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Hemostasia: Equilíbrio entre Hemorragia e Trombose

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• Pode ser definida como o equilíbrio entre a 
hemorragia e a trombose. O sangue deve correr 
no sistema circulatório de maneira fluida. 
• Caso ocorra uma das duas situações, o 
organismo deve possuir mecanismos que 
inibam as hemorragias e a formação do trombo. 
• Os vasos devem estar íntegros e com 
elasticidade. 
• Pode ser dividida em: Primária e secundária. 
 
 
Hemostasia primária 
Lesão vascular → Hemostasia primária → 
Coagulação → Fibrinólise → Regeneração tecidual 
Hemostasia, Coagulação e Fibrinólise são 
processos sequenciais que ocorrem desde o 
momento de uma lesão vascular até 72 horas 
depois da lesão, finalizando com a regeneração 
tecidual. 
Ocorre na microcirculação e tem a participação 
dos vasos sanguíneos, das plaquetas e das células 
endoteliais. Alterações na hemostasia primária 
caracterizam as púrpuras. 
 
Púrpura: É a presença de sangue fora dos vasos 
sanguíneos na pele ou nas mucosas. Como a 
camada cutânea é levemente transparente, este 
sangue é então visto como uma mancha roxa. Seu 
tamanho é variável, conforme o volume de sangue 
extravasado. Se a quantidade de sangue é muito 
pequena, mas as pequeninas manchas são em 
grande número costuma-se chama-las de 
petéquias, guardando o nome de púrpura para as 
manchas maiores. 
Púrpura 
 
Petéquias 
 
PLAQUETAS 
São estruturas derivadas do citoplasma do 
megacariócito, não são consideradas células, pois 
não tem núcleo e não fazem divisão celular. 
• Circulam de 8 a 10 dias e são retiradas pelo 
baço; 
• São responsáveis pela hemostasia primária 
(adesão e agregação), participam da 
hemostasia secundária, estão envolvidas na 
formação de trombos e são causas de 
patologias (trombocitopenia, trombocitoses) e 
por alteração na função; 
• Em condições fisiológicas não estão ativadas e 
seu número varia entre 150.000 a 450.000; 
• Sua produção inicia-se no saco vitelínico, 
depois para o tecido hepático fetal e depois, 
perto do nascimento, na medula óssea. Sua 
produção é estimulada pela Trombopoetina. 
 
As plaquetas apresentam membrana plasmática, 
citoesqueleto, organelas plaquetárias e sistema de 
membranas. 
• A membrana plasmática é similar a todas 
membranas citoplasmáticas. E os fosfolipídios 
estão relacionados a ativação plaquetária e as 
proteínas são receptores das plaquetas com o 
meio externo. As integrinas são responsáveis 
pela interação das plaquetas com o 
fibrinogênio. 
• O citoesqueleto é formado por espectrina e 
actina. Dá forma à plaqueta (microtúbulos e 
microfilamentos) e auxilia na adesão 
plaquetária, uma vez que confere à plaqueta a 
forma ameboide com a projeção de 
pseudópodes; 
• As organelas plaquetárias são: Peroxissomos 
(FAP); Mitocôndrias, Lisossomos; Corpos 
densos (Cálcio, serotonina, ADP e ATP) – 
agregação plaquetária; Grânulos alfa (fator 
plaquetário 4 – inibe a coagulação, FvW, fator V, 
fibrinogênio colágeno, heparina e a P-selectina 
– migração de plaquetas para o trombo; 
• Os sistemas de membranas são dois: Canicular 
aberto (ligam o interior com o exterior) e o 
Tubular denso (liberação de cálcio e produção 
de prostaglandinas e tromboxano). 
Ativação plaquetária: Atua na hemostasia primária 
e secundária, ativação (mudança no citoesqueleto), 
adesão (exposição do colágeno e do FvW) e 
agregação (mudança de forma e aumento na 
secreção do conteúdo das organelas ativando 
novas plaquetas). 
Inibição da função plaquetária: Aumento do 
AMPcíclico (ativa adenilciclase ou inibe a 
fosfodesterase, aumenta a conversão do ATP e 
diminui a concentração de cálcio); PGI2; óxido 
nítrico, antiprotrombina, células endoteliais 
intactas. 
Papel da plaqueta na hemostasia: Na deficiência 
plaquetária temos: púrpuras, equimoses, 
gengivorragias e epistaxe. Na hemostasia 
secundária serve como local físico para a interação 
dos fatores de coagulação quando ativada. Faz a 
retração do coágulo pela contração do seu 
citoplasma pela ação da actomiosina. 
 
Hemostasia secundária 
Participam: Plaquetas, células endoteliais, fatores 
da coagulação, inibidores fisiológicos da 
coagulação, sistema fibrinolítico e mecanismos 
antifibrinolíticos. 
Alterações na hemostasia secundária caracterizam 
as coagulopatias. 
Fatores da Coagulação 
Não estão relacionados como um fator plasmático 
da coagulação: tromboplastina tecidual e o Cálcio 
ionizado. 
Podem ser divididos em: Zimogênios; co-fatores e 
proteínas estruturais. 
Zimogênios: Circulam de forma inativa e precisam 
serem ativados para que possam ativar outros 
fatores da coagulação. Além disso, podem ser 
divididos em dependentes de vitamina K (Fatores 
II, VII, IX, e X) e não-dependentes de vitamina K 
(Fatores XI, XII, e XIII); 
Co-fatores: Agem juntamente com os zimogênios. 
Pacientes com deficiência em um co-fator pode 
desencadear uma coagulopatia grave como a 
HEMOFILIA pela ausência do fator VIII. Podem ser 
divididos em fatores solúveis (Fatores V, VIII e o 
fator de von willebrand (FvW) e celulares 
(Tromboplastina tecidual ou fator celular ou fator 
III). 
Proteínas estruturais: Representada pelo 
fibrinogênio que origina a fibrina (resultado final da 
cascata da coagulação). 
Zimogênios: dependentes de v itamina K (Fatores 
II, VII, IX e X) 
São sintetizados no fígado e devem ser 
carboxilados e esta reação é dependente de 
vitamina K. 
 
Ciclo da v itamina K 
 
Fator II: Também chamado de protrombina ou 
forma inativa da trombina. Tem sua síntese no 
fígado e cérebro (proteína de 579 aa) pelo 
cromossomo 11. A trombina apresenta duas 
ações: pró-coagulante e anticoagulante. 
• Pró-coagulante: Transforma o fibrinogênio 
em fibrina pela ativação dos fatores V, VIII, 
XI e XIII, ativa plaquetas e pela secreção do 
FvW. 
• Anticoagulante: Limita a formação do 
coágulo no local da lesão, pelo estímulo do 
endotélio a secretar substâncias que 
inibem as plaquetas, causam 
vasodilatação e liberam ativadores 
teciduais do plasminogênio. Pode se ligar 
à trombomodulina (co-fator da trombina) e 
ativa o complexo proteína C-S (inibidor 
fisiológico da coagulação). Atua na 
aterosclerose, cicatrização e inflamação. 
Fator VII: O cromossomo 13 é o que codifica a sua 
produção no fígado e possui 406 aa. Possui duas 
formas: A ativada e a não-ativada. Ativa o fator X 
na presença do fator tissular (tromboplastina ou 
fator III). Ativa a via extrínseca da coagulação. Atua 
também na via intrínseca ativando o fator IX mais o 
fator VIII, plaquetas e Cálcio, ativam o fator X. 
Fator IX: Está presente no braço longo do 
cromossomo X, portanto sua deficiência é uma 
herança ligada ao sexo. Possui 415 aa. É ativado 
pela via extrínseca pelo fator VII ativado e pode ser 
ativado pela via intrínseca pelo fator XI ativado. 
Tem como co-fator o VIII ativado. Essa ativação é 
dependente de cálcio. 
Fator X: Está presente no cromossomo 13. Sua 
ativação marca o início da via comum, ou seja, ele 
é ativado pelas duas vias. Apresenta atividade anti-
inflamatória e é mitogênico para células 
musculares. 
Zimogênios: não dependentes de v itamina K 
(Fatores XI, XII e XIII) 
Fator XI: O cromossomo 4 possui o gene que 
codifica este fator com 607 aa. Pertence à via 
intrínseca pela ativação do fator XII. Pode ser 
ativado pela via da trombina. 
Fator XII: O cromossomo 5 é o responsável pela 
produção deste fator com 596 aa. É chamado de 
fator de contato, pois é ativado por substâncias 
estranhas ao sangue como o vidro por exemplo. 
Possui funções biológicas importantes como: ativa 
o sistema fibrinolítico, ativa a cascata do 
complemento, é um mediador da resposta 
inflamatória e aumenta a produção de IL-1 e 6. 
Pode ser ativado também por endotoxinas 
bacterianas. 
Obs: Colágeno, Fator XII e cininogênios de alto 
peso molecular, pré-calicreína, calicreína e ativa o 
Fator XI. Medem a via intrínseca da coagulação 
(tempo de coagulação e TTP). A calicreína está 
ligada ao sistema fribrinolítico e o complexo com a 
liberação de bradicinina. 
Fator XIII: Formado por duas subunidades A 
(cromossomo 6)e B (cromossomo 1). Este fator é 
encontrado no plasma, plaquetas, monócitos e 
macrófagos. Nas plaquetas expressa somente a 
porção A e representa 50% do fator ativado. Sua 
função é fazer ligações cruzadas entre as cadeias 
de fibrinogênio para estabilizar o coágulo de fibrina. 
O paciente com deficiência após um período volta 
a sangrar. 
Co-fatores 
Podem ser divididos em fatores solúveis (Fatores 
V, VIII e o fator de von Willebrand (FvW) e celulares 
(Tromboplastina tecidual ou fator celular ou fator 
III). 
Fator V: O cromossomo 1 é o responsável pela sua 
codificação. Pode ser ativado pela trombina ou 
pelo fator X ativado. É inativado pelo complexo 
proteína C-S. Mutações podem ocorrer em 
caucasóides causando uma hipercoagulabilidade. 
Essa mutação é conhecida como fator V de Leiden. 
Em heterozigoto o risco de trombo é de 8 vezes. 
Em homozigotos o risco aumenta em 100 vezes. 
Fator VIII: Localizado no cromossomo X, portanto 
uma herança ligada ao sexo. Formado por duas 
cadeias, essa associação é dependente de íon 
cobre. Este fator circula com o FvW, tornando-o 
mais susceptível à trombina e inibe a ação 
proteolítica do complexo proteína C-S. É ativado 
pela trombina e pelo fator X ativado. Sua inativação 
é feita pelo fator X ativado, pelo fator IX ativado, 
pela trombina e pelo complexo proteína C-S. 
Tromboplastina tecidual: Sintetizado pelo 
cromossomo 1 e está localizado na membrana 
plasmática das células endoteliais que revestem a 
luz dos vasos sanguíneos. Só aparece quando 
ativadas por processos inflamatórios ou por 
produtos bacterianos. Este fator mais o fator VII 
são os responsáveis pela iniciação fisiológica da 
cascata da coagulação. Macrófagos, células 
endoteliais e neutrófilos só expressam o fator III 
quando ativados. 
Proteína estrutural 
Representada pelo fibrinogênio que origina a 
fibrina (resultado final da cascata da coagulação). 
F ibrinogênio: Forma o coágulo sólido ao ser 
transformado em fibrina. Sua produção é 
coordenada pelo cromossomo 4 e sua síntese é 
hepática. O polímero de fibrina é estabilizado pelo 
fator XIII ativado. O fibrinogênio e a fibrina possuem 
receptores para as integrinas plaquetárias, o que 
permite a associação das plaquetas à rede de 
fibrina. É uma proteína de fase aguda e está 
relacionada com processos de aterosclerose e 
eventos vasculares isquêmicos e doença 
coronariana arterial. VHS aumentado e a IL-6 
aumenta a concentração desta proteína. 
 
Cascata da Coagulação 
 
• A finalidade da coagulação é formar o coágulo 
no local em que o vaso foi injuriado; 
• Evitar a hemorragia (ação pró-coagulante) e 
evitar que além do local lesionado, outros locais 
também ocorra a coagulação (ação 
anticoagulante). 
 
1. Presença do fator tissular no local injuriado; 
2. Ativação do fator VII, que ativa o fator X e o fator 
IX; 
3. O fator X ativado, age na protrombina e gera a 
trombina; 
4. A quantidade de trombina é pequena mas ativa 
os fatores V, VIII, XI e as plaquetas; 
5. Ativação (trombina), adesão e agregação (FvW 
e colágeno) das plaquetas; 
6. O fator VIII é ativado pela trombina e liga-se à 
plaqueta junto com o fator IX ativado, formando 
um complexo que ativa o fator X; 
7. O fator XI ativado pela trombina gera uma maior 
quantidade de fator X ativado; 
8. O fator X ativado se liga ao fator V ativado e age 
sobre a protrombina e a transforma em 
trombina; 
9. O fator XIII, ativado pela trombina, estabiliza o 
coágulo de fibrina; 
Vias 
1. A via extrínseca começa pela presença do fator 
tissular que ativa o fator VII; 
2. O fator VII também ativa o fator também ativa o 
fator IX e desencadeia a ativação da via 
intrínseca; 
3. O fator XII que necessita de contato na via 
intrínseca ativa o fator XI e este ativa o IX.

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