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Economia Política - Karl Marx

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Tema 13 - Karl Marx - Crítica à economia política: produção, consumo, distribuição, troca
Produção 
Objetivo: estudar a produção material 
Ponto de partida: indivíduos produzindo em sociedade 
É uma grande ilusão considerar o indivíduo do século XVIII, produto da desintegração feudal e produto de novas forças de produção, como algo natural e não como um resultado histórico; mas é o que Adam Smith e David Ricardo fazem em suas obras 
O estado de dependência do ser humano evoluiu ao longo da história e apenas no século XVIII, com o advento da sociedade burguesa, é que as formas sociais das quais antes dependia passaram a constituir somente um meio para a realização de seus objetivos particulares 
Quando as reações sociais atingem o seu máximo desenvolvimento, o ponto de vista do homem isolado é originado. O homem, além de ser um animal sociável, é um animal que pode isolar-se somente enquanto vive em sociedade. Porém, o fato de um indivíduo isolado produzindo à margem da sociedade é algo absurdo, apesar de possível. 
Sendo assim, ao falar-se de produção entende-se produção de indivíduos vivendo em sociedade
Todas as épocas de produção possuem alguma característica em comum: tais traços comuns, estabelecidos via comparação, formam um conjunto complexo, mas sem eles não seria possível conceber nenhum tipo de produção. No entanto, é exatamente aquilo que diferencia as espécies de produção que constituem a sua evolução. 
A produção geral não existe se não houver produção em geral. A produção deriva da própria produção(é um ramo particular dela) ou constitui um todo, sempre. Mas a produção também não é somente uma produção particular, ela vem revestida de um corpo social que exerce sua atividade num conjunto de ramificações da produção. 
Está na moda fazer preceder um estudo de uma parte geral em economia política, parte geral essa que compreende: o estudo das condições essenciais à produção e o estudo das condições mais ou menos favoráveis ao desenvolvimento da produção(exemplo do último: o estado social progressivo ou estagnado de Adam Smith, cujo estudo conclui que um povo industrial atinge o apogeu de sua produção no momento em que atinge seu apogeu histórico e conclui também que certas raças, inclinações, climas e condições naturais são mais favoráveis que outras à produção)
Mas nesta parte geral, não são estes os problemas que na realidade são postos aos economistas: trata-se da apresentação da produção como fechada em leis naturais, eternas e independentes da história, insinuando que as relações burguesas são leis naturais imutáveis. Pelo contrário, na distribuição os homens permitem-se agir com arbitrariedade. Assim como no caso da produção, é possível isolar alguns traços comuns no caso da distribuição, por mais diversificada que seja. 
Por exemplo, todos os homens, sejam escravos, servos ou assalariados, recebem uma quota da produção social que lhes permitem subsistir em sua condição - diante desta nota, os economistas colocam dois pontos: o da propriedade e o da garantia da propriedade
Sobre o ponto da propriedade: toda e qualquer produção é apropriação da natureza pelo indivíduo, sendo redundante dizer que a propriedade é condição da produção. É redundante dizer também que não é possível haver produção nem sociedade onde não existe nenhuma forma de propriedade. 
Sobre o ponto da garantia da propriedade: a produção engendra suas próprias relações jurídicas, sua própria forma de governo, etc. Seria falta de perspicácia estabelecer simples laços de reflexão entre as coisas que foram um todo orgânico. Perturbações na produção são naturais quando as condições sociais correspondentes a um determinado estágio da produção estão se formando ou desaparecendo. 
Em suma: todos os estágios da produção possuem determinações comuns, e apesar do pensamento lhes dar um caráter geral, ela não passa de um fator abstrato 
Relação geral entre a produção e a distribuição, a troca, o consumo 
A produção cria, a partir dos produtos da natureza, os objetos que correspondem às necessidades humanas, caracterizando-se como ponto de partida 
A distribuição reparte esses objetos, determinando a quantidade de produtos que cabem ao indivíduo, caracterizando-se como meio-termo e como o momento que tem por origem a sociedade
A troca reparte esses objetos de novo, determinando os produtos que cada indivíduo reivindica como uma parte designada pela distribuição, caracterizando-se também como meio-termo e como o momento que tem por origem o indivíduo 
No consumo esses objetos tornam-se objetos de prazer e de apropriação individual, caracterizando-se como ponto de chegada 
Sendo assim, produção, distribuição, troca e consumo formam um silogismo, um encadeamento, no qual a produção determinada por leis naturais constitui o geral, a distribuição determinada pla contingência social e a troca como movimento social constituem o particular e o consumo como resultado e finalidade constitui o singular. 
A produção é também imediatamente o consumo: 
- o autor apresenta o duplo caráter do consumo: subjetivo e objetivo - por um lado, o indivíduo, ao produzir, consome no ato da produção; por outro lado, há o consumo dos meios de produção empregados
- portanto, o ato de produção é, sempre e simultaneamente, um ato de consumo 
- economistas designam pelo termo "consumo produtivo" a produção imediatamente idêntica ao consumo e o consumo coincidente com a produção 
- considerando o consumo propriamente dito, o consumo também é produção, como ocorre na natureza em que você consome para produzir. É a produção consumidora, essencialmente diferente da produção propriamente dita. 
- portanto, a produção é imediatamente o consumo e o consumo imediatamente produção; mas a produção também é intermediária do consumo, assim como o consumo é intermediário da produção 
- sem produção não há consumo, sem consumo não há produção 
- o consumo produz duplamente a produção pois: 
1. Somente pelo consumo o produto se torna realmente produto 
2. O consumo cria a necessidade de uma nova produção. Pois o consumo reproduz a necessidade, e sem a necessidade não há produção 
- do ponto de vista da produção: 
1. A produção gera o consumo fornecendo-lhe a sua matéria, o seu objeto 
2. A produção determina o modo de consumo 
3. A produção cria no consumidor a necessidade de produtos 
- triplo aspecto da identidade entre o consumo e a produção: 
1. Identidade imediata - a produção é o consumo, o consumo é a produção 
2. Ambos surgem como intermediários um do outro, estabelecendo uma relação de interdependência e reciprocidade indispensável - sem produção não há consumo, sem consumo não há produção 
3. A produção não é apenas imediatamente o consumo e vice versa, assim como a produção não é apenas um meio para o consumo e vice versa: cada um cria o outro, realiza-se sob a forma do outro 
- para um indivíduo, produção e consumo constituem momentos de um mesmo ato
- considerando que produção e consumo surgem como momentos de um processo no qual a produção, por ser o ponto de partida, é o fator que prevalece, pode-se dizer que o consumo surge como um momento da produção 
- na sociedade, a relação entre produtor e produto é externa, pois entre eles interpõe-se a distribuição, que se coloca entre a produção e o consumo
Distribuição e produção: 
- a distribuição inclui renda imobiliária, salário, juro e lucro; enquanto os agentes da produção são a terra, o trabalho, o capital
- o capital é admitido de duas formas: 
1. Como agente de produção 
2. Como formas de distribuição determinadas e determinantes 
- desta forma, juro e lucro figuram também na produção, por serem modos de reprodução do capital, assim como são modos de distribuição 
- o caráter de agente de produção que o trabalho possui é determinação da distribuição no caso do salário 
- a renda imobiliária supõe a grande propriedade como agente de produção, e não a terra
- as relações e os modos de distribuição apresentam-se como inverso dos agentes de produção 
- a estrutura da distribuição é determinada pela estruturada produção, sendo a distribuição produto da produção no que diz respeito ao objeto e à forma(a produção determina de que forma o produtor irá participar da distribuição) - portanto, é ilusório incluir a terra na produção, a renda imobiliária na distribuição 
- David Ricardo: definiu a distribuição como objeto exclusivo da economia política pois via a expressão das relações dos agentes de produção numa sociedade nas formas de distribuição 
- em relação ao indivíduo isolado: distribuição surge como uma lei social que precede a produção 
- outro ponto de vista: considerando todas as sociedades, a distribuição precede e determina a produção. exemplo: um povo conquistador partilha a terra, impondo uma repartição e uma forma de propriedade, determinando assim a produção 
- concepção mais banal: distribuição apresenta-se como distribuição de produtos, afastada e independente da produção. No entanto, antes de ser distribuição de produtos, ela é distribuição dos instrumentos de produção e distribuição dos membros da sociedade pelos diferentes tipos de produção . A distribuição dos produtos é, portanto, resultado dessas outras distribuições(que determinam sua estrutura). 
- David Ricardo: não é a produção, e sim a distribuição o verdadeiro assunto da economia política
- a relação entre distribuição e a produção que ela determina depende da própria produção. Partindo do fato que a distribuição precede a produção, poderíamos afirmar que a produção tem suas próprias condições e premissas, sendo que estas constituem seus fatores
- estes fatores podem surgir como dados naturais, mas a produção os transforma em dados históricos 
- a questão de que modo as condições históricas intervêm na produção e qual a relação da produção com o movimento histórico em geral levanta a discussão e a analise da própria produção 
- em todas as conquistas há três possibilidades: 
1. Povo conquistador impõe seu modo de produção 
2. O povo conquistador deixa existir o antigo modo de produção 
3. Síntese dos modos de produção dos conquistadores e conquistados 
- em qualquer destes casos, o modo de produção é determinante para a distribuição 
- a distribuição é produto de uma ou outra produção histórica determinada 
- o autor dá o exemplo dos mongóis e dos bárbaros germânicos 
- tradicionalmente se afirma que o homem viveu de pilhagem em certos períodos, no entanto, deve existir algo para pilhar, deve existir produção - o modo de pilhagem é determinado pelo modo de produção 
- as leis que perpetuam instrumentos de produção só têm importância econômica quando a grande propriedade está em equilíbrio com a produção social - a influencia das leis sobre as relações de distribuição e sobre a produção devem ser determinadas separadamente
Troca e produção: 
- a circulação é apenas um momento determinado da troca
- a troca é um intermediário entre produção e a distribuição que ela determina, como o consumo, e na medida em que este ultimo surge como um dos fatores da produção, a troca constitui um momento da produção - argumentos: 
- a troca tem lugar na própria produção e constitui um dos seus elementos essenciais - isto é verdade para a troca de produtos, pois fornece o produto destinado ao consumo imediato 
- a troca entre negociantes é determinada pela produção, a troca só aparece como independente dela no último estágio
- mas: 
1. Não há troca sem divisão do trabalho 
2. A troca privada supõe a produção privada
3. A intensidade, extensão e modo da troca são determinadas pela produção 
- conclusão: 
1. A produção, distribuição, troca e consumo são elementos de uma totalidade 
2. A troca e consumo não podem prevalecer sobre a produção, pois é a partir da produção que o processo recomeça 
3. Enquanto distribuição dos agentes de produção, a distribuição é um momento da produção 
4. Uma produção determina um consumo, uma distribuição e uma troca, regulando as relações reciprocas desses momentos 
5. A produção na sua forma exclusiva também é determinada pelos outros fatores: uma mudança na distribuição provoca uma mudança na produção, as necessidades do consumo determinam a produção 
6. Há reciprocidade entre os diferentes momentos, pois é assim que acontece em uma totalidade orgânica 
O método da economia política 
Aparentemente o melhor método para se analisar a economia política de uma pais é começar pelo real e pelo concreto, estudando sua população, a divisão de classes, a repartição da população; mas este método é errado. 
Marx revela a existência de dois métodos de estudo da economia política 
- o primeiro método: adotado pelos economistas do século XVII, começam seus estudos por uma totalidade viva mas acabam chegando em relações gerais abstratas 
- o segundo método: Marx assinala este método como o método cientifico correto - o concreto é processo de uma síntese, é um resultado e não um ponto de partida. O primeiro passo é reduzir a representação a uma determinação abstrata, chegando à reprodução do concreto através do pensamento. O método que consiste em partir do abstrato para chegar ao concreto é, para o pensamento, a maneira precisa de se apropriar do concreto. 
- mas as categorias simples não teriam uma existência independente e anterior às categorias mais concretas? Depende. As categorias simples expressam relações em que o concreto ainda não desenvolvido pôde se realizar. As categorias simples podem exprimir relações dominantes de um todo menos desenvolvido ou relações subordinadas de um todo mais desenvolvido. Assim, a evolução do pensamento abstrato, que se dá do mais simples ao mais complexo, corresponderia ao processo histórico real. A categoria mais simples pode pertencer a uma sociedade mais complexa, assim como a categoria mais concreta pode pertencer a uma sociedade mais atrasada - exemplo do Peru, dos eslavos e dos romanos 
o autor dá o exemplo do trabalho, no qual ele cita Adam Smith, e mostra que até as categorias mais abstratas não são menos o produto de condições históricas, válidas nessas condições 
é preciso não esquecer que o objeto de estudo é dado tanto na realidade como no cérebro, e que as categorias exprimem formas e condições de existência 
em todas as formas de sociedade é uma determinada produção e as relações que ela produz que estabelecem as outras produções e suas relações - exemplo dos povos de pastores
conclusão: 
1. É impossível e errado classificar as categorias econômicas de acordo com sua ordem histórica 
2. A ordem das categorias econômicas é determinada pelas relações entre elas na sociedade, ordem essa contraria à sua ordem natural ou sua ordem de sucessão histórica - trata-se da sua hierarquia no quadro da sociedade; no caso, a sociedade burguesa 
 plano a ser adotado no estudo da moderna sociedade burguesa: 
1. Considerar as determinações abstratas gerais 
2. Considerar as categorias que constituem a estrutura interna da sociedade burguesa, sobre as quais repousam as classes fundamentais. Deve-se considerar: o capital, o trabalho assalariado, a propriedade fundiária, suas relações reciprocas, cidade e campo, as três grandes classes sociais, a troca entre elas, a circulação, o crédito 
3. Considerar a concentração da sociedade burguesa sob forma de Estado, sua relação consigo próprio, as classes improdutivas, os impostos, a divida publica, o credito publico, a população, as colônias, a emigração 
4. Considerar as relações internacionais de produção, a divisão internacional do trabalho, a troca internacional 
5. Considerar o mercado mundial e as crises 
Produção. Meios de produção e relações de produção. Relações de produção e relações de circulação. Formas de Estado e de consciência em relação às condições de produção e de circulação. Relações jurídicas. Relações familiares. 
Marx estabelece oito pontos a serem mencionados: 
1. A guerra desenvolvida anteriormente à paz: como certas relações econômicas se desenvolveram mais cedo com a guerra e exércitos do que na sociedade burguesa 
2. Relação entre a história idealistas e a história real, em particular as chamadas histórias da civilização 
3.Fenômenos secundários e terciarios: relações de produção transferidas e relações internacionais
4. Criticas ao materialismo, relação com o materialismo naturalista 
5. Dialética dos conceitos: forca produtiva e relações de produção 
6. Desigualdade entre o desenvolvimento da produção material e o da produção artística
7. Surgimento desta concepção como um desenvolvimento necessário
8. O ponto de partida das determinações naturais, subjetivamente e objetivamente: a mitologia é necessária e ainda nos proporciona um prazer estético, ainda tem de certa forma um valor de norma e de modelo. O encanto que a mitologia exerce em nós é consequência do caráter primitivo da sociedade na qual se desenvolveu e está ligado ao fato de que as condições sociais em que floresceu nunca mais poderem se repetir

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