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TCC II SERVIÇO SOCIAL

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20
Sistema de Ensino Presencial Conectado
SERVIÇO SOCIAL
MARIANA VARGAS GARCIA
SERVIÇO SOCIAL E A DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Cáceres – MT
2020
MARIANA VARGAS GARCIA
SERVIÇO SOCIAL E A DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC apresentado à Universidade Pitágoras UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II. Coordenadora do curso: Prof.ª Ma. Juliana Isabele Gomes Prosbst.
 
Cáceres – MT
2020
Dedicatória
Primeiramente a Deus, meus familiares e aos colegas do Curso de Serviço Social da Unopar, e, também as pessoas com quem convivi neste espaço de tempo, ao longo desses anos.
agradecimentos
Aos professores e/ou tutores desta instituição de ensino.
Agradeço ao Deus por mais essa vitória, e aos meus familiares por ter me dado força nos momento em que eu pensei em desistir.
E aos meus amigos por me auxiliarem nos momentos de dificuldade.
Aos professores, e orientadores tutora presencial e a distância, que auxiliou na busca pelo conhecimento e possibilitou-me a chegar até aqui. Gratidão!!!
Garcia, Mariana Vargas. SERVIÇO SOCIAL E A DEFESA DOS DIREITOS DAS CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
. 2020. folhas. Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Cáceres/MT, 2020.
O PAPEL DO ASSISTENTE SOCIAL NA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS DE INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA
RESUMO
Até o início do século XX a criança era vista como um problema social e também não existiam políticas públicas para está classe. Neste período, o Brasil se espelhava na frança, pois possuía uma hierarquia boa, onde as crianças e os adolescentes pobres eram excluídos da sociedade, como também eles não podiam ser vistos pelas elites burguesas, fazendo com que eles fossem recolhidos, mascarando assim a Questão Social e a pobreza que estava estampado em suas faces.
Em 1726, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia criou à primeira "Roda dos Expostos", na Bahia. Tratava-se de compartimento cilíndrico instalado na parede de uma casa que girava de fora para dentro. A criança era colocada ali para ser abrigada e criada pela entidade, preservando a identidade de quem a abandonava. A medida foi regulamentada em lei e se tornou a principal forma de assistência infantil nos séculos 18 e 19. Popularmente, também era conhecido por "Roda dos Rejeitados".
Em 1890 criou-se o Código Criminal da República para conter o aumento da violência urbana. A responsabilização penal passa a considerar a Teoria do Discernimento. Assim as crianças entre 9 e 14 anos são avaliadas psicologicamente e penalizadas de acordo com o seu "desenvolvimento" referente ao delito cometido. Elas poderiam receber pena de um adulto ou ser considerada imputável.
A lei nº 4.242 tratou da assistência e proteção de "menores abandonados" e "menores infratores", sendo regulamentada posteriormente em 1923 por decreto. Aqueles jovens autores ou cúmplices de crime ou contravenção, considerados "menores infratores", tornaram-se imputáveis até os 14 anos, não valendo mais a Teoria do Discernimento de 1890.
Em 1927 a Lei de Assistência e Proteção aos Menores, conhecida como Código de Menores ou Código Mello Mattos (nome do primeiro juiz de Menores do Brasil e da América Latina), representou avanços na proteção das crianças. A lei proibiu a "Roda dos Expostos" e tornou os jovens imputáveis até os 18 anos. Criou a "escola de preservação para menor infrator" e a "escola de reforma para o abandonado".
Em 1932, ouve uma mudança maior do Código Penal Brasileiro para validar várias alterações já feitas desde 1890, entre elas a mudança maioridade penal de 9 para 14 anos.E em 1941 Institui-se o Serviço de Assistência a Menores (SAM), primeiro órgão federal a se responsabilizar pelo controle da assistência aos menores em escala nacional. Atendia aos "menores abandonados" e "desvalidos", encaminhando-os às instituições oficiais existentes, e aos "menores delinqüentes", internando-os em colônias correcionais e reformatórios.
Após o golpe militar de 64, os militares elimina o SAM e criam a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem) e a Política Nacional do Bem-Estar do Menor (PNBEM), que deveriam coordenar todas as ações na área. A questão da infância passou a ser tratada como problema de segurança nacional e deu origem às Febems em nível estadual.
Em 1979, é publicado um novo Código de Menores. Ele traz a doutrina da proteção integral presente na concepção futura do ECA. Porém, baseia-se no mesmo paradigma do menor em situação irregular da legislação anterior de 1927.
O artigo 227 da Constituição Federal de 1988 estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado "assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".
Aprovado no Congresso Nacional, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é o marco legal que reuniu reivindicações de movimentos sociais que trabalhavam em defesa da idéia de que crianças e adolescentes são também sujeitos de direitos e merecem acesso à cidadania e proteção. O ECA foi publicado sobre a lei federal nº 8069.
O Disque Denúncia foi criado em 1997 por organizações não-governamentais que atuam na promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Mas em 2003,o serviço passou a ser de responsabilidade do governo federal chamando Disque 100 - Disque Direitos Humanos.
A assistência social passa a ser estratégica para efetivação dos direitos, comprometida com a promoção da dignidade humana. Deve ser executada de forma articulada e integrada com as demais políticas setoriais e sociais, considerando a complexidade e as especificidades do público atendido.
No que se refere à garantia e defesa dos direitos de crianças e adolescentes, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, a Política de Assistência Social, na busca pela superação da fragmentação do atendimento e da promoção da intersetorialidade, identifica se nas redes de proteção aos direitos da infância e adolescência, a possibilidade de construção de um espaço privilegiado para sua efetivação.
Palavras - chave: SERVIÇO SOCIAL E A DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
Garcia,Mariana Vargas. SERVIÇO SOCIAL E A DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE . 2020. sheets. Work of Completion of Course in Social Work - Center of Business and Social Sciences Applied, University Pythagoraas Unopar, Caceres/ MT, 2020.
 ABSTRACT
Until the beginning of the 20th century, children were seen as a social problem and there were also no public policies for this class. In this period, Brazil mirrored itself in France, as it had a good hierarchy, where poor children and adolescents were excluded from society, as well as they could not be seen by the bourgeois elites, causing them to be collected, thus masking the Question Social and the poverty that was stamped on their faces.
In 1726, the Brotherhood of Santa Casa de Misericórdia created the first "Roda dos Expostos", in Bahia. It was a cylindrical compartment installed on the wall of a house that rotated from the outside to the inside. The child was placed there to be sheltered and raised by the entity, preserving the identity of those who abandoned him. The measure was regulated by law and became the main form of child care in the 18th and 19th centuries. Popularly, it was also known as the "Wheel of the Rejected".
In 1890 the Criminal Code of the Republic was created to contain theincrease in urban violence. Criminal accountability now considers the Theory of Discernment. Thus, children between 9 and 14 years old are evaluated psychologically and penalized according to their "development" regarding the crime committed. They could be punished by an adult or be considered imputable.
Law 4,242 dealt with the assistance and protection of "abandoned minors" and "juvenile offenders", which was later regulated in 1923 by decree. Those young perpetrators or accomplices of crime or misdemeanor, considered "minor offenders", became attributable until the age of 14, and the 1890 Discernment Theory was no longer valid.
In 1927 the Assistance and Protection of Minors Act, known as the Minors Code or Mello Mattos Code (name of the first judge of minors in Brazil and Latin America), represented advances in the protection of children. The law banned the "Wheel of the Exposed" and made young people responsible until they were 18. He created the "school of preservation for minor offenders" and the "school of reform for the abandoned".
In 1932, he heard a major change in the Brazilian Penal Code to validate several changes already made since 1890, including the change in the age of criminal responsibility from 9 to 14 years old. And in 1941 the Minor Assistance Service (SAM) was instituted, the first body federal government to be responsible for controlling assistance to minors on a national scale. It served "abandoned and underprivileged minors", referring them to existing official institutions, and "delinquent minors", interning them in correctional and reformatory colonies.
After the military coup of '64, the military eliminated SAM and created the National Foundation for the Welfare of Minors (Funabem) and the National Policy for the Welfare of Minors (PNBEM), which should coordinate all actions in the area. The issue of childhood came to be treated as a national security problem and gave rise to Febems at the state level.
In 1979, a new Code of Minors is published. It brings the doctrine of integral protection present in the future conception of ECA. However, it is based on the same paradigm of the minor in an irregular situation of the previous legislation of 1927.
Article 227 of the 1988 Federal Constitution establishes the duty of the family, society and the State to "guarantee the right to life, health, food, education, leisure for children, adolescents and young people, with absolute priority. , professionalization, culture, dignity, respect, freedom and family and community coexistence, besides putting them safe from all forms of negligence, discrimination, exploitation, violence, cruelty and oppression ".
Approved by the National Congress, the Statute of the Child and Adolescent (ECA) is the legal framework that brought together demands from social movements that worked to defend the idea that children and adolescents are also subject to rights and deserve access to citizenship and protection. ECA was published on federal law No. 8069.
The Hotline was created in 1997 by non-governmental organizations that work to promote the rights of children and adolescents. But in 2003, the service became the responsibility of the federal government, calling Dial 100 - Dial Human Rights.
Social assistance becomes strategic for the realization of rights, committed to the promotion of human dignity. It must be carried out in an articulated and integrated manner with the other sectorial and social policies, considering the complexity and specificities of the public served.
With regard to guaranteeing and defending the rights of children and adolescents, provided for in the Statute of Children and Adolescents, the Social Assistance Policy, seeking to overcome the fragmentation of care and to promote intersectoriality, identifies itself in the protection networks to the rights of children and adolescents, the possibility of building a privileged space for their implementation.
Keywords: 
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SAM- Serviço de Assistência a Menorer
PNBEM- Política Nacional do Bem- Estar do menor
ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente.
LOAS- Lei orgânica da saúde
LOAS- Lei orgânica de Assistência Social.
CONANDA- Conselho nacional dos direitos da criança e do adolescente
LDBEN- Lei de diretrizes e bases da educação nacional.
LOSAN- Lei orgânica de segurança alimentar.
SUMÁRIO
 
1. INTRODUÇÃO	8
CAPÍTULO I: 	10
1.Breve contextualização do serviço social	10
1.1.O surgimento do serviço social no brasil	12
1.2.A atuação e instrumentalidade do serviço social	17
CAPÍTULO II:	19
2. Estatuto da criança e do adolescente	19
2.1.Qual a atuação do serviço social na politica de atendimento a infancia e adolecencia----------------------------------------------------------------------------------------------20 
2.2. Quais são os direitos da criança e adolescente	23
Capitulo III. 	25
3.Quais são os principais desafios para a implementação e a aplicação do ECA e qual o papel do serviço social neste processo-------------------------------------------------26
3.1Quais são as politicas de proteção a criança e adolescente	30
CONSIDERAÇÕES FINAIS	32
REFERÊNCIAS	33
1. INTRODUÇÃO 
O que para uma sociedade pode ser considerado adequado e comum, para outra pode ser anormal, estranho ou desviante. A Lei Brasileira de Inclusão, que se originou da Convenção da Pessoa com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), busca afastar essa visão. 
A Lei 8.662/1993 afirma que compete aos assistentes sociais, dentre outras competências, orientar indivíduos e grupos de diferentes camadas sociais, identificando e fazendo uso de recursos; defender seus direitos e trabalhar no planejamento, organização e administração dos benefícios e serviços sociais. 
O Serviço Social junto a Pessoas com Deficiência - PCD consegue se desatcar em relação aos demais profissionais de saúde por ter conhecimento teórico e técnico dos fatores condicionantes e determinantes da saúde da população. 
É um profissional que tem em sua formação conhecimento sobre as demais políticas sociais públicas que precisam estar atreladas à política de saúde para dar conta de fatores como trabalho, renda, alimentação, moradia, educação, saneamento básico, assistência e o total acessam a bens e serviços essenciais à população que sofre as diversas expressões da questão social.
O profissional Assistente Social trabalha com a perspectiva interdisciplinar, a fim de garantir a atenção a todas as necessidades da população usuária na mediação entre seus interesses e a prestação de serviços e, ao desenvolver as diversas atividades e ações com instrumentais que o auxilie como: entrevista, trabalho com grupos, visitas domiciliares e outras. Os profissionais em Serviço Social têm como foco principal os trabalhos multidisciplinares para trabalhar a questão do direito social com a interlocução as demais políticas sociais públicas
O presente trabalho busca realizar uma análise sobre os instrumentais da prática do profissional em Serviço Social com PCD. Através da metodologia bibliográfica buscamos atingir o objetivo de refletir sobre os instrumentais da atuação da profissão na luta pela efetivação dos direitos e emancipação de pessoas com deficiência perante a sociedade. Investigamos o trabalho dos assistentes sociais dentro da AACD, uma reconhecida instituição, referenciada no atendimento a PCD, que tem a missão de contribuir para inclusão social das crianças acometidas por algum tipo de deficiência física e políticas direcionadas aos familiares destas.
	 
CAPÍTULO I:
1. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL 
Um breve histórico do contexto metodológico da trajetória do Serviço Social brasileiro na contemporaneidade, Embora à teoria conservadora mesmo após a ruptura com o histórico e da legitimidade alcançada pelo pensamento marxista ampliam-se as interferências de outras correntes teóricas metodológicas, particularmente no âmbito da influência do pensamento pós‐moderno e neoconservador.
Parafazer a análise resumida, o Serviço Social é descendente do assistencialismo regido pela igreja católica e sua doutrina. E suas principais matrizes vêm da teoria metodológica de conhecimento do social na sociedade burguesa. Como ressalta Yasbek (2000, p.4) “[...] ideias e conteúdos doutrinários do pensamento social da Igreja Católica, em processo de institucionalização no Brasil e das principais matrizes teórico metodológico acercado conhecimento do social na sociedade burguesa”.
Outro marco no contexto histórico do Serviço Social segundo Yasbek foi:
No que se refere à Doutrina Social da Igreja merece destaque nesse contexto as encíclicas “Rerum Novarum” do Papa Leão XIII de 1891, que vai iniciar o magistério social  da  Igreja  no  contexto  de  busca, de restauração de seu papel social A sociedade moderna e a “Quadragésimo Anno” de Pio XI de 1931 que, comemorando  40 anos da “Rerum Novarum” vai tratar da questão social, apelando para a renovação moral da sociedade e  a adesão  Ação Social da Igreja. 
O Serviço Social tem em sua base de conhecimento como especialização do trabalho a questão social. Os assistentes sociais trabalham cotidianamente com as expressões da referida questão social, que os indivíduos vivenciam no trabalho, na família, na saúde, na questão da habitação, etc. “Questão social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a resistem e se opõem (IAMAMOTO, 2007, p. 28)”.
 Para Iamamoto (2007), é necessário repensar a questão social, pois, na atualidade, existe um conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos vinculados a relação capital x trabalho.
 No código de ética profissional dos assistentes sociais, aprovado em 15 de Março de 1993, a liberdade é reconhecida como valor ético central, o que torna necessário o desenvolvimento do trabalho para promover a autonomia, a emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais, defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo.
Nesta perspectiva, Iamamoto (2007) ressalta: 
Uma sociedade hierarquizada que repõe no dia-a-dia e de forma ampliada, privilégios, violências e discriminações de renda, poder, de raça, de gênero, entre outras, ampliando o fosso das desigualdades no marco diversificado das manifestações da questão social (2007, p. 143 – 144).
 Os direitos sociais são decorrentes do reconhecimento das desigualdades sociais gerada na sociedade capitalista, por isso, são fundamentados pela idéia de igualdade social. 
 Dessa forma, Couto considera que: 
Essa vinculação de dependência das condições econômicas tem sido a principal causa dos problemas da viabilização dos direitos sociais, que, não 44 raro, são entendidos apenas como produto de um processo político, sem expressão no terreno da materialidade das políticas sociais (2006, p. 48).
 Esses direitos possuem um caráter redistributivo, pois buscam a promoção de igualdade no acesso a bens socialmente produzidos. Os direitos sociais são materializados através das políticas sociais públicas, portanto, sua concretização depende da intervenção do Estado. 
Nessa perspectiva Iamamoto (2010, p.149) reflete que:
Vale reiterar que o projeto neoliberal subordina os direitos sociais à lógica orçamentária, a política social à política econômica, em especial às dotações orçamentárias. Observa-se uma inversão e uma subversão: ao invés do direito constitucional impor e orientar a distribuição das verbas orçamentárias, o dever legal passa a ser submetido à disponibilidade de recursos. São as definições orçamentárias – vistas como um dado não passível de questionamento – que se tornam parâmetros para a implementação dos direitos sociais implicados na seguridade, justificando as prioridades governamentais.
O assistente social que trabalha na expectativa de efetivação de seus direitos encontra diversos desafios para concretizar tais direitos, entre eles: o projeto neoliberal, que busca a minimização do Estado; as políticas sociais fragmentadas e insuficientes; a lógica capitalista de submissão das necessidades humanas ao capital, que incentiva o individualismo e a competitividade entre os indivíduos; a naturalização das desigualdades sociais e a política local.
Segundo Iamamoto (2008), o Serviço Social é uma profissão que tem como objeto de trabalho a questão social e suas múltiplas determinações, as quais se apresentam de formas variadas, de acordo com o espaço sócio-ocupacional no qual o assistente social está inserido. Nos últimos tempos, a saúde mental tem sido um desses espaços, demandando cada vez mais a intervenção deste profissional. 
.
1.1O surgimento do serviço social no Brasil
	O surgimento do Serviço Social no Brasil, bem como, sua institucionalização, está inserido na décadas de 1930 e 1940, e não deve ser entendido como um acontecimento isolado ou natural, pelo contrário, deve ser considerado o resultado de dois processos que,desenvolvidos, geraram as condições sócio históricas necessárias para que a profissão iniciasse seu percurso histórico no cenário brasileiro. 
	Segundo Iamamoto (2011), a gênese do Serviço Social no Brasil, enquanto profissão inscrita na divisão social do trabalho está relacionada ao contexto das grandes mobilizações da classe operária nas duas primeiras décadas do século XX, pois o debate acerca da “questão social”, que atravessa a sociedade nesse período, exige um posicionamento do Estado, das frações dominantes e da Igreja. 
	O primeiro processo que devemos destacar é o redimensionamento do Estado brasileiro, que decorre da transição do capital de um estágio concorrencial para a fase monopólica. 
	Conforme Netto (2009) o entendimento de que o Estado intervém no processo econômico desde a ascensão da burguesia, mas, é no capitalismo monopolista, que essa intervenção muda estrutural e funcionalmente. 
	Para o autor “[...] no capitalismo monopolista, as funções políticas do Estado imbricam-se organicamente com as suas funções econômicas” (Netto, 2009, p. 25).
	 Como profissão inscrita na divisão do trabalho, o Serviço Social surge como parte de um movimento social mais amplo, de bases confessionais, articulado à necessidade de formação doutrinária e social do laicato, para uma presença mais ativa da Igreja Católica no ‘mundo contemporaneo’, nos inícios da década de 30.
	 Na tentativa de recuperar áreas de influências e privilégios perdidos, em face da crescente secularização da sociedade e das tensões presentes nas relações entre a Igreja e o Estado, a Igreja procura superar a postura contemplativa (IAMAMOTO, 2011, p. 18). 
	Aguiar (2011) nos informa que a missão da Ação Católica é divulgar a doutrina da Igreja, buscando uma reforma social – ação que deve empenhar-se na reconstrução da sociedade. 
	No que se refere à Doutrina Social da Igreja merecem destaque nesse contexto:
[...] as encíclicas ‘Rerum Novarum’ do Papa Leão XIII de 1891, que vai iniciar o magistério social da Igreja no contexto de busca de restauração de seu papel social na sociedade moderna e a ‘Quadragésimo Ano’ de Pio XI de 1931 que, comemorando 40 anos da ‘Rerum Novarum’ vai tratar da questão social, apelando para a renovação moral da sociedade e a adesão à Ação Social da Igreja. (YAZBEK, 2010, p. 4). 
	O movimento político ocorrido no Brasil em 1930 – conhecido como Revolução de 30 – inaugura um período de intervenção social da Igreja nunca antes visto. A partir da queda da República Velha, a Igreja busca uma reaproximação com o Estado. 
	No ano de 1931, duas grandes demonstrações de força são engendradas pela hierarquia Católica na cidade do Rio de Janeiro – àquela época, Capital da República –, por meio destas ações tentarám fazer com que o novo regime entende se a sua indispensabilidade, estipulando, também, o preço de seu apoio.
	 A primeira se dará em maio, a pretexto da entronização de N. S. Aparecida – proclamada pelo papa como padroeira do Brasil. Diante de uma imensa multidão, a hierarquia, na pessoa de Dom Leme, reafirmará a noção de Nação Católicae o seu direito ao exercício da influência como intérprete e guia da imensa maioria católica da população brasileira. 
	As atividades da caridade tradicional ganham uma nova conformação e certo caráter organizativo, contando com famílias da burguesia paulista e carioca, que passam a contar com o aporte do Estado, o que possibilita realizar obras sociais mais abrangentes. 
	Podemos destacar o surgimento de duas instituições assistenciais: em 1920, no Rio de Janeiro, a Associação das Senhoras Brasileiras e, no ano de 1923, a Liga das Senhoras Católicas, em São Paulo. 
	Essas instituições surgem dentro do movimento católico e visam atender algumas demandas oriundas do processo de desenvolvimento capitalista. Essas ações podem ser consideras como o embrião do Serviço Social brasileiro. A importância dessas instituições e obras, e de sua centralização, a partir da cúpula da hierarquia, não pode ser subestimada na análise da gênese do Serviço Social no Brasil.
Se sua ação concreta é limitada, se seu conteúdo é assistencial e paternalista, será a partir de seu lento desenvolvimento que se criarão as bases materiais e organizacionais, e principalmente humanas, que a partir da década seguinte permitirão a expansão da Ação Social e o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social (IAMAMOTO e CARVALHO, 2008, p. 167). 
	É importante destaca o quanto à origem do Serviço Social brasileiro está entrelaçado à ação da Igreja Católica e da sua estratégia de adequação das mudanças econômicas e políticas que alteravam a face do país àquela época. Estamos nos deparando com uma profissão que surge com objetivos claros: dar respostas à “questão social” e ao movimento operário e popular – no sentido de controlá-lo. 
	Assim, percebemos uma atuação do Serviço Social brasileiro numa perspectiva de caráter mais doutrinário do que científico. Insta mencionar, que ao se manifestar em relação à “questão social”, a Igreja Católica se contrapõe aos princípios tanto do liberalismo quanto do comunismo, tendo em vista que ambos se apresentam enquanto ameaças para sua posição na sociedade. 
	Portanto, o Serviço Social em sua “fase inicial”, é pautado num posicionamento moralizador em face das expressões da “questão social”, “captando o homem de maneira abstrata e genérica, configurou-se como uma das estratégias concretas de disciplinamento e controle da força de trabalho, no processo de expansão do capitalismo monopolista” (FORTI, 2013, p. 99). 
	Logo, retomamos o pensamento de Barroco (2001) e considerarmos as características inerentes à chamada herança conservadora do Serviço Social, cabe destacarmos a influência teórica do neotomismo, que atribuí à sociedade uma ideia de “bem comum”, ou seja, que por si só, é considerada harmoniosa, logo, o indivíduo que não se enquadre nessa perspectiva é visto como “anômalo”, “desviante”.
	Dessa maneira, o chamado Serviço Social Tradicional pauta sua ação através de um viés de formação social, moral e intelectual das famílias. Ou seja, através de um trabalho tido como “educativo”, que culpabiliza o sujeito pela sua condição.
	 Em suma, uma prática profissional, baseada em atendimentos individualizados e prolongados, numa ideia de adequação ao comportamento moral esperado, como por exemplo, o chamado Serviço Social de Caso. 
	O período compreendido entre os anos de 1940 até meados da década 1960 significou, para o Brasil, um momento de considerável crescimento econômico. Nos países latinos americanos, emerge a ideia do desenvolvimentismo, entendido como uma possibilidade de superação do subdesenvolvimento presente nos países da região. 	 No Brasil, os planos desenvolvimentistas não alcançaram os resultados esperados. O desejo do desenvolvimento econômico com justiça social não se concretizou e o que podemos observar é a forte presença de capital estrangeiro no país, entendida como necessária para o desenvolvimento nacional. O surgimento de uma economia urbano-industrial traz à tona a necessidade de entidades assistenciais para atender às demandas postas e controlar as lutas sociais. 
	Conforme salienta IAMAMOTO e CARVALHO As grandes instituições assistenciais desenvolvem-se num momento em que o Serviço Social, como profissão legitimada dentro da divisão social do trabalho e nesse sentido, o processo de institucionalização do Serviço Social será também o processo de profissionalização dos Assistentes Sociais formados nas Escolas especializadas: (2008, p. 309-310).
 
1.3. A ATUAÇÃO E INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL
	A atuação profissional se concretiza de forma interventiva na qual o seu objetivo imediato não é a adoção das crianças e dos adolescentes acolhidos, mas sim trabalhar no fortalecimento do vínculo destas famílias que oficialmente foram destituídas do poder familiar provisoriamente e garantir que este afastamento seja uma medida excepcional, aplicada somente quando houver situações de vulnerabilidade, que apresente grave risco a sua integralidade física e/ou psíquica, e no seu desenvolvimento pessoal e social da criança e do adolescente.
	Iamamoto (1988), argumenta que no cotidiano do trabalho o assistente social, faz-se necessário um profissional propositivo,reflexivo,critico: 
[...] “que aposte no protagonismo dos sujeitos sociais, versado no instrumental técnico-operativo”, com competência para ações profissionais em nível de assessorias, de negociações, de planejamentos, de pesquisa e de incentivo à participação dos usuários em gestão e da avaliação de programas sociais de qualidade. (p.144)
Um dos instrumentos utilizado no Serviço Social é a dimensão técnico-operativa. As dimensões em sua totalidade não são formas fixas, tampouco podem ser considerada de maneira autônoma, uma predomina sobre a outra, isso dependendo do grau de complexidade da realidade social. É a dimensão que dá visibilidade social à profissão já que dela depende a resolutividade da situação. 
A profissão requer estratégias para chegar ao seu objetivo que é a intervenção. Será citada também a dimensão teórico-metodológica e ético-política, que compõe as três dimensões do Serviço Social. E para aprender lidar com as dimensões, o estágio é a melhor forma de conhecer a realidade no cotidiano.
 Guerra (2012, p.1) ressalta que:
O que se pretende enfatizar é que a intervenção de natureza técnico-operativa não é neutra: ela está travejada da dimensão ético-política e esta, por sua vez, encontra-se aportada em fundamentos teóricos, donde a capacidade de o profissional vir a compreender os limites e possibilidades não como algo interno ou inerente ao próprio exercício profissional. 
Ou seja, compreender que a intervenção técnico-operativo é a adoção de uma perspectiva analítica, porém não é neutra, pois ela faz parte da dimensão ético-politica ambas nos fundamentos teóricos, capacitando assim o profissional a compreensão de sua atuação.
	Guerra (2012, p. 6) complementa que:
É inegável que o Serviço Social é uma profissão fundamentalmente operativa. O que dá esse caráter instrumental à profissão, para além do espaço que ocupa na divisão social e técnica do trabalho, é o tipo de resposta dada à sociedade: resposta que tenha necessariamente que operar uma modificação na situação, nos aspectos objetivos e/ou subjetivos.
	Para obter uma resposta que seja interventiva, apresentaria um conteúdo com qualidade, às implicações éticas e políticas e a possibilidade das respostas profissionais. 	Outro fator que não se pode basear num contexto de mesmice. Não pode se basear num senso comum, a utilização da dimensão técnico instrumental é essencial para o exercício da profissão. Outros dois procedimentos próprios do cotidiano que condicionam o exercício profissional e, muitas vezes, empobrecem a dimensão técnico-instrumental são: o uso dos precedentes no conhecimento das situações e a imitação.
Com relação à formação profissional e utilização dos instrumentos Guerra (2012, p.16) esclarece:
Aqui se coloca a necessidade de utilização de instrumentos e de procedimentos que possibilitem a apreensão da realidade para além da imediaticidade.Apenas para citar alguns: a pesquisa e análise permanente e sistemática da instituição, que tem que ser relacionada com uma análise histórica da conjuntura à luz dos aspectos estruturais e das determinações universais do capitalismo, elaboração do plano de estágio e de um projeto de intervenção, o investimento em atividades de registro e sistematização da prática. Estes se constituem em procedimentos e habilidades indispensáveis a serem desenvolvidas no espaço do estágio. (p.16)
A prática somente na dimensão formativa, sem o conhecimento da área de atuação não se consegue relacionar a teoria. Por isso a importância do estagio supervisionado. Além de ampliar a visão critica do estagiário, trazer sua vivencia, uma troca de informações, trazendo questionamentos, tirando duvidas, e levando uma nova visão para a instituição que também supervisiona esse futuro profissional.
2. CAPÍTULO II
2. Estatuto da Criança e do adolescente. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sancionado em 13 de junho de1990, é o principal instrumento normativo do Brasil referente aos direitos da criança e do adolescente. O ECA incorporou os avanços preconizados na convenção sobre os direitos da criança das nações unidas que no artigo 227 da constituição federal, que determinou direitos e garantia fundamentais a crianças e o adolescentes.
 O adolescente é vistos como sujeito de direito, e também reafirmou a responsabilidade da família, sociedade e estado que garante as condições Para o bom dês O ECA se inovou ao trazer a proteção integral, na qual a criança e o envolvimento dessa população alem de proteger de toda forma de descriminação. Exploração e violência 
 A Lei nª 8.069/1990 é regulamentada pela eca que se preconizam o direito da criança e do adolescente são frutos de uma enorme mobilização da sociedade civil, juntamente com as organizações sociais, em busca da garantia dos direitos que foi elaborado devido à necessidade de proteger as Crianças e adolescente. Antes da criação da lei do estatuto da criança e do adolescente eles não tinham direitos a nada e nem era tratado diferentemente pelo estado e poder judicial, existiam muitos menores abandonado nas ruas, sendo maltratado pelas famílias, explorados no trabalho infantil, entre tantas outras violências, O foco era apenas punir e não proteger.
 O ECA passa a regulamentar a proteção e a garantia específicas de direito s da criança e do adolescente com relação a família, escola ,serviços de saúde etc.
 O ECA deu grandes avanços referentes as conquistas do direto das criança e do adolescente.
 
 2.1= Contextualização a adolescência.
 O estatuto da criança e do adolescente (ECA) determina que a adolescência va dois 12 aos 18anos de idade. A organização mundial de saúde (OMS) determina ao adolescente como segunda década de vida dos 10 aos 19 anos , e a juventude que se inicia aos 15anos de idade e vai até os 24 anos; tendo em vista este protocolo é considerado adolescente o período de 10 aos 19 anos e jovens de 19 aos 24 anos .
 Conforme a orientação da sociedade brasileira de pediatria e do ministério da saúde. Os adolescentes e jovens ( 10- ao 24 anos de idade), representam 28,8% da população de Belo Horizonte ( IBGE, 2000), e 30,3% da população Brasileira ( IBGE, 2004) 84% dos adolescentes e jovens brasileiros vivem em áreas de riscos.
 A política Nacional de atenção integral á saúde de adolescentes e jovens do ministério da saúde 2006, propõe a solidificação no SUS dos direitos constituindo dos adolescentes e jovens à saúde e na conferencia livre do MS que foi constituído em 25 de março de 2008, que obteve o apontamento estratégicos com relação a saúde dos jovens.
 Esta política correlaciona ao reconhecimento de que os adolescentes estão sempre em processo de desenvolvimento necessitando de uma atenção especial a suas necessidades físicas , psicológicas, espiritual e social.
2.2. Qual a atuação do serviço social na política de atendimento a infância e adolescência.
 No decorrer das transformações econômicas e políticas movidas pelo
Capitalismo surgiu muitas mudanças significativas na organização familiar,
 em decorrência da participação da população feminina na área econômica ativa do país. Os cuidados com as crianças só obteve destaque no conjunto dessas mudanças, revelando a intrínseca relação.
 Entre o surgimento das instituições de atenção à infância e as transformações do papel da mulher na sociedade em geral.
 Aproximava do atendimento oferecido pelas instituições asilares, cujo caráter filantrópico predominou até os anos 1920. As primeiras experiências de atendimento institucional à infância, no início do século XX,
 Foram gravados o reconhecimento, assistencial a proteção, estando voltadas ao amparo de crianças e famílias de baixa renda, as ações particulares e filantrópicas foram, por muitos anos,
Mantenedoras dessas instituições, mas, a partir da década de 1930, houve uma grade intervenção do Estado, em relação à política desenvolvimentista de
Getúlio Vargas.
 Com a criação do Ministério da Educação e Saúde, iniciaram-se as
políticas de atendimento às crianças com enfoque nas áreas de assistência e da saúde, respondendo, mesmo que minimamente, aos impactos da política do
desenvolvimento industrial, instaurada pelo governo varguista. Entre a modernização econômica e do progresso, era previsto um amplo projeto para se atingir a civilidade e a modernidade, o que, em alguma medida serviu à difusão do movimento higienista .
 Instituições sociais nas áreas da saúde pública, do direito da família, das
relações de trabalho, da educação. [...] são iniciativas que expressam uma ação assistencial a que denominamos ‘assistência científica’ por se
sustentar na fé no progresso e na ciência característica daquela época.
4 Kuhlmann Júnior (2001) apresenta a articulação de interesses e forças econômicas e políticas
 Que marcaram as concepções sobre a assistência à infância, no início do século XX, dentre as quais a concepção médico-higienista, concepção jurídico-policial e a concepção religiosa.
 As políticas destinadas à infância, no Estado Novo, configuraram ações
de tutela e proteção, ampliadas pela regulamentação e pela criação de diversas instituições públicas voltadas à primeira infância. Nesse período, a criança foi vista como “cidadã do futuro”, devendo receber cuidados especiais do Estado, com o objetivo implícito de fortalecimento do Estado ditatorial de Vargas. 
 Com o fim do Estado Novo, o paternalismo ainda se mantém como caráter eminente nas ações de assistência à infância, porém, “[...] fortalecida pela ideologia do desenvolvimento de comunidades e da assistência social defendidos na década de 1950” (KRAMER, 1988, p. 202).
 Na década de 1960, ocorreu a emergência decorrente de pensamento,
nas creches: os discursos pedagógicos baseados na teoria de privação cultural. A
creche passou a ser vista como um local privilegiado para compensar carências
de natureza biológica, psicológica e cultural, apresentadas ao longo do
desenvolvimento infantil. Novas categorias profissionais, como, por exemplo,
professores, recreacionistas, psicólogos, pedagogos, além de medidas de inserção
de jogos educativos no cotidiano, redistribuição do espaço e ênfase na sua
autonomia e independência foram introduzidas no funcionamento das creches,
visando ao treinamento de habilidades específicas. Um caráter mais paternalista
e assistencialista em relação às políticas de atendimento à infância, com o apoio
de entidades particulares e filantrópicas, no oferecimento dos serviços, mantevese
nas creches até o final da década em questão.
O fim da década de 1970 foi marcado pelo crescente número de creches
que, por meio da organização, “[...] seja no movimento de mulheres, seja no
movimento feminista [...]” (ROSEMBERG, 1989, p. 76), exigem do Estado o
cumprimento da Lei. É nesse contexto que surgemas creches comunitárias, que
“[...] em razão de suas precárias condições de funcionamento e da acentuada
5 Rosemberg (1995) diz que a primeira regulamentação do trabalho feminino, no país,
vinculou-se, em 1923, à aprovação do Regulamento Nacional de Saúde Pública, instituído
pelo Decreto n° 16.300, o qual protegia a trabalhadora 
2.3. Quais são os direitos da criança e do adolescente.
 O Eca assegura, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos fundamentais das crianças e adolescente referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
 Toda criança é provida de direito à vida e à saúde, sendo que essa garantia começa antes do nascimento, com a atenção humanizada durante a gravidez, o parto e pós-parto, garantindo assim o desenvolvimento adequado do bebê e seu nascimento de forma segura, sendo primordial para a existência da criança. Após o nascimento o direito a saúde permanece, com os cuidados básicos durante toda fase do desenvolvimento infantil.
 As crianças e o adolescente têm o direito de ir e vir, de demonstrar sua opinião, de se expressar e participar da vida comunitária, este é o direito à liberdade.
 É direito da criança e adolescente ser criado e educado no seio de sua família e em família substituta. A convivência familiar e comunitária é necessária para o bem estar da criança e do adolescente, o acolhimento dos pais e convivência social saudável é primordial para o desenvolvimento da criança. Os pequenos também têm direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, e o cumprimento dessa garantia é essencial para o avanço intelectual e bem estar físico das crianças. É necessário o estímulo a aquisição do conhecimento e a atividade física, pois faz bem para o corpo e mente da criança.
A criança e o adolescente são sujeitos de direito esta garantido na legislação específica a qual possuem proteção. Inicialmente, deve-se levar em consideração, a condição de desenvolvimento na qual a criança e o adolescente se encontram. Mas é importante ressaltar que ainda que exista a legislação com todos os direitos especiais remetido a esses indivíduos, torna-se necessário a participação da sociedade em geral, conscientizando de que esta criança ou adolescente tenha seus direitos ressalvados, pois estes sozinhos não possuem plena capacidade e discernimento de conhecer todos seus direitos e exercê-los de forma que estejam realmente protegidos.
De acordo com o art. 2º do Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se criança, aquela pessoa até doze anos de idade incompletos e o adolescente aquele que tiver entre doze e dezoito anos de idade.:
O Direito da Criança e do Adolescente, pelo simples fato de ser uma elaboração jurídica, tem limitações consideráveis, seja por apresentar a lógica normativa, seja por estar marcado por suas origens históricas, que subjugavam a criança e o adolescente  ao domínio dos adultos, tanto mais quanto fossem eles de uma classe social menos favorecida. Também tem limitações pelo fato de não ter envolvido crianças e adolescentes na sua elaboração, o que, de certa forma, retira-lhe a legitimidade, porque não se trata de um Direito das crianças, mas de um Direito para crianças, a partir da visão adultocêntrica do mundo. E, ainda, o Direito da Criança e do Adolescente, apesar de trazer  inúmera regra com vistas a promoção do bem-estar dos jovens não consegue prever mecanismos eficazes para sua operacionalização, sobretudo porque sua teoria – de inspiração eurocêntrica – é descontextualizada no cenário real em que se pretende aplicar.
 Nessa perspectiva, de dificuldades e retrocessos frente aos direitos humanos, salienta-se primeiramente que é necessário entender os problemas enfrentados pelas crianças e adolescentes, qual a causa e todo o contexto para conseguir chegar a possível solução, e só assim colocar os direitos em prática. Pois muitos deles são aplicados de forma que limitam os adolescentes que necessitam muito antes de serem acompanhados em questões como: adolescentes infratores; prostituição infantil etc.
Capitulo III. 
3. Quais são os principais desafios para a implementação e aplicação do ECA e qual o papel do serviço social neste processo.
 O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi criado em 13 de julho de 1990. Hoje, essa lei completa 26 anos de proteção à infância. A adoção do Estatuto é um marco para a ampliação do direito das crianças e dos adolescentes no país. Com ele, o Brasil aderiu a um novo paradigma de tratamento das questões relacionadas à proteção dos direitos de crianças e adolescentes, a saber, a doutrina da proteção integral, que considera crianças e adolescentes sujeitos de direitos e garantias fundamentais, em situação de absoluta prioridade, e anuncia a responsabilidade compartilhada entre Estado, sociedade e família, na garantia de uma infância e adolescência dignas, saudáveis e protegidas. Entenda o que mudou de lá para cá na legislação:
 O ato legal de direitos nem sempre se traduz na sua imediata concretização. Se passaram 30 anos (completados em 13 de julho) da sanção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), algumas das maiores conquistas trazidas pela lei (leia mais) também ainda representam grandes desafios, justamente pela dificuldade em se fazer com que tais direitos sejam efetivamente implementados. exemplo, do princípio da prioridade absoluta e do pleno funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente (nas esferas federal, estadual e municipal).
 Mas também há questões mais básicas que ainda desafiam quem luta pela aplicação do ECA, como a necessidade de torná-lo conhecido pela sociedade e não apenas por quem trabalha na área, além da resistência incansável a propostas que procuram estabelecer à defesa dos direitos de crianças e adolescentes. As conquistas ainda acabam por impor outros desafios, como combater as desigualdades sociaisque permeiam um país de dimensões continentais como o Brasil.
 Para o procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, as dificuldades para efetivação do ECA serão superadas mediante  a construção de uma consciência social que coloque a solidariedade como modelo de convivência a ser observado por todos, “com a convicção ética de que todos somos iguais e de que, por isso, a prática da solidariedade há de fazer com que o ego dê lugar à alteridade. Nosso desejo é que, a partir da plena implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente, possamos habitar um país progressivamente melhor e mais justo, em especial para as nossas crianças e adolescentes.”:
O Serviço Social é uma profissão regulamentada pela Lei nº. 8.662/93, tendo o seu exercício profissional regido pelo Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais, resolução do Conselho Federal de Serviço Social – CFESS, o Serviço Social tem como campo de atuação as políticas sociais, tendo por compromisso a defesa e a garantia de direitos sociais fortalecendo a democracia e buscando a emancipação social.
A Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Assistência Social – SUAS ,o Sistema Único de Saúde – SUS, o Estatuto da criança e do adolescente – ECA, além de inúmeras outras diretrizes legais que se diferenciam de acordo com a área de atendimento e população atendida são alguns dispositivos legais dos quais o Serviço Social se conduz. Há também o destaque para alguns princípios específicos da profissão: o seu Projeto Ético-Político e o Código de Ética da Profissão.
Segundo Martinelli (2007, p.23) o assistente social trabalha com pessoas vulnerabilizadas que pedem um gesto humano: um olhar, um sorriso, uma palavra, uma escuta atenta, um acolhimento, para que possam se fortalecer na sua própria humanidade.
3.1. Quais são as políticas de proteção a criança e adolescente.
Nesta parte, procura-se situar as transformações legais voltadas à infância e adolescência durante a redemocratização política da sociedade brasileira,percurso que representou a consolidação da sociedade civil em torno da luta por direitos políticos, civis e sociais, e a noção de direitos das crianças e dos adolescentes, que marcaram a década de 1990. A partir de 1980, a crescente organização da sociedade contra a ditadura e em favor da liberdade e da democracia, levou à redemocratização da sociedade e do Estado brasileiro: reconquistaram-se os direitos de expressão individual e coletiva, de organização popular e partidária, de greve, de voto, culminando nas mobilizações sociais de 1984/1985 que reivindicavam as eleições diretas para presidente da república. A partir da regulamentação da Constituição Federal de 1988 foram instituídas as seguintes ordenações legais com base nos direitos sociais: o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal n. 8.069/90), a Lei Orgânica da Saúde – LOS (Lei Federal n. 8.080/90); a criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda (Lei Federal n. 8.242/91); a Lei Orgânica da Assistência Social – Loas (Lei Federal n. 8.742/93), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN (Lei Federal n. 9.394/96); a Lei Orgânica de Segurança Alimentar – Losan (Lei Federal n. 11.346/06), CP140- 3aprova.indd 663 8/10/2010 10:54:54 José Roberto Rus Perez e Eric Ferdinando Passone 664 Cadernos de Pesquisa, v.40, n.140, maio/ago. 2010 além da recente integração dos serviços sociais, por meio do Sistema Único de Assistência Social – Suas. Esse aparato legal criou condições de seguridade as diretrizes de políticas sociais básicas com capacidade de atender às necessidades primordiais da população.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da pergunta norteadora deste trabalho espera-se compreendemos as atribuições do Serviço Social, norteadas pelo Código de Ética da profissão apresentando as ferramentas essenciais para o trabalho do assistente social.
 o profissional desenvolver cotidianamente a instrumentalidade que vai ao encontro do projeto ético político defendido pela profissão. Pois a instrumentalidade consente ao assistente social elaborar estratégias e apresentar respostas mais qualificadas e elaboradas as determinações sociais que se apresentam através dos sujeitos de mandatários de nossa ação, fazendo uso adequado de cada instrumental que dispõe na pratica profissional, que visa romper com as formas tradicionais e não reflexivas da atuação e assume uma pratica no cotidiano profissional de modo comprometido com a viabilidade e garantia de emancipação e autonomia da população usuáriaA emergência do Direito da Criança e do Adolescente representou a radical ruptura com as concepções obsoletas da doutrina da situação irregular e seu correspondente jurídico: o ultrapassado Direito do Menor. A base conceitual do novo direito teve por fundamento a afirmação dos princípios da doutrina da proteção integral que, além de promover mudanças de conteúdo, método e gestão nas políticas na área da infância, garantiu um novo conjunto de referenciais teóricos em relação ao tema, que podem ser sintetizados da seguinte forma: a) garantia de proteção integral à infância; b) reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeito de direitos; c) promoção da integração e universalização dos direitos, ou seja, independentemente de sua condição toda criança ou adolescente são portadores dos mesmos direitos; d) reconhecimento da criança e do adolescente como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento; e) garantia dos princípios da participação e da descentralização nas políticas públicas, estabelecendo a responsabilidade à família, à sociedade e ao Estado em garantir os direitos fundamentais inscritos na Constituição; f) reconhecimento da irregularidade dos adultos, da sociedade e do Estado quando ameaçados ou violados os direitos da criança e do adolescente; g) desjurisdicionalização das políticas sociais, restando ao Poder Judiciário o papel de prestação jurisdicional no reconhecimento e efetivação dos direitos, no qual o magistrado, agora Juiz-Técnico, está limitado pelas garantias jurídicas; h) superação da discriminação jurídica que segmentava a infância em (ir)regulares amparando garantias universais à criança e ao adolescente; i) desinstitucionalização e o fortalecimento dos vínculos familiares como regra da política pública.
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