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Anatomia e Fisiologia da Via Auditiva

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Referencias > 
1. Tratado d Fisiologia Medica do Guyton- 13ed 
2. Anatomia e Fisiologia da Eliane Marieb 3ed 
3. Neurociencia –Mark Bear 4ed 
4. Tratado de Fonoaudiologia Otacílio Lopes Filho 
 
Objetivos: 
1- Descrever a anatomia e a neurofisiologia da via auditiva. 
2- Descrever a transdução e o transporte do som ao longo da via auditiva. 
3- Analisar o mecanismo de identificação cerebral para os sons. 
4- Descrever a propedêutica para avaliação da via auditiva (sinais de 
Weber, Rinne e Schwabach), (PEATE, BERA, etc). 
5- Diferenciar os tipos de surdez (condução e neurossensorial). 
6- Descrever as principais patologias relacionados à via auditiva. 
 
 
1- Descrever a anatomia e a neurofisiologia da via auditiva. 
 
Começando pela anatomia da orelha, a orelha vai se dividir em orelha externa, media e interna. 
 
A orelha externa 
A orelha externa consiste na aurícula e no meato acústico externo. A aurícula é o que a maioria 
das pessoas chama de orelha - projeção externa com formato de concha que circunda a abertura 
do meato acústico externo. A aurícula é composta por cartilagem elástica coberta com pele fina 
e pêlos ocasionais. Sua borda, a hélice, é um pouco mais espessa, e tem o polpudo lóbulo 
pendurado ("lobo da orelha") que não possui cartilagem. A função da aurícula é direcionar as 
ondas sonoras para o meato acústico externo. 
O meato acústico externo (canal auditivo) é um tubo curto, curvado (de aproximadamente 2,5 
cm de comprimento e 0,6 cm de espessura), que vai se estender da aurícula ate o tímpano. 
 
A aurícula tem um a estrutura de cartilagem elástica e o restante do canal está moldado no osso 
temporal. Todo o canal é revestido por pele e pêlos com glândulas sebáceas e glândulas 
sudoriparas apócrinas modificadas, aq elas são denominadas gl ândulas ceruminosas. Essas 
glândulas secretam o cerume que é a cera, que atua como armadilha pra fixar corpos estranhos. 
 
As ondas sonoras que penetram no meato acústico externo se chocam com a membrana 
timpânica, que é o limite entre as orelhas externa e a média. Essa membrana timpânica é uma 
membrana fina e transparente de tecido conjuntivo e é coberta por pele em sua 
superfície externa e por mucosa internamente. Ela possui 
o formato de um cone. A membrana timpânica transfere a energia sonora para os minúsculos 
ossículos da orelha média, fazendo-os vibrar. 
 
A orelha média 
• A orelha média é composta pela membrana timpânica e pelos ossículos 
auditivos , o martelo, a bigorna e o estribo. A membrana timpânica vai separar 
a orelha externa da orelha média com duas janelas, a oval e a redonda. E ela também é 
preenchida por ar. 
 
Em sua porção superior, a cavidade timpânica se arqueia para cima formando o recesso 
epitimpânico, o "teto" da cavidade da orelha média. O antro mastóideo, um canal na parede 
posterior da cavidade timpânica, permite a sua comunicação com células mastóídeas alojadas no 
processo mastóideo. A parede anterior da orelha média é adjacente à artéria carótida interna (a 
principal artéria que nutre o encéfalo) e apresenta a abertura da tuba faringotimpânica. Essa 
tuba, inicialmente chamada de tuba de Eustáquio, trafega em direção oblíqua para baixo ligando 
a cavidade da orelha média com a nasofaringe (a porção mais superior da garganta), e a mucosa 
da orelha média é contínua com o revestimento da faringe. 
 
Em geral, a tuba auditiva fica aplanada e fechada, porém ao engolir ou bocejar ela abri 
momentaneamente, pra igualar a pressão da orelha média com a pressão atmosférica. Essa 
equalização é importante pra fazer o tímpano vibrar, e caso essa equalização não ocorra os sons 
ouvidos vão ser distorcidos, O estalo quando da em altitudes muito altas com uma diferente 
pressão é o barulho da orelha, do tímpano tentando se equalizar. 
 
A orelha interna 
A orelha interna é a única que tem um papel no equilibrio e é composta pelo labirinto ósseo 
e pelo labirinto membranoso. O labirinto ósseo é formado por três canais semicirculares 
(lateral, posterior e superior) e dois órgãos otolíticos (utrículo e sáculo). Já o labirinto 
membranoso é composto por série de ductos, denominados rampa vestibular, rampa timpânica e 
rampa média. 
 
O labirinto ósseo é preenchido por perilinfa e o labirinto membranáceo está suspenso na 
perilinfa circundante; seu interior contém endolinfa. Esses dois fluidos conduzem as vibrações 
sonoras envolvidas na audição e respondem às forças mecânicas que ocorrem durante alterações 
na posição e aceleração do corpo. 
 
O vestíbulo é a cavidade central em forma de ovo do labirinto ósseo. Em sua parede lateral está 
a janela oval. Suspenso em sua perilinfa e unido por um pequeno dueto estão dois sacos do 
labirinto membranáceo, o sáculo e o utrículo. O sáculo, que é bem menor, é contínuo com o 
labirinto membranáceo, e estendende-se anteriormente na cóclea, o utrículo continua com os 
duetos semicirculares se estendendo posteriormente nos canais semicirculares. E o sáculo e o 
utrículo alojam regiões receptoras do equilíbrio denominadas máculas,elas respondem à força 
da gravidade e registram as mudanças de posição da cabeça. 
 
Os canais semicirculares se situam posterior e lateral ao vestíbulo. Dessa forma, há um canal 
semicircular anterior, posterior e lateral em cada orelha interna. Dentro de cada canal 
semicircular está o ducto semicircular membranáceo correspondente, o qual se comunica 
anteriormente com o utrículo. 
Cada um desses ductos possui uma dilatação espessa em uma das extremidades referida como 
ampola, onde está alojada a região receptora do equihôrio, conhecida como crista ampular. 
Estes receptores respondem aos movimentos 
angulares (rotacionais) da cabeça. 
 
O nervo coclear, uma divisão do nervo vestibulococlear , percorre do órgão espiral através do 
modíolo em seu percurso para o encéfalo. 
 
A cóclea é uma câmara óssea cônica em espiral que é do tamanho da metade de uma ervilha. 
Ela se estende da porção anterior do vestíbulo e se enrola 2x em torno de um pilar, o modíolo. 
Percorrendo a cóclea tem o ducto coclear membranáceo, onde localiza-se o órgão espiral (de 
Corti), que é o órgão receptor para a audição. 
 
A orelha média é preenchida por um líquido e, em cada um dos ductos, a 
composição desse líquido é diferente. O líquido encontrado nas rampas vestibular 
e timpânica, é denominado perilinfa. O líquido presente na rampa média é chamado endolinfa e 
apresenta alta concentração de potássio (K+) e uma baixa concentração de sódio (Na+). 
 
O "teto" do ducto coclear, é a membrana vestibular. Sua parede externa, a estria vascular, é 
composta por uma mucosa pouco comum ricamente vascularizada que secreta a endolinfa. O 
"soalho" do dueto coclear é formado pela lâmina espiral óssea e a membrana basilar flexível e 
fibrosa, a qual sustenta o órgão espiral (de Corti). A membrana basilar, a qual desempenha papel 
crítico na recepção sonora, é estreita e espessa próximo da janela oval e gradualmente vai 
tornando-se mais larga e fina ao se aproximar do ápice da cóclea. 
 
Membrana Basilar e Ressonância na Cóclea. A membrana basilar é uma membrana 
fibrosa que separa a rampa média da rampa timpânica. Contém 20.000 a 30.000 fibras 
basilares que se projetam do centro ósseo da cóclea, o modíolo, em direção à parede externa. 
Essas fibras são estruturas rígidas, elásticas e em forma de palheta que se fixam por suas 
extremidades basais na estrutura óssea central da cóclea (o modíolo), mas não se fixam em 
suas extremidades distais, exceto se as extremidades distais estiverem imersas na membrana 
basilar frouxa. Como as fibras são rígidas e livres em uma extremidade, podem vibrar como 
as palhetas de uma gaita. 
 
Os comprimentos das fibras basilares aumentam progressivamente, começando na janela 
oval e indo da base da cóclea a seu ápice, aumentando seu comprimento. As fibras curtas e 
rígidas, perto da janela oval da cóclea, vibram melhornas frequências muito altas, enquanto as 
fibras longas e flexíveis, perto da extremidade da cóclea, vibram melhor nas frequências baixas. 
 
Desse modo, a ressonância de alta frequência da membrana basilar ocorre perto da base, 
onde as ondas sonoras entram na cóclea pela janela oval. Entretanto, a ressonância de baixa 
frequência ocorre perto do helicotrema. Isso ocorre devido às fibras menos rígidas, mas 
também devido ao aumento da "carga" com massas extras de líquido que precisam vibrar, ao 
longo dos túbulos cocleares. 
 
2- Descrever a transdução e o transporte do som ao longo da via auditiva. 
 
MEMBRANA TIMPÂNICA E O SISTEMA OSSICULAR 
A CONDUÇÃO DO SOM DA MEMBRANA TIMPÂNICA PARA A CÔCLEA 
 
 
A Figura 53-1 – Mostra a membrana timpânica (ou tímpano) do lado externo e os ossículos no lado 
interno q vão conduzir o som da Mem timpânica, após a mem timpânica temos o cabo do martelo q 
esta ligado a bigorna os dois atuam juntos, dps tem o estribo, e dps a janela oval, todos interligados 
e todos suspensos por ligamentos. 
 
A extremidade do cabo do martelo é fixada à membrana timpânica, entre esses dois existe o 
músculo tensor do tímpano que mantém a membrana timpânica tensionada. Essa tensão permite 
que as vibrações do som sejam transmitidas da membrana para os ossículos. 
 
"Casamento de Impedância" pelo Sistema Ossicular. A amplitude dos movimentos da 
placa do martelo a cada vibração sonora é maior que a do cabo do estribo. Portanto, o sistema de 
alavanca ossicular reduz a distância do movimento do estribo, porem aumenta a força de 
movimento. Além disso, a área da superfície da membrana timpânica é bem maior que a do estribo. 
Essa diferença de área, multiplicada pela amplificação proporcionada pelo sistema de alavancas, 
causa mais força total exercida sobre o líquido da cóclea, em relação à que é exercida pelas ondas 
sonoras contra a membrana timpânica. Como a gnt sabe o liquido tem uma inércia maior que o ar, 
então vai ser necessário aumentar a força pra que a vibração pelo ar seja transmitida para o líquido. 
 
Portanto, a membrana timpânica e o sistema ossicular proporcionam um casamento da impedância, 
entre as ondas sonoras no ar e as vibrações sonoras no líquido da cóclea. 
 
Agora na ausência do sistema ossicular e da membrana timpânica, as ondas sonoras ainda 
Podem entrar diretamente através do ar do ouvido médio e entrar na cóclea pela janela 
oval. Porem uma certa sensibilidade vai ser perdida e a audição de uma voz fica imperceptível. 
 
Atenuação do Som por Contração dos Músculos Tensor do Tímpano e Estapédio. 
Quando tem algum som intenso o músculo estapédio e o músculo tensor do tímpano se contraem. 
 O músculo tensor do tímpano puxa o cabo do martelo para dentro, e o músculo estapédio puxa 
o estribo para fora, aumentando a rigidez do sistema ossicular, reduzindo a condução do som com 
uma baixa freqüência. 
Um exemplo é a mascaraçao de sons,mesmo com ruídos no fundo uma pessoa consegue se 
concentra em um som principal. 
 
Outra função dos músculos tensor do tímpano e estapédio é diminuir a sensibilidade 
auditiva da pessoa à sua própria fala. Esse efeito é ativado por sinais nervosos colaterais, 
transmitidos a esses músculos ao mesmo tempo em que o cérebro ativa o mecanismo da voz. 
 
TRANSMISSÃO DO SOM ATRAVÉS DO OSSO 
Como a cóclea ta ali junto da cavidade óssea no osso temporal vibrações no crânio inteiro, mas 
especialmente no processo mastoide , podem causar vibrações do líquido na cóclea fazendo 
com que a pessoa ouça um som. 
 
TRANSMISSÃO DE ONDAS SONORAS NA CÔCLEA - "ONDA VIAJANTE" 
 
Quando o pé do estribo se movimenta para dentro contra a janela oval, a janela redonda 
precisa ficar abaulada para fora . O efeito inicial da onda sonora, que entra na janela oval, é 
fazer com que a membrana basilar, na base da cóclea, se curve na direção da janela redonda. 
No entanto, a tensão elástica 
que se cria nas fibras basilares quando elas se curvam em direção à janela redonda 
desencadeia onda de líquido que "trafega" ao longo da membrana basilar em direção ao 
helicotrema. A Figura 53-5A mostra o movimento de onda de alta frequência, pela 
membrana basilar; a B o movimento de uma onda de média frequência; e a C uma onda 
com frequência baixa. 
Cada onda é relativamente fraca a princípio, mas se torna forte quando chega à parte da 
membrana basilar que tem frequência de ressonância natural, igual à respectiva frequência do 
som. Nesse ponto, a membrana basilar pode vibrar para a frente e para trás com tal facilidade 
que a energia da onda se dissipa. Consequentemente, a onda morre nesse ponto e deixa de se 
propagar pela distância restante, ao longo da membrana basilar. Desse modo, a onda sonora de 
alta frequência tem trajeto apenas por curta distância ao longo da membrana basilar, antes que 
chegue a seu ponto de ressonância e se dissipe; a onda sonora, com frequência média, trafega 
por cerca de meio caminho e, então, se dissipa; e a onda sonora, com frequência muito baixa, 
trafega por toda a distância ao longo da membrana. 
 
Outra característica da propagação ondulatória é que as ondas trafegam rapidamente ao 
longo da parte inicial da membrana basilar, mas ficam progressivamente mais lentas quando 
se afastam em direção à cóclea. A causa dessa diferença é o alto coeficiente de elasticidade 
das fibras basilares, perto da janela oval e do coeficiente progressivamente menor ao longo da 
membrana. Essa transmissão inicial rápida das ondas permite que os sons com alta 
frequência cheguem longe o suficiente, na cóclea, para se propagarem e se separarem na 
membrana basilar. Sem essa rápida transmissão inicial, todas as ondas de alta frequência se 
agrupariam, mais ou menos, no primeiro milímetro da membrana basilar, e suas frequências 
não poderiam ser diferenciadas. 
 
Padrão de Amplitude da Vibração da Membrana Basilar. 
 
Essa figura mostra as posições de ondas sonoras na membrana basilar, quando o estribo esta 
pra dentro (é a onda A), quando o estribo fica neutro (B), quando ele vai pra fora (C) e (D) 
quando ele volta a ser neutro. Entre essas ondas, a parte colorida demonstra o padrão da 
amplitude de vibração para essa freqüência sonora. 
 
A Figura 53-6B mostra os padrões de amplitude de vibração para diferentes frequências, 
demonstrando que a amplitude máxima para o som com 8.000 ciclos/s ocorre perto da base 
da cóclea, enquanto a das frequências inferiores a 200 ciclos/s está na extremidade da 
membrana basilar, perto do helicotrema. 
 
O principal método pelo qual as frequências sonoras são diferenciadas entre si baseia-se 
no "lugar" de estimulação máxima das fibras nervosas do órgão de Corti, situado na 
membrana basilar. 
 
 FIGURA 11.9 
Propagação de uma onda na membrana basilar. À medida que o estribo se move para 
dentro e para fora, ele faz a perilinfa fluir, como indicado pelas setas. Isso gera uma onda que 
se propaga na membrana basilar. (O tamanho da onda está aumentado cerca de 1 milhão 
de vezes nesta ilustração.) Na frequência de 3.000 Hz, o movimento do fluido e da membrana 
terminam de forma abrupta, aproximadamente no meio do trajeto entre a base e o ápice. 
Observe que a escala média não está ilustrada aqui. (Fonte: adaptada de Nobili, Mammano 
e Ashmore, 1998, Fig. 1.) 
FIGURa 11.10 
A resposta da membrana basilar ao 
som. A cóclea está mostrada desenrolada. 
(a) Os sons de alta frequência 
produzem a propagação de uma onda, 
a qual se dissipa próxima à base estreita 
e rígida da membrana basilar. 
(b) Os sons de baixa frequência produzem 
uma onda que se propaga por 
toda a membrana basilar até o seu ápice, 
antes de se dissipar. (A deformação 
da membrana basilar está exagerada 
para fins de ilustração.) (c) Existe 
um código de localização na membrana 
basilar para a frequência que produz 
a deflexão de amplitude máxima. 
FUNÇÃO DO ÔRGÃO DE CORTI 
O órgão de Corti é o órgão receptor que gera impulsosnervosos em resposta à vibração da 
membrana basilar. Esse órgão se situa na superfície das fibras basilares e da membrana 
basilar. Os receptores sensoriais no órgão são dois tipos de células nervosas chamados 
células ciliadas internas e externas. As internas em maioria fazem sinapse com terminações 
nervosas da cóclea. 
 
As fibras nervosas, estimuladas pelas células ciliadas, levam ao gânglio espiral de Corti, que 
se situa no modíolo da cóclea. As células neuronais do gânglio espiral enviam 
axônios para o nervo coclear e, depois, para o sistema nervoso central. 
 
 
 
Excitação das Células Ciliadas. Observe na Figura 53-7 que os minúsculos cílios, os 
estereocílios, se projetam das células ciliadas e tocam no revestimento da superfície da 
membrana tectorial A curvatura dos cílios, em uma direção, despolariza as células ciliadas, e a 
curvatura na direção oposta, as hiperpolariza, excitando as fibras nervosas que fazem sinapse 
com sua base. 
 
A Figura 53-8 mostra o mecanismo pelo qual a vibração da membrana basilar excita as 
terminações dos cílios. As extremidades externas das células ciliadas se fixam a lâmina 
reticular, sustentada por bastões de Corti triangulares, que se fixam firmemente às fibras 
basilares. As fibras basilares, os bastões de Corti e a lâmina reticular se movimentam junto. O 
movimento para cima da fibra basilar provoca a rotação da lâmina reticular para cima e 
para dentro, em direção ao modíolo. Depois, quando a lâmina reticular oscila para baixo, a 
lâmina reticular é distorcida para baixo e para fora. O movimento para dentro e para fora faz 
com que os cílios das células ciliadas sejam distorcidos para a frente e para trás contra a 
membrana tectorial. Assim, as células ciliadas são excitadas sempre que a membrana basilar 
vibra. 
 
Sinais Auditivos São Transmitidos Principalmente pelas Células Ciliadas Internas. 
As células ciliadas externas fazem a afinação do sist receptor, controlando a sensibilidade das 
células ciliadas internas para diferentes tons. 
 
Potenciais Receptores das Células Ciliadas e Excitação das Fibras Nervosas 
Auditivas. Os estereocílios que saem das células ciliadas possuem uma estrutura proteica rígida. 
Os estereocilios mais longos ficam em uma região oposta aos mais curtos, por isso quando os 
cílios se curvam na direção dos mais longos, as pontas dos estereocilios menores são puxadas 
para fora da superfície da cel ciliada, causando uma transuçao mecânica que abre centenas de 
canais condutores de cátions, permitindo que os íons de potássio com carga positiva no liquido 
da rampa media flua para os estereocilios, despolarizando a membrana das cel ciliadas. 
 
Isso ocorre na direção oposta quando as fibras basilares se curvam para a rampa vestibular, se 
hiperpolarizando e gerando um potencial receptor da cel ciliada. Esse potencial vai estimular as 
terminações do nervo coclear que fazem sinapse com as bases das cel ciliadas. 
 
 FIGURA 11.13 
A inclinação dos estereocílios produzida pelo movimento para cima da membrana basilar. 
(a) as células ficam entre a membrana e a lamina reticular em repoudo com as extremidades dos 
estereocílios das células ciliadas externas conectadas a membrana tectorial. (b) Quando o som provoca a 
deflexão para cima da membrana basilar, a lâmina reticular move-se para cima e para o centro da cóclea, 
na direção do modíolo, provocando o deslocamento dos estereocílios no sentido oposto. 
 
 
Potencial Endococlear. A rampa vestibular e a timpânica é cheia com perilinfa um liquido 
semlhante ao cefalorraquidiano. E a rampa média com endolinfa que é secretado pela estria 
vascular (área vascularizada na parede externa da rampa média). A endolinfa contém alta 
concentração de potássio e baixa de sódio, o que é exatamente oposto ao conteúdo da perilinfa. 
A estria vascular então secreta íons de potássio positivo para a rampa media e por isso existe um 
potencial elétrico de 80milivolts entre os dois liquidos, com positividade no interior da rampa 
media e negatividade por fora. Gerando assim o Potencial Endococlear 
 
As cel ciliadas são banhadas tanto pela perilinfa quanto pela endolinfa, alem disso essas células 
nas suas superfícies possuem um alto potencial intracelular negativo de em relação à perilinfa e 
à endolinfa. Esse alto potencial elétrico nas pontas dos estereocílios sensibilizam a célula, 
aumentando, assim, sua capacidade de responder a um som mais discreto. 
 
 Figura 11.15 
Despolarização de uma célula ciliada. 
(a) Quando os ligamentos apicais que unem os estereocilios são estirados os canais 
iônicos das extremidades dos estereocílios se abrem 
(b) A entrada de calciodespolariza a célula ciliada, e ela abre canais de calcio dependentes 
de voltagem. O influxo de potássio leva à liberação de neurotransmissor das vesículas sinápticas, 
que se difunde às terminações pós-sinápticas dos neuritos do gânglio espiral. 
 
A Figura 11.15 é a suposição de como os canais de transdução funcionam: 
O ligamento apical conecta cada canal a parte superior do esterocilio. 
Quando os estereocilios estao alinhado, a tensao sobre o ligamento apical mantem ele aberto, 
permitindo que entre potássio da endolinfa para dentro da celula ciliada. 
 
A inclinacao dos estereocilios em um sentido aumenta a tensao, aumentando a corrente de 
potassio. E a inclinacao no sentido oposto alivia a tensao sobre os ligamentos apicais, 
fechando o canal e reduzindo assim o calcio. 
 
A entrada de potássio na celula ciliada causa uma despolarizacao, que, ativa os canais de 
calcio dependentes de voltagem. 
A entrada desse cálcio dispara a liberacao de glutamato, que ativa os axônios do ganglio 
espiral. 
 
FIGURA 11.17 
Amplificação pelas células ciliadas 
externas. (a) As proteínas motoras nas 
membranas das células ciliadas externas. 
(b) A inclinação dos estereocílios 
provoca o influxo de potássio nas células 
ciliadas, despolarizando-as, disparando 
a ativação das proteínas motoras 
e o encurtamento da célula ciliada. 
(c) O encurtamento e o alongamento da 
célula ciliada aumentam a deflexão da 
membrana basilar. (d) A furosemida diminui 
a transdução da célula ciliada, reduzindo, 
consequentemente, a deflexão 
da membrana basilar. 
 
 
O efeito motor das celulas ciliadas externas contribui de forma significativa 
para a propagacao da onda ao longo da membrana basilar. Isso foi demonstrado, 
em 1991, por Mario Ruggero e Nola Rich, da Universidade de Minnesota, ao 
administrarem o farmaco furosemida em animais experimentais. A furosemida 
diminui temporariamente a transducao que, em geral, resulta da inclinacao 
dos estereocilios das celulas ciliadas, e foi observado que a furosemida reduziu 
significativamente o movimento da membrana basilar em resposta ao som 
(Figura 11.17c, d). Acredita-se que esse efeito da furosemida resulta da inativacao 
das proteinas motoras da celula ciliada externa e da perda do amplificador 
coclear. Quando as celulas ciliadas externas amplificam a resposta da membrana 
basilar, os estereocilios das celulas ciliadas internas inclinam-se mais, e o 
processo de transducao nas celulas ciliadas internas produz uma resposta maior 
no nervo coclear. Portanto, por intermedio desse sistema de retroalimentacao, 
 
 
DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA DO SOM - O PRINCÍPIO DO "LUGAR" 
 
O lugar na membrana basal em que houve a ativação. 
Das discussões anteriores, neste Capítulo, fica aparente que os sons de baixa frequência 
causam ativação máxima da membrana basilar, perto do ápice da cóclea, e os sons de alta 
frequência ativam a membrana basilar perto da base da cóclea. Sons de frequência 
intermediária ativam a membrana em distâncias intermediárias, entre os dois extremos. 
Além disso, existe organização espacial das fibras nervosas na via coclear, em todo o trajeto 
da cóclea até o córtex cerebral. O registro de sinais, nos tratos auditivos do tronco cerebral e 
nos campos receptivos auditivos do córtexcerebral, mostra que neurônios cerebrais 
específicos são ativados por frequências sonoras específicas. Portanto, o principal método 
usado pelo sistema nervoso para detectar diferentes frequências sonoras é o de determinar as 
posições ao longo da membrana basilar que são mais estimuladas, que é chamado princípio 
do lugar para a determinação da frequência sonora. 
 
Com referência à Figura 53-6, é possível observar que a extremidade distal da membrana 
basilar no helicotrema na membrana basal é estimulada por todas as frequências sonoras abaixo 
de 200 ciclos/s. 
Portanto, tem sido difícil compreender, pelo princípio do lugar, como se pode diferenciar 
entre frequências sonoras baixas na faixa de 200, baixando até 20. Postula-se que essas 
frequências baixas sejam discriminadas principalmente pelo chamado disparo em surto ou 
princípio da frequência. Isso significa que sons com baixa frequência, de 20 a 1.500 a 2.000 
ciclos/s, podem causar surtos de impulsos nervosos sincronizados nas mesmas frequências, e 
esses surtos são transmitidos pelo nervo coclear até os núcleos cocleares do cérebro. Ainda se 
sugere que os núcleos cocleares possam distinguir as diferentes frequências dos surtos. De 
fato, a destruição de toda a metade apical da cóclea, o que destroi a membrana basilar, onde 
são normalmente detectados todos os sons com frequência mais baixa, não elimina de modo 
total a discriminação dos sons de frequência mais baixa. 
 
DETERMINAÇÃO DA INTENSIDADE 
 
A intensidade é determinada pelo sistema auditivo pelo menos por três modos. 
Primeiro, à medida que o som fica mais intenso, a amplitude de vibração da membrana 
basilar e das células ciliadas também aumenta, de modo que as células ciliadas excitam as 
terminações nervosas com frequência mais rápida. 
 
 
Segundo, à medida que a amplitude de vibração aumenta, faz com que cada vez mais e 
mais células ciliadas, nas margens da porção ressonante da membrana basilar, sejam 
estimuladas, causando, assim, somação espacial dos impulsos - isto é, transmissão por 
muitas fibras nervosas, e não através de apenas algumas 
 
Terceiro, as células ciliadas externas não são estimuladas significativamente, até que a 
vibração da membrana basilar atinja alta intensidade, e a estimulação dessas células, 
presumivelmente, notifica o sistema nervoso que o som é intenso. 
 
Unidade em Decibéis. usar o sistema de decibéis, para expressar alterações de intensidade 
Devido às extremas variações da intensidade sonora que o ouvido 
pode detectar e discriminar, as intensidades sonoras geralmente são expressas em termos do 
logaritmo de suas intensidades reais. Aumento de 10 vezes da energia sonora é chamado 1 
bel, e 0,1 bel é chamado 1 decibel. Um decibel representa aumento real de energia sonora de 
1,26 vez. 
 
Limiar para Audição em Diferentes Frequências. A Figura 53-9 mostra os limiares de 
pressão, em que os sons de diferentes frequências mal podem ser detectados pelo aparelho 
auditivo. 
 
Faixa de Frequências da Audição. As frequências sonoras que a pessoa jovem pode ouvir 
ficam entre 20 e 20.000 ciclos/s. No entanto, com referência novamente à Figura 53-9, 
vemos que a faixa sonora depende em grande extensão da intensidade. Se a intensidade for 
de 60 decibéis abaixo de 1 dina/ cm2 de nível de pressão do som, a faixa sonora será de 500 a 
5.000 ciclos/s; somente com sons intensos, a faixa completa de 20 a 20.000 ciclos pode ser 
atingida. Na idade avançada, essa faixa de frequências em geral é encurtada para 50 a 8.000 
ciclos/sou menos. 
 
MECANISMOS AUDITIVOS CENTRAIS - VIAS NERVOSAS AUDITIVAS 
Figura 53-10 mostra as principais vias auditivas. mostra que as fibras nervosas do 
gânglio espiral de Corti entram nos núcleos cocleares dorsal e ventral, na parte 
superior do bulbo. Onde todas as fibras fazem sinapse, e neurônios de segunda ordem 
passam para o lado oposto do tronco cerebral para terminar no núcleo 
olivar superior. 
Do núcleo olivar superior, a via auditiva vai pelo lemnisco lateral. Algumas das fibras 
terminam no núcleo do lemnisco lateral, porém muitas e outras se desviam desse núcleo e vão 
para o colículo inferior, onde todas ou quase todas as fibras auditivas fazem sinapse. Daí, a 
via passa para o núcleo geniculado medial, onde todas as fibras fazem sinapse. Por fim, a via 
prossegue por meio da radiação auditiva, até o córtex auditivo, localizado em sua maior parte 
na parte superior do lobo temporal. 
 
Em três lugares no tronco cerebral ocorre cruzamento entre as duas vias: (1) no corpo 
trapezoide; (2) na comissura entre os dois núcleos do lemnisco lateral; e (3) na comissura que 
liga os dois colículos inferiores. 
 
Muitas fibras colaterais dos tratos auditivos entram diretamente no sistema reticular ativador do 
tronco cerebral que ativa todo o sistema nervoso em resposta a sons intensos. 
 
Frequências de Descargas em Diferentes Níveis nas Vias Auditivas. Fibras 
nervosas isoladas que entram nos núcleos cocleares do nervo auditivo podem causar 
descargas com frequências de até pelo menos 1.000 por segundo, sendo essa 
frequência determinada, em grande parte, pela intensidade do som. Nas frequências 
sonoras de até 2.000 a 4.000 ciclos/s, impulsos do nervo auditivo costumam ser 
sincronizados com as ondas sonoras, mas não ocorrem, necessariamente, com todas as 
ondas. 
Nos tratos auditivos do tronco cerebral, as descargas, em geral, já não são 
sincronizadas com a frequência sonora, exceto nas frequências sonoras abaixo de 200 
ciclos/s. Acima do nível dos colículos inferiores, até essa sincronização é principalmente 
perdida. Esses achados demonstram que os sinais sonoros não são transmitidos 
inalterados diretamente do ouvido até níveis mais altos do cérebro; em lugar disso, as 
informações dos sinais sonoros começam a ser lidas a partir do tráfego de 
impulsos, em níveis não superiores aos núcleos cocleares. Teremos mais a dizer sobre 
essa última característica adiante, em especial em relação à percepção da direção da 
qual vem o som. 
 
FUNÇÃO DO CÓRTEX CEREBRAL NA AUDIÇÃO 
A área de projeção dos sinais auditivos para o córtex cerebral é mostrada na Figura 53-11, 
que demonstra que o córtex auditivo fica se situa em sua maior parte no plano supratemporal do 
giro temporal superior, mas também se estende à lateral do lobo temporal, sobre grande parte 
do córtex insular, até a porção lateral do opérculo parietal. 
A Figura 53-11 mostra duas subdivisões distintas: o córtex auditivo primário e o córtex de 
associação auditiva (também chamado córtex auditivo secundário). O córtex auditivo 
primário é excitado diretamente por projeções do corpo geniculado medial, enquanto as 
áreas de associação auditivas são excitadas, secundariamente, por impulsos do córtex 
auditivo primário, bem como por algumas projeções das áreas de associação talâmicas, 
adjacentes ao corpo geniculado medial. 
Percepção das Frequências Sonoras no Córtex Auditivo Primário. Pelo menos seis 
mapas tonotópicos foram descritos no córtex auditivo primário e nas áreas de associação 
auditivas. Em cada um desses mapas,como da pra ver na imagem sons de alta frequência 
excitam neurônios em uma 
extremidade do mapa, enquanto sons com baixa frequência excitam neurônios na 
extremidade oposta. Na maioria dos mapas, os sons com baixa frequência estão localizados 
na frente, como a Figura 53-11 mostra, e os sons com alta frequência estão localizados 
posteriormente. Essa representação não é observada para todos os mapas. 
Por que o córtex auditivo tem tantos mapas tonotópicos diferentes? A resposta 
presumivelmente é que cada uma das áreas distintas avalia alguma característica específica 
dos sons. Por exemplo, um dos grandes mapas do córtex auditivo primário discrimina quase 
inteiramente as próprias frequências sonoras e dá à pessoa a sensação psíquica dos tons 
sonoros. Outro mapa, provavelmente, é usado para detectar de qual direção vemo som. 
Outras áreas corticais auditivas detectam qualidades especiais, como o início súbito de sons 
ou talvez modulações especiais, como ruído versus sons de frequências puras. 
A faixa de frequências, à qual cada neurônio individual responde no córtex auditivo é 
muito mais estreita do que nos núcleos cocleares e de retransmissão no tronco cerebral. 
Voltando à Figura 53-6B, observe que a membrana basilar é estimulada por sons de todas as 
frequências, assim como os núcleos cocleares e no momento em que a excitação chega ao 
córtex cerebral, fica mais especifico e os neurônios vão responder apenas a uma faixa especifica 
de freqüência. 
Portanto, em algum ponto ao longo d a via, mecanismos de processamento "focalizam" a 
resposta às frequências. 
 
Muitos dos neurônios no córtex auditivo, especialmente no córtex de associação auditiva, 
não respondem apenas a frequências sonoras específicas no ouvido. Acredita-se que esses 
os neurônios "associem" diferentes frequências sonoras entre si ou associem informações 
sonoras a informações de outras áreas sensoriais do córtex. Na verdade, a parte parietal do 
córtex de associação auditiva se sobrepõe, em parte, à área somatossensorial II, o que poderia 
criar fácil oportunidade para a fazendo uma associação de informações auditivas com 
informações somatossensoriais. 
 
Discriminação de "Padrões" Sonoros pelo Córtex Auditivo. E a remoção bilateral 
completa do córtex auditivo não impede o gato ou o macaco de detectar sons ou de reagir, de 
modo grosseiro, aos sons. No entanto, reduz bastante ou algumas vezes até abole a 
diminui muuito a capacidade de diferenciar diferentes tons sonoros e especialmente padrões de 
som. 
Portanto, o córtex auditivo é especialmente importante na discriminação dos 
padrões sonoros tonais e sequenciais. 
Alem disso a destruição de um dos lados do córtices auditivos primários, no ser humano, reduz 
bastante a sensibilidade auditiva. A destruição de um dos lados apenas reduz, discretamente, a 
audição no ouvido oposto; isso não causa surdez, devido às muitas conexões cruzadas, de lado a 
lado, na via neural auditiva. No entanto, afetando a capacidade de localizar a fonte do som, 
porque são necessários sinais comparativos em ambos os córtices, para a 
função de localização. 
As lesões que afetam apenas as areas de associação auditivas, a pessoa fica incapaz 
de interpretar o significado do som ouvido.entao ela ouve mas não consegue distinguir oq aquilo 
significa. Por exemplo, lesões na parte posterior do giro 
temporal superior, que é a chamada área de W ernicke e é parte do córtex de associação 
auditiva, costumam tornar impossível que a pessoa interprete os significados das palavras 
faladas, embora ela as escute perfeitamente bem e possa repeti-las. Essas funções das áreas de 
associação auditivas e sua relação com as funções intelectuais globais do cérebro são 
discutidas, com mais detalhes, no Capítulo 58. 
 
DETERMINAÇÃO DA DIREÇÃO DA QUAL O SOM VEM 
A pessoa determina a direção horizontal da qual vem do som por dois meios principais: (1) pelo 
intervalo de tempo entre a entrada do som em um ouvido e sua entrada no ouvido oposto; e 
(2) pela diferença entre as intensidades de sons nos dois ouvidos. 
O primeiro mecanismo funciona melhor nas frequências abaixo de 3.000 ciclos/s, e o 
segundo mecanismo opera melhor nas frequências mais altas porque a cabeça é barreira 
maior ao som nessas frequências. O mecanismo do intervalo de tempo discrimina a direção 
muito mais precisamente do que o mecanismo da intensidade, por não depender de fatores 
alheios, mas somente do intervalo exato de tempo entre dois sinais acústicos. Se a pessoa 
estiver olhando com precisão na direção da fonte de som, ele chegará a ambos os ouvidos 
exatamente no mesmo instante, enquanto, se o ouvido direito estiver mais próximo do som 
que o esquerdo, os sinais sonoros do ouvido direito entrarão no cérebro à frente dos do 
ouvido esquerdo. 
Agr a discriminação vertical de onde vem o som é dada pelos pavilhões auditivos dos dois 
ouvidos. A forma do pavilhão auditivo muda a qualidade do som que entra na orelha, 
dependendo da direção de que vem o som. 
Mecanismos Neurais para Detectar a Direção do Som. A destruição do córtex auditivo, 
em ambos os lados do cérebro, quer em seres humanos quer em mamíferos inferiores, causa 
perda de quase toda a capacidade de o mecanismo detectar a direção de onde vem o som. Ainda 
assim, análises neurais para esse processo de detecção começam nos núcleos olivares superiores 
do 
tronco cerebral, embora sejam necessárias vias neurais em todo o trajeto destes núcleos ao 
córtex para a interpretação dos sinais. Acredita-se que o mecanismo seja o seguinte. 
O núcleo olivar superior se divide em duas partes: (1) núcleo olivar superior medial; e (2) 
núcleo olivar superior lateral. O núcleo lateral está relacionado com a detecção da direção da 
qual o som está vindo, presumivelmente, por simples comparação da diferença de 
intensidades do som que chega aos dois ouvidos e pelo envio de sinal apropriado ao córtex 
auditivo, para estimativa da direção. 
O núcleo olivar superior medial, contudo, tem mecanismo específico para detecta o 
intervalo de tempo entre os sons que entram nos dois ouvidos. Esse núcleo contém 
grande número de neurônios que têm dois dendritos principais, um se projetando para a 
direita e outro para a esquerda. O sinal acústico do ouvido direito invade o dendrito direito, 
e o sinal do ouvido esquerdo invade o dendrito esquerdo. A intensidade de excitação de cada 
neurônio é muito sensível ao intervalo de tempo específico entre os dois sinais acústicos dos 
dois ouvidos. Os neurônios próximos a borda do núcleo respondem, de modo máximo, a 
intervalo de tempo curto, enquanto os próximos da borda oposta respondem a intervalo de 
tempo longo; os intermediários respondem a intervalos de tempo intermediários. 
Desse modo, desenvolve-se padrão espacial de estimulação neuronal no núcleo olivar 
superior medial, com o som diretamente à frente da cabeça estimulando um grupo de 
neurônios olivares de modo máximo e sons de ângulos laterais diferentes, estimulando 
outros grupos de neurônios em lados opostos. Essa orientação espacial de sinais é, então, 
transmitida para o córtex auditivo, onde a direção do som é determinada pelo local dos 
neurônios estimulados de modo máximo. Acredita-se que todos esses sinais, para determinar 
a direção do som, sejam transmitidos por uma via diferente e excitem um local no córtex 
cerebral diferente da via de transmissão e do local de término para padrões tonais de som. 
Concluindo, esse mecanismo so reforça como os sinais, as informações, são analisados a medida 
que passam por diferentes níveis de atividade neuronal no cérebro. 
 para detecção da direção do som indica novamente como informações 
específicas, nos sinais sensoriais, são dissecadas à medida que os sinais passam por diferentes 
níveis de atividade neuronal. Nesse caso, a "qualidade" da direção do som é separada da 
"qualidade" dos tons sonoros, no nível dos núcleos olivares superiores. 
 
Sinais Centrífugos do Sistema Nervoso Central para os Centros Auditivos 
Inferiores 
Foram demonstradas vias retrógradas em cada nível do sistema nervoso auditivo, do 
córtex à cóclea, no ouvido. A via final é do núcleo olivar superior para as 
células ciliadas do receptor sonoro, no órgão de Corti. Essa via final completa a possibilidade de 
focalização em so um som, ignorando outros do mesmo ambiente. 
Essas fibras retrógradas são inibitórias. Na verdade, a estimulação direta de pontos 
distintos, no núcleo olivar, demonstrou inibir áreas específicas do órgão de Corti, 
reduzindo suas sensibilidades sonoras por 15 a 20 decibéis. Pode-se compreender, 
prontamente, como isso poderia permitir a pessoa dirigir sua atenção para sons de 
qualidades particulares, rejeitando sons de outras qualidades. Essa característica éprontamente demonstrada quando se escuta um só instrumento na orquestra 
sinfônica. 
 
Anormalidades da Audição 
Tipos de Surdez 
A surdez se divide em dois tipos: (1) a causada por comprometimento da cóclea ou 
do nervo auditivo, ou dos circuitos do sistema nervoso central do ouvido, em geral, 
classificada como "surdez nervosa"; e (2) a causada por comprometimento das 
estruturas físicas da orelha que conduzem o próprio som à cóclea, que é, em geral, 
chamada "surdez de condução". 
No entanto, se a cóclea e o nervo ainda ficarem intactos, mas o sistema tímpanoossicular 
tiver sido destruído ou estiver anquilosado ("congelado" no lugar por fibrose 
ou calcificação), as ondas sonoras ainda poderão ser conduzidas à cóclea por meio da 
condução óssea de gerador de sons aplicado ao crânio sobre a orelha. 
 
Deficiência auditiva condutiva 
Caracterizam-se basicamente pela diminuição da audição aos sons graves (aumento da rigidez 
do sistema) com certa conservação da audição aos sons agudos, 
apresentam o teste de Rinne negativo e o de Weber com 
lateralização para a orelha pior. O gráfico audiomé- 
trico costuma apresentar uma curva ascendente, com perdas 
maiores em graves. 
 
Deficiência auditiva sensorioneural 
O aparelho de transmissão do som encontra-se normal, mas há uma alteração na qualidade 
do som. Engloba desde lesões sensoriais (orelha 
interna ou órgão de Corti) a neurais (lesões desde o nervo coclear 
até os núcleos auditivos no tronco). 
Nas deficiências auditivas do tipo sensorioneural há uma 
conservação de audição para sons graves com perda de audição 
mais acentuada em agudos. Aos testes de diapasão, o Rinne costuma ser 
positivo, o Weber lateraliza para o lado melhor. 
 
Deficiência auditiva mista 
Esta perda auditiva apresenta-se com características diver- 
sas das anteriores, pois, dependendo do predomínio do fator de 
condução ou da gravidade da lesão sensorial, cada caso vai apresentará ca- 
racterísticas diferentes. Em tais casos poderemos dizer que a 
audição pela via aérea é pior que a óssea, a discriminação auditiva pouco comprometida, 
ausência de reflexo do músculo do estribo (quando a lesão localiza-se na orelha média), e os 
testes de diapasão são difíceis de ser interpretados, especialmente nos casos unilaterais. Podem 
representar um estágio evolutivo avançado de certas lesões condutivas (como na otospongiose), 
quando estas comprometem as espiras basais da cóclea. 
Deficiência auditiva funcional 
Neste tipo de disfunção auditiva (também denominada de 
pseudo-hipoacusia, quando simulada), o paciente não apresen- 
ta lesões orgânicas no aparelho auditivo, quer periférico ou 
central. A dificuldade de entender a audição pode ser de fundo 
emocional ou psíquico, podendo sobrepor-se a alguma lesão 
auditiva prévia, apresentando pioras bruscas do quadro clínico. 
Representam um grande desafio à audiologia clínica e torna-se 
difícil determinar, em certas situações, se é uma simulação ou 
é orgânica. Alguns testes, como o de Stenger e métodos 
eletrofisiológicos, têm possibilitado algum progresso neste 
diagnóstico. 
 
Acumetria 
A acumetria é a realização de testes auditivos usando diapasões. Os diapasões são “barras 
metálicas em formato de U que vibram emitindo sons. 
 
Teste de Weber 
O teste de Weber permite a comparação das vias ósseas. 
Para a realização do teste, o fonoaudiólogo deve vibrar o diapasão (batendo-o na mão) e 
colocar na linha média do crânio. Após, deve perguntar ao paciente se ele percebe o som 
igualmente nas duas orelhas ou se é mais forte em uma delas. 
Perceber o som igualmente nas duas orelhas indica que a audição das mesmas é simétrica. 
Quando o som é percebido mais forte em uma das orelhas, indica que existe assimetria entre 
os limiares auditivos. Pode indicar: 
• perda auditiva condutiva unilateral – percepção do som no lado pior (afetado) 
• perda auditiva neurossensorial unilateral – percepção do som no lado melhor (não afetado) 
• perda auditiva condutiva bilateral assimétrica – percepção do som no lado com maior gap aéreo-
ósseo 
• perda auditiva neurossensorial bilateral assimétrica – percepção do som no lado melhor 
 
Teste de Rinne 
O teste de Rinne permite que se compare a percepção do som por via aérea e via óssea. Após 
a vibração do diapasão, apresenta-se alternadamente o som por via óssea e aérea, colocando-se o 
cabo na mastoide e depois próximo ao trágus. Pergunta-se ao paciente onde ele percebe o som 
mais forte. 
A percepção do som mais forte por via aérea indica que não há presença de componente 
condutivo (o paciente apresenta limiares auditivos normais ou perda auditiva neurossensorial). 
O resultado é Rinne positivo (+). 
A percepção do som mais forte por via óssea indica que existe componente condutivo (perda 
auditiva condutiva ou neurossensorial). O resultado é Rinne negativo (-). 
 
 
 
BERA ou Potencial Evocado Auditivo do Tronco Cerebral (PEATC) 
O BERA ou Potencial Evocado Auditivo é um exame que avalia a integridade das vias 
auditivas, ou seja, ele identifica as ondas elétricas geradas a partir de um estímulo sonoro. Estas 
ondas podem ser formadas no ouvido, no nervo auditivo e em algumas estruturas de uma parte 
de encéfalo chamada tronco cerebral. Normalmente são formadas 5 ondas e o objetivo do exame 
é avaliar se estas ondas estão presentes e se estão surgindo no tempo certo (latências). 
Num segundo momento do exame, faz-se a sondagem do nível mínimo de estímulo sonoro 
necessário para formar alguma onda que pode ser identificada pelo aparelho. 
 
Como é feito: 
Este estímulo sonoro é feito através de um fone de ouvido que emite som tipo cliques e a 
captação da resposta é feita por eletrodos metálicos que são colocadas sobre a pele em alguns 
pontos pré-definidos na orelha e na cabeça. Os eletrodos são fixados na pele com uma pasta 
adesiva que serve para aderência do eletrodo e para facilitar a transmissão dos sinais vindos do 
encéfalo e ouvido. Esta pasta é facilmente removida com os dedos e, às vezes, com um pouco de 
água. O exame é indolor e dura em torno de 45 minutos. 
Para realização do exame em criança pode ser preciso o uso de algumas medicações para induzir 
o sono. Estas medicações são indicadas pelo médico presente no dia do exame, variando de 
acordo com o peso, a suspeita clínica e outras características do paciente. 
 
Indicações: 
● Ve se a perda auditiva detectada na audiometria tonal é decorrente de uma lesão na cóclea, no 
nervo auditivo ou no tronco encefálico; 
● Pesquisar integridade funcional das vias auditivas do tronco encefálico, que pode ser afetada 
por algumas doenças como AVCs (derrames) ou doenças desmielinizantes (Esclerose Múltipla); 
● Determinar se existe ou não perda auditiva em crianças que ainda não podem ser avaliadas 
pela audiometria. 
 
 
Audiômetro. Para determinar a natureza das deficiências auditivas, usa-se o 
"audiômetro". Esse instrumento é um fone de ouvido conectado a oscilador eletrônico, 
capaz de emitir tons puros de baixas a altas frequência e é calibrado para que o som, 
com nível de intensidade zero, em cada frequência seja a intensidade que mal possa ser 
ouvida pelo ouvido normal. O volume calibrado de controle pode aumentar a 
intensidade acima do nível zero. Se a intensidade tiver de ser aumentada para 30 
decibéis acima do normal antes de ser ouvida, diz-se que a pessoa tem perda auditiva 
de 30 decibéis, nessa frequência em particular. 
Ao realizar o teste auditivo usando o audiômetro, testam-se cerca de 8 a 1 O 
frequências cobrindo o espectro auditivo, e a perda auditiva é determinada para cada 
uma dessas frequências. O chamado audiograma é colocado em gráfico, mostrado nas 
Figuras 53-12 e 53-13, mostrando a perda auditiva em cada uma das frequências no 
espectro auditivo. O audiômetro, além de ser equipado com fone de ouvido para testar 
a condução aérea pela orelha, é equipado com vibrador mecânicopara testar a 
condução óssea do processo mastoide do crânio para a cóclea. 
 
Audiograma na Surdez Nervosa. Na surdez nervosa, que inclui lesão da cóclea, do 
nervo auditivo ou dos circuitos no sistema nervoso central, desde o ouvido, a pessoa 
tem perda total da capacidade de ouvir o som testado, por condução aérea e condução 
óssea. A Figura 53-12 mostra um audiograma retratando a surdez nervosa parcial. 
Nessa figura, a surdez é principalmente para o som de altas frequências. Tal surdez 
poderia ser causada por lesão da base da cóclea. Esse tipo de surdez ocorre, em certo 
grau, em quase todas as pessoas com mais idade. 
Outros padrões de surdez nervosa pode ocorrer tbm em casos de ocorrem frequentemente da 
seguinte maneira: (1) 
surdez para sons de baixa frequência, causada por exposição excessiva e prolongada a 
sons muito intensos (p. ex., uma banda de rock ou motor de avião) porque os sons com 
baixa frequência geralmente são mais intensos e mais prejudiciais ao órgão de Corti; e 
(2) surdez para todas as frequências, causada por sensibilidade do órgão de Corti a 
fármacos - em particular, sensibilidade a alguns antibióticos, tais como 
estreptomicina, gentamicina, canamicina e cloranfenicol. 
Audiograma para Surdez de Condução do Ouvido Médio. Tipo comum de surdez 
é ocasionado por fibrose, no ouvido médio, após infecção repetida ou por fibrose que 
ocorre na doença hereditária, chamada otosclerose. Em qualquer caso, as ondas sonoras 
não podem ser transmitidas facilmente pelos ossículos da membrana timpânica à 
janela oval. A Figura 53-13 mostra um audiograma de pessoa com "surdez de 
condução aérea do ouvido médio". Nesse caso, a condução óssea é essencialmente 
normal, mas a condução pelo sistema ossicular está bastante deprimida em todas as 
frequências, principalmente nas frequências baixas. Em alguns casos de surdez de 
condução, a placa do estribo fica "anquilosada" por hipercrescimento ósseo até as 
bordas da janela oval. Nesse caso, a pessoa fica totalmente surda para condução 
ossicular, mas pode readquirir audição quase normal pela remoção cirúrgica do estribo 
e sua substituição por diminuta prótese de Teflon ou de metal que transmite o som da 
bigorna para a janela oval. 
	Acumetria
	Teste de Weber
	Teste de Rinne
	BERA ou Potencial Evocado Auditivo do Tronco Cerebral (PEATC)

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