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Universidade São Tomas de Moçambique
Faculdade de Agricultura
Tema: Impacto do uso de agrotóxicos nas zonas rurais, na província de Maputo, no distrito de Manhiça no ano 2020-2021
Discente: Rosineid Deiby Marroquim Panzambila
	Maputo, Junho de 2022
Universidade São Tomas de Moçambique
Faculdade de Agricultura
Tema: Impacto do uso de agrotoxicos nas zonas rurais, na provincia de Maputo, no distrito de Manhiça, no ano 2020-2021
Discente: Rosineid Deiby Marroquim Panzambila
Supervisor: Figuereiro Sengo, Msc
Projecto de monografia para obtenção do grau de licenciatura em 
 Economia Agraria
Maputo, Junho de 2022
1. Contextualização 
Desde que os primeiros homens deixaram de ser nômades e se reuniram em comunidades, a produção de alimentos para suprir as necessidades do grupo tornou-se uma preocupação constante. Para tanto, houve a necessidade de controlar as pragas, doenças e ervas daninhas que poderiam colocar em risco as colheitas, passando o homem a utilizar produtos que diminuíssem o risco de perda de safras, caracterizado pelos então chamados agrotóxicos. Os primeiros registos de utilização de agrotóxicos vêm da Roma antiga, os romanos usavam a fumaça proveniente da queima de enxofre para controlar pulgões que atacavam as plantações de trigo, bem como sal para controlar ervas daninha. Mais recentemente, no século XIX, os chineses utilizavam arsênico misturado em água para controlar insectos (BARREIRA, 2002; CARRARO, 1997). 
As principais substâncias químicas hoje utilizadas como agrotóxicos foram desenvolvidos durante a Primeira Guerra Mundial, tendo sido modificadas e amplamente empregadas também durante a Segunda Guerra. Com o fim da segunda guerra mundial, em 1945, as empresas do complexo bélico militar se viram com dois grandes problemas: o primeiro deles era o que fazer com os estoques de produtos e armas químicas feitas para a guerra; Já o segundo problema consistia na falta do que fazer com a estrutura de fábricas, que formavam um enorme complexo industrial bélico montado durante o período da guerra e que agora perdia a sua utilidade. Foram criadas então, empresas-subsidiárias, oriundas principalmente de grandes grupos químicos (Bayer, Basf, Hoescht, DuPont), voltadas à produção de agroquímicos organossintéticos. (FOLGADO, 2016; BULL, HATHAWAY, 1986 apud SOARES, 2010). 
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, as indústrias químicas, fortalecidas económica e politicamente pelos anos de fornecimento de pesticidas e armas químicas para os países envolvidos nos conflitos, passaram a utilizar as estruturas governamentais, académicas e mediáticas, assim como o momento de fragilidade e tensão social, para influenciar a opinião pública e dar forma à retórica do uso de tecnologia química para o controle de pragas em culturas de alimentos, Por meio de intensa campanha publicitária, baseada em metáforas militares, foi divulgada a existência de uma “guerra entre a humanidade e os insectos” e os agrotóxicos foram promovidos como “defensivos agrícolas” indispensáveis para o “combate desta classe de inimigos” (ABREU, 2014). 
Os agrotóxicos como restos de guerra que foram adaptados para a agricultura e atuam como biocidas, ou seja, são destinados a matar algum organismo vivo. Porém os resultados do uso destes produtos causam enormes problemas para o conjunto da sociedade, problemas relacionados às questões de saúde, ambiente, economia, etc. (FOLGADO, 2014). No decorrer do desenvolvimento de agentes utilizáveis na guerra química, algumas das substâncias, criadas no laboratório, revelaram, ao que se descobriu, efeitos letais para os insectos. A descoberta não ocorreu por acaso; os insectos já vinham sendo amplamente usados nas experiências que se faziam para testar os agentes químicos de morte para o homem (CARSON, 2010). 
Buscando garantir a produção agrícola e consequentemente o sustento da família, os agricultores têm cada vez mais utilizado os agrotóxicos nas suas plantações. Essa utilização vem ocorrendo de maneira indiscriminada, onde na maioria das vezes não se tem conhecimento dos danos à saúde e ao ambiente que esses produtos podem ocasionar. Com o processo de modernização da agricultura e incorporação de novas tecnologias, dentre elas a utilização de agrotóxico surge uma nova categoria de agravos à saúde, denominada “intoxicações por agrotóxicos”. As intoxicações por agrotóxicos aparecem como um grave problema de saúde pública. O impacto do uso de agrotóxicos na saúde humana tem se constituído como uma das prioridades no meio científico, principalmente nos países subdesenvolvidos (PERES et al. 2007). 
O uso de agrotóxicos gera um círculo vicioso: quanto mais se usa, maiores são os desequilíbrios provocados e maior a necessidade do uso em doses mais intensa e formulações cada vez mais tóxicas (CARRARO, 1997). Outro factor preocupante e o destino final das embalagens desses produtos. As embalagens vazias de agrotóxicos sempre foram descartadas sem controle e fiscalização e a prática de enterrá-las, actualmente, é considerada inadequada devido aos altos riscos de contaminação do solo e das águas subterrâneas (BARREIRA, 2002). 
Sob o aspecto de controle dos riscos decorrentes da exposição a agrotóxicos, é fundamental que os trabalhadores rurais tenham conhecimento desses riscos, o que nem sempre acontece ou na maioria das vezes é negligenciado. Os estudos de percepção dos trabalhadores rurais acerca dos riscos decorrentes da exposição a agrotóxico têm sido utilizados como ferramenta para o planejamento de acções na área de saúde pública que buscam compreender e implementar acções para minimizar os danos à saúde e ao meio ambiente provocados pela utilização desses produtos (MARIA, 2010).
2. Justificativa
O trabalho do campo fica exposto por longos períodos a várias doses dessas substâncias o que vem desencadeando o desenvolvimento de varias doenças e esse produtor, o uso indevido, a falta de conhecimento na manipulação do produto, a utilização incorrecta dos equipamentos de protecção individual e o destino incorrecto das embalagens vêm comprometendo o meio ambiente e a saúde do produtor.
As pessoas desenvolvem séries de doenças provocadas pelos agrotóxicos. Há casos de abortos, assim como de bebés que nascem com má formação pelo fato de a mãe ou pai terem tido contacto com agrotóxicos em sua vida, ou mesmo durante a gravidez. Há pessoas que desenvolvem doenças apenas porque moram próximos a plantações onde se usa agrotóxicos de forma indiscriminada e a contaminação chega pelo ar. Há outros casos em que o uso intensivo de agrotóxicos agrícolas atingiu a água que abastece as casas de toda a região. Até mesmo alimento com altas taxas de resíduos de agrotóxicos podem ser capaz de produzir efeitos de longo prazo nos consumidores dificilmente saberão que as doenças que os afligem foram provocadas pelos agrotóxicos que muitas vezes deixam sequelas graves, assim como outros são fatais.
Em virtude dos problemas identificados, nota-se a importância do estudo para a sociedade de modo geral e em particular, aos produtores de agricultura familiar do município de Manhiça. Onde a base da economia na região é a agricultura e esta é também a principal fonte de renda dos agricultores. Constatou-se a importância de se realizar um estudo sobre o uso de agrotóxicos e os riscos que estes oferecem aos aplicadores e pessoas ligadas a manipulação do produto, bem como os riscos ao meio ambiente, já que não foram encontrados registo de estudos nesse sentido no município. 
A pesquisa foi direccionada a pequenos produtores de agricultura familiar do município, sendo os principais responsáveis pela comida que chega às mesas das famílias. O pequeno agricultor ocupa hoje o papel decisivo na cadeia produtiva que abastece o mercado, produzindo: mandioca, milho, feijão, amendoim, carne de vaca, carne de cabrito. São alguns grupos de alimentos com forte presença da agricultura familiar na produção. Desta forma, com base nas informações apresentadas,nota-se a importância de estudos direccionados a esses produtores na região de Manhiça.
3. Problema de pesquisa
 Os primeiros registos oficiais sobre os agrotóxicos datam da primeira guerra Mundial, mas foi durante a Segunda Guerra que ele foi usado como arma química. 
Com o final da Guerra, a indústria química foi o foco de investimento de grandes empresários da época. Naquele período, o cenário europeu era de fome em muitas regiões da Europa e era necessário aumentar a capacidade de produção nas plantações para atender a essa demanda.
Esse momento foi chamado de Revolução Verde e marcou grandes transformações no campo. Dai, todo o processo se modernizou, a produção agrícola passou a contar com pesquisas sobre a qualidade do solo, meios para fertilizá-lo, investimentos em maquinário e mão-de-obra especializada para assegurar que plantações e colheitas fossem feitas em grandes escalas e em menos tempo.
E para garantir a segurança contra pragas, que poderiam destruir plantações inteiras em pouco tempo, o uso de pesticidas passou a ser adoptado. 
As substâncias presentes em agrotóxicos além de eliminar as pragas, prejudicam espécies importantes para o equilíbrio da biodiversidade como: abelhas, vegetações, minhocas e pássaros. O uso excessivo pode ainda afectar espécies que estão no topo das cadeias alimentares, ocasionando em desequilíbrio de todo o ecossistema.
A contaminação da água também é um problema, já que alguns agrotóxicos são hidrossolúveis e podem chegar a rios, córregos e lagos, afectando a biodiversidade aquática, além de chegarem a aquíferos, podendo inviabilizar o consumo dessa água, o que é critico se notarmos que em muitas áreas rurais a população consome águas de poços.
Para compreender este problema foi formulada a seguinte questão: Como o uso de agrotoxicos impacta nas zonas rurais. 
4. OBJECTIVOS
a. Objectivos Geral
Mostrar os modos de utilização dos agrotóxicos aos produtores da agricultura familiar no município de Manhiça.
b. Objectivos específicos
· Avaliar as condições e a forma que estão sendo manuseados os agrotóxicos pelos produtores da agricultura familiar do município;
· Verificar como os produtores rurais promovem a destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos;
· Analisar a actual situação dos usuários de agrotóxicos.
5. Metodologia
O presente estudo realizou uma pesquisa exploratória com 6 jovens do sexo masculino e 14 do sexo feminino com idades compreendidas entre 16-20 anos.
A escolha desses participantes foi realizada a partir da compreensão de que esses jovens são capazes de fornecer informações importantes para futuros projectos.
O método utilizado para a recolha de dados contou com o desenvolvimento de uma observação participante, bem como a realização de conversas intencionais com os jovens durante o período de 6 meses. Optou-se por realizar uma análise qualitativa dos dados através da analise temática (Braun e Clarke, 2012), que permitiu a identificação dos principais temas abordados nas conversas.
A entrada no contexto foi em conversar com o regulo. Foi informado aos jovens que o investigador desenvolveria um projecto. Os jovens dispostos a participar receberam um documento (consentimento informado). Foi informado aos jovens que a pesquisa contava com um compromisso de confidencialidade e, para garantir a preservação de suas identidades, deveriam atribuir a si mesmos um pseudónimo, que seria utilizado no estudo. 
6. Considerações éticos
Veracidade, seguindo o princípio ético de «dizer a verdade», informando sobre os riscos e benefícios. Associa-se ao consentimento livre e esclarecido. 
Confidencialidade, o princípio de «salvaguardar» a informação de carácter pessoal que pode reunir-se durante um estudo
Estes princípios estão directamente relacionados com o respeito pelos direitos dos participantes no estudo: 
A não receber dano, isto é, a não serem prejudicados, sabendo-se previamente avaliar o prejuízo potencial do estudo e a eliminar riscos desnecessários
Direito à intimidade– inclui poder negar-se a responder a algumas questões, a saber protegida a identidade do sujeito e à confidencialidade da informação que partilharam. Qualquer investigação junto de seres humanos constitui uma forma de intrusão na vida pessoal dos sujeitos – e a pessoa é livre de decidir sobre a extensão da informação a dar ao participar numa investigação e a determinar em que medida aceita partilhar informações íntimas e privadas. 
Direito ao anonimato e à confidencialidade – isto é, os dados pessoais não podem ser divulgados ou partilhados sem autorização expressa do sujeito e a identidade do sujeito não pode ser associada às respostas individuais. Os resultados devem ser apresentados de forma que nenhum dos participantes no estudo possa ser reconhecido.
7. Resultados esperados
Avaliar os modos de utilização dos agrotóxicos aos produtores da agricultura familiar, as condições e a forma que estão sendo manuseados, analisar como os produtores rurais promovem a destinação final das embalagens vazias de agrotoxicos no município de Manhiça.
8. Delimitação do tema
Esse trabalho terá como tema: O impacto do uso de agrotoxicos nas zonas rurais, na província de Maputo, no distrito de Manhiça no ano 2020-2021
9. Revisão literária
 Agrotóxico: definição e classificação
a) Definição
Agrotóxicos é um nome genérico dado os venenos utilizados na agricultura sob o pretexto de exterminar pragas e doenças. Existe o eufemismo “defensivo” utilizado pelos que lucram com eles, que longe de defender, envenenam e poluem o meio ambiente (Moro, 2008) 
b) Classificação dos produtos fitossanitários
Os produtos fitossanitários são classificadas de acordo com o modo de acção do ingrediente activo no organismo alvo ou com a natureza da praga combatida (Senar, 2015). Os agro-tóxicos abrangem um grande numero de moléculas químicas, com diferentes modos de acção e toxicidade, sendo divididas em três grandes classes: insecticidas, fungicidas e herbicidas. Podem ser divididos em dois grupos principais: contacto ou sistémicos e não-sistémicos (Silva, Fay, 2004).
O agrotóxico tem sua classificação em função de sua Dose Letal 50 (DL 50), que significa a quantidade de produto suficiente para causar a morte da metade das cobaias em teste, é expressa em miligramas de principio activo por quilogramas de peso vivo (mg/kg). Os agrotóxicos são classificados de diversas maneiras: quanto ao seu modo de acção no organismo alvo, em relação à sua estrutura química, quanto aos efeitos que causa à saúde humana, pela avaliação da neurotoxicidade, etc. A classificação dos agroquímicos segundo o seu grau de toxicidade para o ser humano é fundamental, pois fornece a toxicidade desses produtos relacionados com a DL 50 (VERA, 2011).
De acordo com a portaria o 03 de 16 de Janeiro de 1992 a classificação toxicológica dos agrotóxicos é expressa da seguinte maneira:
I. Classe toxicológica I (Rótulo Vermelho): DL50 (mg/kg) < 5 veneno no qual se encontram substâncias ou compostos químicos considerados " extremamente tóxicos" para o ser humano. 
II. Classe toxicológica II (Rótulo Amarelo): DL50 (mg/kg) de 5 a 50 veneno considerado "altamente tóxicos" para o ser humano. 
III. Classe toxicológica III (Rótulo Azul): DL50 (mg/kg) de 50 a 500 veneno considerado "medianamente tóxicos" para o ser humano. 
IV. Classe toxicológica IV (Rótulo Verde): DL50 (mg/kg) de 50 a 5000 veneno considerado "pouco tóxicos" para o ser humano. 
Os insecticidas possuem acção de combate a insectos e larvas, pertencendo a grupos químicos distintos, dentre eles os organofosforados, os organoclorados. Os herbicidas combatem ervas daninhas. Nas últimas duas décadas, este grupo tem tido sua utilização crescente na agricultura. Os agroquímicos organoclorados foram muito utilizados na agricultura, como insecticidas, porém seu emprego tem sido progressivamente restringido ou mesmo proibido, pois apresentam um largo espectro residual, tendo, também, grande poder bio acumulativo (OPAS, 1996; SIQUEIRA, 2006).
Uso de agrotóxicosno mundo inteiro
 
Como o objetivo do agrotóxico é matar determinados seres vivos “incômodos” para a agricultura (um objetivo biocida), a sua essência é, portanto, tóxica. A síntese química foi amplamente desenvolvida nas primeiras décadas do século XX, especialmente no período das duas guerras mundiais, com o objetivo de produzir armas químicas para dizimar o inimigo (seres humanos). O DDT, sintetizado em 1939, deu a largada dessa cadeia produtiva. Finda a Segunda Guerra Mundial, a maioria das indústrias bélicas buscou dar outra aplicação aos seus produtos: a eliminação de pragas da agricultura, da pecuária e de doenças endêmicas transmitidas por vetores. A saúde pública ajudou a legitimar a introdução desses produtos tóxicos e a ocultar sua nocividade sob a alegação de combater esses vetores (CARNEIRO, et al. 2015; CARRARO, 1997). 
Esse produto ficou rotulado como de baixo custo e eficiente, o que muito ajudou que se fosse amplamente utilizado antes que seus efeitos nocivos tivessem sido totalmente pesquisados. O grande sucesso desse produto no combate às pragas fez com que novos compostos organossintéticos fossem produzidos, fortalecendo a grande indústria de agroquímico presente nos dias de hoje. O crescimento do uso desses insumos químicos somados a um processo de desenvolvimento e difusão de variedades modernas com elevada capacidade de aproveitamento desses produtos ficou conhecido como a “revolução verde” (BULL; HATHAWAY, 1986 apud SOARES, 2010). 
A revolução verde representa, portanto, a imposição de máquinas, fertilizantes, agrotóxicos (venenos) e outros insumos na agricultura. E para garantir a consolidação deste novo modelo são constituídos organismos internacionais que passam a exercer forte pressão sobre os principais países agrícolas do mundo, para que estes adotem o pacote tecnológico da revolução verde (FOLGADO, 2014). 
A disseminação do uso intensivo das substâncias que se abrigam sob o termo agrotóxicos tornou-se massiva após a implementação do processo de modernização agrícola conhecido como “Revolução Verde”, que, a partir da década de 1970, transformou o modelo de produção agrícola, principalmente em países periféricos do capitalismo mundial, em estruturas monocultoras e altamente dependentes de insumos químico-industriais (COMSEA, 2013; PERES, MOREIRA, DUBOIS, 2003). 
No cenário mundial a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Banco Mundial foram os maiores promotores da difusão do pacote tecnológico da Revolução Verde. No Brasil, uma série de políticas levada a cabo por diferentes governos cumpriu o papel de forçar a implementação da chamada “modernização da agricultura”, processo que resultou em altos custos sociais, ambientais e de saúde pública (LONDRES, 2011). 
No final da década de 60, o consumo se acelerou em função da isenção de impostos como o Imposto de Circulação de Mercadoria (ICM), Imposto de Produtos Industrializados (IPI) e das taxas de importação de produtos não produzidos no Brasil e de uso agrícola. A partir da década de 80, o surgimento de novas tecnologias trouxe um novo impulso à agricultura brasileira, ao proporcionar a produção em áreas até então pouco exploradas e com baixa fertilidade do solo, como é o caso do cerrado brasileiro. Somando-se a isso, as técnicas do plantio direto deram maior aproveitamento a áreas produzidas; no entanto, exigiam um maior uso dos herbicidas. (KAWA, 2015). 
O Brasil, embora apresente um parque industrial diversificado com grande inserção de empresas multinacionais, e sendo considerado “país em desenvolvimento”, ainda possui sua economia baseada na agricultura, com seu potencial agrícola apontado como fator estimulante para o desenvolvimento de forte indústria local de adubos e defensivos químicos para lavouras (PEDROZA, 2013; BARREIRA, 2002). 
Desde 2008 o Brasil é o maior mercado consumir de agrotóxicos do mundo, isso equivale a cerca de 5,2 litros de agrotóxicos por pessoa ao ano, ou ainda se quisermos, o equivalente a 16 litros de agrotóxicos por hectare agricultável no país (FOLGADO, 2014). Esse volume pode ser considerado como um verdadeiro “tsunami” na agricultura brasileira, mas que os danos à saúde e, consequentemente, os socioeconômicos ainda se encontram “invisíveis” perante a sociedade em geral (SOARES, 2010). 
Segundo o dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva - ABRASCO “dos 50 agrotóxicos mais utilizados nas lavouras de nosso país, 22 são proibidos na União Europeia tornando o Brasil, o maior consumidor de agrotóxicos já banidos no exterior”. (LONDRES, 2011). Como exemplos, pode-se citar o F15 - Forato, M10 - Metamidofós e T21 – Triclorfom, que já tiveram seu uso proibido em outros países mas continuam sendo usados nas lavouras brasileiras (ASCOM, ANVISA, 2017). 
O excesso de produtos químicos é uma das razões da seleção de organismos resistentes. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDIVEG), dos US$ 54,6 bilhões vendidos em agrotóxicos no mundo, em 2015, o Brasil consumiu sozinho US$ 9,6 bilhões. O número representa 17,5% do consumo mundial. Mais da metade desses produtos, quase 52%, são usados na cultura da soja (MARTINS, 2016; MOURA, MORRONE, 2016). 
 Contaminação ambiental e intoxicação 
A utilização dos agrotóxicos no meio rural brasileiro tem trazido uma série de consequências tanto para o ambiente como para a saúde do trabalhador rural. Em geral, essas consequências são condicionadas por fatores intrinsecamente relacionados, tais como o uso inadequado dessas substâncias, a pressão exercida pela indústria e o comércio para esta utilização, a alta toxicidade de certos produtos, a ausência de informações sobre saúde e segurança de fácil apropriação por parte deste grupo de trabalhadores e a precariedade dos mecanismos de vigilância. Esse quadro é agravado por uma série de determinantes de ordens cultural, social e econômica (PERES et al. 2005) 
 Risco a saúde humana 
Os impactos na saúde pública são amplos, atingem vastos territórios e envolvem diferentes grupos populacionais, como trabalhadores em diversos ramos de atividades, moradores do entorno de fábricas e fazendas, além de todos nós, que consumimos alimentos contaminados. Tais impactos estão associados ao nosso atual modelo de desenvolvimento, voltado prioritariamente para a produção de bens primários para exportação (CARNEIRO, et al. 2015). 
Os agrotóxicos sintéticos são tóxicos mesmo em pequenas quantidades. Estudos realizados confirmam que baixos níveis de exposição a agrotóxicos podem causar sérias doenças e desordens na saúde, incluindo câncer, dano ao sistema nervoso, sistema reprodutivo e outros órgãos, anormalidades no desenvolvimento e comportamento, disfunção hormonal e disfunção do sistema imunológico (SILVA; FAY, 2004). 
Apesar das enormes propagandas, e das quantidades enormes de recursos financeiros, destinados pelos governos para garantir a consolidação do modelo disseminado pela revolução verde, não tardou para que os efeitos nefastos relacionados à saúde e ao meio ambiente surgissem. A primeira denúncia de âmbito internacional é feita em 1962, quando Rachel Carson, publica nos EUA o livro Primavera Silenciosa que por sua vez trata de detalhar os efeitos adversos da utilização de agrotóxicos (pesticidas e insecticidas sintéticos) o que deu inicio aos primeiros grandes debates acerca das implicações da actividade humana através dos venenos sobre o ambiente, tratando de reflectir.
Cronograma
	
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	Problema de pesquisa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	Considerações éticos
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Delimitação do tema
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Revisão literária
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Cronograma
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Bibliografia
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Dia de entrega
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Referencias Bibliografia
BOHNER, T. O. L; ARAÚJO, L. E. B; NISHIJIMA,T. O impacto ambiental do uso de agrotóxicos no meio ambiente e na saúde dos trabalhadores rurais, In: Congresso internacional de direito ambiental e ecologia politica. 1., 2012, Santa Maria, RS, p. 329-341.
MORO, B. P. Um estudo sobre a utilização de agrotóxicos e seus riscos na produção do fumo no município de Jacinto Machado/SC. Criciúma, p. 11, junho. 2008
SENAR, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.; Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos NR31.8, Programa gestão de riscos em saúde e segurança no trabalho rural,; modulo 1. SENAR/AR, GO, 2015 
SILVA, C. M. M. S.; FAY, E. F. Agrotóxicos e ambiente. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília-DF, 2004.

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