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Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes ................................... 6 (i) Reincidência ............................................................................................... 8 (ii) Disposições gerais acerca da segunda fase de aplicação da pena ...................... 10 1.1.1.3. Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição da pena ........ 11 1.1.1.4. Disposições finais ................................................................................ 13 2. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA ........................................................ 13 2.1. Conceito ................................................................................................. 13 2.2. Requisitos objetivos ............................................................................... 14 2.3. Requisitos subjetivos ............................................................................. 14 2.4. Espécies de sursis e condições ............................................................... 15 2.5. Revogação do sursis, prorrogação do prazo e cumprimento das obrigações ....................................................................................................... 16 3. LIVRAMENTO CONDICIONAL ..................................................................... 18 3.1. Conceito ................................................................................................. 18 3.2. Requisitos .............................................................................................. 19 3.2.1. Requisitos objetivos ................................................................................ 19 3.2.2. Requisitos subjetivos .............................................................................. 20 3.3. Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revogação e extinção do benefício ..................................................................................................... 21 4. MEDIDAS DE SEGURANÇA ......................................................................... 23 5. EFEITOS DA CONDENAÇÃO ........................................................................ 26 5.1. Natureza e espécies ............................................................................... 26 5.2. Efeitos genéricos .................................................................................... 28 5.2.1. Obrigação de reparar o dano .................................................................... 28 5.2.2. Confisco ................................................................................................ 29 5.3. Efeitos específicos .................................................................................. 29 %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3!()!112! 5.3.1. Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo ..................................... 29 5.3.2. Incapacidade para exercício do pátrio poder, tutela ou curatela .................... 30 5.3.3. Inabilitação para dirigir veículo ................................................................. 31 5.4. Reabilitação ........................................................................................... 32 5.4.1. Sigilo das condenações ........................................................................... 32 5.4.2. Efeitos secundários extrapenais da condenação .......................................... 33 5.4.3. Pressupostos e requisitos para a Reabilitação ............................................. 33 6. PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO .............................................................. 34 6.1. Introdução ............................................................................................. 34 6.2. Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição .................... 35 6.3. Prescrição .............................................................................................. 38 6.3.1. Prescrição da pretensão punitiva .............................................................. 38 6.3.2. Prescrição da pretensão executória ........................................................... 44 6.3.3. Disposições importantes sobre a prescrição ................................................ 46 7. DA AÇÃO PENAL NO CÓDIGO PENAL .......................................................... 47 8. RESUMO .................................................................................................... 49 9. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 61 10. EXERCÍCIOS COMENTADOS .................................................................... 79 11. GABARITO ............................................................................................ 115 Olá, meus amigos concurseiros! Na aula de hoje, dando seguimento ao nosso estudo, vamos estudar a aplicação das penas, bem como analisar diversos institutos relacionados à pena: livramento condicional, suspensão condicional da pena, efeitos da condenação e medidas de segurança (espécie de sanção penal), além da extinção da punibilidade e da ação penal. Bons estudos! Prof. Renan Araujo %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!112! 1.! DAS PENAS 1.1.! Aplicação das penas A aplicação da pena é o ato mediante o qual o Juiz, após o processo criminal, proferindo sentença penal condenatória, efetivamente aplica a sanção penal ao infrator. A doutrina o classifica como um ato discricionário do juridicamente vinculado, ou seja, o Juiz possui certo grau de discricionariedade na fixação da pena, mas deve respeitar os limites estabelecidos pela Lei. O sistema de aplicação da pena estabelecido pelo CP é o trifásico, no que tange à pena privativa de liberdade, pois ela é fixada após a superação de três etapas: Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1.1.1.! Etapas da fixação da pena privativa de liberdade Como vimos, na fixação da pena privativa de liberdade se adota um sistema trifásico. Da seguinte forma: SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE •! Fixação da pena-base •! Aplicação de agravantes e atenuantes •! Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena 1.1.1.1.! Fixação da pena-base Assim dispõe o art. 59 do CP: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)Essas circunstâncias mencionadas no art. 59 são chamadas de circunstâncias judiciais, e são levadas em consideração pelo Juiz para a fixação da pena-base. Quando favoráveis ao agente, trazem a pena-base para próximo do mínimo previsto. Quanto mais desfavoráveis, elevam a pena-base para mais próximo do máximo previsto. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!112! CUIDADO! Nesta etapa, ainda que as circunstâncias judiciais sejam extremamente favoráveis ao condenado, não pode o Juiz fixar a pena- base abaixo do mínimo legal. Além disso, as circunstâncias judiciais possuem um caráter subsidiário, ou seja, só podem ser levadas em consideração se não tiverem sido consideradas na previsão do tipo penal e não constituam circunstâncias legais (agravantes ou atenuantes) ou causas de aumento e diminuição da pena. EXEMPLO: Imagine que José é condenado por agredir um senhor de 85 anos. O Juiz não pode agravar a pena-base em razão das circunstâncias do crime (superioridade de forças em relação à vítima, que é pessoa vulnerável), pois essa circunstância é prevista no art. 61, II, h do CP como uma circunstância legal (agravante). Vejamos: Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Assim, se o Juiz aumentasse a pena-base por aquele motivo, e depois aplicasse a circunstância legal agravante, haveria o que se chama de Bis in idem, que é a consideração de uma mesma circunstância duas vezes em prejuízo do réu, o que não é permitido (Ou dupla punição pelo mesmo fato). E se o crime for qualificado, e o agente tiver praticado o crime mediante a prática de diversas qualificadoras? Nesse caso, o entendimento majoritário é o de que o Juiz deve levar apenas uma qualificadora em consideração para qualificar o crime, utilizando as demais como circunstâncias agravantes (se previstas) ou circunstâncias judiciais (que agravam a pena-base). EXEMPLO: Imaginem que Ronaldo cometeu homicídio por motivo torpe, mediante emboscada e com a finalidade de assegurar a ocultação de outro crime. Estas três situações (motivo torpe, emboscada e finalidade de assegurar a ocultação de outro crime) são qualificadoras do homicídio. Vejamos: § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; (...); IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6!()!112! V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Nesse caso, o Juiz considerará apenas um dos fatores para qualificar o crime, utilizando os demais como agravantes ou circunstâncias judiciais que aumentam a pena-base. Como todas as três situações são circunstâncias agravantes genéricas, o Juiz deverá utilizar as outras duas como agravantes. Nos termos do art. 61, II do CP: Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; Portanto, a utilização de algum fato como circunstância judicial se dá de maneira subsidiária, ou seja, somente se este fato ainda não tenha sido levado em conta na própria definição do crime ou não se trate de circunstância agravante ou causa de aumento de pena. Na fixação da pena-base, o Juiz deve partir do mínimo legal, e só poderá sair desse patamar se estiverem presentes circunstâncias desfavoráveis, devendo fundamentar a sua decisão. Algumas questões costumam ser bem polêmicas. Vamos a elas: •! Maus antecedentes – O STJ e o STF entendem que a mera existência de Inquéritos Policiais e ações penais em curso, sem trânsito em julgado1, não podem ser considerados como maus !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 No julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera condenação em segunda instância por um órgão colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o princípio da presunção de inocência, admitindo que a “culpa” (para fins de cumprimento da pena) já estaria formada nesse momento (embora a CF/88 seja expressa em sentido contrário). Isso significa que, possivelmente, teremos (num futuro breve) alteração nesta súmula do STJ e na jurisprudência consolidada do STF, de forma que ações penais em curso passem a poder ser consideradas como maus antecedentes, desde que haja, pelo menos, condenação em segunda instância por órgão colegiado (mesmo sem trânsito em julgado). HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 17.2.2016. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!7!()!112! antecedentes para aumento da pena-base, pois isso seria violação ao princípio da presunção de inocência (súmula 444 do STJ) •! Condenação anterior – Não pode ser considerada como mau antecedente, pois já é considerada como reincidência (agravante). •! Consequências do crime - Para que possam caracterizar circunstância judicial apta a aumentar pena base, devem ser consequências que não sejam as naturais do delito – EXEMPLO: O Juiz não pode aumentar a pena base de um homicídio consumado ao argumento de que a consequência do crime foi grave, já que a vítima morreu. Ora, em todo homicídio consumado é LÓGICO que a vítima morreu! •! Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixação de regime de cumprimento de pena mais gravoso – Não pode o julgador aumentar a pena base apenas por entender que o delito é, abstratamente, grave (pois isso já foi levado em conta pelo legislador ao fixar os patamares mínimo e máximo). Além disso, tal circunstância também não pode ser utilizada para a fixação de regime prisional mais gravoso que o naturalmente previsto para aquela quantidade de pena aplicada. Súmula 718 do STF: Súmula 718 do STF A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. 1.1.1.2.! Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes São circunstâncias legais, que agravam ou atenuam a pena fixada inicialmente (pena-base). São consideradas “genéricas” por estarem previstas na parte geral do CP. Existem, entretanto, atenuantes específicas, previstas para determinados tipos penais, como, por exemplo, a prevista no art. 398 do CTB – Código de Trânsito Brasileiro. As agravantes genéricas estão previstas nos arts. 61 a 62 do CP, e SÃO UM ROL TAXATIVO (somente aquelas). Nos termos do CP, as agravantes genéricas são: Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209,de 11.7.1984) a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!112! d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; (Redação dada pela Lei nº 9.318, de 1996) h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. Agravantes no caso de concurso de pessoas Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Já as atenuantes genéricas (favoráveis ao réu) estão previstas no art. 65 do CP, e são um ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO (conforme preconiza o art. 66 do CP), ou seja, podem ser utilizadas outras circunstâncias não previstas naquela lista. Nos termos do CP: Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!8!()!112! Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) A Doutrina entende, ainda, que as agravantes só se aplicam aos crimes dolosos (majoritária), exceto a agravante da reincidência.2 As circunstâncias legais (agravantes e atenuantes genéricas) são de aplicação obrigatória pelo Juiz. Em qualquer caso, a aplicação de uma agravante nunca pode levar a pena a ficar acima do máximo previsto para o crime. Assim, se o Juiz, ao fixar a pena base, a fixa no máximo legal, de nada servirá a agravante genérica. Da mesma forma, sendo fixada a pena-base no mínimo legal, a aplicação da atenuante não terá qualquer utilidade, pois a pena já estará no mínimo legal (súmula 231 do STJ). A Lei Penal, entretanto, não estabelece uma quantidade de diminuição ou aumento que deva ser aplicada. Esse critério é do Juiz. Com relação às agravantes, destacamos a reincidência, por ser extremamente complexa. Vamos estudá-la detalhadamente. (i)! Reincidência A reincidência é a prática de um crime após ter o agente sido condenado por sentença irrecorrível em outro crime, no Brasil ou no exterior (art. 63 do CP). No entanto, é possível a reincidência no caso de prática de contravenção após ter sido o agente condenado por sentença irrecorrível pela prática de crime ou contravenção. No entanto, a prática de crime após a condenação criminal irrecorrível por contravenção NÃO GERA REINCIDÊNCIA. Assim: INFRAÇÃO ANTERIOR INFRAÇÃO POSTERIOR RESULTADO CRIME CRIME REINCIDENTE CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO Resumindo, a prática de contravenção penal após a condenação irrecorrível por qualquer infração penal (contravenção ou crime), gera reincidência. Já a prática de crime só gera a condição de reincidente se a !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516 %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!9!()!112! condenação anterior se deu por outro crime, não gerando este efeito no caso de condenação anterior por contravenção. Assim, temos a absurda hipótese de alguém praticar duas contravenções e ser reincidente. Já no caso de prática de um crime posteriormente a uma condenação por contravenção, SERÁ PRIMÁRIO! Trata-se de brecha legislativa!3 Nos termos do art. 63 do CP: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Para que seja provada a reincidência, é necessário que haja certidão do cartório judicial acerca da condenação anterior (STJ). A reincidência pode ser: a) real – quando o agente comete novo crime após cumprir a pena anterior. b) ficta ou presumida – quando o agente pratica novo crime após a condenação anterior, pouco importando se tenha ou não cumprido a pena. O CP ADOTOU A TEORIA PRESUMIDA. A reincidência pode, ainda, ser: a) genérica – os crimes praticados são diversos. b) específica – os crimes praticados são previstos no mesmo tipo penal. Em regra, não se distingue uma da outra (genérica da específica), mas há situações em que a Lei estabelece consequências diferentes para o reincidente genérico e para o específico (essa última é sempre considerada mais grave). A reincidência só ocorrerá se o crime novo for praticado no período de até cinco anos a partir da data EM QUE A PENA ANTERIOR SE EXTINGUIU (e não a data da sentença), computando-se o período de prova da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não tiver havido revogação. ESSE PERÍODO SE CHAMA PERÍODO DEPURADOR. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 3 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 523 %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1:!()!112! CUIDADO! No crime anterior, se houve a extinção da punibilidade antes de ser proferida sentença condenatória irrecorrível, NUNCA HAVERÁ REINCIDÊNCIA, pois não chegou ahaver condenação irrecorrível. Assim, temos o reincidente (aquele que se enquadra nas situações explicadas) e o primário (aquele que não se enquadra nestas situações). Todavia, a Jurisprudência criou a figura do TECNICAMENTE PRIMÁRIO4, que é aquele camarada que possui condenação definitiva, mas não é reincidente, por não ter praticado crime após a condenação definitiva no outro, mas antes desta, ou por ter praticado esta nova infração após o PERÍODO DEPURADOR. Cuidado! Os crimes militares e os crimes políticos não geram reincidência no campo penal comum.5 (ii)! Disposições gerais acerca da segunda fase de aplicação da pena Havendo coexistência entre uma agravante e uma atenuante, não há, a princípio, compensação de uma por outra, devendo prevalecer aquela que for considerada preponderante. Mas qual será a preponderante? Será preponderante: •! Menoridade do agente (ser menor de 21 anos à época do fato) – PREPONDERA SOBRE TODAS!6 •! Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. •! Outras circunstâncias Nos termos do art. 67 do CP: Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Mas e se a atenuante e a agravante se referirem a fatores que se encontram no mesmo patamar? Nesse caso, aí sim haverá a !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 4 Boa parte da Doutrina entende que essa figura não existe. A pessoa seria, apenas, PRIMÁRIO. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524 5 Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 6 HC 274.758/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 05/03/2014 %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!112! compensação de uma pela outra, não se aplicando nenhuma delas (equivalência das circunstâncias).7 CUIDADO MASTER! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a compensação entre a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea. Vejamos: 1. Observadas as peculiaridades do caso, "É possível, na segunda fase da dosimetria da pena, a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea, por serem igualmente preponderantes, de acordo com o artigo 67 do Código Penal" (EREsp n. 1.154.752/RS, 3ª Seção, DJe 4/9/2012). 2. Entretanto, tal compensação deverá ser realizada à luz dos princípios da individualização da pena e da proporcionalidade, devendo o julgador atentar-se para a natureza e o grau de reincidência do réu. 3. Não há como acolher o pedido de compensação integral entre a reincidência e a confissão espontânea, pois o julgador, no cotejo entre as duas circunstâncias, destacou a múltipla reincidência do recorrente e as cinco condenações definitivas que ostenta, particularidade que justificou o agravamento proporcional da pena em apenas dois meses. 4. Recurso não provido. (REsp 1360952/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 09/12/2014, DJe 19/12/2014) Contudo, o STJ entende que é possível ao Juiz DEIXAR DE PROCEDER À COMPENSAÇÃO, se entender que, no caso concreto, o grau de reincidência do agente deva preponderar sobre a confissão espontânea (agente que é múltiplo reincidente8). 1.1.1.3.! Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição da pena Nessa fase, após ultrapassadas as duas primeiras, o Juiz verifica se há alguma causa de aumento ou diminuição da pena prevista para o caso. As causas de aumento e diminuição são obrigatórias ou facultativas (dependendo do caso), podendo estar previstas na parte geral ou na parte especial (genéricas ou específicas), podendo, ainda, ser fixas ou variáveis. Assim, elas podem ser: •! Obrigatórias ou facultativas – a depender da obrigatoriedade ou não de sua aplicação; •! Genéricas ou específicas – Se previstas na parte geral do CP ou na sua parte especial (ou na legislação especial); !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 7 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516 8 Também chamado de MULTIRREINCIDENTE. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524 %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!112! •! Fixas ou variáveis – Quando a quantidade de aumento e diminuição é fixa ou pode variar de acordo com o entendimento do Juiz. Ao contrário do que ocorre na segunda fase (circunstâncias agravantes e atenuantes), aqui a pena pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo legal previsto no tipo penal. EXEMPLO: Imagine um crime de furto simples, na modalidade tentada. Fixada a pena-base no mínimo legal, e não havendo circunstâncias agravantes ou atenuantes, chegamos à terceira fase com uma pena de 1 ano. Na terceira fase, DEVE o Juiz aplicar a causa de diminuição referente à tentativa (art. 14, § único do CP), que é de 1/3 a 2/3. Se o Juiz aplicar a redução máxima (2/3), a pena final será de apenas 04 meses (bem abaixo do mínimo previsto, de 01 ano). As causas de aumento e diminuição, como vimos, podem estar previstas na parte geral ou na parte especial. Diferentemente das circunstâncias atenuantes e agravantes, a quantidade de aumento ou diminuição é estabelecida pela Lei. Mas e se houver coexistência de causas de aumento e causas de diminuição? Se forem diversas, não há dificuldades, aplicando-se ambas (aplicam-se primeiro as causas de aumento, e depois, as causas de diminuição). O problema reside na coexistência de duas ou mais causas de aumento ou coexistência de duas ou mais causas de diminuição. Para simplificar as hipóteses e suas consequências, acompanhem o quadro abaixo: CONCURSO ENTRE CAUSAS DE AUMENTO Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas Ambas da parte especial O Juiz aplica a causa que mais aumente (art. 68, § único do CP) Uma da parte geral e outra da parte especial Aplicam-se ambas CONCURSO ENTRE CAUSAS DE DIMINUIÇÃO Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas Ambas da parte especial O Juiz aplica a causa que mais diminua (art. 68, § único do CP) %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!112! Uma da parte geral e outra da parte especial Aplicam-se ambas 1.1.1.4.! Disposições finais O CP estabelece um limite máximo de cumprimento de pena, que é de 30 anos. Isso não impede, entretanto, que a pessoa seja condenada a período superior a este. O que não poderá haver é o cumprimento por mais de 30 anos. Nos termos do art. 75 do CP: Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Mas qual a lógica dessa diferença? A diferença é que, sendo o condenado a pena superior a 30 anos, ainda que não possa cumprir mais que este período, o montante da pena aplicada influenciará na possibilidade ou não de concessão de benefícios, como livramento condicional, progressão de regime, etc. Se o agente for condenado a diversas penas, que juntas ultrapassem o limite de 30 anos, deverão ser unificadas as penas (ex.: 12 + 25 anos = 37), de forma que o agente só cumpra os 30 anos previstos. E se durante o cumprimento da pena o agente é condenado por novainfração, sendo-lhe aplicada nova pena privativa de liberdade? Nesse caso, aplica-se uma nova unificação das penas, de forma a começar, do zero, um novo prazo de 30 anos. EXEMPLO: Ricardo está cumprindo pena de 37 anos de reclusão (advinda da soma de duas penas). Já cumpriu 08 anos de pena quando sobrevém nova condenação. Como já havia cumprido 08 anos, faltam ainda 22 anos de cumprimento (pois só pode cumprir 30!). Nesse caso, somam-se os 22 anos restantes à nova pena, de forma a se iniciar um novo período de 30 anos de cumprimento máximo. Nos termos do art. 75, § 2° do CP: § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2.! SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 2.1.! Conceito %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!15!()!112! O sursis, ou suspensão condicional da pena, é o benefício concedido ao condenado em determinadas circunstâncias, de forma que ele não cumpre a pena, mas se submete a um período de fiscalização, no qual deve “andar na linha”. Está previsto no art. 77 do CP: Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) Portanto, a concessão da suspensão condicional da pena deve ocorrer após o preenchimento de alguns requisitos, que podem ser objetivos e subjetivos. 2.2.! Requisitos objetivos Podem ser: (i) Relativos à natureza da pena aplicada – A pena aplicada deve ser privativa de liberdade, não se admitindo no caso de aplicação de pena de multa ou restritiva de direitos: Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (ii) Quantidade da pena aplicada – A pena aplicada não pode ser superior a dois anos (art. 77 do CP). Se o condenado, porém, for maior de 70 anos (sursis etário) ou enfermo (sursis humanitário), admite-se a suspensão condicional da pena que não ultrapasse 04 anos (art. 77, § 2° do CP). Nos crimes ambientais, o sursis pode ser aplicado aos condenados à pena não superior a três anos. (iii) A pena privativa de liberdade não deve ter sido substituída por restritiva de direitos – A suspensão condicional da pena só é cabível quando não for possível a substituição por penas restritivas de direitos, nos termos do art.77, III do CP.! 2.3.! Requisitos subjetivos %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!16!()!112! (i) Não reincidência em crime doloso – A reincidência em crime culposo, portanto, não impede a suspensão condicional da pena. Entretanto, se na condenação anterior, mesmo se dando em relação a crime doloso, a pena aplicada tiver sido a de multa, poderá haver a suspensão condicional da pena (art. 77, § 1° do CP); (ii) As circunstâncias pessoais do agente (culpabilidade, antecedentes, conduta social, etc.) sejam favoráveis, autorizando a concessão do benefício – Nesse caso, o Juiz deve analisar se, no caso concreto, a suspensão condicional da pena pode ser suficiente para que seja cumprida a finalidade da pena. Assim, temos: REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO SURSIS OBJETIVOS SUBJETIVOS •! Pena privativa de liberdade aplicada •! Pena privativa de liberdade aplicada não pode ser superior a dois anos (04 anos se o condenado for maior de 70 anos (sursis etário) ou enfermo (sursis humanitário). •! Impossibilidade de conversão em restritiva de direitos. •! Não reincidência em crime doloso. •! Circunstâncias judiciais favoráveis. 2.4.! Espécies de sursis e condições O sursis pode ser: (i) Simples – O condenado não reparou o dano e as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) não lhe são muito favoráveis. É o sursis comum, a regra. Está previsto no art. 78 do CP: Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (ii) Especial – Aqui o condenado reparou o dano (ou não teve possibilidade de fazê-lo) e as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) lhe são inteiramente favoráveis. Nessa hipótese o condenado não precisa, no primeiro ano, se submeter à prestação de serviços à comunidade ou %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!17!()!112! limitação de fim de semana (art. 78, § 1° do CP). Essa modalidade está prevista no § 2° do art. 78 do CP: § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê- lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) a) proibição de freqüentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Vejam, porém, que embora não esteja o condenado obrigado a cumprir as obrigações do § 1° do art. 78, o § 2° estabelece outras obrigações às quais o condenado fica vinculado. Além destas condições previstas no sursis simples e no especial, o art. 79 do CP traz uma cláusula genérica, que permite ao Juiz fixar outras condições que sejam adequadas ao fato e ao condenado: Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2.5.! Revogação do sursis, prorrogação do prazo e cumprimento das obrigações O sursis pode ser revogado a qualquer momento, ocorrendo alguma das hipóteses previstas nos arts. 81 e seu § 1° do CP. Pode ser obrigatória, quando a lei determina expressamente sua revogação, ou facultativa, quando o Juiz pode decidir se revoga ou não o benefício. A revogação obrigatória se dará no caso de ocorrerem as hipóteses previstas no art. 81 do CP: Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - frustra, embora solvente,a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Ou seja, haverá revogação obrigatória quando o condenado for novamente condenado (por sentença irrecorrível) por crime doloso (não importando o momento em que esse crime foi praticado). No entanto, a Jurisprudência entende que se dessa nova condenação resultar pena de multa, não poderá haver revogação, pois a condenação à pena de multa %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!112! não é causa que impede a concessão do sursis, então, por lógica, não pode gerar a revogação. No caso do inciso II, a Doutrina majoritária entende que, se depois de revogado o sursis o condenado repara o dano ou paga a multa, pode ser restabelecido o sursis. O inciso III é autoexplicativo. Não cumprindo uma das condições previstas no art. 78, § 1°, será revogado o sursis. A revogação facultativa, por sua vez, ocorre nas hipóteses do art. 81, § 1°: § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Vejam que, nesse caso, o Juiz não está obrigado a revogar o sursis. As condições indicadas como ensejadoras da revogação facultativa são todas aquelas que não sejam as do § 1° do art. 78, ou seja, são as do § 2° do art. 78 e as do art. 79 do CP. Quanto à superveniência de condenação por crime culposo ou contravenção, é necessário que a pena aplicada tenha sido restritiva de direitos ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa não enseja a revogação facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que não pode, também, revogar obrigatoriamente o benefício). A Doutrina e a Jurisprudência entendem que, salvo no caso de condenação irrecorrível, em todas as demais hipóteses o condenado deve ser ouvido antes de ser revogado o benefício. A prorrogação do período de prova (período em que o condenado deve “andar na linha”), por sua vez, ocorrerá em duas hipóteses: 1) Beneficiado está sendo processado por outro crime ou contravenção – Está prevista no art. 81, § 2° do CP: § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 2) Ocorrendo situação que autorize a revogação FACULTATIVA, caso o Juiz opte por não revogar, pode estender o prazo do sursis até o máximo, CASO JÁ NÃO TENHA FEITO – Está prevista no § 3° do art. 81 do CP: § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No primeiro caso a prorrogação é obrigatória e automática. Já no segundo a prorrogação não é automática e depende de decisão fundamentada do Juiz nesse sentido. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!18!()!112! Em qualquer caso, a maioria da Doutrina entende que DURANTE O PERÍODO DE PRORROGAÇÃO, embora o condenado ainda esteja cumprindo o sursis, não permanecem as obrigações legais (art. 78, § 1° e 2° e art. 79 do CP). Cumpridas todas as condições, expirando-se o prazo sem revogação, estará extinta a punibilidade do condenado. Nos termos do art. 82 do CP: Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 3.! LIVRAMENTO CONDICIONAL 3.1.! Conceito O livramento condicional é um benefício concedido aos condenados a penas privativas de liberdade superiores a dois anos, que permite a antecipação de sua liberdade. Trata-se de liberdade antecipada, condicional e precária. Antecipada porque o agente deveria ficar mais tempo cumprindo pena. Condicional porque durante o prazo restante da pena, embora esteja em liberdade, o condenado também deve “andar na linha”, submetendo-se a algumas regras. Precária porque pode ser revogada sua liberdade a qualquer tempo, caso ocorra o descumprimento das obrigações do livramento condicional. Nos termos do art. 83 do CP: Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!19!()!112! O beneficiado pelo Livramento condicional é chamado de EGRESSO (art. 26, II da LEP). 3.2.! Requisitos Os requisitos para a concessão do Livramento Condicional podem ser objetivos ou subjetivos. Vejamos. 3.2.1.! Requisitos objetivos Estão previstos no art. 83, I, II, IV e V do CP, e se relacionam à pena em si e à reparação do dano. (a)! Quantidade da pena A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a dois anos. Se as penas corresponderem a infrações diversas, devem ser somadas para que seja concedido o Livramento, nos termos do art. 84 do CP. (b)! Parcela da pena já cumprida A pena já deve ter sido razoavelmente cumprida. O montante da pena já cumprida irá variar conforme as condições do crime e do condenado. 1) Condenado não reincidente em crime doloso e que possua bons antecedentes – Basta o cumprimento de 1/3 da pena (art. 83, I do CP). (Livramento Condicional simples). 2) Condenado reincidente em crime doloso – É necessário o cumprimento de mais da metade da pena (Livramento Condicional Qualificado), nos termos do art. 83, II do CP. E se o condenado não for reincidente em crime doloso, mas também não possuir bons antecedentes? O STJ entende que deve ser adotada a posição mais favorável ao réu, permitindo-se a concessão do Livramento Condicional Simples. E no caso de Crimes Hediondos? É possível? Sim, é possível, mas o condenado não pode ser reincidente em crime da mesma natureza e deve cumprir 2/3 da pena (Livramento Condicional Específico). Nos termos do art. 83, V do CP: Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois)anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3:!()!112! (c)! Reparação do dano Trata-se de requisito dispensado no caso de impossibilidade de reparação e no caso de a vítima não ser encontrada para ser indenizada, ou ainda, demonstrar desinteresse na reparação (art. 83, IV do CP). 3.2.2.! Requisitos subjetivos São os requisitos relativos à pessoa do condenado. São eles: (i)! Bom comportamento durante a execução da pena, aptidão para prover a subsistência e bom desempenho no trabalho que lhe fora atribuído Trata-se de requisito previsto no art. 83, III do CP. Exige-se, ainda, que o condenado tenha tido bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e que tenha aptidão para se sustentar quando em liberdade. Nos termos do CP: Art. 83 (...) III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Caso se trate de condenado por crime doloso cometido com violência ou grave ameaça à pessoa (roubo, por exemplo), é necessária, ainda, uma análise acerca da possibilidade de o condenado voltar a delinquir (suas condições pessoais). Nos termos do § único do art. 83: Art. 83 (...) Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, podemos resumir os requisitos da seguinte forma: REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL OBJETIVOS SUBJETIVOS •! Pena privativa de liberdade aplicada igual ou superior a dois anos. •! Cumprimento de pelo menos 1/3 da pena (simples) ou •! Comportamento satisfatório durante a execução da pena. •! Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!31!()!112! metade da pena (qualificado). •! Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo. •! Aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto. •! No caso de crime doloso praticado com violência e grave ameaça, análise acerca da possibilidade de o condenado voltar a delinquir. 3.3.! Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revogação e extinção do benefício As condições às quais o EGRESSO estará submetido serão fixadas na sentença, nos termos do art. 85 do CP. O Livramento condicional, à semelhança do sursis, também pode ser revogado obrigatória e facultativamente, a depender do caso. (i)! Revogação obrigatória – Ocorre nos casos previstos no art. 86 do CP: Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Percebam, portanto, que somente a condenação por CRIME autoriza a revogação do benefício. A condenação por contravenção não autoriza a revogação. Vejam, ainda, que a condenação por crime praticado antes da vigência do benefício não autoriza a revogação (somente se autoriza no caso de condenação por crime praticado durante o benefício). Mas o que significa o inciso II então? Esse inciso diz o seguinte: No caso de o egresso ser condenado por crime praticado antes da vigência do Livramento, a revogação só ocorrerá se a pena da nova condenação, somada à pena anterior, formar um montante que impedisse a concessão do benefício. EXEMPLO: Imaginem que Marcos é condenado a 06 anos por roubo. Cumpre dois anos (1/3) e recebe o livramento condicional. Passados 03 anos do Livramento condicional (faltando um ano), é condenado por crime cometido anteriormente ao benefício, recebendo pena de dois anos. Somadas as penas (06 + 02 = 08), teríamos uma pena de oito anos. Nesse caso, como ele já cumpriu 05 anos (02 cumpridos na cadeia e 03 cumpridos durante o Livramento condicional), não há impedimento à %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!33!()!112! manutenção do benefício, pois o condenado já cumpriu cinco anos de uma pena de oito anos (logo, mais da metade). (ii)! Revogação facultativa – Ocorre nos casos previstos no art. 87 do CP: Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) No primeiro caso (descumprimento das obrigações), não há muito que se falar. Quanto ao segundo caso (condenação irrecorrível por crime ou contravenção, sendo aplicada pena não privativa de liberdade), algumas considerações devem ser feitas. Aqui é irrelevante o momento em que foi praticada infração penal, exigindo-se, somente, que a pena não seja privativa de liberdade. Se for, estaremos diante de causa de revogação obrigatória. A revogação, uma vez operada, impede nova concessão do benefício. Além disso, caso a revogação se dê por outra causa que NÃO SEJA A CONDENAÇÃO POR PRÁTICA DE CRIME ANTERIOR AO BENEFÍCIO, o tempo em que o condenado esteve solto não se desconta na pena privativa de liberdade que voltará a cumprir: Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Isso se deve ao fato de que, no caso de condenação por crime ANTERIOR ao período de Livramento, não houve quebra da confiança depositada no EGRESSO (pois o crime foi praticado antes), de forma que o período em que ele esteve solto será abatido da pena a ser cumprida em razão da revogação do benefício. Se até o seu término o Livramento Condicional não for revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade e, por conseguinte, extinta a punibilidade. Porém, se o egresso estiver sendo processado por crime cometido durante a vigência do Livramento Condicional, o Juiz não poderá declarar extinta a pena enquanto não houver sentença definitiva naquele processo (pois pode ser que ele venha a ser condenado, o que possibilita a revogação do benefício). Nos termos do CP: Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!34!()!112! E se o Juiz não suspender o livramentocondicional até o trânsito em julgado do novo processo? Entende a jurisprudência, notadamente o STJ, que se não houve a suspensão do livramento condicional para aguardar o trânsito em julgado do processo pelo novo crime, uma vez alcançado o prazo final da pena atual, deverá ser declarada a extinção da punibilidade, sendo irrelevante eventual condenação pelo novo crime (se ocorrida após o prazo de extinção da pena anterior).9 4.! MEDIDAS DE SEGURANÇA As medidas de segurança não são penas. Essa é a primeira coisa que vocês devem saber. Possuem um caráter terapêutico, pois visam tratar a saúde dos inimputáveis e semi-imputáveis dotados de periculosidade social (não possuem caráter punitivo). A maioria da Doutrina entende, porém, que embora não sejam modalidades de pena, são espécies de sanção penal.10 As medidas de segurança são aplicáveis àqueles que, embora tendo cometido fato típico e ilícito, são inimputáveis ou semi-imputáveis em razão de problemas mentais. Assim, é possível a aplicação de medida de segurança a agentes culpáveis (semi-imputáveis). As medidas de segurança são de duas espécies, previstas no art. 96 do CP: Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) A opção por uma ou por outra irá variar de acordo com a espécie de pena privativa de liberdade prevista (reclusão ou detenção). Sendo pena de reclusão, o Juiz deve determinar a internação do indivíduo11. Em se tratando de pena de detenção, o Juiz pode escolher entre a internação e o tratamento ambulatorial. Nos termos do art. 97 do CP: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 9 (HC 281.269/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 23/04/2014) 10 Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 607 11 Nos termos do art. 9º da Lei 10.216/01: Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!35!()!112! Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) O STJ, no entanto, possui algumas decisões no sentido de que a modalidade de medida de segurança deve ser aplicada de acordo com as necessidades médicas do agente, e não com base no tipo de pena prevista. Depois de fixada a medida de segurança, a sentença deve fixar um prazo mínimo, findo o qual deverá haver um exame para saber se cessou a periculosidade do agente. Nos termos do art. 97, § 1° do CP: § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, a medida de segurança durará por tempo indeterminado, mas ao final do período mínimo fixado deverá haver o exame para análise da necessidade ou não de manutenção da medida. Após esse período, o exame será repetido anualmente, ou no prazo fixado pelo Juiz: § 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Embora o CP não estabeleça um prazo máximo para as medidas de segurança, o STF e o STJ não aceitam isso. O STF entende que a medida de segurança não pode ultrapassar 30 anos12, que é o prazo máximo de uma pena privativa de liberdade, enquanto o STJ entende que o prazo máximo da medida de segurança é o prazo máximo de pena estabelecido (em abstrato) para o crime cometido. Este último entendimento, inclusive, foi sumulado: Súmula 527 do STJ: “O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.” Nada impede que, fixada uma modalidade de medida de segurança, ocorrendo fatos justificáveis, seja alterada para a outra modalidade. Nos termos dos §§ 3° e 4° do CP: § 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 12 HC 97621 %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!36!()!112! No caso de estarmos diante de um semi-imputável, diferentemente do que ocorre com os inimputáveis, sua sentença será condenatória, e não uma sentença absolutória imprópria. No que tange à medida de segurança, nesses casos, ela só será aplicada se o condenado necessitar de tratamento curativo, hipótese na qual será SUBSTITUÍDA a pena privativa de liberdade pela medida de segurança (atual sistema vicariante), não podendo ser cumuladas (antigo sistema do duplo binário).13 O CP estabelece, por fim, que é um direito do internado ser recolhido a um estabelecimento que não possua características de prisão, mas de hospital14. Nos termos do art. 99: Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 13 Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 14 Ainda sobre os direitos do internado, importante ressaltar o que dispõem os arts. 1º e 2º da Lei 10.216/01: Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra. Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III - ser protegida contra qualquer forma de abuso eexploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!37!()!112! Deve, ainda, ser necessariamente submetido a tratamento médico, e não simplesmente ser jogado no estabelecimento (como acontece com alguma frequência).15 5.! EFEITOS DA CONDENAÇÃO 5.1.! Natureza e espécies A sentença penal condenatória possui efeitos penais e extrapenais. Os efeitos penais são aqueles que produzem efeitos na esfera penal (óbvio, não?). Os efeitos penais podem ser primários ou secundários. O efeito penal primário é a PENA, ou seja, a imposição de pena criminal, eis que este é o objetivo básico e principal da condenação. Os efeitos penais podem ser, ainda, secundários. São efeitos penais secundários aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jurídico- PENAL do indivíduo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA RELAÇÃO JURÍDICO-PENAL. EXEMPLO: Reincidência. A sentença penal condenatória possui como efeito penal SECUNDÁRIO, gerar reincidência (e todas as suas consequências) caso o condenado seja novamente condenado dentro de um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem dúvida, atinge a esfera penal do indivíduo, mas NÃO NO PROCESSO EM QUE FOI PROFERIDA A SENTENÇA, mas em outro processo. Outro efeito penal secundário é a inscrição do nome do réu no rol dos culpados (após o trânsito em julgado, sempre). Os efeitos extrapenais, por sua vez, são assim chamados por afetarem diversas outras áreas do Direito (civil, administrativo, etc.). Por sua vez, dividem-se em genéricos e específicos. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 15 Nesse sentido, a previsão do art. 4º da Lei 10.216/01: Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. § 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio. § 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros. § 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2o. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!32!()!112! Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer condenação, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois: Obrigação de reparar o dano e confisco: Art. 91 - São efeitos da condenação: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;< I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; ∗+)(∋,−.! (∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;< II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;< a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. § 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) § 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, independem de ser expressamente declarados pelo Juiz na sentença. EXEMPLO: Se o Juiz condena alguém por roubo, o dever de reparar o dano causado ocorrerá independentemente de constar na sentença esse efeito, pois é decorrência natural e automática da sentença. Já os efeitos específicos são aqueles que recaem apenas sobre condenações relativas a determinados crimes, e não a todos os crimes em geral. Estão previstos no art. 92 do CP, sendo: Art. 92 - São também efeitos da condenação:∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! 1)%! &2! 345678! ()! 9943497:;< I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2! 745=:8!()!924;4977=< a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; ∗>&?0≅Α(.!/)0∋!1)%!&2!745=:8!()!924;4977=< b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. ∗>&?0≅Α(.!/)0∋!1)%!&2!745=:8!()!924;4977=< II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;< III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;< Tais efeitos, por sua vez, NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo constar na sentença condenatória, sob pena de não ocorrerem. Isto está previsto no § único do art. 92 do CP: %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!38!()!112! Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. ∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! 1)%! &2! 345678!()!9943497:;< Assim, resumidamente: EFEITOS DA CONDENAÇÃO GERAIS ESPECÍFICOS •! Obrigação de reparar o dano •! Perda em favor da União dos instrumentos do crime (se seu porte for ilícito) e dos produtos ou proveitos do crime. •! São AUTOMÁTICOS •! Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (a) nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública – pena igual ou superior a 01 ano; b) Nos demais casos – pena superior a 04 anos. •! Incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado. •! Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. •! Não são automáticos. 5.2.! Efeitos genéricos 5.2.1.! Obrigação de reparar o dano Embora as esferas cível e criminal sejam independentes, a sentença criminal condenatória possui o condão de fazer coisa julgada na seara cível, tornando certa e indiscutível (naquela esfera) o dever de reparar o dano. Porém, o valor poderá ser discutido na esfera cível. A ocorrência de abolitio criminis ou anistia, embora seja fato que gere a rescisão da sentença condenatória, extinguindo-se a punibilidade, NÃO ALTERA OS REFLEXOS CIVIS DA CONDENAÇÃO. Nos termos do art. 2° do CP: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dadapela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!39!()!112! Essa obrigação de reparar o dano pode, inclusive, ser cobrada dos herdeiros do falecido16, até o limite do patrimônio a eles transferido, por força do art. 5°, XLV da Constituição. 5.2.2.! Confisco O confisco é a perda de bens de natureza ilícita em favor da União. O confisco recai apenas sobre os instrumentos e sobre o produto do crime. O instrumento do crime (instrumenta sceleris) é aquilo de que se valeu o agente para praticar o delito. Só poderão ser confiscados se se tratarem de coisas cuja, fabricação, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. Assim, um carro utilizado para a prática de um homicídio doloso por atropelamento não pode ser confiscado, por ao ser objeto de natureza ilícita. Entretanto, uma arma de fogo sem registro, com a numeração raspada e cujo possuidor não possua autorização para tal, deverá ser objeto de confisco. O produto do crime (producta sceleris) é a vantagem direta auferida pelo infrator em decorrência da prática do crime. O proveito do crime, por sua vez, é a vantagem indireta obtida pelo agente através da especificação do produto do crime (transformação do ouro roubado em joia), da alienação do produto do crime (dinheiro decorrente da venda do produto do crime) ou preço do crime (crime encomendado, por exemplo). O confisco do produto ou do proveito do crime em prol da União possui natureza subsidiária, pois, em regra, o produto ou proveito crime será restituído à vítima, sendo efetuado em prol da União apenas no caso de ser desconhecida a vítima ou não ser reclamado seu valor. 5.3.! Efeitos específicos 5.3.1.! Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo Está previsto no art. 92, I do CP: Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 16 Não confundir com a MULTA, que é PENA, e não pode ser cobrada dos herdeiros, nem mesmo se o falecido tiver deixado patrimônio. Com a morte do condenado, extingue-se a punibilidade da PENA de MULTA. %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4:!()!112! Como já disse a vocês, estes não são efeitos automáticos, devendo estar expressos na sentença. EXEMPLO: se um funcionário público é condenado à pena privativa de liberdade de 03 anos, pelo crime de peculato, a perda do cargo público não decorre automaticamente da sentença condenatória, devendo o Juiz se manifestar expressamente neste sentido. Na primeira hipótese (alínea a), o agente comete o crime contra a administração pública, valendo-se da sua condição de funcionário público (crime funcional). Nesse caso, a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo ocorrerá se for aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior a um ano. Na segunda hipótese, trata-se de perda de cargo, função pública ou mandato eletivo em razão da prática de qualquer crime, desde que a pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos. CUIDADO! A pena deve ser superior a quatro anos, e não DE QUATRO ANOS. 5.3.2.! Incapacidade para exercício do pátrio poder, tutela ou curatela Trata-se de mais um efeito específico da condenação, pois só poderá ocorrer na hipótese de prática de crime doloso sujeito à pena de reclusão, praticado contra filho, tutelado ou curatelado. Assim, além da necessidade de expressa previsão na sentença condenatória, outros três são os requisitos para a ocorrência desse efeito: ! O crime deve ser doloso ! Deve ser apenado com reclusão ! Deve ter sido praticado contra filho, tutelado ou curatelado A sua aplicação, obviamente, não é obrigatória, pois, como vimos, trata-se de um efeito não-automático da condenação, devendo estar expressamente consignada na sentença a ocorrência deste efeito. A perda do pátrio poder, tutela ou curatela se dá de duas formas diferentes17: ! Em relação à vítima do delito – Em caráter permanente (nunca mais o infrator poderá ter o pátrio poder em relação àquela pessoa). !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p. 852 %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!112! ! Em relação a outros filhos, tutelados ou curatelados – Em caráter provisório. Ocorrendo a reabilitação, poderá o infrator restabelecer o pátrio poder, a tutela ou curatela em relação aos demais filhos, tutelados ou curatelados. EXEMPLO: Imagine um caso de estupro, no qual o pai estupra a filha menor de idade. Condenado, o pai perderá o poder familiar (pátrio poder) em relação a todos os filhos. No entanto, se posteriormente ele se reabilitar, poderá recuperar o poder familiar em relação aos demais filhos, mas nunca mais poderá recuperar este poder em relação à vítima do crime. 5.3.3.! Inabilitação para dirigir veículo O art. 92, III do CP diz o seguinte: Art. 92 - São também efeitos da condenação:∗+)(∋,−.! (∋(∋! /)0∋! 1)%! &2! 345678! ()! 9943497:;< (...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. ∗+)(∋,−.!(∋(∋!/)0∋!1)%!&2!345678!()!9943497:;< Portanto, são dois os requisitos: ! Trate-se de crime doloso; ! O veículo tenha sido usado como meio para a prática do crime Por “meio” deve-se entender “meio direto”, aquele que produz efetivamente o resultado delituoso. EXEMPLO: Se Andressa mata Bruno, atropelando-o com seu Honda Civic, o veículo foi utilizado como meio do crime. No entanto, se Andressa pega seu Honda Civic e se dirige até a casa de Bruno, esperando-o chegar do trabalho e, quando o vê, o esfaqueia por trás, o veículo não foi utilizado como meio para a prática do crime, mas como meio de transporte. Temos, abaixo, um quadro esquemático para melhor compreensão do assunto. QUADRO ESQUEMÁTICO %:;<=>∋:∋:?:<≅Α≅=;Β∋≅;Χ:∆Ε>Φ;Β∋ (<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋24! ! ! ! ! ! ! ! (<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!112! 5.4.! Reabilitação A reabilitação é o instituto que visa à reinserção social do condenado, através do sigilo referente às suas anotações criminais, bem como a suspensão condicional de determinados efeitos secundários da condenação, de natureza extrapenal. Nos termos do art. 93 e seu § único do CP: Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CUIDADO! Não se trata de causa de extinção da punibilidade! 5.4.1.! Sigilo das condenações O primeiro dos objetivos da reabilitação é promover o sigilo referente às anotações criminais
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