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ANÁLISE DO FILME PERFUME

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ANÁLISE DO FILME PERFUME-A HISTÓRIA DE UM ASSASINO
O filme nos traz como personagem principal Jean Baptiste, nasce com uma anormalidade: não tem odor algum. Após o seu nascimento ele foi desprezado pela mãe numa barraca de peixe, junto aos restos de vísceras, em meio a sujeira, momento em que ele chora, e todos percebem que a sua mãe o havia rejeitado e assim a condenaram a morte. Assim ele ficou com as mães de leite que o abandonou também, devido a voracidade ao mamar. Assim foi levado para o orfanato, lá ele descobre o seu dom, seu olfato aguçado. Apesar das situações adversas que ele passou, ele tinha muita pulsão de vida e queria sobreviver. Ele foi entregue a um convento, que o batizou com o nome de Jean-Baptiste. Foi criado no convento, que o entregou a outra ama de leite. Essa ama procura o padre depois e devolve a criança.
Sobreviveu a uma infância de maus-tratos num orfanato, trabalhou como escravo num curtume até tornar-se aprendiz do famoso perfumista Baldini. Entretanto não era um ser humano comum. Ele possuía o dom extraordinário de identificar o odor de todas as coisas; habilidade que lhe permitiu, em pouco tempo, superar seu mestre na arte de misturar essências. Mas a obsessão em eternizar todos os aromas e manipular o perfume perfeito arrastou o perfumista à uma realidade que fugia ao controle da razão, transformando sua vida numa história de loucura e horror, buscando sempre a essência perfeita, porém ele descobre que a base do seu perfume só podia ser extraída de uma fonte bastante incomum.
O enredo explora o sentido do olfato, relacionando o emocional de Jean-Baptiste com todos os aromas que permeiam sua existência desde sua concepção em 17/07/1738, na França do século XVIII: mais do que uma história romanceada acerca de um dos 5 sentidos humanos, a história trata-se de uma eterna busca por identidade, sendo que a versão do filme atrai não apenas pelo enredo, mas também pela poesia de sua narrativa bastante enfatizada pela estética belíssima das paisagens e mensagem moralizante acerca do espírito humano. Jean aprende que um perfume é composto por 4 essências ou notas: 3 acordes – Cabeça (Primeira nota que serve de impressão, deve durar alguns minutos); Coração (segunda nota que serve de tema do perfume, com duração de várias horas); e nota de fundo (que vem a ser o rastro do perfume, que deve durar vários dias. Jean-Baptiste compreende “a alma das pessoas como algo possível de ser captado através de sua essência natural”. O menino inicia sua pesquisa incessante atrás de meios de captar todos os cheiros do mundo, sentindo-se frustrado ao não conseguir bons resultados utilizando as técnicas já ensinadas por Baldini.
Jean conhece Laura, uma linda menina ruiva. A segue e chega até um local repleto de campos de lavanda, onde passa a trabalhar em um atelier de aromas e aprende a técnica de enflorarem, que consiste na morte das flores de forma devagar e delicada, onde as flores são submersas em gordura animal. Jean realiza seu primeiro experimento com a nova técnica, matando uma jovem colhedora de lavanda. Esta menina seria a primeira nota de seu ambicioso projeto de produção de perfume a partir da essência humana, porém não obtém resultado positivo, mesmo fervendo a garota em banha animal, Jean, se transformou num serial Keller, vitimando várias mulheres e se tornando o mais procurado e temeroso assassino que assombrava as mulheres e a sociedade. 
No meu entendimento, Jean-Baptiste foi uma vítima, não conheceu o amor, nem mesmo o carinho de sua família, como poderia ser diferente considerando sua história. Para o protagonista, a essência, o aroma parece estar ligado à alma, se Jean não tinha cheiro, é provável que também não tinha sentimentos. Com relação a psicologia cognitiva, podemos perceber através do filme como as pessoas não reagem diretamente aos acontecimentos mais sim à representação mental que fazem tais acontecimentos se encontrar normais pelos princípios e parâmetros da aprendizagem, e como isso afeta o comportamento, ou seja, o que sentimos depende daquilo que pensamos, a nossa atividade cognitiva pode registrar, pode acompanhar e até alterar o nosso comportamento.
Podemos ver no filme, onde ele mata as moças e age como se fosse normal ou necessário a morte das mesmas, simplesmente porque ele entendia que precisava encontrar a melhor essência. Pois era a forma que ele via o mundo, sem sentimentos, sem reação e sem amor. Pois, não recebeu, não aprendeu e ele só praticava o que estava no seu mapa mental. Ou seja, no filme só foi exposto a forma de conhecimento e de sentimentos do Jean Baptiste, ou seja, manipulação das percepções, formando o pensamento em si e do outro.
Enfim, é através da nossa cognição que percebemos, aprendemos, lembramos e podemos representar através das nossas percepções, pensamentos e memórias. E a partir desses conhecimentos que desenvolveremos os nossos sentidos.

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