Os critérios devem fundamentar a escolha de técnicas de seleção para proporcionar o levantamento 
de informações específicas sobre os candidatos, com o objetivo de medir e avaliar a capacidade técnica 
e as competências pessoais. 
Assim, técnicas como análise de currículo, prova situacional, prova teste, prova prática, prova 
dissertativa, entrevista, testes de personalidade, testes psicométricos, técnicas de simulação, dinâmica 
1702273 E-book gerado especialmente para GISELE MONTENEGRO DOS SANTOS
 
18 
 
de grupo, entre outras, são adotadas nos processos seletivos. Há ainda a adoção de métodos menos 
convencionais e polêmicos, como grafologia, mapa astral e numerologia, que ainda não tiveram sua 
eficácia comprovada cientificamente. 
Cada técnica apresenta vantagens e desvantagens. Além da observância aos critérios, é indispensável 
uma análise de custo-benefício; afinal, quanto maior o número de técnicas de seleção aplicadas, maior a 
oportunidade de informações para análise, embora também seja maior o custo operacional e o tempo 
despendido na realização do processo. 
A avaliação do processo seletivo, tanto quantitativa quanto qualitativa, não tem sido realizada 
sistematicamente nas organizações de saúde. O que se apreende é que o processo tem sido desgastante 
e estressante para a empresa e para os candidatos, diminuindo sua eficiência e eficácia. 
Uma forma de avaliar o processo é o índice de rotatividade de seleção (IRS), que representa a relação 
entre o número de admissões e o de desligamentos de profissionais de determinado processo seletivo 
em dado período. A avaliação deve ser estabelecida para curto e médio prazo, de acordo com os 
ambientes interno e externo à instituição, pois geram diferentes significados. 
 
Essa relação expressa um parâmetro relevante para a análise do processo. Um alto IRS a curto 
prazo sugere problemas de adaptação dos recém-admitidos à organização, que podem ser decorrentes 
da inadequação do perfil estabelecido ou dos critérios e/ou técnicas seletivas adotadas. Um alto IRS em 
médio prazo pode traduzir, por exemplo, problemas na EC ou desequilíbrio em relação ao mercado na 
dimensão oferta e procura. 
Diante disso, enfermeiros que trabalham nessa área, ao analisarem o recrutamento e a seleção de 
pessoal, revelam que o processo representa um grande desgaste para os profissionais em decorrência 
das políticas de RH adotadas e das condições de trabalho inadequadas (Silva et al., 1989; Peres, 1995; 
Pereira e Leite, 1991). 
Essas autoras constataram que a participação do enfermeiro no processo de recrutamento e seleção 
de pessoal de enfermagem é restrita, e que grande parte da responsabilidade cabe ao departamento de 
pessoal, o qual desconhece as reais necessidades da enfermagem. 
Entretanto, julgam ser fundamental a participação do enfermeiro, principalmente, no estabelecimento 
de critérios seletivos e na tomada de decisão dos candidatos que devem ser admitidos. Para tanto, eles 
devem ter consciência da importância do papel que desempenham como responsáveis pelo processo de 
recrutamento e seleção em enfermagem, como agentes propulsores de mudanças na cultura das 
organizações de saúde, não referendando apenas valores, crenças e pressupostos organizacionais. 
Nesse contexto, é importante considerar que o processo seletivo não pode ser um fim, mas sim a porta 
de entrada dos recursos humanos e, desse modo, um meio para alimentar outros processos gerenciais, 
como liderança, supervisão, treinamento e desenvolvimento e avaliação de desempenho, imprescindíveis 
à gestão de pessoal e às propostas de mudança, que integram as políticas de RH. 
 
Dimensionamento do Pessoal de Enfermagem 
 
O serviço de enfermagem constitui cerca de 60% a 70% do pessoal hospitalar. É, portanto, a principal 
categoria profissional em termos quantitativos que faz a instituição de saúde produzir serviços. 
O termo dotação de pessoal é utilizado com referência ao número necessário de pessoas para o 
serviço de enfermagem, pois representaria um caos sob o ponto

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