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A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Josenilda Nunes Motta¹ RESUMO Este artigo pretende ressaltar a importância do lúdico no desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil. Destaca -se que a criança está em uma constante fase de crescimento, agindo, interagindo e transformando o mundo. O lúdico na infância possibilita na criança um repertório de desenvolvimentos, seja na esfera cognitiva, quanto no social, biológica, motora e afetiva. Além de encontrar prazer e satisfação, a criança se socializa e aprende, além de poder reproduzir sua realidade através da imaginação, expressando assim suas angústias, dificuldades, que por meio das palavras teria mais dificuldades. Portanto para melhor elaboração desse artigo foi realizado pesquisas bibliográficas, já publicadas a respeito do estudo. A ludicidade é um grande aliado para o desenvolvimento da criança, além de ser indispensável para que a criança possa aprender com prazer. Palavras-chave: Lúdico. Educação Infantil. Criança. __________________ ¹ Licenciada em Educação Física/Graduanda em Pedagogia. Artigo apresentado como requisito parcial para aprovação do Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Segunda Licenciatura em Pedagogia INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo refletir a importância da ludicidade na prática pedagógica como facilitador do ensino-aprendizagem. Mostrar que é fundamental estimular o brincar através de recursos diferenciados fazendo com que o educando desenvolva aspectos significativos, que são importantes para a formação do indivíduo. O lúdico é uma ferramenta pedagógica que os professores podem usar em sala de aula para enriquecer suas aulas, é um método que contribui para que a criança se desenvolva, pois é através do brincar que a criança inventa, experimenta, desenvolve habilidades e aprende regras. Portanto valorizar o lúdico durante os processos de ensino significa considerá-lo na perspectiva das crianças, sendo vivido na sala de aula como algo espontâneo, permitindo-lhes sonhar, fantasiar, realizar desejos e viver como crianças de verdade. Contudo isso, podemos reafirmar ao educador a respeito da importância da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem. Através das brincadeiras, a criança desenvolve sua criatividade, raciocínio, imaginação, desenvolvimento motor e cognitivo. Sendo assim, se faz imprescindível conscientizar os pais e a sociedade em geral que a ludicidade faz parte de um ensino prazeroso não sendo apenas lazer, mas de grande importância para a criança adquirir conhecimento e aprendizado. Neste sentido o objetivo principal deste artigo é explorar a influência do lúdico na Educação Infantil, pois, de acordo com os autores pesquisados, essa é uma das fases mais significativas a respeito do desenvolvimento e aprendizagem da criança. A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA INFÂNCIA O lúdico, ou seja, as brincadeiras, jogos e brinquedos na Infância são essenciais para o desenvolvimento das crianças, pois são atividades primárias, as quais trazem benefícios nos aspectos físico, intelectual e social. Brincando, a criança desenvolve a identidade e a autonomia, assim como a capacidade de socialização, através da interação e experiências de regras perante a sociedade. A criança que brinca pode ser mais feliz, realizada, espontânea, alegre, comunicativa, entre outras características positivas que auxiliam no desenvolvimento infantil, podendo torná-la assim um ser mais humano, cooperativo e sociável. Nesse sentindo, consideramos necessário buscar saber qual a importância do brincar na construção do conhecimento na Educação Infantil. Dallabona e Mendes ressaltam em seu artigo O lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar: O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Por meio das descobertas e da criatividade, a criança pode se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade. Se bem aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação crítica do educando, quer para valores e para melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade. (DALLABONA, MENDES). Desse modo, deve -se respeitar o interesse da criança e ludicidade, a partir da sua espontaneidade, e da mediação do educador formulando os desafios necessários à sua capacidade e acompanhando seu processo de construção do conhecimento. Outra importante contribuição nessa temática foi a de Maria Montessori, que desenvolveu um método e debruça -se sobre uma proposta educacional na qual o aluno é o sujeito de sua própria educação, proporcionando-lhe a possibilidade de vivenciar os valores que se propõe atingir ao longo da ação educativa que exerce, bem como propiciar a liberdade de movimentos e auto disciplina e a autodeterminação. Nesse método, o educando é educador de si mesmo, tendo a possibilidade de escolher o seu trabalho, de se mover por conta própria, de se tornar responsável pelo seu progresso e crescimento. “Pelo método, o educando caminha para a independência e liberdade, numa atividade autodirigida”. (Mafra, 1986, 22) Por meio das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, seleciona ideias estabelece relações lógicas e, assim, segue se socializando. De acordo com estudiosos da Educação Infantil que estudando comportamento do brincar das crianças, o brinquedo é influenciado pela idade, sexo, surpresa, portanto, cabe ao professor valorizar o a encorajar os educandos a fazerem parte sem achar que está perdendo de acordo com presença de companheiros. De acordo com Moyles (2002) existem dois tipos diferentes de brincar, dirigido e o livre. No brincar livre se tem a oportunidade de avaliar as respostas, compreensões e incompreensões da criança, pois ela está mais relaxada. No brincar dirigido refere-se basicamente ao processo de brincar, mas com objetivos didáticos em questão. Com as brincadeiras, as crianças desenvolvem a expressão corporal, gestos e postura. A relação que se estabelece entre o corpo, a mente da criança e o ambiente tem uma enorme importância para seu desenvolvimento. Nas brincadeiras outras atividades lúdicas as crianças repetem os acontecimentos que observa no ambiente familiar, os hábitos, as ideias, costumes, comentários e tudo aquilo que a envolve nos ambientes por elas vivenciados. Isso servirá muito para o educador, que poderá a través desse processo, conhecer ainda mais a sua criança e poder fazer inferências mais eficazes na vida do pequenino, na in tenção não de impor padrões, mas ajudá-lo a se comportar em algumas situações e resolver questões que possam estar atrapalhando sua aprendizagem. O LÚDICO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL Atualmente, toda criança necessita e tem o direito de brincar, onde o lúdico tem relevância no desenvolvimento infantil, pois o brincar é uma atividade importante no período da infância, e pode estar perdendo o seu espaço para atividades relacionadas e dirigidas ao processo de alfabetização, visto ser o objetivo principal das escolas. A autora Flavia de Barros (2009), em sua obra "Cadê o brincar? Da Educação Infantil para o Ensino Fundamental", após realizar várias pesquisas, nos faz refletir através de suas palavras: Percebeu-se a grande preocupação dos professores, especialmente no final da Educação Infantil, em antecipar a alfabetização da criança, reduzindo seus espaços de brincar. Diante dessa realidade, sentiu-se a necessidade de aprofundar estudos na área. (BARROS, 2009, p.35). No atual momento que vivemos podemos observar que há escolas que enxergam a ludicidade como apenas uma forma de passatempo para os jovens educandos, não entendendo seu real proposito que se compreende comouma ferramenta auxiliadora de aprendizado. A ludicidade não se restringe em apenas jogos e brincadeiras, em virtude do que está sendo falado temos o lúdico como uma atividade livre que tornará propicio momentos de prazer acompanhados de aprendizado. Gadotti (2016) desejava a construção de uma nova sociedade, que fosse mais acolhedora, valorizando o ser humano e não o sistema. Tendo em mente que isso começaria a ser praticado nas escolas para tornar a civilização melhor. O profissional capacitado de envolver o lúdico no aprendizado faz com que além de progredir com os estudos dos educandos, os motive a ler, e incentiva o uso da imaginação, isso pode fazer com que fiquem ainda mais motivados a interagirem nas aulas. Através do brincar, as crianças aprendem de maneira espontânea, sem pressão ou medo de errar, sentindo prazer pela aquisição de novos conhecimentos, desenvolvem a sociabilidade, fazendo amigos, aprendendo e convivendo respeitando o direito dos outros e normas estabelecidas. Quando as crianças estão brincando, estas aprendem a participar das atividades, sem visar recompensa ou temer um castigo, fazendo algo criativo e inteligente. Meyer (2008, p.39) nos faz refletir através de suas palavras “O brinquedo enquanto objeto, é suporte da brincadeira, é o material que permite fluir o imaginário infantil.” A criança estará no meio da reprodução, preparando-se para o futuro, através de experimentações ao seu redor, dentro dos seus limites, buscando um sentido para a sua vida. O lúdico contribui para o processo de formação da subjetividade do indivíduo, considerando que somos formados por nossas experiências sociais, pelo contato com os objetos da cultura, durante nossa história de vida. (BARROS, 2009, p.100). É importante salientar que o brincar deve surgir do referencial das próprias crianças, da iniciativa delas, sendo que “o próprio processo de brincar já possibilita a construção do conhecimento sobre o mundo, oportunizando leituras sobre ele” (BARROS, 2009, p.182), prevalecendo às brincadeiras do jogo simbólico, o contar histórias, brincadeiras tradicionais, sendo atividades que auxiliam no desenvolvimento das crianças. Durante o período da Educação Infantil, a criança adquire diversos conhecimentos, desenvolve várias habilidades, tendo o auxílio das atividades lúdicas, sendo estas entendidas como situações e/ou momentos em que as crianças expressam diferentes sentimentos, melhoram a socialização entre as outras, vivenciando momentos de trabalho em equipe, de maneira lúdica e prazerosa. São motivadas a ultrapassar os próprios limites, lembrando que, segundo Ferreira (2011), a criança enquanto cria, desenvolve além de outros fatores, o pensamento crítico. O educador precisa pesquisar e estar atento às necessidades das crianças para conseguir selecionar materiais adequados, que despertem nelas o interesse, favorecendo lhes a criatividade, introduzindo personagens e situações novas, tornando o jogo mais rico, aumentando novas possibilidades de aprendizagem. Conforme Ferreira (2011) aborda em seu artigo, a grande maioria das aquisições das crianças é conquistada através do brinquedo, sendo aquisições que auxiliam no desenvolvimento intelectual das crianças durante a infância, refletindo em suas vidas quando adultos. O LÚDICO NA SALA DE AULA Um ambiente de aprendizagem escolar é um ambiente onde a criança está sujeita a oportunidades de aprendizagem. Muitas vezes o termo ambiente de aprendizagem é confundido com o espaço físico onde ocorrem práticas educativas. Um exemplo de ambiente de aprendizagem é o ambiente de aprendizagem escolar, que é um ambiente planejado, ou organizado, para que ocorram práticas educativas. Nesse ambiente, o professor tem um papel fundamental, que pode ser tanto na preparação, organização e organização da aprendizagem, como na direção ou orientação do processo de aprendizagem. A sala de aula pode se transformar também e m lugar de brincadeiras, se o professor conseguir conciliar os objetivos pedagógicos com os desejos do aluno, para tal, é necessário encontrar o equilíbrio entre o cumprimento de suas funções pedagógicas – ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender – e psicológicas, contribuindo para o desenvolvimento da tendência, para a construção do ser humano autônomo e criativo – na moldura do desempenho das funções sociais –, preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva, incentivar a busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença. Reconstruir conceitos importantes sobre o ato de brincar e sua importância no contexto escolar é fundamental para a prática pedagógica do professor. Se ele busca a formação de indivíduos dinâmicos, criativos, reflexivos e capazes de enfrentar desafios, devem proporcionar condições para que as crianças brinquem de forma espontânea, dando a elas a oportunidade de ter momentos de prazer e alegria no ambiente escolar, tornando -se autoras de suas próprias criações. Mais uma vez remetendo a, quando não reprimidas, a espontaneidade e a criatividade agem no sentido de fazer as coisas, de brincar; consequentemente, as crianças alcançam a aprendizagem. Uma aula lúdica é uma aula que se assemelha ao brincar, ou seja, é uma aula livre, criativa e imprevisível. É aquela que desafia o aluno e o professor, colocando-os como sujeitos do processo pedagógico. A presença da brincadeira na escola ultrapassa o ensino de conteúdos de forma lúdica, dando aos alunos a oportunidade de aprender sem perceber que o estão. Fortuna (2000, p. 9). O brincar estimula a inteligência porque faz com que o indivíduo solte sua imaginação e desenvolva a criatividade, possibilitando o exercício da concentração, da atenção e do ajuste, proporcionando, assim, desafios e motivação. Por meio dos jogos e das brincadeiras o educando explora muito mais sua criatividade, melhora sua conduta no processo ensino -aprendizagem e sua autoestima, porém, o educador deve ter cuidado de como são colocados os jogos em seus fins pedagógicos, para que não se transformem em atividade dirigida e manipuladora. Se isso ocorrer o jogo deixará de ser jogo, pois não será caracterizado com liberdade e naturalidade. Sendo assim, o jogo deve ser visto com o possibilidade de ser mediador de aprendizagens e impulsionar o de desenvolvimento no ensino formal, mas quando, a atividade se torna prática e se submete como meio a um fim, perde o atrativo e o caráter de jogo. A partir do momento que a criança é obrigada a realizar um jogo, sem nenhum interesse ou motivação, o jogo perde toda a sua característica e acaba tornando-se mais uma atividade “séria” de sala de aula. Há diferença entre o jogo e a brincadeira, dentro e fora da sala de aula. O jogo carrega em si um significado muito abrangente. É construtivo porque pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de simbolismo, reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações e o sistema de regras, que definem a perda ou o ganho. Nem todos os jogos e brincadeiras são sinônimos de divertimento, pois a perda muitas vezes pode ocasionar sentimento de frustração, insegurança, rebeldia e angústia. Dessa forma, são sentimentos que devem ser trabalhados principalmente na escola, para que não se perpetuem impossibilitando que a criança tenha novas iniciativas. A brincadeira é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar alegria, liberdade e contentamento. É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que, atravésdos estudos, que as atividades lúdicas desempenham um papel importante na aprendizagem das crianças, dessa maneira, os professores podem afirmar que, é possível reunir dentro da mesma situação, o lúdico e o educar, ainda assim, a escola tem um papel de extrema importância, porque é necessário que as escolas sensibilizem -se no sentido de revelar o papel do lúdico, que não seja visto como apenas um lazer, mas sim como uma ferramenta de grande valor na aprendizagem em geral, inclusive de conteúdo, pois sugere problemas, cria situações, assume condições na relação, responsável pelo desenvolvimento intelectual, psicomotor e afetivo da criança. A ludicidade permite a liberdade emocional necessária para explorar e experimentar, para envolver-se emocionalmente numa criação e para permitir descobrimentos estimulados pela curiosidade, pois é pela brincadeira que a criança manifesta o que teria dificuldades de colocar em palavras e sua escolha é motivada por causas íntimas, sendo assim vista a brincadeira como uma linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos. A pesquisa foi de grande importância para aquisição de conhecimento e formação de opinião, enquanto futuros profissionais críticos e reflexivos. Através da introdução de jogos, brinquedos e brincadeiras no cotidiano escolar é muito importante, e que as crianças estejam envolvidas emocionalmente na ação, tornando assim mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem. A partir desse estudo pode-se afirmar que o lúdico proporciona para as crianças aprendizagem e desenvolvimento nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, os profissionais na área da educação infantil devem considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo sempre em seus planejamentos escolares, pois é um importante aliado no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças. REFERÊNCIAS BARROS, Flávia Cristina Oliveira Murbach de. Cadê o Brincar? da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. _____________________. Sala de Aula é Lugar de Brincar? In: XAVIER, M.L. M. e DALLA ZEN, M. I. H. (org) Planejamento em destaque: análises menos convencionais. ROJAS, Juciara. O Lúdico na construção interdisciplinar da aprendizagem: uma pedagogia do afeto e da criatividade na escola. 2002. VYGOTSKY, LS. A Formação Social da Mente. 6ª ed. São Paulo, SP. Martins Fontes Editora LTDA, 1998. ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005. BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. Rev. Odontol. Univ. Cidade São Paulo, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 265 -274, 2006. CAMPOS, M. C. R. M. A importância do jogo no processo de aprendizagem. Disponívelem:<http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entreID DALLABONA, Sandra Regina. MENDES, Sueli Maria Schmitt. Artigo: o lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. 2004. FERREIRA, Rosalina Gomes. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EUCAÇÃO INFANTIL. Disponível em: Acesso em: 20 de abr. de 2022. FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In: XAVIER, M. L. M.; DALLAZEN,
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