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Resumo do capítulo II do Livro

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Resumo do capítulo II do Livro: “Introdução Histórica e Epistemológica à Biologia Comparada, com Especial Referência à Biogeografia”. PAPAVERO, B., BALSA, J. 1986
 
Discente: Luane Amaral de Morais – 16/0132916
Disciplina: História da Biologia
ESPAÇO E FORMA NO TEMPO DO GÊNESIS
A humanidade se preocupa em explicar a origem do Universo e tudo que nele há. Como a fauna e a flora, a distribuição e a diversidade das formas no espaço e no tempo e as interrelações entre estas formas e o meio circundante. No lado ocidental, o pensamento de como originou-se o mundo, com certeza, é influenciada pelo o pensamento bíblico contido no Livro de Gênesis, no qual, a origem de todas as espécies, vivas e não vivas, foram estabelecidas.
Os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada, chamado: pentateuco, aborda uma cosmogonia, fatos históricos e sociais, legislações, doutrinas morais e religiosas. A partir de várias fontes, que foram compilados, dos anos 1000 ou 900 a.C. No ano de 1753, o médico Jean Asturic, descobriu que o pentateuco é um compilado de vários textos e que em Gênesis Deus era chamado ora de Elohim, ora Javé. Segundo Asturic, o primeiro livro da Bíblia seria constituído por base de memórias e de dois documentos: o javista que preserva a forma folclórica, popular, viva e vigorosa, baseadas em tradições orais e escritas de origem babilônica. E o sacerdotal que é mais frio, esquemático, erudito, preciso e repetitivo.
Os povos antigos tentavam explicar a ordem do “cosmos” pela a relação humana e social com o divino. Para os hebreus, Deus criou o universo, tal é constituído pelo o céu, sólido como um espelho de metal ou como bronze, daí o nome firmamento, pelo o sol que governaria o dia e pela a lua que governaria a noite, pela a terra, que ficava acima do abismo das águas. E abaixo das águas subterrâneas ficava o Sheol, onde as almas dos mortos se reuniam. E tudo que acontecia na terra e no céu era por permissão de Deus. Já para os egípcios, a concepção dos cosmos era semelhante a hebraica. O céu era uma deusa, Nut, auxiliada pelo o deus do ar ou vento, Shu. O sol, o mais importante deus do Egito, Ra, filho de Nut, nascia a cada manhã, e a Lua, irmão do sol. E as águas do rio Nilo também fluíam para o mundo inferior, a morada dos mortos.
A criação do mundo de origem sacerdotal e javista se diferem, porque a ordem da criação das plantas, dos animais e do homem são contrarias. Na sacerdotal a separação dos abismos, o sol, as plantas vêm em primeiro e por último o homem é criado. Já na javista, primeiro o homem é criado, e por último as plantas. Ou seja, há inversão das histórias. Comparando estes relatos em outras mitologias, como o Mito de Dilmun, a deusa Nammu, conhecida como a mãe de todos os deuses, para os sumérios, a mãe que deu nascimento à terra e ao céu, tem semelhança com o que está escrito em Gênises, na versão sacerdotal. Porem, no Mito do Gado e do Grão, o deus An tinha criado os deuses terrestres, os Anunnkai. Nesse mito a criação do homem veio em primeiro, exatamente como na versão javista. O Poema da Criação, origem babilônica, há uma fenomenal paralelo com a cosmogonia do Antigo Egito. Pois em ambos os deuses que criaram o mundo são representados em quatro pares de deuses. 
O Mito do Dilúvio relatado por Noé foi um dos mais importantes fatores que influenciaram o pensamento biogeográfico do Ocidente. Como também, na criação do mundo existe duas origens a javista (primeira versão) e sacerdotal (segunda versão), então nesse mito não seria diferente. Na primeira versão, a chuva precipitou 7 dias após a ordem de entrar na arca e a chuva durou 40 dias e 40 noites, que durou 101, isto é, contando os 40 dias duas vezes, e também Noé confia em uma pomba pra sair da arca. Já na segunda versão, quando Noé tinha 600 anos deu-se o início do dilúvio e tal, durou cerca de 1 ano e 10 dias e Deus manda Noé e sua família saírem da arca. Além dessas controversas, o número de animais também se difere nas duas versões. Porém em ambos, Deus põe um sinal nos céus, representando a aliança Dele com o homem e a terra de que nunca mais destruiria a humanidade por águas.
Há também versões muito antigas do mito do dilúvio entre os sumérios. A tríade de deuses masculinos do Poema do Dilúvio: An, Enil, e Ninhursag criaram o homem, a vegetação e depois os animais (referência javista). Os deuses resolveram destruir a humanidade após certo tempo. Um deus, avisou Ziusudra (Noé sumeriano) que viria o diluvio por 7 dias e 7 noites que destruíra a humanidade. Assim, ele construiu uma arca para que pudesse preservar a semente da humanidade. Já na versão babilônica, o dilúvio é contado no Épico de Gilgamesh. Os deuses também iriam exterminar a humanidade, mas, portanto, o deus da água e sabedoria, Ea, avisou a Ut-Napishtim (Noé babilônico) e deu-lhe as instruções para a sobrevivência. Assim como Noé, Ut-Napishtim libertou os animais e ofereceu um sacrifício aos deuses. Ishtar, deusa do amor e da vida, jura pelo o seu colar que lembra desses dias de tribulação. (como o arco-íris das Escrituras Sagradas).
Após o dilúvio, os filhos de Noé, Jafet (os descendentes ocuparam a região setentrional da Eurásia), Sem (a região central) e Cam (parte meridional da Eurásia, mais ao norte da África). Assim, surge pela a primeira vez um padrão geográfico de distribuição de povos. Desta forma todos falariam uma só língua, pois descente de um ancestral comum. Mas como surgiu tantas outras línguas e diversidade de cores de pele? Isso será explicado pelo o mito a Torre de Babel, a onde os humanos queriam se achegar aos céus, e deus para confundir o homem trocou-lhes a língua para que ninguém mais se compreendessem. E a partir daí, deus os dispersou pela a superfície da terra, dando origem a explicação de diferentes raças e línguas.

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