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Sumário Implantes Osseointegrados ........................................................................................................... 2 Planejamento protético cirúrgico – guia cirúrgico ........................................................................... 5 Inicial and long-term crestal bone responses to modern dental implants ....................................... 9 Princípios de planejamento .......................................................................................................... 15 Elemento isolado ........................................................................................................................... 0 Implantes Osseointegrados O que é o implante? Uma fixação endoóssea que suporta os pilares de conexão que suporta as próteses. Componentes do sistema de implante: • Implante • Componentes protéticos: peças de ligação que ligam os implantes aos variados tipos de próteses • Próteses Mais de 30 sistemas de implante somente no Brasil Mais de 3000 tipos de componentes protéticos Diversas possibilidades restauradoras O indivíduo é parte importante para o sistema de implante O que é? É uma fixação endo-óssea capaz de: • Receber cargas oclusais (restaurar função) • Manter a saúde gengiva (restabelecer a estética) Através da capacidade de osseointegração 1. O que é o implante em si? Existem vários tipos de implantes Gustav Dahal 1941: Implantes justa-ósseos (subperiósteo) → não foi bem-sucedida devido ao desconforto. Foi uma das primeiras tentativas Implantes com formato de parafusos foram comuns entre as décadas de 40-80: • 1947: Formiggini - Apresentou um implante com 10 anos de função • 1962: Tramonte • 1965: Chercheve - parafusos autoperfurantes • Ward: Carbono Vítreo • 1981: Garbaccio - Parafuso bicortical de platina - são os mais comuns que a gente ainda encontra Implantes com formato de agulhas intraósseas - Década de 60 • Agulhas de tântalo de Scialon (França - 1962) • Usa várias agulhas no tecido ósseo Implantes com formato de lâminas intraósseas - década de 70 • Implantes laminados de Linkow 1968 Grande Revolução na década de 80 - Osseointegração (PI Branemark): • Resultados trazidos após 20 anos de estudos Implante endoósseo: fixação de titânio instalado no tecido ósseo maxilo-mandibular capaz de suportar de forma estável as cargas oclusais funcionais sem dor ou mobilidade, mantendo a estabilidade óssea e gengival em longo prazo Os implantes possuem diferentes diâmetros: depende da largura do leito ósseo • Plataforma estreita: 3,3mm a 3,5mm • Plataforma Regular: 4,0mm a 4,5mm • Plataforma larga: 5mm a 8mm Os implantes possuem diferentes comprimentos: no máximo 18mm Os implantes possuem diferentes formatos: Macroestrutura do implante: • Cilíndrico: roscas finas e cortantes em tecido ósseo muito duro como osso mandibular na região do mento • Cilíndrico/cônico • Cônico: baixo potencial de corte, em maxila onde o tecido é mais esponjoso com baixa resistência • A seleção do formato depende do tipo de leito ósseo que o implante será colocado Os implantes possuem diferentes superfícies: o tratamento do titânio visa aumentar a rugosidade superficial por processos físicos de redução ou adição. Após esta modificação de rugosidade, ainda pode ser feito uma alteração química da superfície. Processo de osseointegração acelera e melhora Os implantes possuem diferentes plataformas: • Hexágono externo • Hexágono interno • Cone morse Indicação da conexão protética dependerá do tipo de prótese necessária para reabilitar o paciente: unitária, múltipla, parafusada, cimentada, fixa ou removível. 2. Como um implante funciona? Osteotomia no leito ósseo, instala implante e quando osseointegrado realiza a instalação da prótese Implante endósseo: fixação de titânio instalada no tecido ósseo maxilo/mandibular capaz de suportar de forma estável as cargas oclusais funcionais sem dor ou mobilidade, mantendo a estabilidade óssea e gengival a longo prazo. 3. O que é osseointegração. O que é e como acontece? União estável e funcional entre o osso e uma superfície de titânio (outros materiais também possuem essa capacidade, como a zircônia). Capaz de suportar de forma estável as cargas oclusais funcionais sem dor ou mobilidade, mantendo a estabilidade óssea e gengival em longo prazo ➔ Formação do coágulo: osteocondução Migração de células osteogênicas para a superfície do implante através de um arcabouço temporário de tecido conjuntivo ➔ Formação de osso imaturo: deposição na superfície do implante de uma matriz interfacial mineralizada (osso imaturo) ➔ Remodelação óssea lamelar: Substituição do osso imaturo por osso maduro e medula Formação do coágulo - osteocondução: • O sangue preenche os espaços entre as roscas do implante. Eritrócitos, neutrófilos e macrófagos são presos na rede de fibrina do coágulo. Este coágulo é gradualmente substituído por tecido de granulação que é o início da cicatrização. Formação de osso imaturo - modelação: • Há migração de osteoblastos a partir do tecido ósseo vizinho. Dentro de 1 a 2 semanas inicia-se a deposição de matriz osteóide e posteriormente a mineralização desta pela deposição mineral (formação de osso imaturo) • Criam-se as primeiras pontes ósseas ente o implante e o tecido ósseo circundante Remodelação óssea: • Durante as semanas subsequentes, é observada a formação de camadas de osso lamelar. O osso imaturo é lentamente substituído por osso lamelar e medula óssea. Este tecido é mais resistente e organizado e, à medida que amadurece, pode finalmente suportar as cargas oclusais. • Remodelação óssea lamelar: substituição do osso maduro e medula → BIC (Bone implant Contact) - define a porcentagem de contato direto entre a superfície óssea e o corpo do implante. Não há espaço visível entre as moléculas ósseas e de titânio 4. O que influencia a osseointegração? • Leito - qualidade óssea: O tecido ósseo deve ter um equilíbrio entre o osso cortical e medular para que ocorra uma boa estabilidade do implante e ao mesmo tempo haja suprimento sanguíneo adequado. • Técnica cirúrgica – carga: Técnica adequada evitando calor e pressão óssea excessivas. Carga controlada nos casos de carga imediata • Superfície do implante: Macrogeometria, microgeometria e tratamento químico 5. Como saber se o implante está osteointegrado? • Tempo: médio de 3 a 6 meses • Sinais clínicos (após 3 a 6 meses): Ausência de dor (espontânea ou provocada) Ausência de mobilidade Continuidade radiográfica Planejamento protético cirúrgico – guia cirúrgico A maioria dos erros que ocorrem se dá devido ao não planejamento através do guia-cirúrgico Guia cirúrgico: guia que orienta o cirurgião na instalação do implante visando a prótese que o paciente irá receber no futuro Análise dos implantes: ➔ Perda dos implantes ▪ Antes da prótese: Bem aceita pelo paciente, melhor aceitação ▪ Após a prótese: Maior chance de o paciente acreditar ser erro do dentista Análise do ponto de vista protético: • Quantidade e distribuição adequada para a prótese • Angulação • Tecidos mole e duro: tecido gengival que permita homeostasia e suporte ósseo que suporte a carga mastigatória que o implante irá receber • Estética Posicionamento do implante: Objetivos → estética e função - Localização determinada: 1. Prótese: enceramento diagnóstico 2. Tecido ósseo: exames radiográficos Guia cirúrgico/radiográfico é indispensável Guia cirúrgico: obtido através do enceramento diagnóstico Modelos de estudo: • Relação maxilo-mandibular • Espaço inter-oclusal Enceramento diagnóstico o Número e posição dos dentes a serem repostos o Número e disposição dos implantes Enceramento diagnóstico: • Guia radiográfico• Guia cirúrgico • Guia para confecção dos provisórios ➔ Enceramento dos dentes ausentes ➔ Uso de dentes de estoque ➔ Prótese existente do paciente (PPF, PPR ou PT) Duplicar a prótese total em acrílico transparente para utilizar na hora da cirurgia Vaselinar a prótese Silicona de condensação e moldar a base da prótese total, fazendo edentação na lateral da silicona Depois molda a parte superior da prótese total com outra porção de silicona, fazendo um “V” na borda Unir as duas partes e prender com borrachinha Colocar resina bem fluida inserindo pela borda até preencher pelo outro lado Depois faz o acabamento e polimento Guia cirúrgico/radiográfico Prótese fixa → elemento isolado Espaço protético mesio-distal mínimo de 7mm: as peças menos robustas são mais sujeitas a fraturas Após o enceramento, faz o enceramento da oclusal ou incisal de um dente anterior e de um posterior, depois molda o modelo com silicona de condensação. Remover o enceramento, passar o cel-lac no modelo, colocar resina acrílica dentro do molde e quando perder o brilho colocar e deixar polimerizar. Fazer os desgastes e alisar, dando acabamento. Outra forma é com cera de modelar e dente de estoque. A cera de modelar não derrete tanto e não sai do lugar no momento de plastificar. Determinar a margem da coroa por meio da modelagem da cera. Levar até o plastificador, recortar as margens e desgastar com a fresa reta na área de apoio, mas na área do implante deve-se ter o contorno correto da papila e da margem gengival. Pode colar um cone de guta-percha no meio do dente para orientar o longo eixo do implante. O componente deve ser escolhido com base no tamanho que se cabe na prótese, utilizando também o guia. Regra geral para colocação dos implantes: “Não colocar implantes onde se tem um pobre prognóstico” – Jeffcoat M., JADA, 1991. Desdentados parciais: Distâncias mínimas: Posição ideal dos implantes: 1. Implante muito perto do dente vizinho • Lesar o ligamento periodontal do dente vizinho • Prejudica a moldagem • Plano de inserção da prótese 2. Implante muito longe do dente vizinho: • Estética • Cantilever 3. Angulação mésio-distal errada do implante: • Prejudica a moldagem • Plano de inserção da prótese • Cantilever • Lesar o dente adjacente • Dificulta o manuseio das chaves 4. Angulação vestíbulo-lingual errada do implante: • Perder rebordo, trepanar a tábua vestibular ou lingual Estruturas anatômicas de interesse: • Perda óssea significativa na região posterior na maxila e mandíbula em altura. Na região posterior perda óssea muito significativa, principalmente em pacientes que usam prótese parcial removível • Forame e canal muito superficiais, tornando necessário utilizar implantes curtos Professor Branemark propôs colocar 5 implantes na região anterior, fazendo prótese fixa total suportada por implantes na mandíbula. Mas na maxila há a expansão do seio maxilar com a perda da estrutura dentária. Portanto, caso tenha altura do rebordo boa na região intrabucal faz-se um levantamento de seio para conseguir altura para colocação dos implantes. A perda óssea na maxila em espessura é muito significante, não cabendo implante de 3,5 que é o padrão. Às vezes consegue-se colocar o implante na área do pilar canino. Atualmente há estratégias como: • Levantamento de seio • Enxerto ósseo para espessura e altura • Blocos de osso do próprio paciente ou liofilizado • Rebordo estreito → split • Distração óssea para subir o osso e formar osso embaixo para ganho de altura e espessura Tipos de implantes osseointegrados: • Hexágono externo - Branemark • Hexágono interno • Octógono interno • União cônica → previsibilidade e estabilidade maior • Rosca interna Sistema de implantes: • Fabricação de alto padrão e precisão – ANVISA • Esterilização • Estudos – aprovado em estudos longitudinais/embasamento científico Sequência de brocas: Perfuração do tecido ósseo para receber o implante A sequência de brocas é feita para alargar o osso sem gerar aquecimento Primeira broca é a esférica, fazendo as perfurações distais, central e as duas restantes entre as anteriores. Depois a broca de 2mm, cilíndrica, indo na profundidade, na angulação mesio-distal e vestíbulo-lingual que precisa, com irrigação externa com seringa ou interna pelo próprio motor. Colocar os pinos para saber se está correto as distâncias e as angulações, que devem estar paralelos. Próxima broca é de 3mm e depois pode-se utilizar a broca countersink para acomodar a cabeça do implante. Caso o osso seja muito duro, muito cortical ou o implante não tenha as pontas muito cortantes, utiliza-se o formador de rosca, permitindo o rosqueamento do implante. Depois utiliza a tampa de cobertura do implante (cover screw) e realiza a sutura. Período de cicatrização sem carga: • Mandíbula – 3 a 4 meses • Maxila – 6 meses Segundo tempo cirúrgico: cirurgia de reabertura • Incisão • Remove o cover screw • Coloca o intermediário de cicatrização (que é sempre supragengival e permite a cicatrização do tecido mole) Depois colocar o intermediário (ou pilar protético) de acordo com o formato do implante, essa peça fica entre o implante e a futura prótese. Dependendo do pilar escolhido faz-se um tipo de prótese (parafusada ou cimentada) Inicial and long-term crestal bone responses to modern dental implants Artigo As atividades celulares centrais do osso estão relacionadas com a associação entre a formação óssea pelos odontoblastos e a absorção óssea pelos osteoclastos. Essa associação é fundamental para que haja homeostase, crescimento, cicatrização e contínuo remodelamento do esqueleto ósseo. Porém, os osteoblastos e os osteoclastos não são unicamente células ósseas, mas sim, representam uma parte fundamental para o sistema imunológico. Em pacientes com implantes dentários, o metabolismo ósseo se altera por um corpo estranho que induz estresse ao redor do osso, o que é bem diferente do que ocorre na presença de um dente, este já faz parte de um complexo dento-gengival geneticamente determinado que media a ligação entre o dente e o osso alveolar. A maioria da perda óssea ao redor do dente ocorre devido a presença de uma infecção através do biofilme, análogo a isso, alguns pesquisadores acreditam infeccioso. Quando se tem um menor trauma aplicado na instalação do implante, maior o sucesso para a osseointegração e, portanto, um maior trauma pode resultar em uma perda óssea marginal que pode provocar falha no implante. A perda óssea pode ocorrer por diversas razões, algumas podem não ter relação com infecção, mas sim em decorrência a complicações no tratamento. A reação de corpo estranho: O titânio é um dos materiais mais biocompatíveis, mas ainda são reconhecidos como corpo estranho. Existem duas possíveis reações negativas: 1. Encapsulação por tecido mole que pode gerar rejeição Essas reações são chamadas de falha primária ou Early failure e acontece em 1-2% de todos os implantes modernos colocados. Além disso, há fatores de risco para a não osseointegração, como: • Baixa estabilidade primária • Carga prematura • Cirurgia traumática • Infecção • Paciente fumante ou que consome alguns medicamentos 2. Incorporação óssea que separa o corpo estranho do tecido Essa reação cria osso necessário para carga a longo prazo de implantes. A maioria dos implantes vai ser bem-sucedida, mas uma rejeição secundária pode ocorrer, indicada por uma reabsorção marginal contínua. A perda marginal óssea ao redor de uma osseointegração iniciada é um exemplo de um desbalanço na reação de corpo estranho devido a fatores não ideais de componentes, cirurgias, próteses dentárias ou comprometimento pelo paciente. Além disso, a perda marginal óssea pode ocorrer como resultado de uma carga excessiva repentina de umimplante previamente sucedido ou como reação do cimento residual do tratamento protético. A situação pode gerar infecção secundária com sintomas clínicos como supuração, inchaço, dor e mais perda óssea (periimplantite). Evidências científicas mostram que menos de 5% de implantes modernos por profissionais treinados vão falhar por alguma razão ou demonstrar periimplantite durante um período de acompanhamento de 10 ou mais anos. Vazamento metálico: A presença do titânio já é o suficiente para o estabelecimento de uma reação de corpo estranho, mas o vazamento metálico decorrente da corrosão inevitavelmente induz um contato substancial entre o material e os tecidos. Está claramente demonstrado que esse vazamento ocorre com poucas semanas após o implante ser colocado. Parece provável que essa corrosão está acoplada com o ambiente ácido que inevitavelmente é criado após a colocação do implante devido ao rompimento dos vasos sanguíneos. A situação acídica está presente até 4 semanas após a cirurgia quando a pressão parcial de oxigênio está normalizada e parece provável que a corrosão de titânio após é mínima, enquanto não haja maior interrupção mecânica na corrente sanguínea. Apesar da evidência de corrosão de implantes de titânio, a longevidade clínica é muito boa. A presença de íons de titânio sozinhos não ameaça o equilíbrio do corpo estranho. Estabilidade primária e secundária: A estabilidade clínica é uma manifestação de sucesso da integração do implante ao passo que a mobilidade é um sinal de falha no implante. Mas, até os implantes clinicamente estáveis podem mostrar mobilidade na microescala, consequentemente, estes implantes estáveis podem exibir variáveis graus de estabilidade dependendo de fatores como: densidade óssea, técnica cirúrgica, design do implante, qualidade da interface entre o osso e o implante e o tempo após a implantação. Por outro lado, implantes com falhas apresenta mobilidade em macro escala devido a presença de tecido fibroso ao redor, que pode ser resultado de uma falha na osseointegração (falha primária) ou desintegração gradual em um implante sucedido, mas em condições desfavoráveis durante a carga funcional (falha secundária). A estabilidade do implante está dividida entre estabilidade 1ª (no momento da implantação) e 2ª (gradualmente atingida com o tempo). Fatores que determinam a estabilidade 1ª: • A densidade óssea no local • Técnica cirúrgica • Design do implante Fatores que determinam a estabilidade 2ª: • Tempo, que resulta em uma recuperação do osso O osso novo formado promove uma ponte e preenche as lacunas da zona de interface e cresce nas superfícies irregulares que resulta em uma estabilização do implante. O osso novo formado se matura com o tempo, resultando em um aumento da densidade e rigidez do complexo osso-implante. Estudos demonstram que há falhas de 5-8% em procedimentos de rotina e mais 20% em casos maiores após pelo menos 5 anos de função. A maioria das perdas pode ser explicada como falhas biomecânicas, desde baixa estabilidade 1ª, baixa densidade óssea, implantes curtos e sobrecarga. Então, a estabilidade 1ª é de extrema importância na cirurgia de implantes, e pode ser confirmada pela insertion torque assessments e/ou usando análise de frequência ressonante. Resultados a longo prazo de tratamentos de implantes: Incidência de periimplantite de 0-2%. Perda óssea marginal após inicial remodelação: Geralmente a perda marginal durante o primeiro ano do implante é isenta de patologias desde que o osso apresente normal remodelação após a inevitável injúria causada pela cirurgia de implante. O nível de perda óssea marginal inicial pode diferir entre sistemas, mas uma maior remodelação inicial não precisa ser associada com patologias a longo prazo. Quando há subcombinações substanciais de fatores traumáticos, podemos ver rapidamente os problemas do implante na forma de falha ou perda óssea maciça que já começou durante o primeiro ano após a implantação. Perda óssea formada por cratera foi descrito, o que pode representar o início precoce de peri-implantite. A perda óssea marginal que ocorre após o primeiro ano tem sido freqüentemente associada a doenças como peri-implantite. A perda óssea precoce associada a um implante depende de uma série de complicações do tratamento e geralmente é um exemplo de perda asséptica. A perda óssea marginal começará como uma complicação de cirurgia ou prótese dentária, envolvendo reações assépticas e sendo totalmente não relacionados à doença. Um grupo especial neste contexto compreende pacientes nos quais os implantes foram acidentalmente colocados muito próximo à tábua óssea vestibular. Isso resulta imediatamente em um fenômeno de remodelação normal e perda óssea substancial, mas sem evidência de doença. Compreensivelmente, erros médicos podem resultar por falta de experiência. Pacientes comprometidos, como aqueles com defeitos genéticos de vários tipos, bruxismo, tabagismo ou casos com tecido ósseo muito frágil, também estão ligados a perda óssea. Outro grupo de risco potencial são os pacientes que consomem certos produtos farmacêuticos. Topografia da superfície do implante e sua possível relação com a saúde ou doença Até onde sabemos no momento, a topografia da superfície do implante não está relacionada a doenças, pelo menos com os modernos implantes usados atualmente. Parece provável, embora ainda pouco investigado, que superfícies afetadas por peri-implantite desenvolvem forte formações quelantes químicas que são muito difíceis de retirar. Peri-implantite deve ser redefinida A frase mais comum é que "toda perda óssea após o primeiro ano 'deve ser causado por peri- implantite. Além disso, é comum acrescentar que alguns índices periodontais como sangramento na sondagem, devem ser positivos embora mais uma vez há evidências científicas de que tais índices podem ser questionados severamente.O fato é que a maioria dos sítios dos implantes podem sangrar na sondagem. Nos primeiros estudos de Roos-Jansaker et al. E Fransson et al., os autores permitiram 1 mm de perda óssea marginal no primeiro ano e uma média de 0,2 mm anualmente depois disso, sem chamá-lo de patologia. Este nível de reabsorção óssea foi considerado aceitável de acordo com os critérios de sucesso publicados por Albrektsson et al. Peri-implantite é na verdade um termo inadequado, escolhido em semelhança com a periodontite dentária, porque, na realidade, estamos vendo tentativas do corpo de rejeitar um elemento estranho, que é uma reação imunológica. A presença de inflamação por si só não é suficiente para diagnosticar a doença, até porque a inflamação crônica é geralmente vista com implantes bem-sucedidos em corpo estranho em equilíbrio e, portanto, não pode ser denominado patológico. Além disso, a fim de identificar um problema, precisamos de uma série de radiografias obtidas em tempos e resultados diferentes de um exame local cuidadoso. No nível clínico, naturalmente podemos demorar para descobrir se um implante identificado com perda óssea marginal realmente sofre de doença, ou se a perda óssea é apenas uma complicação do tratamento. Uma abordagem ampla pode ser necessária, incluindo antibióticos, descarga do implante e exame para a possível presença de partículas de cimento Para concluir, há evidências clínicas substanciais para apoiar a teoria de que a perda óssea marginal em torno implantes orais podem ser uma reação asséptica que resulta de projetos de implantes não ideais, mau desempenho clínico, comportamento do paciente ou genética. Reações imunológicas de corpo estranho podem apresentar uma teoria alternativa para o que é denominado "peri-implantites’’. No entanto, bactérias podem aparecer na interface do implante durante a reabsorção do osso marginal. Há estudos clínicos mostrando que a presença,mesmo em grandes números, dos chamados patógenos periodontais em fendas e componentes peri- implantar não precisam levar necessariamente à perda óssea peri-implantar. Consequentemente, o papel dessas bactérias permanece obscuro. É possível que essas bactérias interfaciais podem representar um uma infecção oportunista secundária, ou a bactéria pode de fato recrutar as mesmas células de reabsorção óssea que aqueles ativados pela reação asséptica, ou alternativamente, a bactéria pode resultar em um corpo estranho reação. Conclusões • Perda óssea marginal durante o primeiro ano do implante em função representa o efeito da remodelação óssea em resposta à cirurgia na grande maioria dos casos. • Perda óssea marginal após o primeiro ano de função está relacionado a uma complicação com o local do implante e na grande maioria dos casos não relacionado a doenças infecciosas. • A perda óssea marginal após o primeiro ano é provavelmente juntamente com reações imunológicas e com fatores de risco, como composto de implante não ideal, cirurgia, prótese dentária e/ou paciente comprometido. • A perda óssea marginal pode resultar em alguns casos de infecção na interface osso/implante, designada peri-implantite. • Perda óssea marginal resultando em peri-implantite ocorre em 1–2% dos implantes em 10 anos ou mais de acompanhamento, desde que os clínicos sejam devidamente treinados e trabalham com sistemas de implantes controlados. Isso significa que menos de 5% dos implantes mostram peri-implantite ou falha por qualquer outro motivo sob condições clínicas ideais. Princípios de planejamento O planejamento se inicia no primeiro contato com o paciente O primeiro contato é importante para sanar as dúvidas do paciente • Realmente precisa de implantes? Há uma outra opção? • Está apto a receber implantes? • Qual tipo de prótese será confeccionada? • São necessários procedimentos prévios aos implantes? • Quantos implantes são necessários? • Qual melhor momento para instalar os implantes? • Qual o desenho da prótese definitiva? • Qual melhor momento para instalar próteses? • Qual o custo disso tudo? Quem vai responder todos esses questionamentos? ➔ Profissional reabilitador + Cirurgião que vai instalar os implantes ➔ Implantodontista = realiza a cirurgia e a reabilitação Planejamento reverso – dinâmico: Reabilitador Apoio cirúrgico Cirurgião Reabilitador Planeja os implantes baseado no resultado protético final desejado, dentro das possibilidades cirúrgicas Executa a implantação segundo o planejamento, mas alguma alteração transcirúrgica é possível Executa o caso final baseado no planejamento inicial e alterações transcirúrgicas Normas gerais de planejamento: 1. Número 2. Posição 3. Inclinação 4. Disposição Restaurações unitárias: 1 implante Qual a espessura do implante a ser colocado? • Espaço mínimo ideal de 2mm (implante-dente) → parede lateral do implante até contato proximal com o dente vizinho para preservar a crista óssea • 1mm é tolerável • Não devemos avançar porque pode gerar invasão do espaço biológico Deve haver um mínimo de 1mm de osso ao redor do implante, caso contrário há fenestrações ósseas devido a finura das paredes ósseas Uma vez escolhido o diâmetro do implante, está na hora de planejar sua localização de implantação na área edêntula: ➔ Posicionamento mésio-distal ideal: O implante deve estar posicionado no centro do espaço protético 2mm afastado dos dentes vizinhos Casos que envolvem movimentação ortodôntica o implante deve ser colocado na posição final após o tratamento ortodôntico porque o implante não se locomove ➔ Posicionamento vestíbulo-lingual ideal: Na região do cíngulo do dente nos dentes anteriores e nos posteriores na fossa central O implante deve ser posicionado no eixo principal de carga oclusal Localização no cíngulo permite menor incidência de cargas laterais A prótese parafusada: • Maior praticidade • Capacidade de remoção e manutenção Moldar, enceramento diagnóstico com resina composta ou cera, fazer placa de acetato que dá a delimitação do dente, formando o guia cirúrgico. ➔ Posicionamento apical ideal: A plataforma protética do implante deve ser posicionada 3 – 4 mm apical da borda gengival da coroa protética Caso o implante seja colocado mais superficialmente, haverá a formação de black spaces Fazer guia cirúrgico recortado da forma correta para auxiliar no posicionamento Cuidado: não confundir a junção cemento-esmalte com a borda gengival ➔ Espaço protético cérvico-oclusal: 7mm no mínimo ideal 9mm ou mais. O desenho da prótese influencia Posicionamento ideal: ➔ Mésio-distal: centro do espaço protético – 2mm afastado dos dentes vizinhos ➔ Vestíbulo-lingual: centro principal de incidência de carga – anteriores no cíngulo e posteriores na fossa central ➔ Apical: 3mm apical da borda gengival coronária Esses posicionamentos são baseados na restauração protética – necessário ter leito ósseo suficiente A necessidade, momento e o tipo de enxertia óssea também são peças do planejamento discutidas entre cirurgião/reabilitador ➔ Espaço protético cervico-oclusal: 7 mm no mínimo Ideal é 9mm ou mais (o desenho da prótese tem influência) 1. Prótese parafusada direta 2. Prótese parafusada com pilar intermediário → próteses múltiplas 3. Próteses cimentadas • Coping de transferência: para transferir a posição do pilar protético que está na boca • Coping análogo: para copiar o componente que está na boca • Coping provisório: para copiar o componente provisório Elemento isolado O implante pode ter o corpo muito semelhante, mas do ponto de vista protético, devemos observar a plataforma protética: • Hexágono externo: no mercado brasileiro podemos ficar tranquilos em utilizar marcas diferentes • Hexágono interno • Cônica Determina que tipo de prótese iremos fazer Etiquetas de rastreabilidade é importante para saber a marca e o lote para identificar com 100% de certeza a plataforma protética, porque na radiografia é muito difícil conseguir identificar a marca Todas as peças que encaixam na cabeça do implante serão parafusada Na prótese cimentada unitária, deve ter componentes no pilar protético que impeçam que a prótese rotacione, permitindo o encaixe em uma mesma posição, independente do cimento. Na prótese parafusada unitária, é o parafuso que impede a rotação da prótese. Elemento isolado: • O longo eixo do implante deve sair na palatina/lingual ou na oclusal • O que favorece a instalação de uma prótese parafusada • Porque não há prejuízo estético • Muitas vezes, o implante é instalado de tal forma que o longo eixo não está na palatina/lingual ou oclusal • O que não favorece a estética • Sendo melhor a instalação de uma prótese cimentada • Não necessariamente é um erro, a reabsorção da maxila ocorre em direção superior e para palatina • Implantes lingualizados podem ser realizados A prótese cimentada surgiu para casos de próteses unitárias em áreas estéticas Intermediário tipo Ceraone: • Colocar o componente • Moldar • Instalar a prótese Caso haja afrouxamento dos parafusos o paciente pode ter um hábito parafuncional ou o torque não foi adequado • O torque correto é 32 Ncm, mas utilizar a especificação do fabricante • Componente protético com prótese cimentada, o torque é de pelo menos 30Ncm para ter certeza que o parafuso não vai afrouxar, porque caso isso ocorra, só dá para apertar o parafuso retirando a prótese Componente para provisória (copping) → utilizar dente de estoque, prende ao componente para provisória → cimentar na boca do paciente 1. Pilar protético (intermediário) → núcleo parafusado no implante Para prótese unitária ou múltipla? Cimentada ou parafusada?Ceraone, elemento isolado, single tooth 2. Componente para provisória ou copping para prótese provisória De plástico ou de titânio? Se não fizer a prótese provisória a gengiva colaba, além gerar inflamação O perfil de emergência gerado pela provisória permite um perfil para acomodação da prótese, o tecido gengival então estará preparado para a moldagem 3. Componente para transferência ou copping de transferência Para obtenção do modelo de trabalho Secar bem, encaixar no intermediário, certificar que está em posição Moldagem total com silicone e moldeira de estoque 4. Réplica ou análogo: Cópia da peça que está na boca do paciente Encaixa no copping de transferência Gengiva artificial com o leve do material de moldagem em volta do análogo 5. Copping protético para prótese final: Todo de: cerâmica, ouro, cobalto-cromo, titânio ou plástico Os componentes que irão ficar na boca do paciente: • Pilar protético • Componente protético final O componente para transferência e análogo podem ser reutilizados Para cimentação da prótese final • Limpar o resto de cimento provisório com tergentol • Bolinha de algodão e guta percha cor de rosa dentro do pilar protético • Cimento fosfato de zinco no copping protético • Retirar o excesso de cimento • Radiografar • Checar a oclusão Quais são os componentes próteticos utilizados para confecção da prótese unitária e para que serve cada um deles? • Copping de transferência: para transferir a posição do pilar protético que está na boca para o modelo de trabalho • Copping análogo: para copiar o componente que está na boca no modelo de trabalho • Copping de provisório: para confeccionar o provisório sobre o pilar que está na boca Para implantes unitários: utilizar coppings com indexação ou anti-rotacional para impedir que rode ao redor do intermediário Prótese parafusada Prótese cimentada Componente 5: pilar protético Componente 8: copping de transferência Componente 7: copping análogo Componente 6: copping para provisória Componente 2: copping para prótese definitiva Componente 11: chave Componente 4: pilar protético para cimentado Componente 1: copping de transferência Componente 9: copping análogo Componente 10: copping para provisória Componente 2: copping para prótese definitiva Componente 3: chave
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