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Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio APRESENTAÇÃO É incontestável que o Brasil, com o agronegócio, tenha vivido anos gloriosos na década passada. Os dados de produtividade e faturamento são vultuosos e já foram plenamente divulgados. Além do crescimento da produção, da área plantada, da produtividade e da renda gerada pelas cadeias agroindustriais, o agronegócio se apresentou como o setor econômico nacional que mais êxito teve no empenho de se arraigar nos mercados internacionais. A nova geração de consumidores de alimentos é um público altamente conectado, exigente e decisor, que diferencia e valoriza produtos de qualidade. O avanço desse setor brasileiro e o maior entendimento de suas possibilidades trouxeram mudanças significativas nos mercados agrícolas brasileiros. Nesta Unidade de Aprendizagem, você terá a oportunidade de conceituar, caracterizar e conhecer as tendências do comércio e mercado consumidor de produtos oriundos do agronegócio. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir comércio e mercado consumidor no agronegócio.• Reconhecer as características do comércio e mercado consumidor no agronegócio.• Projetar as tendências de comércio e mercado consumidor para o agronegócio.• DESAFIO O agronegócio passa por um momento dourado e o número de startups ligadas ao setor tem crescido em nível global e nacional, especialmente em biotecnologia, agropecuária de precisão e inteligência artificial. No entanto, os tempos modernos de comércio pedem mudanças nas relações interpessoais e no gerenciamento das relações entre pessoas e empresas e com produtos e serviços. O nível de exigência do consumidor atingiu índices surpreendentes, uma vez que ele tem “poder do acesso à informação”. Esse novo consumidor quer também novos modelos de negócios, o que abre um leque de possibilidades. Imagine que você precisa estruturar um planejamento para entender o cenário atual e projetar o cenário futuro, no qual quem não agir com protagonismo no sentido de construir o futuro será coadjuvante de um futuro criado por terceiros e concorrentes. Sendo assim, responda: quais aspectos devem ser considerados para superar os desafios de competitividade do agronegócio nacional, dentro da porteira e no plano comercial? INFOGRÁFICO A vocação brasileira para o agronegócio tem preocupado e gerado críticas de outros setores, de bens manufaturados e industrializados, que receiam que o país esteja condenado a ser um eterno exportador de commodities. Mas sua importância é enorme e não pode ser ignorada. Conheça no Infográfico os principais dados da participação dos mercados interno e externo na composição de mercado dos produtos agropecuários nos últimos anos. CONTEÚDO DO LIVRO Os produtores rurais, frente às mudanças mercadológicas, investem cada vez mais na gestão comercial focando na competitividade da produção e na confiabilidade dos produtos ofertados aos consumidores. As inovações tecnológicas colaboram para incrementar a produção e a qualidade dos produtos comercializados, mas o planejamento estratégico é uma ferramenta essencial para o sucesso do agronegócio. Reconhecer as demandas e tendências do mercado agropecuário possibilita ao produtor planejar sua produção e definir as estratégias para comercialização, de maneira a reduzir as perdas e imobilizações financeiras desnecessárias. No capítulo Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio, da obra Cadeias produtivas do agronegócio III: comércio e mercado consumidor, que é base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você verá os conceitos de comércio e mercado e suas estratégias para aplicação em organizações rurais, além das visões estratégicas que são fundamentadas nas tendências dos mercados agropecuários para o futuro. CADEIAS PRODUTIVAS DO AGRONEGÓCIO III – COMÉRCIO E MERCADO CONSUMIDOR Alan Malinsk Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Expor os conceitos de comércio e mercado consumidor no agronegócio. Caracterizar comércio e mercado consumidor no agronegócio. Projetar as tendências de comércio e mercado consumidor para o agronegócio. Introdução A administração comercial e mercadológica é um sistema desenvolvido para auxiliar a gestão a identificar, modificar ou manter um negócio, bem como criar visões estratégicas. A implementação de uma estratégia viável pode sofrer atrasos se a organização rural não estiver preparada ou se surgirem situações que não foram previamente ajustadas. Nesse sentido, as visões estratégicas de comércio e de mercado demonstram a direção e os propósitos de estratégias e atividades pontuais, além de incentivarem a evolução das organizações ao mostrarem um propósito que vale a pena ser buscado. O consumidor é o foco mais importante do agronegócio. Assim sendo, é fundamental quantificar e qualificar o que está sendo consumido dos produtos agropecuários no mercado e quais são as perspectivas de futuro em relação aos produtos ofertados. As organizações rurais devem estar atentas às mudanças de mercado, observando as tendências para os diferentes setores que as afetam. Uma dessas tendências aponta que os produtores rurais devem investir cada vez mais na sustentabilidade da produção e na confiabilidade do consumidor, oferecendo produtos com garantia de origem e certificação de qualidade. Neste capítulo, você vai estudar os conceitos e as características de comércio e mercado consumidor e vai verificar tendências para o futuro do agronegócio, que são de grande importância para as definições es- tratégicas do setor. Estratégias comerciais e de mercado O agronegócio sempre foi uma das mais admiráveis fontes geradoras de recur- sos do Brasil. A dinâmica do agronegócio brasileiro põe o país entre as nações mais competitivas do planeta na produção primária. Identifi car e conhecer as demandas e as tendências do mercado ajuda o produtor rural a quantifi car a sua produção e a construir estratégias de comercialização, evitando desperdícios e investimentos desnecessários. O comércio de produtos do agronegócio abrange atividades relacionadas tanto ao consumo interno quanto àquele além das fronteiras do país, cujos processos logísticos utilizam mais de um meio de transporte, empregando tecnologias em diferentes modalidades. O crescimento da participação no mercado resulta da junção de múltiplos fatores determinantes do desempenho, como custos e produtividade, que são indicadores de eficiência, bem como inovação em produtos e processos, visando a atender a demandas por atributos específicos de quantidade e qualidade procurados pelos consumidores. O comércio baseia-se na troca voluntária de produtos. As trocas podem ocorrer entre dois parceiros (comércio bilateral) ou entre mais de dois cúmplices (comércio multilateral). Os estudiosos das ciências econômicas defendem que o comércio be- neficia ambos os parceiros, já que, se não houvesse benefícios mútuos, alguém não participaria da troca, e rejeitam a noção de que toda a troca tem implícita a exploração de uma das partes. O mercado é o local no qual agentes econômicos realizam a troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. A teoria liberal dos mercados aponta que a tendência para se chegar ao equilíbrio é regulada pela lei da oferta e demanda, que estabelece que os preços serão condicionados pela quantidade de consumidores que desejam o produto versus a quantidade desse produto. Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio2 Na atualidade, o principal caminho para o crescimento das economias é a ampliação do comércio internacional, ainda que haja desacordos quanto à forma, à rapidez e à intensidade desse crescimento. Os economistas enfatizam que as estratégias para manter o comércio ativo estão na basedesse cresci- mento dinâmico e as definem como o conjunto de investimentos em gestão, recursos humanos, produtividade e inovação que objetiva aumentar e renovar a capacitação das organizações rurais nos volumes exigidos pelos padrões de concorrência vigentes nos mercados de que participam. A decisão sobre quantos negócios devem ser realizados por uma organização envolve uma escolha organizacional e estratégica. No sentido organizacional, pode ser que seja necessário ter vários produtos agropecuários, pois, assim, cada um estará perto do seu mercado, tornando a organização potencialmente apta a realizar uma estratégia que seja ideal para aquele mercado. Por outro lado, ter uma estratégia de comércio e mercado para cada país, para cada região ou para cada cadeia produtiva pode trazer alguns benefícios. Nesse sentido, negócios específicos podem ser reunidos de forma a criar uma massa crítica, buscando reconhecer peculiaridades e similaridades entre mercados e estratégias e obter sinergia. Para elaborar uma estratégia de comércio e mercado, negócios pequenos e distintos deverão ser associativos, de modo que a estrutura de gestão seja suportável. É evidente que duas unidades de negócio podem compartilhar certos elementos operacionais, como força de venda e instalações, para ganhar economia sem a necessidade de fusão. Já os negócios que detêm mercados, contextos e estratégias de comércio semelhantes serão candidatos à fusão, para alavancar o conhecimento compartilhado. Outra motivação para a fusão é fomentar a sinergia entre as unidades de negócio, quando a combinação deles representar maiores chances de economia. O desenvolvimento de estratégias básicas é de grande importância para a formação, ampliação e manutenção dos mercados do agronegócio. Com as estratégias de negócios em mãos, as tarefas da organização para sua manutenção no mercado serão as seguintes: 3Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio desafiar constantemente a estratégia para assegurar que ela permaneça relevante para o mercado e sua dinâmica e corresponda às oportunidades que surgem; garantir que a organização evolua e detenha as habilidades e compe- tências necessárias para pôr em prática estratégias e obter vantagens; implementar a estratégia com vigor e foco, já que mesmo a melhor estratégia, se implementada de maneira equivocada, será um fracasso. A estrutura de uma gestão estratégica de mercado é apresentada na Figura 1. Observe a relevância do exame dos componentes externos para uma organi- zação rural, como clientes, concorrentes, mercados, submercados, bem como dos fatores internos relacionados ao desempenho. Conforme Aaker (2012, p. 5), essa figura apresenta as: [...] quatro dimensões que definem uma estratégia para a organização rural: a estratégia de investimento no produto-mercado, a posição de valor ao cliente, os ativos e competências e as estratégias e programas funcionais. A primeira dimensão especifica onde competir e as três resultantes indicam como com- petir para ter êxito”. Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio4 Figura 1. Visão geral da administração estratégica. Fonte: Aaker (2012, p. 13). Comércio e mercado consumidor no agronegócio O aumento da produção agrícola e da pecuária contribuiu fortemente para o crescimento da economia, cooperando principalmente para a ampliação do agronegócio e assegurando uma oferta crescente de produtos e matérias-primas. O aumento da urbanização e da renda, de forma integrada, foram preponde- rantes para que o agronegócio brasileiro assumisse a relevância que tem agora, 5Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio tornando necessário elevar a produção e forçar a agricultura e o agronegócio a se ampliarem para acompanhar o crescimento da demanda por alimentos. Várias estratégias foram desenvolvidas, ao longo de décadas, para o favorecimento do agronegócio. Um exemplo que pode ser citado é a pesquisa e o desenvolvimento de corretivos agrícolas, que possibilitaram a expansão de áreas cultiváveis para o Cerrado brasileiro. A mecanização foi avaliada como um fator preponderante para o desenvolvimento do agronegócio, pois proporcionou o aumento da escala de produção e diminuiu custos, viabilizando a competição com mercados externos. Nesse contexto, conforme explica Luís (2017), a produtividade cresceu rapidamente e as reduções de custo de produção aumentaram significativamente, criando, assim, espaço para a ampliação e diversificação do consumo. O Brasil é uma nação competitiva na produção de commodities, com enorme potencial de expansão horizontal e vertical da oferta. Esse potencial é resultante de uma combinação de fatores, entre eles, principalmente, os investimentos em tecnologia e pesquisa, que levaram ao aumento exponencial da produtividade e da capacidade empreendedora dos produtores rurais. De acordo com Luís (2017, p. 144): O agronegócio configura-se como um setor não sustentável do ponto de vista privado, apesar de ser sustentável do ponto de vista social. Se não houver compensações da sociedade pelas transferências recebidas do agronegócio, o setor fatalmente tenderá à estagnação ou regressão. Essas compensações devem ter a condição de representar simples perdão de dívidas — proporcionar condições que ao mesmo tempo aproxime o setor da sustentabilidade privada e amplie os benefícios que a sociedade pode auferir do setor. Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio6 Mercado interno e comércio Mesmo com o grande potencial de crescimento das exportações brasileiras de commodities nos próximos 10 anos, a demanda externa não deve superar a doméstica, ou seja, o mercado doméstico seguirá como o principal consumidor dos produtos do agronegócio brasileiro, conforme indicam os levantamentos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Conforme dados do Ministério da Agricultura, em 2021/2022, do total produzido de soja, 56% ficará no mercado interno. No caso do milho, esse porcentual passa para 84% e, do frango, para 63%. Já do total produzido de carne bovina, 80% será consumido pelos brasileiros. Do montante de suínos, 81% (BRASIL, 2012). O crescimento do poder aquisitivo que ocorreu no Brasil nas últimas duas décadas assinalou um aumento acelerado em favor do contingente de pessoas mais pobres, propiciando uma oportunidade para a agregação de valor, espe- cialmente no agronegócio. Cálculos feitos no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) demonstram que, de 1995 a 2011, o PIB medido especificamente como volume do produto agropecuário (lavoura e pecuária) avançou mais de 80%, enquanto o da agroindústria cresceu menos de 40%. A renda da agropecuária aumentou 66% e a da agroindústria, só 17%. Conforme Barros (2012, citando Cepea), isso ocorreu porque os preços reais caíram 8% para as matérias-primas e 16% para os produtos processados. Novamente, o ramo agrícola é o que deu impulso para o PIB-volume, visto que registrou aumento de 9,2% em 2017. De acordo o Cepea, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o PIB-volume do agrícola brasileiro cresceu 7,6% no ano passado. Para o ramo pecuário, o crescimento foi de 3,8% (CEPEA, 2018). Mercado externo e comércio À medida que cresce o comércio internacional, as relações comerciais entre os países sofrem inúmeras transformações. O aprimoramento dessas relações as torna mais complexas e estimula o uso cada vez mais intenso e preciso de 7Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio mecanismos de proteção às economias nacionais. A Figura 2 traz os dados de 2017 em relação às exportações do agronegócio brasileiro por mercado. Figura 2. Exportações do agronegócio brasileiro por mercados — 2017. Fonte: Globo Rural citando AGROSTAT (2017). Valor US$ 20.523.347.290 CHINA UNIÃO EUROPEIA 28... ESTADOS UNIDOS ARABIA SAUDITA RUSSIA, FED.DA Outros 40,41% 28,04% 18,38% 2,92% 3,12% 7,13% Em2017, os principais setores exportadores do agronegócio foram o com- plexo soja (32,8% de participação), as carnes (18%), o complexo sucroalcooleiro (12,8%), os produtos florestais (12,6%) e o café (7%). Esses setores foram responsáveis por 83,1% do total das exportações brasileiras do agronegócio no período, com crescimento de dez pontos percentuais ante igual período do ano passado. A Figura 3 apresenta os dados de 2017 em relação às exportações do agronegócio brasileiro, dessa vez classificadas por unidades da federação. Figura 3. Exportações do agronegócio brasileiro por unidades da federação — 2017. Fonte: Globo Rural citando AGROSTAT (2017). Valor US$ 20.523.347.290 SÃO PAULO MATO GROSSO PARANA RIO GRANDE DO S... MINAS GERAIS Outros 30,49% 20,42% 15,86% 9,12% 9,46% 14,67% Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio8 O Ministério da Agricultura apresentou também as projeções para os maiores exportadores mundiais em 2021/2022. Em milho, por exemplo, os Estados Unidos serão líderes, com participação de 46,9% no comércio mundial no período, seguidos pela Argentina, com 17,2%, a antiga União Soviética, com 13,3%, e o Brasil, com 10,4%. Em soja (grão), o líder será o Brasil, com representatividade de 43,1%, seguido pelos Estados Unidos (31,6%) e pela Argentina (12,3%). Tendências de comércio e mercado consumidor Com relação às tendências demográfi cas, estima-se o aumento de 28% na po- pulação mundial até 2030, passando de 6,5 bilhões para 8,3 bilhões de pessoas, sendo que a Ásia passará de 3,9 para 5 bilhões. No Brasil, o aumento estimado é de 27%, passando de 185 milhões para 235 milhões. Também ocorrerá aumento na urbanização, de 50% para 60% em nível mundial, e de 84% para 91% no Brasil. Haverá progressivo envelhecimento da população mundial, de 9% para 14% acima de 60 anos e de 38% para 31% abaixo de 20 anos. As tendências ambientais mostram o aumento da conscientização ambiental e a escassez de recursos (principalmente de água potável). Estima-se a evolução das práticas de sustentabilidade (conservação da água, do ar, das florestas e da fertilidade natural das terras, além da adoção de princípios social e eco- nomicamente corretos), a adoção de mecanismos de desenvolvimento limpo, o combate ao aquecimento global (embora a teoria atual sobre as causas seja controvertida) e o aumento do conflito entre a disponibilidade de água e a segurança alimentar. As principais tendências tecnológicas indicam a evolução irreversível da biotecnologia e das tecnologias sustentáveis; o principal desafio é a incorporação delas no agronegócio, garantindo aumento da competitividade. As tendências do agronegócio apontam as seguintes mudanças: aumento do consumo de proteínas de origem animal, de frutas e verdu- ras, de grãos para consumo animal e humano e de alimentos funcionais e com maior valor agregado; aumento de área nos países em desenvolvimento; aumento da produtividade; reconhecimento da água como limitador da produção; aumento da mecanização e a concomitante redução da mão de obra empregada; 9Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio desenvolvimento de sistemas produtivos e de tecnologias sustentáveis, da biotecnologia e da agricultura de precisão; zoneamento da produção; aumento da produção de orgânicos; uso pelos produtores da propriedade intelectual, da rastreabilidade e da certificação de conformidade; aumento dos riscos e exigências sanitárias e da inocuidade, segurança e qualidade dos alimentos; especialização da produção para nichos de mercado; maior organização das cadeias produtivas; profissionalização da gestão e dos produtos; uso do marketing influenciando a produção e o consumo; crescimento do associativismo; maior participação do Brasil nas exportações mundiais do agronegócio. Segundo dados da ONU, FAO, OCDE, USDA, Fapri e UE, as tendências sobre a produção e exportação mundial de carnes, considerando os anos de 2007 a 2016, apontam os seguintes desempenhos, em milhões de toneladas: Produção: ■ Bovina: 67 para 76,4, com aumento de 14,6%. ■ Suína: 111 para 129, com aumento de 16,7%. ■ Frango: 83 para 99, com aumento de 18,3%. Exportação: ■ Bovina: 5,9 para 7,1, e o Brasil respondendo por 40%. ■ Suína: 4,1 para 4,6, e o Brasil sendo responsável por 23%. ■ Frango: 5,5 para 6,7, e o Brasil exportando 44% desse total. Como vimos, o consumidor é o foco mais importante do agronegócio. Assim, torna-se fundamental quantificar e qualificar o consumo de produtos agropecuários e analisar as perspectivas de futuro em relação aos produtos ofertados. Nesse sentido, as organizações rurais devem sempre estar atentas às tendências de mercado, e os produtores rurais devem investir cada vez mais na sustentabilidade da produção e na confiança do consumidor, tendo em mente que esses aspectos são determinantes para o posicionamento estratégico da organização frente à concorrência. Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio10 AAKER, D. Administração estratégica de mercado. Porto Alegre: Bookman, 2012. BARROS, G. Mercado interno é um caminho para agregação de valor. Folha de São Paulo: Mercados. São Paulo, 24 mar. 2012. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Projeções do agronegócio Brasil 2011-2012 a 2021-2021: síntese.pdf. 2012. Disponível em: <http://www.agricultura. gov.br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes- -do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-brasil-2011-2012-a-2021-2022.pdf/view>. Acesso em: 27 set. 2018. CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA (CEPEA). PIB-AGRO/CEPEA: PIB- -volume do agronegócio cresce 7,6% em 2017, eleva BIP nacional e ajuda no controle da inflação. 2018. Disponível em: <https://www.cepea.esalq.usp.br/br/releases/pib- -agro-cepea-pib-volume-do-agronegocio-cresce-7-6-em-2017-eleva-pib-nacional- -e-ajuda-no-controle-da-inflacao.aspx>. Acesso em: 27 set. 2018. GLOBO RURAL. Agronegócio brasileiro exportou US$ 8,73 bilhões em março. 2017. Dispo- nível em: <https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Economia/noticia/2017/04/ agronegocio-brasileiro-exportou-us-873-bilhoes-em-marco.html>. Acesso em: 27 set. 2018. HFBrasil. Quanto custa produzir hortaliças no Brasil? 2017. Disponível em: <https:// www.hfbrasil.org.br/br/revista/acessar/completo/quanto-custa-produzir-hortalicas- -no-brasil.aspx>. Acesso em: 27 set. 2018. LUÍS, V. R. O comércio internacional do agronegócio. International trade in agribusiness. Tekhne e Logos, Botucatu, SP, ed. esp., v.8, n.3, p. 143–156, out. 2017. Leitura recomendada LEKASHMAN, R.; SOLLE, J. F. The real cost approach to distribution. In: BRITT, S. H.; BOYD Jr., H. W. Marketing management e administrative action. New York: McGraw – Hill, 1968, p. 537–554. 11Comércio e mercado consumidor de produtos do agronegócio Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O complexo do agronegócio brasileiro tem grande influência na economia nacional, integrando diversas esferas do comércio brasileiro que estão diretamente ligadas aos produtos e subprodutos advindos da atividade agrícola ou pecuária. Na Dica do Professor, você verá dados importantes sobre esse contexto e conhecerá as macrotendências para os próximos anos em todo o mundo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O comércio de produtos do agronegócio abrange atividades relacionadas tanto ao consumo interno quanto àquele além das fronteiras do país. A troca voluntária de produtos entre dois parceiros é referendada como: A) mercado liberal. B) mercado multilateral. C) comércio bilateral. D) comércio local. E) mercado solidário. 2) Qual opção pode ser citada como uma das estratégias básicas relevantes para formação, ampliação e manutenção dos mercados do agronegócio? A) Garantia de que as organizações evoluam e retenham as habilidades necessárias. B) Implementação de estratégias baseadas em fracasso. C) Homogeneizaçãode mercado. D) Garantia de um monopólio bilateral. E) Estruturação de uma gestão estratégica de mercado. 3) Considerando as quatro dimensões que definem uma estratégia para organização rural, qual opção refere-se a onde competir? A) Posição de valor ao cliente. B) Produto-mercado. C) Ativos e competências. D) Estratégias. E) Programas funcionais. 4) A análise funcional refere-se aos desdobramentos dos processos de comercialização de produtos agropecuários que compreendem adicional utilidade ou funcionalidade por meio de qual elemento? A) Físico. B) Forma. C) Troca. D) Risco. E) Padronização. 5) O tempo nos processos intrínsecos à comercialização tem relação com qual desdobramento? A) Manuseio e movimentação de bens. B) Transferência de posse das mercadorias. C) Armazenamento, transporte e processamento de produtos. D) Compra, manuseio e transferência de mercadorias. E) Movimentação de bens. NA PRÁTICA Ao se realizar uma análise estratégica de mercado, considerando a forma como os produtos são diferenciados, percebe-se que uma das possibilidades é a mercadoria em estado bruto ou com um grau pequeno de industrialização e baixo grau de diferenciação. Em geral, nesse modelo, pode-se enquadrar a maioria dos produtos agropecuários, como grãos, frutas, legumes e verduras, animais para abate, leite e ovos. Esse contexto apresenta as principais características das commodities, que são os produtos padronizáveis, estocáveis e transacionados internacionalmente. Os produtos podem receber um maior grau de processamento e diferenciação antes de serem comercializados pelos agricultores, o que lhes confere predicados qualitativos não obtidos quando estão em estado bruto. Veja como isso funciona Na Prática. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Conheça os cinco principais desafios do agronegócio no Brasil hoje Leia o artigo que reúne uma avaliação dos principais desafios que a área enfrenta atualmente no país. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Desafios do agronegócio na era digital: novo consumidor e novos mercados Leia o artigo do gerente de relacionamento da Engineering do Brasil, James Cisnandes, que trata da relação entre o agronegócio e as transformações digitais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Agronegócios: tendências do segmento Leia o artigo que traz uma série de dicas de sucesso para agronegócios apresentadas pelo Sebrae. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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