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PROPOSTAS DE SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS DE ENCHENTE NA RUA
DELFIM MOREIRA, LOCALIZADA NO BAIRRO MEDICINA EM ITAJUBÁ-M G
Cintia Luany Coura 1, Pâmella Duarte dos Santos 2
1 Centro Universitário de Itajubá - FEPI/Engenharia Civil, cintialuany@outlook.com
2 Centro Universitário de Itajubá - FEPI/Engenharia Civil, pmsds@yahoo.com.br
Resumo - A cidade de Itajubá sofre com as inundações desde a sua fundação e a rua Delfim
Moreira, no bairro Medicina, é umas das mais afetadas na cidade. Com isso, este trabalho tem por
objetivo apresentar propostas que possam vir a solucionar ou minimizar os problemas de enchentes
nesta rua. Estas propostas foram estudadas e analisadas conceitualmente para que o objetivo fosse
atendido. A proposta de uma bacia de detenção, que retirará a água represada da rua e a
armazenará até que esta possa ser levada ao ribeirão Anhumas gradativamente, foi muito
promissora, se tornando a principal e mais eficiente proposta, bem como a continuação da obra
iniciada e interrompida na rua, que também apresenta características importantes para a solução do
problema, além de outras medidas não estruturais. Assim, acredita-se que as propostas
apresentadas, se trabalhadas em conjunto, vão contribuir para que o problema seja minimizado, e se
bem desenvolvidas e detalhadas podem solucioná-lo, possibilitando aos moradores um ambiente
mais limpo, livre de enchentes e das consequências que elas causam.
Palavras-chave: Inundações Urbanas, Propostas, Bacia de Detenção, Medidas não estruturais.
Área do Conhecimento: Engenharias, Engenharia Civil.
Introdução
A falta de planejamento dos sistemas de drenagem urbano é uma das principais responsáveis
pelo estado desordenado em que se encontra o controle de enchentes nas áreas urbanas brasileiras.
Os sistemas de drenagem se originaram a partir da necessidade de expansão e da relação do
homem com os cur foram evoluindo com o decorrer dos anos (MOURA, 2004). O
planejamento dos sistemas de drenagem, que tem como objetivo proteção contra a inundação e seus
efeitos, é resultado de uma combinação das ações que envolve medidas de engenharia e de cunho
social, econômico e administrativo (TUCCI E BERTONI, 2003). Santos (2007) afirma que não existe
rio sem ocorrência de enchente, e diz ainda que todos têm sua área natural de inundação e quando
essa área é ocupada as inundações passam a ser um problema.
A rua Delfim Moreira está localizada no bairro Medicina em Itajubá-MG, onde grande parte do
bairro está no fundo do vale da microbacia do ribeirão Anhumas, onde se localiza boa parte das
inundações em épocas chuvosas. A enchente se tornou habitual neste bairro, assim como em outras
prejuízos aos moradores. O crescimento urbano desordenado causou a ocupação de áreas de risco
consideráveis como as várzeas inundáveis. Com isso as regiões de fundo de vales também foram
ocupadas sem qualquer tipo de planejamento e seus moradores provavelmente desconhecem as
situações e dificuldades que essas áreas podem causar (BORGES, 2006). Para Scatalon e Francisco
(2013) a reurbanização dos fundos de vales foi uma resposta para atender o crescimento urbano
devido a pressões políticas e imobiliárias e como consequência dessa ocupação tem-se as
enchentes.
Acreditar que as inundações serão totalmente controladas é ingenuidade, as medidas de controle
destinam-se a minimizar os efeitos (TUCCI E BERTONI, 2003). As medidas de controle de enchentes
são classificadas em duas categorias, medidas estruturais e não estruturais (CANHOLI, 2005). De
acordo com Tucci e Bertoni (2003) as medidas estruturais se referem a obras de engenharia, que
reduzem o risco de enchentes e transmite uma falsa sensação de segurança, já que envolve
questões de engenharia, o que proporciona a ocupação das áreas inundáveis que futuramente pode
acarretar danos relevantes. As medidas não estruturais minimizam os prejuízos com um custo menor
e atuação a longo prazo (CANHOLI, 2005).
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Analisando todo o transtorno que as enchentes causam aos moradores, principalmente no que diz
respeito aos bens materiais, a saúde e a interrupção da mobilidade, pois os moradores ficam
incapazes de se locomover até que toda água escoe, este trabalho tem como objetivo elaborar
conceitualmente e analisar as alternativas para os estes problemas na rua Delfim Moreira.
Metodologia
Para atingir o objetivo proposto, a metodologia aplicada na preparação deste trabalho foi o estudo
de conceitos importantes para o desenvolvimento do projeto, estudo dos sistemas de drenagem
existentes através de projetos da Prefeitura Municipal, visitas em campo para certificação destes
sistemas, análise da área de estudo e estudos teóricos da aplicação de novas formas de controle de
cheias na área de estudo.
Primeiramente, será feito um referencial teórico onde foi apresentado alguns assuntos importantes
para a melhor compreensão da problemática envolvida no trabalho e servindo como base para a
interpretação dos dados coletados na fase de elaboração do projeto final.
Após um estudo sobre a área em questão, foi identificado os problemas causadores das
inundações e especificado quais atitudes já foram tomadas por parte da Prefeitura Municipal, bem
como em qual situação se encontra a via. Através de pesquisas, análises in loco e da situação, foram
elaboradas propostas para a solução do problema, observando qual o melhor recurso a ser utilizado,
como o estudo de uma bacia de detenção e aplicação de medidas não estruturais.
Para finalizar o projeto, foi realizado as considerações finais, onde todas as propostas serão
ponderadas e assim, feito sugestões para trabalhos futuros sobre o assunto.
Resultados
Para melhor compreensão da problemática envolvida na rua Delfim Moreira, toma-se como base a
divisão do bairro Medicina, feita por Silva (2015), que o separa em três trechos, para estudo sobre as
enchentes, trecho de inundação por cheia do Ribeirão, trecho de inundação por escoamento
superficial e trecho de inundação por ineficiência do sistema de drenagem.
Trecho de inundação por cheia do ribeirão: O ribeirão Anhumas se encontra paralelo a Av.
Eduardo José Storino, no bairro Medicina. Próximo à rua Orminda Ribeiro Dias se encontra a cota
mais baixa da avenida, 841,15 m. Observa-se que no decorrer de todo o bairro Medicina há ruas que
possuem locais com cotas menores a da margem do ribeirão Anhumas, concluindo-se assim que, em
casos que o ribeirão transborde toda essa área será alagada devido as cotas mais baixas, como
mostra a Figura 1.
Figura 1 - Área com cota abaixo da cota do ribeirão Anhumas
Fonte: Prefeitura Municipal de Itajubá
Trecho de inundação por escoamento superficial: Partes da rua Delfim Moreira se encontra com a
cota mais baixa que a do ribeirão, ou seja, ela já enfrenta os problemas de inundações por
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transbordamento do ribeirão e também apresenta o problema de escoamento superficial, apesar de
ter um sistema de drenagem mais estruturado que as outras ruas do bairro. Isso ocorre porque toda a
água da bacia escorre para um loteamento localizado nos morros menos inclinados da bacia e
consequentemente encaminha a água para a rua Delfim Moreira.
Trecho de inundação por ineficiência do sistema de drenagem: Na rua Delfim Moreira, mesmo
com duas redes de drenagem, uma que deságua no ribeirão Anhumas e outra que se funde as redes
de drenagem do bairro São Vicente e deságua no rio Sapucaí, o problema continua.
Propostas de medidas estruturais para as inundações na rua D elfim Moreira
Tendo em vista que a região possui pouca, ou quase nenhuma declividade, mesmo com um
sistema de drenagem adequado, os locais em que a rua Delfim Moreira possui cota abaixo do ribeirão
Anhumas continuariam alagados, sem que a água represada pudesse chegar ao seu ponto exutório
de maneira gravitacional. Assim, uma possível solução para esta questão seria uma bacia de
dissipação para retenção das águas da chuva e que posteriormente seriam direcionadas,
gradativamente, ao Ribeirão Anhumas.
O funcionamento central deste tipo de reservatório para contenção daságuas da cheia, consiste
no armazenamento provisório da água da chuva e no encaminhamento destas águas para o sistema
de drenagem de forma moderada e controlada. As bacias de detenção permanecem secas a maior
parte do tempo, recebendo aporte de água somente em dias de chuva, possibilitando assim que a
área em que a bacia seja implantada sirva também como área de lazer, algo que o bairro Medicina
não possui, esquematizado na Figura 2.
Figura 2 - Desenho esquemático, reservatório subterrâneo
Fonte: ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland. Programa Soluções para Cidades.
Os reservatórios de detenção são classificados de acordo com a sua localização em relação ao
é um terreno ainda
sem construções, localizado na rua Florival Rodrigues Ferreira e na Avenida Antônio Storino,
identificado na Figura 3.
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não foi concluída e foi paralisada na esquina com a rua Marechal Juarez Távora, onde foi colocada
uma caixa de contenção e encerrada, como mostra a Figura 5.
Figura 5 (a) Trecho da obra que seria realizada e (b) Trecho da obra que foi realizada
Fonte: SILVA (2015)
Esta obra teoricamente seria bastante eficiente em relação as inundações na rua Delfim Moreira,
pois com a ampliação das galerias elas suportariam mais água; e com a ligação na rede de
escoamento que deságua no rio Sapucaí (que também seria ampliada) as outras redes de drenagem
do bairro Medicina, que também são escoadas para o ribeirão Anhumas, ficariam mais aliviadas bem
como o próprio ribeirão.
Propostas de medidas não estruturais para as inundações na r ua Delfim Moreira
Para que as medidas não estruturais sejam eficientes é necessária a combinação destas com as
medidas estruturais já citadas acima. A primeira medida que pode ser tomada é um seguro de
enchente, uma proteção econômica que diminui os danos individuais (perdas de bens materiais)
causados pelas inundações.
Outra medida é uma rede de monitoramento e previsão de alerta, estes previnem a população
com antecedência e são aspectos complementares de todas as formas de intervenção. Um sistema
de monitoramento já existe em Itajubá, localizado ao longo do rio Sapucaí, porém seria necessário
este sistema também no ribeirão Anhumas, já que ele é um dos grandes responsáveis pela
inundação da rua Delfim Moreira. Junto com esta medida também é importante o compartilhamento
de informação sobre esses sistemas com a população, já que o conhecimento destes permite a
redução dos prejuízos ligados aos efeitos causadas pelas inundações.
Se tratando especificamente da rua Delfim Moreira, pode ser criado um plano de ação para a
manutenção periódica das caixas de contenção e bocas de lobo, bem como a limpeza da rua,
principalmente após grandes chuvas, pois há um acumulo de lama, areia e sedimentos.
Por fim, a educação ambiental possui grande participação nestas ações, para a conservação das
margens do ribeirão Anhumas, além de campanhas de esclarecimentos e alertas sobre objetos
atirados nas calhas do ribeirão, ruas ou terrenos baldios, para não prejudicar a drenagem das águas,
conscientizando assim a população para que não agravem os problemas de inundações.
Discussão
Os problemas causados pelas inundações são inúmeros, dentre eles as perdas materiais,
desvalorização dos imóveis e problemas de saúde. E ainda há os problemas que os moradores
enfrentam após o escoamento da água, como o excesso de barro nas vias e passeios, bueiros
entupidos, a pavimentação que se solta e o mau cheiro nas residências.
Partindo das medidas estruturais adotadas, a bacia de detenção promete a retirada de grande
parte da água que fica represada na rua Delfim Moreira, por estar abaixo da cota do ribeirão
Anhumas. Apesar dos pontos negativos apontados neste projeto, como a necessidade de
desapropriação de terreno para locação do reservatório, é importante ressaltar que a concepção
(a) (b)
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desta bacia atende ao principal objetivo, requerido pelos moradores da rua e do bairro Medicina, que
sofrem há anos com as inundações e suas consequências.
Junto a esta medida está a continuação da obra interrompida em 2012, de acordo com os estudos
a combinação da bacia de detenção com a continuação desta obra se mostram muito eficientes, já
que o aumento das galerias que levam o escoamento da água para o rio Sapucaí, aliviaria as galerias
que levam o escoamento ao ribeirão Anhumas. E ainda, parte do escoamento para o ribeirão
Anhumas seria levado até reservatório da bacia de detenção, armazenado e após as chuvas, quando
o ribeirão voltasse ao seu estado normal, essas águas seriam liberadas gradativamente.
Contudo, ainda há as medidas não estruturais, que minimizam os prejuízos e a longo prazos,
porém estas medidas, sozinhas, não solucionam o problema, elas devem ser trabalhadas em
conjunto com as medidas estruturais.
Conclusão
De acordo com o objetivo proposto, após a avaliação da área de estudo foi possível identificar os
problemas causadores das inundações na rua Delfim Moreira e assim formular e analisar alternativas
para minimizar ou solucionar a questão. Estas alternativas foram elaboradas conceitualmente,
analisadas e se mostraram bastante promissoras.
É possível concluir que este conjunto de medidas propostas no projeto vão ter o efeito esperado
de minimizar as inundações da rua Delfim Moreira, e se bem desenvolvidas e detalhadas podem
solucionar este problema. Com o problema desta rua solucionado todo o bairro da Medicina é
beneficiado, tendo em vista que estas medidas também poderão ser tomadas para as outras ruas e
assim minimizar as enchentes no bairro como um todo.
Portanto, atendido o objetivo principal deste projeto, que foi propor medidas que possam ser
promissoras para as questões de enchente da rua Delfim Moreira, acredita-se que este sirva como
base para a elaboração de outros trabalhos, como o pré-dimensionamento das medidas de controle e
o estudo do custo benefício destas obras.
Referências
BORGES, J. Q. O impacto da ocupação de fundo de vales em áreas urbanas. Caso: Córrego do
Gregório, São Carlos SP: UFSCar, 2006.
CANHOLI, A. P. Drenagem urbana e controle de enchentes . São Paulo: Oficina de Textos, 2005.
MOURA, P. M. Contribuição para a Avaliação Global de Sistemas de Drenage m Urbana. UFMG.
2004.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ. Disponível em:
http://www.itajuba.mg.gov.br/cidade/localizacao.php. Acesso em: 17 de maio de 2016.
SANTOS, R. F. dos. Vulnerabilidade Ambiental . Brasília: MMA, 2007.
SCATALON, A. P.; FRANCISCO, A. M. Morfologia Urbana das Áreas de Fundo de Vale do
Córrego Água Bôscoli em Presidente Prudente, SP. Universidade Estadual Paulista UNESP
Campus de Presidente Prudente. Departamento de Planejamento, Urbanismo e Ambiente. Encontro
de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 2013.
SILVA, G. A. Diagnóstico e Discussão sobre as Enchentes no bairro da Medi cina em Itajubá
MG. Centro Universitário de Itajubá / Engenharia Civil, 2015.
TUCCI, C. E. M.; BERTONI, J. C. (organizadores). Inundações Urbanas na América do Sul . Porto
Alegre: Associação Brasileira de Recursos Hídricos, 2003.

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