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PSICOLOGIA HOSPITALAR

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O que é a Psicologia Hospitalar?
Psicologia Hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento. Ela não trata apenas aquelas doenças com causas psicológicas classicamente denominadas psico-somáticas, mas sim dos aspectos psicológicos existentes em toda e qualquer doença.
Para que serve a Psicologia Hospitalar?
A finalidade da psicologia hospitalar é ajudar o paciente a atravessar a experiência do adoecimento. Geralmente a doença chega como um susto, desarrumando a vida da pessoa e sacudindo sua subjetividade. E agora? O que fazer? É ai que entra em cena o psicólogo se oferecendo para, com sua escuta, ajudar o paciente a encontrar uma resposta para esta pergunta. Enquanto a medicina objetiva curar a doença, a psicologia hospitalar busca reposicionar o sujeito em relação a sua doença.
	
Como funciona a Psicologia Hospitalar?
Para realizar seu trabalho de ajudar o paciente a atravessar a experiência do adoecimento o psicólogo se vale de seu único e legitimo instrumento de trabalho, a palavra. Sim o psicólogo só conversa, acontece que a conversa não é “só isso”, é um “muito mais que isso” , aponta para “um além disso” contido nas palavras. A estratégia da psicologia hospitalar pode ser resumida nesta magnífica frase de Freud: “...o trabalho clinico consiste em ajudar a pessoa a reencontrar a magia das palavras
Entrevista Psicológica no Hospital - Escuta e Diretiva
Entrevista Psicológica de Escuta Ativa
Busca proporcionar acolhimento, privacidade, conforto, proximidade interpessoal e relação adequada ao contexto envolvido.
Deve-se manter uma atitude de respeito e interesse sem criticas
Manter contato visual freqüente
Inicialmente fazer perguntas gerais e menos constrangedoras
Perguntas abertas surtem resultados mais profundos. Ex. Como isso ocorreu? Fico imaginando que... Penso que...
Atentar não só ao discurso verbal, mas também ao conteúdo expresso de forma não verbal: postura, gestos, tom de voz, etc.
Observar reações emocionais e pontuar o que está sendo expresso.
Resumir o que entendeu e solicitar esclarecimentos
Respeitar silêncio e/ou o choro, mas ajudar delicadamente o paciente a sair deles.
Entrevista Psicológica Mais Diretiva
Pacientes com grau de inteligência normal e com boa escolaridade deve-se permitir que esses se expressem de forma mais espontânea e livre (com perguntas abertas).
O psicólogo pode falar menos e pontuar reforçando para que o paciente conte sua própria história.
Pacientes desorganizados, com nível intelectual baixo, num estado psicótico ou paranóico, ou ainda travados por ansiedade, a entrevista deve ser mais estruturada.
O psicólogo dessa forma fala mais, dirige a entrevista, faz perguntas mais fácil de serem respondidas.
Nos primeiros contatos com pacientes tímidos deve-se fazer perguntas neutras (qual nome, onde mora, estado civil, etc.) e gradativamente fazer perguntas mais profundas ou constrangedoras.
A entrevista bem elaborada, com uma abordagem respeitosa e cuidadosa dos sentimentos do paciente tem efeito terapêutico, com potencialidade interventiva e ganhos de recursos, num atendimento humanizado que proporciona a motivação do paciente e um efetivo envolvimento na sua recuperação.
postado por paulo freitas às 06:41 2 comentários:
marcadores: entrevista de escuta, entrevista diretiva, entrevista psicológica, intervenção psicológica
A intervenção psicológica no hospital
Atualmente a inserção do Psicólogo no contexto hospitalar é necessária e está cada vez mais presente. Na compreensão da saúde e da doença deve ser considerada as influências do estilo de vida, padrões comportamentais, causas ambientais e ecológicas. como exemplo temos as doenças cardiovasculares, diabete, câncer, Aids, entre outras.
Entre muitos aspectos a serem trabalhados quando se fala em saúde e doença têm-se a evidência da educação de práticas saudáveis e políticas de prevenção, assim como nos tratamentos, a importância da adesão e a redução dos impactos da doença sobre a vida do indivíduo.
O atendimento psicológico no contexto hospitalar tem como objetivo a minimização do sofrimento provocado pela hospitalização e pela doença numa ação integrada com os demais membros da equipe de saúde com um trabalho interdisciplinar.
Uma contribuição importante que o Psicólogo pode agregar na compreensão diagnóstica está no âmbito das representações que o indivíduo tem da doença em geral e da sua doença em particular; no qual inclui a simbologia cultural, social e individual ligada à sua doença.
A atuação do psicólogo no contexto hospitalar não está somente limitada à atenção direta ao paciente, devendo ser considerada a tríade paciente-família-equipe de saúde sempre fundamentado numa atuação profissional
No atendimento psicológico indireto realizado por meio da interconsulta identificam-se fatores iatrogênicos no funcionamento dos serviços hospitalares, que influenciam e geram conseqüencias negativa na hospitalização.
Busca-se então, analisar as situações de conflitos não explicitadas que envolve tanto a equipe quanto a instituição. Recolhendo-se informações com os envolvidos: paciente, família e equipe e realizando-se um diagnóstico da situação para aliviar a crise e restabelecer a relação equipe/paciente.
No caso de um atendimento específico a um paciente para diagnóstico e aconselhamento no manejo da conduta, a pedido de um médico, faz-se a mediação para manter a comunicação entre o paciente e os que estão encarregados de assisti-lo, facilitando a compreensão do quadro e evolução clínica, reforçando-se a importância da adesão e a colaboração aos procedimentos, bem como, mobilizando-o para sua participação ativa em sua própria cura.
A intervenção psicológica no hospital está focada na promoção de mudanças, na facilitação das relações, numa atividade curativa e preventiva, trabalhando os conteúdos manifestos e latentes em relação à doença e ao sentido dado pelo indivíduo à hospitalização, tendo como função diagnosticar e compreender o que está envolvido na queixa, no sintoma, na patologia, contribuindo também para a humanização do hospital numa função educativa
postado por paulo freitas às 05:46 2 comentários:
marcadores: atendimento psicológico, interdisciplinar, intervenção psicológica, psicologia
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Reação à doença e à hospitalização
A hospitalização é uma situação que ocorre em qualquer idade e por diversas razões.
Apesar de denotar sentimentos negativos, constitui-se num apoio social de referência ao qual se pode recorrer frente a uma situação de doença que afeta a integridade do indivíduo.
A situação de internação representa um desafio à capacidade de adaptação provocando respostas diferentes em cada pessoa, de acordo com muitos fatores, entre eles:
· experiência anterior de hospitalização
· idade da pessoa
· sexo
· nível de escolaridade
· aspectos da personalidade
· capacidade de enfrentamento (coping)
· significado subjetivo da doença (sentimentos de perda, culpa, castigo, ganhos secundários)
· apoio da família
· situação de trabalho
· situação econômica
· status social
· recursos sociais
· instituição procurada e as condições da assistência
· confiança na equipe de saúde
· acolhimento e ambiente físico disponibilizado
· diagnóstico, tipo de doença (aguda ou crônica)
· prognóstico
· sequelas, limitações, incapacidades
· procedimentos invasivos
· tempo de internação
A resposta de um indivíduo à doença varia em função de estar sofrendo de uma enfermidade de curta duração (aguda), ou de longa evolução, tendo como agravante o tipo de tratamento a ser submetido: resolutivo, paliativo, mutilante, ou incapacitante.
O paciente hospitalizado por uma doença aguda pode apresentar diferentes reações estressantes quer precisam ser consideradas no curso de uma hospitalização:
- Ameaça básica à integridade narcísica: onipotência x impotência
- Ansiedade da separação: pessoas, objetos, ambiente estilo de vida
- Medo de estranhos: sua vida nas mãos de outros
- Culpa e medo de retaliação: doença como castigo- Medo da perda de controle de funções : fala, esfíncter, andar
- Perda de amor e de aprovação: dependência, auto-desvalorização
- Medo da perda de partes ou dano de partes do corpo: mutilação
- Medo da morte e da dor.
Reações de ajustamento e de adaptação são subdividas de acordo com a duração e com os sintomas predominantes.
· Padrão de sintomas:
- Inicialmente preocupações excessivas (com a doença/corpo)
- Ansiedade (falta do diagnóstico, evolução do quadro)
- Posteriormente depressão (aceitação do quadro)
Geralmente os sintomas negativos são transitórios e melhoram com apoio psicológico e boa comunicação e principalmente, cessam com a recuperação clínica e a alta hospitalar.
Alguns pacientes persistem por mais tempo com episódios depressivos reativos e é necessário intervenção psicológica e ainda avaliação medicamentosa.
Os mecanismos de enfrentamento "coping" temos duas divisões:
1 - Pessoas que são orientadas para o problema:
- Buscam informações (médicos, amigos, familiares, auto-ajuda,etc.)
- Buscam reassumir o controle e se envolvem em sua recuperação
2- Pessoas orientadas para a emoção:
- Lidam com as emoções
- Tentam diminuir o impacto provocado pela situação utilizando mecanismos de defesa
- Apresentam mais desesperança, desamparo, depressão e dependência.
No atendimento psicológico busca-se focar:
- A reestruturação cognitiva trabalhando-se as crenças distorcidas que possui sobre a doença e a hospitalização
- Os recursos positivos para enfrentamento
- O reconhecimento do apoio social
- Tornar situações ameaçadoras mais seguras
- Abrir espaço e acolhimento para a expressão de sentimentos
- Facilitar as orientações e explicações sobre procedimentos e evolução clínica
postado por paulo freitas às 07:05 2 comentários:
marcadores: atendimento psicológico, coping, enfrentamento, experiência da hospitalização, psicologia, reação a doença
quinta-feira, 26 de junho de 2008
A Hospitalização
A hospitalização
Assim como cada pessoa como tem uma fisionomia diferente, esta também possui uma forma de viver, conviver, agir e reagir numa configuração única, e um funcionamento e modo de adoecer também próprio.
Na maioria dos casos, qualquer doença que exige cuidados médicos altera de alguma forma, a atuação interpessoal e social do indivíduo.
Isso tem relação direta com o significado que a doença tem para o paciente, do valor e da cultura que a família concebe para o “papel de doente”, e ainda seu comportamento será influenciado pelas respostas que recebe durante sua internação.
O doente internado está impedido de trabalhar, de se divertir, é tirado do convívio familiar e dos amigos e se sente isolado no hospital.
Vai vivenciar sua dor e sofrimento do seu jeito, com sua subjetividade e, por mais que os outros se esforcem para compreende-lo, ninguém sentirá o que ele sente, pois a experiência de estar doente é sentida de uma forma sempre única.
Em seu pensamento existe uma crença de que se o doente tem que ficar internado é porque seu estado de saúde é grave ou permanece insolúvel e todos estes fatores contribuem para acentuar sua vulnerabilidade e aumentar sua insegurança e suas reações de estresse
A hospitalização é vista como uma situação extremamente disruptiva e é natural que o paciente sinta medo e ansiedade.
Muitas vezes, estes sentimentos estão relacionados com o fato do indivíduo estar colocado num papel dependente e passivo.
Vê sua vida nas mãos de outros, que decidem e opinam sobre procedimentos, exames e hipóteses muitas vezes comentadas em linguagem técnica que não entendem e mais ainda o confunde.
Para vincular o paciente a um enfrentamento e se mobilizar para sua cura, existem dois fatores a serem considerados: o primeiro é a existência de um método de tratamento, e nisto se inclui a utilização dos avanços tecnológicos, a experiência, a especialização médica e a utilização dos mais variados tipos de medicamentos (química, hormonal, biogenética, etc.).
O segundo é a adesão ao tratamento da pessoa doente e de sua capacidade de reagir e enfrentar adequadamente à situação e à doença.
A doença e a situação de hospitalização provoca modificações e exigem adaptação do paciente, alterando sua maneira de ser.
Alguns passam de otimistas a pessimistas e vice-versa, outros perdem o sentido de realismo com que sempre viveram, e esses fatores podem levá-los a sérios desajustamentos.
A recuperação do doente, sua posterior reintegração segura no seio social e sua reeducação para os cuidados com sua saúde em termos preventivos, representam os fins pelos quais todos os profissionais da saúde devem lutar.
postado por paulo freitas às 08:07 um comentário:
marcadores: doença cardíaca, experiência da hospitalização, internação,psicologia
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O processo de doença desencadeia, em geral, ansiedades, conflitos e fantasias, que vão “contagiando” todos os envolvidos. Inseguranças podem gerar dúvidas quanto ao atendimento prestado pela equipe, o conforto trazido pela assistência em casa pode se tornar um incômodo, sendo o suporte psicológico extremamente necessário para evitar que essas dificuldades comprometam o tratamento. (Gavião & Palavéri, 2000)
A assistência domiciliar prevalecia tempos atrás, antes dos hospitais terem a finalidade curativa que têm hoje. Segundo Foucault (1981), o hospital funcionava na Europa, desde a Idade Média, não para cura, mas como “morredouro”. Antes do século XVIII, tinha por função dar assistência aos pobres e miseráveis, que podiam, assim, ser isolados do restante da população, que não seria contagiada com doenças. Essas pessoas recebiam cuidados de religiosos ou leigos, ficando a função médica para ser exercida no domicílio.
Segundo Albuquerque (2003), a prática de atendimento de doentes em domicílio já é citada no Velho e no Novo Testamentos e, no século XIX, organizações de home care (termo americano paraassistência domiciliar utilizado, em geral, por empresas privadas no Brasil) eram formadas por associações de enfermeiras visitadoras, vinculadas a movimentos filantrópicos. Os programas tinham como foco a saúde pública e a prevenção de doenças. No início do século XX, as visitas domiciliares eram feitas por médicos, com limitações de tecnologia e tratamentos.
Após grande tempo de predominância da assistência hospitalar, voltou-se a fazer experiências com a assistência domiciliar nos EUA em 1947 e na França em 1951, como uma alternativa à superlotação de leitos hospitalares. Depois disso, ocorreu, paulatinamente, a adesão de outros países da Europa e de outros continentes, até que essa forma de atendimento chegasse ao Brasil (Jacob Fº, 2000). Neste país, o pioneiro dessa prática foi o Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, que implantou o serviço de assistência domiciliar em 1968.
Dentro do conceito de assistência domiciliar, há tipos distintos de tratamento, como a internação domiciliar, onde são colocados equipamentos hospitalares na casa do paciente e há a presença de profissionais qualificados 24 horas por dia para operá-los e acompanhar o doente. Já o atendimento domiciliar tem características distintas, não se dispondo de aparato hospitalar ou recursos humanos especializados diuturnamente no domicílio. Os profissionais de saúde visitam o paciente periodicamente e familiares podem manusear os equipamentos necessários ao tratamento (Jacob Filho, 2000).
Na atualidade, a assistência domiciliar agrega a participação sistemática de diversos profissionais nos cuidados oferecidos ao paciente em sua casa, seja com objetivo de prevenção de problemas de saúde ou de assistência para doenças já instaladas. Neste último caso, vão ser assistidas em domicílio pessoas acometidas pelas mais variadas doenças, em geral crônicas, que impossibilitem ou pelo menos dificultem sua locomoção para o tratamento em hospitais ou clínicas. São pacientes que não se beneficiariam de uma internação, contribuindo-se para a conseqüente diminuição de gastos institucionais, disponibilizando leitos e colaborando para evitarinfecções hospitalares.
O mais indicado é que o trabalho seja executado por uma equipe de saúde multiprofissional e, se possível, interdisciplinar, para prover um melhor atendimento. Vários são os profissionais que podem compor a equipe. Áreas como medicina, enfermagem, serviço social, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, odontologia, terapia ocupacional e farmácia podem conviver ainda com religiosos, atuando na dimensão espiritual, e arquitetos, a fim de orientar a adequação do ambiente domiciliar de acordo com as necessidades de cada paciente. Para a psicologia, o trabalho em domicílio representa um campo de atuação ainda pouco explorado, que pode contribuir para que pacientes e familiares pensem sobre a prevenção de doenças ou lidem melhor com o tratamento daquelas já existentes.
Um exemplo desse tipo de trabalho é o Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (NADI) do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICHC-FMUSP). Criado em 1996, tem “como objetivo principal a desospitalização de pacientes cujo tratamento possa ser feito em domicílio, seja reduzindo seu período de internação e/ou a freqüência de novas admissões” (Jacob Filho et al., 2000, p. 541). Como objetivos secundários, o programa visa garantir assistência, orientando pacientes e familiares quanto a noções básicas de saúde e envolvimento nos cuidados. Cabe também aos profissionais a orientação da família de pessoas fora de possibilidades terapêuticas curativas, para que o falecimento ocorra em casa, se esse for o desejo dos doentes e familiares.
Os pacientes são encaminhados pelas diversas clínicas que compõem o Complexo HC, destacando-se, em número de indicações, os Institutos Central, do Coração e de Ortopedia. A maioria dos pacientes são idosos e portadores de doenças crônicas, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, cardiopatias, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, outras doenças neurológicas, seqüelas de acidentes (automobilísticos, ferimentos por arma de fogo...), neoplasias, doenças respiratórias, fraturas, entre outras, como ocorre geralmente na população atendida pelos serviços que oferecem esse tipo de assistência.
Após o encaminhamento, o paciente passa por uma avaliação com médico, assistente social e enfermeira. A pessoa deverá preencher os critérios de inclusão, que são: ser paciente do HC, tendo passado por pelo menos três consultas ambulatoriais ou um período de internação em enfermaria; residir em um perímetro de até 15 Km de raio a partir do HC; apresentar dificuldade de locomoção; ter um cuidador, que é a pessoa que prestará os cuidados ao paciente seguindo as orientações da equipe de saúde.
A presença do cuidador é fundamental para que o trabalho seja eficaz. No caso do NADI, a maioria dos cuidadores são informais, ou seja, familiares ou amigos que prestam cuidados aos pacientes, sem remuneração para isso. A equipe de saúde é formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, odontólogos, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais. Após a visita de avaliação, há uma discussão em equipe sobre a existência de indicação real para a inclusão do paciente no programa. É a partir da experiência do NADI que abordamos aqui o trabalho do psicólogo em domicílio, fazendo parte de uma equipe multiprofissional, que presta assistência a pacientes portadores de doenças crônicas.
O trabalho em equipe multiprofissional
O trabalho em equipe permite a divisão de responsabilidades na tomada de decisões quanto ao direcionamento dos tratamentos. Isso não significa que a responsabilidade de cada profissional diminua em relação ao paciente, mas sim que várias pessoas, pensando sobre os casos a partir de pontos de vista diferentes, têm maiores chances de levar em conta todas as implicações existentes antes de decidirem condutas. É uma facilidade, ainda, um mesmo profissional não precisar dar conta de todas as queixas do paciente, referentes a áreas de formação diferentes da sua. Porém, uma vez que a formação acadêmica individual não privilegia o trabalho em equipe, esta forma de atuar só pode ser aprendida com a prática.
As várias pessoas que compõem a equipe podem ir juntas ou não às casas dos pacientes. Quando várias delas chegam ao domicílio, deve haver o respeito de cada profissional pelo atendimento do outro, estando atentos, ainda, à gama de informações que são passadas ao paciente e ao cuidador para que elas não sejam excedentes e que os interessados as compreendam. Devem estar cientes, acima de tudo, de que quem dita as regras são os donos da casa, pacientes e seus familiares, e que o espaço domiciliar deve ser ocupado respeitosamente, para que os moradores não percebam a visita dos profissionais como uma “invasão”.
O atendimento em conjunto permite que um profissional assista ao trabalho do outro, ou parte dele, o que pode provocar um incômodo em alguns membros da equipe. Por outro lado, é uma ótima oportunidade para que haja um grande aprendizado dos profissionais sobre as áreas de saber diferentes das suas. As decisões quanto às intervenções terapêuticas, muitas vezes, são tomadas em conjunto, assim como os profissionais podem dividir também os momentos de sofrimento diante de insucessos nos tratamentos ou da morte dos pacientes. Para que a comunicação flua de forma satisfatória entre os membros da equipe, é fundamental que os jargões próprios de cada área da saúde sejam explicados a todos os demais ao serem utilizados por qualquer profissional. Termos técnicos incompreensíveis podem fazer com que os colegas formulem idéias erradas quanto ao que ocorre com os pacientes na realidade.
Os profissionais da saúde, em geral, tendem a perceber o paciente e sua família de forma extremamente objetiva, analisando, também assim, a sua relação com eles. O psicólogo que participa de uma equipe que faz atendimento em domicílio pode trazer, para os outros membros que a compõem, a subjetividade do paciente, do seu cuidador e da família. É seu papel, também, facilitar a comunicação entre a equipe e os pacientes e/ou familiares.
Para que os demais profissionais possam solicitar o trabalho do psicólogo é preciso que entendam o que ele faz, como trabalha. Isto deve ser explicitado por esse profissional de saúde mental, que deve, por seu lado, informar-se também a respeito de efeitos de medicamentos que os pacientes estejam tomando e que possam influenciar seu humor, sua cognição ou trazer outros efeitos colaterais. É necessário que o psicólogo mantenha um diálogo constante com outros membros da equipe sobre as implicações orgânicas de cada caso, compreendendo o processo de adoecimento do paciente, do seu quadro clínico.
Peculiaridades do trabalho do psicólogo no domicílio
Alguns aspectos psicológicos são característicos de pacientes atendidos em domicílio, sendo mais freqüentemente encontrados: medo de não estar no hospital em momentos em que necessite de maiores recursos tecnológicos; traços depressivos após o aparecimento abrupto da doença e mudança de vida; inversão de papéis, tendo-se, muitas vezes, o habitual provedor da casa em situação de dependência dos filhos; sentimento de culpa por se perceber como um “peso” para os familiares... Em relação aos cuidadores, apresentam-se quase sempre sobrecarregados com o acúmulo de tarefas a cumprir e sem disposição para cuidar de si próprios.
Apesar disso, não podemos partir do pressuposto de que todos os pacientes com doenças crônicas e dependentes necessitem de tratamento psicológico, assim como seus cuidadores e demais familiares, já que muitos se valem de mecanismos de defesa eficazes para lidar com a situação em que se encontram. Percebe-se com freqüência a racionalização em relação ao que é vivenciado e observa-se o importante papel suportivo desempenhado pela religião na vida dessas pessoas. Além disso, nem sempre a presença do psicólogo na casa é requerida pelo próprio paciente. Muitas vezes, o atendimento psicológico ocorre por indicaçãomédica ou de algum outro profissional, devendo haver a averiguação da existência de demanda de paciente e/ou familiares para a realização do tratamento.
O profissional necessita ter cuidado para não impor seus valores e crenças ao paciente e demais moradores do domicílio, já que cada pessoa tem seu jeito de viver em família, tem um gosto pessoal para a arrumação da casa, horários diversos de refeições etc. Também devemos estar atentos para o fato de que a ida do psicólogo ao domicílio do paciente não constitui uma visita social, e que este deve colocar limites à família se esta demonstrar que gostaria que o relacionamento ultrapassasse o campo profissional. Há grande possibilidade da formação de um vínculo mais estreito entre profissionais e clientes, devido à maior proximidade com o paciente e a família, o que necessita de um manejo adequado por parte do profissional. Não significa que não se possa aceitar um café que venham oferecer, até porque, no contexto de nossa cultura, isso poderia ser entendido como uma desconsideração para com a família. Mas há que se cuidar para que não seja diminuída a seriedade do trabalho, o que poderia ter como conseqüência um insucesso. No ambiente domiciliar, há sempre a “tentação” de se perder o foco pretendido e conversar sobre a decoração da casa, assistir TV na hora do atendimento, participar de festas familiares... O bom senso de cada profissional costuma permitir que se analise cada situação e que se tome a melhor conduta em cada momento específico.
O trabalho do psicólogo hospitalar é marcado pela necessidade de diversas adaptações ao modelo mais tradicional de atendimento, aquele realizado em consultório particular. Isso fica exacerbado quando este trabalho se dá no domicílio do paciente. Não se sabe a priori, por exemplo, em que parte da casa a sessão psicológica poderá se realizar, o que vai depender da vontade do paciente. Em assistência domiciliar, é ele e/ou seus familiares que dão as diretrizes sobre como o profissional deve se comportar em sua residência: onde sentar, se tem permissão para entrar no banheiro, no quarto, enfim, na intimidade da família. Sem noção prévia de que tipo de moradia irá encontrar (grande, pequena, com vários cômodos ou um só...), o psicólogo terá que utilizar a criatividade para, no momento do atendimento, sugerir a melhor forma para realizá-lo com o mínimo de interferência possível, neste setting tão peculiar.
O controle dos profissionais e do psicólogo, em particular, sobre o ambiente, é muito difícil, não sendo incomuns as interferências no momento dos atendimentos (o telefone toca, a criança chama pela mãe que está sendo atendida pelo psicólogo, a campainha soa e ela vai atender...). O psicólogo nem sempre pode seguir o que é combinado quanto ao número de sessões por semana, o horário e o tempo de cada sessão, principalmente pelas intercorrências que o trabalho em equipe pode abarcar. Pode acontecer, por exemplo, a necessidade de desmarcar a sessão psicoterápica de um paciente para que o automóvel do serviço, que transportaria o psicólogo para tal atendimento, possa ser usado por um colega para atender uma emergência médica. A possibilidade de ocorrência de imprevistos desse tipo deve ser explicada ao cliente no momento do contrato.
O sigilo também fica prejudicado, por vezes, devido às características de acomodação em cada domicílio. Caso haja vários cômodos, há maior possibilidade de se conseguir um lugar mais reservado para o atendimento. Porém, numa casa de dois cômodos, o esforço para resguardar a intimidade do paciente muitas vezes não é suficiente, podendo haver prejuízos para o tratamento. É curioso como, ao chegar na casa com a equipe de saúde, o paciente dá sinais para o psicólogo sobre para quais conteúdos a manutenção do sigilo é imprescindível ou não. Assim, se o paciente conta algo na frente de outros profissionais ou familiares, sem demonstrar preocupação com isso, pode-se supor que tal assunto não necessita ser tratado de forma tão privada. Se, por outro lado, o paciente ou o cuidador chamam o psicólogo de lado para falar sobre “uma coisa” específica, esse prólogo já nos dá a medida da necessidade da manutenção do sigilo frente as outras pessoas. Cabe ao psicólogo decodificar esses sinais e trabalhar com esse material.
Levando-se em conta todas essas observações, é importante o psicólogo hospitalar entender que, ao atender em domicílio, terá que ter flexibilidade, já que o modelo clínico clássico de atendimento não funcionará. Deve estar aberto a experiências diferentes daquelas com as quais está mais habituado na prática clínica tradicional. O setting domiciliar apresenta-se repleto de limitações (tempo, lugar, constância...), mas também comporta várias possibilidades de atuação não pensadas anteriormente.
Avaliações e intervenções psicológicas
A partir da experiência no NADI, pensamos que o trabalho do psicólogo hospitalar em domicílio deve acontecer em quatro instâncias: com o paciente, o cuidador, a família e a equipe de saúde, a partir de um psicodiagnóstico situacional que leve em conta todos esses níveis.
Assim, o psicólogo avalia como o paciente está enfrentando a situação de doença, quais os recursos psíquicos disponíveis, a existência de comprometimentos psíquicos advindos da doença orgânica ou não (daí a importância da interconsulta com o médico para se informar), o momento de enfrentamento da doença em que se encontra (negação ou aceitação) e o prognóstico. Como já foi citado, é comum a existência de quadros depressivos devido aos diversos graus de dependência a que os pacientes estão submetidos e à mudança de papéis que experimentam.
O cuidador é avaliado pelo psicólogo quanto à forma como está enfrentando a situação de doença sendo focalizados, principalmente, a existência ou não do cuidado consigo mesmo (se tem tido lazer, se divide tarefas com outras pessoas) e os efeitos que o exercício de cuidar tem tido em sua vida, com as perdas e ganhos que isso significa. Não é raro que esta pessoa se apresente sobrecarregada em suas tarefas com o paciente e num quadro de stress, embora reconheça sentir-se bem por cuidar de alguém que lhe é querido, sendo útil, tendo uma importante função (Laham, 2003).
Uma vez que tenha acesso a outros familiares, o psicólogo se preocupa em perceber também como eles encaram a situação de ter um parente doente, como estão se organizando para os cuidados e em identificar eventuais problemas na dinâmica familiar que possam estar interferindo no andamento do tratamento do paciente.
Com a equipe de saúde, o psicólogo procede à observação da dinâmica existente entre esta e o paciente, familiares e cuidador no momento das visitas domiciliares. Em reuniões de equipe, onde há discussões de casos, informa como o paciente, o cuidador e a família estão reagindo à situação de doença, focalizando as implicações psicológicas de cada caso atendido, auxiliando na análise de eventuais problemas, trazendo aspectos psicodinâmicos da relação profissional-cliente, levantando hipóteses psicológicas que possam explicar o porquê de comportamentos como a não adesão ao tratamento proposto, por exemplo. Tudo isso preocupando-se sempre em não expor detalhes sigilosos da vida dos envolvidos ao apresentar a dinâmica psicológica de cada caso.
É importante ressaltar que o psicólogo não deve se colocar no papel de “terapeuta” da equipe, já que também faz parte dela, ainda que se depare com a existência de pedidos nesse sentido. Eles são comuns, já que o trabalho é mobilizador de várias emoções, principalmente quando a convivência com a morte é constante – o que ocorre nesse tipo de atividade. Devido às características clínicas dos pacientes atendidos, a gravidade de cada caso, vários deles têm apenas a possibilidade de receber cuidados paliativos para que vivam o tempo que lhes resta da melhor forma possível, sem desconforto ou dor. É comum também ocorrer a identificação com os pacientes, principalmente quando estes são jovens, da mesma faixa etária dos profissionais. Estes presenciam o sofrimentode doentes e familiares e sofrem também com a morte dos pacientes mais queridos.
A partir desse psicodiagnóstico situacional, o psicólogo irá nortear sua atuação em cada caso, dependendo das necessidades e demandas levantadas. Poderá, então, propor: uma psicoterapia breve para o paciente ou o cuidador individualmente, ou incluir os cuidadores em grupos terapêuticos; realizar orientações individuais ou grupais; participar de reuniões de família, juntamente com outros membros da equipe de saúde, para redirecionar o tratamento (por necessidade de cirurgias, procedimentos invasivos, casos de não adesão, orientações focalizadas na provável proximidade do óbito do paciente, entre outros); além de trazer à equipe conteúdos subjetivos dos casos atendidos.
Nos atendimentos individuais aos pacientes e cuidadores é freqüente observar a presença de traços depressivos e de ansiedade, a procura de explicações para o advento da doença, dificuldades para aceitar a situação de dependência e a troca de papéis que, por vezes, se estabelece na família, já que, como foi referido, é comum o provedor da casa passar a ser dependente de quem antes estava sob seus cuidados, como acontece entre pais e filhos. Já no trabalho em grupo com os cuidadores são freqüentes as queixas quanto à dificuldade de divisão de tarefas com outros membros da família, as trocas de experiências entre eles acerca da forma de realização de cuidados específicos, como o banho do paciente no leito ou a administração da dieta. São tratados também assuntos como a angústia de conviver com pacientes sem perspectiva de melhora clínica ou demenciados, e os encargos físicos e emocionais que isso traz para os cuidadores, entre outros conteúdos.
O atendimento em domicílio permite maior contato com a realidade concreta do paciente, havendo a possibilidade de se observar características da dinâmica familiar que não aparecem nos atendimentos nas instituições de saúde, que podem e devem ser utilizadas como dados para o psicodiagnóstico. Quanto às limitações à atuação do psicólogo no domicílio, é desejável que estas sejam encaradas como desafios, e que não signifiquem um entrave a esse tipo de tratamento para pacientes que, muitas vezes, se vêem impotentes diante da doença que não tem cura, mas que insistem na continuidade da vida, com o máximo possível de qualidade.
Caso clínico
Será apresentado agora um caso atendido pelo NADI que, acreditamos, ilustra o que tem sido relatado até aqui a respeito do trabalho do psicólogo com pacientes portadores de doenças crônicas, atendidos em domicílio, sendo este profissional componente de uma equipe de saúde.
Joana (nome fictício) tinha 45 anos quando foi admitida pelo Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do ICHC-FMUSP. Era portadora de paralisia parcial abaixo do nível do quadril, secundária a acidente ocorrido no momento de seu nascimento; deformidade de caixa torácica e bacia; úlcera por pressão grau IV (ferida profunda na pele); incontinência fecal e urinária; constipação intestinal crônica (7 dias); síndrome depressiva; tumoração de mama a esclarecer e suspeita de hipertensão arterial sistêmica. Sofreu um acidente vascular de tronco cerebral três anos antes, evoluindo com perda de força motora parcial do lado direito do corpo. Em conseqüência do AVC, tornou-se totalmente dependente para atividades de vida diária. Era usuária de cadeira de rodas. Sua mãe, de 85 anos, cardiopata, era atendida pelo serviço de assistência domiciliar. Joana era solteira e morava com a mãe e duas sobrinhas (de 29 e 27 anos de idade), sendo que o irmão e a cunhada residiam no mesmo quintal.
Ao atender a mãe de Joana, a equipe de saúde percebia que grande parte da aflição dessa paciente era referente à filha, acometida por tantas patologias, sendo que a mãe, que sempre havia cuidado dela, tinha cada vez mais dificuldade nessa atividade por conta de sua própria condição de saúde. Assim sendo, foi proposto estender o atendimento domiciliar a Joana, que era paciente do HC e preenchia os critérios de inclusão no programa.
Algum tempo após sua entrada no NADI, a equipe de saúde que a visitava começou a se queixar de falta de adesão ao tratamento. A paciente não estaria disposta a seguir as orientações, nem tampouco preocupada em que a úlcera, na região sacra, fechasse. Não fazia os curativos adequadamente e não mudava de posição, estando sempre na cadeira de rodas, “em cima da escara”. Além disso, recebia a equipe com ironia e sarcasmo, “rindo da gente”. A equipe conversava, então, sobre a possibilidade – praticamente certa - de dar alta à paciente por falta de adesão ao tratamento.
Nesse momento, entrava para a equipe uma aluna do curso de aprimoramento em Psicologia Hospitalar, especialização cuja parte prática seria desenvolvida, por um ano, no NADI. Foi solicitado, então, que essa profissional fosse à casa da paciente e fizesse uma avaliação da situação em questão, já que ela não estava “contaminada” pela raiva que assolava vários membros da equipe em resposta às atitudes da paciente. A psicóloga procedeu, então, o psicodiagnóstico situacional.
O que encontrou foi um quadro diferente daquele descrito objetivamente pelos demais profissionais. A paciente trouxe sua versão da história, manifestando o desejo de que a ferida fechasse sim, porém não estava conseguindo cumprir as orientações da equipe. Em relação a mudar de posição, disse ser muito difícil sair da cadeira de rodas, ficar deitada, por conta das fortes dores que sentia em virtude das deformidades. Sobre trocar os curativos, evitava, uma vez que apenas a mãe podia fazê-lo, e esta passava mal quando cuidava da filha, pois também estava fragilizada. O medo de que algo “ruim” acontecesse com a mãe (piora do seu estado de saúde) fazia com que Joana preferisse continuar com a úlcera ao invés de deixar que a limpeza fosse feita no local. Quanto à sua postura irônica diante da equipe, foi possível compreender os motivos de sua resistência em colocar em prática o que era recomendado. Por outro lado, foi percebido que sentia a equipe hostil e descrente quanto à sua adesão ao tratamento.
Foi detectado também um sentimento ambivalente da paciente em relação à sua mãe, uma mistura de amor por ela ministrar os cuidados e de raiva, já que Joana culpava a mãe pelo acidente de parto, uma vez que foi a única filha nascida em casa. Acreditava que se tivesse nascido na maternidade, como os irmãos, tal dano não teria acontecido. Aliada a tudo isso, apresentava auto-estima muito rebaixada.
A psicóloga, então, ofereceu à paciente sessões de psicoterapia breve, onde foram trabalhados conteúdos a respeito da relação dela com a mãe e com outros membros da família, os quais não deixava que se aproximassem para auxiliar nos cuidados. Enquanto isso, junto à equipe de saúde, foram discutidos os dados psicodinâmicos e apresentadas outras interpretações dos fatos. Foi discutida, também, a importância da mudança da postura dos profissionais frente à paciente, de modo a se disponibilizarem para orientá-la com mais atenção e paciência, esclarecendo-a sobre a gravidade do estado da ferida na região sacral.
Joana começou a apresentar disposição em melhorar, consentindo que a cunhada fizesse também os curativos na ferida. Pensou, por si mesma, em alternativas para a mudança de posição que tinha que fazer para auxiliar no fechamento da úlcera, como sair da cama mais tarde, no período da manhã, e ir para a cama mais cedo, à noite, para passar mais tempo deitada. Após dois meses já se mostrava mais motivada para a vida e começava a resgatar, também, um melhor relacionamento com a mãe. Em três meses a escara havia melhorado muito e a auto-estima de Joana estava elevada. Apenas a necessidade de biópsia para esclarecimento do tumor na mama a deixava ansiosa, porém, o resultado do exame, posteriormente, revelou que era benigno. Diante da situação emocional estável em que permanecia após mais alguns meses, Joana recebeu alta quanto à psicoterapia e continuou sendo atendida pela equipe do NADI, com quem passou a manterum ótimo relacionamento. Neste caso, a intervenção psicológica, juntamente com a disposição da equipe em repensar suas atitudes, parecem ter sido fundamentais para que a assistência à paciente fosse mantida.
Referências
Albuquerque, S. M. R. L. (2003). Qualidade de vida do idoso: A  assistência domiciliar faz a diferença? São Paulo: Casa do Psicólogo.
Foucault, M. (1981). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal.
Gavião, A. C. D., & Palavéri, F. K. C. (2000). O papel do psicólogo. In Y. A. O. Duarte & M. J. D. Diogo, Atendimento Domiciliar: Um enfoque gerontológico. São Paulo: Atheneu.
Jacob Filho, W. (jun. 2000). Doenças degenerativas e a assistência domiciliar. Jovem Médico (Edição especial: Adesão ao tratamento), 19-23.
Jacob Filho, W., Chiba, T. & Andrade, M. V. (2000). Assistência domiciliária interdisciplinar em uma instituição de ensino. In Y. A. O. Duarte & M. J. D. Diogo, Atendimento domiciliar: Um enfoque gerontológico. São Paulo: Atheneu.
Laham, C. F. (2003). Percepção de perdas e ganhos subjetivos entre cuidadores de pacientes atendidos em um programa de assistência domiciliar.  Dissertação de Mestrado, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo.
1 Psicóloga da Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre em Ciências pela FMUSP. E-mail da autora:claudiaf.laham@uol.com.br
Índice
O Atendimento psicológico domiciliar (Home care)
O Atendimento psicológico domiciliar ou Home care tem como objetivo possibilitar o cuidado psicológico às pessoas impossibilitadas de se transportarem ao consultório ou hospital. São pessoas com dificuldades de locomoção, permanente ou temporárias. Podem ser elas:
·          Pessoas em recuperação pós-operatória;
·          Deficientes físicos;
·          Idosos com dificuldade de locomoção;
·          Depressão
·          Síndrome do Pânico
·          Etc.
O paciente/cliente, a família, o médico ou a equipe de saúde podem solicitar este tipo de atendimento. A partir deste pedido, o psicólogo faz uma avaliação para identificar as necessidades do cliente.
Estabelece-se então, o dia, hora e o período do atendimento para que o cliente e familiares possam se organizar.
É natural que a família e o próprio paciente sintam certo constrangimento à presença do psicólogo dentro de casa, devido a exposições de informações que não gostariam de revelar; mas cabe ao psicólogo delimitar o seu espaço e possibilidades. Lembrando que está ali para estar a serviço da pessoa a ser atendida.
“A ética em seu entendimento mais amplo é respeitada na medida em que o atendimento domiciliar é avaliado como a única forma de que se dispõe em dado contexto para atenuar o sofrimento da pessoa ou da família.”
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
CAPÍTULO VI
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Bibliografia
Conselho Regional de Psicologia SP. O atendimento domiciliar em psicologia. Disponível em: < http://www.crpsp.org.br/crp/midia/jornal_crp/128/frames/fr_orientacao.aspx>.
Conselho Regional de psicologia RJ. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Disponível em: < http://www.crprj.org.br/legislacao/documentos/lei1990-8080.pdf>.
	Atendimento a dependentes de drogas e álcool
	
O crescimento do consumo de drogas lícitas e ilícitas tem reflexos na vida familiar, nas relações de trabalho, trânsito e serviços de saúde. O problema, que durante muito tempo foi preconceituosamente tratado como uma questão policial, está gradualmente sendo reconhecido como um problema de saúde pública. O dependente de álcool e drogas, que por muito tempo foi estigmatizado como um indivíduo fraco e imoral, agora já é percebido como uma pessoa doente, que precisa de ajuda e não de repressão.
Desta forma, é importante que caso ele queira e procure auxílio para se desintoxicar, tenha acesso à tratamento médico e psicológico nos serviços de saúde da rede pública.
 
· Serviços da Rede Municipal (CAPSad Centro de Atenção Psicosocial – Álcool e Drogas)
· Serviços da Rede Estadual
· Serviços ligados à Universidades
· Serviços de Organizações Não-Governamentais
 
 
Serviço Disque Drogas
O Disque Drogas presta informação e orientação relacionadas ao uso de drogas.
Tel: 0800-7713163 ou 3105-2645
Funcionamento: de 2ª a 6ª feira, das 8h às 18h
Links importantes sobre o tema: 
IMESC - Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo
http://www.imesc.sp.gov.br/infodrog.htm
Associação brasileira de Estudos sobre Álcool e outras Drogas
http://www.abead.com.br/
Centro de Informações sobre saúde e alcool
http://www.cisa.org.br/novo_home.php
A droga: Matérias sobre Recuperação e tratamento
http://www.adroga.casadia.org/
A Psicologia Institucional é o termo usado para designar a abordagem da psicologia nas instituições, fundamentada no referencial psicanalítico. Surgiu na Argentina na década de 60 e difundiu-se no Brasil através do estado de Rio Grande do Sul.  
José Bleger contribuiu de maneira fundamental para o desenvolvimento de métodos de trabalho a nível institucional, ampliando seus estudos sobre grupos e entendendo que a instituição é um grupo que resulta de acordos que se fazem entre a organização e as pessoas a quem a organização confia as atribuições contidas nas funções.
Entendendo a dinâmica institucional, este teórico, enfatiza a importância dos objetivos do psicólogo e os objetivos da instituição, e propõe que a Psicologia Institucional é constituída por um processo de investigação e ação, onde o método clínico de indagação operativa é um instrumento básico de pesquisa.
O criador da Psicologia Institucional afirma ainda que ocorreu uma mudança de paradigma em relação aos campos de atuação do psicólogo, no âmbito individual e privado, relacionados somente a problemas psicopatológicos  e no campo de promoção a saúde, abriu assim amplas possibilidades para atuação em grupos, empresas e instituições. 
Portanto, podemos entender que para o psicólogo, atuar em uma instituição esta lhe interessará como organismo concreto, mas sem deixar de lado que seu principal objetivo é o de estudar os fenômenos humanos que se dão em relação com a estrutura, a dinâmica e os objetivos da instituição.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado 
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/10960/psicologia-institucional#ixzz3DJepQPr2
A Psicologia Institucional é o termo usado para designar a abordagem da psicologia nas instituições, fundamentada no referencial psicanalítico. Surgiu na Argentina na década de 60 e difundiu-se no Brasil através do estado de Rio Grande do Sul.  
José Bleger contribuiu de maneira fundamental para o desenvolvimento de métodos de trabalho a nível institucional, ampliando seus estudos sobre grupos e entendendo que a instituição é um grupo que resulta de acordos que se fazem entre a organização e as pessoas a quem a organização confia as atribuições contidas nas funções.
Entendendo a dinâmica institucional, este teórico, enfatiza a importância dos objetivos do psicólogo e os objetivos da instituição, epropõe que a Psicologia Institucional é constituída por um processo de investigação e ação, onde o método clínico de indagação operativa é um instrumento básico de pesquisa.
O criador da Psicologia Institucional afirma ainda que ocorreu uma mudança de paradigma em relação aos campos de atuação do psicólogo, no âmbito individual e privado, relacionados somente a problemas psicopatológicos  e no campo de promoção a saúde, abriu assim amplas possibilidades para atuação em grupos, empresas e instituições. 
Portanto, podemos entender que para o psicólogo, atuar em uma instituição esta lhe interessará como organismo concreto, mas sem deixar de lado que seu principal objetivo é o de estudar os fenômenos humanos que se dão em relação com a estrutura, a dinâmica e os objetivos da instituição.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado 
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/10960/psicologia-institucional#ixzz3DJepQPr2
Psicologia da Saúde
	
	
Por Ana Lucia Santana
 
  
A Psicologia da Saúde  é uma especialidade psicológica bem recente, constituindo uma disciplina que visa melhor entenderas questões relativas à saúde. Ela se preocupa com a compreensão pedagógica, científica e específica da Psicologia, sustentando o objetivo de instrumentalizá-la no desenvolvimento e na preservação da saúde, na profilaxia e na cura das enfermidades, na apuração das causas e na determinação precisa das doenças que acometem os pacientes, e também na melhoria da qualidade das políticas de Saúde.
Este campo do conhecimento resgata a visão do Homem como um todo, no qual é impossível dissociar a mente do organismo. Ela estabelece uma performance essencial para a psique ao buscar, através dela, a etiologia e o processo de cura da enfermidade. Mas ela se distingue da Medicina Psicossomática – que perquire as motivações das doenças e aborda o paciente como um todo -, da Saúde Comportamental – que procura, sem preocupação com teorias, sanar as questões emergenciais dos pacientes – e da Medicina Comportamental – a qual tenta evitar as doenças partindo do ponto de vista de que elas são provocadas por comportamentos incorretos. A Psicologia da Saúde está mais diretamente relacionada à Psicologia.
Esta área de atuação tem adquirido cada vez mais valor na esfera da Saúde, principalmente no que concerne à interação do Homem com o estado saudável e com as enfermidades, ao intercâmbio e à colaboração com os trabalhadores da Saúde, à pesquisa e renovação das políticas de Saúde. Em conseqüência disto ocorreu uma união de esforços entre a Psicologia da Saúde, a Saúde Pública e a recente Saúde Internacional.
Várias disciplinas têm surgido com o propósito de compreender o ser humano no seu todo, como uma entidade completa, uma engrenagem onde tudo se interliga, nada pode ser desagregado. A Psicologia da Saúde é igualmente um fruto desta tendência mundial, pois busca contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mentalmente saudável, conquistando um ponto de vista holístico, ou seja, bio-psico-social, de cada ser, percebendo-o como peça essencial para uma melhor qualidade da vida em sociedade.
Estudiosos como Bock & Cols procuram meios de evitar que as enfermidades psíquicas apareçam, implementando ardis que impeçam a sua gênese. Portanto, estes profissionais enfrentam a responsabilidade de criar mecanismos que promovam o bem-estar da sociedade, prevenindo patologias ou, pelo menos, atenuando-as ou preparando o grupo social para que ele esteja disposto a aceitar aquelas que não podem ser evitadas. Deste modo, esta disciplina se interliga à Psicologia Social, à Comunitária, à Organizacional, à Hospitalar, entre outras.
A procura dos profissionais por este campo da Psicologia vem se ampliando, bem como a oferta de cursos nesta área. Seus currículos começam a englobar temas inerentes às esferas da Saúde Pública e da Saúde Internacional, enquanto a graduação nestes campos também tem incluído aspectos associados à Psicologia da Saúde.
No Brasil este trabalho teve início no Hospital de Clínicas de Uberlândia, há pelo menos dez anos, tanto nos setores de internação quanto nos ambulatórios. Esta atuação se tornou oficial em 1991, quando se instituiu o Serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica deste Hospital, fruto da integração das psicólogas que operavam na Enfermaria de Pediatria e UTI, na Monitoria das Ciências do Comportamento Aplicadas à Saúde, pertencente ao Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Uberlândia. Posteriormente este trabalho cresceu, com a admissão de novas psicólogas, conquistando organização administrativa autônoma em 1996.
Fontes
http://br.geocities.com/corpomentejp/index.html
http://susanaalamy.sites.uol.com.br/psicopio_n2_44.pdf
http://www.hc.ufu.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_da_saúde
http://www.scielo.oces.mctes.pt/
http://www.tudoperto.com.br/destaque/crisalida.html
A saúde pública é dividida em níveis de atenção a saúde, sendo eles: nível primário, secundário e terciário, hoje mais normalmente usado como: níveil primário e especializados(sem a sub divisão de secundário e terciário) 
O Nível Primário é relativo a Atenção Básica a Saúde (ou seja, quer dizer a mesma coisa) e o Ministério da Saúde defini assim: 
¨ Atenção Básica á Saúde é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situadas no primeiro nível (primário) de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação.” (Ministério da Saúde, 2005) 
Neste nível Primário quem atua são as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou os famosos ¨postinhos de saúde¨.
Nestas unidades realizam-se os Programas de Saúde , por ex: Hiperdia (Programa de Prevenção e controle da Hipertenção), Saúde da Família (PSF), Programa de controle da Tuberculose, Campanha de Vacinação e várias outras ações e programas de prevenção á saúde volta a todos os moradores da comunidade em carater curativo e principalmente PREVENTIVO. 
Em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) é impressindível ter o atendimento básico composto por CONSULTAS MÉDICAS, entrega de medicamentos, procedimentos da enfermagem, mas normalmente não há especialidades. 
Já nos níveis especializados, encontramos as consultas (ambulatórios) dos especialistas (neuro, orto, remauto, outros). Os pacientes chegam a este nível por encaminhamento dos médicos do PSF ou do clínico da UBS. 
Em nível mais especializado (hospitais) principalmente os hospitais universitários temos as grandes cirugias, transplante de órgãos, e procedimentos de alta complexidade.

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