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Hipersensibilidade Tipo I

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Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta – 2021 
 
 
 
 
 
Caso clínico: manchas vermelhas com prurido. 
Ingestão de dipirona para coriza no dia de 
aparecimento – placas eritematosas edemaciadas, 
bordas irregulares, urticária. Medicado com anti-
histamínico e prednisolona oral. 
 
Reações alérgicas medicamentosas → medicações 
características; investigar, pois a segunda 
manifestação pode ser mais grave. 
 
 
Hipersensibilidade é reação exagerada do sistema 
imune a algo. Categorizada em 4 tipos. 
Tipo I = alergia ou atopia, chamada de imediata. 
Relaciona-se com IgE, células Th 2, mastócitos, 
eosinófilos e mediadores relacionados. 
 
Características gerais 
Resposta imediata poucos minutos após contato 
com alérgeno = antígeno que a desencadeia; e 
resposta tardia após poucas horas, caracterizada por 
acúmulo de leucócitos (neutrófilos, macrófagos e 
eosinófilos). 
Afeta ao menos 20% da população EUA e Europa. 
Manifestações clínicas variadas de acordo com 
quantidade de Ag e local de inoculação, em linhas 
gerais: 
• Aumento da permeabilidade vascular 
• Vasodilatação 
• Contração do músculo liso bronquial e visceral 
 
*Confusão pelo uso do termo “alergia” fora do 
contexto de hipersensibilidade tipo I – facilitar 
entendimento do paciente. 
 
Processos imunológicos 
Reposta Th 2, produção de IgE alérgeno-específica 
e ligação deles aos receptores nos mastócitos 
(também presentes em basófilos e eosinófilos) = 
sensibilização; 
IL-4, IL-5 e IL-13, produzidas pela Th 2, Tfh e ILC 
2 (céls linfoides inatas, mesmo perfil que Th 2, mas 
inatas, produzem desde a exposição); 
Processo desencadeado a partir da exposição 
repetida ao alérgeno, manifestações como erupções 
cutâneas, congestão nasal, broncoconstrição, 
diarreia e choque. 
Envolvidas também interações gene-ambiente. 
 
Natureza dos alérgenos 
Resposta específica IgE, timo-dependente uma vez 
que há troca de isotipo. 
→ Proteínas ou compostos químicos ligados a elas. 
Normalmente peso molecular baixo a mediano, 
facilitando sua difusão e estáveis nos fluidos 
corporais, não degradados. Alguns possuem 
estrutura glicosilada, confere proteção contra 
desnaturação e degradação no TGI. Antígenos não 
proteicos são timo-independentes, induzem 
resposta LTh (dependente) por conjugação com 
auto-proteínas. 
 
Principais citocinas 
• IL-4: recruta eosinófilos, amplifica Th 2 e 
promova troca de isotipo de IgE. 
• IL-5: ativa eosinófilos. 
 
Hipersensibilidade 
Tipo I 
Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta – 2021 
 
• IL-13: estimula secreção de muco por céls 
epiteliais. 
Muito produzidas por Th 2, mas início com 
reconhecimento pelas inatas. 
 
Sequência de eventos 
Exposição ao alérgeno; ativação da resposta imune 
inata (DC, ILC 2) e então adaptativa (Th 2 e Tfh, 
LB produz IgE; sensibilização (IgE liga ao FcεR). 
Exposição repetida; ligação do alérgeno ao 
anticorpo ativando os mastócitos já sensibilizados; 
liberação de mediadores e indução de reações 
patológicas. 
 
Ativação da resposta Th 2 
Evento causador do contato, como lesão epitelial, 
dermatite atópica (ausência de filagrina possibilita 
lesões e passagem dos alérgenos, componente dos 
queratinócitos – barreira epitelial). Células 
epiteliais produzem IL-25, IL-33 e TSLP 
mobilizando DC para linfonodo. 
• Propensão genética > Th 2. 
DC reconhece alérgeno e induz resposta, conduz 
diferenciação Th 2 e Tfh produtoras de IL-4, IL-5 
e IL-13; LT naive torna-se efetor, interage com LB 
para troca de isotipo. 
ILC 2 produz mais citocinas, Th 2 migram para 
sítios da exposição e Tfh permanecem nos órgãos 
linfoides. 
 
Ativação de LB 
LB específicos; timo-dependente (CD40 / CD40L, 
citocinas IL-4 e IL-13), troca de isotipo IgE. 
Condições normais < 1 µg/ml e patológicas até > 
1000 µg/ml. Etapa de sensibilização, receptores em 
mastócitos teciduais, basófilos e eosinófilos 
circulantes. 
 
 
 
 
FcεR 
Anticorpo se liga pela região Fc, deixando Fab 
disponível (futura ligação com alérgeno). 
Há domínios de ativação (tams), assim como TCR. 
Sinalizam para a célula quando ativada 
 
 
Ativação de mastócitos 
Depois de sensibilizado com IgE ligado ao seu 
receptor na 1ª exposição. Ao próximo contato 
alérgeno se liga no IgE, anticorpo só exerce sua 
função quando ligado ao antígeno e célula só é 
ativada se houver ao menos 2 receptores Fc 
adjacentes - ligação cruzada. 
Liberação de mediadores (conteúdo dos grânulos 
pronto), por isso reação imediata. 
Céls ativadas passam a produzir citocinas, reação 
de fase tardia. 
 
 
 
Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta – 2021 
 
 
 
 
 
Ocorre toda uma cascata de ativação dentro da célula. 
Grânulos se fundem com a membrana e há exocitose. 
 
Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta – 2021 
 
Reação imediata associada à degranulação dos 
mastócitos, levando a quadro de edema e congestão 
vascular. Reação tardia associada à produção de 
citocinas, recrutamento de leucócitos. 
 
Testes de sensibilidade 
Injeção intradérmica de dose segura do alérgeno, se 
há mastócitos sensibilizados ocorre reação. 
Pápula – inchaço pelo extravasamento de plasma e 
proteínas. 
Eritema – vasos sanguíneos dilatados ao redor, 
borda vermelha. 
• Surge em 5-10 min e desaparece em menos 
de 1 hora. 
 
→ Reação tardia de 2-4 horas; 
Acúmulo de leucócitos por citocinas que 
promovem esse influxo (neutrófilos, eosinófilos, 
basófilos, LTh 2 – CD4). Pode ocorrer sem 
nenhuma reação imediata – não ocorreu ou não foi 
detectada. Variação conforme e a dose. 
 
Suscetibilidade à alergia 
Regiões do genoma associadas a esse aumento, 
mesmo assim questão multifatorial. Órgão-alvo da 
doença atópica é variável e manifestação clínica 
também, dentro da mesma família. 
 
Fatores ambientais 
• Hipótese da higiene: exposição nas 
primeiras fases da vida leva à alteração na 
microbiota e reduz resposta Th 2 exacerbada 
(tendência natural), equilibrando com Th 1. 
Mais higiênico = mais atópico. 
Infecções respiratórias virais e bacterianas podem 
predispor asma, danificam barreira de mucosa. 
 
Doenças alérgicas 
Mais comuns: rinite alérgica, asma brônquica, 
dermatite atópica e alergias alimentares. 
Manifestações dependem do tecido que atuam, 
dose do alérgeno e cronicidade do processo 
inflamatório (quantidade de exposições). 
 
Reações alérgicas como anafilaxia sistêmica, 
urticária aguda, rinoconjuntivite sazonal (febre do 
feno), asma. 
 
Anafilaxia sistêmica 
• Edema em muitos tecidos com queda da PA 
secundária à vasodilatação e extravasamento 
celular. 
Resultado geralmente de introdução do alérgeno 
por injeção (picadas de insetos ou fármacos); 
absorção ao longo da mucosa intestinal por 
alimentos. 
Ativação de mastócitos em muitos tecidos, 
mediadores com acesso vascular em todo o corpo 
→ edema de laringe, broncoconstrição, produção 
excessiva de muco, diarreia (hipermotilidade 
intestinal). 
Epinefrina sistêmica é base do tratamento, reverter 
broncoconstrição e vasodilatação dos mediadores 
de mastócitos, melhora DC. 
 
Asma brônquica 
Obstrução reversível do fluxo de ar por excesso de 
muco (espesso). Hipertrofia das céls musculares 
lisas e infiltração inflamatória na submucosa com 
muitos linfócitos e eosinófilos. 
Imunologia Aplicada À Medicina Luiza Marinho Motta – 2021 
 
 
 
Rinite alérgica 
Edema de mucosa,infiltração leucocitária, 
conjuntivite alérgica associada, secreção de muco, 
espirros e tosse, dificuldade respiratória. Maior 
causa são ácaros, tratamento com anti-
histamínicos. 
 
Alergias alimentares 
Prurido, edema tecidual, peristaltismo aumentado, 
possível anafilaxia. Induzidas por imaturidade do 
sistema imune das mucosas, aumento hereditário 
de sua permeabilidade, introdução alimentar 
precoce, deficiência IgA, infecções intestinais, 
genética para Th 2, danos ao sistema nervoso 
entérico, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tratamentos 
“Vacina de alergia” – dessensibilização 
Aplicações constantes em pequenas quantidades do 
alérgeno, eficácia variada. 
Mecanismo não completamente esclarecido, há 
casos de aumento progressivo de dose, associado 
ao mecanismo de tolerância → induzir resposta T 
regulatória (alérgeno-específica, atua no LB e 
supressão de LT efetor, diminui produção de 
citocinas Th 2). 
 
 
Papel protetor dessas reações imunes 
Erradicação de helmintos, bactérias (mastócitos 
tem papel com TNF), papel também na destruição 
de alguns venenos de cobra e inseto pelas proteases 
liberadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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