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Anna Laura Silva Oliveira – Turma XXIV Fisiologia do sistema urinário e suas aplicações farmacológicas ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO: é constituído, basicamente, por: • 2 rins – responsáveis pela filtração do sangue, processamento do filtrado e transformação dele em urina, além da liberação para os ureteres. • Ureteres – conduzem a urina à bexiga. • Bexiga – armazena a urina até que o volume seja suficiente para gerar o estímulo da micção, quando o esfíncter interno da bexiga se abre e a urina é drenada. • Uretra – faz a drenagem. FUNÇÕES DO SISTEMA URINÁRIO: 1. Regulação do volume do sangue: por meio da produção da urina. 2. Regulação da composição do sangue – com a capacidade de produção de urina, é possível regular a quantidade de partículas de um mesmo componente dissolvidas no plasma. 3. Manutenção da osmolaridade do sangue: Osmolaridade diz respeito a quantidade total de partículas presentes no sangue. Há limite para a excreção de algumas substâncias pela urina e, quando a concentração dessa substância se eleva na corrente sanguínea, para compensar, os rins excretam outra molécula (de menor restrição). Ex: um paciente diabético possui alta concentração de glicose na corrente sanguínea; para compensar (devido ao limite de excreção da glicose), os rins podem eliminar alguns íons (Na+), que não possui um limite tão baixo para excreção, reestabelecendo a osmolaridade. 4. Participa na regulação da PA: • Regulação do volume de líquido circulante por meio do sistema RAA – a angiotensina II (potente vasoconstritor) que pode elevar a PA ou estimular a secreção da aldosterona, que promove a reabsorção de sódio (pelo córtex da adrenal). o Ao produzir renina, forma-se angiotensina II (vasoconstrição) e eleva a PA, forma-se aldosterona (retém sódio e água) e eleva a PA. o Angiotensina II – estimulo da sede. • ↑ volume ↑ PA. • Regulação da composição do sangue. • Regulação da osmolaridade. 5. Manutenção do pH do sangue: o pH da urina é normal entre 4 e 8 (a maioria das amostras = 6) e os rins podem eliminar uma urina mais ácida ou alcalina dependendo da Anna Laura Silva Oliveira – Turma XXIV necessidade, desde que o pH do sangue fique inalterado. 6. Síntese de glicose: os rins produzem glicose a partir dos aminoácidos (2º órgão, atrás do fígado). 7. Síntese de vitamina D: o rim produz o metabólito que vai ser convertido na molécula ativa da vitamina D. 8. Produção da eritropoetina: o sistema urinário produz o hormônio eritropoetina que estimula a produção de eritrócitos pela medula óssea, restabelecendo a quantidade normal de hemácias no sangue. 9. Excreção de resíduos e substâncias estranhas: na urina são excretados produtos do metabolismo corporal e substâncias estranhas ingeridas que devem ser excretadas pelo rim. • Ex: creatinina e ureia. FARMACOLOGIA DO RIM: é na função de excreção de substâncias estranhas que o sistema urinário tem importância, devido a capacidade de ser o principal sistema excretor dos fármacos e dos resíduos provenientes do metabolismo. O sistema excretor controla a concentração das substâncias, pois conforme são absorvidas o rim já pode excretar. Quanto mais efetivo o rim para a excreção de uma substância, mais rápido ela será eliminada do corpo. Uma importante interferência nesse processo de excreção de fármacos são as ligações dessas moléculas a proteínas plasmáticas, uma vez que quanto maior a ligação, mais difícil é para a molécula ser filtrada, pois apenas moléculas livres conseguem passar pelos poros dos capilares. OBS: ao fazer a ingestão de dois fármacos que possuem afinidade pela mesma proteína plasmática, um compete com o outro, influenciando na excreção. Ex: anticoagulantes (ex: varfarina) são substâncias que possuem forte ligação à proteína plasmática. TIPOS DE NÉFRONS: unidade funcional do rim. • Néfron cortical – maior parte no córtex renal; o Corresponde a 70% da totalidade. o Menor capacidade de concentração da urina. • Néfron justamedular – maior parte na região medular, com alça mais desenvolvida. o Maior capacidade de concentração da urina. O néfron se inicia pelo glomérulo, constituído pela cápsula glomerular que envolve uma rede de capilares frenestrados que se situam entre duas arteríolas: aferente e eferente. É nele que, por meio dos poros dos capilares, que o filtrado se forma, sendo capturado pela cápsula. O sangue passa por dentro dos capilares e é forçado a extravasar pelos poros. Após o glomérulo, se encontra o túbulo contorcido proximal, a alça de Henle e o túbulo contorcido distal, que desemboca no duto coletor (comum a mais de um néfron). Há, ao redor da estrutura, uma rede de capilares (peritubulares) que passam ao redor dos túbulos (proximal, Henle e distal), prontos para receber as substâncias que foram filtradas e devem retornar ao sangue. GLOMÉRULO: local de filtração do sangue com a formação de filtrado. Há diferença no calibre das duas arteríolas e, devido ao fato de a arteríola aferente ser mais calibrosa, haja pressão dentro dos capilares – permite o extravasamento do líquido. Anna Laura Silva Oliveira – Turma XXIV • O filtrado terá composição semelhante ao do plasma, exceto pela albumina. • 180 litros de filtrado são produzidos todos os dias para dar origem a aproximadamente 1,5L de urina. • A taxa de filtração glomerular deve ser mantida constante para garantir a reabsorção das moléculas que não devem ser perdidas na urina; isso evita alterações na taxa de filtrado. Como a membrana do capilar é fina e a pressão dentro dela é alta, existem os podócitos que envolvem o capilar; formando também uma lâmina basal entre a célula do endotélio do capilar e o podócito (a lâmina contém proteínas que ajudam no controle da filtração). A imagem mostra em verde o endotélio do vaso, em rosa os podócitos e em azul a lâmina basal. A lâmina possui proteínas carregadas negativamente, por isso as partículas pequenas passam facilmente, mas as maiores (ex: proteínas de alto peso molecular) encontram resistência na passagem. Além disso, proteínas de alto peso molecular com cargas líquidas negativas, encontram maior impedimento, devido repulsão. A albumina é uma proteína de alto peso molecular e não passa pelo poro, além do fato de encontrar a repulsão. Por outro lado, a hemoglobina (que também é de alto peso molecular) consegue passar devido a atração (carga + -). REGULAÇÃO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR: a autoregulação que envolve tanto o mecanismo miogênico renal quanto o feedback tubuloglomerular mantém relativamente constante o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular. Os rins fazem a autoregulação para garantir a filtração diária. Resposta miogênica: é o primeiro dos mecanismos. As arteríolas eferentes possuem a capacidade de responder a mudanças na circulação do vaso, contraindo-se ou relaxando-se. A contração envolve a abertura de canais não seletivos para cátions ativados por estiramento do músculo liso vascular. OBS: ao sair do repouso, o fluxo sanguíneo aumenta (aumenta a FC), chegando mais sangue nos rins (artéria renal). O sangue flui para a arteríola aferente e, quando isso acontece, a pressão na arteríola eferente aumenta, o que faz com que haja vasodilatação – retorna a diferença normal entre as pressões das arteríolas e a pressão nos capilares também volta ao normal – a taxa fica constante. Feedback tubuloglomerular: se relaciona com a resposta da mácula densa. Anna Laura Silva Oliveira – Turma XXIV As células da mácula densa (ponto de contato entre o túbulo distal e a arteríola aferente) são sensíveis ao aumento da TFG (correlacionado ao aumento do sódio),traduzindo esse aumento em contração da arteríola aferente. Isso faz com que menos sangue flua para o glomérulo e a quantidade de filtrado retorne ao normal. FATORES QUE REGULAM O FLUXO SANGUÍNEO RENAL E A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR: • Eixo renina-angiotensina- aldosterona. • Nervos simpáticos. • Vasopressina. • Peptídeo natriurético atrial. Outros agentes vasoativos que possuem efeito sobre o fluxo sanguíneo renal e a TFG: • Epinefrina – vasoconstrição. • Dopamina – vasodilatação. • Endotelinas – vasoconstrição. • Prostaglandinas – evita vasoconstrição excessiva. • Leucotrienos – vasoconstrição. • Oxido nítrico – vasodilatação. A taxa precisa ser mantida pois se o filtrado passar muito rápido pelos túbulos, há déficit na recuperação das substâncias que não deveriam ser excretadas. Entretanto, se passar muito lento, há aumento da absorção. TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL: reabsorve a maior parte dos solutos e da água a partir do filtrado. • Parte da reabsorção ocorre por processos ativos, envolvendo sódio e outras moléculas (a maioria é ativo 2º). • Outra parte se dá por processos passivos. Nesse momento o filtrado é modificado pela reabsorção do que não deve ser eliminado. Nesse túbulo existem vários canais e bombas para devolver as substâncias aos capilares peritubulares, reestabelecendo a concentração do sangue. Não são todas as moléculas reabsorvidas que são recuperadas, algumas são excretadas. Alguns mecanismos são mais eficientes – reabsorção de glicose e aminoácidos. ALÇA DE HENLE: Possui mecanismos que envolvem a reabsorção de água (porção descendente). Isso ocorre pois, ao penetrar na medula renal, a água encontra uma concentração salina maior fora da alça do que no filtrado, saindo para o lado mais concentrado por meio da osmose. Na porção ascendente, o filtrado que está bem concentrado passa por regiões em que a concentração está menor. Isso faria com que a água retornasse para a alça, o que não ocorre por ela ser impermeável. Nesse sentido, ao passar pela porção ascendente, são removidos íons (principalmente sódio, cloreto e potássio), devolvendo-os para o sangue. Assim, o final da alça possui a mesma pressão osmótica. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL: faz a secreção tubular. Além de recolher alguns íons, também secreta produtos do metabolismo que devem ser excretados. Anna Laura Silva Oliveira – Turma XXIV Parte do túbulo distal associa-se a arteríola aferente e ao glomérulo, formando o aparelho justaglomerular, que detecta a pressão na arteríola e produz renina se a pressão for baixa. O AJC faz parte do mecanismo de regulação do fluxo renal e ritmo de filtração, além de modular indiretamente o balanço de Na+ e a pressão sanguínea sistêmica. SISTEMA RAA: Os rins produzem renina e o fígado produz angiotensinogênio. A renina converte o angiotensinogênio em angiotensina 1 e ela, ao passar pelos capilares do pulmão, encontra a enzima conversora de angiotensina (ECA) que transforma a angiotensina 1 em angiotensina 2. Ela age sobre os vasos sanguíneos promovendo vasocontrição e sobre a suprarrenal estimulando a secreção de aldosterona. Por sua vez, a aldosterona promove retenção salina, retendo eletrólitos (Na+) no sangue, aumentando a atração de moléculas de água para dentro dos vasos sanguíneos, o volume de líquido circulante e a PA. A angiotensina também atua sobre o centro da sede – estimula a ingestão; e atua sobre a produção do ADH, deixando a urina mais concentrada. TÚBULO COLETOR: recebe o filtrado já modificado de vários néfrons e pode concentrar ou não a urina. Isso depende da presença do ADH (hormônio produzido pelo hipotálamo e liberado pela hipófise). Atua sobre o tubo coletor, podendo concentrar a urina. Durante a noite o volume de urina é menor, pois o ADH concentra a urina produzida para a bexiga. OBS: há 2 hormônios que regulam a reabsorção de água e sódio. • ADH – atua sobre o túbulo coletor, retirando água e concentrando a urina. • Aldosterona – atua sobre o túbulo distal e alça de Henle, removendo sódio e aumento a concentração desse íon na corrente sanguínea; atrai água. Manejo renal do sódio: No caso de carboxilatos, o túbulo proximal absorve cerca de 100%.
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