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SGADMIN Análise De Demonstrações Financeiras LIVRO

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ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS
Nathália Helena 
Fernandes Laffin
Alguns indicadores de 
rentabilidade usados pelas 
sociedades por ações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os indicadores utilizados por parte do investidor.
 � Identificar o cálculo do valor patrimonial da ação e sua interpretação.
 � Descrever a rentabilidade da ação no exercício e a quantidade de 
exercícios necessários para a recuperação do valor investido e sua 
interpretação.
Introdução
Neste capítulo, você vai aprender um pouco mais sobre os indicadores 
de rentabilidade utilizados pelas sociedades por ações. As sociedades 
por ações são as empresas que possuem seu capital dividido e diluído 
entre vários acionistas. Para um investidor decidir se investe ou não em 
uma empresa, se adquire ou não ações dessa empresa, precisa de infor-
mações que impactem em sua decisão. Essas informações dizem respeito 
a inúmeras variáveis, como, por exemplo, o rendimento que a empresa 
gera a seus acionistas. 
Indicadores utilizados por investidores
A rentabilidade consiste em um número ou percentual que indique o quanto 
um valor investido possui de retorno. A análise da rentabilidade, de acordo 
com Bruni (2014, p. 210), “é um dos mais importantes aspectos associados ao 
estudo das demonstrações contábeis”. O autor acrescenta ainda que quanto 
maior a rentabilidade de um investimento, maior a chance de ele criar valor 
— ou seja, gerar retorno (BRUNI, 2014).
A rentabilidade é utilizada com diferentes perspectivas, como, por exemplo, 
descobrir se a empresa tem gerado lucro e se esse lucro está de acordo com 
as expectativas ou com as concorrentes. Os indicadores de rentabilidade mais 
utilizados pelas sociedades por ações são:
 � índices de margem;
 � índices de utilização de ativos;
 � índices de retorno sobre o capital próprio.
Adiante, saberemos um pouco mais sobre cada um desses índices.
Índices de margem
Os índices de margem são aqueles que apresentam os ganhos da empresa em 
relação aos produtos e/ou serviços vendidos. Como você já sabe, existem dois 
indicadores relacionados à margem: o índice margem operacional e o índice 
margem líquida. Enquanto o índice margem operacional se dedica a descobrir 
qual o lucro operacional da empresa por unidade vendida, o índice margem 
líquida mostra o lucro líquido obtido para cada real de receita líquida. Para 
o cálculo de cada um desses indicadores, é necessário obter informações na 
demonstração do resultado do exercício. 
A demonstração do resultado do exercício é um demonstrativo financeiro que apresenta 
toda a composição do resultado de uma empresa em um determinado exercício social. 
Sendo assim, nesse demonstrativo é possível verificar todas as receitas auferidas e 
todas as despesas incorridas pela empresa em um período de tempo.
O lucro operacional consiste no lucro gerado exclusivamente pela atividade 
fim da empresa, isto é, aquela para qual a empresa foi criada (por exemplo: 
atividade industrial nas indústrias, atividade comercial no comércio, presta-
ção de serviços nos prestadores de serviços). Esse valor é obtido mediante 
o confronto entre as receitas operacionais e as despesas administrativas, 
comerciais e operacionais.
Alguns indicadores de rentabilidade usados pelas sociedades por ações2
O lucro líquido, por sua vez, é obtido como o resultado de todas as atividades 
realizadas pela empresa. Logo, todo o valor gerado por receitas é deduzido 
das despesas, inclusive com os tributos incidentes sobre o lucro. 
Tanto para a margem operacional quanto para a margem líquida, o que se deve 
compreender é que: quanto maior, melhor.
Índices de utilização de ativos
Os índices de utilização de ativos dizem respeito à eficiência do negócio. 
Existem diferentes índices que se relacionam à utilização de ativos, como os 
relacionados ao controle de contas a receber e gestão de estoques. Entretanto, 
dois dos principais indicadores relacionados à rentabilidade e que são utilizados 
pelas sociedades por ações se destacam: o retorno sobre o ativo (ROA) e o 
giro do ativo. 
O ROA, como você já sabe, calcula a rentabilidade dos ativos da empresa, 
isto é, o quanto cada investimento aplicado na empresa gera — ignorando a sua 
origem. Esse índice mede a capacidade da empresa de aplicar com eficiência 
seus recursos, verificando qual o retorno obtido para cada real que compõe o 
ativo da empresa. Dessa forma, quanto maior o resultado do indicador, melhor 
será para o investidor.
O patrimônio de uma empresa é composto por seus bens, direitos e obrigações. O 
ativo de uma empresa corresponde aos recursos controlados pela entidade, que advêm 
de eventos passados e dos quais esperam-se benefícios econômicos futuros. Como 
exemplo, citam-se valores aplicados em caixa, valores a receber de clientes, valores 
investidos em operações financeiras, valores investidos em máquinas, etc.
3Alguns indicadores de rentabilidade usados pelas sociedades por ações
O giro do ativo, por sua vez, relaciona as vendas líquidas da empresa aos 
seus ativos. Conforme Bruni (2014), o cálculo do giro do ativo é obtido a 
partir da fórmula:
Giro do ativo = vendas líquidas / ativo médio
Para o cálculo do giro do ativo são necessárias, portanto, as informações 
decorrentes da demonstração do resultado do exercício (vendas líquidas) e do 
balanço patrimonial (ativo médio). 
O ativo médio é obtido a partir da média aritmética entre o saldo inicial do ativo e o 
saldo final do ativo. Por exemplo: se são analisadas as vendas líquidas do ano de 2018, 
o ativo médio será calculado a partir dos valores de ativo em 01/01/2018 e 31/12/2018.
Assim sendo, em uma empresa que possui vendas líquidas de R$ 300 e 
R$ 200 de ativos médios, apresenta um giro do ativo de 1,5:
Giro do ativo = 300 / 200
O giro do ativo é de 1,50. Esse cálculo apresentado informa que, para cada 
real aplicado em ativos, a empresa gera 1,50 de lucro. A intepretação do giro 
do ativo admite que quanto maior o resultado, melhor. 
Índices de retorno sobre o capital próprio
O índice de retorno sobre o capital próprio é um indicador de rentabilidade 
bastante usado por investidores, pois ele apresenta a rentabilidade dos valores 
investidos a partir do capital próprio da empresa, isto é, o valor empregado 
pelos sócios. Esse índice é conhecido como retorno sobre o patrimônio líquido 
(ROE) e para o seu cálculo é necessário obter informações na demonstração 
do resultado do exercício e no balanço patrimonial.
Alguns indicadores de rentabilidade usados pelas sociedades por ações4
Da demonstração do resultado do exercício, utiliza-se o lucro líquido do 
exercício, e do balanço patrimonial, utiliza-se o patrimônio líquido médio. 
Ele demonstra, portanto, “o retorno sobre o capital investido pelos acionistas” 
(BRUNI, 2014, p. 214).
Valor patrimonial da ação
Como você já sabe, as sociedades por ações são aquelas que dividem seu 
capital em diferentes partes. Essas partes são chamadas de ações. Portanto, 
uma ação é a menor parcela de uma companhia. Ao obter uma ação, a pessoa 
torna-se sócia da empresa.
O Me poupe! é um blog sobre o mercado de capitais, criado por Nathalia Arcuri, e 
que traz muitas informações sobre ações. Ela tem um canal no YouTube e um vídeo 
que trata especificamente sobre ações para iniciantes (TIPOS..., 2017). Clique no link 
para saber mais: 
https://goo.gl/uH6HmV
O valor patrimonial da ação (VPA) é um indicador bastante utilizado para 
análise de investimentos em ações, principalmente no que tange à comparação 
dos preços, que é o indicador mais comum de ser utilizado. Para descobrir o 
VPA de uma empresa, deve-se dividir o patrimônio líquido da empresa por 
todas as suas ações. 
VPA = patrimônio líquido / número de ações
Cada ação possui um valor patrimonial. Assim sendo, o VPA exprime 
quanto cada ação vale no patrimônio da empresa. Observe o exemplo a seguir.
5Alguns indicadores de rentabilidade usados pelas sociedadespor ações
A Companhia ABC é uma sociedade por ações e, ao se tornar uma sociedade por 
ações, decidiu que emitiria 10.000 ações. Seu patrimônio líquido, na data da emissão 
das ações, era de R$ 50.000.
VPA = 50.000 / 10.000
Sendo assim, cada ação tinha um valor patrimonial de R$ 5.
Imagine, agora, que no ano seguinte a empresa continua com 10.000 ações, mas seu 
patrimônio líquido mudou para R$ 58.000. A ação passou a ter um valor patrimonial de 
R$ 5,80. Ou seja: houve um aumento decorrente do aumento do patrimônio líquido.
Esse é o valor patrimonial da ação. Uma outra forma de compreender o 
VPA é analisá-lo em relação ao seu preço de mercado. Sabemos que o VPA 
das ações da Companhia ABC é de R$ 5,80. No mercado, a ação custa R$ 10. 
O indicador que temos para explicar o valor que as pessoas estão dispostas 
a pagar pelas ações da ABC é obtido mediante o cálculo de divisão do valor 
que o mercado paga pelo VPA:
Preço/VPA = 10 / 5,80
Isso significa que o mercado se dispõe a pagar 1,72 vez o VPA da Com-
panhia ABC. Após isso ser compreendido, vamos entender como calcular a 
rentabilidade das ações.
Rentabilidade de ações
A rentabilidade das ações diz respeito ao quanto rendem, e saber como calcular 
e interpretar esse indicador é muito importante para a escolha de uma ação 
com perspectivas de ganhos. Para descobrir a rentabilidade de uma ação, é 
necessário comparar os fluxos de caixa gerados e o valor recebido por ela:
Rentabilidade de ação = (fluxos de caixa / valor inicial) × 100
Alguns indicadores de rentabilidade usados pelas sociedades por ações6
A rentabilidade das ações é traduzida pela valorização do patrimônio da 
empresa, ou seja, pelo quanto o preço da ação aumentou em relação ao seu 
preço médio de compra. Confira um exemplo.
Imagine que você comprou 1.000 ações da empresa ABC ao preço unitário de:
R$ 10,00 : 1.000 × 10 = R$ 10.000
Portanto, você comprou R$ 10.000 em ações da ABC. No final de um período, você 
consegue vender essas ações por R$ 10.950 — isto é, você obteve fluxos de caixa 
anual de R$ 950.
Rentabilidade de ação = (950 / 10.000) × 100
A rentabilidade das suas ações foi de 9,5%.
Dessa forma, é importante conhecer a rentabilidade das ações para decidir, 
entre diferentes ações, qual vale mais a pena ou também analisar se vale a 
pena manter essa ação em sua carteira de investimentos.
Agora, se você quer recuperar totalmente o valor investido e quer saber 
quanto tempo levará para isso, existem cálculos para descobrir o que chamamos 
de período de retorno de um investimento (PRI).
Você já sabe que o retorno sobre o investimento (ROI) é calculado a partir 
da receita gerada em razão do valor investido. A partir do valor da rentabilidade 
da ação, você descobrirá o percentual retornado ao ano e, com essa estimativa, 
será capaz de conhecer a quantidade de tempo que demorará o retorno: 
Tempo de retorno = 100% / % do retorno
Esse dado é obtido em meses ou anos, dependendo dos dados utilizados. 
No caso da empresa ABC, o investimento realizado demorará 10,5 anos para 
obter o retorno desejado. De acordo com Brigham e Ehrhardt (2016, p. 351), 
“descobrir o PRI é fundamental para a decisão dos investidores”.
7Alguns indicadores de rentabilidade usados pelas sociedades por ações
BRIGHAM, E. F.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e prática. 3. ed. São 
Paulo: Cengage Learning, 2016.
BRUNI, A. L. A análise contábil e financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. v. 4.
TIPOS de ações para leigos! Estreia Nath+ação: a bolsa de valores como você nunca 
viu. Videoaula ministrada por Nathalia Arcuri. [S. l.], 2017. 1 vídeo (8min12s). Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=82I7CEe5bRc>. Acesso em: 28 nov. 2018.
Leitura recomendada
GRIFFIN, M. P. Contabilidade e finanças. São Paulo: Saraiva, 2017.
Alguns indicadores de rentabilidade usados pelas sociedades por ações8
Conteúdo:
PLANEJAMENTO E 
ORÇAMENTO 
PÚBLICO 
Análise das demonstrações 
financeiras
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar as demonstrações contábeis passíveis de análise.
 � Resolver os cálculos dos indicadores econômicos e financeiros.
 � Analisar os resultados obtidos com os cálculos dos indicadores eco-
nômicos e financeiros.
Introdução
As demonstrações contábeis fornecem informações úteis e fidedignas 
que refletem as operações realizadas pelas entidades em determinado 
período. A administração da entidade é responsável pela elaboração des-
sas demonstrações, cuja finalidade é auxiliar os usuários com informações 
sobre o desempenho (lucro ou prejuízo) da organização.
Por meio das demonstrações contábeis, a entidade pode calcular 
indicadores capazes de avaliar a sua situação econômico-financeira. 
Contudo, para uma avaliação eficiente e sem distorções, a entidade pre-
cisa comparar esses indicados com a média do setor e entre dois ou mais 
períodos. Portanto, faz-se imprescindível que a entidade conheça os 
cálculos dos indicadores, bem como a sua utilidade para compreender a 
realidade da organização, a fim de utilizar essa informação para o processo 
de tomada de decisão.
Neste capítulo, você conhecerá as demonstrações contábeis passíveis 
de análise. Além disso, verá exemplos de cálculos dos indicadores eco-
nômicos e financeiros, bem como a análise dos seus resultados.
1 Demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis evidenciam os efeitos patrimoniais e financeiros, 
o desempenho e o fluxo de caixa da entidade de forma estruturada e simpli-
ficada aos usuários das informações (acionistas, sócios, administradores, 
funcionários, consumidores, fornecedores, governo e instituições financeiras). 
Por meio delas, são fornecidas informações fidedignas e relevantes, capazes de 
ajudar na análise e na avaliação da tomada de decisão, permitindo o alcance 
dos objetivos de todos os interessados.
O item 10 da NBC TG 26 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILI-
DADE [CFC], 2009) determina que o conjunto completo das demonstrações 
contábeis se constitui pelo:
 � balanço patrimonial;
 � demonstração do resultado do exercício (DRE);
 � demonstração do resultado abrangente (DRA);
 � demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL);
 � demonstração dos fluxos de caixa (DFC);
 � demonstração do valor adicionado (DVA);
 � notas explicativas.
Embora as demonstrações contábeis apresentem finalidades diferentes, elas 
são complementares e consistentes entre si. Ou seja, é possível associar os dados 
de uma demonstração contábil com as demais. A análise das demonstrações 
financeiras considera o cálculo e a avaliação de quocientes, que relacionam, 
principalmente, itens e grupos do balanço patrimonial e da DRE. 
Balanço patrimonial
O balanço patrimonial demonstra, de forma quali e quantitativa, a situação 
patrimonial e financeira da entidade (art. 178 da Lei nº. 6.404/76). Contudo, 
a sua posição é estática, pois apresenta o patrimônio da companhia em um 
determinado período.
Análise das demonstrações financeiras2
Demonstração do resultado do exercício
A DRE mostra a situação econômica de uma entidade por meio da apuração do 
resultado (lucro ou prejuízo), o qual se traduz na diferença entre o valor total 
das receitas realizadas e o valor das despesas incorridas em um determinado 
período, segundo o regime de competência. 
A utilização de quocientes permite comparar, por exemplo, o ativo circu-
lante com o passivo circulante, em vez de analisar cada um dos elementos de 
forma individual (IUDÍCIBUS, 2017). Ademais, o analista consegue comparar 
os quocientes com padrões preestabelecidos e captar tendências capazes 
de contribuir para a tomada de decisão. De acordo com Iudícibus (2017), 
a periodicidade da análise dependerá dos objetivos a serem alcançados pelos 
usuários. Para finalidades externas, o cálculo anual ou semestral pode atender 
satisfatoriamente aos usuários. Já para a análise interna, os índices podem 
demandar acompanhamento mensal, outros até intervalos maiscurtos, de-
pendendo do panorama contábil-financeiro da organização.
Recomenda-se a realização de uma comparação dos indicadores econômico-financeiros 
com o setor de atividade (i.e., comparação do resultado da companhia em estudo com 
os seus concorrentes mais relevantes ou a média do mercado).
2 Indicadores econômico-financeiros
Segundo Perez Junior e Begalli (2015, p. 313), os indicadores compreendem 
“a relação entre contas ou grupos de contas das demonstrações financeiras, 
que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira 
de uma empresa”. Dependendo do interesse do usuário, podem ser extraídos 
das demonstrações contábeis um número maior ou menor de indicadores para 
análise (RIBEIRO, 2018). Em geral, a análise dos indicadores é desenvolvida 
por meio dos indicadores de liquidez, estrutura de capital, rentabilidade e 
atividade, apresentados a seguir.
3Análise das demonstrações financeiras
Indicadores de liquidez
Os indicadores de liquidez são utilizados para verificar a capacidade de paga-
mento da entidade (MARION, 2019). De maneira geral, existem os seguintes 
índices de liquidez:
 � liquidez corrente;
 � liquidez seca;
 � liquidez geral;
 � liquidez imediata.
A liquidez corrente relaciona quanto a entidade dispõe de bens e direitos 
a curto prazo (disponíveis e conversíveis em dinheiro) em relação às suas 
obrigações a curto prazo (IUDÍCIBUS, 2017). Em geral, é considerada como 
o melhor indicador de análise de liquidez nas empresas. A liquidez corrente 
é calculada por meio da seguinte fórmula:
A liquidez seca, por sua vez, demonstra o quanto a entidade dispõe de itens 
de maior liquidez do ativo circulante para saldar as suas obrigações de curto 
prazo (ASSAF NETO, 2015). Ela é calculada por meio da seguinte fórmula:
Já a liquidez geral evidencia a capacidade de pagamento da entidade a 
curto e longo prazos, considerando todas as contas que serão convertidas 
em dinheiro (ALMEIDA, 2019). Ela é utilizada como medida de segurança 
financeira da entidade a longo prazo, demonstrando a sua capacidade de saldar 
os seus compromissos (ASSAF NETO, 2015). A liquidez geral é calculada 
por meio da seguinte fórmula:
Análise das demonstrações financeiras4
Por fim, a liquidez imediata revela a capacidade da empresa de saldar as 
dívidas de curto prazo imediatamente. Normalmente, essa liquidez é baixa, 
devido ao pouco interesse das companhias em manterem recursos monetários 
em caixa (ASSAF NETO, 2015). A liquidez imediata é calculada por meio 
da seguinte fórmula:
No quadro a seguir, é apresentado o balanço patrimonial de uma sociedade empresarial 
em 31 de dezembro de 20X1.
 31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1
Disponi-
bilidades
3.036 3.484 Forne-
cedores
2.544 3.159
Contas 
a rece-
ber de 
clientes
3.912 3.718 Emprés-
timos a 
pagar
2.832 3.276
Apli-
cações 
financeiras
1.872 2.171 Impos-
tos a 
recuperar
2.436 2.717
Estoques 3.180 4.407 Salários 
a pagar
1.188 1.534
Ativo 
circulante
12.000 13.780 Passivo 
circu-
lante
9.000 10.686
Realizável 
a longo 
prazo
2.376 2.886 Emprés-
timos a 
pagar
1.872 1.794
Investi-
mento
2.760 3.289 Passivo 
não cir-
culante
1.872 1.794
5Análise das demonstrações financeiras
 31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1
Imobi-
lizado
3.744 4.524 Capital 
social
6.600 7.280
Intangível 1.920 2.171 Reserva 
de lucros
5.328 6.890
Ativo não 
circulante
10.800 12.870 Patri-
mônio 
líquido
11.928 14.170
Ativo 
total
22.800 26.650 Passivo 
+ patri-
mônio 
líquido
22.800 26.650
Para o cálculo da liquidez corrente em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a seguinte 
fórmula:
Liquidez corrente 31/12/20X0 = ativo circulante/passivo circulante
Liquidez corrente 31/12/20X0 = R$ 12.000/R$ 9.000
Liquidez corrente 31/12/20X0 = 1,33
Liquidez corrente 31/12/20X1 = Ativo circulante/passivo circulante
Liquidez corrente 31/12/20X1 = R$ 13.780/R$ 10.686
Liquidez corrente 31/12/20X1 = 1,29
Para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a entidade tem ativos circulantes de R$ 1,33, 
em 20X0, e R$ 1,29, em 20X1. O índice apresentou uma queda entre os anos, o que 
é explicado pelo aumento de 18,73% do passivo circulante (R$ 9.000, em 20X0, para 
R$ 10.686, em 20X1). 
Para o cálculo da liquidez seca em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a seguinte 
fórmula:
Liquidez seca 31/12/20X0 = (ativo circulante – estoques – despesas pagas 
antecipadamente) / passivo circulante
Liquidez seca 31/12/20X0 = (R$ 12.000 – R$ 3.180) / R$ 9.000
Liquidez seca 31/12/20X0 = 0,98
Liquidez seca 31/12/20X1 = (ativo circulante – estoques – despesas pagas 
antecipadamente) / passivo circulante
Liquidez seca 31/12/20X1 = (R$ 13.780 – R$ 4.407) / R$ 10.686
Liquidez seca 31/12/20X1 = 0,88
Análise das demonstrações financeiras6
Para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a entidade tem ativos líquidos de R$ 0,88, 
em 20X0, e R$ 0,88, em 20X1. O índice apresentou uma queda entre os anos, o que 
é explicado pelo aumento de 18,73% do passivo circulante (R$ 9.000, em 20X0, para 
R$ 10.686, em 20X1). Ademais, parte do aumento do ativo entre 20X0 e 20X1 foi em 
virtude dos estoques, que são desconsiderados no cálculo do índice de liquidez seca.
Para o cálculo da liquidez geral em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a seguinte 
fórmula:
Liquidez geral 31/12/20X0 = (ativo circulante + ativo realizável a longo prazo) / 
(passivo circulante + passivo não circulante)
Liquidez geral 31/12/20X0 = (R$ 12.000 + R$ 2.376) / (R$ 9.000 + R$ 1.872)
Liquidez geral 31/12/20X0 = R$ 14.376 / R$ 10.872
Liquidez geral 31/12/20X0 = 1,32
Liquidez geral 31/12/20X1 = (ativo circulante + ativo realizável a longo prazo) / 
(passivo circulante + passivo não circulante)
Liquidez geral 31/12/20X1 = (R$ 13.780 + R$ 2.886) / (R$ 10.686 + R$ 1.794)
Liquidez geral 31/12/20X1 = R$ 16.666/R$ 12.480
Liquidez geral 31/12/20X1 = 1,34
Para cada R$ 1,00 de dívida total de curto e longo prazos, a entidade tem ativos 
circulantes e realizáveis a longo prazo de R$ 1,32, em 20X0, e R$ 1,34, em 20X1. O índice 
apresentou uma melhora entre os anos, o que é explicado pela diminuição de 4,17% 
do passivo não circulante (amortização do empréstimo) e pelo aumento de 21,46% 
no ativo não realizável a longo prazo.
Indicadores de estrutura de capital
Os indicadores de estrutura de capital analisam o endividamento da entidade, 
relacionando-o com os capitais de terceiros (passivos) investidos nos negó-
cios da entidade (ALMEIDA, 2019). Para isso, são utilizados os seguintes 
indicadores:
 � índice de endividamento geral;
 � índice de relação de capitais de terceiros e capitais próprios;
 � índice de composição do endividamento;
 � índice de imobilização de capitais próprios.
7Análise das demonstrações financeiras
O índice de endividamento geral demonstra o percentual de participação 
de recursos de terceiros no total de recursos captados pela entidade (ALMEIDA, 
2019). Ele é calculado por meio da seguinte fórmula:
onde:
Passivo total = passivo circulante + passivo não circulante
O índice de relação de capitais de terceiros e capitais próprios, por 
sua vez, reflete o percentual de recursos de terceiros em relação aos recursos 
próprios. Ele é calculado por meio da seguinte fórmula:
De acordo com Almeida (2019, p. 146), o índice de composição do endi-
vidamento retrata “[…] o percentual de capitais de terceiros de curto prazo 
(passivo circulante) em relação ao total dos capitais de terceiros (passivo 
circulante e passivo não circulante)”. Ele é calculado por meio da seguinte 
fórmula:
onde:
Passivo total = passivo circulante + passivo não circulante
Por fim, o índice de imobilização de capitais próprios ou imobilização 
do patrimônio líquido evidencia o percentual aplicado ao ativo não circulante 
imobilizado em relação ao patrimônio líquido. Ele é calculado por meio da 
seguinte fórmula: 
Análise das demonstrações financeiras8
Uma sociedade empresarial apresentou o seguinte balanço patrimonial em 31 de 
dezembro de 20X1:
 31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1Disponi-
bilidades
3.036 3.484 Fornece-
dores
2.544 3.159
Contas a 
receber de 
clientes
3.912 3.718 Emprés-
timos a 
pagar
2.832 3.276
Aplicações 
financeiras
1.872 2.171 Impostos a 
recuperar
2.436 2.717
Estoques 3.180 4.407 Salários 
a pagar
1.188 1.534
Ativo 
circulante
12.000 13.780 Passivo 
circulante
9.000 10.686
Realizável 
a longo 
prazo
2.376 2.886 Emprés-
timos a 
pagar
1.872 1.794
Investi-
mento
2.760 3.289 Passivo 
não 
circulante
1.872 1.794
Imobilizado 3.744 4.524 Capital 
social
6.600 7.280
Intangível 1.920 2.171 Reserva 
de lucros
5.328 6.890
Ativo não 
circulante
10.800 12.870 Patrimô-
nio líquido
11.928 14.170
Ativo total 22.800 26.650 Passivo 
+ patri-
mônio 
líquido
22.800 26.650
9Análise das demonstrações financeiras
Para o cálculo do índice de endividamento geral em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-
-se a seguinte fórmula:
Endividamento geral 31/12/20X0 = [passivo total / (passivo total + 
patrimônio líquido)] × 100
Endividamento geral 31/12/20X0 = [(R$ 9.000 + R$ 1.872) / (R$ 22.800)] × 100
Endividamento geral 31/12/20X0 = 47,68%
Endividamento geral 31/12/20X1 = [passivo total / (passivo total 
+ patrimônio líquido)] × 100
Endividamento geral 31/12/20X1 = [(R$ 10.686 + R$ 1.794) / (R$ 26.650)] × 100
Endividamento geral 31/12/20X1 = 46,83%
Para cada R$ 1,00 de capitais disponíveis, a entidade tem obrigação de pagar 
R$ 0,48, em 20X0, e R$ 0,47, em 20X1. Não houve uma mudança brusca nesse indicador, 
e pode-se dizer que ele se manteve estável. 
Para o cálculo do índice de relação de capitais de terceiros com capitais próprios 
em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
Relação de capitais de terceiros com capitais próprios 31/12/20X0 = 
(passivo total/patrimônio líquido) × 100
Relação de capitais de terceiros com capitais próprios 31/12/20X0 = 
[(R$ 9.000 + R$ 1.872) / (R$ 11.928)] × 100
Relação de capitais de terceiros com capitais próprios 31/12/20X0 = 91,15%
Relação de capitais de terceiros com capitais próprios 31/12/20X1 = 
(passivo total/patrimônio líquido) × 100
Relação de capitais de terceiros com capitais próprios 31/12/20X1 = 
[(R$ 10.686 + R$ 1.794) / (R$ 14.170)] × 100
Relação de capitais de terceiros com capitais próprios 31/12/20X1 = 88,07%
Para cada R$ 1,00 de capitais próprios, a entidade tem dívidas com terceiros de 
R$ 0,91, em 20X0, e R$ 0,88, em 20X1. Pode-se observar uma diminuição no índice, em 
decorrência do aumento de 16,89% no patrimônio líquido (principalmente reserva 
de lucros) entre os anos.
Para o cálculo do índice de composição de endividamento em 31/12/20X0 e 
31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
Composição de endividamento 31/12/20X0 = (passivo circulante/passivo total) × 100
Composição de endividamento 31/12/20X0 = [R$ 9.000 / (R$ 9.000 + R$ 1.872)] × 100
Composição de endividamento 31/12/20X0 = 82,78%
Composição de endividamento 31/12/20X1 = (passivo circulante/passivo total) × 100
Composição de endividamento 31/12/20X1 = [R$ 10.686 / (R$ 10.686 + R$ 1.794)] × 100
Composição de endividamento 31/12/20X1 = 85,63%
Análise das demonstrações financeiras10
Em 20X0, a entidade tinha 82,78% de capitais terceiros de curto prazo em relação ao 
total dos capitais de terceiros. No ano seguinte, a composição do endividamento passou 
para 85,63%, em virtude do aumento de 18,73% do passivo circulante (principalmente 
fornecedores e salários a pagar).
Para o cálculo do índice de imobilização do patrimônio líquido em 31/12/20X0 e 
31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
Imobilização do patrimônio líquido 31/12/20X0 = (ativo não circulante imobilizado/
patrimônio líquido) × 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/12/20X0 = (R$ 3.744/R$ 11.928) × 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/12/20X0 = 31,39%
Imobilização do patrimônio líquido 31/12/20X1 = (ativo não circulante imobilizado/
patrimônio líquido) × 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/12/20X1 = (R$ 4.524/R$ 14.170) × 100
Imobilização do patrimônio líquido 31/12/20X1 = 31,93%
Para cada R$ 1,00 do patrimônio líquido, a entidade tem obrigação de pagar 
R$ 0,31, em 20X0, e R$ 0,32, em 20X1. Não houve uma mudança brusca nesse indicador, 
e pode-se dizer que ele se manteve estável.
Indicadores de rentabilidade
Os indicadores de rentabilidade avaliam o desempenho econômico da entidade, 
relacionando o lucro apurado na DRE com diferentes parâmetros, tais como 
vendas, ativos e patrimônio líquido (ALMEIDA, 2019). Em geral, os analistas 
utilizam quatro índices:
 � retorno das vendas ou margem líquida;
 � retorno sobre ativos;
 � rentabilidade sobre o patrimônio líquido.
O retorno das vendas ou margem líquida demonstra o percentual do 
resultado líquido da entidade em um determinado exercício comparado ao 
seu faturamento. Ele é calculado por meio da seguinte fórmula:
11Análise das demonstrações financeiras
Já o retorno sobre ativos evidencia o potencial de geração de lucros da 
entidade em relação ao investimento nos ativos. Ele é calculado por meio da 
seguinte fórmula:
Por fim, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido mostra o percentual 
de lucratividade obtido pelo capital próprio investido pelo capital próprio 
investido na entidade. Ela é calculada por meio da seguinte fórmula:
Uma sociedade empresarial apresentou o balanço patrimonial e DRE em 31 de de-
zembro de 20X1:
 31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1
Disponi-
bilidades
3.036 3.484 Fornece-
dores
2.544 3.159
Contas a 
receber de 
clientes
3.912 3.718 Emprés-
timos a 
pagar
2.832 3.276
Aplicações 
financeiras
1.872 2.171 Impostos a 
recuperar
2.436 2.717
Estoques 3.180 4.407 Salários 
a pagar
1.188 1.534
Ativo 
circulante
12.000 13.780 Passivo 
circulante
9.000 10.686
Realizável a 
longo prazo
2.376 2.886 Emprés-
timos a 
pagar
1.872 1.794
Análise das demonstrações financeiras12
 31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1
Investi-
mento
2.760 3.289 Passivo 
não 
circulante
1.872 1.794
Imobilizado 3.744 4.524 Capital 
social
6.600 7.280
Intangível 1.920 2.171 Reserva 
de lucros
5.328 6.890
Ativo não 
circulante
10.800 12.870 Patrimô-
nio lí-
quido
11.928 14.170
Ativo total 22.800 26.650 Passivo 
+ patri-
mônio 
líquido
22.800 26.650
 31/12/20X0 31/12/20X1 
Receita bruta de vendas 67.800 74.580
( – ) Tributos sobre vendas (8.136) (8.950)
( – ) Devolução de vendas (3.390) (3.729)
( – ) Descontos incondicionais concedidos (6.780) (8.203)
= Receita líquida 49.494 53.698
(–) Custo das mercadorias vendidas (23.730) (25.357)
(=) Resultado bruto 25.764 28.341
( – ) Despesas com vendas (9.492) (10.900)
( – ) Despesas gerais e administrativas (11.526) (12.679)
( – ) Outras despesas (860) (972)
= Resultado antes das receitas e das 
despesas financeiras
3.886 3.790
13Análise das demonstrações financeiras
 31/12/20X0 31/12/20X1 
( – ) Despesas financeiras (1.540) (1.650)
( + ) Receitas financeiras 1.360 1.420
= Resultado antes dos impostos e das 
participações
3.706 3.560
( – ) Despesas com imposto de renda e 
contribuição social
(1.491) (1.367)
( – ) Participação dos administradores (593) (631)
(=) Lucro líquido do exercício 1.622 1.562
Para o cálculo do retorno das vendas em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a seguinte 
fórmula:
Retorno das vendas 31/12/20X0 = (resultado líquido/receita líquida de vendas) × 100
Retorno das vendas 31/12/20X0 = (R$ 1.622/ R$ 49.494) × 100
Retorno das vendas 31/12/20X0 = 3,28%
Retorno das vendas 31/12/20X1 = (resultado líquido/receita líquida de vendas) × 100
Retorno das vendas 31/12/20X1 = (R$ 1.562/ R$ 53.698) × 100
Retorno das vendas 31/12/20X1 = 2,91%
Para cada R$ 1,00 de vendas, a entidade apura resultado líquido de R$ 0,03 em 20X0 
e em 20X1. Não houve uma mudança brusca nesse indicador, e pode-se dizer que 
ele se manteve estável.
Para o cálculo do retorno sobre ativos em 31/12/20X0 e 31/12/20X1, aplica-se a 
seguinte fórmula:
Retorno sobre ativos 31/12/20X0 = (resultado líquido/ativo total) × 100
Retorno sobre ativos 31/12/20X0 = (R$ 1.622/R$ 22.800) × 100
Retorno sobre ativos 31/12/20X0 = 7,11%
Retorno sobre ativos 31/12/20X1 = (resultado líquido/ativo total) × 100
Retorno sobre ativos 31/12/20X1 = (R$ 1.562/ R$ 26.650) × 100
Retorno sobre ativos 31/12/20X1 = 5,86%
Para cada R$ 1,00 em investimento no ativo, a entidade apura resultado líquido de 
R$ 0,07, em 20X0, e R$ 0,06, em 20X1. A diminuição desse índice se deve ao aumento de 
16,89% do ativo total (principalmente imobilizado e estoques) entre os dois períodos. 
Análise das demonstrações financeiras14
Para o cálculo da rentabilidade sobre o patrimônio líquido em 31/12/20X0 e 
31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
Rentabilidade sobre o patrimônio líquido 31/12/20X0 = (resultado líquido/ 
patrimônio líquido) × 100
Rentabilidade sobre o patrimônio líquido 31/12/20X0 = (R$ 1.622/ R$ 11.928) × 100
Rentabilidade sobre o patrimônio líquido 31/12/20X0 = 13,60%
Rentabilidade sobre o patrimônio líquido 31/12/20X1 = (resultado líquido/ 
patrimônio líquido) × 100
Rentabilidade sobre o patrimônio líquido 31/12/20X1 = (R$ 1.562/ R$ 14.170) × 100
Rentabilidade sobre o patrimônio líquido 31/12/20X1 = 11,02%
Para cada R$ 1,00 de capital próprio investido, há retorno de R$ 0,14, em 20X0, e R$ 
0,11, em 20X1. A redução do indicador se deve ao aumento de 18,79% do patrimônio 
líquido (principalmente reserva de lucros).
Indicadores de atividade
Os indicadores de atividade expressam relacionamentos dinâmicos que 
impactam, direta ou indiretamente, a posição de liquidez e rentabilidade. 
Em geral, os analistas avaliam os seguintes indicadores: 
 � prazo médio de estocagem;
 � prazo médio de fabricação;
 � prazo médio de venda;
 � prazo médio de cobrança;
 � prazo médio de pagamento a fornecedores;
 � ciclo operacional;
 � ciclo financeiro.
O prazo médio de estocagem (PME) compreende o tempo médio verifi-
cado desde a aquisição do material até́ a sua requisição na produção, ou seja, 
o tempo médio (em dias) que a matéria-prima permanece no estoque até ser 
consumida no processo de produção. Ele é calculado por meio da seguinte 
fórmula:
PME = (estoque médio de matéria-prima/custo das mercadorias vendidas) × 360
15Análise das demonstrações financeiras
Se a análise for sobre a efetividade da gestão dos estoques, o analista pode utilizar o 
giro de estoque, por meio do qual avaliará o número de vezes que a entidade repôs 
o seu estoque em virtude das vendas. O giro de estoque é calculado por meio da 
seguinte fórmula: 
Giro de estoque = custo dos produtos vendidos/ 
estoque médio de produtos acabados
O prazo médio de fabricação (PMF) consiste no tempo médio (em dias) 
que a companhia precisa para realizar a fabricação de seus produtos. Ele pode 
ser calculado por meio da seguinte fórmula:
PMF = (estoque médio de produtos em elaboração/ 
custo das mercadorias vendidas) × 360
O prazo médio de vendas (PMV) ou prazo médio de estocagem dos 
produtos acabados evidencia o tempo médio (em dias) que o produto gasta 
desde a sua fabricação até́ a venda, ou seja, o prazo que o produto acabado 
permanece em estoque até ser vendido. Ele pode ser calculado por meio da 
seguinte fórmula:
PMV = (estoque médio de produtos acabados/ 
custo das mercadorias vendidas) × 360
O prazo médio de cobrança (PMC) compreende o prazo médio (em 
dias) que a companhia espera para receber as vendas realizadas. Ele pode ser 
calculado por meio da seguinte fórmula:
PMC = (duplicatas a receber (média)/receita operacional líquida) × 360
Análise das demonstrações financeiras16
Se a análise for relacionada ao número de vezes que a entidade recebe as suas vendas 
a prazo, será utilizado o giro do contas a receber, calculado por meio da seguinte 
fórmula:
Giro do contas a receber = receita operacional líquida/duplicatas a receber (média)
O prazo médio de pagamento a fornecedores (PMPF) representa o 
tempo médio (em dias) que a companhia efetua os pagamentos das matérias-
-primas adquiridas junto aos fornecedores. Ele pode ser calculado por meio 
da seguinte fórmula:
PMPF = (fornecedores a pagar (média)/compras) × 360
Se a análise for relacionada ao número de vezes que a companhia conseguiu saldar os 
seus compromissos com os fornecedores, será utilizada a rotação de fornecedores, 
calculada por meio da seguinte fórmula:
Rotação dos fornecedores = compras/fornecedores a pagar (média)
O ciclo operacional mostra em quantos dias, em média, a empresa adquiriu 
matérias-primas no tempo de produção de seus produtos, nos períodos de 
estocagem e no recebimento de suas vendas. Dessa maneira, o cálculo do 
ciclo operacional será o somatório de todos os prazos médios, conforme a 
fórmula a seguir:
Ciclo operacional = PME + PMF + PMV + PMC
17Análise das demonstrações financeiras
O ciclo financeiro, por sua vez, compreende o tempo médio transcorrido 
desde a primeira até a última movimentação financeira do ciclo operacional 
(BAZZI, 2019). Dessa maneira, ele é calculado da seguinte forma:
Ciclo financeiro = ciclo operacional – prazo médio de pagamento a 
fornecedores
Uma sociedade empresarial apresentou o balanço patrimonial e a DRE em 31 de 
dezembro de 20X1:
 31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1
Disponi-
bilidades
3.036 3.484 Fornece-
dores
2.544 3.159
Contas a 
receber de 
clientes
3.912 3.718 Emprés-
timos a 
pagar
2.832 3.276
Aplicações 
financeiras
1.872 2.171 Impostos a 
recuperar
2.436 2.717
Estoques 3.180 4.407 Salários 
a pagar
1.188 1.534
Ativo 
circulante
12.000 13.780 Passivo 
circulante
9.000 10.686
Realizável a 
longo prazo
2.376 2.886 Emprés-
timos a 
pagar
1.872 1.794
Investi-
mento
2.760 3.289 Passivo 
não 
circulante
1.872 1.794
Imobilizado 3.744 4.524 Capital 
social
6.600 7.280
Intangível 1.920 2.171 Reserva 
de lucros
5.328 6.890
Análise das demonstrações financeiras18
 31/12/20X0 31/12/20X1 31/12/20X0 31/12/20X1
Ativo não 
circulante
10.800 12.870 Patrimô-
nio lí-
quido
11.928 14.170
Ativo total 22.800 26.650 Passivo 
+ patri-
mônio 
líquido
22.800 26.650
 31/12/20X0 31/12/20X1 
Receita bruta de vendas 67.800 74.580
( – ) Tributos sobre vendas (8.136) (8.950)
( – ) Devolução de vendas (3.390) (3.729)
( – ) Descontos incondicionais concedidos (6.780) (8.203)
= Receita líquida 49.494 53.698
( – ) Custo das mercadorias vendidas (23.730) (25.357)
(=) Resultado bruto 25.764 28.341
( – ) Despesas com vendas (9.492) (10.900)
( – ) Despesas gerais e administrativas (11.526) (12.679)
( – ) Outras despesas (860) (972)
= Resultado antes das receitas e das 
despesas financeiras
3.886 3.790
( – ) Despesas financeiras (1.540) (1.650)
( + ) Receitas financeiras 1.360 1.420
= Resultado antes dos impostos e das 
participações
3.706 3.560
( – ) Despesas com imposto de renda e 
contribuição social
(1.491) (1.367)
( – ) Participação dos administradores (593) (631)
(=) Lucro líquido do exercício 1.622 1.562
19Análise das demonstrações financeiras
Para o cálculo do PME em 31/12/20X1, considere um estoque médio de matéria-
-prima de R$ 1.520:
PME = (estoque médio de matéria-prima/custo das mercadorias vendidas) × 360
PME = (R$ 1.520/R$ 25.357) × 360
PME = 22 dias
Pode-se concluir que a empresa apresenta, em média, 22 dias para que seus produtos 
acabados fiquem parados no estoque.
Giro de estoque = custo das mercadorias vendidas/ 
estoque médio de produtos acabados
Giro de estoque = R$ 25.357/R$ 1.520
Giro de estoque = 16,80 vezes
Pode-se observar que os estoques da sociedade empresária se renovaram 16,80 
vezes em virtude das suas vendas. Ou seja, o estoque da empresa demora 21 dias 
para ser vendido (12 meses dividido por 16,80 vezes).
Para o cálculo do PMF em 31/12/20X1, considere um estoque médio de produto 
em elaboração de R$ 2.160:
PMF = (estoque médio de produto em elaboração/ 
custo das mercadorias vendidas) × 360
PMF = (R$ 2.160/R$ 25.357) × 360
PMF = 31 dias
Pode-se concluir que a empresa leva, em média, 31 dias para fabricar o seu produto.
Para o cálculo do PMV em 31/12/20X1, considere um estoque médio de produtoacabado de R$ 1.210:
PMV = (estoque médio de produto acabado/custo das mercadorias vendidas) × 360
PMV = (R$ 1.210/R$ 25.357) × 360
PMV = 17 dias
Pode-se concluir que a empresa leva, em média, 17 dias para vender o seu produto.
Para o cálculo do PMC em 31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
PMC = (média das duplicatas a receber/receita operacional líquida) × 360
PMC = {[(R$ 3.912+R$ 3.718) / 2] / R$ 53.698} × 360
PMC = 26 dias
Pode-se concluir que a empresa leva, em média, 26 dias para receber pelas vendas 
realizadas.
Análise das demonstrações financeiras20
Para o cálculo do giro do contas a receber em 31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
Giro do contas a receber = receita operacional líquida/duplicatas a receber (média)
Giro do contas a receber = R$ 53.698/R$ 3.815
Giro do contas a receber = 14,07 vezes
Pode-se observar que a empresa gira 14,07 vezes até receber por suas vendas. Ou 
seja, ela espera 26 dias para receber dinheiro pela venda a prazo (12 meses dividido 
por 14,07 vezes).
Para o cálculo ciclo operacional em 31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
Ciclo operacional = PME + PMF + PMV + PMC
Ciclo operacional = 22 + 31 + 17 + 26
Ciclo operacional = 96 dias
Pode-se observar que a empresa apresenta, em média, 96 dias no seu ciclo opera-
cional, que contempla a aquisição de matérias-primas até o recebimento de vendas.
Para o cálculo do PMPF em 31/12/20X1, considere compras no valor de R$ 19.860:
PMPF = (fornecedores a pagar (média)/compras) × 360
PMPF = {[(R$ 3.159 +R$ 2.544) / 2] / R$ 19.860} × 360
PMPF = 52 dias
Pode-se concluir que a empresa leva, em média, 90 dias para pagar os seus 
fornecedores.
Para o cálculo do giro do contas a receber em 31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula
Giro do contas a receber = compras/fornecedores a pagar (média)
Giro do contas a receber = R$ 19.860/R$ 2.851,50
Giro do contas a receber = 6,96 vezes
Pode-se observar que a empresa gira 6,96 vezes para saldar os seus compromissos 
financeiros com fornecedores. Ou seja, ela espera 1 mês e 22 dias para pagar os seus 
fornecedores (12 meses dividido por 6,96 vezes).
Para o cálculo do ciclo financeiro em 31/12/20X1, aplica-se a seguinte fórmula:
Ciclo financeiro = ciclo operacional – PMPF
Ciclo financeiro = 96 – 52
Ciclo financeiro = 44 dias
Pode-se observar que a empresa apresenta, em média, 44 dias no seu ciclo financeiro, 
que contempla o tempo para pagar os seus fornecedores até receber as suas vendas.
21Análise das demonstrações financeiras
3 Análise dos indicadores 
econômico-financeiros
A seguir, serão analisados cada um dos indicadores econômico-financeiros.
Indicadores de liquidez
De acordo com Marion (2019), os índices de liquidez são aplicados para avaliar 
a capacidade de pagamento da empresa, isto é, eles compreendem uma apre-
ciação de se ela apresenta condições para saldar as suas obrigações financeiras. 
Essa capacidade de pagamento pode ser analisada, considerando-se o prazo 
imediato, o curto prazo ou o longo prazo. 
Para avaliar o quanto a companhia dispõe imediatamente (caixa, bancos e 
aplicações financeiras de curtíssimo prazo) para saldar os compromissos de 
curto prazo, será utilizado o indicador de liquidez imediata. Se a organização 
deseja analisar a capacidade de pagamento a curto prazo, ela poderá utilizar 
em sua análise tanto a liquidez corrente como a liquidez seca. No entanto, 
os parâmetros entre esses indicadores são diferentes. A liquidez corrente 
considera todo o ativo circulante, ao passo que a liquidez seca desconsidera 
as contas estoques e despesas pagas antecipadamente. 
Martins, Miranda e Diniz (2019) afirmam que os estoques representam uma 
parte significativa do ativo circulante de algumas empresas e estão sujeitos 
a riscos de liquidez, em virtude das diferentes formas de avaliação, roubos e 
furtos, obsolescência, deterioração, entre outros, podendo levar tempo para 
serem convertidos em dinheiro. As despesas pagas antecipadamente já foram 
desembolsadas e não há alta liquidez, uma vez que se espera a sua realização 
dentro de um determinado período. Por esse motivo, elas são desconsideradas 
no índice de liquidez seca. De acordo com Marion (2019), a liquidez corrente 
demonstra o índice global da situação, ao passo que a liquidez seca pode ser 
considerada um índice conservador, capaz de minimizar as incertezas.
Para a análise da capacidade financeira da entidade no longo prazo, 
a liquidez geral evidencia a capacidade de pagamento da empresa a longo 
prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro e relacionando 
com tudo o que já assumiu como dívida (MARION, 2019).
Análise das demonstrações financeiras22
Os prazos de pagamento do passivo e de recebimento do ativo podem ser diferentes, 
ainda mais se forem considerados passivos e ativos a longo prazo. Em algumas situações, 
os índices de liquidez corrente e seca são considerados mais razoáveis, em decorrência 
de vultuosos empréstimos a longo prazo.
Indicadores de estrutura de capital
O endividamento geral permite informar se a entidade utiliza mais recursos 
próprios ou de terceiros, mostrando a sua capacidade financeira.
Deve-se tomar cuidado com a análise do endividamento geral, pois não é adequado 
para a organização apresentar um percentual muito alto ou muito baixo em rela-
ção ao mercado. Isso porque, quando ele é alto, tal fato indica que a empresa pode 
comprometer uma parcela considerável do seu fluxo de caixa com as obrigações 
financeiras. Já quando há pouca dívida, em comparação com empresas do mesmo 
setor, a organização pode não estar usando a alavancagem (utilização de recursos), 
o que acarretaria aumento de lucratividade.
Sempre que o índice de relação de capitais próprios e de terceiros for 
inferior a 1 ou superior a 100%, a entidade apresentará excesso de capitais 
próprios sobre os capitais de terceiros, o que indica que ela apresenta liberdade 
financeira na sua tomada de decisões. Em contrapartida, quando os capitais de 
terceiros forem investidos na empresa em proporções maiores que os capitais 
próprios, esse índice será́ superior a 100%, evidenciando a existência de depen-
dência financeira junto aos seus credores. Além disso, a entidade encontrará 
dificuldades para a obtenção de recursos financeiros no mercado, uma vez 
que existirão poucas garantias disponíveis para oferecer (RIBEIRO, 2018).
23Análise das demonstrações financeiras
A análise da composição do endividamento visa a verificar a necessidade 
da entidade de ter ou não de gerar recursos a curto prazo para saldar as suas 
obrigações. Segundo Ribeiro (2018), quanto menor for o índice, menor será o 
valor a pagar a curto prazo em relação às obrigações totais. Dessa maneira, 
a empresa terá maior tempo para gerar recursos financeiros, visando a saldar 
todos os seus compromissos, além de apresentar melhor situação financeira.
Quando a imobilização do patrimônio líquido for inferior a 100%, pode-se 
perceber que a entidade não imobilizou todo o seu patrimônio líquido. Dessa 
maneira, a participação dos capitais próprios para financiar o ativo circulante 
será menor, ao passo que a dependência da empresa em relação aos capitais 
de terceiros será maior. Se esse indicador for superior a 100%, observa-se que 
a empresa aplicou todo o capital próprio e, ainda, uma parcela de capitais de 
terceiros no ativo fixo (RIBEIRO, 2018).
Indicadores de rentabilidade
Quando apresenta percentual positivo, o retorno das vendas ou margem 
líquida demonstra que a entidade teve bom resultado. Quanto maior for o 
índice, melhor será para a entidade, uma vez que isso evidencia rentabilidade 
dentro do exercício.
O retorno sobre ativos auxilia na mensuração do retorno de capitais 
totais (próprios e de terceiros) investidos pela companhia (RIBEIRO, 2018). 
Dessa maneira, ela precisa remunerar os terceiros com lucros apurados na sua 
atividade produtiva. Se a lucratividade obtida não for suficiente para compen-
sar os capitais de terceiros, a entidade procurará outras fontesde recursos e, 
consequentemente, aumentará o seu endividamento.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido demonstra a lucratividade da 
entidade em relação ao capital próprio investido nela. Assim, é importante que 
o patrimônio líquido seja alto para que os acionistas ou proprietários tenham 
maiores retornos em relação ao seu capital aplicado.
Em geral, conforme explica Ribeiro (2018), os acionistas ou proprietários da entidade 
comparam o ganho obtido com o capital investido com o ganho que obteriam se este 
tivesse sido investido no mercado financeiro ou no mercado de capitais.
Análise das demonstrações financeiras24
Indicadores de atividade
Um alto PME prejudica o capital de giro, pois não transforma o estoque em 
dinheiro. Como consequência, ele aumenta os custos e afeta o desempenho, 
bem como o fluxo de caixa da entidade.
Um estoque alto pode ocorrer em virtude de obsolescência do produto, mix incorreto 
no portfólio, falta de controle de estoques ou uma combinação desses fatores (BLATT, 
2001).
Um PMR baixo é favorável para a entidade, pois demonstra a sua efetivi-
dade na cobrança dos seus direitos e contribui para uma boa gestão de caixa.
Se a entidade conceder longo prazo aos seus clientes e seus fornecedores concederem 
curto prazo para pagar as suas compras a prazo, ela necessitará de capital de giro 
adicional para realizar os seus negócios. Nessa situação, a companhia pode trabalhar 
com uma maior margem de lucro sobre as vendas, prolongar os prazos de pagamento 
e aplicar uma política agressiva de cobrança e desconto bancário (IUDÍCIBUS, 2017).
O ciclo operacional se inicia no momento da aquisição das matérias-primas, 
ao passo que o ciclo financeiro compreende o período entre o momento do 
desembolso inicial de caixa para o pagamento das matérias-primas e a data 
do recebimento da venda do produto acabado (ASSAF NETO, 2015).
25Análise das demonstrações financeiras
Segundo Almeida (2019), quanto mais longo for o ciclo operacional, maiores serão as 
necessidades da entidade de buscar recursos no mercado para financiar o seu ciclo 
operacional. Por esse motivo, é essencial que a entidade acompanhe sistematicamente 
esse ciclo e tome medidas para reduzi-lo até um ponto ideal.
Algumas fases operacionais podem ser financiadas por meio de compras a prazo e 
postergação de prazos para pagamentos de despesas, como, por exemplo, salários e 
encargos sociais. Se a empresa não conseguir ser financiada dessa forma, ela precisará 
utilizar fundos, como utilização de recursos próprios, aquisição de empréstimos e 
financiamentos, bem como descontos de duplicatas (ASSAF NETO, 2015).
ALMEIDA, M. C. Análise das demonstrações contábeis em IFRS e CPC: facilitada e sistema-
tizada. São Paulo: Atlas, 2019.
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro. 
11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
BLATT, A. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras 
e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Brasília, DF: Presidência da República, 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 8 ago. 2020.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Resolução CFC nº 1.185. Aprova a NBC 
TG 26 – Apresentação das demonstrações contáveis. Brasília, DF: CFC, 2009. Disponível 
em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1185.pdf. Acesso em: 8 ago. 2020.
IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações contábeis. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
Análise das demonstrações financeiras26
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
Leitura recomendada
SOUZA, A. F. (Coord.). Análise financeira das demonstrações contábeis na prática. São 
Paulo: Trevisan Editora, 2015.
27Análise das demonstrações financeiras
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRA
Nathália Helena 
Fernandes Laffin
Retorno sobre o 
investimento (ROI)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o conceito do retorno sobre o investimento.
 � Descrever o cálculo do retorno sobre o investimento.
 � Aplicar a interpretação do retorno sobre o investimento.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o retorno sobre o investimento (ROI), um 
indicador econômico-financeiro muito importante. Por meio do ROI, é 
possível saber exatamente quanto o valor investido nas empresas obteve 
de ganhos e perdas. 
Em um primeiro momento, estudaremos o conceito de ROI, mos-
trando sua importância e seu objetivo. Além disso, você aprenderá a cal-
cular e interpretar o indicador, analisando suas vantagens e desvantagens, 
podendo, a partir de então, analisar formas de gestão que maximizem 
a eficiência das empresas. 
O que é o ROI?
A globalização permite que pessoas no Brasil consigam ter acesso a informa-
ções do outro lado do mundo em segundos. Essa possibilidade e conectividade 
expandiu os limites de empresas e investidores, que podem destinar seus 
recursos em diferentes países. 
Dentre diversas análises realizadas pelos investidores, uma das mais im-
portantes está ligada ao dinheiro. Comumente, dizemos que o dinheiro tem 
valor no tempo. E, para um investidor, essa é uma máxima. A fim de saber 
se seus investimentos estão tendo os retornos esperados, acionistas, gestores, 
investidores (e também outros usuários) realizam análises de demonstrações 
financeiras. A partir dos demonstrativos financeiros, é possível extrair algu-
mas informações, dentre elas, o retorno sobre o investimento – que apresenta 
exatamente o conceito de dinheiro no tempo.
ROI é o acrônimo de return on investment, que em português é retorno 
sobre investimento. É uma ferramenta bastante simples e útil, utilizada em 
todo o mundo, e que permite ao usuário comparar diferentes investimentos, 
bem como mensurar sua atratividade. Semelhante ao ROI, existem suas va-
riações formuladas posteriormente (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2015), as 
mais comuns são: o ROA, do inglês return on assets, que em português se 
refere ao retorno sobre os ativos e o ROE, return on equities, que se refere ao 
retorno sobre o patrimônio líquido.
O estudo dos índices ROA e ROE também apresenta a rentabilidade da empresa.
Todos os estudos partem de fórmulas simples para alcançar resultados 
diretos: medir a atratividade de um investimento. Via de regra, quanto maior, 
mais eficiente e melhor o investimento.
O ROI tem como objetivo fundamental:
 � comparar a atratividade de diferentes investimentos;
 � mensurar quantitativamente o retorno obtido com o investimento 
dispendido.
A interpretação do ROI pode ser feita de forma monetária ou em valor 
percentual. Se positiva, indica que o retorno obteve êxito. Se negativa, implica 
que o retorno obtido pelo investimento foi menor que o custo para fazê-lo. Por 
fim, se for zero, indica que o mesmo valor investido foi o valor retornado no 
Retorno sobre o investimento (ROI)2
final do investimento. O seu resultado, serve não só para auferir a rentabili-
dade, mas para comparar diferentes investimentos, mesmo que não tenham 
tido o mesmo custo de investimento (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2018).
Como calcular o ROI?
Sua fórmula simples permite calcular a eficiênciade um investimento, em 
termos de retorno para o investidor. Sua expressão resulta da divisão do retorno 
líquido obtido pelo investimento pelo seu custo:
ROI = (ganho com o investimento – custo do investimento) / custo do investimento
Quanto maior o resultado obtido, melhor o investimento.
A forma como está apresentada a fórmula do ROI leva a um número. Para encontrar 
o valor percentual do indicador, deve-se multiplicar o resultado por 100.
Como interpretar o ROI?
A interpretação do ROI deve ser feita em valor percentual. Se positivo, indica 
que o retorno obteve êxito. Se negativo, implica que o retorno obtido pelo 
investimento foi menor que o custo para fazê-lo. Por fim, se zero, indica que 
o mesmo valor investido foi o valor retornado no final do investimento.
O seu resultado, serve não só para auferir a rentabilidade, mas para com-
parar diferentes investimentos, mesmo que não tenham tido o mesmo custo 
de investimento.
3Retorno sobre o investimento (ROI)
Manoel investiu R$ 1.000 em um food truck de cachorros-quentes para o verão, enquanto 
Ana apostou em picolés, pagando R$ 1.500 por um food truck. No final do verão, 
Manoel obteve R$ 2.500, enquanto Ana obteve R$ 4.000. O ROI de Manoel e de Ana foi:
ROI Manoel -> 2.500 – 1.000 / 1.000 = 1,5 = 150%
ROI Ana -> 4.000 – 1.500 / 1.500 = 1,66 = 166%
Isso quer dizer que para cada 1 real investido por Manoel, ele obteve 
um retorno de R$ 1,50, já descontados os seus custos de investimento. Já 
Ana, para cada 1 real investido, já descontado seus custos, obteve R$ 1,66. 
É possível inferir também que o investimento de Ana foi mais rentável que o 
de Manoel, pois o seu ROI foi superior. Quanto maior for o ROI, melhor foi 
o retorno do investimento.
Vantagens e desvantagens do ROI
Embora estimar o retorno do investimento usando a equação do ROI seja 
simples e de fácil computo, existem desvantagens significativas, que podem 
distorcer a interpretação dos dados e a avaliação do investimento (Quadro 1). 
Uma das principais desvantagens, é que o ROI não leva em consideração o 
horizonte de tempo do investimento.
Vantagens Desvantagens
Fácil de calcular Não leva em conta o 
horizonte de tempo
Interpretação direta Investimentos podem 
ter riscos diferentes
Comparação de investimentos 
com mesmas características
Resultados podem ficar distorcidos
Quadro 1. Vantagens e desvantagens do uso do ROI
Retorno sobre o investimento (ROI)4
No exemplo utilizado, Manoel e Ana fizeram o investimento na mesma 
época, e encerraram no mesmo prazo, quando acabou o verão. Por isso, a 
comparação dos dois ROI foi precisa. De fato, Ana fez um investimento 
mais rentável que Manoel. Entretanto, ao compararmos investimentos com 
horizontes de tempo diferentes, seria impreciso utilizar somente o ROI para 
a avaliação do melhor investimento. 
Imagine que o investimento de Manoel tenha durado um único verão, 
alcançando o ROI de 50%. Já Ana passou dois verões para conseguir o retorno 
de 66%. Pela ótica do ROI, Ana fez o melhor investimento. No entanto, é fácil 
perceber que essa simples inferência agora ficou imprecisa.
Cada vez mais estamos acostumados com as mídias digitais. O vídeo a seguir faz um 
link entre o ROI e o marketing digital (O QUE..., 2017). Acesse e confira: 
https://goo.gl/H3ozaj
Um segundo ponto importante, é que o ROI não avalia os riscos do inves-
timento. Isso quer dizer que, embora o ROI de um investimento seja superior 
a outro, não foi levado em consideração o grau de risco para se chegar ao 
resultado. Isso quer dizer que, embora o ROI de um possa ter sido superior ao 
outro, o risco não compensou esse ganho adicional. Na análise de investimen-
tos, quanto maior o risco envolvido, maior deve ser o retorno do investimento 
para compensá-lo.
PEREZ JUNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações contábeis. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
5Retorno sobre o investimento (ROI)
O QUE é ROI? Marketing digital: parte 339 de 365. Videoaula ministrada por Érico 
Rocha. [S. l.], 2017. 1 vídeo (4min). Disponível em: <https://goo.gl/H3ozaj>. Acesso em: 
27 nov. 2018.
Leituras recomendadas
GARRISON, R. H; NOREEN, E. W; BREWER, P. C. Contabilidade gerencial. 14. ed. Porto 
Alegre: AMGH, 2013.
ROSS, S. A. et al. Fundamentos de administração financeira. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Retorno sobre o investimento (ROI)6
Conteúdo:
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS 
Aline Alves dos Santos
Objetivo da análise
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar a estrutura das demonstrações contábeis.
 � Definir a importância da análise das demonstrações contábeis.
 � Descrever as técnicas de análise horizontal, vertical e por indicadores.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos relacionados à análise 
das demonstrações contábeis e à relevância desse processo diante da 
tomada de decisão empresarial. A análise das demonstrações contábeis 
é uma importante ferramenta utilizada para a avaliação de desempenho, 
apresentando indicadores das expectativas econômicas e financeiras 
da empresa.
Este capítulo demonstrará a estrutura das demonstrações contábeis 
e as etapas que devem ser seguidas para a aplicação das análises vertical, 
horizontal e por indicadores. 
Estrutura das demonstrações contábeis
Como indicam os autores Lins e Francisco Filho (2012), os relatórios de análise 
precisam ser desenvolvidos de modo transparente e sucinto, considerando as 
metas definidas, pois assim serão melhor entendidos pelos que precisarem 
dessas informações.
Para a constituição de um relatório de análise são necessários alguns 
procedimentos que permitirão a correta análise empresarial, independente 
do segmento. É preciso obter um panorama geral do contexto (econômico, 
político e social) onde a empresa está inclusa, acompanhado de uma avaliação 
da situação operacional e do mercado concorrente, considerando estratégias 
futuras para manter-se ativa.
Para a elaboração do relatório, deve-se:
 � destacar as tendências;
 � ajustar números, após um minucioso exame das informações oferecidas 
e dos objetivos esperados;
 � destacar os itens que merecem maior atenção do usuário das análises;
 � apresentar clareza e exatidão.
Assim, considere os itens que pertencem à constituição de um relatório 
de análise:
 � Introdução: apresenta os motivos que levaram à elaboração do relatório, 
a metodologia usada e as observações referentes à análise.
 � Resultados: apresentam a descrição das análises.
 � Conclusões: demonstram relatos sobre a posição geral de cada item 
considerado importante e de modo individual.
 � Recomendações e sugestões: realizadas nos pontos levantados com 
base nos objetivos do trabalho (LINS; FRANCISCO FILHO, 2012).
As demonstrações contábeis correspondem a uma estrutura da situação patrimonial e 
financeira da entidade, evidenciando o desempenho ocorrido dentro de um período 
específico.
A estrutura das demonstrações contábeis apresenta informações constantes 
nos ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas e despesas, considerando 
ganhos e perdas; mutações no capital próprio através de integralizações dos 
proprietários; distribuições realizadas e fluxos de caixa.
A Lei nº 11.638 (BRASIL, 2007) apresentou modificações que alteraram a 
Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976), art. nº 176 ao art. nº 182 e art. nº 187, em que 
estão definidos os elementos que contemplam a estrutura das demonstrações 
contábeis.
A estrutura completa das demonstrações contábeis considera os seguintes 
elementos:
Objetivo da análise2
 � Balanço patrimonial: apresenta de forma padrão os saldos das contas 
patrimoniais que constituem o patrimônio organizacional de acordo 
com um período definido.
 � Demonstração do resultado do exercício (DRE): apresenta as receitas 
bruta e líquida de vendas, as despesas em geral,considerando as de 
vendas, financeiras, gerais e administrativas, assim como as despesas 
operacionais. A DRE demonstra o lucro ou prejuízo líquido que a 
empresa obteve em um período, depois de deduzidos os impostos.
 � Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) (pode 
ser substituído pela demonstração das mutações do patrimônio 
líquido): apresenta o saldo do início do período, ajustes, reversões de 
reservas e lucro líquido do exercício, entre outras informações perti-
nentes a essa demonstração.
 � Demonstração do fluxo de caixa (DFC): evidencia as movimentações 
dos recursos financeiros da empresa, possibilitando o controle.
 � Demonstração do valor adicionado (DVA) (se for publicado pela 
empresa): corresponde a um informativo contábil que apresenta de 
maneira sintética a constituição da riqueza que a empresa gerou em 
um período definido.
 � Notas explicativas: apresentam as informações adicionais existentes 
nas demonstrações contábeis.
Além dos elementos apresentados, que devem ser considerados como 
estrutura, as demonstrações contábeis comtemplam também quadros e demais 
informações necessárias aos usuários, que podem se referir a informações 
adicionais referentes a itens inseridos no balanço patrimonial e na demonstração 
do resultado do exercício.
Existem outros elementos relevantes que fazem parte da composição das 
demonstrações contábeis e que são avaliados pelos seus usuários, como, por 
exemplo, o relatório de administração; as notas explicativas às demonstrações 
contábeis e o parecer de auditoria.
Conforme Lins e Francisco Filho (2012, p. 132), para a constituição da 
análise das demonstrações contábeis é preciso considerar um modelo agregado 
e dirigido, em que:
O trabalho de análise pode ser elaborado levando-se em consideração uma 
estruturação integrada e coordenada de seis partes, a saber:
Parte 1. Compreende a descrição da metodologia empregada no trabalho de 
levantamento de dados.
3Objetivo da análise
Parte 2. Mostra as principais contas que foram objeto de estudo direto do 
trabalho e a geração dos indicadores a serem analisados. De acordo com o 
objetivo proposto, deve-se montar um modelo padrão que permita identificar 
os fatores importantes para a análise.
Parte 3. São as informações necessárias para melhor compreensão do trabalho. 
Como cada empresa possui o seu próprio plano de contas diferenciado de outras 
empresas, é necessário agregar contas a fim de que os balanços se tornem 
comparáveis (caso dos indicadores médios do setor em que a empresa atua).
Parte 4. São observados dados e informações que complementam as 
demonstrações contábeis, como, por exemplo, taxas de juros, vencimentos 
e garantias de obrigações de longo prazo, os critérios contábeis, como os de 
avaliações de estoques, depreciações e demais provisões, ou ainda acrescen-
tam informações, como garantias prestadas a terceiros, espécies de ações do 
capital social, eventos subsequentes à data do balanço que tenham efeitos 
relevantes sobre a situação da empresa.
Parte 5. São realizadas as análises da empresa e uma discussão com a visão 
do que foi objeto do trabalho.
Parte 6. São apresentadas as conclusões do trabalho da análise.
Importância da análise das demonstrações 
contábeis
Para Lins e Francisco Filho (2012), a análise das demonstrações contábeis 
poderá ser usada como método de controle sinalizando a situação financeira 
da empresa. As análises contribuem não somente para a avaliação e tomada 
de decisão da empresa, mas também para a análise da concorrência que atua 
no mesmo tipo de segmentação, contribuindo para uma melhor avaliação do 
mercado. 
As empresas normalmente têm um período de tempo específico em que 
precisam efetuar a prestação de contas das operações desenvolvidas. A pres-
tação de contas tem por finalidade informar aos diversos interessados, que 
podem ser tanto internos quanto externos à empresa. Entende-se que os mesmos 
necessitam estar informados sobre os resultados da organização. Sois se forem 
usuários externos, como, por exemplo, acionistas, investidores, entre outros, 
precisam saber se podem ou não continuar investindo na empresa. Os usuários 
internos, como colaboradores, por exemplo, também possuem interesse na 
empresa, querendo entender como ela está diante do mercado concorrente, 
analisando a evolução da empresa, o que poderá refletir diretamente no cres-
cimento individual dos profissionais. 
Objetivo da análise4
O principal objetivo da análise das demonstrações contábeis é a verificação 
da posição econômica e financeira organizacional, geralmente abrangendo 
pontos relevantes, como:
 � a situação interna da empresa;
 � a atuação da empresa no ramo de atividade onde está inclusa;
 � o desempenho da empresa diante da economia onde está inserida.
A análise tem algumas finalidades específicas:
 � controle da atividade operacional da empresa;
 � verificação da atuação empresarial, ou seja, seu desempenho dentro do 
segmento onde atua, em que é equiparado seu desempenho em relação 
à principal empresa do mesmo ramo e é avaliada sua atuação e seus 
reflexos na economia considerando o todo;
 � projetos de evolução.
As demonstrações contábeis se referem às principais fontes de informação, sendo 
consideradas muito relevantes para a análise, pois fornecem todos os dados necessários 
sobre a situação econômica e financeira momentânea da empresa, permitindo a 
visualização de perspectivas futuras.
De acordo com Blatt (2001), a análise das demonstrações contábeis, prin-
cipalmente para fins de aquisição de crédito, contempla o entendimento das 
demonstrações aliadas às notas explicativas, mediante um método especí-
fico para adquirir melhor compreensão da situação econômico-financeira da 
entidade, com a finalidade de reconhecer e explicar elementos que possam 
ocasionar efeitos nas demonstrações contábeis.
5Objetivo da análise
Procedimentos de análise vertical, 
horizontal e por indicadores
Segundo Marion (2012), a análise das demonstrações contábeis corresponde 
a uma ferramenta útil que, mediante as análises vertical, horizontal e por 
indicadores, possibilita verificar a posição patrimonial da empresa com relação 
ao seu desempenho.
Observe a seguir algumas técnicas para a aplicação da análise das demons-
trações contábeis: análise vertical; análise horizontal; indicadores financeiros 
e econômicos. 
Análise vertical
Através da análise vertical é possível definir a relevância de cada conta referente 
a um montante. No balanço patrimonial são calculadas as participações refe-
rentes às contas, utilizando como base o capital total da empresa. Entretanto, 
quando se trata da demonstração de resultados, a base a ser usada para cálculo 
é a receita operacional líquida.
Para obter a análise vertical é necessário determinar o que cada elemento 
da demonstração contábil representa como porcentagem de uma determinada 
base (MARION, 2012, p. 59):
A base é geralmente o total dos ativos no caso do balanço patrimonial, e 
vendas líquidas, no caso da demonstração do resultado do exercício. Ela en-
volve olhar para cima e para baixo nas colunas do balanço patrimonial e fazer 
comparações. Para demonstrações de resultado do exercício, isto representa 
estabelecer vendas líquidas de 100% e então calcular a porcentagem de vendas 
líquidas para cada custo, despesa ou outra categoria.
A análise vertical tem por base os valores das contas constantes nas de-
monstrações contábeis. Para aplicar a análise vertical é necessário calcular 
o percentual referente a cada conta ou grupo com relação ao valor total, ou 
seja, buscando calcular o total do ativo circulante, é preciso dividir o saldo 
constante nesse grupo pelo total do ativo, conforme vemos a seguir. Para as 
demais contas, o cálculo ocorre da mesma forma, no entanto, deve-se selecionar 
o saldo da respectiva conta ou grupo que será calculado.
Ativo circulante/ativo total * 100 = % (valor em percentual)
Fórmula: conta/ou grupo de contas * 100
Ativo total/passivo total
Objetivoda análise6
Análise horizontal
A análise horizontal busca apresentar a evolução ou o decréscimo em itens que 
compõem as demonstrações contábeis em períodos simultâneos. É possível 
confrontar percentuais em períodos consecutivos, sendo que a análise vertical é 
realizada dentro de um período. Se existirem mais de três períodos (exercícios 
sociais), a base para o cálculo da análise horizontal será o período mais antigo.
A análise horizontal é aplicada mediante a comparação horizontal ao longo 
dos períodos nas demonstrações contábeis e nos indicadores. Vale ressaltar 
que é necessário que os valores equiparados estejam apresentados em moeda 
de poder aquisitivo constante.
Essa análise permite calcular a variação percentual resultante ocorrida 
entre dois períodos, objetivando demonstrar se ocorreu evolução ou não refe-
rente ao elemento analisado. É possível comparar os dados obtidos e realizar 
ajustes necessários. Entende-se, por exemplo, que se ocorreu acréscimo de 
vendas, consequentemente houve aumento relativo à produção e ao consumo 
de materiais.
Para obter o cálculo para a análise horizontal, deve-se aplicar a fórmula 
a seguir:
Análise horizontal = –1 × 100Ano atual
Ano base
Tanto a análise vertical quanto a horizontal auxiliam na constatação de situações 
que demonstrem, por exemplo, alta nas vendas com queda das margens brutas, 
assim como também é possível verificar se a empresa está com dificuldades em um 
único período ou nos demais ramos de atividade. As análises vertical e horizontal 
possibilitam essa visão, porém, dificilmente fornecem respostas, ou seja, somente 
possibilitam diagnosticar um problema.
7Objetivo da análise
Análise por indicadores
Um importante instrumento utilizado para avaliar o desempenho empresarial 
é a análise por indicadores, calculados a partir das contas das demonstrações 
contábeis.
A análise das demonstrações contábeis mediante indicadores financeiros 
e econômicos facilita o entendimento referente às informações constantes 
na demonstração contábil. Essa análise informa sobre os resultados empre-
sariais com margem de segurança, facilitando o gerenciamento e aplicação 
orçamentária.
Os indicadores mensuram o desempenho da empresa relativo à sua liquidez, 
ao seu ciclo operacional, ao seu grau de endividamento, sua rentabilidade e 
atividade. Para aplicar o cálculo dos indicadores é preciso utilizar como base 
as informações demonstradas no balanço patrimonial e na demonstração do 
resultado do exercício.
O cálculo e interpretação dos índices representam a relação entre contas 
ou grupos, conforme Perez Júnior e Begalli, (2015, p. 313):
[...] visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira 
de uma empresa. O cálculo dos índices geralmente é feito por meio da divisão 
do saldo de um item contábil pelo saldo de outro e sua interpretação depende 
do conhecimento do conteúdo desses itens. Por exemplo, ao dividirmos o total 
de direitos de uma empresa pelo total de suas obrigações estaremos obtendo 
uma informação que nos indica a relação entre esses direitos e obrigações.
Para selecionar os indicadores que serão aplicados nas demonstrações con-
tábeis, é necessário decidir entre aqueles que são mais adequados ao objetivo 
da análise realizada. Os indicadores podem ser reunidos nos seguintes grupos:
 � indicadores de estrutura de capital e endividamento;
 � indicadores de liquidez (capacidade de pagamento de dívidas);
 � indicadores de atividade (prazos médios);
 � indicadores de rentabilidade;
 � indicadores de gestão do capital de giro;
 � indicadores de valor de mercado/bolsa.
Os indicadores representam o resultado alcançado da divisão de duas 
grandezas. Nesse caso, entende-se que se a empresa tem a receber o valor de 
R$ 2.000,00 e a pagar R$ 1.000, será obtido um índice de 2. Observe a Figura 1.
Objetivo da análise8
Figura 1. Representação do resultado alcançado.
Numerador
Denominador
2,00 = índiceContas a receber
Contas a pagar
=2.000
1.000
=
Depois de realizado o cálculo do índice, é necessário realizar a sua in-
terpretação, ou seja, diante do valor encontrado (2), é preciso entender se 
o resultado é considerado bom, razoável, ruim, entre outras características 
(PEREZ JÚNIOR; BEGALLI, 2015).
BLATT, A. Análise de balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras 
e contábeis. São Paulo: Makrons Books, 2001.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6404consol.htm>. Acesso em: 16 out. 2018.
BRASIL. Lei nº 11.38, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei 
no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, 
e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divul-
gação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 dez. 2007. 
Ed. extra. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/
Lei/L11638.htm#art1>. Acesso em: 16 out. 2018.
LINS, L. S; FRANCISCO FILHO, J. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma 
abordagem interativa. São Paulo: Atlas, 2012.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. 
São Paulo: Atlas, 2012.
PEREZ JÚNIOR, J. H.; BEGALLI, G. A. Elaboração e análise das demonstrações financeiras. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
Leituras recomendadas
MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
SAPORITO, A. Análise e estrutura das demonstrações contábeis. Curitiba: Intersaberes, 2015.
9Objetivo da análise
ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Aline Alves dos Santos
Índice capital 
circulante líquido
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o conceito e a formação do capital circulante líquido.
 � Descrever o cálculo do capital circulante líquido.
 � Resolver situações aplicando o índice de capital circulante líquido.
Introdução
Neste capítulo, você vai adquirir conhecimentos relacionados ao índice de 
capital circulante líquido (CCL). Primeiramente, você estudará o conceito 
do CCL, que se refere à diferença existente entre o ativo circulante e o pas-
sivo circulante, de acordo com um período específico. Serão apresentados 
o conceito e a formação do índice de capital líquido, como é realizado 
seu cálculo e as circunstâncias em que esse índice pode ser aplicado.
O que é CCL?
Conforme Blatt (2001), o CCL também é denominado de capital de giro líquido 
(CGL) e representa o excesso financeiro empresarial, ou seja, a folga ou falta de 
ativos circulantes em contrapartida aos passivos circulantes. O ativo circulante 
aborda algumas contas, como, por exemplo, a soma das contas a receber, dos 
estoques, dinheiro em caixa, dinheiro em banco, aplicações financeiras e 
duplicatas a receber. O passivo circulante envolve algumas contas, como, por 
exemplo, fornecedores, contas a pagar, folha de pagamento, encargos sociais, 
impostos a pagar, empréstimos a pagar e demais dívidas vencíveis dentro do 
prazo de um ano, ou seja, 12 meses. 
Identificação interna do documento OOWWYAXQBU-UKJPJD1
A fórmula usada para calcular o CCL é definida da seguinte forma (BLATT, 
2001, p. 99):
CCL = CGL = AC – PC
Ou
CCL = (PNC + PL) – ANC
Onde:
CCL: capital circulante líquido
CGL: capital de giro líquido
AC: ativo circulante
PC: passivo circulante
PNC: passivo não circulante
PL: patrimônio líquido
ANC: ativo não circulante
Através do CCL fica evidente a falta ou o excesso do ativo circulante 
relativo ao passivo circulante. Desse modo, quanto mais elevado for o CCL 
ou CGL, melhor será para a empresa, já que a partir desse resultado ela possui 
um excesso financeiro, o que não representa uma folga de caixa.
O resultado adquirido com o CCL corresponde à proporção em que o 
passivo circulante financia o ativo circulante. O uso

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