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Por que avaliar o crescimento? A avaliação do crescimento é a medida que melhor define a saúde e o estado nutricional de crianças, já que distúrbios na saúde e nutrição, independente da causa, invariavelmente afetam o crescimento infantil. Algumas doenças podem atrapalhar o desenvolvimento. Objetivos da avaliação do crescimento: • Detecção precoce de problemas e obter a sua recuperação (prevenção e tratamento) ou minimizar seu impacto (se inevitáveis). • Identificação das variações da normalidade, tranquilizando a criança e a família, evitando possíveis intervenções prejudiciais. Frequência de avaliação: 1° ano de vida: mensal 2° ano de vida: a cada 2 meses 2 a 10 anos: a cada 6 meses. AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO Clínico: anamnese, exame físico, antropometria. Exames laboratoriais: dosagens de ferro, cálcio, proteínas, idade óssea. ANAMNESE Avaliar condições que possam interferir no crescimento: Condições intrauterinas. Prematuridade Alimentação. Antecedentes pessoais Antecedentes familiares Condições intrauterinas: crianças com crescimento intrauterino restrito tendem a apresentar maior prevalência de distúrbios nutricionais a curto e longo prazo e requerem atenção especial dos serviços de saúde. Prematuridade: condições de gestação e parto; peso de nascimento. !! Bebês a termo: 40 semanas. Quando o bebê nasce prematuro, conta a idade corrigida, ou seja, as semanas que faltavam para completar 40 semanas é descontada para fins de avaliar desenvolvimento. Por exemplo, um bebê que nasceu de 32 semanas com 4 meses, a idade corrigida dele será de 2 meses (4 meses – 8 semanas = 2 meses). PIG (pequeno para idade gestacional): avaliar na curva de crescimento intrauterino (peso x idade gestacional). Exemplo: peso de nascimento – 800g, IG 34 semanas. Resultado: abaixo do P10. Ou seja, é um bebê PIG. !! Bebês PIGs é sempre abaixo do P10 na curva de peso ao nascer x IG. Alimentação: investigar história alimentar - aleitamento materno, dieta de transição (época de introdução, qualidade, quantidade, aceitação), alimentação atual (técnica, quais alimentos, quantidade, aceitação, dinâmica familiar). Antecedentes pessoais: investigar doenças crônicas, internações, cirurgias. Antecedentes familiares: investigar estatura dos pais, condições socioeconômicas e emocionais. Exame físico • Características fenotípicas (síndromes). • Dados antropométricos. • Sinais clínicos de desnutrição. • Sinais clínicos de obesidade. • Maturação puberal (adolescentes). Características fenotípicas: se atentar para as condições genéticas e síndromes de cada criança. Bebês [Capture a atenção do leitor com uma ótima citação do documento ou use este espaço para enfatizar um ponto-chave. Para colocar essa caixa de texto em qualquer lugar na página, basta arrastá-la.] Crescimento físico e avaliação nutricional com Síndrome de Down, por exemplo, possuem uma curva de crescimento específica. Sinais clínicos de desnutrição: tecido celular subcutâneo (quantidade, distribuição, presença de edema); mucosas (coloração); pele (textura, temperatura, elasticidade, lesões); cabelos (quantidade, distribuição, coloração, desprendimento); musculatura (força muscular); esqueleto (sinais de raquitismo). Sinal da bandeira: despigmentação dos cabelos. Rosário raquítico: protuberâncias na costela, ossos mais aparentes. Acantose nigricans: manchas escurecidas nas dobrinhas de gordura, pode indicar e auxiliar no diagnóstico de obesidade. Sinal de resistência à insulina. ANTROPOMETRIA • Peso • Estatura • IMC • Perímetro cefálico • Comprimento abdominal • Medidas de segmento inferior e superior • Envergadura • Dobras cutâneas. TÉCNICAS DE OBTENÇÃO ANTROPOMÉTRICAS: Avaliação do peso: Criança de 0 a 2 anos: balança pediátrica. Criança despida, mãos e pés não devem tocar outra superfície. Criança maior de 2 anos e adolescentes: balança tipo adulto. Mínimo de roupa. Avaliação do comprimento/altura: Até 24 meses: régua antropométrica (horizontal). Acima de 24 meses: antropômetro ou estadiômetro (vertical). Vigilância do crescimento: 1° ANO DE VIDA (PESO) Ganho de peso inicial Recém- nascidos Perda de até 10% do peso nos primeiros dias. Recuperação até o 10° dia de vida. Ganho insuficiente: rever e orientar técnicas de amamentação. Auxiliar a mãe no consultório. Pré-termos Utilizar idade gestacional corrigida. Ganho diário 1° trimestre 25-30 gramas/dia. 2° trimestre 20 gramas/dia. 2° semestre 10 gramas/dia Ou, avaliar da seguinte forma: • Peso de nascimento x2 aos 5-6 meses. • Peso de nascimento x3 aos 12 meses. • Peso de 1 ano de idade x2 aos 5 anos. !! A partir de dois anos não é mais necessário corrigir a IG. ESTATURA 0 a 3 meses 3,5 cm/mês 4° ao 6° mês 2 cm/mês 7° ao 9° mês 1,5 cm/mês 10° ao 12° mês 1,2 cm/mês 1° ao 3° ano 1 cm/mês >3 anos 3 a 6 cm/ano Ou, avaliar da seguinte forma: • No primeiro ano deve ganhar 25cm, no segundo ano 12,5 cm. • Quando estiver com quatro aninhos deve ter em torno de 1m. • Pré-escolar cresce de 5 a 7 cm. !! Parada ou desaceleração do crescimento: carência nutricional. Avaliação do perímetro cefálico: O perímetro cefálico deve ser medido até os três anos. Pontos de referência: occipício e glabela. Vigilância do crescimento: PERÍMETRO CEFÁLICO 1° trimestre 2 cm/mês 2° trimestre 1 cm/mês 2° semestre 0,5 cm/mês 1° ao 3° ano 0,25 cm/mês Entre 3 e 6 anos: 1 cm/ano !! Ao final do primeiro ano – 12 cm. Comprimento cefálico: acima de p90 macrocefalia, abaixo do p10 microcefalia. Avaliação da circunferência abdominal: Fortemente associada a gordura visceral e ao risco cardiovascular. Quando acima do percentil 90 tem correlação com o desenvolvimento de dislipidemia, HAS e resistência insulínica. Várias formas de aferição, a mais empregada é a que utiliza o ponto médio entre a última costela fixa e a crista ilíaca superior, aproximadamente dois dedos acima da cicatriz umbilical. !! Quando a criança tem tumor abdominal, CA deve ser medida como fator de melhora. Mesma coisa para situação de anasarca. ESTADO NUTRICIONAL O estado nutricional é uma característica individual ou populacional que resulta do balanço entre a ingestão e a perda de nutrientes, levando em conta sua ingestão, absorção, utilização e excreção. Pode manifestar uma nutrição adequada, carência de nutrientes específicos ou algum outro distúrbio nutricional. Utiliza-se um conjunto de técnicas e medidas para obter indicadores que irão definir o estado nutricional da criança ou caracterizar distúrbios de ordem nutricional. Como: peso, estatura, circunferências corpóreas, dobras cutâneas e tamanho dos segmentos corpóreos. Escore z e percentil na avaliação nutricional: forma de padronização que o individuo é encaixado num todo. Curva da OMS – recomendação atual para avaliar estado nutricional. Curva para meninos e meninas e para cada idade. Percentil: significa a diferença das crianças que estão abaixo e acima do percentil. Por exemplo, uma criança no percentil 75, significa que 75% das crianças estão abaixo e 15% das crianças estão acima. Escore Z: mais fidedigno; diz respeito a desvio- padrão. Ou seja, mostra o desvio padrão/medidas antropométricas da criança que está sendo consultada com a população em geral. Correlação entre percentil e escore Z: podem ser equivalentes, mas, não são exatos. Percentil 99 Z + 3 Percentil 97 Z + 2 Percentil 85 Z + 1 Percentil 50 Z0 Percentil 15 Z - 1 Percentil 3 Z - 2 Percentil 0,15 Z - 3 O escore Z0 corresponde ao percentil 50, isto é, em uma população saudável, espera-se encontrar 50% dos indivíduos abaixo desse valor. Resultadode -2 no score z, por exemplo, significa que há desvios padrões abaixo da média da população. Canal de crescimento: é a trajetória que uma criança faz ao longo da curva de crescimento. Normalmente, as crianças crescem dentro de um canal. Por exemplo, uma criança cresce entre o Z0 e o Z + 1, então o canal de crescimento/trajetória dela sempre será entre Z0 e Z + 1. As crianças geralmente não mudam de canal de crescimento, caso isso ocorra, pode ser um sinal de alerta. Porém, há uma exceção em que a mudança de canal de crescimento é considerada normal – em crianças de 18 meses até os 24 meses de vida. Isso ocorre pois os fatores extrínsecos passam a atuar menos na criança, dessa forma, os fatores genéticos se sobressaem e a criança entra no canal adequado para ela de acordo com a genética. Peso por idade: gráfico de peso por idade só se utiliza em crianças de 0 a 10 anos. Crianças acima de 10 anos até 19 anos se utiliza gráfico de IMC por idade. PERCENTIL ESCORE Z CLASSIFICAÇÃO >p0,1 Z < -3 Muito baixo peso para idade. ≥p0,1 e <p3 Z ≥ -3 e < -2 Baixo peso para idade. ≥p3 e ≥p97 Z ≥ -2 e ≥+2 Peso adequado para idade. >p97 Z > +2 Elevado peso para idade. !! Para avaliar obesidade e estado nutricional, é necessário utilizar a curva de IMC. CURVAS DE CRESCIMENTO Estatura por idade: gráfico de estatura por idade é de 0 a 19 anos. PERCENTIL ESCORE Z CLASSIFICAÇÃO < p0,1 Z <-3 Muito baixa estatura. ≥ p0,1 e <p3 Z ≥ -3 e Z < -2 Baixa estatura. ≥p3 Z ≥ -2 Estatura adequada. Abaixo do p3 problema; p 0,1 muito problema. Peso por estatura ou IMC por idade: em crianças de 0 a 5 anos. PERCENTIL ESCORE Z CLASSIFICAÇÃO > p0,1 Z < -3 Magreza acentuada ≥ p0,1 e < p3 Z ≥ -3 e Z < -2 Magreza ≥ p3 e ≤ p85 Z ≥ -2 e ≤ Z+1 Eutrofia > p85 e ≤p97 Z > +1 e ≤ +2 Risco de sobrepeso >p97 e ≤ p99 Z > +2 e ≤ +3 Sobrepeso >p99 Z > +3 Obesidade • Risco para sobrepeso: entre p85 e p97 – score z entre +1 e +2. • Sobrepeso: entre p97 e 99,9 – score z entre +2 e +3. • Obesidade: maior que p99,9 – score z +3. IMC por idade: pacientes de 5 a 19 anos. PERCENTIL ESCORE Z CLASSIFICAÇÃO > p0,1 Z < -3 Magreza acentuada ≥ p0,1 e < p3 Z ≥ -3 e Z < -2 Magreza ≥ p3 e ≤ p85 Z ≥ -2 e ≤ Z+1 Eutrofia > p85 e ≤p97 Z > +1 e ≤ +2 Sobrepeso >p97 e ≤ p99 Z > +2 e ≤ +3 Obesidade >p99 Z > +3 Obesidade grave • Sobrepeso: entre p85 e p97 – score z entre +1 e +2. • Obesidade: entre p97 e 99,9 – score z entre +2 e +3. • Obesidade grave: maior que p99,9 – score z +3. ADOLESCENTES Estatura para a idade Considerar em conjunto com o estadiamento puberal de Tanner Avaliação semestral DIAGNÓSTICOS Crescimento físico: estatura normal, baixa estatura. Condição nutricional: eutrofia, distrofia. Desnutrição proteico-calórica ou energético- proteica. Sobrepeso, obesidade. Exemplos de gráficos OMS: IMC por idade Peso por idade:
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