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Compensação dos custos logísticos APRESENTAÇÃO Antes de pensarmos em trade-offs, é importante termos em mente os principais custos ligados às operações logísticas. Os custos precisam ser conhecidos para serem controlados de forma eficiente e eficaz. Por isso, é preciso ter domínio dos custos existentes nas empresas, principalmente os custos logísticos. Assim, torna-se possível fazer um gerenciamento consistente e tomar decisões sensatas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os principais custos em logística, trade-offs em logística e as decisões em redes logísticas baseadas em trade-offs, além de perceber o quanto os trade-offs interferem nas mais diversas atividades logísticas desde a gestão até o trabalho no operacional. Também irá identificar as decisões em redes logísticas, baseadas em trade-offs na prática. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Elencar os principais custos em logística.• Reconhecer os trade-offs em logística.• Identificar as decisões em redes logísticas baseadas em trade-offs.• DESAFIO Os trade-offs estão relacionados com o custo-benefício de determinado cenário, ou seja, as vantagens e desvantagens existentes nas opções disponíveis de escolha. Assim, a decisão da melhor escolha se baseia em trade-offs. A logística tem diversos trade-offs a serem considerados, inclusive no transporte. As decisões sobre os meios de transporte a serem utilizados envolve trade-offs, pois cada modal apresenta diferentes vantagens e desvantagens. A opção pelo modal mais apropriado depende da operação logística envolvida e também das prioridades da empresa. Leia a situação a seguir: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Com base nessa situação, responda: 1) Qual meio de transporte você escolheria diante dessa situação? (Lembre-se de que existem cinco modais de transportes para você escolher o mais adequado ao caso.) 2) Quais os trade-offs envolvidos nessa decisão? INFOGRÁFICO A embalagem de um produto tem um papel decisivo para a competitividade nos negócios de uma empresa. De acordo com a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), trata-se de "um recipiente ou envoltura que armazena produtos temporariamente, individualmente ou agrupando unidades, tendo como principal função protegê-lo e estender o seu prazo de vida (shelf life), viabilizando sua distribuição, identificação e consumo". Neste infográfico, você verá informações importantes acerca do custo da embalagem e de seu papel para o consumidor e para a logística. Maycon Carbone Caixa de texto 1) O meio de transporte mais adequado para esse contexto é o aéreo, pois como a empresa prioriza o atendimento ao cliente, o uso desse tipo de transporte se justifica ainda que represente um alto custo. 2) Os trade-offs envolvidos são: agilidade, devido à urgência de abastecer a fábrica; mas, por outro, lado existe o alto custo do frete. CONTEÚDO DO LIVRO Os custos impactam diretamente o processo de tomada de decisões logísticas. Além disso, os trade-offs também são muito importantes, pois interferem nas mais diversas atividades logísticas, desde a gestão até o trabalho no operacional. Leia mais sobre esse assunto no capítulo Compensação dos custos logísticos, do livro Gerenciamento de custos logísticos, que serve de base teórica para esta Unidade de Aprendizagem. GERENCIAMENTO DE CUSTOS LOGÍSTICOS Charlene Bitencourt Soster Luz Compensação dos custos logísticos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Elencar os principais custos em logística. Relacionar os trade-offs em logística. Identificar as decisões em redes logísticas baseadas em trade-offs. Introdução Os custos precisam ser conhecidos para ser controlados de forma efi- ciente e eficaz. Tendo o domínio dos custos existentes nas empresas, principalmente os custos logísticos, é possível fazer um gerenciamento consistente e tomar decisões sensatas. Neste capítulo, você vai estudar os principais custos relacionados às operações logísticas e vai aprender o conceito de trade-off, presente nas mais diversas atividades logísticas. Você também vai aprender sobre o processo de tomada de decisão logística e vai identificar as decisões em redes logísticas baseadas em trade-offs, compreendendo a influência dos trade-offs nas tomadas de decisão. Principais custos em logística As operações logísticas possuem diversos custos que envolvem desde a matéria- -prima até a chegada do produto nas mãos do consumidor. Segundo Faria e Costa (2010), alguns desses custos são de movimentação, armazenagem, transportes, embalagens, manutenção de inventários, tecnologia da informação e tributários. Esses custos são associados ao negócio e ao produto da empresa e, por isso, diferem de empresa para empresa. Portanto, há necessidade de conhecer profundamente o negócio para que não existam custos desnecessários. Custos de armazenagem A armazenagem tem a função de acondicionar os produtos até a sua expe- dição ao consumidor. Para isso, os materiais precisam ser organizados desde a entrada até a estocagem e a expedição. Essas atividades têm custos que as empresas visam reduzir, principalmente referentes aos estoques, conforme Faria e Costa (2010, p. 79): Há um grande esforço por parte das empresas para minimizar o uso dos locais de armazenagem, com o objetivo de sincronizar a produção com a demanda do consumidor, visando a evitar o acúmulo dos estoques ao longo da cadeia para que obtenham menores custos, carregamentos e descarregamentos mais frequentes e giros mais rápidos de estoques. Assim, se a produção for sincronizada com os pedidos do cliente, a ten- dência é que os produtos fiquem no estoque por menor tempo ou que nem sejam estocados. Essa é a chamada produção puxada, em que o cliente puxa a produção por meio do pedido, determinando o que deve ser produzido; assim, a empresa entrega o pedido sob essa demanda, evitando custos com estoques. Existe ainda o custo do armazém que, seja próprio ou alugado, exige investimento. Faria e Costa (2010) listam as decisões relativas aos custos que envolvem movimentação dentro do armazém: Áreas, condições, equipamentos e métodos operativos: armazéns maio- res envolvem mais tempo para o deslocamento interno e, consequente- mente, maiores desgastes dos equipamentos de movimentação, como a empilhadeira. Por isso, os métodos, ou seja, os modos como as tarefas devem ser realizadas precisam ser claros e eficientes. Inspeção e devolução de materiais: a inspeção de materiais na recepção visa a identificar os produtos que estão em bom estado de conservação. Por outro lado, se houver falha na recepção e entrarem produtos em não conformidade, ou se houver danificação dentro do armazém, há custo a ser absorvido. Rotas de movimentação e manuseio: nos centros de distribuição, as rotas dos produtos devem buscar o menor manuseio possível, para evitar esse custo. Tempo de ciclo: quanto menor o tempo de ciclo de um produto, maior será a sua rotatividade no armazém. Isso é positivo, pois significa que o produto fica pouco tempo estocado e é vendido rapidamente. Compensação dos custos logísticos2 Ativos envolvidos: ativos são os bens do armazém, como produtos, estantes, máquinas e equipamentos, que envolvem custo para a operação acontecer. Essas decisões são relevantes para que a empresa formule estratégias de trabalho no armazém. Elas devem ser revisadas com frequência, para que se verifique a possibilidade de mudanças para a redução de custos. Custos com transporte Os custos com transporte, em todos os modais, envolvem basicamente a manu- tenção dos veículos, o combustível e a mão de obra. Faria e Costa (2010, p. 86) afi rmam que: “O transporte no plano nacional ou internacional é considerado como um dos subprocessos mais relevantes da logística”. O transporte é o elo entreos canais da cadeia de suprimentos. Canais são todos os locais por onde um produto passa, por exemplo: fábrica, centro de distribuição, atacados e varejos. Muitas vezes utiliza-se mais de um modal de transporte na cadeia de suprimentos de um produto. Algumas peças automobilísticas podem vir da Alemanha de navio, e outras, de avião da Argentina. Elas são então distribuídas para as fábricas do Brasil por meio do transporte rodoviário. Observa-se três modais diferentes de transporte na cadeia de suprimentos automobilística desse exemplo – hidroviário, aeroviário e rodoviário. Os custos de transporte variam conforme os tipos de veículos, a distância, o volume e peso de carga, a facilidade de acondicionamento e manuseio e o risco envolvido, conforme apontam Bowersox e Closs (2001). As distâncias podem limitar as possibilidades de modais. Por exemplo, cargas da Europa para o Brasil têm somente duas opções de modais: aéreo ou hidroviário. Se o volume e peso da carga for alto, a única opção é o transporte hidroviário, por comportar grandes volumes e pesos no navio. Algumas mercadorias exigem manuseio e condições especiais de transporte, como produtos inflamáveis, e quanto mais específicas as características de carga e cuidados, maior será o custo envolvido na operação logística. O mesmo acontece com o risco. Se 3Compensação dos custos logísticos a mercadoria tem características que aumentam o risco de ser furtada, como alto valor, ou características que a tornam perigosa, o custo do transporte será maior, por exigir colaboradores treinados e planejamento para minimizar tais riscos. A Figura 1 mostra a distribuição dos custos logísticos de transporte em levantamentos de 2014 e 2015. Figura 1. Distribuição dos custos logísticos de transporte nas empresas brasileiras nos anos de 2014 e 2015, segundo dados do ILOS. Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Operadores Logísticos (2017). Suprimentos 52% Suprimentos 27% Transferência 22% Transferência 24% Distribuição 26% Distribuição 49% 2014 2015 Os custos logísticos relacionados com transporte englobam suprimentos, transferência e distribuição. Os custos de suprimentos se referem ao abaste- Compensação dos custos logísticos4 cimento da produção. A matéria-prima e os componentes transportados para a produção são exemplos de suprimentos. O custo de transferência no transporte está associado ao deslocamento entre as filiais da empresa, como o envio de produtos de uma loja para outra. Já a distribuição se refere ao transporte de produtos acabados para os pontos de venda. A distribuição pode ocorrer de diferentes formas: o produto pronto pode sair da fábrica para centros de distribuição, atacados ou diretamente para os varejos. Os fatores externos também influenciam os custos de transporte, principalmente no mercado internacional. Questões climáticas, como neve, e locais de difícil acesso acrescem custo ao serviço de transporte. Trade-offs em logística O termo trade-off vem do inglês e pode ser traduzido como perda-ganho ou custo-benefício. Assim, trade-off quer dizer que a tomada de decisão implica em custos, por um lado, e benefícios, por outro lado. É preciso ter bom senso e adotar critérios de prioridades nas decisões. Em relação à logística, existem inúmeras decisões que envolvem trade-off s. Nesse contexto, para Corrêa (2010), trade-off signifi ca balanceamento de prioridades. As decisões sobre embalagem, por exemplo, envolvem custos e benefícios. Optar por uma embalagem mais resistente significa, em geral, ter maior custo. Já uma embalagem mais frágil tem menor preço. Ambos os casos apresentam vantagens e desvantagens, e a decisão estará ancorada na prioridade. Se for um produto que precisa de embalagem resistente, a empresa estará ciente de que haverá maior custo. Mas, se o produto não exigir uma embalagem resistente, a empresa terá menor custo com embalagem. O maior exemplo de trade-off de estoques está relacionado a manter ou não estoques no armazém. O fato de manter estoques tem a vantagem de não faltar produto para o cliente, mas a desvantagem é ser um custo, pelo risco de não vender os produtos e ser um dinheiro imobilizado. Assim, se a empresa optar por não manter estoques ou por trabalhar com estoque mínimo, existe 5Compensação dos custos logísticos a vantagem de ter baixo custo com estoque e a desvantagem do risco de faltar produtos aos clientes. A maioria das empresas opta pelo just in time, que significa em tempo ou no tempo certo. Nessa filosofia, os estoques são mínimos e voltados à demanda do cliente, que compra a quantidade exata que precisa para não gerar estoques. Porém, se houver qualquer falha na cadeia de suprimentos, como tempo maior de transporte, o cliente final pode ficar sem o produto. Um trade-off ligado à tecnologia da informação na logística significa que, quanto mais moderna for a tecnologia, maior será o preço. A tecnologia, seja software ou hardware, agiliza processos e faz a entrega do pedido ser mais assertiva; porém, há custos na compra da tecnologia e no treinamento para utilizá-la. Por outro lado, se a empresa opta por ter menos tecnologia, sua agilidade não será a mesma, e isso impacta a entrega do pedido para o cliente. Quanto aos tributos, um exemplo simples é que, quanto mais se vende, maior será a carga tributária. Manter uma empresa de forma legalizada implica em diversos tributos a cada venda e movimentação. Ainda, determinadas operações logísticas têm tributos diferenciados, como cargas importadas. O tributo pode ser o preço a pagar por uma matéria-prima de maior qualidade, por exemplo. No transporte são diversos os trade-offs, e isso torna a escolha dos modais mais complexa. Muitas vezes, torna-se necessário utilizar mais de um meio de transporte para que os custos totais sejam menores do que utilizando somente um modal. Por isso, os custos de cada operação devem ser cuidadosamente identificados. Fonte: Adaptado de Faria; Costa (2010, p. 89). Item/modal Rodoviário Ferroviário Aéreo Dutoviário Hidroviário Capacidade de embarque Média Média Menor Maior Maior Velocidade Média Menor Maior Menor Menor Preço Médio Baixo Alto Baixo Baixo Quadro 1. Trade-offs em transportes Compensação dos custos logísticos6 O transporte rodoviário possui vantagens de flexibilidade, pois transita nas rodovias e não precisa de estruturas como portos e aeroportos para fun- cionar. Também entrega a mercadoria na porta do cliente. Porém, serve para distâncias médias e tem preço e capacidades de embarque médios. O trans- porte rodoviário é o mais utilizado no Brasil, apesar de as estradas brasileiras estarem em situação precária. O transporte ferroviário apresenta baixo custo, porém nem todo local tem ferrovias, e a velocidade nesse modal é menor que no transporte rodoviário. Na Europa, o transporte ferroviário tem larga utilização para cargas e passageiros e passa por diversos países. Porém, no Brasil, há baixo investimento no setor, pois o custo para manutenção da infraestrutura ferroviária é elevado. O transporte aéreo apresenta a vantagem de ser o mais rápido, mas é o modal mais caro e com menor capacidade de embarque para volume e peso de mercadorias. É comum as empresas analisarem o trade-off do modal aéreo e optarem por utilizá-lo somente para cargas com prazos urgentes. Nesse caso, pagar mais compensa para atender o cliente e manter a imagem da empresa como comprometida com o nível de serviço. O transporte dutoviário tem pouca utilização no Brasil, devido aos altos custos de instalação e manutenção, além de exigir mão de obra especializada. A vantagem desse transporte por meio de dutos é que comporta grandes volumes, principalmente de líquidos, como o petróleo. Por fim, o transporte hidroviário, também conhecido como aquaviário, tem grande capacidade de carga em peso e volume e faz longas distâncias com fretes de baixo custo. Porém, há maior demora com esse modal. Por isso, a empresa que optapelo modal hidroviário deve entender os seus trade-offs e planejar antecipadamente as viagens. A Figura 2 apresenta um comparativo de utilização de modais entre países com extensões territoriais semelhantes, incluindo o Brasil. 7Compensação dos custos logísticos Figura 2. Comparação de utilização de modais entre países com extensões territoriais semelhantes. Fonte: Tavares (2012, documento on-line). Rússia Brasil Legenda Ferroviário 17% 13% 11% 37% 25% 58% 50% 43% 43% 46% 81% 32% 53% 43% 8% 11% 4% 25% Rodoviária Aquaviário, outros China EUA Austrália Canadá Como vimos, a escolha do modal envolve trade-offs. Baseando-se nesses trade-offs, os países optam por investir e incentivar o uso de determinados meios de transporte. Isso depende muito das condições financeiras do país. Por exemplo, na Rússia e no Canadá, o transporte ferroviário tem maior par- ticipação, se comparado aos demais modais. Comparando países de grande extensão (Figura 2), observa-se que o Brasil é o país com maior utilização do modal rodoviário. Percebe-se que no país há território para o modal ferroviário e também longa costa para investir em portos. Esses, no entanto, exigiriam altos investimentos e muito planejamento, além de envolver decisões políticas. Todas as operações logísticas envolvem complexos trade-offs com custos e benefícios. Assim, as empresas precisam ter consciência desses trade-offs para fazer a gestão com as melhores decisões, conforme o cenário e suas prioridades. Compensação dos custos logísticos8 Decisões em redes logísticas baseadas em trade-offs As decisões logísticas são complexas e precisam ser baseadas em trade-off s para haver maior assertividade. As empresas trabalham dentro de uma rede logística, onde estão interligadas; isso signifi ca que as decisões de uma em- presa infl uenciam as demais empresas na cadeia de suprimentos. Por isso, a comunicação é essencial para prevenir falhas e alinhar as informações. Segundo Ballou (2006), os principais trade-offs de decisões logísticas estão relacionados com estoques, transporte e localização. É preciso tomar decisões para estabelecer estratégias interligadas nesses três itens, com o objetivo de servir o cliente de forma excelente. As estratégias de serviço ao cliente, elencadas por Ballou (2006), podem ser vistas abaixo. Estratégias de estocagem: ■ níveis dos estoques; ■ disposição dos estoques; ■ métodos de controle. Estratégias de transporte: ■ meios de transporte; ■ roteamento/cronograma de envios; ■ tamanho/consolidação dos embarques. Estratégias de localização: ■ quantidade, área e localização das instalações; ■ determinação de pontos de estocagem; ■ demarcação de demandas a pontos de estocagem; ■ armazenamento público/privado. As decisões de trade-offs de estoque se relacionam com a política de manter ou não estoques, com a disposição dos estoques, ou seja, a sua organização, e com os métodos para controlar os estoques. Já as decisões de trade-offs de transporte estão associadas com modais, rotas e tamanhos dos embarques. As decisões de trade-offs de localização englobam a área do armazém, se será público ou privado, os pontos de estoque e a demanda relacionada aos estoques. É preciso levar em conta que as decisões logísticas de estoque, transporte e localização estão relacionadas com as decisões estratégicas da empresa de um modo geral. As decisões empresariais ocorrem em três níveis de plane- jamento: estratégico, tático e operacional. No planejamento estratégico, são tomadas as decisões que afetam toda a empresa a longo prazo. Essas decisões 9Compensação dos custos logísticos são tomadas pelos responsáveis pela empresa, como os diretores, e devem considerar fatores internos da organização e fatores externos do mercado. Os fatores internos correspondem ao que a empresa tem de melhor e, também, aos pontos negativos que ela tem a melhorar. Com a análise dos fatores internos, identifica-se o potencial da empresa para servir o cliente, bem como os pontos que exigem melhoria. Já os fatores externos correspondem, por exemplo, a questões de mercado, legislação, cotação da moeda estrangeira e concorrência. Ou seja, é tudo o que acontece fora da empresa e que pode afetá-la de forma positiva ou negativa. A análise externa serve para a empresa aproveitar as oportunidades e estabelecer formas de enfrentar possíveis ameaças. A análise de cenário contemplando fatores externos e internos aponta os trade-offs para que sejam tomadas decisões. O planejamento tático diz respeito às decisões que decorrem da direção; ou seja, são o desdobramento do planejamento estratégico em partes aplica- das aos setores. Geralmente, os gerentes, supervisores e coordenadores de setores atuam no planejamento tático e são responsáveis por estipular metas e incentivar as equipes. Já o planejamento operacional envolve as decisões do cotidiano no curto prazo. Essas decisões são tomadas pelos colaboradores, que exercem a ativi- dade-fim da empresa, e são de grande importância, pois estão diretamente relacionadas com o produto e/ou serviço da empresa. O Quadro 2 traz exemplos de decisões relacionadas aos planejamentos estratégico, tático e operacional. Compensação dos custos logísticos10 Fonte: Adaptado de Ballou (2006, p. 53). Nível da decisão Área da decisão Estratégica Tática Operacional Localização das instalações Quantidade, área e localização de armazéns, plantas e terminais Estoques Localização de estoques e normas de controle Níveis dos estoques de segurança Quantidades e momentos de reposição Transporte Seleção de modal Leasing de equipamento periódico Roteamento, despacho Processamento de pedidos Projeto do sistema de entrada, transmissão de pedidos e processamento Processamento de pedidos, atendimento de pedidos pendentes Serviço ao cliente Padrões de procedimentos Regras de priorização dos pedidos de clientes Preparação das remessas Armazenagem Seleção do material de deslocamento, layout da instalação Escolha de espaços sazonais e utilização de espaços privados Separação de pedidos e reposição de estoque Compra Desenvolvimento de relações fornecedor- comprador Contratação, seleção de fornecedores, compras antecipadas Liberação de pedidos e apressar compras Quadro 2. Exemplos de decisão estratégica, tática e operacional 11Compensação dos custos logísticos Acesse o link ou código a seguir e aprofunde seus conheci- mentos sobre trade-offs e custos logísticos. https://goo.gl/6bSiAP ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OPERADORES LOGÍSTICOS (ABOL). Panorama macroeco- nômico e setorial: operadores logísticos. 2017. Disponível em: <http://www.tecnolo- gistica.com.br/portal/us/arq/paranorama_macroeconomico_e_setorial_-_abol_2017. pdf> Acesso em: 14 maio 2018. BALLOU, R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001. CORRÊA, H. L. Gestão de redes de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2010. FARIA, A. C.; COSTA, M. de F. G. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2010. Leitura recomendada AMARAL, J. V.; GUERREIRO, R. Conhecimento e avaliação dos trade-offs de custos logísticos: um estudo com profissionais brasileiros. In: ENCONTRO DA EnANPAD, 37., 2013, Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_ EnANPAD_GOL365.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2018. WANKE, P. Gerência de operações. São Paulo: Atlas, 2010. Compensação dos custos logísticos12 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR A adoção de um determinado tipo de transporte pode ajudar a reduzir os custos de transporte. Nesta Dica do Professor, você veráquais são as diferenças entre a multimodalidade e a intermodalidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A produção se relaciona com a logística no que se refere aos estoques. Assim, na produção puxada existe: A) acúmulo de estoques com alto giro. B) demanda excedente. C) entrega do pedido sob demanda. D) demanda empurrada pelo cliente. E) demanda puxada pela empresa. 2) Os custos de transporte na empresa podem ser subdivididos em custos de suprimentos, transferência e distribuição. O custo de transporte relacionado ao suprimento se refere aos: A) custos relacionados com a distribuição de produtos finais. Maycon Carbone Realce B) custos de movimentação interna no armazém. C) custos de translado entre empresas diferentes na cadeia de suprimentos. D) custos entre filiais da mesma empresa. E) custos para abastecer a produção. 3) Os trade-offs influenciam as tomadas de decisão logística de uma empresa. Com relação aos trade-offs, podemos afirmar que: A) significam custo-benefício e analisam os pontos positivos e negativos. B) enfatizam a análise positiva do cenário logístico. C) focam apenas os pontos negativos do ambiente interno da empresa. D) significam corte de custos e focam apenas os portos negativos. E) têm o objetivo de eliminar barreiras da operação logística. 4) O triângulo de trade-offs mais importantes nas decisões logísticas está relacionado com: A) estoques, transporte e logística reversa. B) armazenagem, logística reversa e tributos. C) localização, tributos e embalagem. Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce D) transporte, estoques e localização. E) embalagem, armazenagem e compras. 5) Os trade-offs ajudam na tomada de decisões e no planejamento logístico. Nesse sentido, podemos afirmar que o planejamento operacional: A) engloba a estratégia geral da empresa. B) tem relação com atividades cotidianas. C) está associado a estratégias setoriais. D) tem envolvimento direto da direção da empresa. E) é pensado em longo prazo. NA PRÁTICA Você sabia que as restrições à logística urbana aumentam os custos do transporte de cargas em 15,4%? Os engarrafamentos dos centros urbanos precisam ser contidos. Por isso, são impostas restrições principalmente quanto ao trânsito de veículos pesados. Porém, isso significa aumento de custos para o transporte e afeta toda a cadeia de suprimentos para absorver tais custos. Veja como isso ocorre. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA + Maycon Carbone Realce Maycon Carbone Realce Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Estratégia logística O transporte é uma das principais funções logísticas. Leia neste artigo qual é o papel dessa etapa na estratégia logística. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Matriz de trade-offs Leia mais sobre uma proposta de análise e definição de prioridades para a implantação da estratégia de operações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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