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Português Instrumental Prezados (as)Estudantes, É um prazer enorme trabalhar com vocês a disciplina de Português Instrumental e constatar que vocês estão firmes no propósito de Cursar Tecnológico em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Unigran. Tenho certeza de que vocês já conhecem a seriedade de nosso curso; por mais que, às vezes, possamos, por um ou outro motivo, não concordar com algumas ações efetivadas, o curso tem credenciais de qualidade; isso é o importante, não é mesmo? Se vocês chegaram até aqui é porque são pessoas organizadas e dedicadas, que conseguiram dispor de um tempo regular para fazer seus estudos. Acreditamos que estudar a Língua Portuguesa é essencialmente compreender e, ao mesmo tempo, refletir sobre o uso da linguagem como exercício de cidadania. Na disciplina de Português Instrumental, juntos, faremos uma revisão de questões pertinentes à linguagem, à fala, à língua, à produção textual, entre outros tópicos com os quais já haviam tido contato no Ensino Médio; se não todos os tópicos pelo menos a maioria deles. Como meta, nesta disciplina, temos a formação/ capacitação de bons leitores e produtores de textos. Essas habilidades, sabemos, são requeridas nas mais diversas atividades, tais como o exercício da profissão, a participação na vida política e a ampliação de horizontes e experiências. Para tanto, a metodologia que perpassará as aulas, centrar-se-á nos conteúdos específicos da área, além da leitura reflexiva de textos produzidos por renomados pesquisadores que estudam o ensino/ aprendizagem da língua portuguesa e suas implicações em nossa vida. Bom estudo, sucesso e felicidades em seu curso, são os desejos da profª. Nara e da UNIGRAN. Abraços, Profª. Drª. Nara Sgarbi Conversa Inicial 116 1ºAula O Processo de Comunicação Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: refletir, analiticamente, sobre a linguagem como um fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural, político e, sobretudo, ideológico; desenvolver uma visão teórico-aplicada sobre as principais teorias adotadas nas investigações e nos usos da linguística em textos conversacionais; perceber a língua como o maior instrumento da prática social (níveis de linguagem) e como a forma mais elaborada das manifestações culturais e/ou abordagem intercultural. Caros(as) alunos(as), Sou a professora Nara e fico muito feliz em poder atuar juntamente com você. Espero que nossas aulas sejam efetivamente produtivas e que você cresça em conhecimentos acessando as informações que serão disponibilizadas na disciplina de Português Instrumental. Sendo assim, nestanossa primeira aula,vamos relembrar alguns conhecimentos basilares acerca da linguagem , da língua e da fala que, com certeza, você já obteve quando cursou o Ensino Médio , mas que se fazem necessários serem rememorados para podermos avançar em nosso conteúdo. Que tal!? Dispostos a começar?? Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bom trabalho! Bons estudos! 117 Português Instrumental 6 Algumas pesquisas na áreada linguagem humana mostram que, no caso da criança, a primeira palavra murmurada já representa sua admissão no universo da linguagem e o abandono do estado da natureza ( estado primeiro/ primitivo). Então caros alunos(as): → por que falamos? → por que não fazemos uso dos sinais ou uso de símbolos, como nas primeiras descobertas do uso da linguagem feitas pelo homem? → por que o homem, diferente dos outros animais, fala? → por que somente nós temos essa faculdade e, até onde se sabe, já impressa em nossa consciência? Seções de estudo 1 - Linguagem, Língua e Fala 1 - Linguagem, Língua e Fala 2 - Níveis de Linguagem Então, vamos em frente?! Segundo Cagliari (1990), desde que nascemos, estamos imersos de alguma forma nos mundos da linguagem, da fala e da língua. Crescemos dentro da nossa família ouvindo - na maioria das vezes - nossos pais falarem conoscoobservando gestos e sinais, então as palavras, a linguagem, o nome das coisas existentes no mundo começam a ser importantes. Parece que estamos com muitos questionamentos, não é? Mas tenhamos calma, pois, na seção a seguir, encontraremos reflexões que nos levarão às respostas. Arquitetamos na consciência, uma espécie de “biblioteca” onde assentamos tudo o que é ouvido e entendido. Guardamos ideias, significados, expressõese com essa “base de dados” nos anunciamos verbalmente, seja pela fala ou pela escrita. É como se escolhêssemos, pegando na prateleira da biblioteca, palavra por palavra, criando estruturas de entendimento para a comunicação. Quase parecido com uma receita de bolo: você + é + muito + legal, resultando naquilo quequeremos dizer pelo que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém. Vamos pensar um pouquinho mais??? Poucas pessoas, cremos, tenham parado para ponderar ou interrogar sobre estas questões. Pesquisas e trabalhos realizados nesse sentido procuram, ainda, respostas precisas para a pergunta “por que o homem fala”. Segundo,Bottéro(1997), o homem, na Mesopotâmia antiga, berço da civilização, percebeu a necessidade de comunicar-se e começou a criar possibilidade de entendimento entre si e os outros. Usou sinais e mensagens, expostas na aba de vasos. Seguindo o raciocínio de Bottéro (1997), a questão é que se tratava apenas de uma escrita de coisas: os significados diretos destes caracteres não eram as palavrasde uma língua mas, em primeiro lugar e de modo imediato, as realidades expressas por estas palavras. Assim, levando-se em conta tais informações, sabemos que em um determinado momento da humanidade, o homem teve a necessidade de comunicar-se de algum modo, assim como em umdeterminado momento, passou a falar. É interessante pensar nestas questões porque refletimos e nos perguntamos a partir de quê ou do quê, o homem descobriu que possuía, além das existentes, a faculdade da linguagem. Ao acompanharmos o crescimento de uma criança, cada vez mais notamos como a necessidade de falar é presente na vida humana... e percebemos, ainda, o quanto o ato de falar faz de nós mais parte do mundo, não é mesmo? Assim, pode-se dizer que é a linguagem que autoriza a tomada de consciência do indivíduo como entidade distinta. Considerando que que fazemos uso da linguagem, da língua que nos é ensinada e, consequentemente, falamos. Só não sabemos, por que, justamente pela fala, que comunicamo-nos uns com os outros. Outro assunto que intriga o pensamento e os mistérios da vida, ou melhor, reflete sobre a existência da comunicação falada entre os homens é por que falar, viver em sociedade com seres falantes, é quase uma necessidade de sobrevivência? Idealizemos a seguinte situação: se eu, você, todos nós, ficássemos sem trocar uma palavrasequer com qualquer pessoa que fosse durante toda a vida!!!! Possivelmente morreríamos de angústia... de solidão...não é verdade????? Claro que, se nunca tivéssemos tido contato com a fala, com o som emitido pelos falantes ao falarem, com a língua , essa realidade de falar não existiria... Mas, pensemos mais um pouquinho!!!!!... Aguentaríamos ficar um dia inteiro que fosse sem falar? Sem falar nada, categoricamente nada? Não aguentaríamos. Não é mesmo! Mas, o fato é que falamos!!!!!!... Para alguns teóricos que tratam sobre os estudos dalinguagem, a língua se constitui nos primeiros indícios de identificação da humanidade no homem. A partir do uso da língua, é que foi possível ao homem sair de seu estado primário natural e chegar ao estado mais avançado, ou seja, ao estado cultural (oriundo da organização social). Podemos então deduzir que: Vejamos: Somos educados a partir da teoria que o homem é uma animal racional, isto é, pensa, sente, julga as coisas, possui uma inteligência e por issotemos dois mundos distintos: o mundo dos homens e dos animais. Outros tantos estudosfeitos por pesquisadorespreocupados em descobrir o porquê do homem ter esta necessidade do uso da linguagem, o porquê da fala, vêm nos mostrar que isso é, definitivamente, uma faculdade humana. Algo que somente o homem tem como característica e que o difere dos outros animais. Saussure (2002), no Curso de Linguística Geral, vai definir a língua como objeto de estudo e diferenciar a língua da fala. Para Saussure: 118 7 Sossegados até aqui? Ok, então vamos em frente, pois a próxima seção traz uma discussão acerca da adequação da linguagem em uso real. Retomando a aula vocês sobre os conhecimentos basilares da linguagem, da língua e da fala, ou seja, sobre o processo de comunicação. a língua é o produto social da faculdade da linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social, para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Trata-se de um tesouro depositado pela prática da fala em todos os indivíduos pertencentes à mesma comunidade, um sistema gramatical que existe virtualmente em cada cérebro ou, mais exatamente, nos cérebros dum conjunto de indivíduos, pois a língua não está completa em ninguém, e só na massa ela existe (p.17). A fala, ao contrário da língua, para Saussure (2002, p. 22),é algo puramente individual. “São as combinações pelas quais o falante realiza o código da língua no propósito de exprimir seu pensamento pessoa [...]”. É a maneira individual e particular que cada ser faz do uso da língua predominante em uma sociedade. Por isso, podemos explicar, por exemplo, os sotaques regionais, as gírias e a formaque cada indivíduo tem de usar a língua. A linguística, partindo desse conceito de língua e fala, não pode, então, considerar que alguns “falam corretamente” e outros “falam erradamente”. O conceito de certo e errado deixa de existir por ser a língua, a mesma para todos os indivíduos de uma sociedade e algo já impresso na mente (conceitos e imagens acústicas) de todos os seres de um determinado tempo e espaço. Do ponto de vista científico, tudo o que consideramos “erro” ao “falar errado” é, na verdade, algum fenômeno ou acontecimento que pode e deve analisado por estudos linguísticos. 2 - Níveis de Linguagem Pessoal, percebam que a linguagem tem regras, princípios que precisam ser obedecidos. Geralmente, achamos que estas regras dizem respeito apenas à gramática normativa. Para a grande maioria das pessoas, expressar-se perfeitamente em língua portuguesa significa não cometer erros de ortografia, concordância verbal, acentuação, etc. Há, no entanto, outro erro, mais comprometedor do que o gramatical, que é o de inconformidade da linguagem ao contexto. Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem mais informal do que nas provas da faculdadeou em uma entrevista para emprego. Ao conversar com os avós, não convém usar algumas gírias, pois eles poderiam ter dificuldades em nos compreender. Em um trabalho /atividade que vamos elaborar no curso superior, precisamos empregar um vocabulário mais formal. Estes fatos nos levam a concluir que existem níveis de linguagem. Pois optamos, conforme o contexto, pelo uso do padrão informal da linguagem ou pelo uso formal da linguagem. Veja o esquema abaixo e perceba como os Níveis da linguagem se organizam: Linguagem Formal, culta ou padrão Linguagem coloquial ou popular Linguagem ou técnica Linguagem artística ou literária Faz uso das normas gramaticais. Utiliza Gírias, Regionalismos etc. Técnica ou É uma linguagem Literária ou poética. Vejamos, então, alguns níveis de linguagem: → NÍVEL FORMAL, CULTO OU PADRÃO: trata- se de uma linguagem mais formal, que segue os princípios da gramática normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos jornais e nos livros em geral. Observe esse trecho de jornal: “A polêmica não é nova, nem deve extinguir-se tão cedo. Afinal qual a legitimidade e o limite do uso de recursos públicos para salvaguardar a integridade do sistema financeiro? (...)” (Folha de São Paulo, 14 de março de 1996, Editorial) → NÍVEL COLOQUIAL, POPULAR: é a linguagem empregada no cotidiano. Geralmente é informal, incorpora gírias e expressões populares e não obedece às regras da gramática normativa. Vejam os exemplos abaixo: “Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Prá que então ficar esquentando muito? Me parece que as coisas no fim sempre dão certo”. Estou preocupado. ( norma culta) Tô preocupado. ( língua popular) Tô grilado. ( gíria, limite da língua popular ) → NÍVEL PROFISSIONAL OU TÉCNICO: é a linguagem que alguns profissionais, como advogados, economistas, médicos, dentistas etc. utilizam no exercício de suas atividades. → NÍVEL ARTÍSTICO OU LITERÁRIO: é a utilização da linguagem com finalidade expressiva pelos artistas da palavra ( poetas e romancistas, por exemplo) alguns gramáticos já incluem este item na linguagem culta ou padrão. 1 - Linguagem, Língua e Fala A LINGUAGEM é todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. Pode ser verbal (aquela cujos sinais são as palavras) e não verbal(aquela que utiliza outros sinais que não as palavras. Os sinais empregados pelos surdos-mudos, o conjunto dos sinais de trânsito, mímica, etc., constituem tipos de linguagem não verbal). 119 Português Instrumental 8 ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996. ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). A busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002. KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos (Colaborador). A coerência textual. Editora Contexto, 2001. Vale a pena ler Disponível em: <http://www3.unisul.br/pa- ginas/ensino/pos/linguagem/0102/05.htm>. A Disponível em: <http://semioticacom102.blogspot. com/2008/10/como-se-definem-os-signos-2-signo.html.>. Disponível em: <http://www.partes.com.br/ed39/ teoriasignosreflexaoed39.htm>. Vale a pena acessar Nell A guerra do fogo Vale a pena assistir Vale a pena Minhas anotaçõesA LÍNGUA é um tipo de linguagem; é a única modalidade de linguagem baseada em palavras. O alemão e o português, por exemplo, são línguas diferentes. No entanto, a língua é a linguagem verbal utilizada por um grupo de indivíduos que constitui uma comunidade. A FALA é a realização concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade num determinado momento. É um ato individual que cada membro pode efetuar com o uso da linguagem. 2 - Níveis de Linguagem Não esqueça que, para cada contexto, situação comunicativa, temos que utilizar uma linguagem adequada. Uma vez queos níveis de linguagem dizem respeito ao uso da fala e escrita em uma determinada situação comunicativa. O emissor e o receptor devem estar em concordância para que haja entendimento. Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” para se comunicar com o(a) professor(a). 120 2ºAula O Ato de Ler Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: econhecer a importância da leitura e do ato de ler, de compreender e de interpretar; identificar os níveis de leitura em textos. Que tal!? Dispostos a começar?? Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bom trabalho! Bons estudos! 121 Português Instrumental 10 Vocês já pararam para pensar sobre as diversas formas de leitura que temos a oportunidade de fazer? E de como é importante sabermos ler verdadeiramente? Que tal começarmos o trabalho? Seções de estudo 1 - O ato de ler: o que ler? 1 - O ato de ler: o que ler? 2 - Níveis de leitura de um texto Então, vamos em frente?! Nesta aula trataremos sobre um assunto extremamente interessante: a leitura e os níveis de leitura. Embora estejamos no século da informação por meio da imagem (uma imagem vale mais que mil palavras), é inegável a importância e a necessidade da leitura, pois desempenhafunções informativa e recreativa, ao transmitir a História e a Cultura da humanidade. A prática da leitura nos enreda desde o momento em que começamos a “entender” o mundo que nos envolve. Com a vontade de entender quem somos, buscamos na leitura (de textos escritos, orais e não-verbais) as respostas que almejamos, ou seja, a leitura nos abraça de forma a proporcionar um passeio pelo imaginário, pelo mundo mágico, pelas fantasias e pela realidade que nos cerca! A leitura crítica é aquela que permite ir além do “dito”, além do “exposto”; ler nas “entrelinhas” é uma forma de ler criticamente. Mas será que estamos preparados para fazer tal leitura. Nesse contexto, caros alunos, a leitura pode não ser não é uma atividade mecânica que determina uma postura passiva diante do texto, mas pode e deve ir além. Para Paulo Freire (1985, p. 11-12), A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica na percepção das relações entre o texto e o contexto. E o que seria o contexto? Que tal pesquisar? Por exemplo... O que vocês, neste momento, entenderam acerca da q declaração que o educador Paulo Freire fez??? Vejam bem, se vocês ainda não entenderem o que leu, não sigam em frente com sua leitura, como sugestão retorne à citação de Paulo Freire e tente entendê-la, só assim vocês estarão exercitando a leitura responsável e crítica dentro do contexto em que estamos inseridos. Uma compreensão crítica do ato de ler possibilita além desvendamento daquilo que está “por trás” delas. Observe alguns exemplos abaixo: Exemplo 1: Fonte: <http://educadoresdesucesso. blogspot.com/>. Acessado em 14 de setembro de 2010, às 15 horas. Fonte: <http://ipu-historia-atualidades.blogspot.com/2010/08/charge- eleicao- 2010.html>. Aceso em 12 de setembro de 2010, às 18horas. Percebam que na imagem acima, há o contexto que determina a compreensão e a interpretação do texto. Dessa forma, o menino da imagem solicita ajuda da mãe em relação aquilo que ele está vendo/ouvindo na televisão, pois não condiz com o discurso proferido pela sua mãe sobre a mentira, gerando, assim, uma incoerência sobre a definição de mentira para a criança, a qual fica extremamente confusa. Vejamos como é organizadaa letra da música “Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho: Admirável Gado Novo Zé Ramalho Vocês que fazem parte dessa massa que passa nos projetos do futuro é duro tanto ter que caminhar e dar muito mais que receber. E ter que demonstrar sua coragem à margem do que possa parecer e ver que toda essa engrenagem já sente a ferrugem te comer. Eh!... ô... ô... vida de gado Povo marcado eh!... povofeliz! Lá fora faz um tempo confortável a vigilância cuida do normal os automóveis ouvem a notícia os homens a publicam no jornal 122 11 Que tal, agora,apreendermos como fazer uma leitura mais elaborada??? 2 - Níveis de leitura de um texto e correm através da madrugada a única velhice que chegou demoram-se na beira da estrada e passam a contar o que sobrou. O povo foge da ignorância apesar de viver tão perto dela e sonham com melhores tempos idos contemplam essa vida numa cela esperam nova possibilidade de verem esse mundo se acabar a Arca de Noé, o dirigível não voam nem se pode flutuar. Não voam nem se pode flutuar... Notou como as palavras representam muito mais do que “parecem” representar? Observem as palavras que Zé Ramalho selecionou para compor a letra. Veja que as palavras não foram aleatoriamente dispostas; cada uma tem uma intenção, está no texto com óbvia, porém constitui apenas a primeira etapa do processo da permite a intelecção, ou seja, a percepção do assunto, permite a interpretação, que é a continuidade da leitura do mundo, realizada pelo leitor. A interpretação, muitas vezes, extrapola a letra do texto, pois se baseia nas relações entre texto e contexto. Na letra da música que acabou de ler, viu que a sua interpretação foi além da letra do texto, não é? Vejamos então o motivo: Na aprendizagem da leitura é muito comum, na escola, a prática de oferecer uma interpretação pronta para o aluno, esse procedimento habitua-o a fazer uma interpretação única do texto, o que é um obstáculo à leitura criativa. Sendo assim, interpretar é um ato que requer dedicação e seriedade por parte do leitor. Cumprida as etapas anteriores, está o leitor apto para empreender a aplicação do conteúdo da leitura, de acordo com o objetivo a que se propôs. É muito interessante determinarmos objetivos quando vamos processar nossas Caso tenha interesse, leia o artigo “O PROCESSO DE LEITURA: DA DECODIFICAÇÃO À INTERAÇÃO”, disponível no site http://www. faculdadeobjetivo.com.br/ arquivos/OProcessoDeLeitura.pdf A técnica de sublinhar, conforme muitos autores destacam, é de grande utilidade para a intelecção e interpretação do texto, facilitando o trabalho de resumir, esquematizar ou fichar. Pode-se até afirmar que sem compreensão e interpretação do texto, torna-se impossível empregar com eficiência as técnicas de resumo, esquema e fichamento. A leitura é uma atividade necessária no mundo de hoje para se informar, para participar, para ampliar conhecimentos e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual. Na opinião de Ezequiel T. Silva (1983, p. 46): optar pela leitura é, então, sair da rotina, é querer participar do mundo criado pela imaginação de determinado escritor. Ler é basicamente, abrir-se para novos horizontes, é ter possibilidade de experienciar outras alternativas de existência, é concretizar um projeto consciente, fundamentando na vontade individual. Segundo a mesma vertente de pensamento exposta por Silva (1983), a linguista Sgarbi (2009), nos lembra que: lemos, não só a linguagem verbal (fala e escrita), como, também a linguagem não verbal. Quando olhamos para uma pintura, uma escultura ou quando observamos as reações do nosso corpo ou, ainda, quando fazendo leituras. E então, prontos para exercitarem nossa Língua Portuguesa? Espero que sim! Então, vamos em frente, pois temos mais uma seção nesta aula, a qual trata sobre a importância do ato de ler. Vejamos: Estudamos e começamos a perceber como a leitura é importante em nossas vidas, vimos que é interessante sabermos “ler” as diversas situações às quais somos expostos e o quanto é importante, também, sabermos interpretar devidamente os diferentes textos. Vamos reforçar a ideia da importância do ato de ler e entender quais conhecimentos e objetivos devemos deter para nos tornarmos bons leitores. Começamos, então, a perceber que um dos grandes desafios a ser enfrentado pela escola e pela sociedade é o de fazer com que os alunos aprendam a ler, e, a ler reflexivamente. Assim, a leitura passa a ser fundamental para o domínio das múltiplas estruturas contidas nos textos, as quais são responsáveis pelo sentido. Nesse contexto, o pouco hábito da leitura reflete-se na escrita e, consequentemente, na fala, restringindo o vocabulário. Dessa forma, o conhecimento prévio necessário à compreensão do texto também fica restrito, pois, segundo Ângela Kleiman (1995, p. 13), o leitor utiliza na leitura o conhecimento que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. É importante fazer uma distinção entre ler e aprender a ler. Ler é estabelecer uma comunicação com textos verbais ou não verbais, por meio da busca da compreensão, enquanto a aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente, 123 Português Instrumental 12 que se enriquece com novas habilidades, na medida em que se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por isso, a aprendizagemda leitura não se restringe ao primeiro ano da vida escolar. Sgarbi (2009, p.89), afirma que “para capacitar os alunos (...) para o encontro com o texto; constatando-o, cotejando-o e transformando-o, há que se criar condições concretas para que esses alunos leiam de maneira significativa”. Acompanhem, também, o pensamento da autora citada a seguir. Kleiman (1999, p. 16) exemplifica: os professores que lembramos e admiramos vidas são aqueles que demonstraram gostar de suas matérias e conseguiram transmitir esse entusiasmo pelo saber. Em outras palavras, o professor é aquele que precisa ser leitor e que apresenta as diferentes possibilidades de leitura: livros, poemas, notícias, receitas, paisagens, imagens, partituras, sons, gestos, corpos em movimento, mapas, gráficos, símbolos, o mundo enfim: “(...) Ou o texto dá um sentido ao mundo, ou ele não tem sentido nenhum” (LAJOLO, 1994, p. 14). Mas, atenção!!! O aluno também precisa fazer a sua parte!! Assim, a leitura importa quando o leitor transforma a linguagem escrita em linguagem oral e quando o leitor consegue captar e dar sentido ao conteúdo da mensagem, analisando o valor dessa no contexto social. Por isso, a importância da leitura reside, principalmente, no ato de ensinar a ler. Para Reina e Durigan (2003, p. 21): ensinar leitura não é responsabilidade exclusiva do professor de língua, mas sim de todos aqueles que usam esse código, seja para a interação, para a transmissão de conhecimentos, para a atuação sobre o outro, seja para o relacionamento com o mundo sensível. NESTE MOMENTO FIQUEM ATENTOS À LEITURA QUE SEGUE Outro aspecto importante no trabalho com a leitura é a interdisciplinaridade vinculada à intertextualidade, pois todas as disciplinas, sejam das áreas das ciências exatas, agrárias, humanas ou qualquer outra são discursivas, requerem desempenho de linguagem, e a leitura e a escrita são o fim e o meio de todo trabalho escolar. Se um “texto remete a outros textos e estes apontam para outros no futuro” (KLEIMAN, 1999, p. 62), a interdisciplinaridade permite que os contextos dos programas de diversas disciplinas sejam introduzidos em decorrência da leitura de um texto lido em sala de aula. Entendeu o que é interdisciplinaridade e intertextualidade? Se tem dúvidas, leia o parágrafo anterior novamente. Entretanto, a questão do ensino da leitura é ampla e pode situar-se na própria conceituação do que é leitura, na forma como é avaliada pelos professores; no papel que ocupa na sociedade; nos meios que são oferecidos para que ela ocorra, na metodologia que o professor adota para ensiná-la e na maneira como o aluno a compreende e valoriza. A partir de agora, estudaremos o ato da leitura (conhecimentos prévios, objetivos e hipóteses), vejamos: Vamos descobrir de que precisamos para realizar uma boa leitura? O ato de ler aciona uma série de ações no pensamento do leitor, por meio das quais ele pode extrair novas informações ou remetê-las às informações anteriores. Na interação com essas informações, aqui denominadas de conhecimento prévio, o leitor pode mantê-las, modificá-las ou desenvolvê- las durante a assimilação do conteúdo, pois “[...] quando um leitor é incapaz de chagar à compreensão através de um nível de informação, ele ativa outros tipos de conhecimentos para compensar as falhas momentâneas” (KLEIMAN, 1999, p. 17). Assim, ao ler um texto qualquer, o leitor escolhe aspectos relevantes, ignora outros irrelevantes ou desinteressantes, dando atenção aos aspectos que interessam, ou seja, àqueles sem os quais seria impossível compreender o texto. Por isso: a ativação do conhecimento prévio é essencial à compreensão, pois é o conhecimento que o leitor tem sobre o assunto que lhe permite fazer as inferências necessárias para relacionar diferentes partes discretas do texto num todo coerente. (KLEIMAN, 1999, p. 25). Essas inferências são hipóteses que o leitor levanta, antecipando informações com base nas pistas que vai percebendo durante a leitura. Portanto, quando chega à escola, o aluno já é um leitor do mundo, pois desde muito novo começa a observar, antecipar, interpretar e interagir, dando significado a seres, objetos e situações que o rodeiam: o conhecimento linguístico, o conhecimento textual, o conhecimento do mundo devem ser ativados durante a leitura para poder chegar ao momento da compreensão, momento este que passa desapercebido, em que as partes (KLEIMAN, 1999, p. 26). Vocês e eu fazemos a leitura de tudo que nos cerca! Essa aprendizagem natural da leitura deve ser considerada pelo professor e incorporada às suas estratégias de ensino com o fim de melhorar a qualidade desse processo contínuo, iniciado no momento em que o aluno é capaz de captar e atribuir significado às coisas do mundo. Assim, a ação de ler o mundo é enriquecida na medida em que o educando enfrenta progressivamente numerosos e variados textos, pois: a forma do texto determina, até certo ponto, os objetivos de leitura: há um grande número de textos, como romances, contos, fábulas parece claro que o objetivo geral ao ler o jornal é diferente daquele quando lemos um artigo 124 13 Notem que... O trabalho de leitura na escola tem por objetivos levar o leitor à analise e à compreensão das ideais dos autores e a buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. E é isto que esperamos que faça a partir deste momento que está aprendendo mais sobre a maravilhosa habilidade da leitura. Para saborear um pouco este mundo da leitura, eis que cito um trecho de um texto/poema de Martha Medeiros, em que a autora expõe seu imenso prazer em ler: eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. Gosto de interromper a leitura num trecho especialmente bonito e encostá-lo contra o peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. Depois reabro e continuo a viagem. […] Gosto do barulho das paginas sendo folheadas. Gosto das marcas de velhice que o livro vai ganhando: […] a lombada com o manuseio. Tem gente que diz que uma casa sem cortinas é uma casa nua. Eu penso o mesmo de uma casa sem livros. Martha Medeiros Dessa forma, cremos que a caminhada para o aprendizado da leitura acontece lendo e da mesma forma, aprendemos a escrever escrevendo; vendo outras pessoas lerem e escreverem, tentando e errando, sempre nos guiando pela busca do significado mediante hipóteses ou pela necessidade de produzir algo que tenha sentido. Disponível em: <http://bravobravissimo.blogspot.com/2010/04/do-mundo-da- leitura-para-leitura-do.html>. Acessado em 08 de maio de 2012, às 18 horas. Nesse contexto e de acordo com Kleiman (1999, p. 36), “vários autores consideram que a leitura é, em grande medida, um jogo de adivinhação, pois o leitor ativo, realmente engajado no processo, elabora hipóteses e as testa, à medida que vai lendo”. Assim, para elaborar hipóteses, o leitor precisa ter acesso ao texto cuja leitura foi transformada em objetivo, ou seja, ele deve prever o tema do texto com base nas pistas dadas; então, para ter acesso ao texto, é preciso ter acesso ao seu código e à mensagem escrita. Isto é muito importante! Fiquem atentos!! Enfim, é preciso que professor e alunos entendam que ler não é um ato mecânico de decodificação: é o estabelecimento de relações dentro de contextos, de vivências de mundo; não são frases ou palavras soltas que levam o leitor a entender que isso seja o ato de ler. E para que esse quadro mude, é preciso que professor e aluno estejam verdadeiramente envolvidos. Nesse sentido, pensamos que o processo ensino- aprendizagem da leitura na sala de aula situa-se dentro de dois objetivos fundamentais: serve como meio eficaz para aprofundamento dos estudos e aquisição de cultura geral. E, então, estão percebendo como a leitura é interessante, importante e indispensável em nossas vidas? Ufa, acabamos!? Não, ainda não! Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”,fazer um breve resumo dos conteúdos estudados nestasegunda aula!? Retomando a aula entendimento de vocês sobre o processo do ato de ler. 1 - O ato de ler: o que ler? Para que possamos efetuar uma leitura significativa, faz- se necessário construir sentido através dos conhecimentos prévios que você possui sobre o assunto e a interação com o suporte de leitura. Assim, para de fato obter informações corretas sobre o texto lido e consequentemente construir um suporte de sentido para a compreensão e a interpretação deste texto, é preciso, ainda, lançar mão dos conhecimentos culturais adquiridos ao longo da vida, tais como as crenças, as opiniões ou atitudes. A motivação ou objetivos diferentes atuarão na construção da representação sobre o evento ou o enunciado presente no texto, o que faz com que, ao ler um mesmo texto, diferentes leitores construam significados diferenciados, produzindo diferentes tipos de inferências. 2 - Níveis de leitura de um texto Inserido na seção 02, os níveis de leitura de um texto trazem a seguinte questão á tona: fazer uma leitura e aprender a fazer uma leitura. Tais ações são distintas, pois no ato de ler, estabelece-se uma comunicação com textos verbais e não verbais via compreensão holística. No entanto, a aprendizagem da leitura compõe uma ação permanente, que se enriquece com novas habilidades, na medida em que se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano da vida escolar, mas, sim, e ,sobretudo, a caminhada do leitor. Somos nós que estabelecemos o nível de leitura que iremos ter, uma vez que a dedicação deve ser séria e permanente no processo de compreensão e interpretação textual. Conforme palavras de Paulo Freire: “ A leitura de mundo precede a leitura da palavra”. 125 Português Instrumental 14 FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 1989. KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986. (Série Fundamentos) GERALDI, João Wanderley (Org.) O texto na sala de aula. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2001. ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro da. (Orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1991. Vale a pena ler Disponível em: <http://www.google.com. b r/ s e a r ch ?h l=p tBR&b iw=1020&b ih=553&r- l z = 1 R 2 R N S N _ p t B R B R 3 9 7 & d e f l = p t & q = d e - f ine :Contex to&sa=X&ei=yy imTL37C4H48A- a A 3 7 X 7 A Q & v e d = 0 C B U Q k A E > . Vale a pena acessar O Clube de Leitura de Jane Austen Vale a pena assistir Vale a pena Atividades da Aula 02 Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados, na Plataforma de Ensino, na ferramenta “Sala Virtual, há um espaço para as Atividades”, as quais estão disponíveis e devem ser respondidas e enviadas por meio do Portfólio - ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Minhas anotações 126 3ºAula Considerações Sobre a Noção de Texto Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: referentes à estrutura; Caros(a) alunos(a), Estamos em nossa terceira aula e a partir de hoje nos dedicaremos mais a um assunto de grande interesse para todos nós: trataremos sobre as noções acerca do TEXTO e também veremos como proceder para elaborar resumos e resenhas. Que tal!? Dispostos a começar?? Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bom trabalho! Bons estudos! 127 Português Instrumental 16 Seções de estudo 1 - Noções de texto 2 - Resumo e resenha Então, vamos em frente?! Será que o texto tem segredos? Que tal desvendarmos! Sem dúvida alguma a palavra texto é familiar para qualquer pessoa ligada à prática escolar, portanto vocês, acadêmicos, tem, com certeza, bastante interesse nesse assunto!!!!!!!!!! 1 - Noções de texto Ela (a palavra texto) aparece com alta frequência no linguajar cotidiano, tanto no interior da escola quanto fora de seus limites. Não são estranhas a ninguém expressões como as que seguem: “redija um texto”, “texto bem elaborado”, “o texto construído não está suficientemente claro”, “os atores da peça são bons, mas o texto é ruim”, “o redator produziu um bom texto”etc. Por causa, exatamente, dessa alta frequência de uso, todo estudante tem algumas noções sobre o que significa texto. Dentre essas noções, algumas ganham importância especial para esta e as próximas aulas, que se propõem a orientar a leitura e a escrituração de textos. Nesta aula introdutória, vamos fazer duas considerações fundamentais sobre a natureza do texto, Platão & Fiorin (2002) nos sugerem as que seguem: para entender qualquer passagem de um texto, é necessário confrontá-la com as demais partes que o compõem,sob pena de dar- 1 - Primeira consideração: O TEXTO NÃO É UM AGLOMERADO DE FRASES. (lembre-se de que já tratamos sobre esta consideração em aulas anteriores) A revista Veja de 1º de junho de 1988, em matéria publicada nas páginas 90 e 91, traz uma reportagem sobre um caso de corrupção que envolvia, como suspeitos, membros ligados à administração do governo do Estado de São Paulo e dois cidadãos portugueses dispostos a lançar um novo tipo de jogo lotérico, designado pelo nome de “Raspadinha”. Entre os suspeitos figurava o nome de Otávio Ceccato, que, no momento, ocupava o cargo de secretário de Indústria e Comércio e que negava sua participação na negociata. O fragmento que vem a seguir, extraído da parte final da referida reportagem, relata a resposta de Ceccato aos jornalistas nos seguintes termos: na sua posse como secretário de Indústria e Comércio, Ceccato, nervoso, foi infeliz ao rebater as denúncias: “Como São Pedro, nego, nego, nego”, disse a um grupo de repórteres, referindo-se à conhecida passagem em que São Pedro negou conhecer Jesus Cristo três vezes na mesma noite. Esqueceu-se de que São Pedro, naquele episódio, disse talvez a única mentira de sua vida. (Ano 20, 22:91). Como se pode notar, a defesa do secretário foi infeliz e desastrosa, produzindo efeito contrário ao que ele tinha em mente. Descobriram por quê???? → A citação, no caso, ao invés de inocentá-lo,acabou por comprometê-lo! Sob o ponto de vista da análise do texto, qual teria sido a razão do equívoco lamentável cometido pelo secretário? Sem dúvida, a resposta é esta: ao citar a passagem bíblica, o acusado esqueceu-se de que ela faz parte de um texto não é autônomo. Desse modo, não se pode isolar frase alguma do texto e tentar conferir-lhe o significado que se deseja. Como bem observou o repórter, no episódio bíblico citado pelo secretário, São Pedro, enquanto Cristo estava preso, foi reconhecido como um de seus companheiros e, ao ser indagado pelo soldado, negou três vezes seguidas conhecer aquele homem. Segundo a mesma Bíblia, posteriormente, Pedro arrependeu- se da mentira e chorou copiosamente. Esse relato serve para demonstrar de maneira simples e clara que uma mesma frase pode ter significados distintos dependendo do contextodentro do qual está inserida. O grande equívoco do secretário, para sua infelicidade, foi o de desprezar o texto de onde ele extraiu a frase, sem se dar conta de que, no texto, o significado das partes dependem das correlações que elas mantêm entre si. Isso nos leva à conclusão de que: Em outros termos, é necessário considerar que para fazer uma boa leitura, deve-se sempre levar em conta o contexto em que está inserida a passagem a ser lida. Entende-se por contexto uma unidade linguística maior em que se encaixa uma unidade linguística menor. Assim, a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo encaixa-se no contexto do capítulo e o capítuloencaixa-se no contexto da obra toda. Uma observação importante a fazer é que nem sempre o contexto vem explicitado linguisticamente. O texto mais amplo dentro do qual se encaixa uma passagem menor pode vir implícito: os elementosda situação em que se produz o texto podem dispensar maiores esclarecimentos e dar como pressuposto o contexto em que ele se situa. Por exemplo... Para exemplificar o que acaba de ser afirmado, observem um minúsculo texto como este: A nossa cozinheira está sem paladar !!! Assim, podemos imaginar dois significados 128 17 Exercitando a leitura e a produção textual RELEMBRANDO toda leitura, para não ser equivocada, deve, necessariamente, levar em conta o contexto que envolve a passagem que está sendo lida, lembrando que esse contexto pode vir manifestado explicitamente por palavras ou pode estar implícito na situação concreta em que é produzido. completamente diferentes para esse texto, dependendo da situação concreta em que seja produzido. → Dito durante o jantar, após ter-se experimentado a primeira colher de sopa, esse texto pode significar que a sopa está sem sal; → Dito para o médico no consultório, pode significar que a empregada pode estar acometida de alguma doença. Interessante, não acha? Percebe quão importante é sabermos ler e escrever de fato? 2 - Segunda consideração: TODO TEXTO CONTÉM UM PRONUNCIAMENTODENTRO DE UM DEBATE DE ESCALA MAIS AMPLA. Assim, nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação da individualidade de quem o produziu. De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, por meio dele, marcar uma posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás, ou seja, nenhum texto é desprovido de ideologia. IMPORTANTE: Ao final desta aula, devem estar bastante firmes as seguintes questões: a) uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos isolados do texto, já que o significado das partes sempre é determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam. b) uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o pronunciamento contido por trás do texto,já que sempre se produz um texto para marcar posição frente a uma questão qualquer. Leiam atentamente as instruções abaixo: 1. para que vocês continuem praticando a leitura e a escrituração de textos, sua atividade de hoje será a de redigir um texto dissertativo, ou seja, deverá expor, defender e argumentar suas ideias sobre um dos temas abaixo relacionados, lembrando que neste tipo de texto não deve fazer uso da primeira pessoa do singular (eu), nem conjugar verbos nesta pessoa (acredito). 2. lembrem-se de que leituras deverão ser feitas sobre o tema escolhido para que tenha argumentos para defender o que pensa. Não deixe para fazer este texto na última hora, como alguns fazem, vez que, sem tempo para reflexões, não poderá desenvolver uma boa atividade e, consequentemente, será prejudicado! 3. seu texto terá que ter, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 28 linhas. Não escreva um texto com menos de quatro parágrafos. 4. A atividade é individual!!!! TEMAS SUGERIDOS: 2 - Resumo e resenha Vamos iniciar nossos estudos sobre resumo e resenha? Vejamos: RESUMO é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos: a) cada uma das partes essenciais do texto; b) a progressão em que elas se sucedem; c) a correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes. O resumo, então, é uma redução do texto original, procurando captar suas ideias essenciais, na progressão e no encadeamento em que aparecem no texto. Veja bem, quem resume deve exprimir, em estilo objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não cabem, num resumo, comentários ou julgamentos ao que está sendo condensado. Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases do texto original, construindo uma espécie de “colagem”. Essa “colagem” de fragmentos do texto original não é um resumo. CONCEITO Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes de um texto / as ideias do autor.A reprodução de frases do texto ou cópia, em geral, atesta que ele não foi compreendido. Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender antes o conteúdo global do texto. Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura. É evidente que o grau de dificuldade para resumir um texto depende basicamente de dois fatores. Vejamos: a) da complexidade do próprio texto (seu vocabulário, 129 Português Instrumental 18 Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão em capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua da versão original e o nome do tradutor (se se tratar de tradução). sua estruturação sintático-semântica, suas relações lógicas, o tipo de assunto tratado, etc); b) da competência do leitor (seu grau de amadurecimento intelectual, o repertório de informações que possui e a familiaridade com os temas explorados). LEMBRE-SE: O uso de procedimentos apropriados pode diminuir as dificuldades de elaboração do resumo. Platão & Fiorin (2002), aconselham que, para fazer um bom resumo,é necessário: → 1. ler uma vez o texto ininterruptamente, do começo ao fim. Sabemos que um texto não é um aglomerado de frases: sem ter noção do conjunto é mais difícil entender o significado preciso de cada uma das partes. Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação de responder genericamente à seguinte pergunta: do que trata o texto? → 2. uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão, para compreender melhor o significado das palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e para captar o sentido das frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos ocultos). Nessa leitura, devemos ter a preocupação, sobretudo, de compreender bem o sentido das palavras relacionadas, responsáveis pelo estabelecimento das conexões (assim, isso, isto, aquilo, aqui, lá, daí, seu, sua, ele, ela, etc.). → 3. num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de ideias que tenham alguma unidade de significação. Ao resumir um texto pequeno, pode-se adotar como primeiro critério de segmentação a divisão em parágrafos. Pode ser que se encontre uma segmentação mais ajustada que a dos parágrafos, mas como início de trabalho, o parágrafo pode ser um bom indicador. Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por exemplo) é conveniente adotar um critério de segmentação mais funcional, o que vai depender de cada texto (as oposições entre os personagens, as oposições de espaço, de tempo). Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tenta-se resumir a ideia ou as ideias centrais de cada fragmento. → 4. fazer a redação final com suas palavras (não copiar pedaços do texto), procurando não só condensar os segmentos, mas encadeá-los na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles. Bem,já vimos como fazer um resumo, agora vamos aprender a como fazer uma resenha. RESENHAR significa fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes e descrever as circunstâncias que o envolvem. O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade (um jogo de futebol, uma comemoração solene, uma feira de livros) ou textos e obras culturais (um romance, uma peça de teatro, A resenha, como qualquer modalidade de discurso descritivo, nunca pode ser completa e exaustiva, já que são infinitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o objeto descrito. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção previamente definida. IMAGINEMOS A SEGUINTE SITUAÇÃO: duas resenhas distintas sobre um mesmo objeto, o treinamento dos atletas para uma copa mundial de futebol: esportiva deum jornal; de treinamento. O jornalista, na sua resenha, vai relatar que um certo atleta marcou, durante o treino, um gol olímpico, fez duas coloridas jogadas de calcanhar, encantou a plateia presente e deu vários autógrafos. Esses dados, na resenha destinada ao departamento médico, são simplesmente desprezíveis. a que ela se presta. Numa resenha de livros para o grande público leitor de jornal, não tem o menor sentido descrever com pormenores os custos de cada etapa de produção do livro, o percentual de direito autoral que caberá ao escritor e coisas desse tipo. A resenha pode ser puramente descritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreciação do resenhador, ou crítica, pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de quem a elaborou. ATENÇÃO !!! A resenha descritiva consta de: a) uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto: parte a obra; b) uma parte com o resumo do conteúdo da obra: tratado) e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.); seu plano geral. 130 19 Na resenha crítica, além dos elementos já mencionados, entram também comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor, o valor da obra, etc. Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”,fazer um breve resumo dos conteúdos estudados nesta terceira aula!? Retomando a aula vocês sobre o que é um texto; resumo e resenha. 1 - Noções de Texto É importante destacar que a leitura, para não ser equivocada, deve necessariamente levar em conta o contexto que envolve a passagem que está sendo lida, lembrando que esse contexto pode vir manifestado explicitamente por palavras ou pode estar implícito na situação concreta em que é produzido. Ainda, faz-se necessário mencionar que se constrói um texto para marcar uma posição ou participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás. Ou seja, nunca esqueçamos que, em todo texto, há uma ideologia subjacente. 2 - Resumo e Resenha O resumo é uma redução do texto original, procurando captar suas ideias essenciais, na progressão e no encadeamento em que aparecem no texto. Já a resenha significa fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes e descrever as circunstâncias que o envolvem. ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 5. ed. São Paulo : Ateliê Editorial, 2002. KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002. MACHADO, Anna Rachel (Org.). Planejar gêneros acadêmicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. MACHADO, Anna Rachel (Org.). Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. Vale a pena ler Vale a pena Disponível em: <http:// w w w . p u c r s . b r / g p t / r e s e n h a . p h p > . Disponível em: <http://www.len- d o . o r g / c o m o - f a z e r - u m a - r e s e n h a / > . Disponível em: <http://www.recantodasletras.com. br/artigos/3461851>. Vale a pena acessar Vídeo - Aula de português aprenda como se faz uma resenha critica e a resumir um texto. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=KUXu_u8OU3w>. Vale a pena assistir Minhas anotações 131 4ºAula Elementos Estruturais do Texto Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: compreender e utilizar, de forma adequada, a estrutura textual durante o processo da escrituração de textos; identificar e empregar corretamente os mecanismos linguísticos da textualidade (coesão e coerência textual). Caros(as) alunos(as), Quanto mais lemos, percebemos que temos muito ainda para aprender, não é mesmo? Estamos chegando ao final de nossas aulas! Sentirei saudades! Hoje estudaremos os elementos estruturais dos textos, assim como a coerência e a coesão. Que tal!? Dispostos a começar?? Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula. Bom trabalho! Bons estudos! 133 Português Instrumental 22 quando partilhar informações também conhecidos pelo recebedor, isto é, conhecimentos que fazem parte da realidade de mundo desse leitor. Isso equivale a dizer que o texto não é pronto e acabado, mas vai adquirir sua complementação quando chega ao seu leitor. Assim, o leitor tem que deter de algumas informações para conseguir dá sentido ao texto” (VAL, 2010, http://keylapinheiro.blogspot.com. br/2010/03/redacao-e-textualidade-de-maria-da.html). Seções de estudo 1 - Estrutura, Conteúdo e Expressão Textual 1 - Estrutura, Conteúdo e Expressão Textual 2 - Coerência e Coesão Textuais Então, vamos em frente?! Tenho certeza de que esta aula auxiliará vocês a desenvolverem suas atividades escritas em todas as outras disciplinas do curso, como também refletirá em outras atividades do seu dia a dia. Inserido no contexto de estudos que desenvolvemos até agora, temos todas as condições teóricas de refletir acerca da seguinte situação: Um texto pode ser analisado a partir de três elementos fundamentais: estrutura, conteúdo e expressão:Vejamos ... A) A ESTRUTURA COMPREENDE: UNIDADE, ORGANICIDADE E FORMA. deve-se organizar em função de um só núcleo temático. desenvolvimento e conclusão) devem ser organizadas como um todo e articuladas de forma coerente e lógica. O tema poderá ser abordado de forma descritiva, narrativa ou dissertativa. Quando solicitar ao aluno uma descrição, evidentemente não se pode admitir a forma dissertativa, se a solicitação for uma carta comercial, não cabe ao aluno escrever um poema, um conto ou um texto narrativo/descritivo. B) O CONTEÚDO EXIGE COERÊNCIA E CLAREZA E SIGNIFICA A PRÓPRIA MENSAGEM A SER TRANSMITIDA. conteúdo onde haja ideias fundamentais e pertinentes ao tema proposto. As ideias devem ser elaboradas segundo critérios que possibilitem perfeita relação, visando ao entendimento entre emissor e receptor. Neste item, a principal observação a ser feita é que não pode haver fuga ao tema proposto, nem inclusão de citações ou informações que não sejam pertinentes ao desenvolvimento do assunto. OBS.: Trataremos, na próxima seção, mais detalhadamente, sobre a coerência e a coesão. A falta de contato com o tema, a abordagem tangencialou fragmentada afetam a clareza por apresentar o conteúdo sem contornos definidos, diluídos ao longo da redação. Outro obstáculo à clareza é a frase mal estruturada ou ambígua que Quanto à clareza, convém atentar para o seguinte: coisa, cara, veja bem etc. Exemplo: a vida é um negócio sério. mesma ideia. Exemplo: todo machismo masculino... Exemplo: a especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro. C) EXPRESSÃO REFERE-SE AO DOMÍNIO DO LÉXICO E ESTRUTURA DA LÍNGUA. Para se conseguir boa expressão, é fundamental a leitura de bons escritores e o manuseio constante, habitual, do dicionário. No item expressão devem-se considerar os seguintes tópicos: criatividade, propriedade, concisão e correção. Consiste em saber apresentar uma positiva contribuição pessoal, seja variando expressões comuns, seja concorrendo para a renovação de formas antigas. comuns. Exemplos: desde os tempos mais remotos... hoje em dia este é um assunto muito debatido. evitados. Exemplos: era uma cena dantesca. nesta radiante manhã de sol. pelos pronomes pessoais correspondentes. Exemplos: o frio percorreu sua espinha. (sua = pronome possessivo) o frio percorreu-lhe a espinha. (lhe = pronome pessoal) o remorso roia a sua alma. o remorso roia-lhe a alma. “que”, substituindo-a por oração reduzida. Exemplos: tinha um comportamento que tendia à depressão. tinham um comportamento tendente à depressão. como devido ao, devido à, que podem ser substitui dos por: em virtude de, em razão de, em vista de, em face de, à vista de etc. Em lugar de muitas vezes, pode-se empregar vezes e vezes, vezes, sem conta, muitas das vezes, vezes muitas, muita vezetc. 134 23 adequadas ao assunto. Evitem os casos de impropriedade vocabular, tais como: o paralítico andava sobre cadeira de rodas; a exuberante alta dos preços; o ser humano nasce cru. em oposição à prolixidade (verbosidade, verborréia). Para se conseguir tal síntese de pensamento, observe o seguinte: só a oposição mais ingênua se recusa a enfrentá-lo de frente. os jovens irão colher os frutos futuramente. cada dia o homem sofre mudança diária. Exemplos: uma certa manhã de verão... de um modo geral, somos acomodados. continua em uma grande expansão. obrigatório apenas nos casos de ênfase ou antítese. Exemplo de ênfase: “eu sou o bom pastor” (Evangelho). Exemplo de antítese: “eu vi a morte. E ela estava viva” (Cazuza). “quando eu tinha quatro anos de idade e morava com minha tia viúva e já idosa, que passava a maior parte do tempo acariciando um gatarrão peludo numa velha rangente cadeira de balanço, na sala de jantar da nossa casa, que ficava no subúrbio, próxima ao hospital São Sebastião, já era louco por futebol”. do ponto de vista da gramática normativa. ENTRE OUTROS ACONSELHAMENTOS, ANDRADE (1999) DESTACA OS SEGUINTES: Vejamos .... 1)Evite o uso de gírias, termos estrangeiros, chavões e outros vícios de linguagem. 2)Evite o emprego das abreviaturas de caráter prático, útil apenas para anotações. Grafe números, de preferência, por extenso. 3)Empregue corretamente a pontuação. A pontuação inadequada pode alterar o sentido da frase. Lembre-se de que os parênteses não tem a finalidade de isolar a palavra ou expressão errada ou mal escrita. 4)É preferível usar a ordem direta da frase (sujeito+predicado+complementos). A ordem inversa pode dificultar a compreensão. 5)Use frases curtas, expressando uma ideia de cada vez. 6)Evite períodos longos, com muitas orações subordinadas e intercaladas que prejudicam a compreensão e o ritmo da frase. 7)A subordinação deve ser usada para evitar a repetição de ideias, ligando duas frases em um só período. A fórmula ideal é uma oração principal e duas subordinadas. 8)Tenha muito cuidado com o gerúndio (endo, ondo), principalmente no início dos períodos. Em caso de dúvida é preferível usar outra forma verbal. 9)A ordem das frases deve corresponder à ordem das ideias. É desaconselhável expressar uma ideia fundamental numa oração subordinada. 10)Separe núcleos de ideias em parágrafos diferentes, observando a conexão entre eles. Não pule linha para separar parágrafos Ok, até aqui tudo certo? Imagino que sim, pois abordamos a estrutura textual e, agora, vamos mergulhar nos estudos sobrea coerência e a coesão textuais! Preparados? Tenho certeza que sim! Vejamos então a próxima seção... 2 - Coerência e Coesão Textuais Começamos nossa reflexão, acerca dos estudos referentes à coerência textual, destacando que para um texto ser coerente, ele deve apresentar uma relação lógica e harmônica entre suas ideias, que devem ser ordenadas e interligadas de maneira clara, formando, assim, uma unidade na qual as partes tenham nexo (OTHON M. GARCIA, 2010). Assim, observe o texto que segue com atenção... Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida. VEJAM BEM: Esse texto apresenta uma incoerência?! O que você acha... Pois bem, se o menino era tão fraco que quase não podia carregar a cesta de amendoins, como conseguiu carregar um homem corpulento até o carro? Assim, pode-se dizer que quando se fala em redação, sempre se aponta a coerência das ideias como uma qualidade indispensável para qualquer tipo de texto. Assim, a coerência deve ser entendida como unidade de texto. Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo. 135 Português Instrumental 24 Platão &Fiorin (2002), pontuam três principais níveis em que a coerência deve ser observada: 1. COERÊNCIA NARRATIVA; 2. COERÊNCIA FIGURATIVA; 3. COERÊNCIA ARGUMENTATIVA. Vamos partir de exemplos de incoerências mais simples de perceber para mostrar o que é coerência. → 1. COERÊNCIA NARRATIVA É incoerente narrar uma história em que alguém está descendo uma ladeira num carro sem freios, que para imediatamente, depois de ter brecado, quando uma criança lhe corta a frente. Assim, por exemplo, um sujeito só pode fazer alguma coisa (performance) se souber ou puder fazê-la (competência). Constitui, portanto, uma incoerência narrativa relatar uma ação realizada por um sujeito que não tinha competência para realizá-la. Outro tipo de incoerência narrativa pode ocorrer em relação à caracterização dos personagens e às ações atribuídas a eles. CONCEITO coerente para constituir um único bloco temático. A ruptura dessa pertencem ao mesmo tema devem pertencer ao mesmo universo de No percurso da narrativa, os personagens são descritos como possuidores de certas qualidades (alto, baixo, frágil, forte), atribuem-se a eles certos estados de alma (colérico, corajoso, tímido, introvertido, apático, combativo). Essas qualidades e estados de alma podem combinar-se ou repelirem-se, alguns comportamentos dos personagens são compatíveis ou incompatíveis com determinados traços de sua personalidade. A preocupação com a coerência e a unidade do texto pressupõe que se conjuguem apropriadamente esses elementos. Se na narrativa aparecem indicadores de que um personagem é tímido, frágil e introvertido, seria incoerente atribuir a esse mesmo personagem o papel de líder e agitador dos foliões por ocasião de uma festa pública. Obviamente, a incoerência deixaria de existir se algum dado novo justificasse a transformação do referido personagem. Uma bebedeira, por exemplo, poderia desencadear essa mudança. Muitos outros casos de incoerência desse tipo podem ser apontados. Dizer, por exemplo, que um personagem foi a uma partida de futebol, sem nenhum entusiasmo, pois já esperava ver um mau jogo, e, posteriormente, afirmar que esse mesmo personagem saiu do estádio decepcionado com o mau futebol apresentado é incoerente. Quem não espera nada não pode decepcionar-se. As incoerências podem ser utilizadas para mostrar a dupla face de um algum modo no decorrer do texto. → 2. COERÊNCIA FIGURATIVA Suponhamos que se deseje figurativizar o tema “despreocupação”. Assim, poderemos usar figuras como “pessoas deitadas à beira de uma piscina”, “drinques gelados”, “passeios pelos shoppings”. Não caberia, no entanto, na figurativização desse tema, a utilização de figuras como “pessoas indo apressadas para o trabalho “ou “ fábricas funcionando a pleno vapor”. Um último exemplo: Suponhamos que se queira mostrar a vida no Polo Norte. Pode-se, para isso, usar figuras como “neve”, “pessoas vestidas com roupas de pele”, “renas”, “trenós”. Não se pode, porém, utilizar figuras como “palmeiras”, “cactos”, “camelos”, “estradas poeirentas”. → 3. COERÊNCIA ARGUMENTATIVA Quando se defende o ponto de vista de que o homem deve buscar o amor e a amizade, não se pode dizer em seguida que não se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor viver isolado. Num esquema de argumentação, joga-se com certos pressupostos ou certos dados e deles se fazem inferências ou se tiram conclusões que estejam verdadeiramente implicados nos elementos lançados como base do raciocínio que se quer montar. Se os pressupostos ou os dados de base não permitem tirar as conclusões que foram tiradas, comete-se a incoerência de nívelargumentativo. É incoerente defender ponto de vista contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de morte, a não ser que não se considere a ação de matar como uma ação violenta. Muito bem!! Já percebeu o que vem a ser um texto coerente??? Dê uma olhadinha no Fórum que está aberto e veja se sua participação, ou melhor, se o que você escreveu está coerente,se está claro para os seus leitores!!!! Vamos, juntos, ler um pouquinho mais e entender o que vem a ser a coesão textual. Depois de estudarmos a coerência, agora chegou o momento de entrarmos nos estudos acerca da coesão textual! Vejamos ... Quando lemos com atenção um texto bem construído, não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, nem perdemos a noção de conjunto. Com efeito, é possível perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um texto e compreender que todos estão interligados entre si. Ok, mas quem é responsável por esta conexão???? Vejamos então algumas explicações... A título de exemplificação do que foi dito, observe o 136 25 Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão amontoados caoticamente, mas estritamente interligados entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das partes. texto que vem a seguir e perceba a função de alguns desses elementos de coesão: É sabido que o sistema do Império Romano dependia da escravidão, sobretudo para a produção agrícola. É sabido ainda que a população escrava era recrutada principalmente entre prisioneiros de guerra. das fronteiras fez diminuir consideravelmente a população escrava. Como o sistema não podia prescindir da mão deobra escrava, foi necessário encontrar outra forma de manter inalterada essa população. A palavra “ainda,” no primeiro parágrafo, (“É sabidoaindaque...”) serve para dar continuidade ao que foi dito anteriormente e acrescentar um outro dado: que o recrutamento de escravos era feito junto aos prisioneiros de guerra. O segundo parágrafo inicia-se com a expressão “em vista disso,” que estabelece uma relação de implicação causal, isto é: foi necessário encontrar outra forma de fornecimento de escravos porque o sistema não podia prescindir deles. A sequência introduzida por eles serve normalmente para que se disse antes.A essa conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se o nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles. Assim, coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas, sobretudo por certa categoria de palavras, as quais são denominados como conectivos ou elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias relações de sentido que existem entre os enunciados. Conforme foi visto, são várias as palavras que, num texto, assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão: mas, e, ou, etc.; que, o qual, etc.; Assim, o uso adequado desses elementos de coesão confere unidade ao texto e contribui consideravelmente para a expressão clara das ideias. O uso inadequado sempre tem efeitos perturbadores, tornando certas passagens incompreensíveis. Vejamos alguns apontamentos importantes sobre os mecanismos de conexão textual... 1)Para Platão e Fiorin (2002), o papel dos elementos de coesão, além de “ligar” partes do discurso, é, também, o de estabelecer entre essas partes um certo tipo de relação semântica: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição etc. Dessa forma, cada elemento de coesão manifesta um tipo No caso, faz sentido o uso doporém, já que entre os dois segmentos ligados existe uma contradição. Seria descabido permutar oporém peloporque, que serve para indicar a causa. De fato a exportação de produtos agrícolas não pode ser vista como a causa de Israel ter um solo árido. de relação distinta. Ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se quer estabelecer. Oporém, por exemplo, presta-se para manifestar uma relação de contradição: usado entre dois enunciados ou entre dois segmentos do texto, manifesta que um contraria o outro. Observe o exemplo que segue: Israel possui um solo árido e pouco apropriado à agricultura, porémchega a exportar certos produtos agrícolas. Vejamos, a título de exemplo, as relações que alguns elementos de coesão estabelecem: A) ASSIM, DESSE MODO: têm um valor exemplificativo e complementar. O Governador resolveu não se comprometer com nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido. negociar com qualquer uma que venha a vencer. B) E: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui pura repetição e deve ser evitada. Ao dizer: Este trator serve para arar a terra epara aplicar herbicida. Mas, ao dizer: sem se alterar. C) AINDA:serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer. O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são D) ALIÁS, ALÉM DO MAIS, ALÉM DE TUDO, ALÉM DISSO:introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário. O salário está cada vez mais baixo consideravelmente seu poder de compra. Além de tudo é considerado como renda e taxado com imposto. E) ISTO É, QUER DIZER, OU SEJA, EM OUTRAS PALAVRAS: introduzem esclarecimentos, retificações ou O e introduz um segmento que acrescenta uma informação nova. Por isso, seu uso é apropriado. O segmento introduzido pelo e não adiciona nenhuma informação nova. Trata-se, portanto, de um uso inadequado. 137 Português Instrumental 26 desenvolvimentos do que foi dito anteriormente: Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos, isto é, de seu não comprometido com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade. F) MAS, PORÉM, CONTUDO E OUTROS CONECTIVOS ADVERSATIVOS: marcam oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com esses relatores, segmentos que não se optem. Às vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto. Choveu na semana passada, mas não o G) EMBORA, AINDA QUE, MESMO QUE: são conectores que estabelecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento. Trata- se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário. Observe-se o exemplo: Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos confortáveis, pés velozes como raio, olhos de longo alcance e asas para voar, não resolveram o problema das injustiças. H) CERTOS ELEMENTOS DE COESÃO SERVEM PARA ESTABELECER GRADAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES DE UMA CERTA ESCALA. ALGUNS, COMO MESMO, ATÉ, ATÉ MESMO, SITUAM ALGUMA COISA NO TOPO DA ESCALA; OUTROS, COMO AO MENOS, PELO MENOS, NO MÍNIMO, SITUAM-NA NO PLANO MAIS BAIXO. O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte. 2)A retomada ou a antecipação de termos Observe o trecho que segue: Ricardo e Renato, apesar de serem irmãos, são muito diferentes. Por exemplo, esteé calmo, aquele é explosivo. ATENÇÃO: Veja bem o que são os termos anafóricose catafóricos!!!!! ANÁFORA: retomada de um termo que apareceu anteriormente. CATÁFORA:quando um elemento remete a outro posterior. Exemplo de anáfora: Luiz é um homem muitohonesto e Exemplo de catáfora: Só queremos isto: a sua vitória!!! Ufa, acabamos!? Não, ainda não! Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”, fazer um breve resumo dos conteúdos estudados nesta quarta aula!? Como se nota, mesmo concedendo ou admitindo as grandes vantagens uma desvantagem maior. O termo este retoma o nome próprio “Renato” e aquele faz a mesma coisa com a palavra “Ricardo”. “Este” e “aquele” são chamados anafóricos. O termo/pronome ele retoma o nome Luiz. O termo / pronome isto remete ao termo posterior vitória. Retomando a aula de vocês sobre os elementos estruturais do texto; coesão e coerência textuais. 1 - Estrutura, Conteúdo e Expressão Textual Um texto pode ser analisado a partir de três elementos fundamentais: estrutura (compreende unidade, organicidade e forma), conteúdo (exige coerência e clareza e significa a própria mensagem a ser transmitida) e expressão (refere- se ao domínio do léxico e estrutura da língua. Para se conseguir boa expressão é fundamental a leitura de bons escritores e o manuseio constante, habitual, do dicionário. No item expressão devem-se considerar os seguintes tópicos: criatividade, propriedade, concisão e correção). 2 - Coerência e Coesão Textuais A coerência e a coesão são considerados os conceitos mais importantes no processo de organização textual. Assim, pontua-se que a coerência de um texto constitui-se num conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam de maneira complementar, de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo, ou seja, nada incoerente. Quanto à coesão, esta se refere àformaou à superfície de um texto. Ela émantida através de procedimentos gramaticais, isto é, pela escolha doconectivo adequado na conexão dos diversos enunciados que compõem umtexto, ou seja, ela é responsável pela ligação das partes textuais. Sendo que, se estes elementos de conexão forem mal empregados, o texto não apresentará noção de conjunto, ou ainda, sua linguagem se tornará ambígua e incoerente. CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994. FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais. 3. ed. São Paulo: Editora Ática, 1995. KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 12 ed. SãoPaulo: Contexto, 2001. Vale a pena ler Vale a pena 138 27 Nossa língua - nossa pátria. Disponível em: <http:// www.vestibular1.com.br/redacao/red04.htm>. Vale a pena acessar O Clube de Leitura Vale a pena assistir Se caso vocês tiverem dúvidas, releiam o material ou entrem em contato comigo, via plataforma! Boa prova! Abraços. Profª Doutora. Nara Sgarbi Referências ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 5. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011. PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2012. VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ANDRADE, Maria Margarida de. Língua Portuguesa: noções básicas para cursos superiores. São Paulo: Atlas,2010. FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais.. São Paulo: Editora Ática, 2005. KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002. KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2012. SERAFINI, M. T. Como escrever textos. 11. ed. São Paulo: Globo, 2001. SILVA, Ezequiel T. da. O ato de ler. São Paulo: Ed. Cortez, 1998. Minhas anotações 139 27 Nossa língua - nossa pátria. Disponível em: <http:// www.vestibular1.com.br/redacao/red04.htm>. Vale a pena acessar O Clube de Leitura Vale a pena assistir Se caso vocês tiverem dúvidas, releiam o material ou entrem em contato comigo, via plataforma! Boa prova! Abraços. Profª Doutora. Nara Sgarbi Referências ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 5. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011. PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2012. VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007. ANDRADE, Maria Margarida de. Língua Portuguesa: noções básicas para cursos superiores. São Paulo: Atlas,2010. FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais.. São Paulo: Editora Ática, 2005. KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002. KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2012. SERAFINI, M. T. Como escrever textos. 11. ed. São Paulo: Globo, 2001. SILVA, Ezequiel T. da. O ato de ler. São Paulo: Ed. Cortez, 1998. Minhas anotações 139