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2 - Meio ambiente e Desenvolvimento Sustentável

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Meio ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável
APRESENTAÇÃO
O desenvolvimento sustentável busca a eficiência econômica, mas, ao mesmo tempo, a 
eficiência social e ecológica — um tripé de coisas que devem caminhar juntas. O 
desenvolvimento sustentável pode ser atingido com um conjunto de políticas capazes de, 
simultaneamente, garantir o aumento da renda nacional, o acesso a direitos sociais básicos 
(segurança econômica, saúde e educação) e também a redução do impacto do aumento da 
industrialização e do consumo sobre o meio ambiente.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre o conceito de sustentabilidade, que é 
baseado no conceito de preservação do meio ambiente para as gerações futuras, considerando 
também o aspecto social e econômico do local em que vivem. Após essa contextualização, será 
abordado o tema da agricultura sustentável, trazendo a discussão para o sistema de integração 
lavoura Pecuária Floresta e Plantio Direto. Você também aprenderá o conceito de orgânicos, 
comércio justo e o comportamento dos consumidores de produtos saudáveis, ou seja, aspectos 
ligados ao mercado, ao que acontece depois que o produto sai da propriedade rural.
Bons estudos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar o conceito de desenvolvimento sustentável.•
Discutir a agricultura sustentável.•
Analisar o mercado de produtos éticos, como orgânicos e comércio justo.•
DESAFIO
A Ecocitrus, Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí, de Montenegro, 
localizada na região metropolitana de Porto Alegre (RS), foi formada em 1994, reúne 
atualmente 110 associados que plantam em torno de 500 hectares de pomares. O seu 
faturamento provém da venda de suco de frutas, de óleos essenciais e de composto para 
adubação, todos orgânicos. Além disso, a prestação de serviços na extração de óleos essenciais 
para outros produtores e o recolhimento de resíduos de empresas da região são outras formas de 
rentabilizar a produção dos associados. A cooperativa investiu para chegar ao ponto em que 
está, na industrialização e na agregação de valor para incrementar a rentabilidade dos 
associados, e possui planos de crescimento.
Imagine um cenário em que alguns empresários europeus querem exclusividade no 
fornecimento do suco orgânico, mas a cooperativa precisa de garantias sobre o pagamento. Se 
você fosse um cooperado e precisasse tomar uma decisão com os outros dirigentes da 
cooperativa, você daria a exclusividade a um único comprador e garantiria a comercialização de 
toda a safra? Ou você buscaria vender para outros compradores, comercializando a safra em 
partes?
INFOGRÁFICO
No dia 30 de março de 2014, cientistas e autoridades do mundo inteiro reuniram-se no Japão, 
para debater sobre as grandes mudanças que estão ocorrendo no clima no mundo inteiro. Como 
resultado dessa reunião, foi divulgado o Relatório do Painel Intergovernamental sobre 
Mudanças Climáticas da ONU, que relata que, até agora, os efeitos do aquecimento são sentidos 
de forma mais acentuada pela natureza, mas que haverá um impacto cada vez maior sobre a 
humanidade (IPCC,2014).
De acordo com o relatório divulgado no Japão, as mudanças climáticas afetarão a saúde, a 
habitação, a alimentação e a segurança da população no planeta, e que praticamente dobrou a 
quantidade de provas científicas do impacto do aquecimento global, desde o último relatório que 
foi divulgado em 2007.
Veja o infográfico a seguir e entenda um pouco mais sobre essas mudanças e seus impactos:
CONTEÚDO DO LIVRO
Estamos vivendo em uma época onde os recursos naturais estão cada vez mais escassos, e esses 
recursos não renováveis (como água e solo) são cada vez mais demandados, mas não podem ser 
repostos. Você aprenderá sobre a importância da agricultura sustentável, que vem sendo adotada 
com muito sucesso em vários lugares do Brasil, e uma das soluções encontradas foi o uso do 
Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O ILPF é uma maneira de unir a 
ecoeficiência e o desenvolvimento econômico, levando a um aumento da produtividade 
agropecuária, sem esquecer da preservação dos recursos naturais (Embrapa, 2015).
Mas, quando se fala de produção, também não podemos esquecer-nos do mercado consumidor, 
e que atualmente está ocorrendo um aumento do consumo saudável, onde o consumidor 
preocupa-se com a origem e a qualidade dos alimentos e dos produtos, além de conhecer a 
postura das empresas em relação à responsabilidade social e ambiental.
Para saber mais sobre esses sistemas de produção, leia o capítulo Meio ambiente e 
desenvolvimento sustentável, do livro Introdução à gestão do agronegócio.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
A GESTÃO DO 
AGRONEGÓCIO 
Maria Flavia Tavares
Meio ambiente e 
desenvolvimento 
sustentável
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Explicar o conceito de desenvolvimento sustentável.
 � Discutir sobre a agricultura sustentável. 
 � Analisar o mercado de produtos éticos como orgânicos e comércio 
justo.
Introdução
O desenvolvimento sustentável busca a eficiência econômica, mas, ao 
mesmo tempo, a eficiência social e a ecológica – elementos que devem 
caminhar juntos. O desenvolvimento sustentável pode ser atingido com 
um conjunto de políticas capazes de, simultaneamente, garantir o au-
mento da renda nacional, o acesso a direitos sociais básicos (segurança 
econômica, acesso à saúde e educação) e a redução do impacto do 
aumento da industrialização e do consumo sobre o meio ambiente.
Neste texto, você vai aprender sobre o conceito de sustentabilidade, 
que é baseado no conceito de preservação do meio ambiente para as 
gerações futuras, considerando também o aspecto social e econômico 
do local em que vivem. Após essa contextualização, você vai ler sobre o 
tema da agricultura sustentável, trazendo a discussão para o Sistema de 
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta-Plantio Direto.
Você também aprenderá o conceito de orgânicos, comércio justo e 
o comportamento dos consumidores de produtos saudáveis, ou seja, 
aspectos ligados ao mercado, ao que acontece depois que o produto 
sai da propriedade rural.
O que é desenvolvimento sustentável?
Definições de desenvolvimento sustentável
O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu com o nome de ecodesen-
volvimento nos anos 1970 e foi resultado de um estudo para encontrar um 
caminho diferente, um conceito diferente dos desenvolvimentistas e dos que 
defendiam o crescimento zero (ROMEIRO, 2012).
Para os teóricos que defendiam o crescimento zero, os limites ambientais 
levariam a catástrofes se o crescimento econômico não cessasse. Outra visão 
passou a ser divulgada com a publicação do Relatório de Meadows, preparado 
em 1972 por Dennis e Donella Meadows, com o apoio do Clube de Roma, sobre 
os limites ambientais ao crescimento econômico (MEADOWS et al., 1972).
Segundo o Relatório de Meadows et al. (1972), o crescimento econômico 
precisava diminuir ou parar, pois, se continuasse no mesmo ritmo, causaria 
um esgotamento dos recursos naturais e aumentaria a poluição, ocasionando 
uma deterioração do nível de vida. Na primeira Conferência das Nações 
Unidas sobre meio ambiente, realizada em Estocolmo em 1972, foram reali-
zadas grandes discussões sobre as maneiras de pensar o meio ambiente e o 
crescimento econômico.
No período da publicação do Relatório de Meadows et al. (1972), alguns 
países, como os Estados Unidos, passavam por um grande crescimento eco-
nômico, pois outros estavam se recuperando da Segunda Guerra Mundial. O 
Brasil também passava por um período de prosperidade devido ao Milagre 
Econômico. Nesse período, o mundo assistia à ascensão dos países emergentes, 
como os “Tigres Asiáticos”. No entanto, a maioria dos países permanecia com 
um alto nível de pobreza e não conseguia iniciar um processo de crescimento 
econômico sustentado. Havia muita desigualdade entreos eles – o que é 
possível notar até hoje.
As primeiras reações da Organização das Nações Unidas (ONU) após a 
Conferência de Estocolmo, com o apoio dos ecodesenvolvimentistas, foram 
direcionadas para a defesa da necessidade do crescimento econômico para 
os países pobres. Para a ONU, a pobreza seria uma das causas fundamentais 
dos problemas ambientais desses países (ROMEIRO, 2012).
Na Declaração de Cocoyok, em 1974, evidenciou-se que o alto cresci-
mento da população era resultado de causas sociais, políticas e econômicas, 
e não havia um planejamento do governo acerca do controle da natalidade. 
A consequência dessa explosão demográfica seria a utilização dos recursos 
naturais acima da sua capacidade. De acordo com a declaração, os países ricos 
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável2
e altamente industrializados, ao consumirem de maneira exagerada, seriam 
os responsáveis pelos problemas do meio ambiente, e, portanto, deveriam 
diminuir seu consumo e sua participação desproporcional na poluição do 
meio ambiente. No documento também constava que seria possível manter o 
crescimento econômico eficiente (sustentado) no longo prazo, o que poderia 
ocorrer junto com a melhoria das condições sociais (melhor distribuição da 
renda), respeitando-se o meio ambiente (ROMEIRO, 2012).
O crescimento econômico eficiente é considerado uma condição necessá-
ria, mas isso não basta para a melhoria do bem-estar da população, é preciso 
propor políticas públicas específicas, direcionadas a quem realmente precise. 
Além de melhores condições sociais e um crescimento econômico eficiente, é 
necessário um equilíbrio ecológico, pois as gerações futuras precisam viver 
em um mundo melhor (ROMEIRO, 2012).
Em 1982, ocorreu a Conferência de Nairobi, promovida pelo Programa 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep). No encontro, foi criada a 
Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, cuja chefia 
foi exercida pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland 
(ROMEIRO, 2012). Em 1987, os resultados do trabalho foram divulgados 
publicamente, em um documento chamado Nosso Futuro Comum, também 
conhecido como Relatório Brundtland, de 1991. Os autores do relatório conside-
raram que o risco ambiental do crescimento econômico deve ser considerado e 
discutido intensamente (ROMEIRO, 2012). Nesse relatório, o desenvolvimento 
sustentável foi definido como “aquele que atende às necessidades do presente 
sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas 
necessidades”. 
Em 1992, ocorreu no Rio de Janeiro a II Conferência da ONU sobre meio 
ambiente, momento em que foi discutida intensamente a questão do aqueci-
mento global nos anos 1990 (BRUNDTLAND, 1991).
Algumas definições de sustentabilidade:
 � Desenvolvimento sustentável significa melhorar a qualidade de vida 
humana limitando-se à capacidade de suporte dos ecossistemas.
 � A sustentabilidade requer um estoque constante de capital natural 
(PEARCE; TURNER, 1990).
 � A sustentabilidade exige que o nível total da diversidade e da produtivi-
dade dos componentes dos sistemas e de suas relações sejam mantidas 
e aprimoradas.
 � O desenvolvimento sustentável busca a eficiência econômica e, também, 
a eficiência social e ecológica – elementos que devem caminhar juntos. 
3Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Para que ocorra o desenvolvimento sustentável, é preciso atender aos 
seguintes requisitos:
 ■ integrar conservação e desenvolvimento;
 ■ satisfazer as necessidades básicas dos seres humanos;
 ■ alcançar a equidade e a justiça social;
 ■ promover a diversidade social e cultural;
 ■ manter a integridade ecológica.
O desenvolvimento sustentável pode ser atingido com um conjunto de políticas 
capazes de garantir, simultaneamente, o aumento da renda nacional, o acesso a direitos 
sociais básicos (segurança econômica e acesso à saúde e educação) e a redução do 
impacto do aumento da industrialização e do consumo sobre o meio ambiente. A 
partir de 1987, a expressão “desenvolvimento sustentável” substituiu a expressão 
“ecodesenvolvimento”, embora tenha o mesmo conceito normativo (ROMEIRO, 2012).
Agricultura sustentável
Vivemos uma época em que os recursos naturais estão escassos. A isso, 
acrescenta-se o fato de que os recursos não renováveis (p. ex., água e solo) 
são cada vez mais demandados e não podem ser repostos. A água potável se 
tornará um item raro por conta, dentre outros motivos, do desmatamento e 
do assoreamento dos rios.
Como faremos para viver e produzir alimentos e energia se não tivermos 
mais água e solo fértil?
É preciso repensar o modelo que vem sendo utilizado na agricultura atual, 
que se caracteriza principalmente por utilizar grandes extensões de área, com 
poucas culturas cultivadas. O modelo de monocultura e economia de escala 
– utilizado principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil – está 
sendo substituído pela agricultura sustentável, que já está sendo adotada com 
muito sucesso em vários lugares do Brasil. Uma das soluções encontradas foi 
o uso do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O ILPF é 
uma maneira de unir a ecoeficiência e o desenvolvimento econômico, promo-
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável4
vendo o aumento da produtividade agropecuária, mas sem deixar de lado a 
preservação dos recursos naturais (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA 
AGROPECUÁRIA, 1992).
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (1992), as 
mudanças climáticas e a emissão de gases de efeito estufa são duas grandes 
preocupações da humanidade no quesito meio ambiente. O ILPF pode ajudar 
a reduzir de maneira significativa a emissão dos gases de efeito estufa, além 
de promover o aumento do sequestro de carbono, que contribuiria para reduzir 
o problema ambiental.
Sistema de Plantio Direto
O Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma técnica conservacionista, que come-
çou a ser implantada no Brasil na década de 1990. Pode ser considerado uma 
das maiores revoluções da agricultura brasileira, pois trouxe grandes benefícios 
econômicos, agronômicos e ambientais, proporcionando grande diminuição 
da erosão do solo e contribuindo para reduzir o potencial de contaminação 
do meio ambiente (SALTON; HERNANI; FONTES, 1998).
Definição do Sistema de Plantio Direto
De acordo com a Embrapa, o plantio no SPD é realizado sem que ocorram 
as etapas de preparação do solo, como a aragem e a gradação do solo – este 
é coberto por plantas em desenvolvimento e restos vegetais, com o objetivo 
de protegê-lo do impacto direto da água da chuva, evitando o escorrimento 
superficial da água e a erosão (SALTON; HERNANI; FONTES, 1998).
No SPD, a semente é colocada em sulcos ou covas com largura e profun-
didade suficientes para a cobertura e o contato das sementes no solo. Para 
que o SPD tenha sucesso, a Embrapa faz algumas recomendações (SALTON; 
HERNANI; FONTES, 1998): 
 � o agricultor precisa ter qualificação técnica;
 � a mão de obra que irá trabalhar diretamente com o SPD precisa receber 
treinamento técnico e ter acompanhamento diário;
 � o solo precisa ter boa drenagem e lençol freático elevado;
5Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
 � antes da implantação do sistema, é preciso eliminar a compactação 
do solo;
 � o solo deve receber nivelamento e correção;
 � o solo deve ser coberto por restos vegetais em cerca de 80% da superfície;
 � os restos vegetais não podem ser queimados;
 � as plantas daninhas mais resistentes devem ser controladas ou 
erradicadas.
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção 
sustentável que integra, na mesma área, atividades agrícolas, pecuárias e 
florestais, em que podem ser utilizados diversos sistemas de integração (EM-
PRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 1992). Por meio 
desses sistemas, é possível fazer a rotação das culturas e o consórcio entre 
culturas forrageiras, de grãos e árvores, com o objetivo de produzir ao longodo ano e na mesma área diversos produtos, como grãos, carne, leite e madeiras 
(EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 1992).
A adoção do sistema ILPF permite intensificar o uso da terra e integrar no mesmo local 
e ao mesmo tempo diversos tipos de culturas. Desse modo, é possível alcançar índices 
elevados de qualidade ambiental, produtividade e competitividade. 
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (1992), o 
sistema ILPF traz benefícios ao meio ambiente e ao agricultor, pois melhora 
as condições de solo e os nutrientes são usados de maneira mais eficiente, 
promovendo a redução dos custos de produção das atividades agrícolas, flo-
restal e pecuária. Além disso, há a diminuição da ociosidade do uso das áreas 
agrícolas, contribuindo para diversificar a produção rural e trazendo renda 
para o agricultor. O sistema ILPF também reduz as emissões de gases de 
efeito estufa, como já citado.
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável6
Qual seria o melhor sistema ILPF?
O melhor sistema é aquele que mais se adaptar à realidade da propriedade rural e 
que trouxer mais sustentabilidade e viabilidade econômica.
No Brasil, o sistema mais adotado é o Integração-Lavoura-Pecuária, ou sistema 
agropastoril (sem componentes florestais), mas os outros sistemas de integração com 
componente florestal – IPF, ILF e ILPF – tendem a ser mais utilizados no futuro. Esses 
sistemas de integração são complexos e exigem capacitação técnica do agricultor e 
do agrônomo responsável pela propriedade rural.
Degradação do meio ambiente
A degradação do meio ambiente ocorre no mundo inteiro e causa grande 
impacto no solo, pois reduz ou elimina o teor de matéria orgânica e acaba 
expondo o subsolo. Desde 1980, a Embrapa Agrobiologia desenvolve uma 
metodologia destinada a recuperar a funcionalidade ambiental de áreas sob 
graus diversos de degradação, seja devido ao mau uso de terras agrícolas, à 
expansão urbana desordenada ou a ações de exploração dos recursos naturais. 
A metodologia para recuperação dessas áreas é baseada na seleção e introdu-
ção de leguminosas arbóreas e arbustivas capazes de crescer sob condições 
adversas (SALTON; HERNANI; FONTES, 1998).
7Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Os gases de efeito estufa são os gases que ficam acumulados na atmosfera e impedem 
a saída do excesso de calor produzido na Terra.
O que é o sequestro de carbono?
Quando conservamos as florestas, o elemento carbono (C) termina o seu ciclo 
de vida na natureza, pois é aproveitado na composição das folhas e frutas caídas. A 
captação do gás carbônico pelas árvores é conhecido como sequestro de carbono, que 
contribui para amenizar os efeitos dos gases de efeito estufa (OLIVEIRA JÚNIOR, 2004).
De acordo com Oliveira Júnior (2004), o aumento das emissões de dióxido de carbono 
e outros gases, como o metano e o óxido nitroso na atmosfera, tem gerado graves 
problemas, sendo um deles o efeito estufa (Figura 1).
O dióxido de carbono é o gás que mais contribui para o aquecimento global, sendo 
que suas emissões são responsáveis por cerca de 55% do total das emissões mundiais. 
Estima-se que o gás permanece na atmosfera por um período longo, de 50 a 200 anos.
Figura 1. Sequestro de carbono.
Fonte: vladwel/Shutterstock.com.
Mercado de produtos éticos como orgânicos e 
comércio justo – Como é o comportamento dos 
consumidores de produtos saudáveis?
Uma das grandes questões do agronegócio brasileiro é se devemos produzir 
commodities ou se produziremos produtos com valor agregado, buscando 
nichos de mercado, como os orgânicos. Esta seção discutirá a questão do 
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável8
agronegócio sustentável e da agricultura familiar, que busca uma produção 
em menor escala, agregando valor à sua produção. Mas, quando se fala de 
produção, não podemos nos esquecer do mercado consumidor. Atualmente, 
está ocorrendo um aumento do consumo saudável, isto é, o consumidor está 
se preocupando mais com a origem e a qualidade dos alimentos e dos produ-
tos, além de se preocupar em conhecer a postura das empresas em relação à 
responsabilidade social e ambiental.
Esse aumento na demanda por produtos saudáveis faz parte de uma das 
tendências mundiais na alimentação, sendo que também tem destaque o con-
sumo de alimentos éticos, a praticidade e a busca por produtos gourmet. O 
consumo de produtos verdes não é apenas uma “onda” passageira, visto que 
representa um misto entre orientação de compra e valores sociais.
Com um aumento da presença em supermercados e uma extensa base de 
consumidores de orgânicos e compradores regulares, o mercado de alimentos 
orgânicos está crescendo no mundo inteiro. Sabor, frescor, qualidade e segu-
rança alimentar são os principais atrativos desses produtos.
O mercado de orgânicos
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Ali-
mentação (FAO), “[...] a agricultura orgânica não é mais um fenômeno apenas 
de países desenvolvidos, pois já é praticado comercialmente em 120 países, 
representando 31 milhões de hectares e um mercado de US$ 40 bilhões em 2007 
[...]” (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED 
NATIONS, c2017). Nos Estados Unidos, o mercado em 2007 representou 
cerca de US$ 20 bilhões; o mercado europeu é estimado em US$ 15 bilhões, 
e a Alemanha é o principal país consumidor (FOOD AND AGRICULTURE 
ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, c2017).
De acordo com a Federação Internacional dos Movimentos da Agricultura 
Orgânica (IFOAM), em 2016, o maior mercado consumidor continuava sendo 
os Estados Unidos, país que movimenta anualmente cerca de US$ 35 bilhões – 
US$ 7 bilhões são movimentados na Alemanha, e US$ 4,4 bilhões no Canadá. 
Nos Estados Unidos, cerca de 78% das famílias consomem pelo menos um 
item orgânico, e a preferência é por alimentos direcionados a crianças (IFOAM 
ORGANIC INTERNATIONAL, 2016).
De acordo com a IFOAM, entre os anos de 1999 e 2012, a área destinada 
ao cultivo de alimentos orgânicos cresceu 300%, totalizando 3,7 milhões de 
hectares. Ainda de acordo com a IFOAM, apesar da desaceleração da econo-
9Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
mia europeia – que é a maior consumidora do setor –, entre os anos de 2011 
e 2012, o mercado mundial de agricultura orgânica registrou crescimento de 
aproximadamente 6,36% (IFOAM ORGANIC INTERNATIONAL, 2016).
Em 2013, o faturamento foi de US$ 64 milhões, com um crescimento de 
8% no mundo, e cerca de 69 milhões de hectares de terras foram ocupados 
com agricultura orgânica certificada. De acordo com a IFOAM, a demanda 
mundial por produtos orgânicos pode aumentar essa área, mas o maior desafio 
é ter eficiência com o consumo de água (IFOAM ORGANIC INTERNATIO-
NAL, 2016).
O mercado brasileiro de alimentos orgânicos está crescendo e apresentando 
taxas invejáveis, que passam de 20% ao ano, sendo que as taxas de crescimento 
registradas no mundo nos últimos anos são bem menores (5 e 11%). Ou seja, 
o mercado está crescendo no Brasil, embora o País ainda represente menos 
de 1% da produção e do consumo. Entre os alimentos que ampliaram o fatu-
ramento dos orgânicos em 2016 estão produtos lácteos e de origem animal, 
com maior valor agregado.
Em Nova York, o governo detectou uma forte ligação entre obesidade e 
pobreza, pois alimentos saudáveis são mais caros que fast foods. O governo 
americano vem tomando medidas para combater tais índices, que se tornaram 
uma grande preocupação social. Para que haja maior crescimento do setor 
de orgânicos no Brasil, “os governos precisam investir em recursos e em 
tecnologia, a fim de que a agricultura orgânica deixe de ser uma resposta ao 
mercado e se torne importante alternativa para os desafios mundiais” (IFOAM 
ORGANIC INTERNATIONAL, 2016).
Os produtos orgânicos são produtos diferenciados, e a base da diferenciação 
está relacionada ao modo de produção. Eles são os resultados de uma forma 
de produção agrícola, pecuária e avícola, que adota o sistema de produção 
que exclui ou evita o usode fertilizantes solúveis e pesticidas químicos nas 
operações de cultivo (OELHAF, 1978 apud SOUZA, 2000).
De acordo com Souza (2000), os movimentos da agricultura alternativa 
valorizam a utilização de matéria orgânica e de outras práticas culturais que 
favorecem os processos biológicos. Conforme a autora, tais movimentos 
tiveram início na década de 1920 e apresentaram quatro vertentes:
 � agricultura biodinâmica, que surgiu em 1924;
 � agricultura orgânica, cujo conceito teve início em 1925 na Inglaterra 
e espalhou-se pelos Estados Unidos na década de 1940;
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável10
 � agricultura biológica, que teve início na década de 1930 na Suíça e, 
anos mais tarde, foi difundida pela França;
 � agricultura natural, que começou no Japão na década de 1930.
Todas essas vertentes têm um objetivo em comum: desenvolver uma agri-
cultura ecologicamente equilibrada e socialmente justa, mas que também 
precisa ser economicamente viável.
De acordo com Elhers (1996 apud SOUZA, 2000), os principais princípios 
são a diminuição do uso de produtos químicos e a valorização de processos 
biológicos e vegetativos no sistema de produção. Tais princípios estão rela-
cionados com a utilização de práticas agrícolas – como a adubação orgânica 
de origem animal ou vegetal –, a rotação de culturas e o controle biológico 
de pragas.
Segundo Souza (2000), o termo “orgânico” deve ser utilizado quando é 
possível visualizar “[...] o conceito da unidade produtiva como um organismo, 
onde todas as partes componentes – solo, minerais, microorganismo, matéria 
orgânica, insetos, plantas, animais e homens – interagem para criar um todo 
coerente [...]”.
Organic 3.0
A feira Biofach, ocorrida em Nuremberg em 2014, foi o local onde houve a 
proposta de uma nova fase do setor de orgânicos – a Organic 3.0. Segundo a 
IFOAM, essa é a terceira onda do setor, concentrada e focada na indústria agrí-
cola e alimentar sustentável e saudável, representando o desafio de “[...] focar 
as atenções na agricultura ecológica, prover o desenvolvimento da agricultura 
familiar, cuidar dos recursos naturais e estabelecer padrões alimentares para 
uma agricultura sustentável [...]” (IFOAM ORGANIC INTERNATIONAL, 
2016).
De acordo com a IFOAM, “[...] a partir das ideias dos pioneiros (Organic 
1.0) e as conquistas coletivas do setor (Organic 2.0), agora precisamos de 
alianças para avançar para o nosso sonho de uma agricultura sustentável [...]” 
(IFOAM ORGANIC INTERNATIONAL, 2016).
Os conceitos do Organic 3.0 são, resumidamente, os seguintes:
 � quanto mais claro o perfil de qualidade de produtos orgânicos, maior 
será o impacto simbólico;
11Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
 � o produto orgânico deve se concentrar mais na orientação para as ne-
cessidades dos clientes;
 � é preciso apresentar um design adequado do produto e simplificar os 
suportes técnicos por meio de informações de modo de preparo no rótulo;
 � a filosofia holística da agricultura orgânica deve continuar por todo o 
ciclo do produto no futuro;
 � o conceito de partilha traz dinâmica para as cooperações regionais;
 � o desenvolvimento promove o uso de sinergias entre os espaços rurais 
e urbanos;
 � os consumidores estão mais estreitamente ligados à produção, e é pre-
ciso incentivá-los a ser “prosumers” (consumidores que se tornam 
produtores, ao mesmo tempo);
 � “o produto orgânico deve contar com uma estratégia de saúde, em vez 
de usar a absurda competição da ‘alimentação saudável’ com o ‘melhor 
valor nutricional’ contra os produtos convencionais ou mesmo adaptados 
(alimentos funcionais)”;
 � é preciso se afastar das promessas de saúde monocausais e caminhar em 
direção a contextos sistêmicos de estilo de vida, alimentação e saúde;
 � um retorno às variedades antigas e seu cultivo na agricultura orgânica 
deve ocorrer de mãos dadas com uma intensa pesquisa, a fim de marcar 
e provar o suposto potencial de saúde, não apenas com as alternativas 
culinárias;
 � os consumidores não veem produtos orgânicos apenas como produtos, 
por isso, devem ser geradas oportunidades e locais para percebê-los 
de uma forma abrangente, cognitiva e multissensorial e em troca co-
municativa com os outros.
O consumidor de produtos saudáveis
De acordo com o professor americano Michael Conroy (apud FRANÇA, 2008), 
existe uma disposição dos consumidores em pagar por novas dimensões de 
qualidade dos produtos. Conforme o autor, 80% dos consumidores da União 
Europeia estão dispostos a pagar 5% a mais pelo produto (CONROY apud 
FRANÇA, 2008). Essa disposição dos consumidores está promovendo mu-
danças no comportamento das redes de varejo de alimentos, que passaram a 
aumentar o volume de compra desses produtos.
As motivações para o consumo variam em função do país, da cultura e 
dos produtos analisados, mas observando países como Alemanha, Inglaterra, 
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável12
Austrália, Estados Unidos, França e Dinamarca, identifica-se a tendência de 
o consumidor orgânico privilegiar, em primeiro lugar, aspectos relacionados 
à saudabilidade; em segundo lugar, aspectos relacionados ao meio ambiente 
e, depois, a questão do sabor dos alimentos orgânicos (DAROLT, 2001).
O mesmo autor aponta que, no Brasil, parece existir uma tendência seme-
lhante – segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião 
Pública e Estatística (IBOPE) e que analisou de maneira geral a questão 
ambiental. O estudo mostrou que o consumidor brasileiro está disposto a 
pagar mais caro por um produto que não causa danos ambientais, e que uma 
faixa de 68% do público pesquisado fez essa afirmativa, enquanto outra de 
24% se mostrou contrária à ideia. Essa tendência pode ser verificada mesmo 
na população com baixa renda familiar (DARLOT, 2001).
O Conselho Brasileiro de Produção Orgânica e Sustentável (Organis) 
realizou em 2017 uma pesquisa que entrevistou 905 pessoas, em nove capitais 
de quatro regiões brasileiras (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste). Os 
entrevistados tinham idade de 18 a 69 anos, sendo 46% do sexo masculino e 
54% do sexo feminino. O resultado foi: classe A, 5%; classe B, 27%; classe 
C, 18%; classe D-E, 50%. De acordo com a pesquisa, 15% da população 
urbana brasileira consumiu algum tipo de alimento ou bebida orgânica no 
último mês, sendo que os principais produtos em cada região foram os le-
gumes (região Sul), as frutas (região Nordeste) e os cereais (região Sudeste) 
(ORGANICSNET, 2017).
Segundo Giordano (2000), o consumo de produtos verdes não é “moda”, 
pois representa a orientação de compra dos indivíduos, seus valores sociais e 
outras características, como a busca pela qualidade e por produtos com baixo 
impacto ambiental, a preferência por produtos com denominação de origem 
e selos verdes e a aceitação em pagar mais por um produto ambientalmente 
mais seguro.
Assimetria de informações
Uma das questões relacionadas ao consumo de alimentos orgânicos refere-
-se à assimetria de informações nesse mercado, pois os produtos apresentam 
atributos que não são facilmente observáveis no momento da compra, como 
a maneira como foram produzidos (SOUZA, 2000).
Você pode estar se perguntando: como os consumidores percebem as 
externalidades positivas ao meio ambiente presente no produto? Por que o 
consumidor pagaria mais pelo produto orgânico? Segundo Souza (2000), a 
13Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
disposição do consumidor em pagar mais por produtos orgânicos – que trazem 
associados atributos sociais, ambientais e de saúde – depende bastante da 
sua condição econômica, pois os produtos geralmente são mais caros do que 
os produzidos pelo método convencional. De acordo com a United Nations 
Conference on Trade and Development (UNCTAD, 2009?), quando a renda 
aumenta, o consumo de certos produtos é influenciado por outros fatores que 
não são necessariamente os econômicos.
É possível analisar o produto orgânico como um bem de crença, isto é, bens em que 
os principaisatributos do produto não são perfeitamente avaliados pelo consumidor, 
mesmo após a compra. Na decisão de compra, considera-se a credibilidade da marca 
e do fornecedor, a imagem pública e a reputação da empresa ou da entidade certi-
ficadora. Podem ser classificados como bem de crença os produtos ou serviços com 
conteúdo religioso, como os alimentos judeus Kosher, ou os preparados com base 
nos preceitos islâmicos (Halal).
A comercialização de bens de crença deve ser feita segundo estratégias de diferencia-
ção, mas para que seja efetiva, é primordial que o produto tenha uma ótima qualidade, 
pois os consumidores precisam acreditar que existe uma diferença entre o produto 
oferecido pela empresa e os produtos de empresas concorrentes (SOUZA, 2000).
Perfil do consumidor de produtos orgânicos
Para Darolt (2001), existem basicamente duas categorias de consumidores 
orgânicos:
 � os consumidores mais antigos, que estão motivados e bem informados, 
que são exigentes em termos de qualidade biológica do produto e fre-
quentadores das feiras verdes de produtos orgânicos;
 � os consumidores das grandes redes de supermercados.
Conforme o autor, o consumidor que frequenta feiras orgânicas costuma 
ser profissional liberal, a maioria (66%) é do sexo feminino e tem idade va-
riando entre 31 e 50 anos (62% dos casos). Apresentam nível de instrução 
elevada (a maioria cursou o ensino superior), têm hábito de praticar esportes 
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável14
com frequência (54,9%) e, mesmo morando na cidade, procuram um estilo de 
vida saudável, sendo que 62,9% frequentam parques e bosques regularmente 
(Darolt, 2001).
Moreno et al. (c2016) desenvolveram uma pesquisa que analisa o con-
sumo de açúcar orgânico. Os autores concluíram que o consumidor de feiras 
orgânicas tem necessidades e comportamentos diferentes do consumidor do 
mesmo produto que realiza suas compras no supermercado. O consumidor de 
feiras orgânicas se dirige ao ponto de venda para comprar produtos orgânicos 
e também para conversar e interagir com os produtores e com outros com-
pradores. Segundo os autores, “[...] trata-se de um público fiel, tradicional e 
mais crítico com relação aos produtos que seguem o conceito orgânico, que 
expressa nos seus hábitos de alimentação uma forma de prazer e preocupação, 
principalmente com a saúde e meio ambiente. O mais interessante é que o 
preço pago por isso não é relevante para a maioria desses consumidores.” 
(MORENO et al., c2016).
Para o consumidor que compra açúcar orgânico no supermercado, o preço 
é um fator importante, pois, apesar de ele conhecer os atributos relacionados 
a esse tipo de produto, há maior preocupação relativa ao valor gasto pelo 
produto do que para o consumidor que frequenta feiras orgânicas. Os autores 
também constataram que, nos supermercados, uma parcela significativa de 
pessoas não consome açúcar orgânico por falta de informações sobre o produto 
(MORENO et al., c2016).
De acordo com as pesquisas de Lohr e Semali (2000), de maneira geral, 
os consumidores de orgânicos de diversos países apresentam características 
diferentes:
 � Estados Unidos: os consumidores (homens e mulheres) estão na faixa 
etária de 18 a 29 anos e de 40 a 49 anos.
 � Japão: o consumidor típico é mulher com idade na faixa dos 30 a 40 anos.
 � Holanda: homens e mulheres na faixa de 25 a 50 anos, que moram 
sozinhos ou com crianças.
Sistema de distribuição dos alimentos orgânicos
Nos Estados Unidos (maior consumidor de alimentos orgânicos), a maioria 
das vendas é feita em mercados menores, pois o consumidor desse tipo de 
produto prefere um alimento fresco, que seja produzido próximo à região onde 
ele mora. A preferência por produtos regionais vem aumentando também em 
15Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
países da União Europeia, pois, além do frescor no produto, as despesas com 
o transporte do produto são menores e há um estímulo da economia regional. 
A Ásia é o terceiro maior mercado do mundo, com um volume de vendas de 
cerca de US$ 3,5 bilhões.
No Brasil, cerca de 70% dos produtos são vendidos em supermercados 
que trabalham com marcas específicas para tais itens. Nas grandes redes de 
supermercados existem áreas exclusivas para produtos orgânicos. Os outros 
pontos de distribuição são lojas e restaurantes naturais, distribuidoras, hotéis, 
centrais atacadistas, feira livres e vendas em mercados menores com entrega 
em domicílio.
De acordo com a pesquisa da Organis, realizada em 2017, os produtos 
orgânicos são comprados no varejo convencional (supermercados), em feiras 
e lojas especializadas e direto com o produtor. Os principais locais de compra 
dos consumidores brasileiros são (ORGANICSNET, 2017):
 � supermercados (68%);
 � feiras (28%);
 � lojas de produtos naturais (3%);
 � grupos de compras coletivas (1%).
De acordo com Lohr e Semali (2000), o consumidor de orgânicos se pre-
ocupa bastante com a origem do produto, com o fato de a produção ocorrer 
na região e com aspectos éticos e ambientais.
Certificação Fair Trade
Um novo mercado para as pequenas empresas e para os produtores de agricul-
tura familiar está surgindo. É um mercado exigente, com demanda crescente 
e não sofre concorrência das grandes empresas do setor, as quais produzem 
um produto homogêneo e trabalham com grandes escalas de produção. As 
pequenas empresas operam em uma escala menor de produção, trabalham com 
agricultura familiar e terceirizam a sua produção (TAVARES; D’ÁVILA, 2014).
A revolução na tecnologia de transmissão de informações está tornando o 
consumidor mais consciente e exigente em relação aos produtos alimentícios; 
está fazendo também com que esse consumidor se torne um influenciador 
sobre as ações da indústria. A defesa do meio ambiente e a busca por alimentos 
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável16
saudáveis e equilibrados tem levado à criação de novos produtos embasados 
em tal conceito e feito com que alguns produtos que não seguem esse caminho 
deixem de ser consumidos. Essa mudança nos hábitos de consumo aumenta os 
cuidados que as empresas precisam ter com a qualidade dos seus produtos, pois 
só assim poderão oferecer produtos adequados aos novos nichos de consumo, 
que estão cada vez mais exigentes (FARINA; ZYLBERSZTAJN, 1991).
Você sabe o que é comércio solidário?
A proposta do comércio solidário é baseada em princípios básicos, como justiça 
social, transparência, preço justo, solidariedade, desenvolvimento sustentável, respeito 
ao meio ambiente, transferência de tecnologia e aumento da renda dos produtores. 
Nesse comércio, há uma sensibilização dos consumidores a adquirirem um produto 
que tenha compromisso com o desenvolvimento da comunidade e de grupos de 
pequenos produtores.
Geralmente, o preço determinado para o produto está acima do valor de 
mercado – o que é conhecido como “preço prêmio”. Essa diferença retorna à 
comunidade, que irá discutir a sua melhor utilização (DINIZ, 2006). Em 2001, 
na Europa, o mercado para produtos do comércio solidário movimentou US$ 
230 milhões, incluindo os produtos artesanais vendidos em lojas no mundo 
inteiro e também os produtos alimentícios vendidos com o selo “comércio 
justo”. Aproximadamente 80% desse valor (US$ 185 milhões) corresponde 
a produtos certificados pela Fairtrade Labelling Organizations (FLO). Os 
maiores compradores de produtos certificados são Alemanha, Reino Unido 
e Holanda (DINIZ, 2006). O mercado aumentou quase 10 vezes desde o ano 
2000 e superou os US$ 3 bilhões de 2007, segundo a associação sem fins 
lucrativos Fair Trade Labelling Organization International, que fixa critérios 
de comércio justo (AVRIL, 2008).
Em 2009, de acordo com o Sebrae, cerca de 1 milhão de agricultores de 50 
países receberam o benefício direto do comércio justo, sendo que as vendas 
no varejo superaram U€ 2 bilhões (R$ 4,42 bilhões). O montante foi 22% 
superior ao negociado em 2008.
17Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Perfil do consumidor do comércio justoO perfil do típico consumidor do comércio justo mudou de forma drástica e 
deixou de ser o religioso de boa vontade – característico da época em que as 
colônias europeias ficavam independentes de suas metrópoles. A compra de 
bens que garantissem um preço decente aos agricultores pobres das nações 
em desenvolvimento se tornou um ato político. Atualmente, as vendas desses 
produtos vêm crescendo, sendo que na França as vendas aumentaram cerca 
de 30% ao ano (TAVARES; D’ÁVILA, 2014).
De acordo com Avril (2008), o comércio justo moderno começou com o café 
da América Latina, um produto básico que continua sendo o mais vendido, mas 
há novos produtos que são responsáveis pelo crescimento. Os últimos avanços 
na variedade de mercadorias justas contribuíram para a expansão do setor. Um 
exemplo é o lançamento de roupas para jovens por uma cadeia parisiense de 
lojas dedicadas a esse tipo de produto, que tomou a decisão de comercializar 
a linha após vários escândalos gerados pela exploração de trabalhadores em 
fábricas de grandes corporações do setor da moda. As pessoas ficaram mais 
sensíveis à questão das condições de trabalho dos trabalhadores que elaboram 
as roupas e querem continuar comprando tênis e camisetas da moda criadas 
por jovens modelistas conscientes (AVRIL, 2008).
Segundo a autora, a maior consciência social que existe no mundo da moda 
é a responsável pelo aumento do comércio do algodão “justo” procedente da 
África ocidental, região historicamente atrasada em relação à América La-
tina e à Ásia. Verificou-se um aumento do comércio justo de produtos como 
artesanato e café africanos nos últimos anos, além do aumento da venda de 
cosméticos “verdes” e justos (AVRIL, 2008).
O comércio justo amplia a variedade de produtos oferecidos e muda a 
própria essência do negócio. Assim, o que se verifica atualmente é que os 
principais supermercados e cadeias de venda direta vêm aumentando a sua 
linha de produtos qualificados como “éticos”.
A certificação fair trade assegura aos consumidores o pagamento de um 
preço justo, além de ser um prêmio social que contribui para o desenvolvimento 
da região de produção do item. O mercado de produtos certificados vem 
crescendo no Brasil e no mundo e é importante conhecer o tipo de mercado 
e o perfil dos consumidores, pois assim é possível orientar o trabalho de 
produção e direcionar o processo de marketing e comercialização, além de ter 
uma ideia da importância desse segmento de consumo no mercado regional 
(TAVARES; DÁVILA, 2014).
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável18
Segundo Avril (2008), no Brasil, o mercado para produtos com o selo de “comércio 
justo” desenvolveu-se por meio de iniciativas como o “Suco Justo”, que foi um projeto 
piloto da FLO e que envolveu produtores de laranja da região de Paranavaí, no Paraná. 
O projeto viabiliza a comercialização do suco de laranja produzido pela Paraná Citrus 
na Alemanha, Suíça e Áustria e é supervisionado pelo Conselho Municipal de Direito 
da Criança e do Adolescente em associação com a prefeitura local. Desse modo, o 
projeto possibilitou melhorias sociais e a regularização do trabalho dos produtores, 
que é uma das condições obrigatórias para se obter o selo.
A Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis (COAGROSOL), localizada 
em Itápolis (SP), foi criada em 2000 a partir de uma pequena comercialização para a 
Europa. A cooperativa reunia 35 produtores com propriedades pequenas (cerca de 30 
hectares). Os produtores adaptaram-se às exigências dos consumidores solidários, que 
buscavam produtos ecologicamente corretos e com um cunho social. Os produtores 
tiveram que seguir normas ambientais nas suas plantações, rejeitar o trabalho infantil 
e pagar bons salários aos funcionários (TAVARES, 2006).
Os cooperados se uniram, adquiriram a certificação em grupo e conquistaram selos 
do Instituto Biodinâmico (IBD) e da Fairtrade Labelling Organization International (FLO). O 
valor recebido pelos produtores é aplicado em projetos sociais, como o projeto “Suco 
Justo” – iniciativa de combate à desnutrição, desenvolvida em parceria com a Pastoral 
da Criança –, além do projeto da escola de artesanato e do curso de computação, que 
atende cerca de 250 trabalhadores rurais e familiares.
A Coagrosol diversificou a sua produção e está produzindo limão tahiti, manga Palmer, 
goiabas e hortaliças, exportando 400 toneladas de manga por ano (metade com o 
selo orgânico), além de produzir 1.000 toneladas de suco de laranja.
Em 2015, a cooperativa completou 15 anos com um faturamento de R$ 25 milhões. O 
cooperado participa dos resultados da cooperativa, recebe assistência técnica integral 
e participa da compra conjunta de insumos, financiada pela cooperativa (COOPERATIVA 
DOS AGROPECUARISTAS SOLIDÁRIOS DE ITÁPOLIS, 2017).
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23Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
 
DICA DO PROFESSOR
Atualmente, está ocorrendo um aumento do consumo consciente, onde o consumidor preocupa-
se com a origem e a qualidade dos alimentos e produtos, além de preocupar-se em conhecer a 
postura das empresas em relação à responsabilidade social e ambiental. Com um aumento da 
presença em supermercados e uma extensa base de consumidores de orgânicos e compradores 
regulares, o mercado de alimentos orgânicos está crescendo no mundo inteiro.
O crescimento do mercado, impulsionado pelos consumidores que buscam alimentos mais 
sustentáveis, vem sendo limitado pelo processo que exige organização da cadeia produtiva e do 
sistema de certificação. Entre os alimentos que devem ampliar o faturamento dos orgânicos em 
2016, estão os produtos lácteos e de origem animal, com maior valor agregado. Porém, mesmo o 
consumo global ainda é pequeno diante do faturamento geral do setor de alimentos.
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EXERCÍCIOS
1) Em relação ao conceito de desenvolvimento sustentável, é correto afirmar:
A) O desenvolvimento sustentável pode ser atingido com um conjunto de políticas, 
relacionadas ao meio ambiente.
B) É preciso manter a integridade ecológica, sem se preocupar em satisfazer as necessidades 
básicas dos seres humanos.
C) O desenvolvimento sustentável busca a eficiência econômica, mas, ao mesmo tempo, a 
eficiência social e ecológica.
D) Alcançar equidade e justiça social, sem se preocupar com o meio ambiente e com as 
gerações futuras.
E) Preocupa-se apenas em promover a diversidade social e cultural.
2) A agricultura sustentável já vem sendo adotada com muito sucesso em vários lugares 
do Brasil. Sendo assim, é correto afirmar:
A) No modelo de agricultura sustentável, deve ser produzido apenas um tipo de cultura, 
como, por exemplo, a soja.
B) Nesse modelo, o resultado é apenas no meio ambiente, não se consegue o desenvolvimento 
econômico.
C) Uma das soluções encontradas para a agricultura sustentável foi o uso do Sistema de 
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
D) Com a ILPF, é possível preservar os recursos naturais, mas, por outro lado, a 
produtividade será muito baixa.
E) O modelo de monocultura e economia de escala, utilizado principalmente nas regiões norte 
e centro-oeste do Brasil, deve ser adotado em todo o Brasil.
3) Em relação à agricultura sustentável, é correto afirmar:
A) As mudanças climáticas e a emissão de gases deefeito estufa não são uma das grandes 
preocupações da humanidade, quando se pensa no meio ambiente.
B) O sistema de plantio direto é uma técnica conservacionista, que começou a ser implantada 
no Brasil na década de 1930.
C) A agricultura sustentável já vem sendo adotada com muito sucesso em vários lugares do 
Brasil, e uma das soluções encontradas foi o uso do Sistema de Integração Lavoura-
Pecuária-Floresta (ILPF).
D) Os sistemas ILPF trazem benefícios ao meio ambiente, mas não ao agricultor, pois 
aumentam os custos de produção das atividades agrícola, florestal e pecuária.
E) No sistema plantio direto, o agricultor não precisa ter qualificação técnica, pois é muito 
fácil produzir.
4) Em relação ao consumo de produtos fair trade, ou comércio justo, é correto afirmar:
A) O preço determinado para esse tipo de produto é o mesmo preço dos outros produtos do 
mercado.
B) Esses produtos são iguais aos outros, não mudam nada, mas destacam-se porque têm uma 
boa ação de Marketing.
C) Nesse tipo de comércio, não há uma sensibilização dos consumidores ao adquirirem um 
produto que tenha compromisso com o desenvolvimento da comunidade e os grupos de 
pequenos produtores pobres.
D) No comércio justo, as empresas que utilizam o selo não precisam dar garantias que não 
utilizam trabalho escravo e também mão de obra infantil.
E) A proposta do comércio solidário é baseada em princípios básicos como: justiça social, 
transparência, preço justo, solidariedade, desenvolvimento sustentável, respeito ao meio-
ambiente, transferência de tecnologia e aumento da renda dos produtores.
5) O consumidor de produtos sustentáveis tem algumas preocupações. Entre elas pode-
se afirmar:
A) Quando a renda aumenta, o consumo de certos produtos é influenciado por outros fatores 
que não são necessariamente os econômicos.
B) Os principais princípios da agricultura orgânica são a rotação de culturas, a manutenção do 
uso de produtos químicos e o controle biológico de pragas.
C) Não são consideradas na decisão de compra: a credibilidade da marca e do fornecedor.
D) Quando a renda diminui, o consumo de orgânicos continua o mesmo.
E) A imagem pública, a reputação da empresa ou da entidade certificadora não são 
importantes, pois o que importa é se o preço está bom.
NA PRÁTICA
A certificação fair trade é concedida pela Organização Fair Trade Labelling Organization 
International (FLO), sediada na Alemanha a fabricantes de 14 países europeus e também do 
Japão, Canadá e dos Estados Unidos. A certificação identifica produtos de empresas que pagam 
mais que a média do mercado aos fornecedores, geralmente agricultores do terceiro mundo, e as 
empresas que possuem a certificação garantem que não usam de trabalho escravo e mão de obra 
infantil. No Brasil, a primeira iniciativa de empresa certificada pela organização é uma entidade 
de pequenos proprietários rurais do norte da Bahia, que exporta sucos de frutas.
Veja, a seguir, a definição do fair trade e seus princípios:
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A certificação fair trade na fruticultura brasileira. Artigo que relata a exportação de frutas 
brasileiras com a certificação do fair trade e os resultados obtidos na exportação.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
O embaixador do café fair trade. Artigo sobre cafeicultor mineiro que comanda uma 
cooperativa de 25 associados e 15 mil produtores.
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Agropecuária brasileira: como reverter as emissões de gases de efeito estufa? Artigo do 
site oficial do SEEG, com instruções de prevenção aos gases de efeito estufa.
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Site Oficial do Projeto Brasil Food Trends 2020 - O projeto tem como objetivo a 
apresentação das principais tendências da alimentação, e a análise de seus impactos para 
as diferentes atividades e setores de alimentos no Brasil.
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