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A Importância do Enriquecimento Ambiental na Reabilitação de Animais Silvestres

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2
A IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL NA REABILITAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES
Diana Helena Miranda
Professor Marcos Aurélio Balbino
1 INTRODUÇÃO
De acordo com IBAMA (2014), a reabilitação é definida como uma preparação de animais na intenção de que sejam reintegrados ao ambiente natural, ou seja, que seja feita a reintrodução, outro planejamento com princípio de devolver o animal ao ambiente de que um dia foi retirado. Com esse intuito de reintroduzir o animal ao ambiente natural foi que o enriquecimento ambiental foi criado e introduzido em animais silvestres, primeiramente sendo aplicado em animais em cativeiro (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; BORGES et al., 2011; CUBAS et al., 2019).
O conceito do ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL não é tão antigo, tendo surgido na década de 20, porém somente na década de 70 o conceito teve maior vigor de utilização e passou a ser de uso contínuo visando aplicar e preservar o bem-estar animal de animais em cativeiro (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MILITÃO, 2008). No Brasil o enriquecimento ambiental teve suas primeiras aparições ainda na década de 70 dentro dos zoológicos e, mesmo havendo uma grande quantidade de técnicas disponíveis para o emprego, a literatura acerca do uso destas técnicas nem sempre se mostra com riqueza de detalhes quando em relação as dimensões para os recintos (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; BORGES et al., 2011; MILITÃO, 2008).
O bem-estar animal está ligado diretamente com a aplicação de enriquecimento ambiental, as práticas de bem-estar fazem com que as condições de um animal se adaptar ao ambiente seja aumentada e benéfica, principalmente quando foi retirado da natureza para o cativeiro. O enriquecimento ambiental faz com que as 5 liberdades obrigatoriamente conferidas ao bem-estar do animal se tornem mais fáceis a serem alcançadas, são elas a liberdade de fome e sede, de dor, de desconforto, de medos e angústias e, principalmente, os animais devem ser livres para apresentarem comportamento natural independente da situação que se encontra, seja ela vida livre ou cativeiro (BROOM, 2011). 
O tema principal deste estudo fala sobre o uso de técnicas de enriquecimento ambiental em animais em processo de reabilitação e os benefícios que o emprego de tais técnicas trás para esses animais. O enriquecimento ambiental em animais silvestres exige grande atenção quando comparado com animais domésticos devido a diversidade de espécies e biomas de cada uma e por isso é necessário conhecer com certeza os hábitos e habitat de cada um (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; BORGES, e DEL-CLARO.2011; MILITÃO, 2008).
A justificativa deste projeto é baseada em uma temática muito procurada e utilizada atualmente para profissionais da medicina veterinária da área de silvestres, visto que abrange conhecimento a respeito de técnicas diversas de enriquecimento ambiental que vem ganhando cada vez mais espaço na clínica desses animais, principalmente após a aprovação da lei do bem-estar animal. 
Todos esses cuidados são NECESSÁRIOS para a manutenção desses animais em cativeiro, porém este ambiente pode comprometer o bem‐estar, frente ao ambiente previsível, onde faltam desafios e imprevistos, em que o animal é criado. O animal sem estímulos físicos e mentais ou em condições que não permitam a expressão de comportamentos específicos (como escapar de algo que o incomoda ou amedronta) pode então apresentar comportamentos inapropriados ou mostrar‐se entediado (MILITÃO, 2008).
Para aplicação das técnicas de enriquecimento ambiental é preconizado o estudo acerca da espécie para então decidir quais áreas e extintos deverão ser estimulados por meio de quais tipos de técnicas, podendo elas serem aplicadas no recinto, na alimentação e no próprio animal, agindo como parte do tratamento e servindo como auxílio na recuperação (BROOM, 2011; AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MILITÃO, 2008). Por conseguinte, o problema apresentado se apoia em uma questão: qual seria a importância da aplicação de variadas técnicas de enriquecimento ambiental como parte da reabilitação de animais silvestres?
Diante do citado tem-se como objetivo o uso de informações apresentadas na pesquisa para auxiliar na recuperação e preparação do animal na volta para a natureza ou na destinação de fauna com todos os instintos normais dispondo das informações necessárias para entendimento e uso do enriquecimento ambiental mostrando métodos de aplicação como uma prática rotineira.
Buscando a comprovação de que o emprego de técnicas de enriquecimento ambiental é benéfico quando aplicado ao tratamento de animais em reabilitação que passaram por algum tipo de desordem. Oliveira e Carpi (2016) fazem o registro do emprego de enriquecimento ambiental no recinto de uma ariranha (Pteronura brasiliensis) no zoológico de Brasília, animal apresentava comportamentos repetitivos como decúbito lateral, nadar em círculos e apatia passando maior tempo dentro da toca. A colocação de troncos e tábuas despertou a curiosidade do animal fazendo com que ele saísse da toca e a disposição de peixes vivos no lago fez com que o animal passasse mais tempo gastando energia, brincando e indo atrás de tal alimento.
A metodologia se dá por meio da revisão bibliográfica, esta pode ser explicada como um texto elaborado sob a existência de literaturas já publicadas, dentre elas estão os artigos, livros, resumos curtos e expandidos, materiais disponíveis em sites da internet e anais de eventos. A pesquisa mostra natureza básica onde as informações citadas quanto ao uso de métodos de enriquecimento ambiental contribuirão como dados como parte de um auxílio par o emprego dessas técnicas na sua forma prática e os objetivos caracterizados como exploratórios, na intenção de conhecer ou aprimorar os conhecimentos já obtidos do tema. Por fim, a abordagem utilizada é de caráter qualitativo visto que, neste projeto não serão apresentados números das pesquisas ou da quantidade de técnicas empregadas, mas sim sobre quais e como utilizar as técnicas de enriquecimento ambiental de forma que se entenda o motivo do uso e o motivo dos resultados.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
O enriquecimento ambiental é um conjunto de técnicas existentes e que vem sendo aperfeiçoadas desse a década de 20 feitos com base na criatividade com finalidade de estimular os sentidos dos animais. Essa técnica faz o emprego de estímulos por meio de brinquedos, odores, rastros e alimentos que são oferecidos de forma que faça com que o animal ative seus extintos e não perca seus hábitos naturais na intenção de que um dia consiga voltar a natureza, trabalhando em cinco pontos principais no animal, são eles o ponto físico, sensorial, cognitivo, social e em técnicas alimentares. É considerável saber que, para a implantação de técnicas de enriquecimento ambiental deve-se conhecer a espécie, habitat e hábitos do animal ao qual as técnicas serão aplicadas porque é por meio delas que se sabe o que deve ser estimulado e quais os enriquecimentos adequados a serem escolhidos (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MOREZZI et al., 2012; PIZZUTO, SGAI, GUIMARÃES, 2009; SANDERS e FEIJÓ, 2007; SILVA e MACÊDO, 2014).
O conteúdo do projeto em questão cita sobre a implantação de técnicas de enriquecimento ambiental em animais silvestres, exóticos e selvagens de vida livre que por algum motivo necessitam de passar pelo processo de reabilitação e como essas técnicas auxiliam na manutenção dos extintos animais durante tal processo, mostrando grande relevância para atuantes da área de silvestres na medicina veterinária visto que se trata de um conhecimento específico que tem sido utilizado cada vez mais, não somente durante a reabilitação, mas até mesmo para disposição de qualidade de vida em recintos de animais silvestres pets ou residentes de zoológicos que por algum motivo não retornaram a natureza pós reabilitação. 
É justificado que, para a escolha do tema e da técnica dos estudo abordados, tem-se um assunto que vem apresentando resultados positivos desde o início de seu uso uma vez que se trata de uma pesquisa de natureza básica, com caráter exploratórioque visa abordar exemplos do enriquecimento ambiental em recintos e alimentação de animais em reabilitação, explorando as particularidades e necessidades particulares de algumas espécies de animais silvestres e a importância do uso das técnicas por meio de relatos de sucesso. Possui ainda abordagem qualitativa, ainda que muito específica por espécie, o que faz com que haja certas dificuldades para os profissionais da medicina veterinária, sendo necessário conhecer as peculiaridades da espécie reabilitada.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
A aplicação de técnicas de enriquecimento ambiental tem sido cada vez mais requisitadas desde que o termo foi estabelecido e principalmente na última década, também tem mostrado grande relevância para o resultado de qualquer processo de reabilitação para animais silvestres. O projeto em questão abordará os tipos diferentes de técnicas de enriquecimento ambiental, citando e exemplificando os enriquecimentos de predileção entre os animais silvestres terrestres, marinhos e aves, ressaltando a importância da aplicação destas técnicas durante a reabilitação desses animais.
1.3 PROBLEMA DA PESQUISA
Sanders e Feijó (2007) relatam acerca do desenvolvimento tecnológico representado pelos zoológicos, sabe-se que que a procedência da maioria destes animais é o tráfico, uma vez que não houve a possibilidade de uma reabilitação que o adequasse a vida livre de volta na natureza, entretanto possibilitou ao animal selvagem apresentar seu comportamento natural em um habitat independente de sua origem se tornando um destino de preservação.
(...) Com base nos subsídios defendidos por cientistas, pode-se afirmar, de forma preliminar, que os zoológicos devem continuar sendo um local destinado a um sério aprendizado na preservação de espécies em risco de extinção, destinado à investigação científica e servindo de abrigo para animais selvagens apreendidos por tráfico ilícito ou maus tratos. Estes aspectos estão fundamentados em legislação. (SANDERS e FEIJÓ, 2007, p.08)
Logo, considera-se que, com exceção dos pets não convencionais, grande parte dos pacientes silvestres submetidos ao enriquecimento ambiental são animais selvagens provenientes de resgates de tráfico que precisam ser preparados nas questões alimentares e ambientais antes de serem devolvidos a vida na natureza ou enviados para algum centro de proteção como os zoológicos e santuários. Em virtude disso, qual seria a importância da aplicação de variadas técnicas de enriquecimento ambiental como parte da reabilitação de animais silvestres?
1.4 OBJETIVOS
Foi alegado no trabalho de Azevedo e Barçante (2018) que, mesmo já reabilitados e inseridos no local de destinação de fauna, o correto para se afirmar que um animal está saudável é que seja um animal que goza de plena saúde mental e física, contudo, a retirada de um animal da vida livre para o cativeiro, mesmo que em condições quase impecáveis pode levar a estereotipias e consequentemente interferir na saúde deste, caso este não seja estimulado e trabalhado constantemente. Devido ao empecilho criado pelo cativeiro surge a necessidade da aplicação de enriquecimento ambiental buscando melhorar a qualidade de vida destes animais por meio dos estímulos simulando uma vida natural, caracterizados especificamente para cada espécie como foi citado por Morezzi et al, (2021).
Com isso, tem-se como objetivo auxiliar na recuperação e preparação do animal na volta para a natureza ou na destinação de fauna com todos os instintos normais dispondo das informações necessárias para entendimento e uso do enriquecimento ambiental mostrando métodos de aplicação como uma prática rotineira.
1.4.1 GERAL
Apresentar e explicar a importância do conhecimento acerca dos fundamentos e da necessidade do uso do enriquecimento ambiental na reabilitação de animais silvestres, sejam eles pets, selvagens ou de vida livre.
1.4.2 ESPECÍFICOS
Desta forma, os objetivos específicos são:
· Identificar os motivos do uso do enriquecimento ambiental para animais silvestres.
· Explicar como explorar as formas possíveis de uso dessa ferramenta como parte de um tratamento para esses animais.
· Apresentar as consequências da falta de uso dele na vida do animal e como isso faz relação com a medicina veterinária. 
· 
1.5 HIPÓTESE
Solidificação da relevância do emprego de técnicas de enriquecimento ambiental variadas como parte do tratamento de toda diversidade de animais silvestres quando passam por processo de reabilitação independente do motivo.
2 METODOLOGIA
O projeto em questão possui conteúdo com natureza da pesquisa do tipo básica, onde as informações citadas quanto ao uso de métodos de enriquecimento ambiental contribuirão como dados como parte de um auxílio par o emprego dessas técnicas na sua forma prática como busca da solução para o estresse de animais em cativeiro, em processo de reabilitação e para o bem-estar qualificado para esses animais.
A abordagem utilizada para designar e exercitar o problema citado é de caráter qualitativo, com propósito de apresentar as informações descritivas e detalhadas de quais e como utilizar as técnicas de enriquecimento ambiental de forma que se entenda o motivo do uso e o motivo dos resultados, não se tratando da quantidade de objetos pesquisados.
Os objetivos apresentados anteriormente serão trabalhados de forma exploratória, sendo na intenção de conhecer ou aprimorar os conhecimentos já obtidos do tema fazendo o uso de procedimentos de pesquisa bibliográfica. Os dados coletados e demonstrados são de natureza simples e provenientes de livros, artigos e revistas especializadas sobre tal assunto, todos incluídos e aprovados dentro da área de biologia e medicina veterinária.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 A INTRODUÇÃO AO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL E AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE USO DESTA FERRAMENTA
A princípio os egípcios tiveram a ideia de exibir animais selvagens em seus templos, animais encontrados durante suas viagens ou batalhas, quanto mais diferente e raro do seu cotidiano, mais o animal valia e chamava atenção. Esse tipo de exposição foi se tornando cada vez mais comum, levando ao “uso” desses animais não somente como um entretenimento de observação, mas também fazendo truques em espetáculos de circo. Contudo ambas as situações tinham como principal objetivo tornar o animal uma atração constante, desta forma o único cuidado que estes animais recebiam era a alimentação que, muitas vezes, não era feita de forma correta, violando drasticamente os 5 pilares do bem-estar animal que, naquela época ainda não era lei ou nem mesmo existiam, porém foi desta forma surgiram os zoológicos (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MOREZZI et al., 2012; PIZZUTO, SGAI, GUIMARÃES, 2009; SANDERS e FEIJÓ, 2007; SILVA e MACÊDO, 2014).
Com o tempo este tipo de entretenimento foi se tornando algo oficial e pertencente ao governo, logo foram aplicadas leis sobre eles sendo uma delas a obrigação do emprego de técnicas de enriquecimento ambiental como grande auxiliar no bem-estar e qualidade de vida, tanto durante a reabilitação de animais a eles entregue como para manutenção da sanidade de animais residentes visto que, hoje são um ambiente direcionado para a conservação de espécies, desta forma a situação de que os animais vivam menos em cativeiro foi alterada, sendo hoje a realidade de que em cativeiro conseguem viver mais tempo quando comparado quando com a vida na natureza (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MOREZZI et al., 2012; PIZZUTO, SGAI, GUIMARÃES, 2009; SANDERS e FEIJÓ, 2007; SILVA e MACÊDO, 2014). 
Hoje o enriquecimento ambiental é reconhecido não somente como uma opção, mas sim como uma ferramenta necessária para um bom desempenho durante a reabilitação de inúmeras espécies animais. É dividido em 5 metodologias de aplicação diferentes, são elas: método físico onde se faz a introdução de aparatos que levam o recinto ou habitat ao mais semelhante possível com o que seria o natural da espécie por meio de vegetações e substratos, estruturas como cordas e trocos; no método sensorial o animal é estimulado por seus cinco sentidoscom o uso de aromas, vocalizações ou até mesmo amostras vivas como excremento de outros animais; o método cognitivo é a emprego de dispositivos mecânicos que geram interação como um quebra-cabeças; o método social consiste na interação interespecífica ou intraespecífica dentro do próprio recinto onde os animais podem interagir entre si de forma natural, sejam eles da mesma espécie ou de espécies diferentes e, por último, os métodos alimentares que consiste na tarefa de esconder, pendurar ou personalizar os alimentos que serão oferecidos a esse animal, buscando sempre utilizar de alimentos que a espécie encontraria no meio natural sejam eles com uma casca dura ou caroços, sendo oferecidos de forma ocasional e variada de frequência e horário (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MOREZZI et al., 2012; PIZZUTO, SGAI, GUIMARÃES, 2009; SANDERS e FEIJÓ, 2007; SILVA e MACÊDO, 2014). 
Em sua vida natural os animais silvestres passam seu tempo à procura de alimento, refúgio, fugindo de seus predadores e entrando em disputas de território ou por uma fêmea, logo, sua mente não tem tempo para ficar desocupada, fazendo com que o animal esteja constantemente em ação, entretanto, em cativeiro esses animais recebem sua alimentação todos os dias sem falta, muitas vezes já cortadas ou descascadas, não são colocados juntos com predadores e disputas são sempre evitadas a fim da não ocorrência de feridas, o que ocorre é que esses animais se encontram sem o que fazer e sem nenhuma tarefa que faça com que gastem sua energia ou que sejam estimulados. O enriquecimento ambiental auxilia reduzindo o estresse, estimulando e ocupando a mente do animal, desta forma ele age na prevenção do aparecimento de comportamentos anormais aliviando os efeitos do estresse, na fisiologia sexual, na reprodução e, o fator principal durante a reabilitação desse tipo de animal é que auxilia na reintrodução a natureza, fazendo com que o animal não perca seu hábitos naturais visto que está em cativeiro tendo contato constante com humanos (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MOREZZI et al., 2012; PIZZUTO, SGAI, GUIMARÃES, 2009; SANDERS e FEIJÓ, 2007; SILVA e MACÊDO, 2014).
Atualmente entende-se por estresse a alteração de funções fisiológicas, metabólicas e endócrinas de um organismo, podendo ser agudo ou crônico e com envolvimento de grande número de compostos como ACTH, norepinefrina, catecolaminas, cortisol, glicocorticoides, epinefrina, prolactina, adrenalina dentre outros, podendo levar o animal a sensação de desconforto desagradável. O importante do entendimento do estresse é que: não surge do nada, sendo causado por inúmeros motivos como o tédio ou a sensação de cativeiro, além de que secundárias a ele existem patologias ao qual o animal é sujeitado como estereotipias como a ingestão compulsiva das próprias fezes ou de fezes de outros animais, agressividade excessiva como na automutilação ou até inatividade, condições anormais quando em vida livre e que alteram os níveis de bem-estar (AZEVEDO e BARÇANTE, 2018; MOREZZI et al., 2012; PIZZUTO, SGAI, GUIMARÃES, 2009; SANDERS e FEIJÓ, 2007; SILVA e MACÊDO, 2014).
3.2 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL NOS RECINTOS
3.2.1 ANIMAIS MARINHOS
A grande maioria dos relatos de animais marinhos submetidos a reabilitação é baseada em aves marinhas como pinguins, albatrozes e gaivotas, sendo a maior parte dos casos reabilitados por acidentes com petróleo ou doenças infectocontagiosas adquiridas durante processo de migração. Além deles tem-se também casos de tartarugas e focas com corpos estranhos em órgãos intestinais ou projéteis presos ao corpo, ambos provenientes da poluição como sacolas plásticas, canudos plásticos e embalagens ou anéis de latas. Ambas as situações são responsáveis por causar grande nível de debilitação nesses animais, fazendo com que haja a necessidade de uma reabilitação longa e bem trabalhada. Mesmo considerando que todos são marinhos, visto que se trata de animais com hábitos e anatomias diferenciadas são necessárias diferentes características para cada recinto (ALCOOCK, 2011; ALVES et al., 2019; BALLARD e CHEEK, 2016; CUBAS et al., 2019; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; MORAES et al., 2012; OLIVEIRA e CARPI, 2016).
As aves como os albatrozes e gaivotas possuem como membros anteriores asas plumadas e empenadas, como membros posteriores apresentam patas do tipo anisodáctilas palmadas, são patas que possuem dedos similares ao das aves terrestres, porém com membranas interdigitais que os capacita a habilidade de nado e mergulho. Mesmo com patas anatomicamente programadas para movimentação aquática, essas aves passam mais tempo em terra ou litoral, entrando em contato com a água somente para mergulhos curtos durante a busca por alimento, para tomar banho ou hidratar os membros posteriores. Dito isto sabe-se que os recintos devem ser planejados com meio hídrico de tamanho e profundidade considerável, ciente de que os animais devem ser capazes de nadar e mergulhar como meio de exercícios e durante alimentação sem que haja aglomeração entre eles ou disputa por espaço levando a agressão entre os membros do grupo. É importante que os parâmetros de temperatura e compostos químicos de microbiota sejam semelhantes ao natural, sendo o natural a água salgada de mar. Há ainda a implantação de folhagens aquáticas de material natural proveniente da vida marinha. Além da parte aquática esses animais precisam de um meio seco onde possam andar, montar ninhos ou camas e até acasalar, para isso deve ser levando sempre em consideração o substrato do piso visto que, o natural seria grandes quantidades de areia com presença de pedras lisas e cascalhos, com ou sem presença de gramado novo ou seco de altura baixa e em pouca quantidade a fim de que o substrato não interfira na superfície plantar do animal, seja de forma incômoda ou patológica. Há ainda a necessidade de implantação de cercados totalmente fechados na intenção de se evitar a possível fuga desses animais por meio do voo, controverso a isso é preciso que haja espaço para que essas aves pratiquem voo livre e exercitem as asas (ALCOOCK, 2011; ALVES et al., 2019; BALLARD e CHEEK, 2016; CUBAS et al., 2019; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; MORAES et al., 2012; OLIVEIRA e CARPI, 2016).
Para os pinguins a ambientação se mostra semelhante a citada anteriormente contudo, são aves que apresentam membros anteriores com aspecto de nadadeira somente plumados com plumas pequenas e finas mais semelhantes à pelo, não empenados, isso se dá pelo hábito de caça por meio de pesca com nado e pelo processo de migração onde nadam longas distâncias em um prazo curto de tempo. Logo, o meio aquático para esses animais em comparação ao anterior deve ser maior, principalmente se considerar o hábito de mergulho. Já quanto a parte de cercado não é necessário fechamento de teto ou cercados de alterais altas uma vez que são aves incapazes de levantar voo ou planar, mesmo que em baixas alturas (ALCOOCK, 2011; ALVES et al., 2019; BALLARD e CHEEK, 2016; CUBAS et al., 2019; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; MORAES et al., 2012; OLIVEIRA e CARPI, 2016).
O termo “tartaruga” refere-se a animais da ordem Testudinata, mais especificamente os testudines com maior afinidade a água como as tartarugas marinhas, um dos animais com maior incidência de aparição em centros de reabilitação de animais marinhos, ressaltando as espécies Caretta caretta (tartaruga cabeçuda), Dermochelys coriácea (tartaruga-de-couro) e a Chelonia mydas (tartaruga-verde), espécies com vivência estrita a águas tropicais e subtropicais mesmo que com diferença de profundidade, sendo algumas delas presentes em alto mar e outras em costas e litorais. A ambientação destes animais é 95% aquática, sendo a parte da terra necessária e utilizada, em somente algumas vezes, para coletas de amostras, exames ou outras utilidades de manejo, sendo que nem sempre é necessário a remoção do animal do recinto aquático. As características da piscina devem ser compostas por cores variadas e claras imitando o aspecto da vida marinha e dos corais, sendoque os materiais utilizados devem ser sempre que possível de composto natural em razão do hábito destes animais de explorar qualquer elemento utilizando a boca, tendo como consequência a ingestão de objetos não comestíveis (ALCOOCK, 2011; ALVES et al., 2019; BALLARD e CHEEK, 2016; CUBAS et al., 2019; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; MORAES et al., 2012; OLIVEIRA e CARPI, 2016).
Focas são animais aquáticos residentes de águas frias, assim como qualquer outro item a temperatura da água é de suma importância principalmente quando se trata de animais exóticos. Mesmo que em processo de migração e preparados para as temperaturas tropicais das águas do litoral brasileiro, é importante que seja pensado a respeito de qual seria o melhor ambiente para o animal se recuperar durante uma reabilitação, se seria o ambiente comum em que vive e passa a maior quantidade das fases de vida ao qual seu sistema fisiológico e imunológico se encontra em homeostase ou um ambiente modificado em que o animal recorre somente durante certa época do ano por um motivo específico. Como mencionado, animais com maior parte do tempo de vivência dentro d’água precisam de mais espaço e profundidade para locomoção e exercício, devendo ser calculado de acordo com a variação de tamanho da espécie a ser reabilitada, além de que, em maior quantidade de animais as disputas e brigas por espaço devem ser evitadas (ALCOOCK, 2011; ALVES et al., 2019; BALLARD e CHEEK, 2016; CUBAS et al., 2019; IFAW, 2018; LEITE et al., 2005; MORAES et al., 2012; OLIVEIRA e CARPI, 2016; OREHMER et al., 1998).
3.2.2 ANIMAIS TERRESTRES E AVES
Dentro do grupo dos mamíferos os maiores casos provêm de animais que sofreram acidentes, atropelamentos em estradas na maioria, que tentaram sem sucesso fugir de áreas de queimadas ou vítimas da caça ilegal no Brasil, sendo representados pelos tamanduás, lobos, primatas e tatus, quanto aos répteis a maior incidência é com as serpentes. Para os mamíferos, com exceção dos primatas, é um recinto básico de ser montado com paredes podendo ser em material de cimento e as dimensões abertas de carcas ou grades, as cercas ou grades podem ser de material metálico desde que tome cuidado com aparição de ferrugens. O substrato deve ser constituído por terra e folhagens visto os habitats naturais destes animais, os tatus precisam de chão pouco mais rochosos quando em comparação com os outros, contudo deve haver uma área maleável o suficiente para a escavação das tocas. Arbustos são uma ambientação necessária para ambos os animais citados, para o habitat dos primatas são necessários galhos e árvores apropriadas para que possam se pendurar e até mesmo balançar entre eles. (ALCOCK, 2011; AZEVEDO e BARÇANTE. 2018; BORGES et al., 2011; CARCIOFI e SAAD, 2001; CARPES, 2015; CUBAS et al., 2017; MENDES, 2021; SILVA e MACÊDO, 2014; TULLY Jr. et al., 2010).
Para as serpentes devem ser criados recintos não muito grandes e nem com muito espaço para exploração, são usados aquários e terrários quase sempre em material de vidro. Não há necessidade de luz solar natural desde haja a implantação de lâmpadas UVB, são lâmpadas que simulam a radiação solar na pele desses animais estimulando a ativação de vitamina D3 e iluminação. O terrário deve ter substrato abrasivo que auxilie o animal durante o processo de ecdise caso ele ocorra durante a reabilitação. Pedras de exposição são necessárias para uso do animal quando se expõe aos efeitos da lâmpada, além de um recanto de fuga, uma toca onde o animal possa se esconder caso se sinta ameaçado pois se trata de um comportamento natural. (ALCOCK, 2011; AZEVEDO e BARÇANTE. 2018; BORGES et al., 2011; CARCIOFI e SAAD, 2001; CARPES, 2015; CUBAS et al., 2017; MENDES, 2021; SILVA e MACÊDO, 2014; TULLY Jr. et al., 2010).
As aves “terrestres” (aquelas que não possuem ligação com água doce ou salgada, com exceção da ingestão para hidratação) são um grupo de animais com uma aba ampla de alimentação. As aves a serem citadas apresentam maior relevância para o texto em questão uma vez que, são elas as com maior incidência de tráfico, traumas e fraturas, logo sendo necessário processo de reabilitação (ALCOCK, 2011; ASSIS et al., 2016; AZEVEDO e BARÇANTE. 2018; CARCIOFI, 2000; CARCIOFI e SAAD, 2001; CARPES, 2015; CUBAS et al., 2017; FERREIRA, 2018; MELO et al., 2014; MENDES, 2021; SILVA e MACÊDO, 2014; TULLY Jr. et al., 2010).
A maior frequência de aparição de aves para reabilitação se dá pelo grupo dos psitacídeos, isto devido a sua aparência já que são animais que apresentam riqueza de detalhes em penas, coloração e inteligência admirável, além de serem animais que possuem capacidade de imitar os sons ouvidos repetidas vezes, habilidade esta que possui pelo fato de que é desta forma que aprendem a se comunicar dentro do próprio bando quando em meio a natureza, vista pelos humanos como uma característica engraçada e fofa. Os psitacídeos são aves que possuem em seus bicos uma força descomunal, uma vez que este é seu método de defesa, ataque e sobrevivência, o exemplo pode ser dado da seguinte forma: uma arara canindé (Ara ararauna) adulta, mesmo não sendo a maior do grupo das araras, já possui força o suficiente para causar um grande trauma em um dedo polegar de um humano adulto sem muita dificuldade, apenas na intenção de se defender, caso use força total o animal tem a capacidade de arrancar o dedo, incluindo a fratura óssea das falanges (ALCOCK, 2011; ASSIS et al., 2016; AZEVEDO e BARÇANTE. 2018; CARCIOFI, 2000; CARCIOFI e SAAD, 2001; CARPES, 2015; CUBAS et al., 2017; FERREIRA, 2018; MELO et al., 2014; MENDES, 2021; SILVA e MACÊDO, 2014; TULLY Jr. et al., 2010).
Para o habitat das aves deve-se primeiro avaliar se existe ou não a possibilidade deste animal voltar a voar, logo saberá qual será a maior necessidade do animal quando relacionado a posição e quantidade de poleiros ou de espaço para voo. Para as aves impossibilitadas de voar o ideal é a implantação de poleiros por todo o recinto e em forma de escada sem que sejam posicionados de forma avulsa pois são animais que possuem patas curtas. O recinto deve ser totalmente coberto sem espaços com tamanho suficiente para fugas, o material das paredes pode ser o cimento contanto que haja implantação de poleiros e ao menos duas dimensões cercadas para que haja contato com ar livre, sons externos e luz natural (ALCOCK, 2011; ASSIS et al., 2016; AZEVEDO e BARÇANTE. 2018; CARCIOFI, 2000; CARCIOFI e SAAD, 2001; CARPES, 2015; CUBAS et al., 2017; FERREIRA, 2018; MELO et al., 2014; MENDES, 2021; SILVA e MACÊDO, 2014; TULLY Jr. et al., 2010).
Na implantação dos poleiros o ideal é que sempre sejam usados materiais naturais e com irregularidades como galhos ou troncos de árvores e não possui a necessidade de substrato visto que aves terrestres tem o hábito de se manterem empoleiradas ou de voo e não de andar pelo chão plano. Brinquedos coloridos devem ser corados naturalmente por meio de frutas, caso seja feito com tintas artificiais deve-se tomar cuidado com as tintas que possuem chumbo em sua composição, outros atrativos são os espelhos, sempre tomando muito cuidado com mordicas podendo levar a quebra e a ingestão de pequenos cacos de vidro (ALCOCK, 2011; ASSIS et al., 2016; AZEVEDO e BARÇANTE. 2018; CARCIOFI, 2000; CARCIOFI e SAAD, 2001; CARPES, 2015; CUBAS et al., 2017; FERREIRA, 2018; MELO et al., 2014; MENDES, 2021; SILVA e MACÊDO, 2014; TULLY Jr. et al., 2010).
3.3 ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL NA ALIMENTAÇÃO 
A ideia de que brinquedos servem apenas para causar a diversão daquele que o utiliza está ultrapassada. Isso pode ser afirmado com base nos resultados de extintos animais mantidos em animais selvagens em processo de reabilitação que, ao final, passaram por soltura e continuaram a vida na natureza de forma natural e sem dificuldades desenvolvidas pelo apego humano durante o processo. A introdução de objetos avulsos associados com a alimentação de animais em reabilitação é usada como método de gasto de energia e de intelecto fazendo com o animal se distraia e, ao mesmo tempo,seja estimulado a uma alimentação próxima a situação que enfrentaria no ambiente natural pela conquista da comida em questão, desde esses objetos implantados se mostrem seguros e sejam supervisionados (ALMEITA, 2005; ALVES et al., 2019; CARCIOFI e SAAD, 2001; CUBAS et al., 2017; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; LIMA e MENEZES, 2018; MALAFIA e VIEIRA, 2020; MENDES, 2021).
Animais marinhos estão quase que estritamente submetidos a predação uma vez que, somente uma minúscula minoria se alimenta de algas ou corais, enquanto a grande maioria são carnívoros recorrendo a pescaria e se alimentando de outros peixes, moluscos e crustáceos. Diante do citado sabe-se que são animais que devem ser estimulados a caça e a predação, sempre que possível de presas vivas. Um dos métodos utilizados em alguns dos CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) é baseado na ideia de um brinquedo para felinos domésticos que consiste em amarrar um petisco ou algum outro atrativo em um bastão e desta forma fazer com que o animal vá atras do atrativo (ALMEITA, 2005; ALVES et al., 2019; CARCIOFI e SAAD, 2001; CUBAS et al., 2017; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; LIMA e MENEZES, 2018; MALAFIA e VIEIRA, 2020; MENDES, 2021).
A ideia foi reformada com o emprego de alimentos como peixes presos a algum tipo de fio sendo puxados pelo responsável da alimentação, o fio é ligado a comida de forma que, caso e quando o animal consiga alcançá-la e predá-la não faça a ingestão de parte do fio junto a comida, além de estimular os hábitos do animal de predação e busca pelo alimento checando a normalidade dos movimentos e capacidade de se alimentar sozinho. Se trata de uma técnica que pode ser empregada em ambos os animais marinhos citados anteriormente uma vez que, todos eles se alimentam por meio da pesca, com a diferença apenas de que as aves fazem mergulhos rápidos para pegar o peixe e saem da água logo em seguida. A mesma técnica pode ser utilizada com as serpentes, caso opte por não fazer a alimentação com presas vivas o uso de presas abatidas antecipadamente como um coelho ou rato ligado ao fio e a varinha pode servir para simular os movimentos do animal de forma que a serpente pense que a presa ainda está viva e seja estimulada a caça (ALMEITA, 2005; ALVES et al., 2019; CARCIOFI e SAAD, 2001; CUBAS et al., 2017; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; LIMA e MENEZES, 2018; MALAFIA e VIEIRA, 2020; MENDES, 2021).
Outras técnicas também utilizadas na alimentação dos animais são aquelas que estimulam não somente o extinto de caça a presa, mas a procura pelo alimento por meio da criação de um campo de rastreio, introduzindo odores e rastros similares aos que o animal encontraria em meio livre enquanto procura por sua comida estimulando o cérebro do animal durante a procura e fazendo com que o mesmo não perca os extintos adquiridos quando filhote. (ALMEITA, 2005; ALVES et al., 2019; CARCIOFI e SAAD, 2001; CUBAS et al., 2017; GEEVERGHESE, 2013; GRIGIO et al., 2020; LIMA e MENEZES, 2018; MALAFIA e VIEIRA, 2020; MENDES, 2021).
Partindo para o grupo das aves psitacídeos, são animais que possuem uma dieta baseada em grãos, sementes e frutas, contudo, isto pode variar, um exemplo desta variância são os Lóris, psitacídeos com línguas cilíndricas e achatadas na ponta devido a alimentação baseada em pólen e néctar de flores assim como o beija-flor, porém o beija-flor não faz parte do grupo dos psitacídeos. Para os psitacídeos que possuem alimentação sólida o emprego de barrinhas de sementes, frutas inteiras e nozes com casca que faz com que trabalhem a força e desgaste do bico na tentativa de quebrá-la, comidas já cortadas ou picadas em pedaços podem ser depositadas dentro de garrafas pet furadas ou enroladas em uma toalha para incentivar o animal a desmontar ou desenrolar o brinquedo até a comida. Para os nectarívoras o ideal é que haja plantas naturais para que os animais possam se alimentar ou que a comida seja amassada e batida formando uma papinha, isso em casos em que a própria ave não consegue se alimentar sozinha (ALMEITA, 2005; CARCIOFI, 2020; CARCIOFI e SAAD, 2001; CUBAS et al., 2017; LIMA e MENEZES, 2018; MALAFIA e VIEIRA, 2020; MENDES, 2021; OLIVEIRA et al., 2018).
Para tatus e tamanduás o estímulo a caça não é necessário visto que são animais que se alimentam de cupins e formigas, o tatu ainda possui fontes de proteína proveniente de pequenos vertebrados como sapos e faz também a ingestão de frutas e salada, sendo representa por 90% da dieta. A colocação de formigueiros ou implantação de cupins no recinto afim de que construam cupinzeiros e procriem é essencial para que haja uma fonte contínua de alimento para esses animais, principalmente pelo fato de que não devem perder o hábito de usar as garras e a língua extremamente comprida evoluídos anatomicamente e exatamente para que fossem capazes de penetrar em tais ninhos, além de que se esses insetos fossem oferecidos sem vida haveria a possibilidade da não aceitação pelos animais (ALMEITA, 2005; CARCIOFI, 2020; CARCIOFI e SAAD, 2001; CUBAS et al., 2017; LIMA e MENEZES, 2018; MALAFIA e VIEIRA, 2020; MENDES, 2021; OLIVEIRA et al., 2018).
4 REFERÊNCIAS
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