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Formas de Governo - Aristóteles, Cícero, Montesquieu e Dallari

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DEFINIÇÃO . 
Governo é a autoridade governante de um 
Estado, que tem como finalidade regrar e 
organizar a sociedade. O tamanho 
do governo vai variar de acordo com o 
tamanho do Estado, podendo ser ele local, 
regional e nacional. 
Existem duas concepções de governo, a 
coletiva e a singular. 
 Coletiva: entende governo como o 
conjunto de órgãos e funções que 
compõe o Estado; 
 Singular: define governo como 
sinônimo de poder executivo. 
“Governo é a própria soberania posta em 
ação.” 
Visão aristotélica: o governo é o poder 
supremo do Estado, que deve promover 
a felicidade geral e o interesse comum dos 
cidadãos. Caso atue em prol de interesses 
particulares do governante ou de um 
grupo restrito, há um desvio na atuação 
do governo, que deixa de ser justo. 
 
 CRITÉRIOS DISTINTIVOS 
Aristóteles traz em sua obra três formas 
de governo, suas vantagens e os perigos 
que advém do extremismo dessas formas. 
Monarquia: o poder está concentrado em 
um único governante. A exacerbação da 
monarquia resulta na tirania, que é quando 
o monarca assume em seu governo um 
caráter despótico. 
Aristocracia: o poder é distribuído entre 
um grupo pequeno de pessoas, 
geralmente nobres. A exacerbação dessa 
forma de governo resulta na oligarquia, 
que é quando apenas os ricos de uma 
sociedade assumem o controle do Estado. 
República: o poder político é distribuído 
entre muitas pessoas. É o governo do 
povo. O termo vem do latim respublica, 
que significa “coisa pública”. A exacerbação 
dessa forma resulta na democracia, que 
em Aristóteles assume um caráter 
negativo, sendo ela o governo dos pobres, 
dos leigos e dos estrangeiros. Para ele, a 
república ideal é aquela em que somente 
os cidadãos participam da vida política, 
devendo-se considerar o conceito 
ateniense de cidadão. 
 
 REPÚBLICA PARA CÍCERO 
Marco Túlio Cícero foi um filósofo romano 
nascido em 106 a.C. que, em seu livro “Da 
República”, defende como sistema político 
ideal um modelo misto de aristocracia e de 
governo popular. 
“República é coisa do povo”, mas ele não 
considera povo qualquer grupo de pessoas 
residentes em um mesmo território, e sim 
um agrupamento de uma multidão que se 
associa por compartilharem interesses 
comuns e um consenso jurídico. É uma 
tendência natural dos homens se 
congregarem. 
 Definição material: agrupamento de 
homens com interesses comuns; 
 Definição formal: vínculo jurídico 
reconhecido por todos os membros 
de um grupo. 
Para que esse vínculo que forma o povo 
se mantenha ao longo do tempo, é 
necessário que seja sustentado por uma 
instituição permanente, que tem por 
função impor esse vínculo a todos. A 
vontade natural do homem de viver em 
grupo deve se materializar e se fazer 
cumprir por meio do governo. 
Críticas a outras formas de governo: 
acredita que são razoáveis, desde que 
estabeleçam e cumpram a regra do 
direito, porém tece algumas críticas a 
esses modelos: 
 Monarquia: os cidadãos não 
participam dos negócios públicos. O 
autoritarismo faz com que se torne 
uma tirania; 
 Aristocracia: cidadãos gozam de 
pouca liberdade na deliberação 
pública. A ambição faz com que se 
torne uma oligarquia; 
 Democracia: a igualdade plena dos 
cidadãos se torna injusta 
desigualdade, já que não há 
distinção dos graus de dignidade. O 
desprezo pela ordem faz com que 
se torne uma oclocracia (governo da 
plebe). 
 
 REPÚBLICA PARA MONTESQUIEU 
Charles-Louis de Secondat, mais 
conhecido por Barão de Montesquieu, foi 
um filósofo e político iluminista nascido em 
1689. 
O Espírito das Leis: livro em que o autor 
apresenta sua teoria da separação dos 
poderes, que é considerada uma 
interpretação moderna da teoria clássica 
do governo misto. 
Governo adequado: o governo no qual o 
poder é exercido de forma moderada, 
com um controle do poder pelo próprio 
poder. Sugere não só uma divisão do 
poder soberano, mas também uma 
distribuição vertical das atribuições do 
governo entre três poderes: o legislativo, 
o executivo e o judiciário. 
Três formas de governo preexistentes: o 
republicano, o monárquico e o despótico, 
sendo que a república poderá dar origem 
a um “despotismo de todos”, e a 
monarquia a um “despotismo de um só”. 
Em seguida, afirma que os governos 
mencionados estão fundados em três 
princípios: 
 República: a virtude cívica; 
 Monarquia: a honra; 
 Despotismo: o medo. 
"O governo republicano é aquele em que 
o povo [...] possui o poder soberano. A 
monarquia é aquele em que um só 
governa, mas de acordo com leis fixas e 
estabelecidas. [...] no governo despótico, 
uma só pessoa, sem obedecer às leis e 
regras, realiza tudo por sua vontade e seus 
caprichos”. 
 
 DOUTRINA DE DALLARI 
Dalmo Dallari, jurista e doutrinador 
brasileiro, nascido em 1931, traz em seu livro 
“Elementos de Teoria Geral do Estado” 
seu posicionamento a respeito da 
monarquia e da república, expondo as 
características de cada um e os pontos 
que são alvos de críticas. 
Monarquia: governo de um monarca. 
Possui vantagens e desvantagens. 
 Vantagens: por ser vitalício e 
hereditário, o governo do monarca 
não é afetado por disputas políticas, 
o que dá mais liberdade de agir ao 
governante. A figura do monarca 
assegura a estabilidade das 
instituições. O monarca é preparado 
e treinado para governar desde seu 
nascimento. 
 Desvantagens: é uma forma de 
governo antidemocrática, que 
desconsidera a vontade popular. Se 
o monarca não governa de forma 
eficiente, não há mecanismos legais 
para retirá-lo do poder. A unidade do 
Estado deveria se fundar no Direito, 
e não no monarca. 
República: governo do povo. Contrapõe-se 
a algumas desvantagens da monarquia e 
surge como um símbolo das reivindicações 
populares. 
 Vantagens: maior participação do 
povo na política. É a expressão 
democrática do governo, limitando o 
poder dos governantes. Atribui 
responsabilidade política e garante a 
liberdade individual. 
 Características: temporariedade, 
devido à existência de um mandato; 
eletividade, escolha dos chefes é 
feita por meio de eleições; 
responsabilidade, já que o chefe de 
governo responde por suas ações 
perante o povo.

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