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1642164575239E-book Mulheres da Biblia

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E-book com os 15 primeiros capítulos.
Kuyper, Abraham, 1837-1920
Mulheres na Bíblia / Abraham Kuyper ; [tradução da
Editora]. -- Londrina, PR : Livrarias Família Cristã,
2021. -- (Textos selecionados de Abraham Kuyper)
ISBN 978-65-5996-268-6 (capa dura)
ISBN 978-65-5996-276-1 (brochura)
1. Histórias bíblicas 2. Mulheres na Bíblia
I. Título. II. Série
ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO:
1. Mulheres na Bíblia 220.83054
Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427
Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964
© 2021 Livrarias Família Cristã LTDA.
Toda esta publicação foi desenvolvida pela Editora Penkal
Edição Exclusiva Livrarias Família Cristã
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, 
arquivada em sistema de busca ou transmitida por qualquer meio, seja ele eletrônico, 
fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização do detentor dos direitos, e não pode 
circular encadernada ou encapada de maneira distinta daquela em que foi publicada, ou 
sem que as mesmas condições sejam impostas aos compradores subsequentes.
Autor: Abraham Kuyper
Tradução: Brian Gordon Kibuuka
Coordenação do projeto: Rebeca Louzada Macedo
Equipe de revisão: Ana Santos e Raphaela Silva
Revisão final: Lucas dos Santos Lavisio
Coordenação do projeto gráfico: Thaila Sayuri Nagazawa
Diagramação: Dayane Germani
Capa: Emerson Pereira e Isadora Berbel Gardenal
Questões elaboradas: Brian Gordon Kibuuka
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
21-87666 
21-88339 CDD-220.83054
Caro cliente Livrarias Família Cristã, 
Uma incrível preciosidade para todos os cris-
tãos, o livro Mulheres da Bíblia, de Abraham 
Kuyper, é um lançamento exclusivo das Livrarias 
Família Cristã, em conjunto com a Editora Penkal. 
Com Mulheres da Bíblia, você pode aprender 
com o exemplo de mais de 70 mulheres, compreen-
dendo, refletindo e aplicando em sua vida as lições 
dessas brilhantes biografias que foram escolhidas 
para serem apresentadas nas Escrituras Sagradas.
O grande diferencial desta obra é que seu autor 
não se preocupa apenas em apresentar as mulhe-
res exemplares, mas também aquelas que falharam 
com Deus e mesmo aquelas que se posicionaram 
totalmente contra a Palavra do Senhor, apresen-
tando, assim, uma visão crítica e elucidativa sobre 
a vida dessas personagens bíblicas.
Neste material promocional, conheça gratui-
tamente 15 dessas personagens notáveis. E, compre 
o livro completo nas Livrarias Família Cristã.
www.livrariasfamiliacrista.com.br
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................ 9
ABIGAIL .......................................................................13
AGAR ............................................................................17
ANA, A MÃE DE SAMUEL .......................................... 23
AZENATE..................................................................... 27
ATALIA .........................................................................31
BATE-SEBA ................................................................. 35
QUETURA ................................................................... 39
DALILA ........................................................................ 43
DÉBORA, A AMA ........................................................ 47
DÉBORA, A PROFETISA ............................................51
DINÁ ............................................................................ 55
ESTER .......................................................................... 59
EVA, A MÃE DE TODOS ............................................. 63
HULDA ........................................................................ 69
JAEL ............................................................................. 73
JEZABEL ...................................................................... 77
JOQUEBEDE ............................................................... 81
JEOSABATE ................................................................. 85
JUDITE E BASEMATE ................................................ 89
A CAMPONESA DO BAURIM ................................... 93
ESPOSA DE MANOÁ .................................................. 97
FILHA DO FARAÓ ......................................................101
FILHA DE JEFTÉ ........................................................105
ESPOSA DE JEROBOÃO ........................................... 109
A RAINHA DE SABÁ .................................................. 113
RAINHA VASTI ........................................................... 117
EMPREGADA DOMÉSTICA JUDIA DE NAAMÃ ..... 121
A SUNAMITA ..............................................................125
A VERDADEIRA MÃE ................................................129
A VIÚVA DE SAREPTA ...............................................133
LIA ...............................................................................137
MIRIÃ, IRMÃ DE MOISÉS ........................................ 141
NOÁDIA ......................................................................145
NOEMI ........................................................................149
ORFA ...........................................................................153
RAABE .........................................................................157
RAQUEL ......................................................................161
REBECA .......................................................................165
RISPA .......................................................................... 169
RUTE ...........................................................................173
SARA ............................................................................177
ZÍPORA ....................................................................... 181
SIFRA E PÚA ...............................................................185
TAMAR ........................................................................189
ANA, A PROFETISA ...................................................193
DORCAS (TABITA) .....................................................197
DRUSILA .....................................................................201
ISABEL ....................................................................... 205
EUNICE ...................................................................... 209
EVÓDIA E SÍNTIQUE ................................................213
HERODIAS .................................................................217
A MULHER CANANEIA .............................................221
ESPOSA DE PILATOS ................................................225
A MULHER COM FLUXO DE SANGUE ................... 229
A MULHER SAMARITANA ........................................233
A MULHER PECADORA ARREPENDIDA ...............237
AS SERVAS DE CAIFÁS ..............................................241
LÍDIA ...........................................................................245
LÓIDE ........................................................................ 249
MARIA DE BETÂNIA .................................................253
MARIA DE JERUSALÉM ............................................257
MARIA DE ROMA ......................................................261
MARIA, MÃE DO APÓSTOLO ................................. 265
MARIA, A MÃE DE JESUS: I. SUA HUMILDADE ... 269
MARIA, A MÃE DE JESUS: II. A MÃE DE NOSSO SE-
NHOR .................................................................................. 273
MARIA, A MÃE DE JESUS: III. SUA FÉ .....................277
MARIA MADALENA ...................................................281
MARTA ....................................................................... 285
RODE .......................................................................... 289
SAFIRA ....................................................................... 293SALOMÉ ..................................................................... 297
SOGRA DE PEDRO ....................................................301
ABRAHAM KUYPER
Quem foi Abraham Kuyper?
Abraham Kuyper nasceu na cidade holandesa de Maassluis, 
perto de Roterdã, em 29 de outubro de 1837. Convertido a Cristo 
quando tinha dez anos, ele foi um aluno talentoso na escola, um 
leitor ávido de jornais e desde cedo desenvolveu um interesse por 
jornalismo e política. 
Foi a leitura do romance The Heir of Redclyffe, publicado em 
1853 por Charlotte M. Yonge (1823–1902), que ajudou Kuyper a se 
reconhecer como pecador carente da Graça de Deus. 
Em 1855, Kuyper se matriculou como estudante de teologia 
na Universidade de Leiden, curso que concluiu ao fim de sete anos 
de estudos. A sua dissertação, apresentada em 1863, comparava a 
doutrina da igreja na teologia de João Calvino e um reformador 
polonês chamado Jan Laski. 
Durante os seus estudos, Kuyper rompeu com a sua ligação 
com a ortodoxia reformada e abraçou o liberalismo teológico da 
escola de Leiden. Em 1863, Kuyper começou sua atividade como 
pastor na pequena cidade de Beesd, onde encontrou camponeses 
comuns que transmitiam uma expressão viva da fé e a coerência de 
uma cosmovisão cristã. 
A visão abrangente de Kuyper da fé calvinista e cristã gerou 
o que ficou conhecido como “neocalvinismo” ou “kuyperianismo”, 
sendo particularmente influente nos círculos teológicos reforma-
MULHERES DA BÍBLIA
dos nos Estados Unidos. Além disso, seu pensamento tem sido 
relevante entre as instituições associadas ao Conselho de Faculda-
des e Universidades Cristãs, também influenciando o cristianismo 
protestante e evangélico dominante. 
A influência de Kuyper o levou a se tornar primeiro-ministro 
da Holanda entre 1901 e 1905. Ele morreu em 8 de novembro de 
1920 com 82 anos.
ABRAHAM KUYPER
Azenate
“E Faraó chamou a José de Zafenate-Paneia, e deu-lhe 
por mulher a Azenate, filha de Potífera, sacerdote de 
Om; e saiu José por toda a terra do Egito” 
(Gênesis 41.45).
Leia: Gênesis 41.45-52.
O Faraó estava determinado a fazer de José um egíp-
cio completo. Ele queria que esse jovem hebreu assimilasse 
o modo de vida nacional. José gostava dele, era um homem 
valioso; o Faraó o considerava um gênio, um verdadeiro es-
tadista. Mas ele não tinha ideia sobre o Deus de Israel, que 
havia enviado José para salvar o Egito. Desde o início, o Faraó 
se opôs a Jeová.
Para transformar José em uma pérola na coroa do Egito, 
ele concedeu-lhe todos os tipos de honras. Ele mudou o nome 
dele para Zafenate-Paneia (que significa “declarante do oculto”) 
e deu a ele Azenate como esposa. Era uma honra, pois ela era 
filha de Potífera, sacerdote de On, a cidade sagrada dos adora-
dores do sol. A casta dos sacerdotes era muito elevada no Egito, 
homens com estudos profundos e que eram os depositários da 
sabedoria egípcia, conhecida na história de forma tradicional.
José sabia interpretar sonhos e podia penetrar nos segre-
dos da natureza. Ele também era um sábio, e é lógico que foi as-
MULHERES DA BÍBLIA
similado à casta sacerdotal. Não sabemos se José ficou feliz com 
esse arranjo. Em qualquer caso, o resultado disso foi, sem dú-
vida, implicá-lo na idolatria egípcia e tornar-se membro dessa 
casta, o que trouxe para ele prestígio resultante dessa idolatria.
Não temos o direito de supor que José se casou com essa 
mulher com entusiasmo. Sabemos que José pôde resistir à 
tentação da carne, pois a esposa de Potifar, sem dúvida uma 
mulher de grande experiência nesse aspecto, falhou em suas 
repetidas tentativas de fazê-lo cair em seus encantos.
De qualquer forma, sabemos que Azenate entrou na casa 
de José como sua esposa. E os próprios nomes dos dois filhos 
que José tinha com ela nos dão a ideia de que José começava a 
colher os frutos da sua leveza e de sua pouca fortaleza. O pri-
meiro se chamava Manassés, porque José dizia: “Deus me fez 
esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai” 
(Gênesis 41.51). O segundo se chamava Efraim: “Deus me fez 
crescer na terra da minha aflição” (Gênesis 41.52). O plano do 
Faraó de fazer de José um egípcio foi bem-sucedido. Azenate 
estava ajudando José a se conformar com a ideia de que ele 
havia morrido pela casa de seu pai.
Aconteceu, como sabemos, que, pela providência de 
Deus, a casa de seu pai o recuperou, no Egito. Então, o próprio 
José se juntou aos seus a tal ponto que insistiu que seus ossos 
fossem enterrados com os de seus pais em Canaã.
Se não houvesse outras influências em seu casamento com 
Azenate, José teria sido enterrado no Egito, mas há algo do san-
gue de Azenate nas veias de Efraim e Manassés, que o separou 
do verdadeiro Israel. Desses dois filhos, o cisma e a separação 
entre as gerações posteriores de Jacó apareceram com o tempo. 
ABRAHAM KUYPER
Efraim se opôs a Judá, e Jeroboão se opôs ao filho de Salomão. 
Isso resultou no conflito entre Samaria e Jerusalém. É em Sa-
maria que o serviço de Baal predomina; é lá que Jezabel mata os 
profetas do Senhor. Então José, que ascendeu a uma posição de 
autoridade e distinção, foi completamente eliminado. A glória 
da família de Jacó se acumulou apenas sobre Judá.
Se você se pergunta o porquê de a tribo de José ter sido 
eliminada tão rapidamente, as Escrituras nos dão a resposta: 
“Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om” (Gênesis 41.45).
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Deus abençoou o casamento de José e Azenate per-
manentemente? Que provas podemos dar disso?
2. José se tornou um egípcio?
MULHERES DA BÍBLIA
Bate-Seba
“E mandou Davi indagar quem era aquela mulher; e disse-
ram: Porventura não é esta Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de 
Urias, o heteu?” 
(2Samuel 11.3).
Leia: 2 Samuel 11: 2-5, 26, 27; 12: 15-24; 1 Reis 1: 11-40.
O nome de Bate-Seba está relacionado ao terrível pecado 
cometido por Davi. É tão terrível que ficamos maravilhados de 
que tal pecado possa ter sido cometido por um homem com 
quem Deus se agradou. Representa três transgressões diferen-
tes. Primeiro, um ato ignominioso de adultério. Em segundo 
lugar, Davi deixou Urias embriagado, em um esforço para es-
conder sua própria culpa. Finalmente, ele se intrigou e arran-
jou as coisas para que Urias morresse no ataque a uma cidade. 
Ele deu ordens expressas para ser deixado em paz.
Deus não faz acepção de pessoas, e esses eventos estão 
relacionados na Bíblia. Davi, o escolhido de Deus, foi culpa-
do de conduta vergonhosa, mas também devemos observar o 
comportamento de Bate-Seba. É claro que, quando falamos 
sobre esse assunto, sempre falamos sobre o que Davi fez, mas 
temos que pensar no que Bate-Seba também fez.
ABRAHAM KUYPER
Davi notou Bate-Seba quando a viu tomando banho, en-
quanto ele caminhava no telhado de sua casa. Devemos supor 
que Bate-Seba tenha percebido que estava se banhando em um 
local onde pudesse ser observada. Provavelmente foi na sacada, 
encontrada na maioria das casas no leste, em vez de no telha-
do. O ar passa por lá e é um lugar agradável para se estar, princi-
palmente ao entardecer. Bate-Seba não deveria ter se exposto e, 
portanto, devemos responsabilizá-la por sua falta de modéstia. 
Essas palavras não pretendem de forma alguma desculpar a Davi. 
Nenhum comentário adicional é necessário sobre esse ponto.
Não somos informados das circunstâncias do encontro de 
Bate-Seba com Davi, quando ele a chamou. Só conhecemos os 
resultados: “E ela veio, e ele se deitou com ela” (2Samuel 11.4). 
“E a mulher concebeu; e mandou dizer a Davi: Estou grávida” 
(2Samuel 11.5). Não sabemos se ela percebeu o motivo do cha-
mado, mas sabemos que ela deveria ter resistido aos pedidos do 
rei. Se Bate-Seba não consentisse, como era seu dever, Davi não 
teria tido a chance de cometer esse pecado, nem ela. Portanto, 
devemos considerar Bate-Seba cúmplice de adultério.
O resto da história é bem conhecido. Urias era um ho-
mem leal, sincero e incapaz de pensar na traição que sua espo-
sa e o rei haviam cometidocontra ele. Com a morte de Urias, 
Bate-Seba ocupou o lugar de uma das esposas de Davi. Quan-
do ela deu à luz ao filho, ela já estava no palácio.
As Escrituras não nos dizem nada sobre como ela julgou 
seu próprio comportamento. Somos informados apenas sobre 
Davi. A história nos mostra o pecado e o arrependimento de 
um grande homem, informa também o castigo que ele sofreu 
por isso. Finalmente, fala-nos sobre sua restituição, porque 
MULHERES DA BÍBLIA
Davi pagou a vida inteira pelas consequências desses pecados. 
Bate-Seba é responsável perante o rei. A história é um aviso 
acerca dos perigos que corre toda mulher que brinca com sua 
beleza física, afinal Deus exige que todos os nossos caminhos 
sejam retos em Sua presença.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Como a história de Bate-Seba revela a misericórdia 
de Deus?
2. Em que Bate-Seba foi imprudente? Podemos aplicar 
isso aos tempos em que vivemos?
ABRAHAM KUYPER
Dalila
“E depois disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher 
do vale de Soreque, cujo nome era Dalila”
(Juízes 16.4).
Leia: Juízes 16.4-20.
Dalila morava na margem do rio Soreque e foi uma mu-
lher que serviu de instrumento para os líderes filisteus reduzi-
rem Sansão à impotência.
Sansão é o herói de Deus. Sua aparência como libertador 
de Israel permanece um mistério. Ele foi escolhido e equipado 
por Deus para esse propósito de uma maneira única.
Mas Sansão, o herói, apresentou uma falha fatal: sucum-
biu facilmente aos encantos das mulheres. Uma mulher o 
subjugou e se aproveitou de seu domínio sobre ele.
Mesmo antes de conhecer Dalila, Sansão em Gaza viu 
uma prostituta e foi até ela. Os filisteus o perseguiram nos 
portões da cidade para atacá-lo ao amanhecer, mas, à meia-
-noite, Sansão se levantou e “Abraçou-se, pois, Sansão com as 
duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e arrimou-se 
sobre elas, com a sua mão direita numa, e com a sua esquerda 
na outra” (Juízes 16.29).
Depois disso, ele se apaixonou por uma mulher no vale 
de Soreque, cujo nome era Dalila. O nome soa lindo para nós, 
MULHERES DA BÍBLIA
mas o que Sansão encontrou em sua casa foi pior que a morte. 
A mulher fingiu amor por ele e o seduziu para que, em prova do 
amor que ele devia retribuir, ele lhe contasse qual era o segredo 
de sua força. “Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o 
teu coração?” (Juízes 16.15) Três vezes seguidas, Sansão deu-lhe 
uma resposta falsa. Ao tentar colocá-la à prova, Sansão provou 
ser invencível: o segredo não havia sido revelado.
Dalila estava tecendo uma teia inextricável de engano e 
sedução. Ela o pressionava todos os dias e o importunava, até 
que conseguiu reduzir sua alma “a uma angústia mortal”. Então 
ele finalmente revelou o segredo para ela. Dessa vez, Sansão foi 
reduzido ao desamparo nas mãos de seus muitos inimigos.
A execrável qualidade moral dessa mulher, posta a ser-
viço por “cem siclos de prata” concedidos por cada um dos lí-
deres filisteus, não exonera Sansão de sua culpa. Dalila é uma 
criatura infame nas páginas da Bíblia, mas Sansão não deveria 
visitar prostitutas em Gaza ou Soreque. Sansão havia perdido 
o temor de Jeová.
O aspecto que nos interessa destacar sobre o comporta-
mento de Dalila é simplesmente que ela usou sua atrativida-
de feminina de forma ilegítima, com um propósito destrutivo 
e homicida. No entanto, toda mulher que finge amor e usa 
as armas de sua vaidade e coqueteria para alcançar seus fins 
egoístas está jogando um jogo paralelo ao de Dalila. O encan-
to feminino e a atratividade do afeto são dádivas de Deus. A 
mulher os recebeu do Criador. Deus punirá quem os usa de 
maneira trivial ou frívola, pois concedeu o encanto e a atrati-
vidade para propósitos muito mais elevados.
ABRAHAM KUYPER
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. O que as atitudes de Dalila pode nos ensinar?
2. Como podemos evitar cair em armadilhas, como 
Sansão caiu na de Dalila?
3. Qual é o ensino de Cristo a respeito do relaciona-
mento entre homem e mulher a partir da história de 
Sansão e Dalila?
MULHERES DA BÍBLIA
Débora, a ama
“E morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada 
ao pé de Betel, debaixo do carvalho cujo nome chamou 
Alom-Bacute” 
(Gênesis 35.8).
Leia: Gênesis 35.1-15.
As Escrituras nos falam de duas Déboras. Uma, na época 
de Baraque, governou Israel como profetisa. A outra era a ama 
da família patriarcal de Jacó. Merece nossa atenção que essa 
ama de Rebeca seja mencionada nas Escrituras.
Temos diante de nós a Santa Revelação de Deus. Ele o 
deu à Sua Igreja para derrotar Satanás. Nesse livro, somos in-
formados sobre o destino do céu e da terra, e ainda é possível 
na história referir-se a uma ama dos tempos patriarcais. Isso 
é o que lemos no versículo em questão. Alom-Bacute significa 
“carvalho chorão”.
Débora seria uma serviçal de longa data na casa. Quan-
do ela morreu, Jacó já havia retornado com sua esposa e sua 
família de Padã-Arã para Canaã. Ele havia armado suas tendas 
em Betel. Seus filhos já eram homens. Ele estaria na casa dos 
70 anos a essa altura, e Débora seria uma mulher idosa entre 
os 80 e os 90 anos.
ABRAHAM KUYPER
Observe a consideração por essa antiga serva na casa 
de Jacó.
Diz-se que Isaque e Rebeca a deram a Jacó quando sua 
família começou a crescer. Provavelmente, na casa de Jacó, ele 
teria cuidado de José e Diná. Ficou com a família. Todos a tra-
taram com carinho e se sentiram ligados a ela. Quando sua úl-
tima hora finalmente soou, toda a família estava presente em 
seu funeral. Jacó e seu povo acompanharam-na até seu último 
lugar de descanso com lágrimas nos olhos, como podemos ver 
no nome dado ao lugar.
Hoje nos libertamos da escravidão. Observe, entretanto, 
que mesmo em tempos em que existia esse relacionamento 
triste entre os homens, Deus graciosamente inspirou uma fé 
que transformou essa maldição em uma bênção: as cadeias da 
escravidão poderiam ser cadeias de amor.
Débora significa “abelha”: um nome apropriado para uma 
empregada. Um símbolo de atividade, diligência, tenacidade. 
A Graça de Deus fez de Débora uma serva querida e fiel. Não é 
esse um exemplo hoje para muitos cristãos que só trabalham 
com a recompensa em mente, como a formiga também serve 
de exemplo?
No caso do servo, Deus inspira em Débora um terno afe-
to por Jacó, Lia, Raquel e os outros; afeto que é retribuído. Eles 
não só querem ser atendidos, mas também apreciam e louvam 
os serviços prestados. Débora se torna um membro da família. 
Quando você morre, é como se um de seus parentes próximos 
tivesse morrido, como a morte de uma criança, como se fosse 
uma irmã de Jacó ou Lia.
MULHERES DA BÍBLIA
Também há uma lição aqui. Hoje esse tipo de relação 
não existe no mesmo sentido, entre escravos e donos, entre 
servos e senhores. Mas existem relações nas quais outros se-
res humanos podem ser tratados como objetos, aproveitados 
e depois abandonados como se não existissem. Quando uma 
pessoa não é mais útil para a outra, é empurrada para um can-
to, posta de lado: “colocaremos outra em seu lugar.”
Esse tipo de relacionamento torna a fé impossível. Im-
pede a devoção de quem serve, ajuda-o a negar a fé. Impede o 
cumprimento da responsabilidade de quem utiliza os serviços 
do outro, que ele acredita ter cumprido pagando o salário; a 
fé aqui também está morta. A relação humana também está 
morta: nela não há ajuda mútua para o crescimento da fé.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Qual é o significado do nome Débora?
2. Pelo que nos foi dito sobre o enterro, que tipo de re-
lacionamento havia entre Débora e a família de Jacó?
ABRAHAM KUYPER
3. O que podemos aprender sobre esse caso no que diz 
respeito às relações que temos com outras pessoas 
que nos prestam serviços?
MULHERES DA BÍBLIA
Rainha Vasti
“Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do 
rei, por meio dos camareiros; assim o rei muito se enfu-
receu, e acendeu nele a sua ira” 
(Ester 1.12).
Leia: Ester 1.
Vasti é uma figura nobre. É verdadeque ela desobedeceu 
a seu rei e marido, Assuero, mas sua desobediência foi justi-
ficada. Ninguém vai defender que a esposa deva se submeter 
incondicionalmente ao marido.
Grandes festivais eram celebrados na Pérsia. O reino de 
Assuero alcançou uma extensão enorme. Ele reinou por três 
anos. Toda Susa, a capital, estava cheia de personagens vin-
dos de várias partes do império, e o rei organizava banquetes 
diariamente. A rainha também fez um banquete para as mu-
lheres. E, como lemos no livro de Ester, o rei mandou “que 
introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa 
real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua beleza, por-
que era formosa à vista” (Ester 1.11).
É possível que Vasti fosse uma mulher orgulhosa, mas é 
um grande erro pensar que o motivo de sua recusa em compa-
recer ao banquete seria apenas orgulho. Na Pérsia, as formas 
sociais determinavam que as mulheres fossem confinadas, 
ABRAHAM KUYPER
nunca aparecendo em banquetes públicos na frente dos ho-
mens. Vasti entendeu que tal exigência só poderia ser expli-
cada pelo excesso de vinho que o rei havia ingerido e porque 
queria gabar-se de possuir uma mulher tão bonita e mostrá-la 
como se fosse um cavalo ou um objeto.
Vasti sabia com certeza quais seriam as consequências de 
sua recusa. Apesar disso, ela se recusou a aparecer. Ela mos-
trou que considerava sua dignidade de mulher mais valiosa do 
que a vontade do rei diante de fazê-la se exibir socialmente.
Dizem que Assuero ficou muito zangado e, ardendo de 
raiva, perguntou aos seus conselheiros (ele era um homem le-
galista) o que fazer com a rainha. O consenso era que a rainha 
havia pecado contra o rei e contra todos os príncipes e todos 
os povos, nada menos. O argumento-chave usado por esses 
conselheiros foi que “a notícia do que fez a rainha chegará a 
todas as mulheres, de modo que aos seus olhos desprezarão a 
seus maridos” (Ester 1.17). O conselho foi seguido, e Vasti não 
pôde mais comparecer diante do rei. A lei também ordenava 
“que todo marido seja senhor de sua casa”.
No que nos diz respeito, sabemos que a lei de Deus ordena 
que o homem seja o senhor da criação, como vemos na histó-
ria do Paraíso, uma tradição seguida praticamente em todos os 
povos. Essa prerrogativa tem sido arrogantemente usada pelos 
homens como uma arma para manter suas mulheres escraviza-
das, especialmente entre povos não cristãos. O sofrimento que 
isso trouxe às mulheres ao longo dos séculos é desnecessário.
No que diz respeito a Israel, essa ordenança foi restau-
rada ao seu significado original. Entre os judeus, as mulheres 
sempre ocuparam uma posição digna. O Cristianismo também 
MULHERES DA BÍBLIA
contribuiu para a libertação das mulheres de qualquer víncu-
lo de servidão que pudesse infringir sua dignidade. O apóstolo 
Paulo nos diz que a esposa deve estar sujeita à autoridade do 
marido no lar, mas não há dúvida de que qualquer exigência do 
marido contrária às leis de Deus deve ser rejeitada pela esposa. 
O mesmo se aplica ao que afeta sua dignidade como mulher.
Não podemos esquecer que já houve ocasiões em que a 
mulher também abusou de seus direitos e tentou subjugar o 
marido, rejeitando totalmente a ordem de submissão. Deus 
não pode permitir nem um nem outro.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. O que podemos admirar na Rainha Vasti?
2. Suas ações foram consistentes com os ensinos da Bíblia?
ABRAHAM KUYPER
3. Suas ações foram aprovadas pelos príncipes persas?
4. O que esse estudo nos ensina sobre nós mesmos e so-
bre as esposas em particular?
MULHERES DA BÍBLIA
A sunamita
“Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, 
havia ali uma mulher importante, a qual o reteve para 
comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por 
ali entrava para comer pão”
 (2Reis 4.8).
Leia: 2Reis 4.8-37.
As dez tribos não retiveram o serviço dos sacerdotes e 
levitas. Por essa razão, as pessoas tementes a Deus tinham os 
profetas em alta estima e, pela mesma razão, os profetas de Is-
rael eram mais importantes que os de Judá. Personalidades do 
calibre de Elias e Eliseu não apareceram em Judá. Não admira 
que os piedosos israelitas tivessem grande afeição por eles.
Essa mulher de Suném nos dá um exemplo: Eliseu pas-
sava por Suném em suas viagens periódicas do Carmelo, onde 
morava, quando ia para Jezreel. No começo, fazia essas via-
gens em um dia, porém, à medida que envelhecia, ficava mui-
to cansado. Uma mulher de Suném o convidou para ficar em 
sua casa. Isso se tornou um costume.
A sunamita se casou com um homem mais velho que ela. 
Essa diferença de idade deve ter sido notável, pois vemos que, 
em uma conversa entre Eliseu e Geazi, seu servo, ele disse ao 
ABRAHAM KUYPER
profeta: “Ora ela não tem filho, e seu marido é velho” (2Reis 
4.14). Não temos ideia da razão pela qual essa mulher se casou 
com um homem muito mais velho que ela. Pode-se pensar 
que foi por conveniência da família, ou talvez, quando se casa-
ram, ela era muito jovem; e ele, um homem maduro e no vigor 
da vida, oferecia-lhe mais confiança e segurança que um par-
tido mais jovem, com menos experiência de vida. Talvez ela 
tenha visto nele um ideal de proteção dos pais. Todas essas são 
suposições. É notável, por outro lado, que ela também tinha 
muito carinho por Eliseu, que já era praticamente um velho.
Ela era uma mulher independente, temente a Deus, res-
peitava os idosos, era capaz de fazer planos e, com muita dispo-
sição, disse ao marido que eles tinham que dar um quarto para 
Eliseu, deviam mobiliá-lo, e não só convence o marido a fazê-lo, 
mas também incita Eliseu a aceitar a sua hospitalidade.
Eliseu quis retribuir o afeto dela e perguntou-lhe, por 
meio de Geazi, se ela queria que ele fizesse algo, caso ela pre-
cisasse falar com o rei ou com um general do exército. A suna-
mita respondeu que era uma mulher da aldeia e não precisava 
de nenhum favor.
O incidente da morte do filho é bem conhecido. Tendo 
saído para o campo com o pai, o menino sofreu um derrame. 
Levado para casa, ele morreu poucas horas depois, sentado nos 
joelhos de sua mãe. A sunamita então saiu em busca de Eliseu 
e deitou-se aos seus pés, agarrada a eles. Então lhe disse: “Pedi 
eu a meu senhor algum filho? Não disse eu: Não me enganes?” 
(2Reis 4.28). É evidente que a intenção da mãe foi alimentada 
por sua fé de que o Deus de Eliseu poderia devolver seu filho, 
assim como Ele o havia dado quando ela não sonhava em tê-lo. 
MULHERES DA BÍBLIA
Eliseu, após uma tentativa fracassada do servo de revivê-lo, vol-
tou para casa e o trouxe de volta à vida. “Leve o seu filho”, ele dis-
se à sunamita. Ao restaurar seu filho para ele, Deus confirmou a 
sinceridade e a validade de sua fé maravilhosa.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Por que os profetas foram mais estimados em Israel 
do que em Judá?
2. Como podemos dizer que essa mulher era uma 
mãe engenhosa?
ABRAHAM KUYPER
A verdadeira mãe
“Então respondeu o rei, e disse: Dai a esta o menino vivo, 
e de maneira nenhuma o mateis, porque esta é sua mãe” 
(1Reis 3.27).
Leia: 1Reis 3.16-28.
Não vamos demorar na frase de Salomão em si, mas, sim, 
considerar as características reveladas pela conduta das duas mu-
lheres nessa situação. Vamos estudar vários pontos diferentes.
Ambas eram mulheres de vida condenável. Ambas ha-
viam concebido, e o filho de ambas era ilegítimo. Esse é o pri-
meiro comentário. Mas, depois disso, vemos que o comporta-
mento das duas difere em alguns pontos e coincide em outros.
Em primeiro lugar, mesmo em uma pessoa que sucumbiu 
ao pecado, que é o caso das duas mulheres, podemos encon-
trar traços de verdadeiro valor. A verdadeira mãe, por exemplo, 
se opõe categoricamente ao sacrifício de seu filho. A segunda 
mostra entranhas insensíveis, pois sabia que o filho não era seu. 
Sem dúvida, a segunda é uma mulher muito mais depravada. 
No entanto, notemos que mesmo esta tem uma centelha de 
amor maternal, por mais desviante que seja: tenta ter um filho, 
mesmo sabendoque não é seu. Aqui, dói em nós ter que reco-
nhecer que, mesmo em países que chamamos de cristãos, não 
MULHERES DA BÍBLIA
há objeção por parte de algumas mães de fazer uma criança de-
saparecer antes de nascer para evitar a reprovação ou vergonha 
pública que ter cometido uma imoralidade implica.
Salomão ousa dar uma ordem monstruosa porque sabia 
que as mulheres de seu país se rebelariam contra tal ordem, 
e ele não estava errado. A mãe imediatamente cedeu seus di-
reitos ao filho para salvar sua vida. Hoje muitas mulheres se 
perguntam: como posso me livrar do meu filho?
Até os animais, movidos por seus instintos, defendem 
seus filhos. Uma cadela defende seus filhotes. Como pode 
uma mãe, em um país cristão, permitir que seu filho seja mor-
to a sangue-frio, ou melhor, como pode ordenar que seu filho 
seja destruído?
A expressão do afeto materno deve ser considerada na-
tural. Por termos essa afeição, não há razão para regar uma 
mulher com elogios. É um instinto, uma paixão por preservar 
a vida da criança. Em certa medida, é encontrado em pessoas 
essencialmente egocêntricas. A mãe de um filho ilegítimo é um 
caso exemplar de afeto materno, e ela merece o nosso elogio.
Por outro lado, devemos considerar que o simples fato 
de a mulher não ter sucumbido ao pecado não implica que 
ela represente um ideal de maternidade. Há muitas mulheres 
que temem dar à luz, ou, se finalmente deram à luz um filho, 
colocam-no totalmente sob os cuidados de mãos estranhas.
Em suma, temos que dizer que, independentemente de 
seu comportamento repreensível em outros aspectos de sua 
vida, a verdadeira mãe do filho é um exemplo de afeto ma-
ABRAHAM KUYPER
terno. Tal exemplo, visto por muitas mães cristãs em nossa 
sociedade, deve fazê-las corar.
 
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. O que achamos de bom nessas duas mulheres?
2. Qual aplicação moderna podemos aprender com 
esse estudo?
3. O que esse relato bíblico nos diz sobre certas formas 
de controle de natalidade?
MULHERES DA BÍBLIA
Lia
“Lia tinha olhos tenros, mas Raquel era de formoso sem-
blante e formosa à vista” 
(Gênesis 29.17).
Leia: Gênesis 29.16-35.
Lia recebeu um comentário curioso sobre seus olhos: 
eles eram delicados, ternos. Porém, ao compará-la com Ra-
quel, chamada de bonita, Lia teria traços comuns, não sendo 
necessariamente feia. Mas aos seus próprios olhos ela era con-
siderada desagradável.
Ser uma bela jovem podia ser perigoso para ela. Mas a fal-
ta de beleza podia ser compensada por uma natureza rica, um 
coração fervoroso, ternura e carinho. Sabemos que existem 
rostos comuns que podem esconder características angelicais. 
Mas essa falta de beleza pode ser uma preocupação para uma 
jovem. “Por que não posso ser mais bonita?” Este desejo não é 
pecaminoso em si, mas muito humano. As Escrituras ocasio-
nalmente usam a expressão “belo semblante”. Ao fazer isso, a 
Bíblia confirma que a beleza é uma das bênçãos de Deus em 
nossa vida humana.
Mas também devemos dizer que a Escritura oferece confor-
to para Lia. Lia, que não era atraente, na verdade recebeu uma 
ABRAHAM KUYPER
bênção mais rica do que a linda Raquel. Raquel teve apenas dois 
filhos, José e Benjamin. Destes, José foi vendido como escravo 
e deu origem a uma das tribos contaminadas de Israel. Quanto 
à tribo de Benjamin, ela foi quase totalmente exterminada por 
causa de um terrível pecado nacional em que incorreu. Lia pode 
se orgulhar de ser a mãe de Judá, e Judá, de Davi e de Cristo.
Isso não é dito em elogio a Lia como mulher. Sabemos que 
a posição econômica, social e moral de Labão era muito infe-
rior à de Betuel. Quando Eliezer ligou para Rebeca, ela ainda 
conseguiu partir como uma filha livre, mas as coisas pioraram 
rapidamente em Padã-Arã. Isso foi demonstrado pelo fato de 
que Labão praticamente vendeu Lia. Jacó teve que trabalhar 
sete anos para ganhar Lia. Além disso, Labão enganou Jacó, 
e Lia foi sua cúmplice, pois Jacó queria se casar com sua irmã 
Raquel. É evidente que o tom moral da família havia degene-
rado, o que evidencia o fato de que ela mais tarde aproveitou 
as mandrágoras que seu filho Rubem havia trazido do campo 
para causar ciúme na irmã.
Porém, Lia tinha uma coisa. Deus tinha milagrosamente 
colocado fé em seu coração. No início, era uma fé egoísta. Quan-
do Rubem nasceu, ela louvou a Deus porque era vista com bene-
volência. Ao receber Simeão, ficou feliz porque Deus a consolou 
do ódio de que fora vítima. Quando Levi nasceu, ela ficou feliz 
porque seu marido a amaria. Mas, quando Judá nasceu, ela já 
havia vencido o egoísmo de seu coração e substituído por uma 
gratidão sincera: “Agora”, disse ela, “louvarei ao Senhor”.
Lia não fez isso sozinha, mas foi Deus quem fez isso em 
seu coração. Raquel não fez o mesmo. A glória do Senhor não 
é expressa nem em nome de José nem em nome de Benjamin. 
MULHERES DA BÍBLIA
O louvor ao Senhor está apenas em Judá, porque Judá significa 
“aquele que louva a Deus”.
É evidente o maravilhoso governo de Deus operando em 
todas essas coisas. Em Sua soberania, Ele criou Raquel linda e 
Lia com feições comuns. Como resultado, houve praticamen-
te uma tragédia entre as duas irmãs. Não foi Raquel, mas Lia 
quem deu à luz Judá e com ele o ancestral da mãe de Cristo. O 
louvor a Deus vem de Lia, não de Raquel.
Segue-se que Deus não vê as coisas com os mesmos olhos 
dos homens. Existem dois tipos de beleza: a que Deus dá ao 
nascer, que murcha como uma flor; e a beleza que Deus con-
cede quando, em Sua Graça, os homens nascem de novo. Esse 
tipo de beleza não desaparece, mas floresce eternamente.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. A bênção de Deus consiste na beleza externa do cor-
po? Se não, qual foi a bênção de Lia?
2. É pecado desejar beleza exterior?
ABRAHAM KUYPER
3. O casamento arranjado de Lia e Jacó pode ser conside-
rado uma punição para Jacó, por seu pecado anterior?
4. Qual é a lição que Deus ensina por meio da vida de Lia?
MULHERES DA BÍBLIA
Orfa
“Por isso disse Noemi: Eis que voltou tua cunhada ao seu 
povo e aos seus deuses; volta tu também após tua cunhada” 
(Rute 1.15).
Orfa representa a mulher a quem a Graça é oferecida, mas 
a rejeita e mergulha de volta na condenação. Ela teve um contato 
íntimo com a Graça. Deus dirigiu os negócios de tal maneira que, 
como resultado da fome, uma família de Israel fugiu para o Seu 
povo. Então, Orfa conseguiu encontrar as pessoas que adoravam 
o único Deus verdadeiro. Foi o mesmo Deus que seu predecessor 
Ló adorou e o mesmo Deus que puniu Sodoma e Gomorra. Orfa 
pertencia às gerações da esposa de Ló também. E a história de 
como Deus a petrificou provavelmente ainda era conhecida em 
Moabe. Agora ela teve a oportunidade de ouvir novamente esses 
atos milagrosos do Deus de Israel. Ela se casou com um dos filhos 
de Noemi, é por isso que ela deve ter estado em contato direto 
com o conhecimento do Deus verdadeiro. Ela estivera em con-
tato com os quatro missionários que foram para Belém há anos, 
tendo se casado com um deles.
Além disso, outra garota moabe, Rute, havia se casado com 
o outro irmão. Isso ilustra como essa outra mulher, estranha à 
fé, se deixou dominar por uma crente ao entrar em contato com 
ela. Apesar dessas vantagens, no entanto, Orfa fechou seu cora-
ção à Graça: ela preferiu retornar aos deuses de sua terra natal.
Não é provável que, como mulher casada, ela se opusesse 
abertamente ao Senhor. Tendo dito que Noemi “se voltou para 
ABRAHAM KUYPER
seus deuses”, pode-se inferir que ela, durante aqueles anos, ao 
entrar na nova família, havia pelo menos formalmente aceita-
do a adoração a Jeová, mas foi uma conversão formal. O casa-
mento era mais importante para ela do que a religião. Temos 
que acreditar, porém, que, se seu marido tivesse sobrevivido, 
se o marido tivesse voltado para Belém, é provável que ela ti-
vesse continuado com a nova religião que havia adotado, au-
mentando o número de crentes nominais.
Quanto a Orfa, porém, ao morrer o seu marido,ela foi 
posta à prova quanto à sinceridade de sua conversão. Noemi 
é a agente desse teste: ela não a pressiona para o fazer, pelo 
contrário. Orfa poderia tê-la seguido até Belém se tivesse se 
convertido sinceramente, mas ela falhou no teste.
Orfa considerou a perspectiva de seguir uma viúva po-
bre e sem filhos, ao passo que, se voltasse a Moabe, teria seus 
próprios deuses. Ela deu um beijo de despedida em Noemi e, 
ao mesmo tempo, disse adeus ao amor de Deus para sempre.
Rute e Orfa se separaram, as duas mulheres de Moabe. 
Rute seguiu Noemi e entrou na linha ancestral de Cristo. Orfa 
disse adeus a Noemi e voltou às trevas espirituais de Moabe, 
consequentemente, à sua condenação.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Qual é a punição para aqueles que rejeitam a Graça 
de Deus?
MULHERES DA BÍBLIA
2. Orfa era egoísta?
3. A decisão de Orfa foi justificada?
ABRAHAM KUYPER
Ana, a profetisa
“E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e 
falava dele a todos os que esperavam a redenção 
em Jerusalém”
 (Lucas 2.38).
Leia: Lucas 2.36-38.
Toda a glória do nascimento de Jesus foi concentrada no 
antigo reino de Judá. José e Maria eram descendentes da tribo 
de Judá. Isabel morava em Judá e João nasceu lá. Belém per-
tence a Judá.
No entanto, Jesus veio por todo o Israel, e mais do que por 
Israel: Ele nasceu para ser uma luz para os gentios. Os magos vie-
ram como representantes dos países pagãos, para homenagear o 
novo rei. E Ana, a profetisa do Templo, veio confessar a esperança 
de seus pais em Israel, que estava fora do domínio de Judá. 
Ana não era descendente da tribo de Judá, ela era filha de 
Fanuel, da tribo de Aser, que estava situada nas tribos disper-
sas. É por isso que sua posição no Templo teve um significa-
do especial. Sob Jeroboão, as Dez Tribos se emanciparam da 
casa de Davi e, ao longo dos séculos, continuaram a rejeitar o 
Messias de Israel e o Deus da Aliança. Agora vemos que Ana 
aparece no Templo, ao lado da figura de Simeão, para saudar 
o Rei da Casa de Davi. Parece que Ana veio chamá-Lo ao Lago 
MULHERES DA BÍBLIA
de Genesaré e à desprezada Galileia, para Ele poder reunir um 
povo rebelde ao Seu Reino.
Simeão e Ana eram os dois mais velhos. Ana tinha 84 
anos. Portanto, eles não representavam a nova geração, não 
pertenciam ao círculo do qual o Senhor escolheu Seus discí-
pulos, nem ao grupo em que Ele escolheu Maria e Marta. Em 
vez disso, eles pertenciam ao Israel moribundo. Ana estendeu 
sua honra a Cristo, não como representante do passado, mas 
do futuro. Parece que ela veio oferecer-Lhe o agradecimento 
de quarenta gerações aos pés de Jesus, antes de morrer.
Ana trouxe essa oferta como mulher, depois que Simeão 
a trouxe como homem. Assim, observamos que ambos os se-
xos, juntos e individualmente, são chamados para glorificar o 
Deus de Israel. Ao lado de Abraão, encontramos Sara; ao lado 
de Baraque, Débora; ao lado de Moisés, Zípora; e Ana, de Aser, 
está ao lado de Simeão. Ela não era sua esposa, entretanto. Seu 
relacionamento era intensamente espiritual, transcenden-
do todas as diferenças entre os sexos. Ela estava casada há 60 
anos e vivia há 7 anos sem marido. Não sabemos o que acon-
teceu com ele, e ela não se casou novamente. Estava isolada 
no Templo, aguardando e servindo ali dia e noite, com jejuns e 
orações. Sua vida deve ter sido de piedade genuína, e ela deve 
ter ouvido de Simeão que o Cristo viria antes de sua morte.
Além do que foi dito, ela era uma profetisa e está incluída 
na longa série daqueles que foram arautos do Profeta e do fu-
turo Mestre ao longo dos séculos. Cristo representou uma tribo 
de reis; Zacarias e Isabel, uma tribo de sacerdotes. Ana repre-
sentou os profetas. Essa última profetisa confirma aqueles que a 
precederam, especialmente Isaías e Malaquias. Ela não apenas 
ABRAHAM KUYPER
confessou Cristo, mas “dava graças a Deus, e falava dele a todos 
os que esperavam a redenção em Jerusalém” (Lc 2.38).
Seu testemunho no Templo foi a última voz de profecia 
a ser ouvida. A profecia cumpriu seu propósito. João, o arauto 
do Senhor, estava esperando na porta.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Qual é o significado de Ana na redenção que Cristo 
nos trouxe?
2. Por que Ana foi a última profetisa?
3. Qual é o significado da formação de Ana para sua 
aceitação de Jesus como o Cristo?
MULHERES DA BÍBLIA
Eunice
“Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a 
qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe 
Eunice, e estou certo de que também habita em ti.”
 (2Timóteo 1.5).
Leia: 2Timóteo 1.
Na família de Timóteo reinava a tradição cristã. Conhe-
cemos nomes em três gerações. Atrás de Timóteo está Eunice, 
e antes dela, Lóide. Todos os três manifestam uma “fé não fin-
gida”, que passou de um para o outro. A fé não é transmitida 
pelos pais, mas vem de Deus. Contudo, Ele se agrada em per-
mitir que sua bênção aumente nas sucessivas gerações, impri-
mindo o valor e o conhecimento de ser chamado, dentro da 
família, para a glória de Seu nome.
Nem Lóide nem Eunice poderiam imaginar que Timóteo 
seria chamado para um lugar tão proeminente na Igreja de 
Cristo. Paulo encontrou esse tipo de nobreza espiritual, que 
vai de geração em geração. Ele gostou de contemplar essa si-
tuação, mas quis chamar nossa atenção para o que a mãe fez, 
para a maneira como Deus usou a ela e a Lóide, inspirando 
uma fé verdadeira e fervorosa em Timóteo.
Paulo vem nos dizer que o fato de Timóteo ter sido criado 
sob a influência da Graça é uma razão em si para dar graças a 
ABRAHAM KUYPER
Deus. A Salvação pode acontecer em qualquer idade, mesmo 
muito avançada. Porém, conhecer a Deus é frequentemente 
mais seguro quando a criança foi criada segundo as Escritu-
ras. O coração, o espírito e a consciência da criança são mais 
ternos e nela os ensinamentos se instalam indelevelmente. 
Depois de impressos com eficácia, dificilmente serão apaga-
dos posteriormente. Timóteo teve um imenso privilégio ao ser 
educado desde a infância no caminho do Senhor. Para ele, o 
conhecimento das Escrituras e o conteúdo da fé eram vivida-
mente reais, não eram um mero verniz formal, mas haviam 
crescido e se tornado um bem inseparável de sua própria vida 
e consciência. 
Timóteo devia isso à mãe, assim como Agostinho devia a 
Mônica, sua mãe. Esse é o privilégio de alguns filhos de mães 
cristãs, mas não de todas. Alguns filhos de mães cristãs, mais 
tarde convertidos, disseram que não receberam a menor bên-
ção de sua mãe. Todavia, em outras ocasiões, a mãe inspira 
permanentemente a vida da criança, e ela sempre guarda me-
mórias sagradas. É algo glorioso que une as duas espiritual-
mente. A ternura do amor maternal é santificada pelo amor de 
Cristo. O amor materno fortalece o desejo fervoroso da mãe 
de que o filho conheça o Salvador. A mãe não descansa até 
que, de uma forma ou de outra, lendo histórias da Bíblia, dan-
do conselhos, exemplos, encorajamentos, seja o que for, tais 
ações induzam o filho a abrir o seu coração ao Salvador, que 
está sendo revelado por esses meios.
Lamentamos hoje o fato de muitas crianças maduras 
abandonarem a fé. Mas, ao fazer isso, devemos nos perguntar 
onde estão as Eunices, cuja intensidade espiritual foi transmi-
MULHERES DA BÍBLIA
tida ao filho. O pai certamente tem sua responsabilidade e seu 
caráter, que deve guiar o filho no lar. Porém, mesmo quando 
a influência do pai é exercida, a terna atividade espiritual da 
mãe, sua vida fiel, piedosa e devotada, é a limpeza do terreno 
que permite que a semente seja recebida em um solo fértil. As 
mães devem começar sua atividade com os filhos desde mui-
to pequenos. Não basta apenas cuidar das crianças, instruí-
-las com retidão e educá-las para se comportarem bem, mas é 
também necessário levá-las a adentrar os mistérios do Divino.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Paulo valoriza a educação na casa de Timóteo?
2. Estamos colocando ênfase suficiente na necessidade 
de a criança estudarem casa?
3. Que lição a vida de Eunice ensina às mães de hoje?
ABRAHAM KUYPER
Evódia e Síntique
“Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo 
no Senhor” 
(Filipenses 4.2).
Leia: Filipenses 4.
As mulheres desempenharam um grande papel na intro-
dução do Cristianismo ao mundo pagão. Paulo, desde o início 
de suas cartas até suas últimas palavras de despedida, nos dá 
nomes de mulheres que tiveram grande influência na vida da 
Igreja. Em Roma, estão Febe, de Cencréia; Maria, “que tra-
balhou muito por nós”; Trifena e Trifosa, “que trabalham no 
Senhor”. Há Pérsida, que merece um comentário semelhante; 
e Júlia, irmã de Nereu. Vimos Priscila especialmente em vários 
pontos e também Lídia. E aqui são mencionadas duas mu-
lheres influentes, Evódia e Síntique, das quais Paulo também 
às quais ele se refere como: “Essas mulheres que trabalharam 
comigo no evangelho, e com Clemente, e com os meus outros 
cooperadores” (Filipenses 4.3).
Os dois estariam entre os primeiros convertidos de Fili-
pos quando Paulo chegasse à cidade. Eles se ofereceram para 
ajudar Paulo, evidentemente de forma eficaz. Não é apenas 
uma explosão de entusiasmo, mas um trabalho persistente, 
tenaz e difícil, perseverante em seus esforços para estabelecer 
a igreja em Filipos.
MULHERES DA BÍBLIA
Não temos ideia do que causou a dissensão entre Evódia 
e Síntique. O que sabemos é que os efeitos disso foram destru-
tivos para a igreja. Não sabemos se houve diferenças doutriná-
rias entre as duas, ou ciúmes de natureza pessoal. Novamente 
vemos o maligno jogando uma irmã contra a outra, como no 
passado ele havia jogado Caim contra Abel. Tudo isso deterio-
rou o trabalho e o crescimento da congregação.
O que Paulo faz a respeito? Encolher os ombros e permi-
tir que a luta continue indefinidamente? Isso desonra o nome 
do Senhor e é um escândalo na Igreja. Isso também impede 
a obra da Graça. Quando há brigas entre pessoas influentes, 
formam-se facções na congregação, já que umas são a favor de 
uma pessoa, e outras, de outra pessoa. Essas disputas teriam 
terminado com a congregação.
Paulo intervém. Aqueles aceitos pelo Senhor devem per-
sistir unanimemente na mentalidade de Cristo. No versículo 
mencionado, ele exorta a fazer as pazes. Essa dissensão encontra 
eco na epístola em outros pontos. Sem dúvida, Paulo também 
se refere a isso quando diz, no capítulo 2: “Portanto, se há algum 
conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma co-
munhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, 
completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo 
amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais 
por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um con-
sidere os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2.1-3).
Devemos presumir que essa dissensão foi resolvida; mas 
ela poderia ter se transformado em um incêndio que teria des-
truído a igreja. Isso aconteceu mais tarde em várias ocasiões.
ABRAHAM KUYPER
É por isso que as advertências do apóstolo são válidas 
até hoje. Eles nos exortam a garantir que essas disputas sejam 
apagadas por todos os meios possíveis, e que a reconciliação 
seja efetuada, e a unidade seja restaurada.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Que mulheres desempenharam um papel importante 
na propagação da Igreja de Cristo?
2. Qual era a relação entre Evódia e Síntique?
3. O que Paulo fez para resolver suas diferenças?
MULHERES DA BÍBLIA
Herodias
“E, saindo ela, perguntou a sua mãe: Que pedirei? E ela 
disse: A cabeça de João o Batista” 
(Marcos 6.24).
Leia: Marcos 6.14-21.
Herodias era de Edom, povo que descendia de Esaú. He-
rodias era na verdade a esposa do irmão de Herodes, Filipe, um 
príncipe que havia sido deserdado por seu pai. Filipe e Hero-
dias viveram em Roma. Como resultado da visita de Herodes a 
Roma, durante a qual ficou com seu irmão, Filipe foi privado de 
sua esposa. Herodias o deixou para ir com Herodes. Mas Hero-
des também era casado com uma princesa da Arábia, o que foi 
outro obstáculo para o casamento dos dois.
Herodes rejeitou sua esposa. Herodias entrou no palácio 
como rainha. Apenas um homem ousou protestar publicamen-
te contra toda essa imoralidade: João Batista. Herodes ordenou 
que fosse preso e, presumivelmente, por medo de perder a pa-
ciência com o povo, preferiu deixá-lo vivo. Herodes era capaz de 
qualquer crime, mas era tortuoso e provavelmente supersticio-
so. Ele não tinha dúvidas de que João era um profeta.
Herodias não tinha escrúpulos e sabia perfeitamente que 
seu pior inimigo era João Batista. Enquanto ele vivesse, a sua 
ABRAHAM KUYPER
situação estaria em risco. Sempre havia a possibilidade de que 
João influenciasse Herodes de uma forma desfavorável para ela.
A ambição de Herodias não tinha limites. O mesmo é seu 
orgulho. Ela teria traçado todos os tipos de planos para se livrar 
de João. Por fim, a ocasião perfeita se apresentou. Herodes havia 
se colocado em uma armadilha da qual não conseguiria escapar. 
A filha de Herodíades, por instigação da mãe, pediu, como re-
compensa por dançar de uma maneira que despertou as paixões 
daquela velha raposa, a cabeça de João, que acabou decapitado.
Herodias era para Herodes algo semelhante ao que Jeza-
bel era para Acabe. Em ambos os casos, a esposa tinha ainda 
menos escrúpulos que o marido. Jezabel odiava Elias; Hero-
dias odiava João. Apenas o final da história é diferente. Jezabel 
morreu sem consumar a sua vingança contra Elias. João su-
cumbiu a Herodias.
O coração de uma mulher determinada ao mal não fica 
atrás do coração de um homem. Quando ela se entrega ao 
pecado, torna-se um instrumento de Satanás com não me-
nos perfídia e baixeza. Hoje, os dramas dessa violência não 
costumam ocorrer, pelo menos nos ambientes usuais em que 
nossas vidas passam. No entanto, não é menos verdade que 
a influência de uma mulher pode ser seguida e descoberta 
na conduta de muitos homens responsáveis. A história nos 
apresenta numerosos exemplos de mulheres desse tipo, que 
conduziram cruéis perseguições religiosas e fizeram inúmeras 
vítimas. Basta-nos recordar os casos de Fernando I, o católico 
espanhol, e de Luís XIV, na França, cujas esposas Isabel e a 
madame de Maintenon, respectivamente, levaram à Inquisi-
ção na Espanha e à Revogação do Édito de Nantes, na França. 
MULHERES DA BÍBLIA
Ambas as decisões causaram milhares de vítimas entre os ju-
deus convertidos e protestantes ou reformados na Espanha, e 
entre huguenotes na França.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Qual foi o primeiro ato pecaminoso cometido por 
Herodes e Herodias juntos?
2. Que paixão instigou Herodias a cometer esses atos?
ABRAHAM KUYPER
A mulher cananeia
“E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas 
cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem 
misericórdia de mim, que minha filha está miseravel-
mente endemoninhada” 
(Mateus 15.22).
Leia: Mateus 15.21-28; Marcos 7.24-30.
Não podemos dizer pelo relato se essa mulher foi con-
vertida. Só que Jesus elogiou sua fé e, por meio dela, libertou 
sua filha do Diabo, mas não sabemos se sua fé era a verdadeira 
fé para a salvação. Dizem que a mulher insistiu, apesar de seu 
pedido ter sido repetidamente rejeitado, e que finalmente Je-
sus concordou em atendê-la.
Portanto, não falamos da graça espiritual. Vemos que 
a comparação que Jesus faz dessa mulher, “atirando pão aos 
cachorros”, a classifica como uma estranha para o povo de Is-
rael, não pertencente à Aliança. A mulher era cananeia, des-
cendente do antigo povo que ocupou Canaã antes da chegada 
dos israelitas. Ela morava perto de Tiro e Sidon, cidades de 
péssima reputação.
A mulher tinha fé que Jesus poderia curar sua filha. Fé 
em um milagre. Podemos supor que essa fé não foi produto de 
uma tendência natural, mas fruto da Graça comum de Deus, 
MULHERES DA BÍBLIA
que permitiu o encontro dessa mulher com seu Filho amado. 
Como resultado dessa conversa e do milagre, o povo de Israel 
ficou envergonhadopor sua incredulidade. Essa mulher es-
trangeira aderiu ao Messias, embora essa adesão fosse exter-
na. Foi um protesto contra a crença orgulhosa dos israelitas de 
que seriam a única nação favorecida para sempre.
Deus tem compaixão e liberta os homens da miséria hu-
mana, sem ter que lidar com a Graça que gera a fé salvadora. A 
mulher nos ensina que devemos orar em toda situação de afli-
ção. A mulher cananeia orou com inteligência: ela sabia que 
Jesus poderia salvar sua filha. Ela perseverou e venceu.
É verdade que ela não pediu uma bênção espiritual, nem 
para si nem para a filha. Apesar disso, ela nos ensina algo so-
bre o mistério da oração. Você deve orar sem a menor som-
bra de dúvida, precisa se render à suprema soberania de Deus. 
Quanto mais ela era repreendida, mais intensamente clama-
va. Tiago já nos diz que quem ora na dúvida “é semelhante à 
onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para 
outra parte” (Tiago 1.6). Essa mulher era o oposto. A fé é pos-
sível no incrédulo, embora, nesse caso, não seja a fé genuína e 
verdadeira que opera para a salvação.
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. O que significa a frase: “Não é bom pegar o pão dos 
filhos e jogá-lo para os cachorros”?
ABRAHAM KUYPER
2. Deus às vezes nos atende, dando-nos como exemplo 
de fé?
3. O que essa mulher nos ensina sobre oração e perse-
verança?
MULHERES DA BÍBLIA
Esposa de Pilatos
“E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher man-
dou-lhe dizer: Não entres na questão desse justo, porque 
num sonho muito sofri por causa dele” 
(Mateus 27.19).
Leia: Mateus 27.15-31.
Não é incomum que um homem sério e severo seja aben-
çoado por uma esposa gentil em seus tratos e que exerce uma 
influência benéfica sobre ele. Pilatos é um exemplo. Ele era 
um verdadeiro déspota, abusando de sua autoridade e poder. 
Seus superiores tiveram que o dispensar do cargo pelos abusos 
cometidos. A forma vergonhosa com que tratou Jesus, mesmo 
estando convencido de que Ele era inocente, tendo-O açoita-
do e depois crucificado, evidencia a sua natureza despótica.
Mas sua esposa era muito diferente. É evidente que ela 
se interessava diretamente pelas atitudes do marido, procu-
rando moderar seus excessos no desempenho de suas funções 
oficiais. Nesse caso, ela deveria estar ciente da prisão do ra-
bino judeu e do julgamento a que ele seria submetido no dia 
seguinte. Seu sonho inquieto é, na verdade, um pesadelo. Ela 
se levantou angustiada e mandou um pedido ao marido: “Não 
entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri 
por causa dele” (Mateus 27.19). Não sabemos até que ponto a 
mulher queria favorecer Jesus por considerá-lo inocente, em-
ABRAHAM KUYPER
bora isso fosse perfeitamente possível. Não há dúvida de que 
ela estava tentando impedir o marido de fazer exatamente o 
que ele fez: colocar nas mãos o sangue de um homem justo e 
também de um mestre religioso.
Do ponto de vista humano, de fato, vemos uma mulher 
pagã, de natureza delicada e sensível, tentando impedir seu 
marido de cometer uma atrocidade que só poderia trazer ira 
divina e vingança. Em seu senso de responsabilidade para com 
o marido, ela é sem dúvida uma figura gentil para nós. Para ela, 
o marido e suas ações eram o que mais a interessavam, embora 
ele não fosse um homem muito estimado, como evidencia o 
fato de não ter prestado a menor atenção ao que ela lhe contara.
Nesse sentido, diante de seu exemplo, muitas mulheres 
cristãs podem se envergonhar, já que a responsabilidade por seus 
maridos é algo que nem passa por suas cabeças. A esposa pode 
influenciar o marido para o bem, e se não o fizer, está descum-
prindo o seu dever e deixando de exercitar uma de suas melhores 
prerrogativas. Para muitos, a esposa ocupa o lugar antes ocupado 
pelos anjos. Infelizmente, muitos maridos ainda agem da mesma 
forma que Pilatos agia com sua esposa. Nesses casos, a bondade 
da esposa aumenta a maldade de seu coração, pois “amontoarás 
brasas de fogo sobre a sua cabeça” (Romanos 12.20).
Perguntas sugeridas para estudo e discussão:
1. Que tipo de personagem Pilatos era como marido 
e governante?
MULHERES DA BÍBLIA
2. Sua esposa foi uma verdadeira auxiliadora para o ma-
rido? Por quê?
3. O que as mulheres cristãs podem aprender com essa 
meditação? O que os homens devem aprender?
Continua...
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