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Histologia do sistema reprodutor masculino A principal função do sistema reprodutor masculino é a produção de gametas, de modo devem existir ambientes ou órgãos adequados para todo o desenvolvimento do espermatozoide. É composto por um escroto com dois testículos dividido em lóbulos com túbulos seminíferos, de modo que os espermatozoides produzidos no testículo são conectados ao epidídimo pelos túbulos eferentes. Quando armazenado na cauda do epidídimo, o espermatozoide segue pelo ducto deferente, que desemboca na uretra prostática no pênis. A vesícula seminal desagua no ducto deferente, de modo que o canal que ligará o conteúdo proveniente da de ambos locais e liberará na uretra é denominado ducto ejaculatório. O ejaculado então seguirá da uretra prostática até a uretra peniana, encontrando o meio externo. A glândula bulbouretral, vesícula seminal e próstata são glândulas anexas que liberarão secreções importantes para que o espermatozoide consiga realizar o processo de fertilização. 1) Testículos O testículo tem uma túnica albugínea muito desenvolvida composta por tecido conjuntivo denso não modelado com muito colágeno tipo I. Dessa cápsula partem septos que dividem o órgão em lóbulos com um ou alguns túbulos seminíferos. Todas as extremidades dos túbulos seminíferos desembocam na rede testicular, de modo que os espermatozoides seguem desse local pelos ductos eferentes até o epidídimo. Dentro dos túbulos seminíferos tem-se os gametas em formação desde a espermatogônia até o espermatozoide. Entre os túbulos seminíferos tem-se tecido intersticial composto por tecido conjuntivo frouxo muito vascularizado rico em células. Na região mediastino ou dorsal é onde o a túnica albugínea é mais espessa e de onde partem os septos para separar o testículo em cerca de 250 lóbulos com 1 a 4 túbulos seminíferos. Cada túbulo seminífero tem o formato de um ‘U’ com cerca de 150 um de diâmetro e 80 cm de comprimento e extremidades conectadas à rede testicular. A parede do túbulo seminífero é formada pelo epitélio germinativo, tecido com diversas camadas de células com morfologia, origem embriológica e funções distintas (células da linhagem espermatogênica em diferentes estágios e células somáticas de Sertoli). Cada túbulo é envolto por uma lâmina basal, seguido por células mioides (contráteis e achatadas), tecido conjuntivo frouxo e vários tipos celulares. As células menos indiferenciadas (espermatogônia) estão na base do túbulo seminífero, de modo que a diferenciação segue uma direção centrípeta em direção à luz do túbulo. Espermatogônias: núcleo bem arredondado e corado em roxo, geralmente aderido à lâmina basal do epitélio germinativo. Espermatócitos primários: são as maiores células da linhagem germinativa com núcleo grande granulado (prófase) e próximos à lâmina basal, mas não aderidos. Túbulos seminíferos Ductos eferentes Epidídimo Ducto deferente Uretra prostática Meio externo Espermatócito secundário: é raro de observar devido ao curto período de intérfase, já que quase imediatamente se dividem para formar espermátide. Possuem cromossomos alinhados na placa metafásica. Espermátides: podem ser arredondadas (iniciais) ou alongadas (tardias), estando mais próximas ao lúmen do túbulo seminífero com características de células mais claras e numerosas. Dentre as principais modificações que ocorrem na espermiogênese tem-se alto índice de condensação cromossômica, formação do acrossomo e da peça intermediária, eliminação de citoplasma e organelas excedentes e formação de flagelo. A célula somática dentro do túbulo seminífero é a célula de Sertoli, que são células piramidais ou cilíndricas com extensão desde a base até o lúmen do túbulo seminífero. Possui várias reentrâncias, com citoplasma irregular, núcleo triangular pouco corado localizado na base do túbulo seminífero e nucléolo bem evidente. São importantes para o processo de espermiogênese, como produção de hormônio antimulleriano, fagocitose de restos celulares liberados, formação da barreira hematotesticular, entre outras. O tecido intersticial possui vasos sanguíneos fenestrados para permitir absorção da testosterona produzida para liberação no corpo. Além disso, possui vasos linfáticos, nervos, tecido conjuntivo frouxo rico em fibroblastos, mastócitos e macrófagos. Tem-se também células de Leydig, que são arredondadas, com núcleo central, nucléolo evidente e citoplasma eosinofílico. Possuem características ultraestruturais de células produtoras de esteroides como presença de retículo endoplasmático liso e mitocôndria bem desenvolvidos, ausência de grânulos e gotículas de lipídio que servirão como precursores para os hormônios. Cada região do túbulo seminífero está em uma etapa diferente da diferenciação da espermatogônia (onda espermatogênica), de modo que o homem sempre tem espermatozoides prontos e inúmeros sendo produzidos. Os túbulos seminíferos se fundem formando os túbulos retos, que desaguam na rede testicular (epitélio simples cúbico). Conforme o epitélio for saindo do testículo, ele vai ficando mais simples, de modo que os túbulos retos só possuem células de Sertoli. 2) Ductos eferentes Os ductos eferentes conectam a rede testicular com o epidídimo. São compostos por epitélio pseudoestratificado colunar e bem irregular com células baixas que possuem bordas em escova e células colunares que possuem cílios. Ao seu redor possuem uma fina camada de músculo liso que promovem a contração e auxiliam no encaminhamento do espermatozoide ao epidídimo. 3) Epidídimo No epidídimo ocorre a maturação final do espermatozoide, conferindo motilidade (apesar da montagem do flagelo ocorrer no testículo) e capacidade de reconhecimento do ovócito, além de promoverem o transporte, concentração, proteção e armazenamento dos espermatozoides. O epidídimo é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso com colágeno tipo I, sendo composto por um tubo único e altamente enovelado (cerca de 4 a 6 metros). Possui epitélio colunar pseudoestratificado com estereocílios, possuindo uma lâmina basal envolvida por células musculares lisas e tecido conjuntivo frouxo. Em seu lúmen é comum encontrar espermatozoides. 4) Ducto deferente Do epidídimo os espermatozoides seguem pelo ducto deferente, que precisa se contrair muito para expelir para o meio externo. Para isso, eles possuem uma parede de musculatura lisa muito desenvolvida, formada por duas longitudinais externa e interna e uma média circular, que rodeiam o ducto. Possui lúmen estreito e epitélio pseudoestratificado cilíndrico com estereocílios e lâmina própria rica em fibras elásticas. O cordão espermático é a região que o ducto deferente sai da cauda do epidídimo em direção à uretra, possuindo muitos vasos. As artérias descem levando sangue e as veias sobem trazendo sangue, de modo que as veias formam o plexo pampiniforme, em que o mecanismo de contracorrente (vai e volta) de vasos bem próximos serve para manutenção da temperatura mais baixa do que a corpórea nos testículos (2ºC abaixo). 5) Glândula seminal, bulbouretral e próstata Como glândulas anexas tem-se glândula seminal, próstata e glândula bulbouretral. As glândulas seminais são dois tubos tortuosos (de cerca de 5 a 10 cm) com epitélio simples cúbico rico em grânulos de secreção e com uma camada de músculo liso bem desenvolvida. A mucosa é pregueada e a lâmina própria rica em fibras elásticas e músculo liso. A próstata é um órgão que fica ao redor da uretra prostática na forma de glândulas tubuloalveolares ramificadas. Possui epitélio cúbico alto a colunar e cápsula fibroelástica com fibras colágenas rica em músculo liso que envia septos que separam a próstata em lóbulos com estroma fibromuscular. As concreções prostáticas é um resquício de produtos de secreçãocom células mortas que sofrem processo de calcificação, sendo que esses produtos aumentam conforme a idade do homem. Em jovens, o aumento de concreções pode representar o desenvolvimento de um câncer. A glândula bulbouretral é uma glândula tubuloalveolar com epitélio cúbico simples que secreta muco. Se contrai e libera sua secreção antes da ejaculação, servindo para limpar a uretra para o espermatozoide passar. 6) Pênis O pênis possui dois corpos cavernosos que se assemelham a esponjas que acumulam sangue no momento da ereção. Possui também um corpo esponjoso, por onde a uretra passa. Essas três estruturas são espaços venosos separados por septos de tecido conjuntivo e células musculares lisas. A túnica albugínea é um tecido conjuntivo denso que envolve os corpos cavernosos. A uretra possui epitélio pseudoestratificado cilíndrico a estratificado pavimentoso. Algumas alterações espermáticas podem ocorrer, como oligospermia (baixa produção espermática), azoospermia (ausência de espermatozoide no ejaculado) ou teratospermia (presença de grande número de espermatozoides defeituosos). Alguns fatores podem alterar a espermatogênese como hormônios, temperatura (criptoquirdia), desnutrição, alcoolismo, varicocele e drogas.
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