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Serviço Social e o Estatuto da Criança e do Adolescente _ECA

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CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
MARINALVA DE ALMEIDA TAVARES REIS 
 
 
 
 
 
SERVIÇO SOCIAL E O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE - ECA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parauapebas 
2019 
 
 
 
 
MARINALVA DE ALMEIDA TAVARES REIS 
 
 
 
 
 
SERVIÇO SOCIAL E O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE - ECA 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial 
para a obtenção do título de bacharel em Serviço Social. 
Orientadora e tutora: Profª Jôsi da Costa Greffe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parauapebas 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Dedicação deste trabalho se faz a Deus e à minha 
família em geral, ao esposo e filha que com carinho e 
apoio não mediram esforços para que eu chegasse até 
essa etapa da minha vida. 
 
 
 
Agradecimentos 
Gratidão é a palavra. Portanto agradeço primeiramente a Deus por está 
sempre ao meu lado, me dando saúde, forças para continuar essa luta sem 
desistir no meio do caminho. 
Não me esqueço dos momentos difíceis, mas foi nas minhas orações que me 
entreguei e confiei em Deus. Ele firmou meus passos nessa caminhada árdua. 
Ao meu esposo e filha pelo apoio e compreensão que por muitas vezes deixei 
de da-los atenção por estar focada nos estudos. 
Aos meus pais (in memória) que incansavelmente dedicaram todo seu amor, 
carinho e cuidado. 
A minha filha Viviane que mesmo não estando presente em vida, sempre foi 
um incentivo. 
A minha família, meus irmãos (as), cunhados (as), sobrinhos (as) e amigos, 
que de forma direta e indireta compartilharam desse momento. 
Aos meus amigos de turma pela contribuição valiosa durante toda a jornada. 
As minhas amigas de estágio e a Assistente Social Maria da Guia (Meg) que 
muito contribuíram e aprimoraram meu aprendizado. 
Ao meu sobrinho Hudson Ygor, que mesmo distante não mediu esforços para 
que meus primeiros passos fossem dados para essa realização. 
Um agradecimento especial à minha filha Vitória que esteve presente 
principalmente nas madrugadas colaborando e muitas das vezes editando 
meus trabalhos. 
Aos meus tutores presenciais e on-lines. 
Agradeço a todos que contribuíram e participaram dessa jornada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
CONANDA –Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes 
C.F. – Constituição Federal 
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
CT – Conselho Tutelar 
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente 
CDCA – Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente. 
CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente 
FUNABEM – Fundação Nacional do Bem Estar do Menor 
FEBEM – Fundação do Bem–Estar do Menor 
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social 
OMS – Organização Mundial de Saúde 
ONG – Organização Não Governamental 
ONU – Organização das Nações Unidas 
LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social 
PNAS – Política Nacional de Assistência Social 
SMAS – Secretaria Municipal de Ação Social 
SDH/PR – Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República 
SUAS - Sistema Único da Assistência Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é fruto de um estudo sobre 
o Estatuto da Criança e do Adolescente e a articulação dos direitos infanto-
juvenis nas ações das políticas públicas. Buscando compreender a atuação do 
assistente social com os menores. Para o desenvolvimento deste estudo, foi 
elaborada uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfico, a fim de responder o 
problema de pesquisa: “Como ocorre a atuação do Assistente Social frente aos 
direitos de crianças e adolescentes preconizados pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente nas diferentes políticas públicas?”. O trabalho contempla uns 
resgates teóricos sobre o ECA, direitos sociais e políticas públicas. No primeiro 
capítulo aborda-se o contexto histórico que antecede o ECA até a implantação 
do Estatuto em 1990. Reflete as principais contribuições do ECA, 
reconhecendo crianças e adolescentes como sujeitos de direitos. Em seguida 
articula-se a discussão entre ECA e políticas públicas a fim de evidenciar as 
ações que materializam os direitos preconizados pelo ECA e o Serviço Social. 
Palavras - chaves: Estatuto da Criança e do Adolescente, Serviço Social e 
Políticas Públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
 
This Final Course Paper (CBT) is the result of a study on the Statute of Children 
and Adolescents and the articulation of children's rights in public policy actions. 
Seeking to understand the performance of the social worker with minors. For 
the development of this study, a qualitative bibliographic research was 
elaborated in order to answer the research problem: public policy?". The work 
includes a theoretical rescue about the ECA, social rights and public policies. 
The first chapter deals with the historical context that precedes the ECA until 
the implementation of the Statute in 1990. It reflects the main contributions of 
ECA, recognizing children and adolescents as subjects of rights. Then the 
discussion between ECA and public policies is articulated in order to highlight 
the actions that materialize the rights advocated by the ECA and the Social 
Service. 
Keywords: Child and Adolescent Statute, Social Work and Public Policies 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Introdução ................................................................................................................................. 9 
CAPÍTULO 1: Direitos da Criança e do Adolescente ................................................................ 11 
1. ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE. .......................................................................... 11 
2. DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ....................................................................... 13 
3. O ECA SOB A GARANTIA DE DIREITOS ................................................................................. 15 
3.1. Política de atendimento ............................................................................................... 17 
4. DIREITOS RESGUARDADOS PELO ECA ................................................................................. 18 
5. O ECA E A LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS). ................................................ 20 
6. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS) ........................................................ 22 
7. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS) ............................................................... 24 
8. FUNDAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL ......................................................................................... 26 
CAPITULO 2: Atuação do Assistente Social ............................................................................. 28 
1. REGULAMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ..................................................................... 28 
1.1. Políticas Sociais e Políticas Públicas. ............................................................................ 30 
2. O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE .......................................... 33 
2.1. Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e o Conselho Regional de Serviço Social 
(CRESS) ................................................................................................................................ 35 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 37 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Introdução 
 
É função do Estado, juntamente com os outros órgãos da sociedade, 
desenvolver programasem diversas áreas, como educação, saúde, que tenha 
como objetivo o desenvolvimento da criança e do adolescente, pondo a salvo 
de qualquer risco, descriminação, trabalho desumano, exploração de qualquer 
espécie, etc. 
Com relação as políticas de proteção e desenvolvimento da criança e 
do adolescente a constituição diz: O estado promoverá programas de 
assistência integral à saúde da criança e do adolescente, admitida a 
participação de entidades não governamentais (...) (BRASIL, 1988). 
Para completar, o que esta contida no artigo 227 da CF no ano de 1990 
foi promulgada a Lei 8.069/1990, que propõe a sociedade uma participação 
mais afetiva, o pleno exercício da cidadania a propõe a garantia da criança e 
adolescente na condicional de sujeitos de direitos; a criança é prioridade 
absoluta. 
O Estatuto da Criança e do adolescente contextualiza a conquista do 
esforço geral da sociedade brasileira no pleno exercício da 
democracia, buscando a transformação histórica não pensar sobre o 
ser social, voltado para a solução das necessidades d população e 
fundamentado na doutrina da proteção integral (BRASIL, 1990). 
Para proteger a criança e o adolescente, como deseja o CF e o ECA, 
são necessários que se desenvolvam políticas sociais, par estas. 
 Diante das diversas questões que envolvem criança e o adolescente, 
como o trabalho infantil, a exploração sexual, e que o assistente social deve 
intervir. 
Através da metodologia qualitativa e bibliográfica foram analisados os 
contextos de históricos sobre o tema até o contexto atual. Buscando atingir o 
objetivo este Trabalho de Conclusão e Curso – TCC. 
O objetivo de compreender o papel do Serviço social frente ao contexto 
abordado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA . Analisando assim 
o estatuto e a Política Nacional de Assistência Social. 
O presente trabalho está dividido em dois capítulos. O primeiro tem 
como escopo uma breve análise do Estatuto da Criança e do Adolescente – 
ECA. E o segundo sob a hipótese de que forma o assistente social, que possui 
a capacidade teórico metodológico, técnico operativa e ético político, realiza 
10 
 
seus processos de trabalho contribuindo para que os menores a usufruam de 
seus direitos 
Este trabalho foi norteado pela problemática: Como ocorre a atuação do 
Assistente Social frente aos direitos de crianças e adolescentes preconizados 
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente nas diferentes políticas públicas?”“. 
A função do assistente social, a as importâncias dessas questões, 
consiste na luta da busca de direitos, garantidos pela CF e o ECA. 
O profissional do serviço social trabalha no desenvolvimento e aplicação 
de políticas sociais, cujo objetivo é retirar as crianças e adolescentes, das 
condições desumanas, que estão envolvidos, e desenvolver com estes um 
trabalho de socialização, de mudança de vida, não só para eles, mas também 
para sua família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
CAPÍTULO 1: Direitos da Criança e do Adolescente 
 
1. ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE. 
 
O Estatuto da criança e do Adolescente (ECA) é fruto dos movimentos 
sociais ligados a infância e juventude, como resposta ao modelo repressor e 
seletivo no atendimento as crianças em situação de vulnerabilidade social e 
baixa renda. 
A grande conquista do ECA foi nortear o debate sobre os direitos 
fundamentais da criança e adolescente. 
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é a lei n.°8.069 
promulgada em 1990, que regulamentou e assegurou os direitos 
estabelecidos na Constituição Federal de 1988, especificamente no 
Capítulo VII no que tange aos direitos da criança e do adolescente. 
Os princípios norteadores para a elaboração do ECA foram a 
compreensão da criança e do adolescente como pessoas em 
condições de desenvolvimento e sujeitos de direitos fundamentais 
com absoluta prioridade de proteção pelo Estado, pela família e pela 
sociedade em geral. (Cirqueira, 2007 p. 16). 
 
Segundo Cirqueira, (2007) os princípios norteadores para a elaboração 
do ECA- Estatuto das criança e adolescente é tê-los como pessoas em 
condições de desenvolvimento e sujeitos de direitos fundamentais com 
absoluta proteção dada pelo Estado, família e sociedade em geral, lei n° 8.069 
que foi promulgada em 1990, que regulamentou e assegurou os direitos já 
estabelecidos na Constituição de 1988, especificamente no Capitulo VII no que 
diz sobre os direitos das criança e adolescente. Observa-se especialmente o 
artigo 227 da Constituição Federal. 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e 
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
(Cirqueira, 2007, pág. 16) 
 
De acordo com a autora (2007) o Artigo 227 da Constituição Federal 
descreve claramente os deveres com as crianças e adolescentes. “É dever da 
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
12 
 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. 
 Na década de 80, parcela da sociedade brasileira lutava e se organizava 
de diversas formas, grande parte em movimentos sociais, expressavam a 
insatisfação com os direcionamentos políticos, econômicos e sociais reflexo da 
Ditadura Militar de 1964, lutavam pela redemocratização do país e pela defesa 
dos direitos da criança e do adolescente e contra o agravamento das diversas 
formas das expressões da questão social. 
Não se pode deixar de frisar que a elaboração do ECA foi o resultado 
de uma década (1980) de luta da sociedade brasileira pela 
redemocratização do país e de defesa dos direitos da criança e do 
adolescente. Parcela da sociedade se organizava de diversas formas, 
na maioria das vezes através de movimentos sociais para expressar 
sua insatisfação com os direcionamentos políticos, econômicos e 
sociais da Ditadura Militar de 1964, dentre eles a ausência dos 
direitos civis e políticos e o agravamento das múltiplas expressões da 
questão social. Existiam movimentos sociais que lutavam pelo voto 
direto para a presidência, pela volta dos exilados politicamente, enfim 
pela efetivação dos direitos sociais, políticos e civis. Apesar da 
diferenciação das questões centrais das reivindicações, havia um 
propósito em comum: a luta pela instalação da democracia e pelo 
reconhecimento dos indivíduos como cidadãos. (Cirqueira, 2007, p. 
16). 
 
 
Alguns movimentos sociais lutavam pelo voto direto para presidência, 
pela efetivação dos direitos sociais, civis, políticos e pela volta dos exilados 
políticos. Mas todos tinham em comum o desejo da instalação da democracia e 
do reconhecimento como cidadão. 
Com a então criação do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, e 
com a resolução 113 do CONANDA, resolução que determina e explica a 
sistemática do sistema de Garantia de direitos da Criança e do Adolescente. 
Esse sistema busca articular e integrar a instâncias públicas 
governamentais a sociedade civil. Um dos objetivos do SGDCA é aproximar a 
realidade da lei, mudar a realidade para fazer cumprir a lei, e não mudar a lei 
para validar a realidade. 
Para garantir a proteção integral a crianças e adolescentes, o ECA 
institui um sistema de operacionalização e efetivação das políticas 
públicas voltadas ás crianças e aos adolescentes: O Sistema de 
Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente. (SGD, 2006, pág. 
03). 
 
 OECA quando foi aprovado em 1990 ele concretizou um notável avanço 
no campo democrático ao regulamentar os direitos da criança e do adolescente 
13 
 
que estão assegurados no art 227 da constituição de 1988 e na convenção 
internacional dos direitos da criança e adolescente aprovada pela assembleia 
geral das nações unidas em 1989. 
 Para garantir esse avanço e que de fato os direitos sejam garantidos as 
crianças e adolescentes, ele cria o SGDCA, um modelo novo de ação, coloca a 
princípio de corresponsabilização, como atribuição do Estado, da família e da 
Sociedade Civil os direitos fundamentais das crianças e adolescentes. Como lei 
inovadora, o primeiro passo que o ECA deu foi a criação de conselhos 
políticos, divididos em frentes: os conselhos de Direitos e os conselhos 
tutelares. 
 
2. DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
Historicamente percebe-se que a sociedade brasileira tratou a criança e 
o adolescente com medidas paliativas, configuradas através de práticas sociais 
influenciadas pela caridade religiosa, pela filantropia privada e pela assistência 
pública de cunho assistencialista, paternalista e clientelista. 
Somente com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA), Lei nº8. 068 de 13 de julho de 1990, tal postura foi substituída pela 
doutrina de “Proteção Integral” das crianças e dos (as) adolescentes como 
cidadãos de direito (art.1º), que difere das Doutrinas do Direito Penal do Menor 
e da Situação Irregular, até então vigente. 
A partir daí, a criança e o adolescente deixaram de ser considerados 
pelo prisma da “incapacidade” para se tornarem “sujeitos de direito”, capazes 
de exercer seus direitos fundamentais e deveres, respeitados como pessoas 
em condição peculiar de desenvolvimento. (CUNHA, 1998). 
A nova Política de atendimento à criança e ao Adolescente promove 
uma verdadeira revolução, agora, entendida como “um conjunto articulado de 
ações governamentais e não governamentais, da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios.” (CUNHA, 1998, p.49). 
Assim, fez-se necessário um conjunto articulado e integrado de 
programas, projetos e serviços que atendam as necessidades das crianças e 
dos adolescentes, como sintetiza a Constituição Federal de1988 no seu Artigo 
227: 
14 
 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e 
ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de 
negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão. 
 
Com isso, o ECA trouxe inúmeras inovações quanto a garantia dos 
direitos da criança e do adolescente, tendo sua estrutura organizacional 
dividida em duas partes. 
A primeira dispõe os direitos fundamentais de modo geral, e a 
segunda, enfatiza os elementos especiais da política de atendimento, 
destacando reconhecimento das entidades, a fiscalização, as 
medidas de proteção, as práticas de ato infracional, as medidas 
sócio-educativas, as medidas pertinentes aos pais ou responsáveis, o 
Conselho Tutelar, o acesso à justiça (da infância e da juventude), os 
procedimentos quanto à apuração de irregularidades nas entidades e 
as administrações das normas, dos recursos, da função do Ministério 
Público, do advogado, da proteção judicial dos interesses individuais, 
difusos e coletivos, e dos crimes e infrações administrativas. 
(CUNHA, 1998, p.51). 
Os direitos e deveres reconhecidos pelo ECA devem ser respeitados e 
efetivados entre as esferas governamentais (União, Estado, Municípios, Distrito 
Federal e sociedade civil), visam assegurar um bom desenvolvimento pessoal, 
intelectual e social para todas as crianças e adolescentes do Brasil. 
Para a efetivação desses direitos os órgãos competentes pela 
implementação devem seguir algumas linhas de ações instituídas na política de 
atendimento da criança e do adolescente, conforme preconiza o ECA no art.87 
(1990, p.25): 
I- Políticas sociais básicas; 
II- Políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, 
para aqueles que necessitem; 
III- Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e 
psicossocial às vitimas de negligencia, maus-tratos, exploração, 
abuso, crueldade e opressão; 
IV- Serviços de identificação e localização de pais, responsável, 
crianças e adolescentes desaparecidos; 
V- Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da 
criança e do adolescente. 
 
Tais ações precisam ser direcionadas pelas seguintes diretrizes: 
I- Municipalização do atendimento; 
II- Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos 
da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das 
ações em todos os níveis, assegurada a participação popular 
partidária por meio de organismos representativos; 
15 
 
III- Criação e manutenção de programas específicos, observado a 
descentralização político-administrativa; 
IV- Manutenção dos fundos nacionais, estaduais e municipais 
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do 
adolescente; 10 V- Integração operacional de órgão do Judiciário, 
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência 
social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de 
agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribui 
autoria de ato infracional; 
VI- Mobilização da opinião pública no sentido da indispensável 
participação dos diversos segmentos e da sociedade. (ECA, 1990, 
Art.88). 
Tais medidas constituem a garantia de que os direitos da criança e do 
(a) adolescente estão vinculados a iniciativas descentralizadas entre as esferas 
governamentais, não governamentais e sociedade civil, através de projetos, 
programas e serviços socioassistenciais nos diferentes aspectos, que 
perpassam o processo de elaboração, execução, fiscalização, financiamento e 
de avaliação e monitoramento dessas ações. 
 
3. O ECA SOB A GARANTIA DE DIREITOS 
 
 Os conselhos de Direitos, denominados conselhos de políticas públicas 
ou conselhos gestores de políticas setoriais, ou seja, o Conanda (âmbito 
Federal), os Condecas (âmbito Estadual) e os CMDCAs (âmbito Municipal) 
devem promover e deliberar sobre as políticas estatais, estabelecendo 
diretrizes para garantia dos direitos consagrados, interferindo sobretudo na 
condução orçamentária para as ações em prol da infância e da adolescência 
para cumpri a primazia constitucional. 
 São conselhos dos Direitos instâncias permanentes, sistemáticas, 
institucionais e formais, criadas por lei com competências definidas, são órgão 
colegiados, paritários e deliberativos, com autonomia decisória, conforme 
preconiza a lei Federal 8069/1990, no art 88. 
Os conselhos de direitos: Art. 23. Os conselhos dos direitos da 
criança e do adolescente deverão acompanhar, avaliar e monitorar as 
ações públicas de promoção e defesa de direitos de crianças e 
adolescentes, deliberando previamente a respeito, através de 
normas,recomendações,orientações. 
§ 1º As deliberações dos conselhos dos direitos da criança e do 
adolescente, no âmbito de suas atribuições e competências, vinculam 
as ações governamentais e da sociedade civil organizada, em 
respeito aos princípios constitucionais da participação popular, da 
prioridade absoluta do atendimento à criança e ao adolescente e da 
prevalência do interesse superior da criança e do adolescente, 
16 
 
conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal. (SGDA, 2006, 
pág.13). 
 
 Sobre os conselhos tutelares, estes são instituições da sociedade civil 
que fiscalizam e têm autoridade para fazer cumpri a proteção, a defesa e a 
promoção desses direitos no dia a dia, com poderes conferidos legalmente 
para tal atuação. 
Art. 10. Os conselhos tutelares são órgãos contenciosos não 
jurisdicionais,encarregados de “zelar pelo cumprimento dos direitos 
da criança e do adolescente”, particularmente através da aplicação de 
medidas especiais de proteção a crianças e adolescentes com 
direitos ameaçados ou violados e através da aplicação de medidas 
especiais a pais ou responsáveis (art. 136, I e II da Lei 8.069/1990). 
Parágrafo Único. Os conselhos tutelares não são entidades, 
programas ou serviços de proteção, previstos nos arts. 87, inciso III a 
V, 90 e 118, §1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Art. 11.As atribuições dos conselhos tutelares estão previstas no 
Estatuto da Criança e do Adolescente, não podendo ser instituídas 
novas atribuições em Regimento Interno ou em atos administrativos 
semelhante de quaisquer outras autoridades. 
Parágrafo Único. É vedado ao Conselho Tutelar aplicar e ou executar 
as medidas socioeducativas, previstas no artigo 112 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. 
Art. 12. Somente os conselhos tutelares têm competência para apurar 
os atos infracionais praticados por crianças, aplicando-lhes medidas 
especificas de proteção, previstas em lei, a serem cumpridas 
mediante requisições do conselho. (artigo 98, 101,105 e 136, III, “b” 
da Lei8.069/1990). (SGDCA, 2006, pág. 08). 
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, em 
seu capítulo I e II busca exatamente o comprimento da legislação através de 
um conjunto de ações integradas governamentais ou não governamentais, 
onde se articula e se integram entre si, na aplicação de instrumentos 
normativos e no funcionamento e ações de promoção, defesa e controle para 
efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes em todos os níveis de 
governo 
 Crianças e adolescentes são considerados em condição peculiar por se 
tratarem de seres em pleno desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e 
sociocultural e por não terem conhecimento pleno de seus direitos o SGDCA 
deve promover, defender e controlar a efetivação dos direitos civis. 
 
 
 
17 
 
3.1. Política de atendimento 
O artigo 86 do ECA assim define a política de atendimento: “A política de 
atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um 
conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (BRASIL, 2006). 
 Conforme Brasil (2006) esta política se desdobra em quatro grandes 
linhas de ação. Linhas estas que, podem ser assim representadas: Políticas de 
Garantia de Direitos; Políticas de Proteção Especial; Políticas de Assistência 
Social; Políticas Sociais Básicas. 
 A implementação dos programas e ações em cada uma dessas quatro 
linhas de ação da política de atendimento é regida por um conjunto de seis 
diretrizes básicas, contidas no Art. 88 do ECA, onde são possíveis visualizar 
princípios estruturadores do sistema de proteção integral dos direitos da 
criança e do adolescente: 
Os princípios das Políticas de Garantia de Direitos: 
 Princípio da Descentralização: municipalização do atendimento; 
 Princípio da Participação: criação de Conselhos; 
 Princípio da Focalização: criação e manutenção de programas 
específicos; 
 Princípio da Sustentação: manutenção de fundos nacional, estaduais 
e municipais; 
 Princípio da Integração Operacional: atuação convergente e 
intercomplementar dos órgãos do Judiciário, Ministério Público, 
Segurança Pública e Assistência Social no atendimento ao 
adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; 
 Princípio da Mobilização: desenvolvimento de estratégias de 
comunicação, visando a participação dos diversos segmentos da 
sociedade na promoção e defesa dos direitos da população infanto 
juvenil. 
 Os princípios estruturantes a vinculação à teoria da proteção integral, a 
universalização, o caráter jurídico garantista e o interesse superior da criança. 
 Afirmado pela lei do SINASE (2006) o adolescente passa a ser atendido 
pelas políticas dos municípios, não mais somente pela Política de Assistência 
Social. A Assistência Social era uma das políticas públicas que já atendia por 
meio do CREAS os adolescentes em cumprimento de medidas. 
 O serviço é ofertado pelo Centro de Referência Especializado de 
Assistência Social (CREAS) em dias úteis, com possibilidade de operar em 
finais de semana, conforme demanda e identificação pela equipe de referência. 
Além da oferta do serviço no CREAS. 
18 
 
 É necessária a articulação com a rede socioassistencial, deve integrar 
os serviços de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial; Serviços das 
políticas públicas setoriais; Sociedade civil organizada; Programas e projetos 
de preparação para o trabalho e de inclusão produtiva; Demais órgãos do 
Sistema de Garantia de Direitos; Serviços, programas e projetos de instituições 
não governamentais e comunitárias. 
 
4. DIREITOS RESGUARDADOS PELO ECA 
 
 No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 
1990, considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e define 
adolescência como a faixa etária de 12 a 18 anos de idade (artigo 2o), e, em 
casos excepcionais e quando disposto na lei, o estatuto é aplicável até os 21 
anos de idade. (artigos 121 e 142). 
 O adolescente pode ter o voto opcional como eleitor e cidadão a partir 
dos 16 anos. O conceito de menor fica subentendido para os menores de 18 
anos 
 O artigo 8º do Estatuto da Criança e do Adolescente concentra 
unicamente na gestante. A proteção à gestante assume caráter de extrema 
relevância social na medida em que o seu bem-estar é essencial para que se 
resguarde também o mais importante e primordial direito fundamental: o direito 
à vida. 
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e 
às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às 
gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao 
parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal 
integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela 
Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de 
atendimento, segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se 
aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema. 
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da 
atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo 
médico que a acompanhou na fase pré-natal. 
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão 
sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento 
em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da 
mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e 
à nutriz que dele necessitem. 
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às 
mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar 
responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o 
19 
 
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. 
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à 
gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma 
de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. 
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser também 
prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar 
seus filhos para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) 
Vigência 
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada 
também a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar 
seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se 
encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada 
pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 6o A gestante e a parturientetêm direito a 1 (um) acompanhante de 
sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e 
do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento 
materno, alimentação complementar saudável e crescimento e 
desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a 
criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral 
da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante 
toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a 
aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos 
médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que 
não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da 
puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela 
Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com 
filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade 
de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias 
e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do 
filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao 
desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 
2016) 
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da 
Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana 
que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar 
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam 
para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído 
pela Lei nº 13.798, de 2019) 
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput 
deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto com 
organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao 
público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019). 
 O ECA, por sua vez, trata de impor ao Poder Público a obrigação de 
disponibilizar serviços médicos e medidas de proteção à gestante (apoio 
alimentar, por exemplo), através do SUS (Sistema Único de Saúde), bem como 
garantir cuidados especiais ao próprio recém-nascido, assegurando que este 
permaneça em companhia de sua genitora durante os seis primeiros meses de 
vida, ainda que esta se encontre privada de liberdade. 
20 
 
 Como descrito no ECA, o direito à vida que condiciona os demais 
direitos da personalidade e, de um modo geral, do ser gerado e, após o 
nascimento, o direito de continuar vivo dignamente, segundo padrões mínimos 
que resguardem a condição humana. 
 E também, no Código Civil, em seu artigo 2º resguarda todos os direitos, 
dos adolescentes, desde a sua concepção. 
 No Brasil, é na camada social com menor poder aquisitivo que se 
encontram os maiores índices de fecundidade. 
 A baixa perspectiva de vida, a violência, a baixa escolaridade e, muitas 
vezes, a repetência, aliada à falta de recursos materiais, financeiros e 
emocionais, fazem com que a adolescente veja na gravidez a sua única 
expectativa de futuro e independência. 
 
5. O ECA E A LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS). 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) veio substituir, 
ao mesmo tempo, o antigo Código de Menores e a Política Nacional do Bem 
Estar do Menor (PNBEM). 
Ele representa a incorporação, na Constituição e nas leis brasileiras, do 
conteúdo e do espírito da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, 
aprovada pela Assembleia das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989. 
A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS – Lei nº 8.742, de 7 de 
dezembro de 1993), ao contrário, trata-se de uma legislação com destinação 
muito específica. 
Ela se dirige “aqueles que dela necessitam”, conforme consta no artigo 
203 da Constituição de 5 de outubro de 1988. 
Com a promulgação da Constituição Federal do Brasil em 1988, a 
Assistência Social entra em um novo patamar, agora inserida no campo da 
Seguridade Social, entendida como um “conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (BRASIL, 1988, 
p.121). 
21 
 
A assistência social tem seus direitos reconhecidos nos artigos 203 e 
204, os quais delimitam o público alvo, objetivos, diretrizes, financiamento e a 
organização administrativa entre as instâncias. Essa toma como base os 
seguintes princípios: universalidade, uniformidade, equivalência dos benefícios, 
seletividade, distribuição dos benefícios, equidade dos custeios, diversidade do 
financiamento, um caráter democrático e de descentralização administrativa 
(BRASIL, 1988, art. 194). 
Nessa perspectiva, a assistência social foi reconhecida como uma 
Política Pública que tem por objetivo garantir os direitos sociais, como afirmar o 
art. 1º da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS): 
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política 
de Seguridade social não contributiva, que provê os mínimos sociais 
realizadas através de um conjunto integrado de ações de iniciativas 
públicas e da sociedade para garantir um atendimento as 
necessidades básicas (1993, p.07). 
 
Quanto à organização da assistência social, a LOAS propõe uma gestão 
descentralizada, participativa entre as esferas Federal, Estadual, Municipal, 
Distrito Federal e a Sociedade civil com a criação do Conselho de Assistência 
Social, buscando fortalecer o controle social por parte da sociedade sobre 
recursos assistenciais, evitar práticas clientelistas, paternalistas e assistenciais, 
que dificultam ainda a efetivação dos direitos sociais. 
Assim, enquanto o Estatuto regulamenta o artigo 227 da Constituição 
Federal, a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) regulamenta os artigos 
203 e 204. 
Em dezembro de 2003, após dez anos da LOAS intensificaram-se 
inúmeras discussões voltadas para o processo de reestruturação da política 
pública de Assistência Social. Estas discussões resultaram na construção de 
um novo modelo de gestão da Política de Assistência social, o Sistema Único 
da Assistência Social (SUAS). 
A Política de Assistência Social não tem como destinatários o conjunto 
da população, mas aquele subconjunto que se encontra em estado de 
necessidade. 
A PNAS tem por objetivo a consolidação dos direitos sociais 
reconhecidos na LOAS e a implantação e implementação do SUAS, que está 
baseada nos seguintes princípios democráticos: universalidade, supremacia de 
22 
 
atendimento as necessidades, respeito, dignidade, igualdade e divulgação dos 
benefícios, programas, projetos assistenciais, dentre outros fundamentos. 
O SUAS tem por finalidade definir e organizar os elementos essenciais e 
imprescindíveis a execução da Política da Assistência Social, possibilitando a 
normalização dos padrões dos serviços e a qualidade no atendimento, 
apontando ainda, os indicadores de avaliação dos resultados, nomes dos 
serviços, das redes socioassistenciais e dos eixos estruturantes (PNAS, 2004), 
numa perspectiva de proteção social a partir das necessidades 
socioassistenciais da população. 
Nesse sentido a PNAS tem suas ações sócio-assistenciais centralizadas 
na família, esta entendida “[...] como espaço privilegiado e insubstituível de 
proteção e socialização primárias, protetora de cuidados aos seus membros, 
mas que precisa também ser cuidada e protegida” (2004, p. 33). 
As relações entre o ECA e a LOAS devem ser elucidadas pelos 
respectivos Conselhos Nacionais, por meio de normas infralegais que 
regulamentem as práticas cotidianas no nível dos Estados e das 
municipalidades. 
Neste sentido, a política de Proteção a Criança e ao Adolescente tomam 
como base a Política de Assistência Social e o Estatuto da Criança e do 
adolescente, o qual preconizaos direitos e deveres desse segmento social. 
 
6. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS) 
 
A assistência social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituída 
como política pública não contributiva, integrante da seguridade social. 
A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, 
instituído pela Constituição Federal de 1988. A partir de 1993, com a 
publicação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é definida como 
Política de Seguridade Social, compondo o tripé da Seguridade Social, 
juntamente com a Saúde e Previdência Social, com caráter de Política Social 
articulada a outras políticas do campo social. 
 De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social a Assistência 
Social, diferentemente da previdência social, não é contributiva, ou seja, deve 
atender a todos os cidadãos que dela necessitarem. 
23 
 
Realiza-se a partir de ações integradas entre a iniciativa pública, privada 
e da sociedade civil, tendo por objetivo garantir a proteção social à família, à 
infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças e adolescentes carentes; 
à promoção da integração ao mercado de trabalho e à reabilitação e promoção 
de integração à comunidade para as pessoas com deficiência e o pagamento 
de benefícios aos idosos e as pessoas com deficiência. 
Em 1993, a Política de Assistência Social inicia seu trânsito para um 
campo novo, o campo de direitos, da universalização dos acessos e 
da responsabilidade do Estado na implementação e execução das 
ações. Caracteriza-se como uma política de proteção social articulada 
a outras políticas do campo social voltadas à garantia de direitos e de 
condições dignas de vida. Esse sistema de proteção social resulta da 
ação pública que visa resguardar a sociedade dos efeitos de riscos. A 
Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), Lei no 8.742, de 7 
dezembro de 1993, cria uma nova matriz para a assistência social, 
tendo como perspectiva torná-la visível como política pública e como 
direito dos que dela necessitarem. (Berzins, Giacomin e Camarano, 
2014, pág 3. 2014) 
 
 De acordo com Berzins, Giacomin e Camarano (2014) a assistência 
social como política pública de direitos é voltada à prevenção, proteção, 
inserção e promoção social, desenvolvida em conjunto com outras políticas 
públicas, busca reverter o paradigma de caráter clientelista, imediatista e 
assistencialista que historicamente marcou essa área. 
 Além disso, também assegura que qualquer cidadão brasileiro tem 
direito aos benefícios, serviços, programas e projetos socioassistenciais sem 
qualquer caráter contributivo, o que, em tese, permitiria eliminar ou reduzir os 
níveis de vulnerabilidade e/ou fragilidade social do cidadão, inclusive idoso. 
De 1994 até o presente, a política de assistência social apresentou 
ganhos substanciais em termos de recursos, via programa Bolsa 
Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC), bem como de 
estruturação de sua rede. Quanto à atuação dirigida à pessoa idosa, 
contudo, observa-se que transferir renda apenas, não basta. 
(Berzins, Giacomin e Camarano,2014, pág4) 
 
 Berzins, Giacomin e Camarano (2014) explicam que os fundos de 
assistência social estão alocados nos respectivos órgãos gestores 
responsáveis pela política de assistência social, e o repasse de recursos é 
condicionado à existência e funcionamento dos respectivos conselhos e planos 
de assistência social. Ressalte-se que, em municípios que não contam com 
conselhos municipais do idoso, os conselhos municipais de assistência social e 
24 
 
seus respectivos fundos respondem pela Política Nacional do Idoso - PNI na 
esfera municipal. 
 
7. SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS) 
 
O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é o modelo de gestão 
utilizado no Brasil para operacionalizar as ações de assistência social. A 
assistência social é parte do Sistema de Seguridade Social, apresentado pela 
Constituição Federal de 1988. 
 O SUAS que desenvolve ações específicas para pessoas idosas 
(maiores de 60 anos), em situação de vulnerabilidade social, com vivências de 
isolamento social por ausência de acesso a serviços e oportunidades de 
convívio familiar e comunitário e cujas necessidades, interesses e 
disponibilidade indiquem a inclusão no serviço de proteção social básica (o 
Cras). Também são assistidas neste serviço famílias beneficiárias de 
programas de transferência de renda, como o Renda Mensal Vitalícia (RMV), o 
Bolsa Família e o BPC. 
 O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social é uma 
transferência de renda garantida pelo art. 203 da CF/1988 e regulamentada 
pelos arts. 20 e 21 da Lei Orgânica de Assistência Social - Loas. 
Lei no 8.742, conhecida como a Lei Orgânica da Assistência Social 
(Loas), já havia regulamentado os benefícios assistenciais para o 
idoso, com a implantação do benefício de prestação continuada 
(BPC), e os benefícios eventuais, conforme disposto nos arts. 203 e 
204 da CF/1988. (Faleiros, 2012, pág. 07) 
 
 De acordo com Faleiros (2012) o benefício, de um salário mínimo 
mensal, é destinado a pessoas idosas ou com deficiências incapacitantes para 
o trabalho, cuja renda familiar per capita seja inferior a um quarto do salário 
mínimo. 
De acordo com Berzins et al. (2014) as transferências de renda são 
independentes de contribuições prévias para o sistema de seguridade social e 
não são condicionadas a qualquer contrapartida. 
 O Benefício da Prestação Continuada é financiado com recursos da 
seguridade social alocados no Fundo Nacional de Assistência Social (Fnas). 
O benefício integra a Política Nacional de Assistência Social - Pnas, 
coordenada pela Snas do Ministério de Desenvolvimento Social - MDS. A 
25 
 
Previdência Social, pelo o INSS é o responsável pela operacionalização do 
benefício. 
 A gestão das ações e a aplicação de recursos do Suas são negociadas 
e pactuadas nas Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão 
Intergestores Tripartite (CIT). Esses procedimentos são acompanhados e 
aprovados pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e seus pares 
locais (Conselhos Estaduais e Municipais), que desempenham o controle 
social, com poderes segurados pelo Estatuto do Idoso. 
 Cabe ao Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado 
Desenvolvimento Social (Seds) um papel estratégico na coordenação da 
política de desenvolvimento social do Estado: estabelecer rumos, diretrizes e 
fornecer mecanismos de apoio às instâncias municipais, ao terceiro setor e à 
iniciativa privada. 
 A Secretaria de Estado Desenvolvimento Social, salienta sobre os 
fundos de assistência social que estão alocados nos respectivos órgãos 
gestores responsáveis pela política de assistência social, e o repasse de 
recursos é condicionado à existência e funcionamento dos respectivos 
conselhos e planos de assistência social. Ressalte-se que, em municípios que 
não contam com conselhos municipais do idoso, os conselhos municipais de 
assistência social e seus respectivos fundos respondem pela PNI na esfera 
municipal. 
Os fundos de assistência social estão alocados nos respectivos 
órgãos gestores responsáveis pela política de assistência social, e o 
repasse de recursos é condicionado à existência e funcionamento 
dos respectivos conselhos e planos de assistência social. Ressalte-se 
que, em municípios que não contam com conselhos municipais do 
idoso, os conselhos municipais de assistência social e seus 
respectivos fundos respondem pela PNI na esfera municipal. 
(Berzins, Giacomin e Camarano, 2014, pág.5) 
 
 De acordo com Berzins et al. (2012) fica exposto pelas autoras sobre a 
política de assistência social, a partir do Suas deveria ser de caráter universal e 
não contributiva,estando definidas as responsabilidades do Estado no 
atendimento à família, à pessoa idosa, a pessoas com deficiência e todos os 
que vivem em situação de vulnerabilidade ou risco social. 
 O SUAS que desenvolve ações específicas para pessoas idosas 
(maiores de 60 anos), em situação de vulnerabilidade social, com vivências de 
isolamento social por ausência de acesso a serviços e oportunidades de 
26 
 
convívio familiar e comunitário e cujas necessidades, interesses e 
disponibilidade indiquem a inclusão no serviço de proteção social básica (o 
Cras). 
Também são assistidas neste serviço famílias beneficiárias de 
programas de transferência de renda, como o Renda Mensal Vitalícia (RMV), o 
Bolsa Família e o BPC. 
De acordo com o Censo Suas 2014, existem 8.088 Cras, 
distribuídos em 99,6% dos municípios brasileiros; e 2.372 Creas, em 
97,5% dos municípios com mais de 20 mil habitantes (Brasil, 
2015a). Esse serviço deve atender casos de violação de direitos, 
como vítimas de abandono, privação, exploração, violência, entre 
outras (Borges, 2012). (Berzins, Giacomin e Camarano. 2014 pág. 
06.) 
 
 Berzins et al. (2012) sobre o Suas, ao prever uma gestão 
descentralizada e participativa da assistência social, considera, para a 
efetivação de suas ações, as desigualdades socioterritoriais. 
Diante desse novo paradigma, sua atuação se faz a partir de duas 
categorias de atenção, de acordo com a natureza ou o tipo e complexidade do 
atendimento: a proteção social básica e a proteção social especial. 
 
8. FUNDAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL 
 
O Serviço Social tem em sua base de fundação como especialização do 
trabalho a questão social. 
Os assistentes sociais trabalham cotidianamente com as expressões 
da referida questão social, que os indivíduos vivenciam no trabalho, 
na família, na saúde, na questão da habitação, etc. “Questão social 
que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que 
vivenciam as desigualdades e a resistem e se opõem” (IAMAMOTO, 
2007, p. 28). 
 Para Iamamoto (2007), é necessário repensar a questão social, pois, na 
atualidade, existe um conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos 
vinculados a relação capital x trabalho. 
No código de ética profissional dos assistentes sociais, aprovado em 15 
de Março de 1993, a liberdade é reconhecida como valor ético central, o que 
torna necessário o desenvolvimento do trabalho para promover a autonomia, a 
emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, defesa intransigente 
dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo. 
Nesta perspectiva, Iamamoto ressalta: 
27 
 
Uma sociedade hierarquizada que repõe no dia-a-dia e de forma 
ampliada, privilégios, violências e discriminações de renda, poder, de 
raça, de gênero, entre outras, ampliando o fosso das desigualdades 
no marco diversificado das manifestações da questão social (2007, p. 
143 – 144). 
 
 Os direitos sociais são decorrentes do reconhecimento das 
desigualdades sociais gestadas na sociedade capitalista, por isso, são 
fundamentados pela idéia de igualdade. 
 Dessa forma, Couto considera que: 
Essa vinculação de dependência das condições econômicas tem sido 
a principal causa dos problemas da viabilização dos direitos sociais, 
que, não 44 raro, são entendidos apenas como produto de um 
processo político, sem expressão no terreno da materialidade das 
políticas sociais (2006, p. 48). 
 Esses direitos possuem um caráter redistributivo, pois buscam a 
promoção de igualdade no acesso a bens socialmente produzidos. Os direitos 
sociais são materializados através das políticas sociais públicas, portanto, sua 
concretização depende da intervenção do Estado. 
 O assistente social que trabalha com crianças e adolescentes, na 
expectativa de efetivação de seus direitos, encontra diversos desafios para 
concretizar tais direitos, entre eles: o projeto neoliberal, que busca a 
minimização do Estado; as políticas sociais fragmentadas e insuficientes; a 
lógica capitalista de submissão das necessidades humanas ao capital, que 
incentiva o individualismo e a competitividade entre os indivíduos; a 
naturalização das desigualdades sociais e a política local. 
 Nessa perspectiva Iamamoto (2010, p.149) reflete que: 
Vale reiterar que o projeto neoliberal subordina os direitos sociais à 
lógica orçamentária, a política social à política econômica, em 
especial às dotações orçamentárias. Observa-se uma inversão e uma 
subversão: ao invés do direito constitucional impor e orientar a 
distribuição das verbas orçamentárias, o dever legal passa a ser 
submetido à disponibilidade de recursos. São as definições 
orçamentárias – vistas como um dado não passível de 
questionamento – que se tornam parâmetros para a implementação 
dos direitos sociais implicados na seguridade, justificando as 
prioridades governamentais. 
 Contudo, o assistente social precisa identificar não somente seus 
limites, mas principalmente suas possibilidades de efetivação dos direitos 
sociais das cidadãs e incentivar a adoção de políticas que os habilitem a terem 
papéis sociais de participação e promoção da independência e autonomia na 
vida social e luta por seus direitos. 
28 
 
 
CAPITULO 2: Atuação do Assistente Social 
 
1. REGULAMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
 
 A história recente da assistência social no Brasil demonstra-nos que tal 
atenção foi dispensada aos necessitados nos séculos passados, pela Igreja 
Católica, sempre sob a percepção de caridade com o padecimento do 
sofrimento alheio. 
 Tais medidas de assistência social foram por muito tempo asseguradas 
aos indivíduos necessitados por meio de ações e práticas descontínuas e 
desarticuladas, voluntaristas, benevolentes, de caridade e de solidariedade 
irracional, sem nenhum tratamento técnico ou científico (Cisne, Mirla, 2012, 
pag. 31). 
 Com a Constituição Federal de 1988 a assistência social passou ao 
status de direitos no Brasil, em seu artigo 6º estão expressos os direitos 
fundamentais sociais. 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição. 
 
 A Assistência Social, no Brasil, faz parte do tripé da seguridade social, 
junto com a Saúde e a Previdência. Foi somente com a Constituição Federal de 
1988, que essa política passou a ser reconhecida como direito social. 
Nesse contexto, tem-se que a política de Assistência Social, tem 
caráter não contributivo sendo ela direito do cidadão e dever do 
Estado. Fundamentando-se, na Constituição Federal de 1988 
(BRASIL, 1988), a qual oferece as diretrizes para a gestão das 
políticas públicas e na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), que 
estabelece os objetivos, princípios e diretrizes das ações. (BRASIL, 
1988). 
 
 A Assistência Social é regulada por meio do Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS), ações são baseadas na Política Nacional de 
Assistência Social (PNAS), sendo aprovadas pelo Conselho Nacional de 
Assistência Social (CNAS), seguindo o que está previsto na Norma 
Operacional Básica do Suas (NOB/Suas). 
 No que diz respeito, organização a Assistência Social se divide em dois 
eixos: proteção social básica e proteção social especial. 
29 
 
 A proteção social básica atua por intermédio de diferentes unidades. 
Dentre elas, destacam-se o Centro de Referência de Assistência Social 
(CRAS), cenário de pesquisa deste trabalho. E a rede de serviços 
socioeducativos direcionados para grupos específicos 
 As ações desenvolvidas no CRAS, o profissional assistente social, é 
fundamental na composição do quadro de funcionários. Fundamentado na Lei 
que rege a sua formaçãoe profissão – Lei n. 8662/93 respaldado juridicamente 
pelo seu Conselho Regional de Serviço Social – CRESS, pelo Código de Ética 
Profissional do(a) assistente social de 1993 e com um Projeto de Formação 
Ético- Político do Serviço Social possui capacidade teórico-metodológico, 
prático-operativo e ético-político. 
 A Lei de Regulamentação da Profissão dá ênfase referente a esse 
Projeto de intervenção nos incisos I, II, IV e XII: 
Art. 5º - Constituem atribuições privativas do(a) assistente social: 
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, 
pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; 
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em 
Unidade de Serviço Social; 
III - assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta 
e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de 
Serviço Social; 
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações 
e pareceres sobre a matéria de Serviço Social; 
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de 
graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam 
conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; 
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de 
Serviço Social; 
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço 
Social, de graduação e pós-graduação; 
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de 
pesquisa em Serviço Social; 
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e 
comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para 
Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes 
ao Serviço Social. 
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos 
assemelhados sobre 
assuntos de Serviço Social; 
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federais 
e Regionais; 
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas 
ou privadas; 
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão 
financeira em órgãos e entidades representativas da categoria 
profissional. 
 
Segundo Iamamoto (2009, p. 215): 
30 
 
[...} é no convívio e na execução de práticas burocratizadas, 
tecnicistas e tradicionais que a profissão redefine sua dimensão 
técnico-operativa, ilustrando o que denomina por “tecnificação 
pragmatista” do Serviço Social, caracterizada por “cair-se nas 
amarras do fetichismo metodológico, cujas intervenções do Serviço 
Social voltam-se para o aperfeiçoamento do instrumental técnico-
operativo, expresso pela sofisticação dos modelos de diagnóstico e 
planejamento, na busca de uma eficiência que se pretendia 
asséptica, nos marcos de uma crescente burocratização das 
atividades” 
 
 O trabalho do (a) assistente social está presente no campo dos direitos 
sociais onde, o assistente social, com capacidade teórico-metodológico, 
técnico-operativo e ético-político realiza seus processos de trabalho 
contribuindo para que os sujeitos usufruam de seus direitos. 
1.1. Políticas Sociais e Políticas Públicas. 
 As Políticas Sociais são políticas públicas destinadas ao bem-estar geral 
da população, mas com caráter distributivo, destinado principalmente às 
camadas de menor renda da sociedade, em situação de pobreza ou pobreza 
extrema, visando principalmente o desenvolvimento econômico, a eliminação 
da pobreza, a redução da desigualdade econômica e a redistribuição de 
riqueza e renda. 
As políticas sociais são aquelas políticas públicas voltadas para a 
oferta de bens e serviços básicos à população, compreendendo às 
áreas da educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, 
transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à 
maternidade e à infância, e assistência aos desamparados. (Brasil, 
CF, 1988). 
 
 Na Constituição Federal (CF) Brasileira, de 1988, dentre os princípios 
fundamentais elencados, estão previstos o desenvolvimento nacional e a 
preocupação com as desigualdades sociais, como objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil, conforme: 
 art. 3º: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir 
o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a 
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
 IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
(BRASIL, CF, 1988) 
 
 Os historiadores da política social no Brasil nos remetem aos anos 30, 
Governo Vargas, como o marco inaugural da formação do nosso Estado do 
Bem Estar Social. 
31 
 
Com a promulgação de leis de proteção aos trabalhadores, a 
organização dos sindicatos patronais e de trabalhadores, a fundação 
dos institutos previdenciários, e a criação da justiça do trabalho, que 
deveria administrar as relações de classe da sociedade brasileira, fica 
formada a base do nosso Estado do Bem Estar Social, dentro de uma 
concepção bastante específica, que é a organização corporativa da 
sociedade brasileira. (Schwartzman, 2001, p.9) 
 As políticas públicas são formas de regulação e intervenção na sociedade, 
mediante ação ou omissão do Estado. Conforme Souza (2006) elas se 
articulam diferentes sujeitos, portadores de expectativas e interesses diversos, 
em torno de recursos produzidos socialmente, com vistas a responder as 
situações consideradas problemáticas, visando a promoção do bem-estar dos 
diversos segmentos societários. 
Mead (1995) a define como um campo dentro do estudo da política 
que analisa o governo à luz de grandes questões públicas e Lynn 
(1980), como um conjunto de ações do governo que irão produzir 
efeitos específicos. Peters (1986) segue o mesmo veio: política 
pública é a soma das atividades dos governos, que agem diretamente 
ou através de delegação, e que influenciam a vida dos cidadãos. Dye 
(1984) sintetiza a definição de política pública como “o que o governo 
escolhe fazer ou não fazer” 4 . A definição mais conhecida continua 
sendo a de Laswell (1936/1958), ou seja, decisões e análises sobre 
política pública implicam responder às seguintes questões: quem 
ganha o quê, por que e que diferença faz. (SOUZA, 2006, pag. 12-
13). 
 
 As Políticas Sociais intervêm do Estado nas questões sociais existentes, 
para compensar as distorções decorrentes do processo de desenvolvimento 
capitalista, e se faz integrada da economia juntamente com as políticas 
públicas na área social. 
 As políticas sociais têm por objetivo a inclusão social, a melhoria da 
qualidade de vida, o desenvolvimento sustentável, a ampliação dos direitos de 
cidadania e a democratização da sociedade. 
 A principal característica das políticas sociais é a sua transversalidade. 
Assim como a questão ambiental, as políticas sociais devem ser um objetivo 
presente e permanente em todas as atividades do governo, e não uma ação 
setorial e conjuntural. 
Nesse contexto, as políticas públicas visam responder a demandas, 
principalmente dos setores marginalizados da sociedade, considerados como 
vulneráveis. 
Um dos aspectos que o Estatuto da Criança e do Adolescente é 
ressaltar, o direito à vida e à saúde, onde ele aborda que toda criança e 
32 
 
adolescente deve ter um desenvolvimento sadio e harmonioso, e se ele for 
deficiente deve-se ter um atendimento especializado, lembrando que a criança 
tem o direito do atendimento integral à saúde e também a condições especiais 
para a sua internação. 
Neste ponto ele afirma que toda criança e adolescente tem o direito de ir 
e vir, de se divertir, de praticar esportes, de se expressar, como também 
participar da vida familiar e da vida política, ressaltando que jamais deve-se 
violar a sua integridade física, psíquica e moral. 
Além disso, tem-se o direito à convivência familiar e comunitária, onde 
se diz que toda criança deve ser criada e educada no seio da família, sendoque os pais é quem são os responsáveis pelo sustento, guarda e educação dos 
filhos menores. 
No entanto em caso de família substitutiva, o ECA determina que a 
criança deve ser ouvida previamente, considerando suas relações de afinidade, 
como também sobre os casos de adoção4 , tutela e guarda . 
Outro fator importante é o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao 
lazer, onde se tem o objetivo de preparar a criança e o adolescente para o 
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, devendo o Estado 
garantir o ensino fundamental obrigatório e gratuito, oferecendo também 
creches e pré-escolas para crianças de até 6 anos, sendo que os pais tem a 
obrigação e dever de manter os filhos na rede regular de ensino. 
Diante disso, vê-se que o ECA retrata diversas questões, tendo como 
mais um deles o direito à profissionalização e à proteção no trabalho, onde nos 
informa que é proibido o trabalho para menores de 14 anos, como também o 
exercício do trabalho em locais insalubres, penosos ou em horários noturnos 
.Portanto, em vista a todos os direitos conquistados pelo Estatuto da 
Criança e do Adolescente, ressalta-se a sua importância no âmbito das 
políticas públicas. 
Nesse sentido, é extremamente necessário respeitarmos os direitos das 
crianças e dos adolescentes, visando interagir o Estado com a Sociedade. 
Reforçando assim a direção para a criação e manutenção das Políticas Sociais 
e/ou políticas públicas destinadas ao bem-estar geral da população. Neste 
caso dos menores. 
 
33 
 
 
2. O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE A CRIANÇA E O ADOLESCENTE 
 
 A primeira medida de organização da assistência à infância surgiu com 
a Lei orçamentária n. 4.242 de 05/01/1921, que criou o “Serviço de Assistência 
e Prestação à Infância Abandonada e Delinquente”, visando à sua “modesta 
educação literária e completa educação profissional” 
 Em 1941, houve a criação de um sistema nacional denominado Serviço 
de Assistência ao Menor (SAM), objetivando em assistir infratores e desvalidos. 
 Com o passar dos anos, a atuação do SAM, tornou-se uma estrutura 
administrativa altamente burocrática, ineficiente, flexível e sem autonomia por 
uma política repressora. 
 A atuação do profissional de Serviço Social é construída a partir dos 
processos teórico metodológicos, ético políticos e técnico operacionais do 
contexto histórico e político da produção e da reprodução da relação capital e 
trabalho. 
 De acordo com a resolução do Conselho Federal do Serviço Social - 
CFESS Nº557/ 2009 o Assistente Social que trabalha em um centro 
socioeducativo faz parte de uma equipe de trabalho multidisciplinar 
 A resolução do Conselho Federal do Serviço Social - CFESS 
Nº557/2009 em seu art. 4° estabelece que “o assistente social ao atuar em 
equipes multiprofissionais, deverá garantir a especificidade de sua área de 
atuação” 
 O Assistente Social possui a compreensão das dimensões técnicas, 
administrativas e políticas que norteiam a execução da medida. E o seu 
trabalho desenvolvido junto aos adolescentes em cumprimento de medida 
socioeducativa é de internação envolva a história de vida, a família, a 
comunidade, os desejos e os valores do adolescente. 
 Neste sentido Martinelli (2006) descreve os assistentes sociais: 
 
(...) profissionais que chegamos o mais próximo possível da vida 
cotidiana das pessoas com as quais trabalhamos. Poucas profissões 
conseguem chegar tão perto deste limite como nós. É, portanto, uma 
profissão que nos dá uma dimensão de realidade muito grande e que 
nos abre a possibilidade de construir e reconstruir identidades – a da 
profissão e a nossa – em um movimento contínuo. (Martinelli, 2006, 
p. 02) 
 
34 
 
 E Iamammoto (2008) afirma: 
[...] o assistente social ingressa nas instituições empregadoras como 
parte de um coletivo de trabalhadores que implementa as ações 
institucionais, cujo resultado final é fruto de um trabalho combinado 
ou cooperativo, que assume perfis diferenciados nos vários espaços 
ocupacionais.Também a relação que o profissional estabelece com o 
objetivo de seu trabalho, as múltiplas expressões da questão social, 
tal como se expressam na vida dos sujeitos com os quais trabalha, 
dependendo do prévio recorte das políticas definidas pelos 
organismos, que estabelecem demandas e prioridades a serem 
atendidas (IAMAMOTO, 2008, p.421). 
 
 Em 2014 o CFESS elaborou um documento intitulado “Atuação de 
Assistentes Sociais no Sociojurídico: subsídios para reflexão”. 
 Neste documento, são explicitados diversos campos de atuação do 
Serviço Social, caracterizando o exercício profissional no Poder Judiciário, 
Ministério Público, Defensoria Pública, execução penal e sistema prisional, 
execução de medidas socioeducativas, segurança pública, instituições policiais, 
programas na área de políticas públicas de segurança, serviço de acolhimento 
institucional/familiar, e a interface do sociojurídico com as políticas públicas em 
geral. 
 De acordo com CFESS (2014): 
[...] um dos primeiros campos de trabalho de Assistentes Sociais na 
esfera pública foi o Juízo de Menores do Rio de Janeiro, então capital 
da República. Emergente, diante do agravamento dos problemas 
relacionados à ‘infância pobre’, à ‘infância delinquente’, à ‘infância 
abandonada’, manifestos publicamente no cotidiano da cidade, o 
Serviço Social é incorporado a essa instituição como uma das 
estratégias de tentar manter o controle almejado pelo Estado sobre 
esse grave problema, que se aprofundava no espaço urbano 
(IAMAMOTO; CARVALHO apud CFESS, 2014, p. 13). 
 
 Neste campo de atuação, a ação do Assistente Social o CFESS ao 
destaca: 
[...] o debate sobre o lócus do jurídico ganha, no cenário 
contemporâneo, gradativamente, relevo na concretização da 
dimensão técnico-operativa do serviço social, na medida em que 
desenvolve significativa intervenção no cotidiano das diversas 
instituições onde atuam Assistentes Sociais. Esse movimento tem 
demandado sua problematização no cerne da representação da 
categoria, sobretudo pela interferência no cotidiano profissional dos 
espaços sócio-ocupacionais, mas também pela nítida impositividade 
do ‘jurídico’, que cerca as demandas inerentes ao sociojurídico. Tal 
faticidade permite ainda uma singular interferência na elaboração dos 
instrumentos privativos da ação profissional, determinando também 
um desafio à efetivação do projeto ético político do serviço social, ao 
cumprimento de seu Código de Ética e às resoluções do CFESS, 
destacando-se a Resolução nº 493/2006 (que versa sobre as 
condições éticas e técnicas do exercício profissional). (CFESS, 2014, 
p. 38). 
35 
 
 
 E assim continua: 
 
É patente a importante interface existente entre as demandas postas 
ao sistema de justiça e as políticas públicas no âmbito da proteção 
social, envolvendo áreas como a saúde, educação, habitação, 
trabalho e renda. É nessas que se materializam direitos, portanto, são 
indissociáveis as interrelações entre as instituições do sociojurídico e 
as do sistema de proteção social. [...] Nesse contexto, impõem-se 
desafios como a problematização da lógica da judicialização das 
expressões da questão social e da criminalização da pobreza; a 
superação da aparência dos fenômenos, como meros problemas 
jurídicos, incorporando à sua resolutividade o caráter político e social 
na dimensão da atuação profissional; a distinção entre os 
instrumentos do fazer profissional, daqueles voltados para a ‘aferição 
de verdades jurídicas’, assumindo o estudo social como próprio da 
intervenção do serviço social, capaz de iluminar as determinações 
que constituem a totalidade da realidade, suas contradições e 
diferentes dimensões. (CFESS, 2014, p. 99). 
 
 Assim, o trabalho da/o assistente social pauta-se pela defesa de direitos, 
pela ênfase na construção daautonomia e participação do adolescente, na 
garantia do conjunto dos direitos humanos dos quais os jovens são credores 
nos espaços das unidades, como alimentação, educação, profissionalização, 
saúde, expressão, convivência, respeito, entre outros. 
2.1. Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e o Conselho Regional 
de Serviço Social (CRESS) 
 
 Em 2014, a deliberação de nº 2 no eixo de Orientação e Fiscalização 
asseverou que os CRESS/CFESS deveriam: 
Amadurecer posicionamento do Conjunto sobre a atuação de 
assistentes sociais em comissões de avaliação disciplinar, de 
monitoramento e comissões técnicas de classificação previstas no 
Sinase e na LEP. (CFESS, 2014, p. 15) 
 
 A ABEPSS realizou uma profunda avaliação do processo de formação 
profissional do assistente social brasileiro, mediante um debate coletivo entre 
os Centros de Ensino e as entidades representativas da categoria, como o 
conjunto Conselho Federal de Serviço Social/Conselhos Regionais de Serviço 
Social (CFESS/CRESS) e a Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço 
Social (Enesso). 
 Foi ampliada a concepção de formação profissional por meio dos 
seguintes pressupostos: 
a) O Serviço Social no processo de produção e reprodução da vida 
social como uma profissão interventiva no âmbito da questão social. 
36 
 
b) A relação do Serviço Social com a questão social – fundamento 
básico de sua existência – é mediatizada por um conjunto de 
processos sócio-históricos e teórico-metodológicos constitutivos de 
seu processo de trabalho. 
c) O agravamento da questão social em face das particularidades do 
processo de reestruturação produtiva no Brasil, nos marcos da 
ideologia neoliberal, determina uma inflexão no campo profissional do 
Serviço Social. 58 SERVIÇO SOCIAL NO SISTEMA 
SOCIOEDUCATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
d) O processo de trabalho do Serviço Social é determinado pelas 
configurações estruturais e conjunturais da questão social e pelas 
formas históricas de seu enfrentamento, permeadas pela ação dos 
trabalhadores, do capital e do Estado, através das políticas e lutas 
sociais. (Caderno ABESS, nº 7, 1996). (CEFSS – SP 2016 p. 58 – 59) 
 
 A formação profissional deve pressupor um conjunto de elementos 
teóricos, metodológicos, éticos, políticos e técnicos operativos para que as(os) 
assistentes sociais compreendam os diversos projetos sociais em confronto, 
colocados historicamente pelas classes sociais. 
 Por fim o CEFSS reluz sobre o dever dos assistentes sociais, que devem 
ser orientados pelos princípios do Código de Ética do Serviço Social, no qual 
está contida a defesa intransigente dos direitos humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Todos os direitos referendados no ECA em relação à proteção da 
infância e adolescência estão neste âmbito formalizados no ponto de vista 
legal. 
No entanto é preciso materializar os direitos das crianças e dos 
adolescentes através das ações concretas de políticas publicas. 
É neste sentido que se ressalta a importância do ECA como balizador 
para a construção de políticas publicas de proteção às crianças e aos 
adolescentes. E para compreender a efetivação dos direitos das crianças e 
adolescentes, desenvolve-se no item a seguir o mapeamento de ações de 
políticas públicas voltados para este público específico. 
Segundo Behring e Boschetti (2007) no resgate sobre a constituição das 
políticas sociais no Brasil na área da infância e da juventude destaca-se o 
código de menores, e o Serviço de Assistência ao Menor de características 
assistencialista e punitiva, apresentando uma contradição em relação aos 
objetivos de proteção ás crianças e adolescentes. 
No entanto com a aprovação do ECA em 1990, e as mudanças ocorridas 
no bojo da organização da políticas sociais a partir da Constituição Federal 
Brasileira de 1988, um novo cenário começa a desenhar-se no sentido de 
incorporar na agenda das políticas públicas sociais os direitos de crianças e 
adolescentes como sujeitos de direitos. 
Atualmente, pode-se visualizar diversas ações em diferentes políticas 
públicas que materializam os direitos de crianças e adolescentes preconizados 
pelo ECA. 
Destaca-se por exemplo algumas das ações identificadas para o público 
infanto-juvenil: Assistência Social na perspectiva do Sistema Único de 
Assistência Social – SUAS; na Educação na perspectiva do Ministério de 
Educação e - Política Nacional de Educação – MEC; a Saúde na perspectiva 
Sistema Único de Saúde – SUS. Ou seja citadas pelos artigos do ECA como 
direitos. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente vem de uma longa trajetória que 
dura até hoje, visando atendera população infanto-juvenil de forma integral e 
universal, garantindo assim, o seu desenvolvimento pleno, concretizando os 
38 
 
seus direitos em vários âmbitos tais como na educação, na saúde e entre 
outros. 
O profissional do serviço social trabalha no desenvolvimento e aplicação 
de políticas sociais, cujo objetivo é retirar as crianças e adolescentes, das 
condições desumanas, que estão envolvidos, e desenvolver com estes um 
trabalho de socialização, de mudança de vida, não só para eles, mas também 
para sua família. 
O trabalho do assistente social, nas questões da criança e do 
adolescente, que são vários, consiste na conscientização, na busca da 
implementação dos seus direitos. 
Contudo, as crianças e adolescentes não tem conhecimento dos seus 
direitos, garantidos por lei, não tem acesso a essas informações, e quem as 
tem, por interesses próprios, os negam, e outros se omitem. 
São essas áreas que o assistente social atua, no desenvolvimento de 
um trabalho social, buscando a emancipação e a melhoria da qualidade de 
vida, da criança e do adolescente, de famílias e consequentemente da 
sociedade. 
Ou seja, o profissional de Serviço Social tem um compromisso ético-
político pela luta pela a garantia de direitos e pela a autonomia dos usuários. E 
com os princípios do Código de Ética do Assistente Social. 
O profissional de Serviço Social, na sua área de atuação deve buscar 
para que os direitos não só das crianças e adolescente sejam garantidos, mas 
como de toda sociedade, tendo um compromisso com a qualidade dos serviços 
prestados pautado no seu projeto ético político e na luta pela emancipação e 
autonomia dos indivíduos. 
Ou seja, respondendo a problemática que envolveu este Trabalho de 
Conclusão e Curso (TCC) sobre a atuação do assistente social com crianças e 
adolescentes. 
“Como ocorre a atuação do Assistente Social frente aos direitos de 
crianças e adolescentes preconizados pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente nas diferentes políticas públicas? “. 
O Assistente Social que por ser um profissional que tem suas ações 
norteadas pelos valores e princípios do Código de Ética Profissional, o qual 
fundamenta, junto a outros instrumentos formais e as estratégias políticas das 
39 
 
entidades representativas do Serviço Social, o denominado Projeto Ético-
Político-Profissional do Serviço Social. 
O profissional de Serviço Social é pautado nas ações pela defesa de 
direitos e efetivação e consolidação das políticas sociais. 
Atuando na política da Assistência Social, tanto na gestão, como no 
planejamento e execução dessa política, além da inserção em outras políticas 
sociais como saúde, previdência, educação, trabalho, nos segmentos da 
criança e adolescente, idosos, grupos étnicos, etc. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS- ABNT; NBR 6023, de 
agosto de 2002. 
 
ALVIN, Rosilene;VALLADARES, Lícia de Prado. Infânciae Sociedade no Brasil: 
Uma análise da Literatura. Boletim Informativo e Bibliográfico de Ciências 
Sociais (BIB), Rio de Janeiro, n. 26, 1988. 
 
BEHRING, Elaine R. BOSCHETTI, Ivanete. Política Social:

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