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Compilação de uma parte do livro CONFRONTANDO O FEMINISMO NA IGREJA de Autoria de Wayne Gruden-Parte Dois-A Iniciativa visa dirirmir duvidas com relação a essa postura nas Igrejas

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Compilações das partes desse livro a fim de posicionar o cristão com re-
lação ao que dizem ser “Politicamente Correto”, enfatizando que Deus 
não é político mas simplesmente magnânimo para não aceitar as arbitra-
riedades que alguns tentam implementar nos cultos. Caberá então a ca-
da um, orar e suplicar ao Espírito Santo para que lhes deem o entendi-
mento sobre essas teses muito bem elaboradas pelo Teólogo Wayne 
Gruden. 
ISBN 978.875-7622-2361-1.Feminismo-Editora Cultura Cristã-1ª Edição-
2009 
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PARTE DOIS
ALEGAÇÕES FEMINISTAS 
EVANGÉLICAS EM GÊNESIS 1-3
Na primeira parte deste livro, vimos uma representação detalhada do 
ensino bíblico sobre homens e mulheres. Deus nos criou iguais diante de 
si, iguais em valor e dignidade e iguais por sermos ambos a sua imagem e 
semelhança. Mas ele também nos criou com diferenças nos nossos papéis, 
diferenças que se expressam na maneira de nos relacionamos mutuamente 
no casamento e na igreja. Temos, portanto, na Escritura uma bela imagem 
das igualdades e diferenças entre homens e mulheres que refletem as igual­
dades e diferenças entre os membros da Trindade.
Mas esse ensino bíblico tem sido intensamente desafiado por feminis­
tas evangélicos nos últimos 30 anos. Será que continuaremos fiéis à visão 
apresentada na Bíblia, depois de avaliarmos as suas alegações em contrário? 
O restante deste livro dedica-se a responder algumas das principais alega­
ções levantadas por feministas evangélicos. Seguindo um formato singular 
de “Alegações e Respostas”, apresentarei primeiro uma alegação do femi­
nismo evangélico (documentando-a cuidadosamente com textos feministas 
evangélicos) e darei em seguida uma ou mais respostas a ela.
Além disso, devo informar aqui aos leitores interessados em análises 
mais minuciosas, que cada uma das alegações contidas neste livro está res­
pondida com mais detalhes, com documentação mais vasta e erudita, em 
meu livro maior: Evangelical Feminism and Biblical Truth: An Analysis o f 
More Than 100 Disputed Questions (Sisters, OR: Multmonah, 2004) - no 
qual ainda analiso mais de 50 alegações adicionais. O presente volume, 
no entanto, contém as alegações mais freqüentes e importantes e inclui os 
pontos-chave da resposta a cada alegação.
Agora, na segunda parte do livro, consideraremos as alegações dos 
feministas evangélicos (ou “igualitaristas”, um termo intercambiável) quanto a 
Gênesis 1-3. Se Adão e Eva eram iguais diante de Deus, como havia diferença 
de papel ou autoridade? Não seria o governo masculino uma conseqüência do 
pecado e da Queda e, portanto, algo que não deveríamos perpetuar hoje? Essa e 
outras objeções igualitárias serão consideradas nesta parte do livro.
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CRIADOS IGUAIS
ALEGAÇÃO IGUALITÁRIA: Em Gênesis 1 Adão e Eva 
foram criados iguais, portanto, não deveria existir 
diferença de papel ou de autoridade entre eles.
Esse talvez seja o argumento igualitarista mais básico e é a suposição 
tácita subjacente a um grande número de argumentos igualitários específicos. 
A suposição é que igualdade é incompatível com diferença de papéis e, 
especificamente, com diferença de autoridade. Esse argumento foi bem 
articulado por Linda Belleville, ao comentar Gênesis 1 e 2:
Será que ser macho e fêmea diferencia quem somos e o que podemos fazer de maneira 
não intercambiável e divinamente ordenada - uma masculinidade e feminilidade 
bíblicas, por assim dizer? Embora alguns sejam rápidos em responder que sim, a 
narrativa da criação não favorece nada disso. Antes, a nota que soa claramente por 
todo Gênesis 1 e 2 é a da igualdade. Primeiro, há igualdade de pessoalidade. Ambos, 
macho e fêmea, são criados à imagem de Deus [...] Há também igualdade no âmbito 
social [...] Há semelhantemente igualdade no âmbito familiar [...] Finalmente, há 
igualdade no âmbito espiritual.'
Aida Spencer também diz isso claramente, ao considerar Adão e Eva 
em Gênesis 1 e 2:
As suas responsabilidades semelhantes exigiam o trabalho de iguais. Adão e Eva são 
iguais na hierarquia, iguais na imagem. Gênesis 2, bem como Gênesis 1, anuncia e 
explica a igualdade masculina e feminina, o governo conjunto e o inter-relaciona- 
mento.2
❖ Resposta n° 1: E preciso distinguir os diferentes significados de 
“igual”. É verdade que Adão e Eva foram criados iguais em diversos as­
pectos, mas igualdade de valor não implica uniformidade de autoridade ou 
de papéis.
Concordo que Adão e Eva foram criados iguais em diversos aspectos. 
Eram iguais porque foram ambos criados à “imagem de Deus” (Gn 1.27). 
Ser criado à imagem de Deus significa que eram como Deus e representa­
vam Deus na Terra. Isso implica que homens e mulheres têm igual valor 
para Deus e que merecem honra e respeito iguais. Eram também iguais em
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Criados iguais 59
pessoalidcide, possuíam as características que tomam alguém verdadeira­
mente humano (embora, sem dúvida, diferissem em muitas de suas habili­
dades e preferências, como ocorre a todo ser humano). E Adão e Eva eram 
de igual importância para a raça humana e para Deus. A raça humana, e o 
plano de Deus para ela, não iriam adiante se qualquer um deles faltasse!
Mas igual valor, igual honra, igual pessoalidade e igual importância 
não exigem que as pessoas tenham iguais papéis nem igual autoridade. Um 
erro igualitarista básico é sempre distorcer as distinções e assumir que para 
serem iguais à imagem de Deus as pessoas têm de ser iguais (ou idênticas) 
em autoridade. Essa hipótese perpassa, por exemplo, todo o tratamento de 
Gênesis 1 e 2 de Gilbert Bilezikian,3 mas não passa de uma suposição sem 
provas e é simplesmente uma inverdade.
❖ Resposta n° 2: Muitos tipos de relacionamentos entre as pessoas 
envolvem valores iguais, mas diferenças de papéis e de autoridade.
Tomemos um exemplo moderno, pense no 2001 World Series4* 
conquistado pelo Arizona Diamondbacks; ano em que eu e minha mulher 
nos m udam os para o A rizona. Q uem valia m ais p ara o D iam ondbacks, o 
treinador Bob Brenly ou os arremessadores campeões Randy Johnson e 
Curt Schilling?
E claro que comentaristas e torcedores poderiam discutir horas a 
fio nas resenhas esportivas do rádio sobre esse tipo de pergunta. Alguns 
poderiam dizer que Johnson e Schilling eram mais valiosos, pois dividiam o 
Most Valuable Player Award.5** Outros poderiam dizer que Brenly era mais 
valioso, porque somente ele teve a capacidade de treinar e de fazer campeão, 
um time jovem. O debate não faz sentido, porque, para ser vitorioso, o 
Diamondbacks precisava tanto do treinador quanto dos arremessadores, e 
também de muitos outros jogadores. A verdade é que Brenly, Johnson e 
Schilling eram igualmente valiosos e merecedores de igual honra.
Contudo, de uma coisa não há dúvida: Bob Brenly tinha muito mais 
autoridade do que qualquer jogador. Era ele quem dizia a Johnson e a 
Schilling quando podiam jogar e quando tinham de sair do jogo e eles, 
mesmo que não gostassem, seguiam as suas instruções. Papéis diferentes, 
autoridade diferente, mas igual valor e importância.
Na verdade, maior autoridade, nesse caso, não resulta em maior 
honra. Mesmo que o treinador tivesse maior autoridade, os jogadores é 
que recebem muito maior honra dos fãs. Foram eles os verdadeiros he­
róis do Arizona em 2001, foram eles que receberam as aclamações mais 
estrepitantes das multidões.
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60 CONFRONTANDO O FEMINISMO EVANGÉLICO
Em muitas outras atividades humanas isso também é verdadeiro. Numa 
universidade, o reitor e os chefes de departamento têm mais autoridade que 
o corpo docente. Mas os estudantes procuram a universidade em função do 
que aprenderão com os professores. Tanto a administração quanto o corpo 
docente são valiosos, e, no mínimo, de igual valor, mas não são iguais na 
autoridade nem têm papéis idênticos.
Na igreja, os presbíteros (ou outros líderes) têm maior autoridade, 
mas todos os crentes têm igual valor diante de Deus. No comitê de uma 
igreja, o seu líder detém maior autoridade, mas nãotem maior valor como 
pessoa. Numa família, os pais têm autoridade sobre os filhos, mas, para 
Deus, os filhos têm o mesmo valor que eles. Num município, o prefeito tem 
maior autoridade, mas não tem maior valor para a cidade do que muitos de 
seus cidadãos.
Portanto, a básica alegação igualitarista de que “se homens e mulheres 
receberam de Deus papéis e autoridades diferentes, então não podemos ser 
iguais”, é uma suposição improvável e, simplesmente, não é verdadeira na 
vivência humana.
Jesus ensinou a xnesma coisa:
Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem 
autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se 
grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós 
será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas 
para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mt 20.25-28).
Ter maior autoridade não significa necessariamente ser maior à vista 
de Deus. Na perspectiva bíblica, ter autoridade sobre os outros e ter valor à 
vista de Deus são coisas completamente separadas.6
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O GOVERNO MASCULINO 
É RESULTADO DA QUEDA
ALEGAÇÃO IGUALITÁRIA: Em Gênesis 1-3, o governo 
masculino só se manifestou depois da Queda e é, por 
isso, produto do pecado.
Essa é a alegação fundamental de todo escritor igualitarista que 
conheço. Gilbert Bilezikian escreve o seguinte sobre Adão e Eva:
Em vez de satisfazer o desejo dela e de proporcionar um ambiente familiar de 
sustento e cuidados recíprocos, ele a governará [...] A indicação mais evidente dessa 
declaração (Gn 3.16), conferindo o governo a Adão em conseqüência da Queda, é 
que, antes da Queda, ele não era o governador de Eva.1
E Rebecca Groothuis diz:
Na verdade, não há a menção de governo de nenhum cônjuge sobre o outro - até que 
eles caíram em pecado, quando Deus diz à mulher: “ele te governará” (3.16). Deus 
declara isso não como uma ordem, mas como uma conseqüência do pecado deles.2
❖ Resposta n° 1: Há, pelo menos, dez argumentos que comprovam 
que o governo masculino já existia antes da Queda.
1. A ordem'. Adão foi criado primeiro e Eva, depois (preste atenção à 
seqüência em Gn 2.7; 18-23; lTm2.13).
2. A representação'. Era Adão, não Eva, quem tinha o papel especial 
de representar a raça humana (ICo 15.22-45-49; Rm 5.12-21).
3. A nomeação da mulher. Adão deu nome a Eva; Eva não deu nome 
a Adão (Gn 2.23).
4. A nomeação da raça humana: Deus deu à raça humana o nome de 
“Homem”, não o de “Mulher” (Gn 5.2).
5. A responsabilidade primária: Depois da Queda, Deus chamou 
primeiro a Adão para que lhe prestasse contas (Gn 3.9).
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6. O propósito: Deus criou Eva para ser a auxiliadora de Adão, não 
Adão para ser o auxiliador de Eva (Gn 2.18; ICo 11.9).
7. O conflito: O pecado causou a distorção dos papéis já existentes, 
não a introdução de novos papéis (Gn 3.16).
8. A restauração'. A salvação em Cristo no Novo Testamento reafirma 
a ordem da criação (Cl 3.18,19).
9. O mistério: O casamento desde o princípio da criação era uma 
figura da relação de Cristo com a sua Igreja (Ef 5.32,33).
10. O paralelismo com a Trindade'. Igualdade, diferenças e unidade 
entre homens e mulheres refletem igualdade, diferenças e unidade na 
Trindade (ICo 11.3).
❖ Resposta n° 2: É verdade que o governo masculino opressivo só 
surgiu depois da Queda, mas o governo masculino e a exclusiva autoridade 
masculina no casamento existia de fato antes da Queda.
Conforme explicado no capítulo 1, quando Deus castigou Adão e Eva 
depois da Queda, a sua declaração, “ele te governará” (Gn 3.16), indicava 
um governo mediante grande poder, que entre os seres humanos pecadores 
resulta quase sempre em domínio severo e opressivo. Mas isso é parte da 
maldição de Deus decorrente do pecado, e não devemos sustentá-lo nem 
perpetuá-lo.
Em vez de um governo cruel e opressivo, a Bíblia restaura a beleza 
da situação de Adão e Eva antes da Queda quando diz: “Esposas, sede 
submissas ao próprio marido, como convém no Senhor. Maridos, amai 
vossa esposa e não a trateis com amargura” (Cl 3.18,19).
É essa a beleza do relacionamento original entre Adão e Eva que o 
Novo Testamento está restaurando na nossa nova criação em Cristo.
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SER AUXILIADORA 
SIGNIFICA SER IGUAL
ALEGAÇÃO IGUALITÁRIA: A palavra “auxiliadora” 
aplicada a Eva significa que Eva tem status igual ou 
mesmo superior ao de Adão.
Rebecca Groothuis diz:
Se o termo “auxiliador” refere-se com mais freqüência a Deus, cujo status é cla­
ramente superior ao nosso [...] então, não há justificativa para se inferir um status 
subordinado na designação da mulher como “auxiliadora”.1
Stanley Grenz alega algo parecido:
O debate sobre Gênesis 2, versículos 18 e 20, gira em tomo do sentido da expressão 
‘êzer kenegdô (auxiliadora que lhe seja idônea). Os igualitaristas não apenas contes­
tam a alegação complementarista de que auxiliadora significa “subordinada”, como 
também defendem que a designação hebraica indica claramente a igualdade dos se­
xos. Alvera Mickelsen, por exemplo, observa que na Bíblia a palavra ‘êzer (traduzida 
“auxiliador” ou “auxiliadora”) nunca é usada para um subordinado.2
❖ Resposta n° 1: A palavra auxiliador (hebraico ‘êzer) é usada para 
Deus, portanto, o papel de auxiliador é um papel honorável.
Concordo com os igualitaristas que essa palavra hebraica é usada com 
mais freqüência para se referir a Deus no Antigo Testamento. Por exemplo, 
“Nossa alma espera no Senhor, nosso auxílio [ ‘êzer, auxiliador] e escudo” 
(SI 33.20), ou, “O meu socorro [ ‘êzer, auxiliador] vem do Senhor, que fez 
o céu e a terra” (SI 121.2).
Embora também seja possível usar essa palavra de outras formas, o 
fato de Deus chamar a si mesmo de nosso “auxiliador” confere dignidade e 
honra a esse papel e título.
❖ Resposta n° 2: A palavra auxiliador (heb. êzer) não coloca termo à 
questão da autoridade, ou hierarquia, inferior e superior.
Quem auxilia [ou socorre] pode ser superior, igual ou inferior ao 
auxiliado.
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64 CONFRONTANDO O FEMINISMO EVANGÉLICO
Deus é algumas vezes denominado de nosso auxiliador (veja 
anteriormente), e ele é superior a nós. De outro lado, o “auxiliador” pode 
ser alguém de menor escalão ou autoridade, como quando Deus se refere ao 
príncipe de Jerusalém: “A todos os ventos espalharei todos os que, para o 
ajudarem [ ‘êzer\, estão ao redor dele, e todas as suas tropas; desembainharei 
a espada após eles” (Ez 12.14). (Isso significa que os igualitaristas estão 
incorretos ao afirmarem que essa palavra nunca é usada para alguém de 
status ou hierarquia inferior.)3 E a forma feminina intimamente aparentada 
desse substantivo pode ser usada para um igual, como quando um exército 
socorre outro. Por exemplo, disse Deus ao rei de Judá: “Eis que o exército 
de Faraó, que saiu em vosso socorro [literalmente, que vos veio como 
auxiliador ou ‘socorredor’], voltará para a sua terra, no Egito” (Jr 37.7).4 Se 
ampliarmos as nossas considerações ao verbo relativo “auxiliar, socorrer” 
( ‘ãzar), veremos muitos mais exemplos de pessoas de menor hierarquia, 
autoridade ou poder auxiliando, ou socorrendo (veja, por exemplo, 2Sm 
21.17; lCr 12.1).5 Portanto, auxiliador {‘êzer) não pode encerrar a questão 
para nós. Ela tem de ser decidida em outras bases.
Como o Antigo Testamento trata quase exclusivamente dos diversos 
modos como Deus socorre o seu povo, não surpreende que essa palavra 
quase sempre se refira a Deus como aquele que nos socorre [ou auxilia]. 
Todavia, isso não determina que o auxiliador seja indispensavelmente de 
maior autoridade ou escalão, tampouco que seja divino, ou semelhante a um 
deus, ou outra coisa qualquer. A palavra significa apenas que o auxiliador é 
alguém que auxilia, seja qual for o contexto específico.
❖ Resposta n° 3: A criação de Eva como “auxiliadora que lhe seja 
idônea”, indica a criação do papel de uma auxiliar que seria benéfica 
para Adão.
Eimportante ler toda a sentença de Gênesis 2.18. Conforme já cha­
mamos a atenção no capítulo 1, Deus fez Eva para suprir Adão de uma au­
xiliadora, alguém que em virtude da criação atuasse como seu auxiliador.
Disse mais o S e n h o r Deus: Não é bom que o homem esteja s ó ; far-lhe-ei uma
auxiliadora que lhe seja idônea (Gn 2.18).
O texto hebraico pode ser traduzido literalmente como, “Farei para 
ele [hebraico /e-] uma auxiliadora apropriada para ele”. O apóstolo Paulo 
compreende isso tão plenamente que em 1 Coríntios 11 escreveu: “o 
homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do 
homem” (v. 9). O papel de Eva, e o propósito que Deus tinha em mente ao 
criá-la, era o de ser “uma auxiliadora apropriada para ele”. Normalmente
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Ser auxiliadora significa ser iguai 65
os igualitaristas focalizam a palavra auxiliadora por si mesma, a qual não 
decide nada, e se negam a levar em consideração que o apóstolo Paulo 
enfatizava o relacionamento decorrente da locução “para ele” na frase 
“farei para ele uma auxiliadora”.
Deus, porém, enfatiza na mesma sentença que a mulher não auxi­
liará o homem como alguém inferior a ele. Antes, será “uma auxiliadora 
apropriada para ele”, e aqui a palavra hebraica kenegdô significa uma auxi­
liadora que corresponda a ele, isto é, “adequada, apropriada, que convém 
perfeitamente a ele”.6 Eva, portanto, foi criada para ser uma auxiliadora, 
mas uma auxiliadora igual a Adão e diferente dele; diferente dele naquilo 
que complementaria exatamente quem Adão era.
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CRIAÇÃO PRÉVIA 
E GOVERNO ANIMAL
ALEGAÇÃO IGUALITÁRIA: Se a criação prévia deu au­
toridade a Adão, a mesma lógica exigiria que os ani­
mais nos governassem, pois foram criados primeiro.
Essa é uma alegação igualitarista comum. Gilbert Bilezikian escreveu:
Se a origem em primeiro lugar for a norma que confere domínio ao primeiro da fila, 
Adão e Eva ficam submetidos ao governo dos animais. Segundo Gênesis 1, os animais 
foram criados antes dos humanos. Portanto, deveriam governar os humanos. E óbvio 
o absurdo dessa teoria. Primazia temporal não confere grau de superioridade.1
Linda Belleville diz coisa parecida:
O relato de Gênesis 2 certamente não apresenta nenhum significado para o governo 
do homem sobre a mulher. Na verdade, o fato de que os animais foram criados antes 
do homem deveria nos alertar para não chegarmos a uma conclusão deste tipo.2
*> Resposta n° 1: A autoridade nos relacionamentos entre seres 
humanos aplica-se somente a seres humanos.
A Bíblia outorga claramente aos seres humanos a autoridade para go­
vernar o reino animal: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e su­
jeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo 
animal que rasteja pela terra” (Gn 1.28). Vemos, portanto, no próprio Gêne­
sis, que a autoridade das coisas criadas em primeiro lugar não é uma regra 
absoluta, aplicável a tudo quanto foi criado. É um princípio limitado aplicá­
vel à criação de Adão e Eva, e isso está claro porque a Bíblia o vê assim.
Na verdade, quando a idéia da primogenitura (a idéia de que a 
liderança na família pertence ao primeiro filho) é aplicada às narrativas 
posteriores do Antigo Testamento, também não é um princípio absoluto. 
Ele se aplica ao filho mais velho, não à primeira filha. Aplica-se somente 
dentro de cada família, não às crianças da vizinhança nascidas depois. E,
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Criação prévia e governo animai 67
com certeza, não se aplica aos animais nascidos na casa da família antes 
dos filhos! O conceito é um princípio limitado aplicável à família humana 
e não há incoerência em limitar assim a sua aplicação à história de Adão e 
Eva. (Veja também p. 21).
*X* Resposta n° 2: Paulo vê a criação de Adão em primeiro lugar como 
importante para o relacionamento entre homens e mulheres.
A despeito de pensarmos se existe, ou não, algo significativo no fato de 
Adão ter sido criado antes de Eva, o apóstolo Paulo acreditava que isso era 
importante o suficiente para influenciar o modo como homens e mulheres 
deveriam se relacionar na igreja do Novo Testamento: “E não permito que 
a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; [...] Porque, primeiro, 
foi formado Adão, depois, Eva” (lTm 2.12,13). Levantar a objeção: “Bem, 
isso não pode estar certo porque assim os animais é que deveriam nos 
governar” é opor-se ao raciocínio da própria Palavra de Deus. Se quisermos 
continuar submissos à autoridade da Escritura, então devemos aceitar como 
válido o arrazoado de Paulo.
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