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Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio

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Estrutura de Capital e Remuneração do Capital Próprio
Prof. Rodrigo de Oliveira Leite
Descrição
Principais pontos sobre como as empresas se financiam, por meio de
capital de terceiros ou de capital próprio, e suas implicações.
Propósito
Compreender a importância da estrutura de capital de uma empresa e
seu impacto no gerenciamento econômico e financeiro, bem como o
conhecimento das principais escolhas dessa decisão na contabilidade,
no reconhecimento e no pagamento de remuneração sobre o capital
próprio dessa empresa.
Preparação
É recomendado aos alunos que tenham em mãos uma calculadora ou
um sistema eletrônico de planilhas (Excel) para fazer os cálculos
necessários.
Objetivos
Módulo 1
Operações com Capital Próprio
Identificar os principais conceitos sobre as operações de
financiamento com capital próprio.
Módulo 2
Operações com Capital de Terceiros
Definir as operações de financiamento com capital de terceiros, bem
como sua comparação com as operações de financiamento com
capital próprio.
Módulo 3
Reconhecimento e Distribuição de
Dividendos e Juros sobre Capital Próprio
(JCP)
Distinguir as remunerações sobre capital próprio, por meio de
dividendos ou de juros sobre capital próprio.
Neste conteúdo, abordaremos os principais pontos sobre como as
empresas se financiam por meio de capital de terceiros ou de
capital próprio. Veremos também as implicações que essa decisão
gera tanto na estrutura do Balanço Patrimonial como no Fluxo de
Caixa da empresa. Estudaremos ainda os tratamentos contábeis
para esses financiamentos.
Por fim, iremos discutir como o capital próprio é remunerado, seja
por meio de Juros sobre Capital Próprio (JCP) seja de dividendos,
assim como as implicações tributárias dessa distribuição.
Introdução
1 - Operações com Capital Próprio
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais conceitos sobre as
operações de �nanciamento com capital próprio.
Primeiras Palavras
Qualquer atividade econômica necessita de alguma forma de
financiamento. Essa obtenção de recursos é de fundamental
importância para que uma empresa consiga fazer a sua operação de
modo eficiente e lucrativo. As duas principais maneiras de se obter tal
financiamento são:

Capital próprio

Capital de terceiros
Neste módulo, abordaremos as operações de financiamento de capital
próprio. Porém, antes, é preciso compreendermos a diferença entre o
financiamento de capital próprio e capital de terceiros.
Imagine que você queira construir um imóvel em um terreno que lhe
pertença. Seu objetivo é alugar esse imóvel e, assim, gerar renda. Para
começar, serão necessários R$100.000,00 para a construção desse
imóvel, mas você só possui R$20.000,00.
Quais são suas opções?
1. A primeira seria poupar e guardar os R$80.000,00 necessários;
2. Na segunda opção, você convidaria outra pessoa a aportar o valor
necessário, dividiria com ela a receita de aluguel;
3. Finalmente, na terceira opção, você obtém um empréstimo
bancário, sabendo que deverá pagar de volta, além dos
R$80.000,00, um valor a título de juros.
Note que a primeira opção demanda muito tempo para ser
implementada e, portanto, não será incluída como possibilidade durante
os nossos estudos. A segunda opção é interessante, pois você não
estaria assumindo a obrigação de arcar com os custos fixos
(pagamento de parcelas fixas mensais pré-determinadas) de um
empréstimo, pois a outra pessoa também assumiria os riscos da
operação. Porém, ela também teria direito a parte da receita de aluguel
na perpetuidade. A terceira opção considera que a dívida com o banco
um dia será quitada, e desse ponto em diante toda a receita do aluguel
será sua. Porém, mesmo que o imóvel não esteja alugado, você terá de
arcar com as parcelas do financiamento.
Na realidade empresarial, a segunda opção de nosso
exemplo é chamada de Financiamento via Capital
Próprio, ou seja, são incluídos novos sócios na
empresa.
Esses sócios compartilharão o risco com você em troca de uma
porcentagem dos lucros da empresa na perpetuidade.
Uma outra opção é o financiamento via dívida, mais conhecida como
Financiamento via Capital de Terceiros, onde a estrutura societária
permanece intacta e a empresa assume uma dívida e a obrigação de
pagá-la, independentemente do seu resultado.
Agora que já aprendemos sobre as diferenças entre as operações,
iremos nos aprofundar nas operações com capital próprio.
Cálculo do Valor Presente do Capital
Próprio
Uma das maneiras de uma empresa estimar o custo que incorrerá ao se
financiar com capital próprio é por meio dos valores dos dividendos que
pretende pagar na perpetuidade. Existem duas possibilidades para esse
valor:
Normalmente, em longo prazo, os dividendos tendem a crescer menos
que as taxas internas de retorno que os investidores tendem a usar. Isso
não significa que o valor do dividendo é menor que a taxa, e sim que a
variação dos dividendos é menor que essa taxa.
Apesar disso, é vantajoso investir dinheiro na empresa
por meio do capital próprio, pois o retorno dos
dividendos é maior que o custo de oportunidade do
capital.
Assim sendo, podemos calcular o valor do custo desse financiamento
via capital próprio, pois a perpetuidade converge para um valor fixo.
Se o crescimento anual dos dividendos é maior ou igual à
taxa interna de retorno (também conhecida como custo de
oportunidade), então o valor dessa perpetuidade diverge, ou
seja, cresce exponencialmente para o infinito.
Se o crescimento anual dos dividendos é menor que a taxa
interna de retorno, então o valor dessa perpetuidade
converge, ou seja, possui um valor fixo na perpetuidade.
Para a estimação do valor presente do financiamento com capital
próprio, é utilizada a seguinte fórmula:
Onde:
VPCP é o Valor Presente do Capital Próprio;
D é o valor do dividendo a ser pago no primeiro ano para os novos
sócios;
r é a taxa interna de retorno;
c é a taxa de crescimento esperada dos dividendos nos próximos
anos, com c
Vamos colocar a fórmula em prática?
Vejamos o exemplo a seguir:
Joana tem uma startup no ramo de softwares para celulares
(aplicativos) e necessita de R$100.000,00 para aumentar suas
operações. Seu irmão, José, se ofereceu para aportar os R$100.000,00
em troca de 10% na participação da empresa.
Levando em conta que a TIR (Taxa Interna de Retorno) da empresa é de
15% a.a., que os lucros do ano atual estão estimados para R$80.000,00
(assuma que todos os lucros são distribuídos para os sócios da
empresa) e que há uma expectativa de crescimento de 10% a.a..
Vamos estimar o custo desse financiamento via capital próprio para a
startup de Joana?
Para utilizarmos a fórmula, precisaremos identificar os valores dos
dividendos que serão pagos a José, a taxa interna de retorno e a taxa de
crescimento dos dividendos. Como José terá 10% da empresa, o valor
dos dividendos a que terá direito será de 10% × R$ 80.000,00 = R$
8.000,00. Já a TIR é de 15%, e os dividendos vão crescer juntos com os
V PCP =
D
r − c
lucros a uma taxa de 10% ao ano. Com esses dados, já podemos
calcular o custo desse financiamento conforme descrito abaixo:
Assim sendo, José investirá R$100.000,00 na empresa com expectativa
de receber R$160.000,00 na perpetuidade a valor presente. Esse será o
custo que Joana assumirá para a sua empresa no longo prazo.
Contabilização das operações com
capital próprio
Conforme já aprendemos, as operações com capital próprio são aquelas
em que os sócios colocam mais capital na empresa ou quando esta
admite novos sócios. Além desses casos, existe ainda, para as
empresas abertas, a possibilidade de emissão de ações que são
transacionadas em mercado aberto, seja por meio de emissão seja de
recompra. Abordaremos a seguir ambos os casos.
Importante ressaltar que todas as operações com
capital próprio possuem contrapartidas que são
registradas no Patrimônio Líquido da entidade.
Vejamos os exemplos a seguir.
Aporte de capital por sócios existentes ou
entrada de novo sócioVamos entender sobre esse assunto com o exemplo de uma empresa
comercial na área de eletrônicos que possui capital social de
R$100.000,00, na qual cada um dos quatro sócios possui R$25.000,00.
V PCP =
8.000
0, 15 − 0, 10
=
8.000
0, 05
= R$160.000, 00
Os sócios estão querendo expandir os seus negócios ao inaugurar uma
nova filial da loja. Para isso, eles estimaram que será necessário o valor
de R$80.000,00 que será repartido igualmente por aporte de
R$20.000,00 de cada sócio.
Nesse caso, o lançamento contábil será feito com quatro lançamentos
conforme vemos abaixo:
D – Caixa = R$20.000,00
C – Capital Social (Patrimônio Líquido) = R$20.000,00
"Note que se um novo sócio entrasse na empresa e aportasse os
R$80.000,00, seria feito apenas um lançamento de R$80.000,00."
Valor Presente do Capital Próprio
No vídeo, será resolvido o exemplo de uma empresa que deseja captar
recursos em troca de 20% de participação no seu capital. Vamos ver a
resolução?
Emissão de ações
A emissão de ações ocorre quando uma empresa decide se financiar
com capital aportado por sócios. Contabilmente, esse aporte dos sócios
é contabilizado não no Passivo, e sim no Patrimônio Líquido, já que

esse capital pertence à empresa, e não a terceiros. Veremos a seguir um
exemplo ilustrativo.
Uma empresa de mineração fez seu IPO (Initial Public Offer, ou oferta
pública inicial de ações) arrecadando 30 milhões de reais. Após algum
tempo, ela decide fazer um follow-on (oferta secundária de ações)
arrecadando mais 20 milhões de reais.
Nesse caso, os lançamentos contábeis serão feitos da seguinte
maneira:
D – Caixa = R$30.000.000,00
C – Capital Social (Patrimônio Líquido) = R$30.000.000,00
D – Caixa = R$20.000.000,00
C – Capital Social (Patrimônio Líquido) = R$20.000.000,00
Recompra de Ações
Para melhor entender sobre o assunto, veremos outro exemplo
ilustrativo:
Uma empresa de fabricação de computadores, com capital aberto em
bolsa, decide recomprar parte de suas ações. Ela recompra 18.000
ações a um preço médio de R$24,37 cada uma.
Primeiro, temos de calcular o valor total da recompra de ações. Nesse
caso, o valor total que foi recomprado é de R$24,37 × 18.000 =
R$438.660,00. Portanto, a contabilização será feita da seguinte
maneira:
D – Ações em Tesouraria (Patrimônio Líquido) = R$438.660,00
C – Caixa = R$438.660,00
Note que a conta de ações em tesouraria é uma conta redutora do
Patrimônio Líquido e pode ser entendida como uma redução do valor de
Capital Social da empresa.
Mas por que as empresas recompram suas ações?
Para gerar valor ao acionista. Ao recomprar as ações, a empresa
diminui o número de ações circulando, aumentando a
participação de cada acionista.
Imagina que uma empresa possua 100 ações e 100 acionistas. Isso
significa que cada acionista possui 1% da empresa. Porém, se houver
uma recompra de 50 ações, haverá 50 ações e 50 acionistas, cada um
com participação de 2% na empresa.
No caso acima, supondo que a empresa possua 500
mil ações emitidas, em quantos por cento aumentou a
participação dos acionistas com a recompra das
ações?
Antes da recompra, cada ação possuía de
participação. Após a recompra, a participação aumentou para 
.
O aumento, portanto, é igual a 
.
Note que podemos chegar ao mesmo valor na divisão , que é
a porcentagem de participação atual dividida pela porcentagem anterior.
Tais tipos de recompras ocorrem principalmente em
momentos em que a empresa julga que as suas ações
Resposta 
1
500.000 = 0, 0002%
1
500.000−18.000 =
1
482.000 = 0, 00020747%
1
482.000 ÷
1
500.000 =
1
482.000 ×
500.000
1 = 3, 7%
0,00020747
0,0002
estão subvalorizadas. Para realizar essa transação, a
companhia possui dinheiro em caixa para o qual não
há destinação específica decidida. .
Agora que já aprendemos sobre as operações com capital próprio, no
próximo módulo iremos abordar as operações com capitais de terceiros.
Mas antes, vamos praticar algumas atividades para testar nosso
conhecimento.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam alguns assuntos do conteúdo que você
acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Capital Próprio
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Cálculo do Valor Presente do Capital Próprio
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Uma empresa fez um IPO emitindo 1 milhão de ações ao preço de
R$30,00 cada. Após alguns anos, o preço das ações diminuiu para
R$13,00, e a empresa decidiu usar parte do seu caixa para recomprar
45.000 ações a preço de mercado. Em quantos por cento,
aproximadamente, aumentou a participação de cada ação na empresa?
A 5%
B 6%
C 7%
D 8%
E 9%
Parabéns! A alternativa C está correta.
Quando do IPO, cada ação possuía
de participação. Após a recompra, a participação aumentou para
aumento, portanto, é igual a
Consequentemente, a reposta correta é a Letra C.
1
1.000.000
1
985.000
.0
1
985.000
÷
1
1.000.000
=
1
985.000
×
1.000.000
1
=
1.000
985
≈ 7%.
Questão 2
Uma empresa pode admitir um novo sócio que aportará R$200.000,00
em troca de 1,5% de participação acionária. O lucro anual dessa
empresa é de R$500.000,00, que é totalmente distribuído aos sócios,
com uma expectativa de crescimento de 4% a.a., e sua taxa interna de
retorno de 9% a.a. Sabendo disso, qual o custo na perpetuidade desse
financiamento via capital próprio?
A R$120.000,00
2 - Operações com Capital de Terceiros
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir as operações de �nanciamento com capital
de terceiros, bem como sua comparação com as operações de �nanciamento com capital
próprio.
B R$130.000,00
C R$140.000,00
D R$150.000,00
E R$160.000,00
Parabéns! A alternativa D está correta.
O cálculo do custo na perpetuidade ocorre na seguinte forma:
Assim sendo, a resposta correta é a Letra D.
R$500.000, 00 × 0, 015
0, 09 − 0, 04
=
R$7.500, 00
0, 05
= $R$$150.000, 00

Primeiras Palavras
No módulo anterior, aprendemos sobre as operações com capital
próprio, agora abordaremos as operações de financiamento com capital
de terceiros. Tais tipos de operações também são comumente
chamadas de financiamento oneroso, pois a empresa necessita pagar
juros, ou ainda de financiamento via dívida.
Diferentemente do caso que estudamos no módulo anterior, no qual as
contrapartidas das operações com capital próprio são registradas no
Patrimônio Líquido, as operações com capital de terceiros são
registradas no Passivo da entidade. Por isso, esse tipo de financiamento
também é chamado de financiamento via passivo.
Vamos abordar nas próximas seções:
Valor Presente do Capital de
Como calcular o valor presente do capital de terceiros.
Como as cláusulas de covenant são estruturadas para
preservar esse capital.
Como contabilizar as operações com capital de terceiros.
Como tomar decisões de financiamento via capital próprio
versus o de terceiros.
Terceiros
Para estimarmos o valor presente do financiamento via capital de
terceiros, aplicamos a seguinte fórmula:
Onde:
VPCT é o valor presente do capital de terceiros;
Pn é a n-ésima parcela da dívida;
r é a taxa interna de retorno que a firma utiliza para valorar os seus
investimentos.
Para entendermos melhor, vamos colocar essa fórmula em prática a
partir do exemplo abaixo:
Fernanda possui uma empresa que está estudando captar um
empréstimo de longo prazo no valor de R$100.000,00 através de um
banco que cobrará 10 parcelas anuais e sucessivas de R$22.000,00.
Levando em conta que a TIR (taxa interna de retorno) da empresa é de
15% a.a., qual o valor presente do capital de terceiros que Fernanda está
assumindo?
Para responder a essa pergunta, vamos calcular o VPCT conforme
abaixo:
V PCT =
P1
(1 + r)1
+
P2
(1 + r)2
+
P3
(1 + r)3
+ ⋯ +
Pn
(1 + r)n
V PCT =
22.000
(1, 15)1
+
22.000
(1, 15)2
+
22.000
(1, 15)3
+ … +
22.000
(1, 15)10
V PCT = 19.130, 43 + 16.635, 16 + 14.465, 36 + ⋯ + 5.438, 06
V PCT = R$110.412, 90
Portanto, nesse caso, o valor presenteda dívida assumida é de
R$110.412,90.
Valor Presente do Capital de
Terceiros
Nesse vídeo, será resolvido o seguinte exercício: uma empresa possui
uma dívida que prevê o pagamento de 4 parcelas mensais de: 110.000,
121.000, 133.100 e 146.410 nos próximos 4 meses. Sabendo que a TIR
da empresa é de 10% a.m., qual o VPCT relativo a esse empréstimo?
Vamos descobrir?
Cláusulas de Covenant
As cláusulas de covenant servem para proteger os credores de
possíveis situações de insolvência da empresa. Essas cláusulas ajudam
a reduzir o risco do contrato, já que diminuem o risco de default
(“calote”) pela empresa.
Por um outro prisma, essas cláusulas de covenant podem também ser
benéficas para as empresas que estão se financiando via capital de
terceiros.
Essas cláusulas podem facilitar o acesso a linhas de
crédito por empresas consideradas arriscadas.
Além disso, empresas que já conseguem acessar essas linhas de
financiamento podem obter condições de empréstimos mais favoráveis,
como maiores valores de empréstimo ou menores taxas de juros.
A cláusula de covenant normalmente contém um ou mais triggers (ou
“gatilhos”) relacionados a índices contábeis e financeiros, como:

Endividamento da empresa;
Rating da empresa;
Margem de lucro;
Entre outros.
Além disso, tais cláusulas também podem estar relacionadas a fatos
específicos, como, por exemplo:

Proibição de aumento de capital

Vinculação do empréstimo para �ns
especí�cos

Necessidade de prestação de contas
Como isso acontece na prática? Vamos entender melhor com o
exemplo a seguir.
Uma empresa consegue R$1.000.000,00 em empréstimos, e paga todo
mês R$10.000,00 de abatimento da dívida (amortização) mais os juros
contratuais. O contrato de empréstimo possuía uma cláusula de
covenant na qual era estipulado um nível máximo de endividamento.
Porém, após 18 meses, a empresa estoura esse limite
contratual e, portanto, deverá quitar o valor do
empréstimo antecipadamente, já que violou a cláusula
de covenant.
O valor que a empresa deverá pagar devido à violação da cláusula de
covenant será, então, de:
1.000.000 - 18 × 10.000 = 1.000.000 - 180.000 = R$820.000,00
Ao se assumir uma dívida de longo prazo com cláusulas de covenant, a
administração da empresa deve estar atenta com a capacidade da
companhia de cumprir essas cláusulas no longo prazo, tendo em vista
que o não cumprimento enseja em uma necessidade grande de caixa
para fazer o pagamento antecipado da dívida.
Contabilização de Operações com
Capital de Terceiros
Vamos agora aprender a contabilizar as principais operações com
capitais de terceiros, a saber:
O recebimento de valor de empréstimo;
A capitalização mensal de juros;
O pagamento das parcelas mensais;
Como contabilizar quando uma empresa infringe uma cláusula de
covenant e deve pagar a dívida antecipadamente.
Para aprendermos esses conceitos, vamos primeiro analisar mais um
exemplo ilustrativo a seguir:
A empresa XPTO toma um empréstimo para ser pago em 24 meses com
juros de 1% a.m. no valor de R$120.000,00, conforme tabela abaixo,
com algumas cláusulas de covenant.
Mês Saldo Inicial Amortização
1 R$120.000,00 R$5.000,00
2 R$115.000,00 R$5.000,00
3 R$110.000,00 R$5.000,00
4 R$105.000,00 R$5.000,00
5 R$100.000,00 R$5.000,00
6 R$95.000,00 R$5.000,00
7 R$90.000,00 R$5.000,00
8 R$85.000,00 R$5,000,00
Mês Saldo Inicial Amortização
9 R$80.000,00 R$5.000,00
10 R$75.000,00 R$5.000,00
11 R$70.000,00 R$5.000,00
12 R$65.000,00 R$5.000,00
13 R$60.000,00 R$5.000,00
14 R$55.000,00 R$5.000,00
15 R$50.000,00 R$5.000,00
16 R$45.000,00 R$5.000,00
17 R$40.000,00 R$5.000,00
18 R$35.000,00 R$5.000,00
19 R$30.000,00 R$5.000,00
20 R$25.000,00 R$5.000,00
21 R$20.000,00 R$5.000,00
22 R$15.000,00 R$5.000,00
23 R$10.000,00 R$5.000,00
24 R$5.000,00 R$5.000,00
Tabela: Previsão de pagamento de empréstimo. 
Elaborado por Rodrigo de Oliveira Leite.
Após 4 meses de pagamentos feitos, a empresa infringe uma das
cláusulas e deve realizar o pagamento do valor restante
antecipadamente, o que ela faz de forma integral.
Como são feitas as contabilizações de todos os fatos
contábeis relacionados a essa operação de
financiamento via capital de terceiros?
Para iniciar a contabilização desse exemplo, devemos destacar que a
empresa recebe o valor de R$120.000,00 em sua conta bancária e
reconhece o passivo em seu balanço da seguinte maneira:
D – Caixa = R$120.000,00
C – Empréstimo Bancário = R$120.000,00
Note que enquanto uma metade do empréstimo vence
nos próximos 12 meses, sendo divulgada em Balanço
Patrimonial como Passivo Circulante (curto prazo), a
outra metade vence nos 12 meses subsequentes,
sendo divulgada como Passivo Não Circulante (longo
prazo).
Após isso, são feitos quatro pagamentos, contabilizados das seguintes
maneiras: primeiramente, é reconhecida a despesa de juros incorporada
ao passivo no fim do mês e, após, é realizado o lançamento do
pagamento.
D – Despesa com Juros = R$1.200,00 
C – Empréstimo Bancário = R$1.200,00
D – Empréstimo Bancário = R$6.200,00
C – Caixa = R$6.200,00
D – Despesa com Juros = R$1.150,00 
C – Empréstimo Bancário = R$1.150,00
D – Empréstimo Bancário = R$6.150,00
C – Caixa = R$6.150,00
D – Despesa com Juros = R$1.100,00 
C – Empréstimo Bancário = R$1.100,00
Mês 1 
Mês 2 
Mês 3 
D – Empréstimo Bancário = R$6.100,00
C – Caixa = R$6.100,00
D – Despesa com Juros = R$1.050,00 
C – Empréstimo Bancário = R$1.050,00
D – Empréstimo Bancário = R$6.050,00
C – Caixa = R$6.050,00
Agora, a empresa deve realizar o pagamento de R$120.000,00 - 4 ×
R$5.000,00 = R$100.000,00 de uma vez. Com isso, é feito o seguinte
lançamento:
D – Empréstimo Bancário = R$100.000,00
C – Caixa = R$100.000,00
Comparação entre Financiamento via
Capital Próprio ou de Terceiros
As empresas que buscam financiamento sempre têm de escolher se é
melhor o financiamento por meio de uma operação com capital próprio
ou de operação com capital de terceiros. Um dos subsídios que ajudam
a realizar essa decisão é:
Calcular os valores presentes.
Mês 4 

Veri�car qual gerará menores custos
Para entendermos melhor, vejamos o exemplo abaixo.
Carlos tem uma pequena padaria e necessita de R$50.000,00 para
capital de giro. Ele pode pegar um empréstimo de R$50.000,00 no
banco, que cobrará 12 parcelas mensais e sucessivas de R$5.000,00.
Porém, sua irmã Carla se ofereceu para aportar R$50.000,00 em troca
de 12% na participação da empresa. Levando em conta que a TIR da
empresa é de 14% a.a., que os lucros do ano atual foram de
R$60.000,00 (assuma que todos os lucros são distribuídos como
dividendos) e que há uma expectativa de crescimento de 5% a.a. da
empresa:
Qual tipo de �nanciamento é melhor para João escolher?
Primeiramente, temos de transformar a TIR de anual para mensal
fazendo o seguinte cálculo: 
 a.m., e note que 
. Com essa informação, já podemos realizar os
cálculos do e do conforme a seguir:
Parece então que o financiamento por meio de capital de terceiros,
12√1, 14 − 1 ≈ 1, 010979 − 1 = 1, 0979%
1, 01097912 − 1 ≈ 14%
V PCT V PCP
V PCT =
5000
(1, 010979)1
+
5000
(1, 010979)2
+ ⋯ +
5000
(1, 010979)12
=
V PCP =
0, 12 × 60.000
0, 14 − 0, 05
=
7.200
0, 09
= R$80.000, 00
nesse caso, é melhor que o financiamento por capital próprio. Então
Carlos deve escolher o financiamento via capital de terceiros para sua
empresa? Não necessariamente. Ele somente deve escolher esse tipo
de financiamento se tiver certeza de que a empresa poderá arcar com
todas as parcelas.
Lembre-se: o financiamento via dívida não reparte os
riscos! Ele precisa fazer o pagamento das parcelas
mensais mesmo se tiver prejuízos, o que não acontece
com o financiamento via capital próprio.
Por esse motivo, muitas startups e pequenas empresas normalmente
preferem se financiar via inclusão de novos sócios. Há tantas incertezas
no negócio que tais empresas não podem assumir a obrigação de arcar
com as parcelas de uma dívida.
Os professores Franco Modigliani e MertonMiller (1958) postularam o
famoso Teorema de Modigliani-Miller, que define:
Na ausência de tratamentos tributários
diferenciados para financiamentos via capital
próprio ou de terceiros, e com custos similares
para ambos, não há diferença entre se financiar via
dívida ou se financiar via emissão de ações.
(Teorema de Modigliani-Miller - Franco Modigliani e Merton Miller)
Com o tempo, pesquisadores de finanças, ao observarem como as
empresas financiavam suas atividades, desenvolveram uma teoria
chamada de Pecking Order Theory. Vamos ver o que ela diz?
A Pecking Order Theory postula que empresas primeiramente
utilizam sobras de recursos gerados internamente, ou seja, os
lucros menos dividendos, para financiar seus projetos, pois o
custo desse financiamento é zero. Caso não haja tais sobras, a
empresa toma empréstimos para financiar seus projetos. Apenas
após esgotar essas possibilidades, as empresas tendem a emitir
mais ações.
Pecking Order Theory 
Esse resultado é congruente com o fato de que, se for colocada
vantagem tributária para emissão de dívida versus capital, o valor da
firma sobe proporcionalmente com o valor da dívida total dela no
Passivo. Em outras palavras, o uso de capital de terceiros tende a ser
mais vantajoso do que o capital próprio.
Além disso, ao emitir novas ações, as empresas estão essencialmente
diluindo a participação de seus controladores e assumindo o
compromisso de pagar dividendos na perpetuidade. Para companhias
que ainda estão crescendo, esse é um custo muito alto. Isso porque a
diferença entre a TIR e a taxa de crescimento é muito pequena, levando
a um custo mais elevado que o financiamento via capital de terceiros.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Capital de Terceiros.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Comparação entre Financiamento via Capital Próprio ou de
Terceiros.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Uma empresa pode acessar um financiamento via capital de terceiros
com um banco comercial, no valor de R$200.000,00 com 10
pagamentos anuais e sucessivos de R$30.000,00. Porém, ela também
tem a opção de admitir um novo sócio que aportará R$200.000,00 em
troca de 1,5% de participação acionária na empresa. Sabendo que a
empresa pode arcar com os valores dos empréstimos, que seu lucro
anual é de R$500.000,00, com uma expectativa de crescimento de 4%
a.a. e que sua taxa interna de retorno é de 9% a.a., qual forma de
financiamento é a mais atrativa?
A Ambos possuem a mesma atratividade.
B
O financiamento via capital próprio é mais atrativo,
pois tem um valor presente de R$42.529,73 abaixo do
financiamento via dívida.
C
O financiamento via capital próprio é mais atrativo,
pois tem valor presente de R$180.000,00.
D
O financiamento via capital de terceiros é mais
atrativo, pois tem valor presente de R$200.000,00.
E
O financiamento via capital de terceiros é mais
atrativo, pois tem um valor presente de R$42.529,73
abaixo do financiamento via capital.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O valor presente do financiamento via capital de terceiros é de R$192.529,73, e o valor presente do
financiamento via capital próprio é de R$150.000,00. A diferença entre os dois financiamentos é, portanto, de
R$192.529,73 - R$150.000,00 = R$42.529,73. Como o valor presente da dívida é superior ao valor presente de
capital, o financiamento via capital próprio é mais atrativo, pois representa um custo menor para a empresa.
Portanto, a resposta correta é a Letra B.
Questão 2
As cláusulas de covenant tendem a ser aplicadas quando
A uma empresa se financia via capital próprio.
B
uma empresa se financia via sobras de recursos
gerados internamente.
3 - Reconhecimento e Distribuição de Dividendos e Juros
sobre Capital Próprio (JCP)
Ao �nal deste módulo, você será capaz de distinguir as remunerações sobre capital próprio,
por meio de dividendos ou de juros sobre capital próprio.
Primeiras Palavras
No Brasil, a distribuição de remuneração do capital próprio aos
acionistas é feita de duas maneiras:
C uma empresa abre capital em bolsa de valores.
D uma empresa se financia via capital de terceiros.
E uma empresa faz um follow-on.
Parabéns! A alternativa D está correta.
As cláusulas de covenant possibilitam dar uma segurança adicional para credores que emprestam seus
recursos para pessoas jurídicas, o que somente ocorre em operações de financiamento através de capital de
terceiros.


Por meio de dividendos.

Por meio de de juros sobre capital próprio
(JCP).
De acordo com a Lei nº 6.404 de 1976, art. 202, caput, as empresas
devem decidir em seu Estatuto qual o percentual mínimo do lucro
líquido ajustado que será distribuído aos acionistas como dividendos.
Ainda segundo o artigo, caso haja omissão do Estatuto, o percentual
mínimo será de 50%.
No Brasil, é comum as empresas distribuírem 25% do lucro líquido
ajustado. Isso acontece porque, com a entrada em vigor da Lei nº 6.404,
se as empresas reduzissem para menos de 25% a distribuição de
dividendos, deveriam comprar (buy-back) os papéis (ou as ações) dos
acionistas que discordassem desse percentual . Por conta disso, muitas
empresas utilizaram o percentual de 25%.
Isso virou um costume no país, embora atualmente as
empresas sejam livres para estipularem os seus
percentuais.
Já o JCP surgiu em 1995, quando se acabou com a correção monetária
dos balanços. Isso aumentou significativamente o valor a ser pago de
imposto de renda pelas empresas. Desse modo, as companhias
pagariam imposto não só pelo ganho nominal de seus lucros, mas
também em cima da perda inflacionária. Para corrigir isso, foi criada a
figura do JCP:
O JCP é um valor dedutível do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica (IRPJ), mas que seria tributado a 15%
no acionista através de IRRF (Imposto de Renda Retido
na Fonte). Nesse caso, a empresa estaria trocando
uma tributação de 34% (IR + CSLL) por uma de 15%
(IRRF), o que lhe seria mais vantajoso.
CSLL
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Comparações Tributárias entre
Dividendos e Juros sobre Capital
Próprio
Embora a pessoa jurídica ou física não pague imposto de renda sobre os
valores recebidos a título de dividendos, a empresa que fez essa
distribuição pagou o valor relativo a 34% de imposto sobre os valores
(25% de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica mais 9% de Contribuição
Social Sobre o Lucro Líquido).
Com relação aos Juros sobre Capital Próprio (JCP), a pessoa física paga
15% de Imposto de Renda, mas a empresa pode deduzir esse valor
como despesa no seu cálculo de IRPJ/CSLL, gerando um ganho
tributário de 34% - 15% = 19%. Vejamos o exemplo a seguir:
Exemplo
Considere que uma empresa tenha R$100,00 para distribuir aos
acionistas. Caso ela escolha o pagamento via dividendos, somente
R$66,00 seriam distribuídos, pois teria de pagar R$34,00 a título de
IRPJ/CSLL. No caso de pagamento via JCP, o valor distribuído seria de
R$85,00, pois apenas R$15,00 seriam pagos para IRPF.
Importante ressaltar que a empresa não pode distribuir qualquer valor
via JCP. A Receita Federal estabeleceu dois limites legais:

A multiplicação da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) pelo
Patrimônio Líquido.

50% lucros acumulados de exercícios anteriores ou 50% dos lucros do
exercício (qual for o maior).
Eliseu Martins defende que não existe nenhuma lógica
contábil, econômica e financeira nessas limitações,
mas que tais foram feitas “visivelmente por causa do
interesse arrecadador” (2004, p. 6), ou seja, com a
finalidade de não reduzir a renda do governo.
A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) é calculada com base em dois
parâmetros principais:
a meta de inflação, baseada nas metas anuais fixadas pelo
Conselho Monetário Nacional; e
um prêmio de risco.
A TJLP é divulgada trimestralmente pelo Banco Central do Brasil até o
último dia útil do trimestre imediatamenteanterior ao de sua vigência
para as posições de 1º de janeiro, 1º de abril, 1º de julho e 1º de outubro,
sendo expressa em percentual ao ano. O valor pode ser consultado no
site do Banco Central do Brasil.
Vamos entender melhor com o exemplo prático a seguir:
Uma empresa possui R$3.000.000,00 de lucros acumulados,
R$1.800.000,00 de lucros no período e Patrimônio Líquido de
R$25.000.000,00. Ela pretende distribuir R$1.400.000,00 para seus
acionistas.
O que a empresa pode fazer para maximizar o retorno aos
seus acionistas, sabendo que a TJLP é de 5% a.a.?
Primeiramente, temos de calcular os limitantes para saber o quanto a
empresa pode deduzir através do pagamento via Juros sobre Capital
Próprio. Suas possibilidades são distribuir 50% lucros acumulados ou
50% dos lucros do exercício.
Tendo em vista que possui R$3.000.000,00 de lucros acumulados
versus apenas R$1.800.000,00 de lucros no período, a companhia pode
distribuir 50% x R$3.000.000,00 = R$1.500.000,00.
Porém, ainda há o limite da taxa de juros a longo prazo multiplicado pelo
Patrimônio Líquido: 5% x R$25.000.000,00 = R$1.250.000,00. Como
esse valor é menor que R$1.500.000,00, a empresa só poderá distribuir
R$1.250.000,00 via JCP com a respectiva dedução no IRPJ.
Portanto, para distribuir R$1.400.000,00 para seus
acionistas, o melhor é distribuir R$1.250.000,00 via
JCP e R$150.000,00 via dividendos.
Assim, a empresa terá um ganho tributário de R$1.250.000,00 x 19% =
R$237.500,00. Portanto, o lucro da empresa passou de R$1.800.000,00
para R$1.800.000,00 + R$237.500,00 = R$2.037.500,00.
Dividendos e Juros sobre Capital
Próprio
Neste vídeo, serão explicados os conceitos de dividendos e JCP
(incluindo as limitações legais) e resolver o seguinte exemplo: uma
empresa possui R$3.000.000,00 de lucros acumulados, R$1.800.000,00
de lucros no período e patrimônio líquido de R$25.000.000,00. Ela
calculou que pretende distribuir R$1.400.000,00 para seus acionistas, o
que a empresa pode fazer para maximizar o retorno aos seus acionistas,
sabendo que a TJLP é de 5% a.a.? Vamos ver a resolução?
Contabilização e Reconhecimento dos
Dividendos e Juros sobre Capital
Próprio
Vamos agora analisar como é feita a contabilização e o reconhecimento
dos dois tipos de distribuição de recursos aos acionistas: dividendos e
JCP. Para isso, iremos analisar um exemplo ilustrativo de uma empresa
que distribui recursos para os acionistas via dividendos e JCP.

Uma empresa teve lucro de R$10.000,000 e distribuirá R$2.000.000,00
via dividendos e R$1.000.000,00 via Juros sobre Capital Próprio. Como
serão os lançamentos contábeis relativos ao reconhecimento e
pagamento dos dividendos e do JCP?
O primeiro lançamento é a constituição da Reserva dos Juros sobre
Capital Próprio no Patrimônio Líquido com o respectivo reconhecimento
desse valor como despesa no resultado conforme abaixo:
D – Despesa com JCP = R$1.000.000,00
C – Reserva JCP (Patrimônio Líquido) = R$1.000.000,00
Como a empresa irá utilizar toda essa reserva para distribuir aos seus
sócios, deverá reconhecer essa obrigação no Passivo da entidade,
conforme abaixo.
D – Reserva JCP (Patrimônio Líquido) = R$1.000.000,00
C – JCP a pagar (Passivo) = R$1.000.000,00
Após a distribuição desse valor aos acionistas, a empresa reconhece o
pagamento da seguinte maneira:
D – JCP a pagar (Passivo) = R$1.000.000,00
C – Caixa = R$1.000.000,00
Agora que já vimos o reconhecimento e pagamento do JCP, vamos
aprender sobre os dividendos. Primeiramente, deve-se reconhecer o
valor a ser pago de dividendos, porém dessa vez com a contrapartida na
conta de Lucros Acumulados no Patrimônio Líquido:
D – Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) = R$2.000.000,00
C – Dividendos a pagar (Passivo) = R$2.000.000,00
Após o pagamento dos dividendos, o lançamento contábil é similar
àquele feito no caso do JCP:
D – Dividendos a pagar (Passivo) = R$2.000.000,00
C – Caixa = R$2.000.000,00
Para finalizar nosso estudo, iremos discutir um pouco as possíveis
mudanças que podem acontecer com os dividendos e os JCP no futuro
próximo no Brasil.
Possíveis Mudanças Legais nos
Dividendos e JCP
A figura dos dividendos, por ter isenção para os acionistas, sempre foi
um ponto de muita discussão política no Brasil, e a instalação de um
possível imposto sobre os dividendos está sempre na agenda política do
país.
Veicula-se que existe a possibilidade de, no futuro, os dividendos serem
taxados, enquanto a figura dos Juros sobre Capital Próprio possa ser
extinta.
Caso isso ocorra, não existirá mais a possibilidade de
ganhos tributários ao se trocar uma alíquota de 34%
(de IRPJ e CSLL) por uma de 15% (JCP). Logo, a
distribuição de recursos para os acionistas via
dividendos passa a ser a única alternativa possível
para empresas.
Tendo em vista a possibilidade de dividendos serem tributados, isso
estimularia empresas de pequeno e médio porte em não fazer essa
distribuição, optando por acumular caixa e realizar investimentos como
alternativa de planejamento tributário, estimulando a retenção de
recursos nas pessoas jurídicas.
Portanto, embora este conteúdo esteja atualizado com relação às
normas fiscais, possíveis alterações realizadas no futuro podem fazer
com que novas alternativas tributárias sejam utilizadas pelas empresas.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Distribuição de Dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP)
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Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Possíveis Mudanças Legais nos Dividendos e JCP
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Uma empresa irá realizar o pagamento de R$1.000.000,00 via
dividendos e de R$400.000,00 via Juros sobre Capital Próprio. Quanto
os acionistas irão receber de recursos líquidos de impostos?
A R$1.340.000,00
B R$1.350.000,00
C R$1.360.000,00
D R$1.380.000,00
E R$1.400.000,00
Parabéns! A alternativa A está correta.
No Brasil, os dividendos se encontram isentos de cobrança de impostos. Portanto, os acionistas receberão os
valores de R$1.000.000,00 via dividendos de modo integral. Já na distribuição de Juros sobre Capital Próprio,
incorre-se na alíquota de 15% de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e, portanto, o valor que será recebido
pelos acionistas via JCP será de 0,85×R$ 400.000,00=R$ 340.000,00. Assim sendo, o valor total recebido pelos
acionistas, líquidos de impostos, será de R$1.000.000,00 + R$340.000,00 = R$1.340.000,00.
Questão 2
De acordo com a Lei nº 6.404/76, se uma empresa de capital aberto não
determina em seu Estatuto o valor de dividendos mínimos a serem
distribuídos a seus acionistas, qual percentual deve ser aplicado para o
cálculo dos dividendos obrigatórios?
A 20%
B 30%
C 40%
D 50%
E 60%
Parabéns! A alternativa D está correta.
De acordo com a Lei nº 6.404/76, em seu art. 202, §1º, caso as empresas de capital aberto não tenham
definido em seus estatutos o percentual para cálculo dos dividendos, cuja distribuição é obrigatória, o
percentual que deve ser aplicado para cálculo é o de 50% sobre o lucro líquido ajustado da empresa.

Considerações �nais
Neste conteúdo, abordamos os principais pontos sobre a estrutura de
capital de uma empresa e como funciona a remuneração do capital
próprio no Brasil. Aprendemos sobre as duas principais formas que uma
empresa pode se financiar: por meio de capital próprio ou de capital de
terceiros.
O financiamento de operações com capital próprio ocorre quando uma
empresa se financia por meio de seus acionistas. Em uma empresa de
capital fechado, isso pode ser feito com o aumento de capital, ou seja,
quando os sócios decidem colocar mais dinheiro na companhia, ou
quando é decidido que mais um sócio deve ser admitido. Em empresas
de capital aberto, isso pode ser feito com uma oferta pública inicial de
ações (mais conhecidapela sigla inglesa IPO), ou com uma oferta
secundária de ações (mais conhecida por follow-on).
Vimos que o financiamento de operações com capital de terceiros
ocorre quando uma empresa se financia com dívidas oriundas de um
financiamento, empréstimo ou de emissão de debêntures.
Diferentemente do financiamento com capital próprio, que cria uma
obrigação perpétua de remuneração, o financiamento com capital de
terceiros tem um prazo determinado para terminar. Porém, esse tipo de
financiamento é mais arriscado, pois a empresa precisa fazer os
pagamentos independentemente de obter prejuízo ou lucro.
Conhecemos ainda os dois tipos de remuneração de capital próprio no
Brasil: dividendos e Juros sobre Capital Próprio. Ambos possuem
tributações diferenciadas, com os Juros sobre Capital Próprio sendo
mais atrativos do que dividendos. Enquanto o JCP paga 15% de
imposto, os dividendos pagam 34%. Também aprendemos como
contabilizar e reconhecer o pagamento dessas distribuições de lucro.
Estudamos ainda como uma empresa pode tomar decisões e como
deve ser financiada, seja por capital de terceiros seja por capital próprio.
Por fim, também abordamos a teoria da pecking order que postula uma
ordem de financiamento via caixa, terceiros e, somente então, com
emissão de ação para empresas abertas.
Podcast
Para finalizar, o especialista irá explorar os principais tópicos

apresentados até aqui.
Referências
AMARO, L. Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Código Tributário Nacional. Consulado na Internet em: 28 set.
2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Consulado na
Internet em: 28 set. 2021.
BORINELLI, M. L.; PIMENTEL, R. C. Contabilidade para gestores,
analistas e outros profissionais: de acordo com os pronunciamentos do
CPC e IFRS. São Paulo: Ed. Atlas, 2017.
GELBCKE, E.; DOS SANTOS, A.; IUDÍCIBIS, S.; MARTINS, E. Manual de
contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo
com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Ed. Atlas, 2018.
MARTINS, E. Um pouco da história dos juros sobre o capital próprio.
Boletim IOB, Temática Contábil e Balanços, v. 49, 2004.
MODIGLIANI, F.; MILLER, M. The Cost of Capital, Corporation Finance
and the Theory of Investment. The American Economic Review, v. 48, n.
3., 1958.
PÊGAS, P. H. Manual de Contabilidade Tributária. São Paulo: Atlas, 2017
PUCCINI, A. Matemática financeira objetiva e aplicada. São Paulo: Ed.
Saraiva, 2006.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R.; JAFFE, J.; LAMB, R. Administração
financeira. São Paulo: McGraw-Hill, 2015.
SZUSTER, N.; CARDOSO, R. L.; SZUSTER, F. R.; SZUSTER, F. R.;
FSZUSTER, F. R. Contabilidade geral: introdução à contabilidade
societária. 4ª Edição, Ed. Atlas, 2013.
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abordagem ampla, completa e direta. Conta com diversos exemplos
práticos e estudos de caso que ajudam o leitor a entender e aplicar os
conceitos.
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