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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAPÁ-AP PRISCILA ALMEIDA, (brasileira), (divorciada), (enfermeira), portador (a) da carteira de identidade nº 6427 e do CPF nº 215.347.128-10, residente e domiciliada na Av. Rua Manoel Eudóxio Pereira, nº 1714 - Central, Macapá-AP, 68.900-021, por sua advogada devidamente constituídos pelo instrumento de mandato anexo, nos termos do art. 39 do CPC/1973 e art. 287 do NCPC/2015 (documento 1), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Em face de WAGNER BASTOS, (brasileiro), (casado), (Assistente Administrativo), portador (a) da carteira de identidade nº 5457 e do CPF nº 512.734.821-10, residente e domiciliado (a) na Av. Pres. Vargas, 2089 - Central, Macapá - AP, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I. DA JUSTIÇA GRATUITA A autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Novo Código de Processo Civil, art. 98 e seguintes e pelo artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal. Assim, faz jus a autora da concessão da gratuidade de Justiça. Importante frisar que a negativa de concessão da justiça gratuita configura lesão causada aos mais humildes, impedindo-os de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito. Ordem das argumentações utilizadas nesta petição: ● As diretrizes para efetivação do pagamento como diz o artigo 334 do Código Civil; ● As especificações feitas pelo inciso I artigo 335 sobre a consignação em pagamento; ● O artigo 540 que explica sobre quando a consignação no lugar do pagamento deve ser requerida; ● O disposto no Art. 542 sobre a petição inicial no caso de um pedido de consignação em pagamento; II. DOS FATOS Em meados de janeiro de 2021 a autora celebrou com o réu contrato de compra e venda (doc.01) de um carro no valor de R$ 28.000,00 (Vinte e Oito Mil Reais), marca: Renault, modelo: Renault Kwid, ano: de 2017, chassi: 9BR BLWHEXG0 1 07721, placa: NEV 9529, ficando ajustado que o pagamento se daria em nove parcelas sucessivas de R$ 2.000,00 (dois mil reais), já tendo sido pago diretamente ao requerido no momento, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) como sinal. Com isso, ficou acertado que as nove parcelas a serem pagas teriam vencimento no dia 14 de cada mês. Ocorre que quando do vencimento da parcela de número sete, a requerente, por ter sido despedida de seu antigo emprego, não pôde arcar com o pagamento das parcelas restantes, fato que foi prontamente comunicado ao requerido que afirmou à requerente para não se preocupar e que ele aguardaria o pagamento das outras parcelas que restavam ser feitas. A conversa entre o requerido com a requerente, onde ela comunicou a sua situação, pode ser constatada a partir das mensagens trocadas entre os dois em um aplicativo de mensagens, conforme as provas dispostas no anexo 01. Acontece que, mesmo com o réu afirmando estar de acordo com o estabelecido e a requerente já tendo conseguido fazer um empréstimo com um amigo para a quitação 5 dias antes do vencimento da parcela restante, ao procurar o réu nos endereços onde comumente ocorriam os pagamentos, em seu trabalho e casa, não o encontrou. Mais tarde, Priscila teve conhecimento que o requerido havia incluído seu nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), por conta da ausência de pagamento das últimas parcelas. Vendo que não teria escolha e para livrar-se de uma vez por todas da obrigação, Priscilla efetuou o depósito de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) na conta de Wagner em uma agência bancária de estabelecimento oficial na cidade de São Paulo no dia do vencimento da última parcela. Não obstante, cientificado do depósito, Wagner, no quinto dia após o mesmo, recusou-o, imotivadamente, mediante carta endereçada ao estabelecimento bancário Já que sabe estar em mora, e não quer sofrer ainda mais seus efeitos, não há outra alternativa senão procurar a justiça a fim de ver satisfeito o seu direito. III. DO DIREITO Sobre a efetivação do pagamento, assim diz o artigo 334 do CC: Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Por sua vez o artigo 335, inciso I do mesmo diploma legal também nos fala: Art. 335 – A consignação tem lugar: I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar a receber o pagamento, ou dar a quitação na devida forma. O Art. 540 do CPC assim nos diz: Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente. Além disso, o CPC em seu artigo 542 vai especificar as diretrizes para a petição inicial de consignação no lugar de pagamento, esclarecendo de tal maneira: Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3o; https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891494/art-540-da-lei-13105-15 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art539%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art539%C2%A73 II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. Diante de toda a argumentação aqui exposta, é evidente que a autora encontra respaldo na Lei para que a quitação da dívida existente entre ela e o réu seja efetivada de tal modo que ela possa escoimar-se da lide que inicou este processo. Também conforme os fatos apresentados não restam dúvidas de que a requerente buscou prontamente efetivar o pagamento das parcelas cabíveis conforme demanda a lei e encontrando barreiras para tal, não teve outra alternativa senão valer-se dos dispositivos supramencionados no intuito de ver sua obrigação satisfeita. IV. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC/2015 por ser pobre juridicamente, não podendo arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento e de sua família; b) a designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015 [6]; c) A expedição de guia para depósito da quantia devida, calculada em R$ 4.000,00 (Quatro Mil Reais), a ser efetivado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas d) A citação do requerido para levantar o depósito ou para oferecer resposta. Com a procedência da consignação e o depósito das parcelas. c) Por fim requer a condenação do réu no pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios que Vossa Excelência entender necessários. V. DAS PROVAS Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial, pelos documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem arroladas em momento oportuno e novos documentos que se mostrarem necessários. VI. DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 48.000,00 , para fins de alçada, nos moldes do art. 292, III do NCPC/2015. Nestes Termos. Pede Deferimento. Macapá, 10 de dezembro de 2021. LC OAB XXXXXX,
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