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Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 1 Engenharia e Tecnologia de Barragens Instrumentação e Monitoramento Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim – M.Sc. – Monitoramento e segurança de barragens – Monitoramento por meio da instrumentação • Objetivos da instrumentação • Plano de instrumentação de barragens • Manual da instrumentação • Evolução dos projetos de instrumentação – Instrumentos de monitoramento de barragens de terra e enrocamento : • Tipos de Instrumentos e análise dos dados da instrumentação: Percolação, Pressões e Tensões totais/efetivas • Tipos de Instrumentos e análise dos dados da instrumentação: Deformações e Deslocamentos – Instrumentos de monitoramento de subpressão e deformações em fundações de estruturas de concreto. – Níveis de controle (Carta de Risco) – Reinstrumentação – Monitoramento Sismológico Instrumentação e Monitoramento 1 2 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 2 Lei 12.334 - Art. 4o São fundamentos da Política Nacional de Segurança de Barragens: I - a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros; MONITORAMENTO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Biedermann 1997 adaptado (Fusaro T.C. e outros, CBDB 2017) Segundo Biedermann, a segurança de barragens pode ser obtida apoiando-se em três pilares básicos: segurança estrutural, monitoramento e gestão de emergência. MONITORAMENTO E SEGURANÇA DE BARRAGENS 3 5 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 3 A concepção geral do projeto, o arranjo e o dimensionamento das estruturas são fundamentais para o sucesso do empreendimento. Erros ou estudos insuficientes na fase de projeto e construção podem levar a consequências graves no futuro. Ex: Barragem de Camará (altura 50m) na Paraíba, rompeu durante o enchimento do reservatório (julho/2004), devido a piping numa junta falha na rocha da ombreira esquerda que não foi devidamente investigada na fase de projeto e construção. MONITORAMENTO E SEGURANÇA DE BARRAGENS MONITORAMENTO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Por que Monitorar ? Monitorar é observar durante um determinado período de tempo, se uma estrutura ou um equipamento está em condições aceitáveis de segurança ou se atendem aos critérios e padrões para qual foi concebido. O que monitorar (qual grandeza a ser monitorada)? Como monitorar? Qual instrumento mais adequado? Onde instalar os instrumentos? Como e com que frequência monitorar? Em uma obra de barragem sempre vai existir um risco remanescente a ser controlado – modos de falha. Todo instrumento em um empreendimento deve ser selecionado e instalado para responder a questões específicas: se não há perguntas não deve haver instrumentação (Silveira 2006). 6 9 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 4 MONITORAMENTO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Para ter uma barragem segura durante a construção, enchimento do reservatório e regime operacional, é necessário estabelecer um plano ou manual de monitoramento, que permita ter uma avaliação permanente de seu comportamento. Monitoramento ou auscultação são atividades de manutenção preditiva que ocorrem através das inspeções visuais, instrumentação e testes em equipamentos eletromecânicos, (ICOD,Boletim158). UHE Nova Ponte - Extensômetro de haste NPCFEH141 NPCFEH142 NPCFEH143 NPCFEH144 NA Mon (m) D e fo rm a ç ã o ( m m ) / A lí v io ( + ) N .A . M o n ta n te -1,000 0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 8,000 9,000 10,000 11,000 12,000 13,000 695,000 703,643 712,286 720,929 729,571 738,214 746,857 755,500 764,143 772,786 781,429 790,071 798,714 807,357 816,000 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Inspeção por instrumentação Inspeção visual MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • Alertar sobre condições que possam favorecer a ocorrência de anomalias no comportamento da barragem: poropressões construtivas, instabilidade de taludes, condições térmicas nas estruturas de concreto,... • Permitir soluções menos conservadoras na fase de projeto, com economia para a obra. Ex: instalação de inclinômetros e bermas de equilíbrio a mont. e jus. em Água Vermelha, evitando a remoção de espessa camada solo de baixa resistência, • Caracterizar os parâmetros específicos dos materiais da barragem e suas fundações, possibilitando aprimoramentos no projeto da própria obra, prever seu comportamento mais real para futuro, e projetar novas barragens mais econômicas e seguras. • Fornecer informações sobre a melhor época para a realização de certas operações construtivas. • Possibilitar revisões no projeto durante o período construtivo. OBJETIVOS BÁSICOS DA INSTRUMENTAÇÃO - PERÍODO CONSTRUTIVO: 10 13 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 5 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • Alertar sobre anomalias que possam colocar em risco as estruturas. Em Três Irmãos piezômetros de fundação na O. Esquerda indicaram subpressões muito elevadas durante o enchimento, exigindo reforço na drenagem de pé da barragem. Em Queimado houve necessidade de executar malha de drenos DHPs para alívio de subpressão numa região a jusante. • Verificar a adequação dos critérios de projeto utilizados. • Verificar a adequação das simplificações introduzidas e das hipóteses de projeto formuladas na elaboração de modelos numéricos, por meio de retroanálises utilizando dados obtidos da instrumentação. • Testar a eficiência de novos modelos numéricos. OBJETIVOS BÁSICOS DA INSTRUMENTAÇÃO – PERÍODO DE ENCHIMENTO : MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO OBJETIVOS BÁSICOS DA INSTRUMENTAÇÃO – PERÍODO DE OPERAÇÃO : • Verificar o desempenho das estruturas, conforme previsto em projeto. • Caracterizar o comportamento dos materiais de fundação e das diversas estruturas, para verificar o prazo necessário para estabilização dos deslocamentos, tensões internas, vazões de drenagem, etc. • Estabelecer previsões sobre o comportamento futuro das estruturas, no sentido de facilitar a detecção de anomalias. Exs: a barragem em arco de Zeuzier na Suíça com 165m de altura, após 21 anos de operação sem problemas, passaram a apresentar deslocamentos contínuos. • Em Nova Ponte, com o enchimento do reservatório ocorreu deslocamentos do maciço rochoso contiguo a casa de força, com consequências graves a esta estrutura e a operação das máquinas . Um projeto de instrumentação com vários tipos de instrumentos foi instalado para monitoramento contínuo destes deslocamentos. 14 16 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 6 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • O plano de instrumentaçãodeve ser elaborado por um especialista familiarizado com o projeto e seus problemas mais críticos. • O projeto de instrumentação de uma barragem deve ser preparado na fase de projeto básico. Sua qualidade, está diretamente vinculada à dinâmica do projeto, ao entrosamento das equipes envolvidas e às adaptações frequentemente introduzidas durante as escavações e o conhecimento das características geológico-geotécnicas locais. • A escolha dos blocos e seções a serem instrumentados, das grandezas a serem medidas, dos tipos de instrumentos, das frequências a serem lidos e dos valores de controle para cada instrumento, são definidos no projeto básico e são aprimorado no projeto executivo. PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • Durante o projeto/construção, informações resultantes das inspeções, mapeamentos de campo e resultados de análises por meio de modelos numéricos, poderão tornar conveniente modificar a escolha de algum bloco chave ou seção ou ainda instalação de um maior número de instrumentos • A construção deve obedecer fielmente ao projeto e seguir as normas e especificações. As eventuais alterações no projeto devem ser aprovadas pela projetista e ser registrada nos desenhos e documentos “como construído”. (CBDB,1996). PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO 17 18 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 7 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO Uma vez que cada barragem é uma estrutura única, o planejamento do monitoramento deve refletir as necessidades de cada barragem. Elementos para um plano de instrumentação, segundo ASCE (2000): • objetivos específicos; • descrição da instrumentação e sua locação precisa; • programa de coleta das leituras que inclua responsabilidades e periodicidades; • procedimentos para calibração e manutenção dos instrumentos; • procedimentos de análise dos dados; • procedimentos para identificação e resposta a mudanças críticas; • revisões do plano original. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • Segundo o USACE (1995), o primeiro passo para selecionar os tipos de dados a serem coletados é identificar as zonas de fraqueza e as áreas de sensibilidade da barragem, e de suas fundações e ombreiras. • A partir daí, são desenvolvidas hipóteses de mecanismos hidráulicos, de tensão-deformação ou dos esforços passíveis de afetar o comportamento da barragem. • Em seguida, o plano de instrumentação pode ser concebido tendo em mente estas hipóteses, que são os modos e mecanismos de falha identificados para aquela estrutura específica. Exs: Um material mole de fundação, pode levar a preocupações sobre estabilidade e recalque, induzindo a instalação de instrumentos para medição de poropressões e de recalques. O contato entre estruturas concreto/aterro pode requerer células tensão total e piezômetros. PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO 19 20 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 8 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO O manual de monitoramento deve conter um plano da Instrumentação, elaborado pela projetista e atualizado durante a obra, devendo ser estruturado como uma ‘ponte’ entre o projetista e as equipes de operação (Smith Jr.): • as considerações de projeto, • o objetivo de cada medição • os valores previstos e os valores limites de comportamento estrutural. • descrição detalhada dos instrumentos instalados, suas características, localização precisa, faixas de leitura, exatidão e precisão, fórmulas para cálculo das medidas e instruções para sua operação e manutenção. • registro de todos os fatores que possam causar variações nos parâmetros lidos e que possam ser importantes na análise dos dados coletados, tais como: detalhes e progresso da construção, condições geológicas e subsuperficiais, níveis d’água a montante e jusante, efeitos decorrentes de precipitação, temperatura ambiente e da água, pressão barométrica e eventos sísmicos. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO • Os fornecedores dos instrumentos devem disponibilizar os requisitos de calibração e seus certificados de calibração de fábrica. • O programa de coleta dos dados deve indicar quais leituras serão executadas, como e com qual periodicidade. A escolha da periodicidade de leituras é função do tipo de dado que está sendo coletado, da taxa de variação esperada para o valor lido e considerar o método de coleta da leitura se manual ou automático. • Análise dos dados: A transmissão e análise imediata dos dados coletados, são importantes para que a instrumentação cumpra com a sua finalidade de diagnosticar precocemente um problema e permitir que medidas corretivas sejam implementadas em tempo hábil. 21 22 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 9 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO Daí a necessidade de estabelecimento de valores de controle para as medidas, de forma a viabilizar a Análise Preliminar dos dados. • Limites de atenção (projeto) representam os limites aceitáveis para um coeficiente de segurança desejado ou seja que não extrapolem qualquer critério de dimensionamento das estruturas. São estabelecidos durante o projeto da barragem, usualmente através de modelos determinísticos, e posteriormente são calibrados com as informações das leituras de campo. Constituem os critérios de segurança da barragem sob a visão do projetista. • Limites de alerta valores estabelecidos dentro de limites aceitáveis de projeto, que necessitam de análises detalhada do projeto, uma vez que a condição mínima de segurança da barragem pode não estar sendo atendida. Assim é possível prever uma situação de risco à segurança e agir em tempo hábil. Somente o estabelecimento destas faixas de valores e o resultado imediato das grandezas calculadas após a leitura permitem o diagnóstico precoce de anomalias no comportamento de uma barragem. Posteriormente, com um histórico de leituras de alguns anos e a rede de fluxo estabelecida é possível determinar os limites de consistência, que são definidos como aqueles determinados estatisticamente e que antecipam a faixa de medidas esperada para um dado parâmetro monitorado, tendo em vista o seu histórico de leituras ao longo do tempo. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PLANO DE INSTRUMENTAÇÃO 23 24 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 10 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS E INSTRUMENTAÇÃO DE BARRAGENS NO BRASIL: ▪ 1950/1960 Santa Barbara, Euclides da Cunha , Limoeiro e Três Marias - (medidas de poropressão, placas de recalque na fundação, medidores de vazão). ▪ Ilha Solteira -1960/1970 marco da instrumentação no país. ▪ Desenvolvimento de instrumentação nacional – 1973 ▪ Com a automatização da instrumentação civil em barragens tem predominado o uso de instrumentos de corda vibrante, devido ao rápido tempo de resposta deste instrumentos. ▪ Atualmente há uma tendência por instrumentos com sensores de fibra óptica, pelo fato de possuir imunidade a descarga atmosférica, ondas de radiofrequência ou interferências eletromagnéticas,além do pequeno tempo de resposta. • Laboratório CESP de Engenharia Civil (Ilha Solteira • Divisão de Engenharia Civil do IPT • Instrumentos mecânicos • Instrumentos pneumáticos • Instrumentos elétricos MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • Geometria do vale • Materiais disponíveis para construção • Geologia da fundação e ombreiras • Clima, Regime de chuvas Condicionantes para definição do tipo de barragem a ser construída Barragens terra e enrocamento Barragem de terra homogênea Barragem de terra zonada Barragem de enrocamento Barragem de enrocamento com face de concreto Barragens de concreto Barragem tipo gravidade Barragem gravidade aliviada Barragem de contrafortes Barragens em arco Barragens em arco gravidade Barragens em arcos múltiplos Barragens de concreto compactado a rolo EVOLUÇÃO DOS PROJETOS E INSTRUMENTAÇÃO DE BARRAGENS: Cada tipo de barragem tem modos de falha específicos, portanto grandezas específicas a serem medidas. Para cada tipo de barragem e valor da grandeza esperado, há instrumentos específicos. 28 33 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 11 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS E INSTRUMENTAÇÃO DE BARRAGENS: ▪ Quanto as grandezas medidas, a partir da década de 1970, houve maior preocupação com aspectos mais relevantes no comportamento das barragens: • recalques diferenciais, • deslocamentos horizontais em camadas de baixa resistência, • zonas de tração no interior dos maciços, • interação núcleo/transições/ enrocamentos, • Interfaces solo/concreto em muros de ligação, e galerias enterradas. • Possibilidade de piping pela fundação. (CBDB 1996) Extraído de: The Development of GRG – Geotechnical Risk Management Program for Vale ICOLD, 2015 Galgamento /Erosão Externa Instabilização Erosão Interna Liquefação Como uma estrutura geotécnica de barragem pode falhar MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • Construção da barragem de Três Marias (mar/1958 a set/1961): grande preocupação com as poropressões geradas durante a construção. Um total de 104 piezômetros de diferentes tipos foram instalado no aterro: – 10 piezômetros de corda vibrante Maihak, 12 piezômetros hidráulicos tipo London, 39 piezômetros hidráulicos tipo Geotécnica, 43 piezômetros tipo Casagrande. – Poucas placas de recalque de instaladas apenas na argila porosa da fundação. UHE TRÊS MARIASEVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO 36 37 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 12 1 - siltito são 2 - siltito decomposto e saprolito 3 - aluvião antigo 4- -colúvio antigo 5 - aluvião recente 6 - colúvio recente Condicionantes geotécnicos das fundações da barragem de Três Marias MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO UHE Piau Data da Construção: 1951 a 1954 Barragem em Maciço de Terra Homogênea Fundação de Rocha Fraturada/saprolito, Comprimento: 95 metros Altura: 24 metros Reinstrumentada em 1978 Automatizada 2019. Preocupação: poropressões no aterro 39 42 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 13 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO Período de obra 1970/1974. Barragens direita e esquerda construídas em aterro homogêneo compactado. Menor preocupação com poropressões no aterro, maior atenção com a fundação Instrumentação: - Piezômetros tipo Casagrande instalados na fundação na região das ombreiras e nas interfaces aterro/estrutura de concreto. - Instrumentos de recalque de aterro UHE VOLTA GRANDE MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO UHE VOLTA GRANDEEVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO 43 44 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 14 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO UHE QUEIMADO Seção 2, Est. 22- barragem de terra homogênea. O Barramento principal: barragem de terra/enrocamento com 1.060m de comprimento e altura máxima de 62m. A barragem no trecho do rio Arrependido é homogênea, as escavações foram feitas até a rocha decomposta (metassiltito). Instrumentação: alguns piezômetros no maciço a montante do filtro vertical, na fundação e no tapete drenante. EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO UHE SÃO SIMÃO As obras civis foram construídas entre 1973/1977, constam de barragens de terra nas ombreiras direita e esquerda, barragem de enrocamento com núcleo de terra na seção do antigo leito do rio com altura de 127m, e estruturas de concreto na parte central (transições 1 e 2 e as estruturas hidráulicas). As estruturas de terra têm 3.072m de extensão as estruturas de concreto 563m. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO 45 46 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 15 EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO Barragem de Terra de São Simão – nesta seção altura 44 m EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO Barragem de Terra-enrocamento de São Simão - altura 127m 47 48 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 16 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO UHE IRAPÉ A barragem de terra- enrocamento foi construída entre 2003 e 2006. É a mais alta barragem hidrelétrica do Brasil, com 210 metros, e um comprimento total de 551 m. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PIEZOMETRIA DEFORMAÇÃO EVOLUÇÃO DOS PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO UHE IRAPÉ 51 52 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 17 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO TIPOS DE INSTRUMENTOS - ANÁLISE DOS RESULTADOS Parâmetros a Monitorar Percolação, Pressão, Tensões Totais e Efetivas Deslocamentos Horizontais e Sismos Parâmetros a Monitorar Recalques Deslocamentos Deformações Falhas • Instabilização • Erosão Interna • Liquefação Instrumentos ▪ Medidores de Vazão ▪ Medidores de Nível de Água (INA) ▪ Piezômetros ▪ Célula de Pressão Total ▪ Inclinômetros de Deflexão ▪ Sismômetros e Acelerômetros Falhas Galgamento/Erosão Externa Instrumentos ▪ Medidores de recalque superficiais ▪ Medidores de internos de recalque MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO TIPOS DE INSTRUMENTOS - ANÁLISE DOS RESULTADOS Percolação, Pressão, Tensões Totais e Efetivas: – Medidores de Vazão • Vertedouros • Furos de drenagem – Medidores de Nível de Água – Piezômetros de variados princípios de funcionamento: • Piezômetros tipo Casagrande de Tubo Aberto e Tubo Fechado• Piezômetros Pneumáticos • Piezômetros Elétricos • Piezômetros Elétricos de Corda Vibrante • Piezômetros Hidráulicos – Célula de Pressão Total Pneumáticas e de Corda Vibrante 55 56 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 18 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO MEDIDOR DE VAZÃO - TIPO VERTETOURO Parâmetro Medido: • Vazão percolada através de maciços de terra/ enrocamento, suas fundações e ombreiras; • Vazão das fundações e entre blocos de estruturas de concreto e infiltradas pelo concreto. Características Principais: Vertedouro de parede delgada (chapa metálica com até 3mm de espessura) que permite, através de fórmulas hidráulicas, calcular a vazão do fluxo vertente. O perfil vertente pode ser triangular, quadrado ou trapezoidal, de acordo com o volume a ser medido. A leitura é feita diretamente em uma régua instalada na parede da caixa do instrumento, onde o zero da régua deverá coincidir com o vértice ou base do perfil vertente MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Alagamento a jusante do vertedouro, comprometendo a formação da lamina d´água (fluxo). • Perda d’água através do contato chapa/concreto, laterais, fundo do tanque. • Septo ou dissipador de energia da caixa coletora instalado a uma distância que não permite a formação de remanso próximo à régua de leitura. • Régua de leitura instalada muito próxima ou junto da chapa metálica do perfil vertente. O ideal é instalar a régua a 1m do perfil vertente. Manutenção Necessária: • Manter a posição de instalação da régua, cujo zero deverá coincidir com o vértice do perfil vertente. • Manter a régua do instrumento isenta de oxidação e lodo. • Manter o contato chapa/concreto sem vazamentos (fixação). • Remover detritos, sedimentos, algas, precipitações químicas e depósitos de ferro- bactérias de dentro da caixa. MEDIDOR DE VAZÃO - TIPO VERTETOURO 57 58 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 19 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • O “zero” da régua não coincide com o vértice do triângulo ou com a base do perfil vertente. • Régua confeccionada com material e escala inadequados que dificultam a visualização pelo leiturista. • Perfil vertente inadequado para volume a ser medido. O perfil em “V” é indicado para vazões de 0 a 15 l/s, podendo chegar a 130 l/s. Os perfis Retangulares e Trapezoidais são indicados para grandes vazões. MEDIDOR DE VAZÃO - TIPO VERTETOURO • Condições de fluxo em um vertedouro de lâmina delgada MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Instalado em um poço no pé barragem Instalado em galeria de estrutura de concreto Detalhe do registro na base para facilitar limpeza MEDIDOR DE VAZÃO - TIPO VERTETOURO Condição ideal da lâmina Tipos de dissipadores de energia Exemplos de Medidores de Vazão 59 60 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 20 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO MEDIDOR DE VAZÃO - TIPO CALHA PARSHALL Parâmetro Medido: • Vazão percolada através de maciços de terra/enrocamento, suas fundações e ombreiras e fundações de estruturas de concreto. • Trecho curto de canal com geometria de fundo/paredes que acelera a velocidade da água e cria uma passagem por escoamento crítico. Tem uma forma de canal aberto com tamanhos padronizados para permitir a medição de diferentes faixas de vazão. • A vazão é determinada a partir da leitura da elevação do nível d’água, em uma régua, fixada na secção convergente do canal ou seja a montante do trecho estrangulado. Características Principais: MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO MEDIDOR DE VAZÃO - TIPO CALHA PARSHALL • A principal vantagem é a relação direta e conhecida, ou facilmente calibrável, entre a vazão e a cota; • Devem ser usados em canais que não se dispõe de altura suficiente para instalação de um vertedor de parede delgada. O fundo do canal de saída deve estar situado em um nível inferior ao do canal de entrada da calha Parshall, e ser dimensionado em função da vazão estimada para assegurar que esta não trabalhe no regime de fluxo submerso ou seja não provoque inundação no canal de aproximação. • A calha Parshall deve ser instalada em canais retos com paredes verticais. • O canal de aproximação deve ter um trecho reto superior à 20H, a montante do trecho estrangulado “garganta”. • Equação de descarga Q = 2,2 WH3/2 onde: Q = vazão em m³/s. W= largura da garganta em polegadas e em pés. H = altura da lâmina d’água em metros (m). 62 63 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 21 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • VERTEDOURO DE VAZÃO - TIPO FUROS DE DRENAGEM Parâmetro Medido: • Vazão percolada através de taludes rochosos, ombreiras, fundações de estruturas de concreto e barragem terra/enrocamento. Características Principais: • Furos efetuados na rocha de fundação das estruturas de concreto, taludes rochosos e túneis com o objetivo de aliviar as pressões no interior dos maciços. • As leituras são feitas individualmente, medindo tempo necessário para coletar um determinado volume. Utiliza-se um recipiente de graduado e um cronômetro. • Manutenção Necessária: • Importante limpeza periódica para remover detritos, sedimentos, precipitações químicas depositados no interior dos furos. • Verificação da integridade dos recipientes graduados. Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Leituras incorretas por perda d’água no contato tubo/concreto ou falta de habilidade do leiturista e recipientes inadequado. Talude rochoso Galeria de drenagem estrutura de concreto Leitura MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Parâmetro Medido: • Posição da linha freática /lençol freático em maciços de terra e suas fundações, taludes naturais. Características Principais: • É constituído por um tubo de PVC perfurado e envolto por manta geotêxtil ou tela, que são inseridos no furo de sondagem feito no maciço. O espaço entre o tubo e o furo é preenchido com areia para evitar o carreamento de solo do maciço para interior do tubo. Acima do trecho perfurado é feito um selo de solo-cimento ou bentonita para impedir a entrada de água superficial ou pluvial. • A leitura é efetuada por meio de um sensor elétrico “piu” ligado a um cabo graduado que é introduzido no tubo, que ao contato com o nível de água emite um sinal sonoro ou luminoso. MEDIDOR DE NÍVEL DE ÁGUA 64 66 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 22 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Manutenção necessária: • Proteger o topo da tubulação contra entrada de água e queda de materiais. • Calibração periódica do cabo de leitura, aferindo seu comprimento, por meio de uma trena de referência calibrada. Testar a pilha e a campainha no caso de sonda sonora ou o galvanômetro. • Circulação de água para limpeza do tubo, quando necessário. MEDIDOR DE NÍVEL DEÁGUA Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Ausência ou má execução do selo superior, permitindo entrada de água pluvial ou de irrigação de taludes gramados, para interior do tubo. • Deformação ou graduação incorreta do cabo de leitura. • Dados de instalação incorretos (cotas da base e do topo do tubo). Aparelho medidor “piu” Leitura sendo executada MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Existem 2 famílias de piezômetros: os de resposta rápida, os de resposta lenta. • Os de resposta rápida são constituídos de diafragma entre a parte filtrante e o transdutor de pressão, onde um pequeno volume de água é suficiente para indicar uma pressão. • Quanto aos transdutores, existem de diversos princípios de funcionamento, sendo os mais usados atualmente os elétricos de corda vibrante. A tendência futura são os de fibra ótica, pois são muito precisos e não estão sujeitos a descargas elétricas. • Os piezômetros (tubo aberto “stand pipe”), são construídos tanto a parte filtrante (célula) quanto o tubo de leituras em PVC. O nível de água é medido diretamente no tubo, portanto são mais lentos porque dependem de um volume maior de água para formar a coluna d’água correspondente a poropressão exercida na célula. PIEZÔMETROS 67 68 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 23 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Parâmetro Medido: • Poropressões e subpressões em maciços de terra e suas fundações, taludes naturais e fundações de estruturas de concreto. Características Principais: • São constituídos por um tubos de PVC em cuja extremidade inferior é instalado um elemento poroso (célula piezométrica). Na região da célula o furo é preenchido com areia formando o bulbo drenante, na altura restante, o furo é selado com solo-cimento plástico ou bentonita, delimitando assim a região drenante. A água penetra através do bulbo formando uma coluna d’água equivalente à pressão hidrostática atuante no seu ponto de instalação. PIEZÔMETRO DE TUBO ABERTO TIPO CASAGRANDE “STAND PIPE” B u lb o d re n an te MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Compactação manual finalizando a Instalação Piezômetro Instalado • A leitura é efetuada por meio de um sensor elétrico “piu” ligado a um cabo graduado que é introduzido no tubo que ao contato com o nível de água emite um sinal sonoro ou luminoso. Manutenção necessária: • Proteção do topo da tubulação contra entrada de água e queda de materiais para o interior do tubo. • Calibração periódica do cabo de leitura, através da aferição do seu comprimento, por meio de uma trena de referência calibrada. • Testar a pilha e a campainha no caso de sonda sonora ou o galvanômetro. • Limpeza da célula do instrumento, quando necessário, para remover sedimentos, por meio de injeção de água e ar (atenção com a pressão (água/ar) a ser injetada para evitar o risco de fraturamento hidráulico). PIEZÔMETRO DE TUBO ABERTO TIPO CASAGRANDE “STAND PIPE” 69 70 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 24 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Limpeza de piezômetro PIEZÔMETRO DE TUBO ABERTO “STAND PIPE” Erros mais frequentes na instalação ou leitura: • Não saturar a célula piezométrica no momento de sua descida no furo durante a instalação. • Má execução do selo de vedação, possibilitando entrada de água pluvial ou de irrigação de taludes no bulbo drenante e interferindo na leitura. • Falta ou entupimento da drenagem da caixa protetora na crista da barragem, comprometendo a leitura. Caixa de proteção com problema na drenagem na crista da barragem MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Erros mais frequentes na instalação ou na leitura: • Dificuldade de execução do selo acima do bulbo drenante, quando em um único furo são instalados 2 ou mais piezômetros. (deve ser evitado este esquema em maciços de terra já construídos). • Instalação de piezômetros próximos de cortinas de injeção, antes da conclusão dos serviços de injeção, causando sua obstrução. • Dados de instalação incorretos (cotas da base e do topo do tubo). • Alteração da cota da boca do tubo devido ao recalque do maciço, sem a correção na fórmula de cálculo da medida. PIEZÔMETRO DE TUBO ABERTO “STAND PIPE” croqui de instalação de um medidor de NA e um piezômetro num único furo de sondagem. (deve ser evitado) 71 72 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 25 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO ou selo de calda de cimento com bentonita MEDIDOR DE NÍVEL DE ÁGUA E PIEZÔMETRO Tampão de aço carbono galvanizado com rosca . Tubo de aço carbono galvanizado Ø 4”para proteção externa Tubo de leitura PVC Ø ½” Tubo de PVC Ø 1 ¼” para proteção do tubo de leituras Célula piezométrica diâmetro de 3” Bloco de concreto magro suficiente para garantir a fixação do tubo de proteção externa. Trecho argila com bentonita (compactada) permeabilidade menor que a do maciço. Selo de calda de Cimento ou ou Bentonita em calda. Areia lavada – boa distribuição granulométrica – (Filtro) Croqui de piezômetro tipo Casagrande MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Detalhe de instalação de um piezômetro em furo de sondagem Silveira J.F. PIEZÔMETRO TIPO CASAGRANDE 73 74 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 26 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Parâmetro Medido: • Poropressões ou subpressões em maciços de terra e suas fundações, taludes naturais e nas fundações de estruturas de concreto. Características Principais: • Possuem as mesmas características do piezômetro de tubo aberto, porém a subpressão de água é alta, excedendo a boca do tubo de leituras. A leitura só é possível através do emprego de manômetro instalado na extremidade do tubo. Manutenção necessária: • Limpeza da célula do instrumento. • Calibração dos manômetros. • Eliminação de vazamentos PIEZÔMETRO TIPO CASAGRANDE DE TUBO FECHADO MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Manômetros descalibrados ou com capacidade de carga ou graduação incompatível com as pressões medidas. • No caso de vários piezômetro conduzidos para um único manômetro (2ª e 3ª fotos), após abrir a válvula para ler o piezômetro, não esperar tempo suficiente para a estabilização da pressão. • Instalação a montante ou jusante de cortinas de injeção, antes da conclusão dos serviços de injeção, causando sua obturação. • Erro muito comum. Considerar leitura manométrica igual a zero quando o manômetro não indicar pressão. Quando a leitura manométrica for zero, o nível d’água no piezômetro pode estar abaixo da cota de topo do instrumento. Neste caso, deve-se remover o dispositivo de fechamento do tubo e realizar a leitura com o sensor para piezômetros de tubo aberto. • Falta de providenciar o reparo em tubulação rompida. PIEZÔMETRO TIPO CASAGRANDE DE TUBO FECHADO Piezômetros com manômetros individuais (ideal) 4 Piezômetros 1 único manômetro (desaconselhável) Tubulação rompida (leitura incorreta) 75 76 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especializaçãoem Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 27 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Parâmetro Medido: • Poropressões ou subpressões em maciços de terra e suas fundações, taludes naturais, fundações de estruturas de concreto. Características Principais: • Consiste em um dispositivo cilíndrico metálico, contendo no interior, pedra porosa, diafragma e conexões para fixação de duas tubulações de nylon que liga o piezômetro ao painel de leituras. PIEZÔMETRO PNEUMÁTICO Célula Instalação da Célula • Seu funcionamento baseia-se no equilíbrio de pressões atuantes em um diafragma flexível. De um lado atua a água cuja pressão se deseja medir, do outro atua um gás (nitrogênio) cuja pressão é controlada. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • A conexão entre o piezômetro e o painel de leituras é feita através de dois tubos de nylon denominados de alimentação/retorno ou entrada/saída, que se comunicam com o diafragma através de dois orifícios, do lado oposto ao da água. Para realizar as leituras utiliza-se gás nitrogênio. Quando a pressão do gás supera a pressão da água, a membrana do diafragma flete ligeiramente, permitindo o fluxo do gás para tubulação de retorno. • A leitura consiste basicamente em injetar gradualmente o gás na tubulação de entrada do piezômetro, por meio de uma sequência de comandos nas caixas de leituras e observar o seu retorno. Percebendo o retorno do gás fecha-se a válvula de entrada, abre-se a válvula de saída. Aguarda-se a estabilização da pressão, lida em um manômetro específico, situado no painel de leituras. Caixa de leitura CESP Caixa de leitura GEOTESTING e cilindro de gás. PIEZÔMETRO PNEUMÁTICO Terminais de leituras com vários piezômetros Entrada Saida 77 78 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 28 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PIEZÔMETRO PNEUMÁTICO Obtenção da Leitura Equilíbrio de Pressão no Diafragma MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PIEZÔMETRO PNEUMÁTICO Manutenção necessária: • Manter os manômetros calibrados, • Checar conexões, e proteger o terminal contra impactos e intempéries. • Maior cuidado com a identificação dos instrumentos por estarem em um mesmo painel vários terminais. Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Fórmulas ou constantes de calibração incorretas. • Não aguardar rigorosamente o tempo de estabilização para realizar leituras. 79 80 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 29 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Parâmetro Medido: • Poropressões e subpressões em maciços de terra e fundações. Características Principais: • São piezômetros de circuito fechado. Podem ser de tubulação simples ou de tubulação dupla. • Seu funcionamento baseia-se no equilíbrio de pressões. Utilizam água como fluido para leitura. O piezômetro de tubulação dupla consiste de um corpo metálico ou plástico contendo uma pedra porosa em seu interior, que é conectada ao painel de leitura através de dois tubos flexíveis. No painel as tubulações são saturadas com água deaerada. De um lado atua a água cuja pressão se deseja medir, do outro atua água deaerada. Então, qualquer variação de poropressão junto à célula piezométrica será automaticamente registrada no manômetro. PIEZÔMETRO HIDRÁULICO Croqui do piezômetro hidráulico MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • No caso de piezômetros de tubulação dupla a saturação do sistema é mais garantida. • A leitura é efetuada separadamente nos dois ramos, abrindo os registros que conectam cada tubo proveniente do piezômetro ao manômetro de leitura, e aguarda a estabilização. As leituras dos dois ramos devem indicar valores próximos, quando tal não acontece, o sistema deve ser verificado, pois há vazamentos ou há presença de ar na tubulação. Manutenção necessária: • Manter os manômetros calibrados e Checar conexões. • Manter a identificação os instrumentos. Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Não aguardar a estabilização das pressões para realizar leituras. • Vazamento nas conexões ou presença de ar na tubulação. • Dados de instalação incorretos (cota de instalação da célula) • Má compactação das valetas de passagem dos tubos, criando um caminho mais permeável entre a célula e a cabine de leitura. PIEZÔMETRO HIDRÁULICO Painel de Leituras na Barragem de Chavantes Durante a Instalação as tubulações sendo conduzidas para um painel de leituras 81 82 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 30 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PIEZÔMETRO DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA Parâmetro Medido: • Poropressões /subpressões em maciços de terra e suas fundações, taludes naturais e fundações de estruturas de concreto. Célula piezométrica Características Principais: • Os piezômetros de resistência elétrica existentes possuem basicamente os mesmos princípios de funcionamento, variando apenas os tipos de transdutores: strain-gauge colados no diafragma e os de fios pré-tensionados. • Consiste em um dispositivo cilíndrico metálico dotado de pedra porosa e diafragma em aço inox onde são fixados os extensômetros elétricos de resistência, por exemplo, disposto em circuito de ponte completa. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • Quando submetido a uma pressão externa o diafragma flete, provocando deformações nos extensômetros, variando assim a resistência dos mesmos, dando uma saída elétrica proporcional à pressão aplicada. Manutenção necessária: • Calibrar periodicamente a unidade de leitura e proteger o terminal contra impactos e intempéries, mantendo as caixas e terminais de leitura secos para evitar a corrosão . Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Má compactação das valetas de passagem dos cabos, criando um caminho mais permeável entre a célula e a cabine de leitura. • Fórmulas ou constantes de calibração incorretas. • Aterramento das células e caixa terminal deficiente. O aterramento tem que ser feito individualmente para cada instrumento e no terminal de leituras. PIEZÔMETRO DE RESISTÊNCIA ELÉTRICA 83 84 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 31 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Parâmetro Medido: • Poropressões ou subpressões em maciços de terra e suas fundações, taludes naturais. É menos comum em fundações de concreto estruturas de concreto. Características Principais: • Dentre os piezômetros elétricos, os de corda vibrante são os mais utilizados atualmente. • É constituído por um transdutor de pressão tipo corda vibrante, protegidos por um tubo cilíndrico inoxidável. Numa extremidade do cilindro há o filtro de aço inox que comunica a pressão ao diafragma interno ao piezômetro, cuja deflexão, modifica a tensão do transdutor de corda vibrante. Na outra extremidade do cilindro sai o cabo elétrico que é ligado ao painel de leituras. O cilindro é isolado a vácuo e hermeticamente selado por solda para proteção da corda vibrante. • No momento da leitura, a pressão no diafragma altera a tensão no fio no interior da célula, e altera a frequênciade resposta ao pulso elétrico emitido pela unidade de leitura. PIEZÔMETRO ELÉTRICO DE CORDA VIBRANTE Célula piezométrica Célula piezométrica MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO PIEZÔMETRO ELÉTRICO DE CORDA VIBRANTE • O fabricante fornece a folha de calibração de cada instrumento, onde constam os valores de correção para os cálculos da pressão. A temperatura é um fator para corrigir a leitura piezométrica. • A pressão barométrica dependendo do modelo e local de instalação do piezômetro deve ser corrigida. No caso de Piezômetro instalado dentro do aterro (selado) não é necessário. A pressão barométrica deve ser incluída nos cálculos de alguns modelos de piezômetros que forem instalados em furos ou no interior de piezômetros stand pipe abertos. No modelo de tubo ventilado (4500SV) não é necessário fazer a correção. Manutenção necessária: • Calibrar periodicamente a unidade de leitura. • Proteger o terminal contra impactos e intempéries. • Checar proteção contra raios. • Manter a identificação dos instrumentos. Caixa de leituras Painel da Caixa de leituras 85 86 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 32 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Aterramento das células e caixa terminal deficiente. • Verificar se o aterramento foi feito individualmente, para cada instrumento ou somente no terminal. • Fórmulas ou constantes de calibração incorretas. Instalação da célula durante a obra. Ligação dos cabos às cabines de leituras Cabine com terminais de leituras e Caixa de leituras para piezômetros de corda vibrante da Geokon PIEZÔMETRO ELÉTRICO DE CORDA VIBRANTE BARRAGEM DE TERRA – Como monitorar a percolação ? MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Linha freática Linha freática Barragem de terra com dreno de pé Barragem de terra com filtro e tapete drenante Piezômetro Piezômetros Medidores de nível d’água Vertedores de vazão Exercício dreno de pé 87 88 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 33 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO INSTRUMENTAÇÃO DE BARRAGEM DE REJEITO Em barragens de rejeito é comum a instalação de: piezômetros, medidores de nível d’água (INA) e vertedores de vazão. Alteamento por jusante MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO CÉLULAS DE PRESSÃO TOTAL – ELÉTRICAS PNEUMÁTICAS, E CORDA VIBRANTE Parâmetro Medido: • Tensões totais em obras de engenharia. Em barragens são comuns em interfaces do maciço compactado com estruturas de concreto, galerias, condutos enterrados e zonas de interface entre diferentes materiais: aterro/fundação, aterro/ombreiras e aterro/transições. Características Principais: • As leituras baseiam-se no equilíbrio de pressão e são realizadas com os mesmos procedimentos adotados nos piezômetros de mesmo princípio de funcionamento. • É constituída de uma almofada de aço inoxidável, circular ou retangular, totalmente preenchida com óleo deaerado, acoplada a um transdutor de pressão pneumático, elétrico ou de corda vibrante, que permite medir a pressão do óleo no interior da célula, que é equivalente à tensão total induzida pelo solo adjacente à célula. Células instaladas na posição horizontal medem Tensão Vertical e instaladas na Vertical medem Tensões Horizontais. Manutenção necessária: • Manter os manômetros calibrados ou a unidade de leitura para instrumentos elétricos de corda vibrante. • Manter a identificação dos instrumentos no painel de leituras. Posição para instalação 89 91 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 34 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO CÉLULA DE PRESSÃO TOTAL Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Medida irreal devido a rigidez do material das células, podendo estas atuar como elementos de concentração de tensões. Se as células forem muito rígidas podem medir tensões maiores que as reais. Se menos rígidas medem tensões menores que as reais. Para minimizar estes problemas as células são construídas com diâmetro ou largura bem maiores que sua altura. • Descontinuidade das características do solo adjacente às células em relação ao maciço compactado. • Deslocamento das células após sua instalação, implicando na alteração da direção de tensão medida. • Fórmulas ou constantes de calibração incorretas. • Cadastramento incorreto da cota e da direção de instalação da célula. Caixa de leitura GEOTESTING e cilindro de gás. Terminais de leitura corda vibrante . compactação no entorno das células na instalação MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Considerações para análise dos dados da instrumentação • Os dados da instrumentação devem ser analisados sob duas óticas: • em função do tempo para identificar mudanças de tendências, como o aumento da vazão de percolação ou aumento na velocidade dos recalques; • considerando o comportamento esperado em relação aos critérios de projeto definidos, comparando os valores de poropressões medidas em campo e previstas pelas redes de fluxo de projeto, por exemplo. • As leituras precisam ser inseridas em um banco de dados, que efetue os cálculos das grandezas automaticamente em formato de tabelas e gráficos. • Avaliar o funcionamento do instrumento e a coerência de suas leituras o que pode indicar a necessidade de aferição de seu desempenho. • Considerar todas as condições de contorno que podem influenciar no parâmetro avaliado: geologia, meteorologia e histórico de projeto, sua construção e operação. • Comparação dos valores com informações advindas de barragens semelhantes, quando se julgar pertinente. 92 93 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 35 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO VERTEDOR DE VAZÃO GRÁFICOS INTERESSANTES: • Gráfico de vazão e nível do reservatório x tempo • Gráfico do volume de percolação (área sob o gráfico vazão x tempo), de interesse quando há grandes variações no nível do reservatório. QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS (segundo ASCE – 2000) • A permeabilidade está aumentando? • Há indícios de erosão interna?, Há carreamento de material? • Há dissolução dos materiais da fundação ou do aterro? • A água está saindo de forma controlada? • A quantidade de água é excessiva para as condições específicas da barragem? • Os dispositivos de drenagem estão perdendo sua eficiência ao longo do tempo? MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO ANÁLISE DAS VAZÕES PERCOLADAS - VERTEDOR DE VAZÃO São Simão - Margem Esquerda - Barragem de Terra/Enrocamento no leito do rio e terra na ombreira esquerda Monitoramento das águas percoladas 94 96 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 36 UHE São Simão - Vertedor para medir vazão SSMEVV006 SSMEVV007 SSMEVV010 SSMEVV011 SSMEVV013 NA Mon (m) V a z ã o ( l/ s ) N .A . M o n ta n te 0,000 4,035 8,070 12,106 16,141 20,176 24,211 28,246 32,282 36,317 40,352 323,370 331,193 339,016 346,839 354,662 362,485 370,308 378,131 385,954 393,777401,600 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO São Simão - Barragem de terra - Margem Esquerda SSMEVV006 e 007 - vazão do filtro da barragem SSMEVV010 e 013- vazão de surgência SSMEVV011 – coleta da água da drenagem interna (filtro/tapete) e surgência ANÁLISE DAS VAZÕES PERCOLADAS - VERTEDOR DE VAZÃO ANÁLISE DAS POROPRESSÕES - PIEZÔMETROS GRÁFICOS INTERESSANTES: • Cota Piezométrica, e NA reservatório na mesma escala x tempo. • Pressão (mca ou Kgf/cm²) e o NA reservatório em escalas diferentes x tempo. • Pressão x nível do reservatório (gráfico de histerese) – serve para verificar se há outros fatores além do reservatório influenciando as poropressões e se estão ocorrendo variações com o tempo. QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS: • Os valores de pressões são superiores aos definidos nas análises de estabilidade? • A distribuição de pressões é a esperada em projeto? • Os tratamentos de fundação foram eficientes? • Os dispositivos de drenagem têm capacidade adequada e vêm mantendo sua eficiência? • Há carga excessiva no pé da barragem, qual é o gradiente de saída da água? • Estão ocorrendo mudanças independentemente das condições de carregamento, que possam indicar erosão interna? MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO 97 102 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 37 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO 9 MN401 PC406 PC405 PC403 PC402 PC401 PC408 PC410 PC418 PC417 PC412 PC414 PC416 PC404 1 3 4 6 7 8 10 11 12 13 PC413 9 5 20 9 2 4 6 8 8 8 10 12 12 12 14 14 18 20 1 .6 26 8e -0 06 9 .0 87 7e -0 06 9 .1 21 0e -0 06 7. 4 40 9 e- 00 6 2.2089e-009 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 ANÁLISE DAS POROPRESSÕES - PIEZÔMETROS E MEDIDORES DE NA (INA) Rede de fluxo em uma barragem de terra MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO SÃO SIMÃO - Análise das subpressões pela fundação - PIEZÔMETROS 103 104 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 38 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Barragem de Terra/Enrocamento - Piezômetro pneumático Hall SSMEPH101 SSMEPH102 SSMEPH103 SSMEPH104 SSMEPH105 SSMEPH106 SSMEPH107 SSMEPH108 NA Mon (m) Co ta p ie zo m ét ric a (m ) N. A. M on ta nt e 354,000 360,000 366,000 372,000 378,000 384,000 390,000 396,000 402,000 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 • Há perda de carga ao longo da fundação? • As oscilações estão correlacionadas as variações do reservatório? R es er va tó ri o C o ta s p ie zo m ét ri ca s SÃO SIMÃO - Análise das subpressões pela fundação - PIEZÔMETROS MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Barragem de Terra/Enrocamento - Piezômetro pneumático Hall SSMEPH109 SSMEPH110 SSMEPH111 SSMEPH112 SSMEPH113 SSMEPH114 SSMEPH115 SSMEPH116 NA Mon (m) Co ta p iez om ét ric a (m ) N. A. M on ta nt e 354,000 360,000 366,000 372,000 378,000 384,000 390,000 396,000 402,000 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 R es er va tó ri o C o ta s p ie zo m ét ri ca s SÃO SIMÃO - Análise das poropressões - núcleo Barragem Terra - PIEZÔMETROS 105 107 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 39 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO UHE Três Marias - Piezômetro Casagrande TMBTPC101 TMBTPC102 TMBTPC103 TMBTPC104 NA Mon (m) C ot a pi ez om ét ric a (m ) N .A . M on ta nt e 515,000 520,000 525,000 530,000 535,000 540,000 545,000 550,000 555,000 560,000 565,000 570,000 575,000 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 TRÊS MARIAS PIEZÔMETROS – seção leito rio Efeito dos grandes deplecionamentos do reservatório nas poropressões no maciço de barragens de terra construídos com argilas muito impermeável ANÁLISE DAS POROPRESSÕES - PIEZÔMETROS MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Fundação Barragem Terra-Enrocamento-Ombreira. M. Esquerda Nova Ponte - Análise das subpressões - Piezômetros UHE Nova Ponte - Piezômetro pneumático Hall NPBTPH901 NPBTPH902 NPBTPH903 NPBTPH904 NPBTPH905 NPBTPH906 NA Mon (m) C ot a pi ez om ét ric a (m ) N .A . M on ta nt e 780,000 783,000 786,000 789,000 792,000 795,000 798,000 801,000 804,000 807,000 810,000 813,000 816,000 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Instrumentos Cota célula NPBTPH 901 798,000 m NPBTPH 902 797,000 m NPBTPH 903 797,000 m NPBTPH 904 800,420 m NPBTPH 905 800,466 m NPBTPH 906 800,360 m Observa-se que antes do enchimento os PC 901, 902 e 903 já apesentavam carga. Tapete trabalha adequadamente. 108 110 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 40 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Análise da eficiência da cortina de injeção SUBPRESSÕES PELA FUNDAÇÃO DA BARRAGEM DE NOVA PONTE - PIEZÔMETROS UHE Nova Ponte - Piezômetro pneumático Hall NPBTPH602 NPBTPH603 NPBTPH604 NA Mon (m) C ot a pi ez om ét ri ca ( m ) N .A . M on ta nt e 690,000 702,600 715,200 727,800 740,400 753,000 765,600 778,200 790,800 803,400 816,000 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010 2013 2016 2019 cortina de injeção eficiência da cortina MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DAS ESTRUTURAS CIVIS Barragem de Cana Brava – Análise Poropressões - Interface Estrutura de Concreto/Aterro XXX SNGB 111 113 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 41 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DAS ESTRUTURAS CIVIS EXEMPLO DE UMA FICHA DE ANÁLISE PIEZOMÉTRICA MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO GRÁFICOS INTERESSANTES: • Tensão Total e nível do reservatório x Tempo • Tensão Efetiva e nível do reservatório x Tempo • Tensão Total e Poropressão x Tempo • Tensão, nível do reservatório e altura do maciço sobre a célula X tempo QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS: • Quais são as tensões de contato do maciço/estruturas de concreto adjacentes ou maciço/fundação ou núcleo de terra/transições ? • As tensões são inferiores às esperadas? • O campo de tensões está estável ou mudando? • A pressão total é maior que a pressão hidrostática? A tensão efetiva pode ser reduzida a zero se as pressões hidrostáticas forem elevadas. Essencialmente, isto é a ruptura hidráulica. CÉLULA DE PRESSÃO TOTAL 114 117 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens(M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 42 CÉLULA DE PRESSÃO TOTAL UHE EMBORCAÇÃO Emborcação - barragem de terra/enrocamento Seção de Máxima Altura-158m Foram instaladas células na posição horizontal números pares (σ vertical) e na posição vertical números impares (σ horizontal) CÉLULA DE PRESSÃO TOTAL 118 119 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 43 números pares (σ vertical) números impares (σ horizontal) Observa-se maior concentração de tensões nas transições de jusante e montante (PT204 e PT210) que no núcleo da barragem (PT208 e 206). CÉLULA DE PRESSÃO TOTAL UHE Emborcação - Célula de pressão total EMBTPT204 EMBTPT205 EMBTPT206 EMBTPT207 EMBTPT208 EMBTPT209 EMBTPT210 EMBTPT211 NA Mon (m) Pr es sã o to ta l ( kg f/c m 2) N. A. M on ta nt e 0,000 2,000 4,000 6,000 8,000 10,000 12,000 14,000 16,000 18,000 20,000 22,000 24,000 530,000 540,917 551,833 562,750 573,667 584,583 595,500 606,417 617,333 628,250 639,167 650,083 661,000 1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008 2012 2016 Pr es sã o to ta l ( kg f/ cm ²) σ t h o ri zo n ta l σ t v er ti ca l CÉLULA DE PRESSÃO TOTAL Sugestão para níveis de controle: σh ≥ 1,3 para nível normal, u 1,3 < σh_ ≤ 1,15 para nível alerta, u σh < 1,15 para nível emergência. u σt = σe+ u Piezometria Célula de Pressão Total Elevação (m)Poropressão Kg/cm) 2 Pressão Total (kg/cm) P.Total/ Poropres PT 206 V 9,24 3,46 PH 205 2,667 PT 207 H 5,86 2,10 PT 208 V 11,25 2,10 Aprox. 577,00 PH 206 5,352 PT 209 H 5,32 0,99 PT 212 V 8,27 2,42 607,12 PH 207 3,417 PT 213 H 7,10 2,08 PT 214 V 7,28 3,91 Aprox. 623,00 PH208 1,862 PT 215 H 5,27 2,83 2 120 121 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 44 MONITORAMENTO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Piezômetros Corda Vibrante – Atenção com as Equações de Cálculo (sinal de G) MONITORAMENTO E SEGURANÇA DE BARRAGENS Equações de Cálculo para Piezômetros de Corda Vibrante P = ((R0 - R1) * G ) + ((T1 –T0) *k) + ((S1-S0)* F) Formula Linear: Equação do Manual do fabricante versão mais antiga. OBS: Estas formulas são apresentadas nos certificados de calibração de cada piezômetro. A 1ª parcela da equação é referente a frequência, Estão diferentes nos manuais do fabricante, como também nos certificados de calibração dos Piezômetros (manuais mais antigos e nos mais recentes). Isto se deve a constante (G ) que em alguns certificados foram considerados (+) positivos e em outros (-) negativos. Portanto, atenção com os certificados de calibração de cada piezômetro para definir a equação a ser usada. P = ((R1 – R0) * G ) + ((T1 –T0) *k) + ((S1-S0)* F) Formula Linear: Equação do Manual do fabricante, versão mais recente,(Doc Ver Y 3 / 14). 122 124 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 45 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Exercício resistência A redução da vazão indica que a resistência à percolação ( ) aumentou ou ( ) diminuiu? A queda piezométrica indica que o aumento da resistência ocorreu a ( ) montante ou a ( ) jusante do piezômetro? A redução da vazão indica que a resistência à percolação ( ) aumentou ou ( ) diminuiu? O aumento piezométrico indica que o aumento da resistência ocorreu a ( )montante ou a ( ) jusante do piezômetro? A aumento da vazão indica que a resistência à percolação ( ) aumentou ou ( ) diminuiu? A aumento piezométrico indica que o decréscimo da resistência ocorreu a ( ) montante ou a ( ) jusante do piezômetro? A aumento da vazão indica que a resistência à percolação ( ) aumentou ou ( ) diminuiu? A queda piezométrica indica que o decréscimo da resistência ocorreu a ( )montante ou a ( ) jusante do piezômetro? MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Deslocamentos e Deformações Horizontais e/ou Verticais • Marco de Deslocamento Superficial • Marco de recalque de aterro placa • Inclinômetro de Recalque • Inclinômetro de Deflexão • Medidor de Recalque tipo Caixa Sueca • Medidor de Recalque de Placas tipo IPT • Medidor de Recalque tipo KM • Medidor de Recalque tipo Magnético • Medidor de Recalque de Corda Vibrante • Extensômetro de Hastes TIPOS DE INSTRUMENTOS - ANÁLISE DOS RESULTADOS 125 127 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 46 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Os medidores de deformação horizontais e verticais, mais comuns são divididos em 3 grupos: • Grupo cujas leituras são realizadas com levantamentos topográfico: pinos de recalque, marcos superficiais, placas superficiais e profundas. • Grupo cujas leituras independem da topografia, já que as medidas calculadas dependem das referencias instaladas em pontos considerados indeslocáveis na fundação da estrutura: medidores telescópicos, medidores magnéticos, extensômetros de múltiplas hastes e inclinômetros. • Grupo cujo principio de funcionamento é hidráulico ou elétricos cujas leituras são realizadas em cabines instaladas nos taludes da barragem: caixa sueca, recalques pneumáticos e hidráulico com sensor elétrico. Nestes casos utiliza-se da topografia para nivelamento da cabine de leituras. Deslocamentos e Deformações Horizontais e/ou Verticais MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Deslocamentos e Deformações Horizontais e/ou Verticais A precisão e a confiabilidade das medições de deslocamentos empregando métodos de topografia dependem: •Tipo de instrumentos empregados; •Repetição na centralização e no posicionamento dos instrumentos de medida nas estações de referência; •Estabilidade (imobilidade) das estações de referência; •Proteção dos pilares e outras referências contra acidentes e vandalismo; •Experiência da equipe de topografia ou geodésia; •Influência das condições meteorológicas; •Extensão das distâncias de visada. 128 129 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 47 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO • GPS • InSAR • Imageamento aéreo • Métodos topográficos tradicionais • GNSS (Global Navigation Satellite System) • Estação total robotizada • Radares Métodos mais precisos para Monitoramento de Deslocamentos e Deformações Horizontais/Verticais, indicados para barragens e taludes de modo geral Novos Métodos de Medição de Deslocamentos Superficiais MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO MARCO DE DESLOCAMENTO SUPERFICIAL - Método mais usual em barragens Parâmetro Medido: • Deslocamentos superficiais do maciço de terra, enrocamento, taludes e estruturas de concreto. Características Principais: • São marcos topográficos instalados na superfície da barragem, cujos deslocamentos são medidos através da topografia estações totais, níveis de precisão ou teodolitos, tendo por referência pontos fixos (RN) instalados em locais considerados indeslocáveis, fora da área de influência da barragem. Atualmente é mais utilizada a estação total para medidas planimétricas.130 131 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 48 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Erros mais frequentes na instalação e na leitura • Marcos de referência (NR) instalados em local sujeito a deformações. • Oxidação do pino de leitura. • Vento na crista da barragem, causando o deslocamento da mira e alterações nos valores de deslocamento horizontal. • Falta de fechamento no nivelamento (contra nivelamento) com distribuição de erro. • Reverberação. • Imprecisão da leitura (humano e equipamento) • Mudança de base cartográfica Ex: datum Córrego Alegre /SIRGAS2000 Manutenção necessária: • Limpeza da vegetação em torno dos marcos superficiais. • Manter identificação padrão do instrumento. • Proteção dos blocos de concreto e pinos metálicos. • Calibração dos equipamentos de topografia. MARCO DE DESLOCAMENTO SUPERFICIAL - Método mais usual em barragens MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO MARCO DE DESLOCAMENTO SUPERFICIAL Barragem de Nova Ponte. Locação usual para instalação de marcos superficiais em barragem. 133 134 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 49 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Deslocamentos e Deformações Horizontais e/ou Verticais Estação Total Robotizada • Informação continua, não há lacunas de dados; • Analises online; • Acesso remoto; • Sistema automático reduz o erro humano; • Eficiente, rápido e confiável. Fonte: Samuel R. C. Carneiro Geo Fast MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Deslocamentos e Deformações Horizontais e/ou Verticais Vantagem • Medem movimento de um ponto específico, por isso é simples avaliar a tendência e aceleração do ponto ao longo do tempo. Desvantagem • A dispersão de pontos pode não revelar movimento de blocos menores e o movimento de alguns pontos pode não ser representativo de uma área inteira. • Pode haver pequenos erros nos dados devido a alterações atmosféricas. ESTAÇÃO TOTAL ROBOTIZADA Fonte: Samuel R. C. Carneiro Geo Fast 141 142 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 50 MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Deslocamentos e Deformações Horizontais e/ou Verticais Estação Total Robotizada As desvantagens do uso de prismas incluem: •Perda de medição devido a condições de poeira ou neblina; •Risco de instalação em acessos difíceis; •Tempo de instalação; •Custo de manutenção; •Vandalismo ou roubo; •Não é possível monitorar a área entre prismas, portanto, impossibilitando a detecção de falhas; Fonte: Samuel R. C. Carneiro Geo Fast INCLINÔMETRO DE RECALQUE Parâmetro Medido: • Deslocamentos verticais do conjunto fundação e maciço de terra. Características Principais: • Consiste de um conjunto de segmentos de tubos, ranhurados verticalmente, de alumínio ou PVC de 1,0m a 3,0m de comprimento, montados por meio de luvas telescópicas e rebites. • Quando há solicitação do aterro no tubo guia ocorrem os deslocamentos verticais, cisalhando os rebites, permitindo o movimento de um tubo em relação ao outro. A leitura consiste em medir a posição da base de cada tubo, utilizando trena com sonda pescadora até o fundo do tubo. A leitura é realizada a partir do tubo mais profundo. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO Conjunto trena/sonda “pescador” 143 153 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 51 Manutenção necessária: • Lubrificar os pontos giratórios da sonda pescadora para evitar corrosão e certificar se as conexões estão firmes e se os engates das peças do pescador operam livremente. • Manter a extremidade dos segmentos de tubos fechada enquanto não utilizada. • Calibração da trena e evitar emendas nas mesmas. Erros mais frequentes na instalação e na leitura: • Obstrução do tubo por queda de materiais no seu interior, acidental ou por vandalismo. • Imprecisão no encaixe do pescador no ato de esticar a trena, devido ao desgaste das luvas e dos tubos guia. • Imprecisão da trena metálica, devido à deformação no comprimento ou emendas na trena. • Erro no cadastramento das cotas de instalação dos tubos. tubo fixado em rocha instalação do tubo Nº1 instalação do tubo Nº2 instalação do tubo Nº3 Cota de topo Superfície do aterro MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO INCLINÔMETRO DE RECALQUE Parâmetro Medido: • Perfis dos deslocamentos horizontais ao longo da profundidade de maciços de terra e enrocamento, e alguns casos em maciços rochosos, em duas direções ortogonais. Inclinômetro e indicador digital Inclinômetro modelo 200 B MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO INCLINÔMETRO DE DEFLEXÃO Inclinômetro digitilt, cabo e leitora Modelos de Inclinômetro e dispositivo de leitura da Slope Indicator Modelos de Inclinômetro e dispositivo de leitura da Geokon 154 155 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 52 Características Principais: • O instrumento é constituído por um conjunto de tubos de alumínio ou PVC com quatro ranhuras, duas a duas diametralmente opostas, para encaixe das rodas guia do sensor. As ranhuras geralmente são dispostos nas barragens nas posições jusante/montante e ombreira direita/esquerda . • O primeiro tubo é fixado em rocha com calda de cimento. Os demais tubos são ligados por luvas telescópicas rebitadas para permitir os deslocamentos entre os tubos. O espaço anelar entre tubo/furo é preenchido com areia. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO INCLINÔMETRO DE DEFLEXÃO Os deslocamentos no sentido “A” indicam deformações na direção jus/mont,. Para o sentido “B” deformações na direção das ombreiras direita/esquerda. Orientação para posicionamento da sonda. MONITORAMENTO POR MEIO DA INSTRUMENTAÇÃO INCLINÔMETRO DE DEFLEXÃO Preparação para Leitura equipamentos Slope Indicator • A leitura é realizada em profundidades pré-definidas, geralmente a cada 1m. Um torpedo/sensor móvel (inclinômetro) é introduzido no tubo guia, preso a um cabo elétrico graduado, ligado a um indicador digital portátil. • As leituras devem iniciar no tubo mais profundo. Após a descida do torpedo até o fundo do furo; antes de iniciar as leituras, é preciso aguardar de 10 a 15 min para equalização da temperatura do torpedo com a do interior do tubo. 156 157 Instrumentação e Monitoramento Tecnológico Profa. Adelaide Linhares de Carvalho Carim - M.Sc. Curso de Especialização em Engenharia e Tecnologia de Barragens (M.Eng.) – 2/2017 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Diretoria de Educação Continuada 53 • Para o modelo 200B , são realizadas 4 descidas do sensor, uma em cada ranhura e as inclinações são medidas por meio de um pêndulo contido no interior do sensor (torpedo). • Os modelos mais recentes da Slope Indicator e os da Geokon, são dotados de dois transdutores operando em direção ortogonais, que funciona com base no princípio do servo-acelerômetro e permite a leitura nas duas direções ortogonais com apenas 2 descidas para aquisição das 4 leituras. • Na primeira
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