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Prévia do material em texto

Português Instrumental
Prezados (as)Estudantes, 
É um prazer enorme trabalhar com vocês a 
disciplina de Português Instrumental e constatar que 
vocês estão firmes no propósito de Cursar Tecnológico 
em Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Unigran. 
Tenho certeza de que vocês já conhecem a seriedade de 
nosso curso; por mais que, às vezes, possamos, por um 
ou outro motivo, não concordar com algumas ações 
efetivadas, o curso tem credenciais de qualidade; isso é o 
importante, não é mesmo? 
Se vocês chegaram até aqui é porque são pessoas 
organizadas e dedicadas, que conseguiram dispor de 
um tempo regular para fazer seus estudos. Acreditamos 
que estudar a Língua Portuguesa é essencialmente 
compreender e, ao mesmo tempo, refletir sobre o uso 
da linguagem como exercício de cidadania. Na disciplina 
de Português Instrumental, juntos, faremos uma revisão 
de questões pertinentes à linguagem, à fala, à língua, à 
produção textual, entre outros tópicos com os quais já 
haviam tido contato no Ensino Médio; se não todos os 
tópicos pelo menos a maioria deles. 
Como meta, nesta disciplina, temos a formação/
capacitação de bons leitores e produtores de textos. 
Essas habilidades, sabemos, são requeridas nas mais 
diversas atividades, tais como o exercício da profissão, a 
participação na vida política e a ampliação de horizontes 
e experiências. Para tanto, a metodologia que perpassará 
as aulas, centrar-se-á nos conteúdos específicos da 
área, além da leitura reflexiva de textos produzidos 
por renomados pesquisadores que estudam o ensino/
aprendizagem da língua portuguesa e suas implicações 
em nossa vida.
Bom estudo, sucesso e felicidades em seu curso, são 
os desejos da profª. Nara e da UNIGRAN.
Abraços, 
Profª. Drª. Nara Sgarbi
Conversa Inicial
116
1ºAula
O Processo de Comunicação
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
refletir, analiticamente, sobre a linguagem como um fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural, 
político e, sobretudo, ideológico;
desenvolver uma visão teórico-aplicada sobre as principais teorias adotadas nas investigações e nos usos da linguística 
em textos conversacionais;
perceber a língua como o maior instrumento da prática social (níveis de linguagem) e como a forma mais elaborada 
das manifestações culturais e/ou abordagem intercultural.
Caros(as) alunos(as), 
Sou a professora Nara e fico muito feliz em poder atuar juntamente com você.
Espero que nossas aulas sejam efetivamente produtivas e que você cresça em 
conhecimentos acessando as informações que serão disponibilizadas na disciplina de 
Português Instrumental. Sendo assim, nestanossa primeira aula,vamos relembrar alguns 
conhecimentos basilares acerca da linguagem , da língua e da fala que, com certeza, 
você já obteve quando cursou o Ensino Médio , mas que se fazem necessários serem 
rememorados para podermos avançar em nosso conteúdo.
Que tal!? Dispostos a começar?? 
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as seções que serão 
desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Bons estudos!
117
Português Instrumental 6
Algumas pesquisas na áreada linguagem humana mostram que, no 
caso da criança, a primeira palavra murmurada já representa sua 
admissão no universo da linguagem e o abandono do estado da 
natureza ( estado primeiro/ primitivo).
Então caros alunos(as): 
→ por que falamos?
→ por que não fazemos uso dos sinais ou uso de símbolos, como nas 
primeiras descobertas do uso da linguagem feitas pelo homem?
→ por que o homem, diferente dos outros animais, fala?
→ por que somente nós temos essa faculdade e, até onde se sabe, já 
impressa em nossa consciência? 
Seções de estudo
1 - Linguagem, Língua e Fala
1 - Linguagem, Língua e Fala
2 - Níveis de Linguagem
Então, vamos em frente?!
Segundo Cagliari (1990), desde que nascemos, estamos 
imersos de alguma forma nos mundos da linguagem, da fala 
e da língua. Crescemos dentro da nossa família ouvindo - na 
maioria das vezes - nossos pais falarem conoscoobservando 
gestos e sinais, então as palavras, a linguagem, o nome das 
coisas existentes no mundo começam a ser importantes.
Parece que estamos com muitos questionamentos, não é? 
Mas tenhamos calma, pois, na seção a seguir, encontraremos 
reflexões que nos levarão às respostas. 
Arquitetamos na consciência, uma espécie de “biblioteca” 
onde assentamos tudo o que é ouvido e entendido. Guardamos 
ideias, significados, expressõese com essa “base de dados” 
nos anunciamos verbalmente, seja pela fala ou pela escrita. É 
como se escolhêssemos, pegando na prateleira da biblioteca, 
palavra por palavra, criando estruturas de entendimento para 
a comunicação. Quase parecido com uma receita de bolo: 
você + é + muito + legal, resultando naquilo quequeremos 
dizer pelo que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém.
Vamos pensar um pouquinho mais??? 
Poucas pessoas, cremos, tenham parado para 
ponderar ou interrogar sobre estas questões. Pesquisas 
e trabalhos realizados nesse sentido procuram, ainda, 
respostas precisas para a pergunta “por que o homem fala”. 
Segundo,Bottéro(1997), o homem, na Mesopotâmia antiga, 
berço da civilização, percebeu a necessidade de comunicar-se 
e começou a criar possibilidade de entendimento entre si e os 
outros. Usou sinais e mensagens, expostas na aba de vasos.
Seguindo o raciocínio de Bottéro (1997), a questão é 
que se tratava apenas de uma escrita de coisas: os significados 
diretos destes caracteres não eram as palavrasde uma língua 
mas, em primeiro lugar e de modo imediato, as realidades 
expressas por estas palavras. 
Assim, levando-se em conta tais informações, sabemos 
que em um determinado momento da humanidade, o 
homem teve a necessidade de comunicar-se de algum modo, 
assim como em umdeterminado momento, passou a falar. É 
interessante pensar nestas questões porque refletimos e nos 
perguntamos a partir de quê ou do quê, o homem descobriu 
que possuía, além das existentes, a faculdade da linguagem. 
Ao acompanharmos o crescimento de uma criança, cada 
vez mais notamos como a necessidade de falar é presente na 
vida humana... e percebemos, ainda, o quanto o ato de falar 
faz de nós mais parte do mundo, não é mesmo?
Assim, pode-se dizer que é a linguagem que autoriza a 
tomada de consciência do indivíduo como entidade distinta. 
Considerando que que fazemos uso da linguagem, da língua 
que nos é ensinada e, consequentemente, falamos. Só não 
sabemos, por que, justamente pela fala, que comunicamo-nos 
uns com os outros.
 Outro assunto que intriga o pensamento e os mistérios 
da vida, ou melhor, reflete sobre a existência da comunicação 
falada entre os homens é por que falar, viver em sociedade 
com seres falantes, é quase uma necessidade de sobrevivência? 
Idealizemos a seguinte situação: se eu, você, todos nós, 
ficássemos sem trocar uma palavrasequer com qualquer pessoa 
que fosse durante toda a vida!!!! Possivelmente morreríamos 
de angústia... de solidão...não é verdade?????
Claro que, se nunca tivéssemos tido contato com a fala, 
com o som emitido pelos falantes ao falarem, com a língua , 
essa realidade de falar não existiria...
Mas, pensemos mais um pouquinho!!!!!...
Aguentaríamos ficar um dia inteiro que fosse sem falar? 
Sem falar nada, categoricamente nada? Não aguentaríamos. 
Não é mesmo! 
Mas, o fato é que falamos!!!!!!...
Para alguns teóricos que tratam sobre os estudos 
dalinguagem, a língua se constitui nos primeiros indícios de 
identificação da humanidade no homem. A partir do uso 
da língua, é que foi possível ao homem sair de seu estado 
primário natural e chegar ao estado mais avançado, ou seja, ao 
estado cultural (oriundo da organização social).
Podemos então deduzir que:
Vejamos:
Somos educados a partir da teoria que o homem é uma 
animal racional, isto é, pensa, sente, julga as coisas, possui uma 
inteligência e por issotemos dois mundos distintos: o mundo 
dos homens e dos animais. Outros tantos estudosfeitos 
por pesquisadorespreocupados em descobrir o porquê do 
homem ter esta necessidade do uso da linguagem, o porquê 
da fala, vêm nos mostrar que isso é, definitivamente, uma 
faculdade humana. Algo que somente o homem tem como 
característica e que o difere dos outros animais.
Saussure (2002), no Curso de Linguística Geral, vai 
definir a língua como objeto de estudo e diferenciar a língua 
da fala. Para Saussure: 
118
7
Sossegados até aqui?
Ok, então vamos em frente, pois a próxima seção traz uma discussão 
acerca da adequação da linguagem em uso real. 
Retomando a aula
vocês sobre os conhecimentos basilares da linguagem, 
da língua e da fala, ou seja, sobre o processo de comunicação. 
a língua é o produto social da faculdade da 
linguagem e um conjunto de convenções 
necessárias, adotadas pelo corpo social, para 
permitir o exercício dessa faculdade nos 
indivíduos. Trata-se de um tesouro depositado 
pela prática da fala em todos os indivíduos 
pertencentes à mesma comunidade, um 
sistema gramatical que existe virtualmente 
em cada cérebro ou, mais exatamente, nos 
cérebros dum conjunto de indivíduos, pois a 
língua não está completa em ninguém, e só na 
massa ela existe (p.17). 
A fala, ao contrário da língua, para Saussure (2002, p. 
22),é algo puramente individual. “São as combinações pelas 
quais o falante realiza o código da língua no propósito de 
exprimir seu pensamento pessoa [...]”. É a maneira individual 
e particular que cada ser faz do uso da língua predominante 
em uma sociedade.
Por isso, podemos explicar, por exemplo, os sotaques 
regionais, as gírias e a formaque cada indivíduo tem de usar a 
língua. A linguística, partindo desse conceito de língua e fala, 
não pode, então, considerar que alguns “falam corretamente” 
e outros “falam erradamente”. O conceito de certo e errado 
deixa de existir por ser a língua, a mesma para todos os 
indivíduos de uma sociedade e algo já impresso na mente 
(conceitos e imagens acústicas) de todos os seres de um 
determinado tempo e espaço. Do ponto de vista científico, 
tudo o que consideramos “erro” ao “falar errado” é, na 
verdade, algum fenômeno ou acontecimento que pode e deve 
analisado por estudos linguísticos.
2 - Níveis de Linguagem
Pessoal, percebam que a linguagem tem regras, princípios 
que precisam ser obedecidos. Geralmente, achamos que estas 
regras dizem respeito apenas à gramática normativa. Para a 
grande maioria das pessoas, expressar-se perfeitamente em 
língua portuguesa significa não cometer erros de ortografia, 
concordância verbal, acentuação, etc. Há, no entanto, outro 
erro, mais comprometedor do que o gramatical, que é o de 
inconformidade da linguagem ao contexto.
Em casa ou com amigos, nós empregamos uma 
linguagem mais informal do que nas provas da faculdadeou 
em uma entrevista para emprego. Ao conversar com os 
avós, não convém usar algumas gírias, pois eles poderiam ter 
dificuldades em nos compreender. Em um trabalho /atividade 
que vamos elaborar no curso superior, precisamos empregar 
um vocabulário mais formal. Estes fatos nos levam a concluir 
que existem níveis de linguagem. Pois optamos, conforme o 
contexto, pelo uso do padrão informal da linguagem ou pelo 
uso formal da linguagem. 
Veja o esquema abaixo e perceba como os Níveis da 
linguagem se organizam: 
Linguagem 
Formal, culta 
ou padrão
Linguagem 
coloquial ou 
popular
Linguagem 
ou técnica
Linguagem 
artística ou 
literária
Faz uso das 
normas 
gramaticais.
Utiliza Gírias, 
Regionalismos 
etc.
Técnica ou É uma linguagem 
Literária ou 
poética.
Vejamos, então, alguns níveis de linguagem:
→ NÍVEL FORMAL, CULTO OU PADRÃO: trata-
se de uma linguagem mais formal, que segue os princípios da 
gramática normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos 
jornais e nos livros em geral. Observe esse trecho de jornal:
“A polêmica não é nova, nem deve extinguir-se tão cedo. 
Afinal qual a legitimidade e o limite do uso de recursos públicos 
para salvaguardar a integridade do sistema financeiro? (...)”
(Folha de São Paulo, 14 de março de 1996, Editorial)
→ NÍVEL COLOQUIAL, POPULAR: é a linguagem 
empregada no cotidiano. Geralmente é informal, incorpora 
gírias e expressões populares e não obedece às regras da 
gramática normativa. 
Vejam os exemplos abaixo:
“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Prá que então ficar 
esquentando muito? Me parece que as coisas no fim sempre 
dão certo”.
Estou preocupado. ( norma culta) 
 Tô preocupado. ( língua popular) 
 Tô grilado. ( gíria, limite da língua popular )
 
→ NÍVEL PROFISSIONAL OU TÉCNICO: é 
a linguagem que alguns profissionais, como advogados, 
economistas, médicos, dentistas etc. utilizam no exercício de 
suas atividades. 
→ NÍVEL ARTÍSTICO OU LITERÁRIO: é a 
utilização da linguagem com finalidade expressiva pelos 
artistas da palavra ( poetas e romancistas, por exemplo) alguns 
gramáticos já incluem este item na linguagem culta ou padrão. 
1 - Linguagem, Língua e Fala
A LINGUAGEM é todo sistema de sinais convencionais 
que nos permite realizar atos de comunicação. Pode ser verbal 
(aquela cujos sinais são as palavras) e não verbal(aquela que 
utiliza outros sinais que não as palavras. Os sinais empregados 
pelos surdos-mudos, o conjunto dos sinais de trânsito, 
mímica, etc., constituem tipos de linguagem não verbal). 
119
Português Instrumental 8
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu 
funcionamento: as formas do discurso. Campinas: Pontes, 
1996.
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). 
A busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz 
Carlos (Colaborador). A coerência textual. Editora Contexto, 
2001.
Vale a pena ler
Disponível em: <http://www3.unisul.br/pa-
ginas/ensino/pos/linguagem/0102/05.htm>. A
Disponível em: <http://semioticacom102.blogspot.
com/2008/10/como-se-definem-os-signos-2-signo.html.>. 
Disponível em: <http://www.partes.com.br/ed39/
teoriasignosreflexaoed39.htm>. 
Vale a pena acessar
Nell
A guerra do fogo
Vale a pena assistir
Vale a pena
Minhas anotaçõesA LÍNGUA é um tipo de linguagem; é a única modalidade de linguagem baseada em palavras. O alemão e o português, 
por exemplo, são línguas diferentes. No entanto, a língua é a 
linguagem verbal utilizada por um grupo de indivíduos que 
constitui uma comunidade.
A FALA é a realização concreta da língua, feita por um 
indivíduo da comunidade num determinado momento. É um 
ato individual que cada membro pode efetuar com o uso da 
linguagem.
2 - Níveis de Linguagem
Não esqueça que, para cada contexto, situação 
comunicativa, temos que utilizar uma linguagem adequada. 
Uma vez queos níveis de linguagem dizem respeito ao uso da 
fala e escrita em uma determinada situação comunicativa. O 
emissor e o receptor devem estar em concordância para que 
haja entendimento. 
Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas 
“fórum” ou “quadro de avisos” para se comunicar com o(a) 
professor(a).
120
2ºAula
O Ato de Ler
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
econhecer a importância da leitura e do ato de ler, de compreender e de interpretar;
identificar os níveis de leitura em textos.
Que tal!? Dispostos a começar?? 
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando 
as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Bons estudos!
121
Português Instrumental 10
Vocês já pararam para pensar sobre as diversas formas de leitura que 
temos a oportunidade de fazer? E de como é importante sabermos ler 
verdadeiramente? Que tal começarmos o trabalho? 
Seções de estudo
1 - O ato de ler: o que ler?
1 - O ato de ler: o que ler?
2 - Níveis de leitura de um texto
Então, vamos em frente?!
Nesta aula trataremos sobre um assunto extremamente 
interessante: a leitura e os níveis de leitura.
Embora estejamos no século da informação por meio da 
imagem (uma imagem vale mais que mil palavras), é inegável 
a importância e a necessidade da leitura, pois desempenhafunções informativa e recreativa, ao transmitir a História e a 
Cultura da humanidade. 
A prática da leitura nos enreda desde o momento em que 
começamos a “entender” 
o mundo que nos envolve. 
Com a vontade de entender 
quem somos, buscamos na 
leitura (de textos escritos, 
orais e não-verbais) as 
respostas que almejamos, 
ou seja, a leitura nos abraça 
de forma a proporcionar 
um passeio pelo imaginário, 
pelo mundo mágico, pelas 
fantasias e pela realidade que 
nos cerca!
A leitura crítica é aquela 
que permite ir além do “dito”, 
além do “exposto”; ler nas 
“entrelinhas” é uma forma de ler criticamente. Mas será que 
estamos preparados para fazer tal leitura.
Nesse contexto, caros alunos, a leitura pode não ser 
não é uma atividade mecânica que determina uma postura 
passiva diante do texto, mas pode e deve ir além. Para Paulo 
Freire (1985, p. 11-12),
A leitura do mundo precede a leitura da 
palavra, daí que a posterior leitura desta não 
possa prescindir da continuidade da leitura 
daquele. Linguagem e realidade se prendem 
dinamicamente. A compreensão do texto a 
ser alcançada por sua leitura crítica implica 
na percepção das relações entre o texto e o 
contexto.
E o que seria o contexto? Que tal pesquisar?
Por exemplo...
O que vocês, neste momento, entenderam acerca da 
q
declaração que o educador Paulo Freire fez??? Vejam bem, se 
vocês ainda não entenderem o que leu, não sigam em frente 
com sua leitura, como sugestão retorne à citação de Paulo 
Freire e tente entendê-la, só assim vocês estarão exercitando 
a leitura responsável e crítica dentro do contexto em que 
estamos inseridos.
Uma compreensão crítica do ato de ler possibilita além 
desvendamento daquilo que está “por trás” delas. Observe 
alguns exemplos abaixo:
Exemplo 1: 
Fonte: <http://educadoresdesucesso.
blogspot.com/>. Acessado em 14 de 
setembro de 2010, às 15 horas.
Fonte: <http://ipu-historia-atualidades.blogspot.com/2010/08/charge- eleicao- 
2010.html>. Aceso em 12 de setembro de 2010, às 18horas.
 Percebam que na imagem acima, há o contexto que 
determina a compreensão e a interpretação do texto. Dessa 
forma, o menino da imagem solicita ajuda da mãe em relação 
aquilo que ele está vendo/ouvindo na televisão, pois não 
condiz com o discurso proferido pela sua mãe sobre a mentira, 
gerando, assim, uma incoerência sobre a definição de mentira 
para a criança, a qual fica extremamente confusa. Vejamos 
como é organizadaa letra da música “Admirável Gado Novo”, 
de Zé Ramalho:
Admirável Gado Novo
Zé Ramalho
Vocês que fazem parte dessa massa
que passa nos projetos do futuro
é duro tanto ter que caminhar
e dar muito mais que receber.
E ter que demonstrar sua coragem
à margem do que possa parecer
e ver que toda essa engrenagem
já sente a ferrugem te comer.
Eh!... ô... ô... vida de gado
 Povo marcado eh!... povofeliz! 
Lá fora faz um tempo confortável
a vigilância cuida do normal
os automóveis ouvem a notícia
os homens a publicam no jornal
122
11
Que tal, agora,apreendermos como fazer uma leitura mais elaborada???
2 - Níveis de leitura de um texto
e correm através da madrugada
a única velhice que chegou
demoram-se na beira da estrada
e passam a contar o que sobrou.
O povo foge da ignorância
apesar de viver tão perto dela
e sonham com melhores tempos idos
contemplam essa vida numa cela
esperam nova possibilidade
de verem esse mundo se acabar
a Arca de Noé, o dirigível
não voam nem se pode flutuar.
Não voam nem se pode flutuar...
Notou como as palavras representam muito mais do que 
“parecem” representar? 
Observem as palavras que Zé Ramalho selecionou para 
compor a letra. Veja que as palavras não foram aleatoriamente 
dispostas; cada uma tem uma intenção, está no texto com 
óbvia, porém constitui apenas 
a primeira etapa do processo da 
permite a intelecção, ou seja, a 
percepção do assunto, permite 
a interpretação, que é a continuidade da leitura do mundo, 
realizada pelo leitor. A interpretação, muitas vezes, extrapola 
a letra do texto, pois se baseia nas relações entre texto e 
contexto. 
Na letra da música que acabou de ler, viu que a sua 
interpretação foi além da letra do texto, não é? 
Vejamos então o motivo:
Na aprendizagem da leitura é muito comum, na escola, 
a prática de oferecer uma interpretação pronta para o aluno, 
esse procedimento habitua-o a fazer uma interpretação única 
do texto, o que é um obstáculo à leitura criativa. Sendo assim, 
interpretar é um ato que requer dedicação e seriedade por 
parte do leitor. Cumprida as etapas anteriores, está o leitor 
apto para empreender a aplicação do conteúdo da leitura, de 
acordo com o objetivo a que se propôs. É muito interessante 
determinarmos objetivos quando vamos processar nossas 
Caso tenha interesse, leia o artigo 
“O PROCESSO DE LEITURA: DA 
DECODIFICAÇÃO À INTERAÇÃO”, 
disponível no site http://www.
faculdadeobjetivo.com.br/
arquivos/OProcessoDeLeitura.pdf
A técnica de sublinhar, conforme muitos autores 
destacam, é de grande utilidade para a intelecção e interpretação 
do texto, facilitando o trabalho de resumir, esquematizar 
ou fichar. Pode-se até afirmar que sem compreensão e 
interpretação do texto, torna-se impossível empregar com 
eficiência as técnicas de resumo, esquema e fichamento.
A leitura é uma atividade necessária no mundo de hoje 
para se informar, para participar, para ampliar conhecimentos 
e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual. Na 
opinião de Ezequiel T. Silva (1983, p. 46):
optar pela leitura é, então, sair da rotina, 
é querer participar do mundo criado pela 
imaginação de determinado escritor. Ler é 
basicamente, abrir-se para novos horizontes, 
é ter possibilidade de experienciar outras 
alternativas de existência, é concretizar 
um projeto consciente, fundamentando na 
vontade individual. 
Segundo a mesma vertente de pensamento exposta por 
Silva (1983), a linguista Sgarbi (2009), nos lembra que: 
lemos, não só a linguagem verbal (fala e 
escrita), como, também a linguagem não 
verbal. Quando olhamos para uma pintura, 
uma escultura ou quando observamos as 
reações do nosso corpo ou, ainda, quando 
fazendo leituras. 
E então, prontos para exercitarem nossa Língua 
Portuguesa? Espero que sim! Então, vamos em frente, 
pois temos mais uma seção nesta aula, a qual trata sobre a 
importância do ato de ler. Vejamos:
Estudamos e começamos a perceber como a leitura 
é importante em nossas vidas, vimos que é interessante 
sabermos “ler” as diversas situações às quais somos expostos 
e o quanto é importante, também, sabermos interpretar 
devidamente os diferentes textos. 
Vamos reforçar a ideia da importância do ato de ler e 
entender quais conhecimentos e objetivos devemos deter 
para nos tornarmos bons leitores. 
Começamos, então, a perceber que um dos grandes 
desafios a ser enfrentado pela escola e pela sociedade é o de 
fazer com que os alunos aprendam a ler, e, a ler reflexivamente. 
Assim, a leitura passa a ser fundamental para o domínio 
das múltiplas estruturas contidas nos textos, as quais são 
responsáveis pelo sentido. Nesse contexto, o pouco hábito 
da leitura reflete-se na escrita e, consequentemente, na fala, 
restringindo o vocabulário. Dessa forma, o conhecimento 
prévio necessário à compreensão do texto também fica 
restrito, pois, segundo Ângela Kleiman (1995, p. 13),
o leitor utiliza na leitura o conhecimento 
que ele já sabe, o conhecimento adquirido 
ao longo de sua vida. É mediante a interação 
de diversos níveis de conhecimento como 
o conhecimento linguístico, o textual, o 
conhecimento de mundo, que o leitor 
consegue construir o sentido do texto.
É importante fazer uma distinção entre ler e aprender 
a ler. Ler é estabelecer uma comunicação com textos verbais 
ou não verbais, por meio da busca da compreensão, enquanto 
a aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente, 
123
Português Instrumental 12
que se enriquece com novas habilidades, na medida em que 
se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. 
Por isso, a aprendizagemda leitura não se restringe ao 
primeiro ano da vida escolar. Sgarbi (2009, p.89), afirma que 
“para capacitar os alunos (...) para o encontro com o texto; 
constatando-o, cotejando-o e transformando-o, há que se 
criar condições concretas para que esses alunos leiam de 
maneira significativa”.
Acompanhem, também, o pensamento da autora citada 
a seguir. Kleiman (1999, p. 16) exemplifica: 
os professores que lembramos e admiramos 
vidas são aqueles que demonstraram gostar 
de suas matérias e conseguiram transmitir esse 
entusiasmo pelo saber.
Em outras palavras, o professor é aquele que precisa ser 
leitor e que apresenta as diferentes possibilidades de leitura: 
livros, poemas, notícias, receitas, paisagens, imagens, partituras, 
sons, gestos, corpos em movimento, mapas, gráficos, símbolos, 
o mundo enfim: “(...) Ou o texto dá um sentido ao mundo, ou 
ele não tem sentido nenhum” (LAJOLO, 1994, p. 14).
Mas, atenção!!!
O aluno também precisa fazer a sua parte!! Assim, a 
leitura importa quando o leitor transforma a linguagem escrita 
em linguagem oral e quando o leitor consegue captar e dar 
sentido ao conteúdo da mensagem, analisando o valor dessa 
no contexto social. Por isso, a importância da leitura reside, 
principalmente, no ato de ensinar a ler. Para Reina e Durigan 
(2003, p. 21):
ensinar leitura não é responsabilidade 
exclusiva do professor de língua, mas sim 
de todos aqueles que usam esse código, 
seja para a interação, para a transmissão de 
conhecimentos, para a atuação sobre o outro, 
seja para o relacionamento com o mundo 
sensível.
NESTE MOMENTO FIQUEM ATENTOS À 
LEITURA QUE SEGUE
Outro aspecto importante no trabalho com a leitura é a 
interdisciplinaridade vinculada à intertextualidade, pois todas 
as disciplinas, sejam das áreas das ciências exatas, agrárias, 
humanas ou qualquer outra são discursivas, requerem 
desempenho de linguagem, e a leitura e a escrita são o fim e o 
meio de todo trabalho escolar. Se um “texto remete a outros 
textos e estes apontam para outros no futuro” (KLEIMAN, 
1999, p. 62), a interdisciplinaridade permite que os contextos 
dos programas de diversas disciplinas sejam introduzidos em 
decorrência da leitura de um texto lido em sala de aula.
Entendeu o que é interdisciplinaridade e intertextualidade? 
Se tem dúvidas, leia o parágrafo anterior novamente.
Entretanto, a questão do ensino da leitura é ampla e pode 
situar-se na própria conceituação do que é leitura, na forma 
como é avaliada pelos professores; no papel que ocupa na 
sociedade; nos meios que são oferecidos para que ela ocorra, 
na metodologia que o professor adota para ensiná-la e na 
maneira como o aluno a compreende e valoriza.
A partir de agora, estudaremos o ato da leitura (conhecimentos 
prévios, objetivos e hipóteses), vejamos:
Vamos descobrir de que precisamos para realizar 
uma boa leitura?
O ato de ler aciona uma série de ações no pensamento do 
leitor, por meio das quais ele pode extrair novas informações 
ou remetê-las às informações anteriores. Na interação com 
essas informações, aqui denominadas de conhecimento 
prévio, o leitor pode mantê-las, modificá-las ou desenvolvê-
las durante a assimilação do conteúdo, pois “[...] quando um 
leitor é incapaz de chagar à compreensão através de um nível 
de informação, ele ativa outros tipos de conhecimentos para 
compensar as falhas momentâneas” (KLEIMAN, 1999, p. 
17).
Assim, ao ler um texto qualquer, o leitor escolhe aspectos 
relevantes, ignora outros irrelevantes ou desinteressantes, 
dando atenção aos aspectos que interessam, ou seja, àqueles 
sem os quais seria impossível compreender o texto. Por isso:
a ativação do conhecimento prévio é essencial 
à compreensão, pois é o conhecimento que 
o leitor tem sobre o assunto que lhe permite 
fazer as inferências necessárias para relacionar 
diferentes partes discretas do texto num todo 
coerente. (KLEIMAN, 1999, p. 25).
Essas inferências são hipóteses que o leitor levanta, 
antecipando informações com base nas pistas que vai 
percebendo durante a leitura. Portanto, quando chega à 
escola, o aluno já é um leitor do mundo, pois desde muito 
novo começa a observar, antecipar, interpretar e interagir, 
dando significado a seres, objetos e situações que o rodeiam:
o conhecimento linguístico, o conhecimento 
textual, o conhecimento do mundo devem ser 
ativados durante a leitura para poder chegar 
ao momento da compreensão, momento este 
que passa desapercebido, em que as partes 
(KLEIMAN, 1999, p. 26).
Vocês e eu fazemos a leitura de tudo que nos cerca! 
Essa aprendizagem natural da leitura deve ser considerada 
pelo professor e incorporada às suas estratégias de ensino 
com o fim de melhorar a qualidade desse processo contínuo, 
iniciado no momento em que o aluno é capaz de captar e 
atribuir significado às coisas do mundo. Assim, a ação de ler o 
mundo é enriquecida na medida em que o educando enfrenta 
progressivamente numerosos e variados textos, pois:
a forma do texto determina, até certo ponto, 
os objetivos de leitura: há um grande número 
de textos, como romances, contos, fábulas 
parece claro que o objetivo geral ao ler o jornal 
é diferente daquele quando lemos um artigo 
124
13
Notem que...
O trabalho de leitura na escola tem por objetivos levar 
o leitor à analise e à compreensão das ideais dos autores e a 
buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. E 
é isto que esperamos que faça a partir deste momento que está 
aprendendo mais sobre a maravilhosa habilidade da leitura.
Para saborear um pouco este mundo da leitura, eis que 
cito um trecho de um texto/poema de Martha Medeiros, em 
que a autora expõe seu imenso prazer em ler:
eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. 
Gosto de interromper a leitura num trecho 
especialmente bonito e encostá-lo contra o 
peito, fechado, enquanto penso no que foi 
lido. Depois reabro e continuo a viagem. 
[…] Gosto do barulho das paginas sendo 
folheadas. Gosto das marcas de velhice 
que o livro vai ganhando: […] a lombada 
com o manuseio. Tem gente que diz que uma 
casa sem cortinas é uma casa nua. Eu penso o 
mesmo de uma casa sem livros.
Martha Medeiros
Dessa forma, cremos que a caminhada para o aprendizado 
da leitura acontece lendo e da mesma forma, aprendemos 
a escrever escrevendo; vendo outras pessoas lerem e 
escreverem, tentando e errando, sempre nos guiando pela 
busca do significado mediante hipóteses ou pela necessidade 
de produzir algo que tenha sentido. 
Disponível em: <http://bravobravissimo.blogspot.com/2010/04/do-mundo-da-
leitura-para-leitura-do.html>. Acessado em 08 de maio de 2012, às 18 horas. 
Nesse contexto e de acordo com Kleiman (1999, p. 
36), “vários autores consideram que a leitura é, em grande 
medida, um jogo de adivinhação, pois o leitor ativo, realmente 
engajado no processo, elabora hipóteses e as testa, à medida 
que vai lendo”.
Assim, para elaborar hipóteses, o leitor precisa ter acesso 
ao texto cuja leitura foi transformada em objetivo, ou seja, ele 
deve prever o tema do texto com base nas pistas dadas; então, 
para ter acesso ao texto, é preciso ter acesso ao seu código e à 
mensagem escrita.
Isto é muito importante! Fiquem atentos!!
Enfim, é preciso que professor e alunos entendam que ler 
não é um ato mecânico de decodificação: é o estabelecimento 
de relações dentro de contextos, de vivências de mundo; não 
são frases ou palavras soltas que levam o leitor a entender 
que isso seja o ato de ler. E para que esse quadro mude, é 
preciso que professor e aluno estejam verdadeiramente 
envolvidos. Nesse sentido, pensamos que o processo ensino-
aprendizagem da leitura na sala de aula situa-se dentro de 
dois objetivos fundamentais: serve como meio eficaz para 
aprofundamento dos estudos e aquisição de cultura geral.
E, então, estão percebendo como a leitura é interessante, 
importante e indispensável em nossas vidas?
Ufa, acabamos!? Não, ainda não!
Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”,fazer 
um breve resumo dos conteúdos estudados nestasegunda 
aula!?
Retomando a aula
entendimento de vocês sobre o processo do ato de 
ler.
1 - O ato de ler: o que ler?
Para que possamos efetuar uma leitura significativa, faz-
se necessário construir sentido através dos conhecimentos 
prévios que você possui sobre o assunto e a interação com o 
suporte de leitura. 
Assim, para de fato obter informações corretas sobre 
o texto lido e consequentemente construir um suporte de 
sentido para a compreensão e a interpretação deste texto, 
é preciso, ainda, lançar mão dos conhecimentos culturais 
adquiridos ao longo da vida, tais como as crenças, as opiniões 
ou atitudes. A motivação ou objetivos diferentes atuarão na 
construção da representação sobre o evento ou o enunciado 
presente no texto, o que faz com que, ao ler um mesmo texto, 
diferentes leitores construam significados diferenciados, 
produzindo diferentes tipos de inferências.
2 - Níveis de leitura de um texto
Inserido na seção 02, os níveis de leitura de um texto 
trazem a seguinte questão á tona: fazer uma leitura e aprender 
a fazer uma leitura. Tais ações são distintas, pois no ato de 
ler, estabelece-se uma comunicação com textos verbais e não 
verbais via compreensão holística. 
No entanto, a aprendizagem da leitura compõe uma 
ação permanente, que se enriquece com novas habilidades, na 
medida em que se manejam adequadamente textos cada vez 
mais complexos. 
Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe 
ao primeiro ano da vida escolar, mas, sim, e ,sobretudo, a 
caminhada do leitor. Somos nós que estabelecemos o nível de 
leitura que iremos ter, uma vez que a dedicação deve ser séria 
e permanente no processo de compreensão e interpretação 
textual. Conforme palavras de Paulo Freire: “ A leitura de 
mundo precede a leitura da palavra”. 
125
Português Instrumental 14
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três 
artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 
1989.
KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva 
psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986. (Série Fundamentos)
GERALDI, João Wanderley (Org.) O texto na sala de 
aula. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2001.
ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro 
da. (Orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2ª ed. São 
Paulo: Ática, 1991.
Vale a pena ler
Disponível em: <http://www.google.com.
b r/ s e a r ch ?h l=p tBR&b iw=1020&b ih=553&r-
l z = 1 R 2 R N S N _ p t B R B R 3 9 7 & d e f l = p t & q = d e -
f ine :Contex to&sa=X&ei=yy imTL37C4H48A-
a A 3 7 X 7 A Q & v e d = 0 C B U Q k A E > .
Vale a pena acessar
O Clube de Leitura de Jane Austen
Vale a pena assistir
Vale a pena
Atividades da Aula 02
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados, na 
Plataforma de Ensino, na ferramenta “Sala Virtual, há um espaço para 
as Atividades”, as quais estão disponíveis e devem ser respondidas 
e enviadas por meio do Portfólio - ferramenta do ambiente de 
aprendizagem UNIGRAN Virtual.
Minhas anotações
126
3ºAula
Considerações Sobre a Noção de 
Texto 
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
referentes à estrutura;
Caros(a) alunos(a), 
Estamos em nossa terceira aula e a partir de hoje nos dedicaremos 
mais a um assunto de grande interesse para todos nós: trataremos sobre 
as noções acerca do TEXTO e também veremos como proceder para 
elaborar resumos e resenhas. 
Que tal!? Dispostos a começar?? 
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as 
seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Bons estudos!
127
Português Instrumental 16
Seções de estudo
1 - Noções de texto
2 - Resumo e resenha
Então, vamos em frente?!
Será que o texto tem segredos? Que tal desvendarmos!
Sem dúvida alguma a palavra texto é familiar para qualquer 
pessoa ligada à prática escolar, portanto vocês, acadêmicos, 
tem, com certeza, bastante interesse nesse assunto!!!!!!!!!!
1 - Noções de texto
Ela (a palavra texto) aparece com alta frequência no 
linguajar cotidiano, tanto no interior da escola quanto fora de 
seus limites. Não são estranhas a ninguém expressões como 
as que seguem: “redija um texto”, “texto bem elaborado”, 
“o texto construído não está suficientemente claro”, “os 
atores da peça são bons, mas o texto é ruim”, “o redator 
produziu um bom texto”etc. Por causa, exatamente, dessa alta 
frequência de uso, todo estudante tem algumas noções sobre 
o que significa texto. Dentre essas noções, algumas ganham 
importância especial para esta e as próximas aulas, que se 
propõem a orientar a leitura e a escrituração de textos.
Nesta aula introdutória, vamos fazer duas considerações fundamentais 
sobre a natureza do texto, Platão & Fiorin (2002) nos sugerem as que 
seguem:
para entender qualquer passagem de um texto, é necessário 
confrontá-la com as demais partes que o compõem,sob pena de dar-
1 - Primeira consideração:
O TEXTO NÃO É UM AGLOMERADO DE 
FRASES.
(lembre-se de que já tratamos sobre esta consideração 
em aulas anteriores)
A revista Veja de 1º de junho de 1988, em matéria 
publicada nas páginas 90 e 91, traz uma reportagem sobre um 
caso de corrupção que envolvia, como suspeitos, membros 
ligados à administração do governo do Estado de São Paulo 
e dois cidadãos portugueses dispostos a lançar um novo tipo 
de jogo lotérico, designado pelo nome de “Raspadinha”. 
Entre os suspeitos figurava o nome de Otávio Ceccato, que, 
no momento, ocupava o cargo de secretário de Indústria e 
Comércio e que negava sua participação na negociata. O 
fragmento que vem a seguir, extraído da parte final da referida 
reportagem, relata a resposta de Ceccato aos jornalistas nos 
seguintes termos:
na sua posse como secretário de Indústria e 
Comércio, Ceccato, nervoso, foi infeliz ao 
rebater as denúncias: “Como São Pedro, nego, 
nego, nego”, disse a um grupo de repórteres, 
referindo-se à conhecida passagem em que 
São Pedro negou conhecer Jesus Cristo três 
vezes na mesma noite. Esqueceu-se de que 
São Pedro, naquele episódio, disse talvez a 
única mentira de sua vida. (Ano 20, 22:91).
Como se pode notar, a defesa do secretário foi infeliz e desastrosa, 
produzindo efeito contrário ao que ele tinha em mente. Descobriram 
por quê????
→ A citação, no caso, ao invés de inocentá-lo,acabou por 
comprometê-lo!
Sob o ponto de vista da análise do texto, qual teria sido a 
razão do equívoco lamentável cometido pelo secretário? 
Sem dúvida, a resposta é esta: 
ao citar a passagem bíblica, o acusado 
esqueceu-se de que ela faz parte de um texto 
não é autônomo.
Desse modo, não se pode isolar frase alguma do texto 
e tentar conferir-lhe o significado que se deseja. Como bem 
observou o repórter, no episódio bíblico citado pelo secretário, 
São Pedro, enquanto Cristo estava preso, foi reconhecido 
como um de seus companheiros e, ao ser indagado pelo 
soldado, negou três vezes seguidas conhecer aquele homem. 
Segundo a mesma Bíblia, posteriormente, Pedro arrependeu-
se da mentira e chorou copiosamente. 
 Esse relato serve para demonstrar de maneira simples 
e clara que uma mesma frase pode ter significados distintos 
dependendo do contextodentro do qual está inserida. O 
grande equívoco do secretário, para sua infelicidade, foi o 
de desprezar o texto de onde ele extraiu a frase, sem se dar 
conta de que, no texto, o significado das partes dependem das 
correlações que elas mantêm entre si.
Isso nos leva à conclusão de que:
Em outros termos, é necessário considerar que para fazer 
uma boa leitura, deve-se sempre levar em conta o contexto 
em que está inserida a passagem a ser lida.
Entende-se por contexto uma unidade linguística maior 
em que se encaixa uma unidade linguística menor. Assim, 
a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo 
encaixa-se no contexto do capítulo e o capítuloencaixa-se no 
contexto da obra toda.
Uma observação importante a fazer é que nem sempre 
o contexto vem explicitado linguisticamente. O texto mais 
amplo dentro do qual se encaixa uma passagem menor pode 
vir implícito: os elementosda situação em que se produz o 
texto podem dispensar maiores esclarecimentos e dar como 
pressuposto o contexto em que ele se situa.
Por exemplo...
Para exemplificar o que acaba de ser afirmado, observem 
um minúsculo texto como este: A nossa cozinheira está sem 
paladar !!!
Assim, podemos imaginar dois significados 
128
17
Exercitando a leitura e a produção textual
RELEMBRANDO
toda leitura, para não ser equivocada, deve, necessariamente, levar 
em conta o contexto que envolve a passagem que está sendo lida, 
lembrando que esse contexto pode vir manifestado explicitamente 
por palavras ou pode estar implícito na situação concreta em que é 
produzido.
completamente diferentes para esse texto, dependendo da 
situação concreta em que seja produzido.
→ Dito durante o jantar, após ter-se experimentado a 
primeira colher de sopa, esse texto pode significar que a sopa 
está sem sal; 
→ Dito para o médico no consultório, pode significar que 
a empregada pode estar acometida de alguma doença.
Interessante, não acha? Percebe quão importante é 
sabermos ler e escrever de fato?
 2 - Segunda consideração:
TODO TEXTO CONTÉM UM 
PRONUNCIAMENTODENTRO DE UM DEBATE DE 
ESCALA MAIS AMPLA.
Assim, nenhum texto é uma peça isolada, nem a 
manifestação da individualidade de quem o produziu. 
De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, 
por meio dele, marcar uma posição ou participar de um debate 
de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. Até 
mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência de 
neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás, ou seja, 
nenhum texto é desprovido de ideologia. 
IMPORTANTE:
Ao final desta aula, devem estar bastante firmes as 
seguintes questões:
a) uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos 
isolados do texto, já que o significado das partes sempre é 
determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam.
b) uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o 
pronunciamento contido por trás do texto,já que sempre se 
produz um texto para marcar posição frente a uma questão 
qualquer.
Leiam atentamente as instruções abaixo:
1. para que vocês continuem praticando a leitura e 
a escrituração de textos, sua atividade de hoje será a de 
redigir um texto dissertativo, ou seja, deverá expor, defender 
e argumentar suas ideias sobre um dos temas abaixo 
relacionados, lembrando que neste tipo de texto não deve 
fazer uso da primeira pessoa do singular (eu), nem conjugar 
verbos nesta pessoa (acredito).
2. lembrem-se de que leituras deverão ser feitas sobre 
o tema escolhido para que tenha argumentos para defender 
o que pensa. Não deixe para fazer este texto na última hora, 
como alguns fazem, vez que, sem tempo para reflexões, não 
poderá desenvolver uma boa atividade e, consequentemente, 
será prejudicado!
3. seu texto terá que ter, no mínimo, 20 linhas e, no 
máximo, 28 linhas. Não escreva um texto com menos de 
quatro parágrafos.
4. A atividade é individual!!!!
TEMAS SUGERIDOS:
2 - Resumo e resenha
Vamos iniciar nossos estudos sobre resumo e resenha?
Vejamos:
RESUMO é uma condensação fiel das ideias ou dos 
fatos contidos no texto. Resumir um texto significa reduzi-lo 
ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:
a) cada uma das partes essenciais do texto;
b) a progressão em que elas se sucedem;
c) a correlação que o texto estabelece entre cada uma 
dessas partes.
O resumo, então, é uma redução do texto original, 
procurando captar suas ideias essenciais, na progressão e no 
encadeamento em que aparecem no texto.
Veja bem, quem resume deve exprimir, em estilo objetivo, os elementos 
essenciais do texto. Por isso não cabem, num resumo, comentários ou 
julgamentos ao que está sendo condensado.
Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou 
partes de frases do texto original, construindo uma espécie de 
“colagem”. Essa “colagem” de fragmentos do texto original 
não é um resumo. 
CONCEITO 
Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos 
relevantes de um texto / as ideias do autor.A reprodução 
de frases do texto ou cópia, em geral, atesta que ele não foi 
compreendido.
Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender 
antes o conteúdo global do texto. Não é possível ir resumindo 
à medida que se vai fazendo a primeira leitura. É evidente 
que o grau de dificuldade para resumir um texto depende 
basicamente de dois fatores. Vejamos:
a) da complexidade do próprio texto (seu vocabulário, 
129
Português Instrumental 18
Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da 
obra (divisão em capítulos, assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso 
de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua da versão 
original e o nome do tradutor (se se tratar de tradução).
sua estruturação sintático-semântica, suas relações lógicas, o 
tipo de assunto tratado, etc);
b) da competência do leitor (seu grau de amadurecimento 
intelectual, o repertório de informações que possui e a 
familiaridade com os temas explorados).
LEMBRE-SE: O uso de procedimentos apropriados 
pode diminuir as dificuldades de elaboração do resumo.
Platão & Fiorin (2002), aconselham que, para fazer um 
bom resumo,é necessário:
→ 1. ler uma vez o texto ininterruptamente, do começo 
ao fim. Sabemos que um texto não é um aglomerado de 
frases: sem ter noção do conjunto é mais difícil entender o 
significado preciso de cada uma das partes.
Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação 
de responder genericamente à seguinte pergunta: do que trata 
o texto?
→ 2. uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, 
com interrupções, com o lápis na mão, para compreender 
melhor o significado das palavras difíceis (se preciso, recorra ao 
dicionário) e para captar o sentido das frases mais complexas 
(longas, com inversões, com elementos ocultos). Nessa leitura, 
devemos ter a preocupação, sobretudo, de compreender 
bem o sentido das palavras relacionadas, responsáveis pelo 
estabelecimento das conexões (assim, isso, isto, aquilo, aqui, 
lá, daí, seu, sua, ele, ela, etc.). 
→ 3. num terceiro momento, tentar fazer uma 
segmentação do texto em blocos de ideias que tenham alguma 
unidade de significação.
Ao resumir um texto pequeno, pode-se adotar como 
primeiro critério de segmentação a divisão em parágrafos. 
Pode ser que se encontre uma segmentação mais ajustada que 
a dos parágrafos, mas como início de trabalho, o parágrafo 
pode ser um bom indicador.
Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um 
livro, por exemplo) é conveniente adotar um critério de 
segmentação mais funcional, o que vai depender de cada texto 
(as oposições entre os personagens, as oposições de espaço, 
de tempo).
Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, 
tenta-se resumir a ideia ou as ideias centrais de cada fragmento.
→ 4. fazer a redação final com suas palavras (não 
copiar pedaços do texto), procurando não só condensar os 
segmentos, mas encadeá-los na progressão em que se sucedem 
no texto e estabelecer as relações entre eles.
Bem,já vimos como fazer um resumo, agora vamos 
aprender a como fazer uma resenha.
RESENHAR significa fazer uma relação das 
propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente 
seus aspectos relevantes e descrever as circunstâncias que o 
envolvem.
O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da 
realidade (um jogo de futebol, uma comemoração solene, uma feira 
de livros) ou textos e obras culturais (um romance, uma peça de teatro, 
A resenha, como qualquer modalidade de discurso 
descritivo, nunca pode ser completa e exaustiva, já que são 
infinitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o 
objeto descrito. O resenhador deve proceder seletivamente, 
filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto 
é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção 
previamente definida.
IMAGINEMOS A SEGUINTE SITUAÇÃO:
duas resenhas distintas sobre um mesmo objeto, o 
treinamento dos atletas para uma copa mundial de futebol: 
esportiva deum jornal; 
de treinamento. 
O jornalista, na sua resenha, vai relatar que um certo 
atleta marcou, durante o treino, um gol olímpico, fez duas 
coloridas jogadas de calcanhar, encantou a plateia presente e 
deu vários autógrafos. Esses dados, na resenha destinada ao 
departamento médico, são simplesmente desprezíveis.
a que ela se presta.
Numa resenha de livros para o grande público leitor de 
jornal, não tem o menor sentido descrever com pormenores 
os custos de cada etapa de produção do livro, o percentual de 
direito autoral que caberá ao escritor e coisas desse tipo.
A resenha pode ser puramente descritiva, isto é, sem 
nenhum julgamento ou apreciação do resenhador, ou crítica, 
pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas 
pelo juízo crítico de quem a elaborou.
 ATENÇÃO !!!
A resenha descritiva consta de:
a) uma parte descritiva em que se dão informações sobre 
o texto:
parte a obra;
b) uma parte com o resumo do conteúdo da obra:
tratado) e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva 
teórica, gênero, método, tom, etc.);
seu plano geral.
130
19
Na resenha crítica, além dos elementos já mencionados, entram 
também comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do 
autor, o valor da obra, etc.
Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”,fazer 
um breve resumo dos conteúdos estudados nesta terceira 
aula!?
Retomando a aula
vocês sobre o que é um texto; resumo e resenha.
1 - Noções de Texto
É importante destacar que a leitura, para não ser 
equivocada, deve necessariamente levar em conta o contexto 
que envolve a passagem que está sendo lida, lembrando 
que esse contexto pode vir manifestado explicitamente por 
palavras ou pode estar implícito na situação concreta em que 
é produzido.
Ainda, faz-se necessário mencionar que se constrói um 
texto para marcar uma posição ou participar de um debate 
de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. 
Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência 
de neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás. Ou 
seja, nunca esqueçamos que, em todo texto, há uma ideologia 
subjacente.
2 - Resumo e Resenha
O resumo é uma redução do texto original, procurando 
captar suas ideias essenciais, na progressão e no encadeamento 
em que aparecem no texto.
Já a resenha significa fazer uma relação das propriedades 
de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos 
relevantes e descrever as circunstâncias que o envolvem.
ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e 
emoção. 5. ed. São Paulo : Ateliê Editorial, 2002.
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. 
São Paulo: Cortez, 2002.
MACHADO, Anna Rachel (Org.). Planejar gêneros 
acadêmicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2005. 
MACHADO, Anna Rachel (Org.). Resenha. São Paulo: 
Parábola Editorial, 2004. 
Vale a pena ler
Vale a pena
Disponível em: <http://
w w w . p u c r s . b r / g p t / r e s e n h a . p h p > . 
Disponível em: <http://www.len-
d o . o r g / c o m o - f a z e r - u m a - r e s e n h a / > . 
Disponível em: <http://www.recantodasletras.com.
br/artigos/3461851>. 
Vale a pena acessar
Vídeo - Aula de português aprenda como se faz 
uma resenha critica e a resumir um texto. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=KUXu_u8OU3w>.
Vale a pena assistir
Minhas anotações
131
4ºAula
Elementos Estruturais do Texto
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
compreender e utilizar, de forma adequada, a estrutura textual durante o processo da escrituração de textos;
identificar e empregar corretamente os mecanismos linguísticos da textualidade (coesão e coerência textual).
Caros(as) alunos(as), 
Quanto mais lemos, percebemos que temos muito ainda 
para aprender, não é mesmo? Estamos chegando ao final de 
nossas aulas! Sentirei saudades! Hoje estudaremos os elementos 
estruturais dos textos, assim como a coerência e a coesão.
Que tal!? Dispostos a começar?? 
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando 
as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Bons estudos!
133
Português Instrumental 22
quando partilhar informações também conhecidos pelo recebedor, 
isto é, conhecimentos que fazem parte da realidade de mundo desse 
leitor. Isso equivale a dizer que o texto não é pronto e acabado, mas 
vai adquirir sua complementação quando chega ao seu leitor. Assim, 
o leitor tem que deter de algumas informações para conseguir dá 
sentido ao texto” (VAL, 2010, http://keylapinheiro.blogspot.com.
br/2010/03/redacao-e-textualidade-de-maria-da.html). 
Seções de estudo
1 - Estrutura, Conteúdo e Expressão 
Textual
1 - Estrutura, Conteúdo e Expressão Textual
2 - Coerência e Coesão Textuais
Então, vamos em frente?!
Tenho certeza de que esta aula auxiliará vocês a 
desenvolverem suas atividades escritas em todas as outras 
disciplinas do curso, como também refletirá em outras 
atividades do seu dia a dia.
Inserido no contexto de estudos que desenvolvemos até 
agora, temos todas as condições teóricas de refletir acerca da 
seguinte situação: 
Um texto pode ser analisado a partir de três elementos 
fundamentais: estrutura, conteúdo e expressão:Vejamos ...
A) A ESTRUTURA COMPREENDE: UNIDADE, 
ORGANICIDADE E FORMA.
deve-se organizar em função de um só núcleo temático.
desenvolvimento e conclusão) devem ser organizadas como 
um todo e articuladas de forma coerente e lógica.
O tema poderá ser abordado de forma descritiva, narrativa 
ou dissertativa. Quando solicitar ao aluno uma descrição, 
evidentemente não se pode admitir a forma dissertativa, se a 
solicitação for uma carta comercial, não cabe ao aluno escrever 
um poema, um conto ou um texto narrativo/descritivo.
B) O CONTEÚDO EXIGE COERÊNCIA E 
CLAREZA E SIGNIFICA A PRÓPRIA MENSAGEM A 
SER TRANSMITIDA.
conteúdo onde haja ideias fundamentais e pertinentes ao tema 
proposto. As ideias devem ser elaboradas segundo critérios 
que possibilitem perfeita relação, visando ao entendimento 
entre emissor e receptor. Neste item, a principal observação 
a ser feita é que não pode haver fuga ao tema proposto, nem 
inclusão de citações ou informações que não sejam pertinentes 
ao desenvolvimento do assunto.
OBS.: Trataremos, na próxima seção, mais 
detalhadamente, sobre a coerência e a coesão.
A falta de contato com o tema, a abordagem tangencialou 
fragmentada afetam a clareza por apresentar o conteúdo sem 
contornos definidos, diluídos ao longo da redação.
Outro obstáculo à clareza é a frase mal estruturada ou ambígua que 
Quanto à clareza, convém atentar para o seguinte:
coisa, cara, veja bem etc. Exemplo: a vida é um negócio sério.
mesma ideia. Exemplo: todo machismo masculino...
Exemplo: a especialidade da loja é vender cama para crianças 
de ferro.
C) EXPRESSÃO REFERE-SE AO DOMÍNIO DO 
LÉXICO E ESTRUTURA DA LÍNGUA. 
Para se conseguir boa expressão, é fundamental a 
leitura de bons escritores e o manuseio constante, habitual, 
do dicionário. No item expressão devem-se considerar os 
seguintes tópicos: criatividade, propriedade, concisão e 
correção.
Consiste em saber apresentar uma positiva contribuição 
pessoal, seja variando expressões comuns, seja concorrendo 
para a renovação de formas antigas.
comuns. Exemplos:
desde os tempos mais remotos...
hoje em dia este é um assunto muito debatido.
evitados. Exemplos:
era uma cena dantesca.
nesta radiante manhã de sol.
pelos pronomes pessoais correspondentes. Exemplos:
o frio percorreu sua espinha. (sua = pronome possessivo)
o frio percorreu-lhe a espinha. (lhe = pronome pessoal)
o remorso roia a sua alma.
o remorso roia-lhe a alma.
“que”, substituindo-a por oração reduzida. Exemplos:
tinha um comportamento que tendia à depressão.
tinham um comportamento tendente à depressão.
como devido ao, devido à, que podem ser substitui dos por: 
em virtude de, em razão de, em vista de, em face de, à vista de 
etc. Em lugar de muitas vezes, pode-se empregar vezes e vezes, 
vezes, sem conta, muitas das vezes, vezes muitas, muita vezetc.
134
23
adequadas ao assunto. Evitem os casos de impropriedade 
vocabular, tais como:
o paralítico andava sobre cadeira de rodas;
a exuberante alta dos preços; 
o ser humano nasce cru.
em oposição à prolixidade (verbosidade, verborréia). Para se 
conseguir tal síntese de pensamento, observe o seguinte:
só a oposição mais ingênua se recusa a enfrentá-lo de 
frente. 
os jovens irão colher os frutos futuramente. 
cada dia o homem sofre mudança diária.
Exemplos: 
uma certa manhã de verão... 
de um modo geral, somos acomodados. 
continua em uma grande expansão. 
obrigatório apenas nos casos de ênfase ou antítese. Exemplo 
de ênfase:
“eu sou o bom pastor” (Evangelho).
Exemplo de antítese: 
“eu vi a morte. E ela estava viva” (Cazuza).
“quando eu tinha quatro anos de idade e morava com 
minha tia viúva e já idosa, que passava a maior parte do tempo 
acariciando um gatarrão peludo numa velha rangente cadeira 
de balanço, na sala de jantar da nossa casa, que ficava no 
subúrbio, próxima ao hospital São Sebastião, já era louco por 
futebol”.
do ponto de vista da gramática normativa. 
ENTRE OUTROS ACONSELHAMENTOS, 
ANDRADE (1999) DESTACA OS SEGUINTES:
Vejamos ....
1)Evite o uso de gírias, termos estrangeiros, chavões e 
outros vícios de linguagem.
2)Evite o emprego das abreviaturas de caráter prático, 
útil apenas para anotações. Grafe números, de preferência, 
por extenso.
3)Empregue corretamente a pontuação. A pontuação 
inadequada pode alterar o sentido da frase. Lembre-se de 
que os parênteses não tem a finalidade de isolar a palavra ou 
expressão errada ou mal escrita.
4)É preferível usar a ordem direta da frase 
(sujeito+predicado+complementos). A ordem inversa pode 
dificultar a compreensão.
5)Use frases curtas, expressando uma ideia de cada vez.
6)Evite períodos longos, com muitas orações 
subordinadas e intercaladas que prejudicam a compreensão 
e o ritmo da frase.
7)A subordinação deve ser usada para evitar a repetição 
de ideias, ligando duas frases em um só período. A fórmula 
ideal é uma oração principal e duas subordinadas.
8)Tenha muito cuidado com o gerúndio (endo, ondo), 
principalmente no início dos períodos. Em caso de dúvida é 
preferível usar outra forma verbal.
9)A ordem das frases deve corresponder à ordem das 
ideias. É desaconselhável expressar uma ideia fundamental 
numa oração subordinada.
10)Separe núcleos de ideias em parágrafos diferentes, 
observando a conexão entre eles. Não pule linha para separar 
parágrafos
Ok, até aqui tudo certo? Imagino que sim, pois 
abordamos a estrutura textual e, agora, vamos mergulhar nos 
estudos sobrea coerência e a coesão textuais! 
Preparados? Tenho certeza que sim! Vejamos então a 
próxima seção...
2 - Coerência e Coesão Textuais
Começamos nossa reflexão, acerca dos estudos referentes 
à coerência textual, destacando que para um texto ser coerente, 
ele deve apresentar uma relação lógica e harmônica entre suas 
ideias, que devem ser ordenadas e interligadas de maneira 
clara, formando, assim, uma unidade na qual as partes tenham 
nexo (OTHON M. GARCIA, 2010).
Assim, observe o texto que segue com atenção... 
Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa 
esquina de uma das avenidas de São Paulo. Ele era tão fraquinho, que 
mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos de amendoim. 
Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta 
velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. 
O menino não pensou duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o 
motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a calçada, parou 
um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.
VEJAM BEM: 
Esse texto apresenta uma incoerência?! O que você acha...
Pois bem, se o menino era tão fraco que quase não podia 
carregar a cesta de amendoins, como conseguiu carregar um 
homem corpulento até o carro?
Assim, pode-se dizer que quando se fala em redação, 
sempre se aponta a coerência das ideias como uma qualidade 
indispensável para qualquer tipo de texto. 
Assim, a coerência deve ser entendida como unidade de 
texto. 
Um texto coerente é um conjunto harmônico, em 
que todas as partes se encaixam de maneira complementar 
de modo que não haja nada destoante, nada ilógico, nada 
contraditório, nada desconexo. 
135
Português Instrumental 24
Platão &Fiorin (2002), pontuam três principais níveis em 
que a coerência deve ser observada:
1. COERÊNCIA NARRATIVA;
2. COERÊNCIA FIGURATIVA;
3. COERÊNCIA ARGUMENTATIVA.
Vamos partir de exemplos de incoerências mais simples 
de perceber para mostrar o que é coerência.
→ 1. COERÊNCIA NARRATIVA
É incoerente narrar uma história em que alguém está 
descendo uma ladeira num carro sem freios, que para 
imediatamente, depois de ter brecado, quando uma criança 
lhe corta a frente.
Assim, por exemplo, um sujeito só pode fazer alguma coisa 
(performance) se souber ou puder fazê-la (competência). Constitui, 
portanto, uma incoerência narrativa relatar uma ação realizada por 
um sujeito que não tinha competência para realizá-la. Outro tipo de 
incoerência narrativa pode ocorrer em relação à caracterização dos 
personagens e às ações atribuídas a eles.
CONCEITO
coerente para constituir um único bloco temático. A ruptura dessa 
pertencem ao mesmo tema devem pertencer ao mesmo universo de 
No percurso da narrativa, os personagens são descritos 
como possuidores de certas qualidades (alto, baixo, frágil, 
forte), atribuem-se a eles certos estados de alma (colérico, 
corajoso, tímido, introvertido, apático, combativo). Essas 
qualidades e estados de alma podem combinar-se ou 
repelirem-se, alguns comportamentos dos personagens são 
compatíveis ou incompatíveis com determinados traços de 
sua personalidade.
 A preocupação com a coerência e a unidade do 
texto pressupõe que se conjuguem apropriadamente esses 
elementos. Se na narrativa aparecem indicadores de que um 
personagem é tímido, frágil e introvertido, seria incoerente 
atribuir a esse mesmo personagem o papel de líder e agitador 
dos foliões por ocasião de uma festa pública. Obviamente, a 
incoerência deixaria de existir se algum dado novo justificasse 
a transformação do referido personagem. Uma bebedeira, 
por exemplo, poderia desencadear essa mudança.
Muitos outros casos de incoerência desse tipo podem 
ser apontados. Dizer, por exemplo, que um personagem foi 
a uma partida de futebol, sem nenhum entusiasmo, pois já 
esperava ver um mau jogo, e, posteriormente, afirmar que 
esse mesmo personagem saiu do estádio decepcionado com o 
mau futebol apresentado é incoerente. Quem não espera nada 
não pode decepcionar-se.
As incoerências podem ser utilizadas para mostrar a dupla face de um 
algum modo no decorrer do texto.
→ 2. COERÊNCIA FIGURATIVA
Suponhamos que se deseje figurativizar o tema 
“despreocupação”. Assim, poderemos usar figuras como 
“pessoas deitadas à beira de uma piscina”, “drinques gelados”, 
“passeios pelos shoppings”. Não caberia, no entanto, na 
figurativização desse tema, a utilização de figuras como 
“pessoas indo apressadas para o trabalho “ou “ fábricas 
funcionando a pleno vapor”. 
Um último exemplo:
Suponhamos que se queira mostrar a vida no Polo 
Norte. Pode-se, para isso, usar figuras como “neve”, “pessoas 
vestidas com roupas de pele”, “renas”, “trenós”. Não se 
pode, porém, utilizar figuras como “palmeiras”, “cactos”, 
“camelos”, “estradas poeirentas”.
→ 3. COERÊNCIA ARGUMENTATIVA
Quando se defende o ponto de vista de que o homem 
deve buscar o amor e a amizade, não se pode dizer em seguida 
que não se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor 
viver isolado.
Num esquema de argumentação, joga-se com certos pressupostos 
ou certos dados e deles se fazem inferências ou se tiram conclusões 
que estejam verdadeiramente implicados nos elementos lançados 
como base do raciocínio que se quer montar. Se os pressupostos 
ou os dados de base não permitem tirar as conclusões que foram 
tiradas, comete-se a incoerência de nívelargumentativo. É incoerente 
defender ponto de vista contrário a qualquer tipo de violência e ser 
favorável à pena de morte, a não ser que não se considere a ação de 
matar como uma ação violenta.
Muito bem!! Já percebeu o que vem a ser um texto 
coerente??? Dê uma olhadinha no Fórum que está aberto e 
veja se sua participação, ou melhor, se o que você escreveu 
está coerente,se está claro para os seus leitores!!!! Vamos, 
juntos, ler um pouquinho mais e entender o que vem a ser a 
coesão textual.
Depois de estudarmos a coerência, agora chegou o 
momento de entrarmos nos estudos acerca da coesão textual!
Vejamos ...
Quando lemos com atenção um texto bem construído, 
não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, 
nem perdemos a noção de conjunto. Com efeito, é possível 
perceber a conexão existente entre os vários segmentos de 
um texto e compreender que todos estão interligados entre si.
Ok, mas quem é responsável por esta conexão????
Vejamos então algumas explicações...
A título de exemplificação do que foi dito, observe o 
136
25
Como se pode observar, os enunciados desse texto não estão 
amontoados caoticamente, mas estritamente interligados entre si: ao 
se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma das partes.
texto que vem a seguir e perceba a função de alguns desses 
elementos de coesão:
É sabido que o sistema do 
Império Romano dependia da 
escravidão, sobretudo para a 
produção agrícola. É sabido 
ainda que a população escrava 
era recrutada principalmente 
entre prisioneiros de guerra.
das fronteiras fez diminuir 
consideravelmente a população 
escrava. Como o sistema não 
podia prescindir da mão deobra 
escrava, foi necessário encontrar 
outra forma de manter inalterada 
essa população.
A palavra “ainda,” no primeiro 
parágrafo, (“É sabidoaindaque...”) 
serve para dar continuidade ao 
que foi dito anteriormente e 
acrescentar um outro dado: que o 
recrutamento de escravos era feito 
junto aos prisioneiros de guerra.
O segundo parágrafo inicia-se 
com a expressão “em vista disso,” 
que estabelece uma relação de 
implicação causal, isto é: foi 
necessário encontrar outra forma 
de fornecimento de escravos 
porque o sistema não podia 
prescindir deles.
A sequência introduzida por 
eles serve normalmente para 
que se disse antes.A essa conexão interna entre os vários enunciados 
presentes no texto dá-se o nome de coesão. Diz-se, pois, que 
um texto tem coesão quando seus vários enunciados estão 
organicamente articulados entre si, quando há concatenação 
entre eles.
Assim, coesão de um texto, isto é, a conexão entre os 
vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das 
relações de sentido que existem entre eles. Essas relações 
de sentido são manifestadas, sobretudo por certa categoria 
de palavras, as quais são denominados como conectivos ou 
elementos de coesão. Sua função no texto é exatamente a de 
pôr em evidência as várias relações de sentido que existem 
entre os enunciados.
Conforme foi visto, são várias as palavras que, num texto, 
assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão:
mas, e, ou, etc.;
que, o qual, etc.;
Assim, o uso adequado desses elementos de coesão 
confere unidade ao texto e contribui consideravelmente 
para a expressão clara das ideias. O uso inadequado sempre 
tem efeitos perturbadores, tornando certas passagens 
incompreensíveis.
Vejamos alguns apontamentos importantes sobre os 
mecanismos de conexão textual...
1)Para Platão e Fiorin (2002), o papel dos elementos de 
coesão, além de “ligar” partes do discurso, é, também, o 
de estabelecer entre essas partes um certo tipo de relação 
semântica: causa, finalidade, conclusão, contradição, condição 
etc. Dessa forma, cada elemento de coesão manifesta um tipo 
No caso, faz sentido o uso doporém, 
já que entre os dois segmentos 
ligados existe uma contradição. 
Seria descabido permutar oporém 
peloporque, que serve para indicar 
a causa. De fato a exportação de 
produtos agrícolas não pode ser 
vista como a causa de Israel ter um 
solo árido.
de relação distinta. Ao escrever, deve-se ter o cuidado de usar 
o elemento apropriado para exprimir o tipo de relação que se 
quer estabelecer.
Oporém, por exemplo, presta-se para manifestar uma 
relação de contradição: usado entre dois enunciados ou entre 
dois segmentos do texto, manifesta que um contraria o outro. 
Observe o exemplo que segue:
Israel possui um solo árido e 
pouco apropriado à agricultura, 
porémchega a exportar certos 
produtos agrícolas. 
Vejamos, a título de 
exemplo, as relações que 
alguns elementos de coesão estabelecem:
 A) ASSIM, DESSE MODO: têm um valor 
exemplificativo e complementar. 
O Governador resolveu não se comprometer 
com nenhuma das facções em 
disputa pela liderança do partido. 
negociar com qualquer uma que 
venha a vencer.
B) E: anuncia o desenvolvimento do discurso e não 
a repetição do que foi dito antes; indica uma progressão 
semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não 
acrescentar nada, constitui pura repetição e deve ser evitada. 
Ao dizer:
Este trator serve para arar a 
terra epara aplicar herbicida.
Mas, ao dizer:
sem se alterar.
C) AINDA:serve, entre outras coisas, para introduzir 
mais um argumento a favor de determinada conclusão, ou 
para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto 
qualquer.
O nível de vida dos brasileiros é baixo 
porque os salários são pequenos. Convém 
lembrar ainda que os serviços públicos são 
D) ALIÁS, ALÉM DO MAIS, ALÉM DE TUDO, 
ALÉM DISSO:introduzem um argumento decisivo, 
apresentado como acréscimo, como se fosse desnecessário, 
justamente para dar o golpe final no argumento contrário.
O salário está cada vez mais baixo 
consideravelmente seu poder de compra. 
Além de tudo é considerado como renda e 
taxado com imposto.
E) ISTO É, QUER DIZER, OU SEJA, EM OUTRAS 
PALAVRAS: introduzem esclarecimentos, retificações ou 
O e introduz um segmento que 
acrescenta uma informação nova. 
Por isso, seu uso é apropriado.
O segmento introduzido pelo e não 
adiciona nenhuma informação 
nova. Trata-se, portanto, de um 
uso inadequado.
137
Português Instrumental 26
desenvolvimentos do que foi dito anteriormente:
Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade 
em relação aos fatos, isto é, de seu não 
comprometido com nenhuma das forças em 
ação no interior da sociedade.
F) MAS, PORÉM, CONTUDO E OUTROS 
CONECTIVOS ADVERSATIVOS: marcam oposição entre 
dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem 
ligar, com esses relatores, segmentos que não se optem. Às 
vezes, a oposição se faz entre significados implícitos no texto.
Choveu na semana passada, mas não o 
G) EMBORA, AINDA QUE, MESMO QUE: são 
conectores que estabelecem ao mesmo tempo uma relação 
de contradição e de concessão. Servem para admitir um dado 
contrário para depois negar seu valor de argumento. Trata-
se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem 
negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista 
contrário. Observe-se o exemplo:
Ainda que a ciência e a técnica 
tenham presenteado o homem 
com abrigos confortáveis, pés 
velozes como raio, olhos de 
longo alcance e asas para voar, 
não resolveram o problema das injustiças.
H) CERTOS ELEMENTOS DE COESÃO SERVEM 
PARA ESTABELECER GRADAÇÃO ENTRE OS 
COMPONENTES DE UMA CERTA ESCALA. ALGUNS, 
COMO MESMO, ATÉ, ATÉ MESMO, SITUAM ALGUMA 
COISA NO TOPO DA ESCALA; OUTROS, COMO AO 
MENOS, PELO MENOS, NO MÍNIMO, SITUAM-NA 
NO PLANO MAIS BAIXO.
O homem é ambicioso. Quer ser dono de bens 
materiais, da ciência, do próprio semelhante, 
até mesmo do futuro e da morte.
2)A retomada ou a antecipação de termos
Observe o trecho que segue:
Ricardo e Renato, apesar 
de serem irmãos, são muito 
diferentes. Por exemplo, esteé 
calmo, aquele é explosivo.
ATENÇÃO: 
Veja bem o que são os termos anafóricose catafóricos!!!!!
ANÁFORA: retomada de um termo que apareceu 
anteriormente.
CATÁFORA:quando um elemento remete a outro 
posterior. 
Exemplo de anáfora: 
Luiz é um homem muitohonesto e 
Exemplo de catáfora:
Só queremos isto: a sua vitória!!! 
Ufa, acabamos!? Não, ainda não!
Vamos, no item “Retomando a Conversa Inicial”, fazer 
um breve resumo dos conteúdos estudados nesta quarta aula!?
Como se nota, mesmo concedendo 
ou admitindo as grandes vantagens 
uma desvantagem maior.
O termo este retoma o nome 
próprio “Renato” e aquele faz 
a mesma coisa com a palavra 
“Ricardo”. “Este” e “aquele” são 
chamados anafóricos.
O termo/pronome ele 
retoma o nome Luiz.
O termo / pronome 
isto remete ao termo 
posterior vitória.
Retomando a aula
de vocês sobre os elementos estruturais do texto; 
coesão e coerência textuais.
1 - Estrutura, Conteúdo e Expressão Textual
Um texto pode ser analisado a partir de três elementos 
fundamentais: estrutura (compreende unidade, organicidade 
e forma), conteúdo (exige coerência e clareza e significa 
a própria mensagem a ser transmitida) e expressão (refere-
se ao domínio do léxico e estrutura da língua. Para se 
conseguir boa expressão é fundamental a leitura de bons 
escritores e o manuseio constante, habitual, do dicionário. 
No item expressão devem-se considerar os seguintes tópicos: 
criatividade, propriedade, concisão e correção).
2 - Coerência e Coesão Textuais
A coerência e a coesão são considerados os conceitos 
mais importantes no processo de organização textual. Assim, 
pontua-se que a coerência de um texto constitui-se num 
conjunto harmônico, em que todas as partes se encaixam 
de maneira complementar, de modo que não haja nada 
destoante, nada ilógico, nada contraditório, nada desconexo, 
ou seja, nada incoerente. 
Quanto à coesão, esta se refere àformaou à superfície de 
um texto. Ela émantida através de procedimentos gramaticais, 
isto é, pela escolha doconectivo adequado na conexão dos 
diversos enunciados que compõem umtexto, ou seja, ela é 
responsável pela ligação das partes textuais. Sendo que, se 
estes elementos de conexão forem mal empregados, o texto 
não apresentará noção de conjunto, ou ainda, sua linguagem 
se tornará ambígua e incoerente.
CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 
1994. 
FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais. 3. ed. 
São Paulo: Editora Ática, 1995.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz 
Carlos. A coerência textual. 12 ed. SãoPaulo: Contexto, 2001. 
Vale a pena ler
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Nossa língua - nossa pátria. Disponível em: <http://
www.vestibular1.com.br/redacao/red04.htm>.
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Abraços. 
Profª Doutora. Nara Sgarbi
Referências
ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e 
emoção. 5. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011. 
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto: leitura e 
redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2012. 
VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2007. 
ANDRADE, Maria Margarida de. Língua Portuguesa: 
noções básicas para cursos superiores. São Paulo: Atlas,2010. 
FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais.. São Paulo: 
Editora Ática, 2005. 
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São 
Paulo: Cortez, 2002. 
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 
A coerência textual. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2012. 
SERAFINI, M. T. Como escrever textos. 11. ed. São Paulo: 
Globo, 2001. 
SILVA, Ezequiel T. da. O ato de ler. São Paulo: Ed. Cortez, 
1998. 
Minhas anotações
139
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ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e 
emoção. 5. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011. 
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto: leitura e 
redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2012. 
VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2007. 
ANDRADE, Maria Margarida de. Língua Portuguesa: 
noções básicas para cursos superiores. São Paulo: Atlas,2010. 
FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais.. São Paulo: 
Editora Ática, 2005. 
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São 
Paulo: Cortez, 2002. 
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 
A coerência textual. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2012. 
SERAFINI, M. T. Como escrever textos. 11. ed. São Paulo: 
Globo, 2001. 
SILVA, Ezequiel T. da. O ato de ler. São Paulo: Ed. Cortez, 
1998. 
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