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FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ASSISTENTE ADMINISTRATIVO República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Sul de Minas Gerais Equipe Técnica Prof. Dr. Jose Luiz Esteves Professor-autor Clayton Silva Mendes Fabrício dos Santos Ritá Gisele Fernandes Loures Organizadores Tatiana de Carvalho Duarte Revisora Luís Gustavo Luz Diagramador Equipe IFSULDEMINAS Clayton Silva Mendes Coordenador-geral Fabrício dos Santos Ritá Gisele Fernandes Loures Coordenadores Pedagógicos Alexandro Henrique da Silva Débora Jucely de Carvalho Marcos Roberto dos Santos Coordenadores-adjuntos Licença Creative Commons - CC BY SA https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/CCBYSA Informações e Contato: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - IFSULDEMINAS. Pró-Reitoria de Extensão. Coordenação-Geral do Pronatec/Novos Caminhos. Avenida Vicente Simões, nº 1.111 - Bairro Nova Pouso Alegre - Pouso Alegre/MG. CEP: 37553-465 E-mail: proex@ifsuldeminas.edu.br portal.ifsuldeminas.edu.br FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Dados Internacionais de Catalogação na Publicação IFSULDEMINAS – Campus Passos Biblioteca Clarice Lispector E84a Esteves, José Luiz. Assistente administrativo : formação inicial e continuada na educação de jovens e adultos. / José Luiz Esteves ; coordenador Clayton Silva Mendes. -- Passos : IFSULDEMINAS, 2021. 151 p. : il. Série: Cadernos IFSULDEMINAS FIC/EJA. n. 7 ISBN: ISBN: 1. Educação de jovens e adultos. 2. Assistentes administrativos. 3. Informática. 4. Marketing. 5. Direito do trabalho. 6. Administração financeira. I. Mendes, Clayton Silva., coord. II. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais. III. Título. CDD 651.3 Elaborada por Jussara Oliveira da Costa – CRB 6/2801 Bibliotecária IFSULDEMINAS – Campus Passos Apresentação FIC/EJA O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) tem como objetivo ofertar educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com a prática pedagógica, visando promover o desenvolvimento social, tecnológico e econômico. Busca-se implementar os objetivos institucionais por meio de diversas ações educativas, que promovam a oferta de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) à comunidade. Dessa forma, com o propósito de cumprir sua diretriz de atendimento às demandas da comunidade, o IFSULDEMINAS, em parceria com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (COEJA/SEB/MEC), desenvolve o projeto de Formação Inicial e Continuada na Educação de Jovens e Adultos (FIC EJA). O objetivo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é proporcionar o acesso à educação e à capacitação às pessoas que, por diversos motivos, não concluíram a Educação Básica na idade certa. A EJA surge para que essas pessoas possam desenvolver o seu potencial, independentemente da idade, e conquistar valores como liberdade e igualdade. Em consonância com a experiência de qualificação profissional que o IFSULDEMINAS possui no sistema prisional, este projeto foi destinado a contemplar o público privado de liberdade. É sabido que a ressocialização do apenado por meio da educação contribui para oferecer dignidade, tratamento humanizado, autoestima, além de colaborar para que os direitos básicos do condenado sejam efetivados e priorizados, com o propósito de que se tornem cidadãos aptos a ingressarem no mercado de trabalho e possam prosseguir com suas vidas após o cumprimento da pena. Este curso foi estruturado numa construção de conhecimento que articula teoria e prática, com o objetivo de capacitar e mobilizar saberes empíricos (desenvolvidos ao longo da vida social, escolar e laboral), expandindo-os para que, assim, o futuro profissional possa atuar de maneira eficaz em situações concretas, tendo uma compreensão mais real e global do mundo do trabalho. Os métodos pedagógicos e as práticas de ensino terão o aluno como centro do processo educacional e sujeito ativo de sua própria aprendizagem. São propostas situações de ensino e de aprendizagem norteadas por objetivos específicos, os quais definem as práticas que o estudante precisa realizar para aprender e imprimir sentido à sua formação, fazendo com que ele exercite habilidades técnicas e obtenha capacidade de pensar criticamente. Nesse sentido, o IFSULDEMINAS reafirma seu compromisso de promover uma educação transformadora das realidades cultural, social, laboral, política e ética. Equipe do Projeto FIC EJA Palavra do professor-autor ...................................................................... 09 Introdução .............................................................................................. 10 Unidade 1. Ética e relações interpessoais ................................................ 13 1.1. Ética profissional: conceito de profissão, valor social da profissão e as habilidades de um administrador ...................................................................... 13 1.2. Virtudes necessárias ao exercício profissional ético: básicas e complementares ................................................................................................. 20 1.3. O código de ética profissional .................................................................... 23 Resumo ..............................................................................................................38 Atividades de Aprendizagem .............................................................................39 Unidade 2. Informática básica e tecnologias on-line................................. 41 2.1. Sistemas operacionais ................................................................................ 41 2.2. Internet: navegadores e comunicação por e-mail ................................... 48 2.3. Pequena história da internet ...................................................................... 48 2.4. Principais navegadores da internet ........................................................... 49 2.5. Utilizando os navegadores ......................................................................... 50 2.6. Acesso a vídeos na internet ........................................................................ 51 2.7. A comunicação por e-mail .......................................................................... 52 2.8. A comunicação nas redes sociais ............................................................... 53 2.9. Google Workspace: Google Meet, Google Drive, Documentos e Planilhas 54 2.10. Internet, informação, tecnologia e gestão ............................................. 60 Resumo ..............................................................................................................61 Atividades de Aprendizagem .............................................................................63 Unidade 3. Marketing e empreendedorismo ............................................. 65 3.1. Conceito de Marketing e principais ferramentas utilizadas. funções, objetivos e dimensões do Marketing ................................................................ 65 3.2. Evolução das filosofias de Marketing: Marketing voltado para o valor .. 68 3.3. Conceito de Empreendedorismo. O intraempreendedor. A teoria visionária de Fillion. Tipos de empreendedores: corporativo, externo e social .................75 Resumo ..............................................................................................................86 Atividades de Aprendizagem .............................................................................87 Sumário Unidade 4. Gestão de pessoas e direito do trabalho ................................. 89 4.1. Relações humanas no trabalho. Planejamento na gestão de pessoas. Trabalho em equipe, liderança e motivação ....................................................89 4.2. Administração do tempo. Qualidade de vida no trabalho ....................... 95 4.3. Direito do trabalho: noções gerais, princípios e fontes. Relação de trabalho e relação de emprego .......................................................................100 Resumo ............................................................................................................109 Atividades de Aprendizagem ...........................................................................111 Unidade 5. Operações financeiras e orçamentárias .................................113 5.1. Finanças empresariais: empresas e finanças ..........................................113 5.2. Perfil do profissional de finanças e atribuições do administrador financeiro. planejamento na área de finanças ...............................................122 5.3. O orçamento e sua importância no cotidiano empresarial. Geração de caixa e geração de receitas. ........................................................126 Referências ............................................................................................146 Currículo do professor-autor ..................................................................150 Palavra do professor-autor Prezado(a) estudante. O objetivo deste caderno didático é apresentar uma abordagem literária e reflexiva, com base em conceitos e teorias discutidos por importantes autores na área de Administração, e que serviram de base para organização do material do Curso de Assistente Administrativo. O conteúdo foi produzido de forma inédita, organizado por uma experiente equipe ligada ao IFSULDEMINAS e orientado, pedagogicamente, para que você consiga assimilar os conceitos com o contexto atual do mundo das organizações. Além de compensar, de forma propositiva, quaisquer limitações de acesso atuais, buscando relacioná-las com suas futuras atividades administrativas, bem como com uma perfeita aplicabilidade nas empresas. Este material foi metodologicamente organizado em UC’s ou Unidades de Conteúdo, com exemplos e atividades para facilitar o seu aprendizado. E, com o apoio da nossa equipe e da tecnologia, estamos confiantes que você saberá interpretá-las de uma maneira simples, objetiva e reflexiva, pois o conteúdo deste trabalho está perfeitamente alinhado com as boas práticas profissionais da área. Conte conosco. Bons estudos! Prof. Dr. Jose Luiz Esteves1 1. jletevesbr@gmail.com Os cursos da modalidade FIC/EJA do IFSULDEMINAS buscam integrar a Formação Profissional Inicial e Continuada aos anos finais do Ensino Fundamental, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), tendo como objetivos a elevação da escolaridade, a possibilidade de continuidade dos estudos e a oferta de formação profissional para esses jovens e adultos. O Curso de Assistente Administrativo tem como objetivo capacitar o aluno para atuar como auxiliar nas empresas e organizações dos mais diversos segmentos e setores (indústria, comércio e serviços); executar atividades operacionais de atendimento às demandas administrativas em escritórios; atuar nos serviços e rotinas administrativas diversas; além de conhecer os fundamentos da qualidade na prestação de serviços. Também tem como objetivo ajudar o estudante a compreender os aspectos básicos das relações humanas no ambiente do trabalho, os conteúdos iniciais relativos à legislação trabalhista e os componentes mais comuns das áreas funcionais de contabilidade e finanças. O curso visa a formação de Assistentes Administrativos, de forma a atender a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seus artigos 35 a 37, que estabelecem que os alunos egressos do ensino fundamental e médio têm direito de acesso à Educação Profissional como forma de capacitação, propiciando a inserção ou a reinserção de profissionais técnicos qualificados no mercado de trabalho. Este projeto busca atender um perfil profissional que combine conhecimento técnico e visão mercadológica, pressupostos humanísticos e culturais, norteados no parecer CNE/CEB n°11/2012 que trata das diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Médio. Introdução 13 Ética e relações interpessoais Unidade 1 A palavra ética se origina do termo grego ethos, que significa “modo de ser”, “caráter”, “costume”, “comportamento”. A disciplina de Ética e relações interpessoais apresenta uma abordagem reflexiva sobre os principais conceitos e fundamentos da ética comportamental do Curso de Assistente Administrativo. O caderno didático apresenta seu conteúdo centrado no objetivo de aprendizagem, desta forma pretende contribuir para uma visão abrangente, bem como, sua aplicabilidade no âmbito administrativo das organizações e empresas. Este material colabora para uma boa apreensão do conhecimento sobre Ética Empresarial por meio de leituras, discussões, reflexões e realização de atividades. 1.1. ÉTICA PROFISSIONAL: CONCEITO DE PROFISSÃO, VALOR SOCIAL DA PROFISSÃO E AS HABILIDADES DE UM ADMINISTRADOR 1.1.1 Introdução a Ética Profissional Um determinado grupo de profissionais, usualmente, persegue uma ordem predeterminada que consiga traduzir uma evolução equilibrada do seu trabalho coletivo. Entende-se, a partir desse pressuposto, o que estabelece a conduta individual, ou seja, o mesmo constrói o reflexo de sua atividade laboral e passa a reger o seu próprio sentido de unidade perante o coletivo. Quando fazemos referência a Ética, portanto, nos referimos a uma determinada conduta humana demandada no trato profissional e que se ergue por intermédio de um determinado sentimento de origem social. Ao considerarmos a heterogeneidade, ou seja, o fato de que não somos todos iguais – ainda que sejamos humanos, torna-se pertinente uma determinada forma de regulação, a criação de um sentido homogêneo do grupo social, de forma a preservarmos o bem geral. De maneira que podemos simplificar um dos princípios formuladores da necessidade da Ética: 14 Assistente Administrativo • Uma motivação humana para defender seus interesses individuais, muitas vezes, antecede a geração de problemas indesejados. Figura 1: A motivação humana Fonte: Internetiano Em razão dos fundamentos e princípios mais básicos da Ética Profissional e que se relacionam com os tipos formais de trabalho, chegamos ao entendimento do que se caracterizaria como: • valor restrito, ou seja, o tipo de trabalho exercido para obtenção de alguma renda; • valor social, ou seja, aquele que frequentemente visa algum tipo de benefício para terceiros e possui certa consciência do bem comum; • e o valor ético do trabalho ou o que se relaciona em primeiro plano, em atenção ao que seja considerado como algo comunitário ou da comunidade. Em razão do conteúdo dessa formação profissional para o mundo do trabalho, onde encontramos a expectativa de pagamento ou remuneração por nossos serviços prestados, entendemos a necessidade de reforço de algumas características orientadoras do alcance, como: Tabela 1: Características do Valor Restrito Vícios na falta da Ética 1. O rendimento torna-se o elemento de maior importância. 2. O individualismo sai fortalecido. 3. Possibilidade de utilização de táticas antiéticas para ganhar mercado, conquistar clientes e mitigar oportunidades de colegas de trabalho. 15 Ética e relações interpessoais 4. Lucros podem ser obtidos através de práticas discutíveis. 5. Ambições pessoais e profissionais sobrepondo-se frequentemente as do grupo. 6. Não existem limites. Pode-se incorrer mais de uma vez em práticas que causam prejuízos a outros indivíduos. Fonte: Formulação autoral.1 Como podemos imaginar, a partir desse ponto, o trabalho necessita percorrer o caminho da exigência de uma ética, normalmente construída através dos conselhos profissionais e de associações classistas. No campo contábil, por exemplo, apenas em Minas Gerais existem 52.861 profissionais contabilistas registrados – somando contadores e técnicos decontabilidade2, que se dedicam a áreas como escrituração, tributação, assessoria, consultoria, auditoria e etc. Seja como for, seja em que profissão se considere essa questão de organização, o interesse apenas pessoal pode chegar a níveis altíssimos. Por que um código de ética? Uma vez que são tênues os limites para as ambições humanas – os códigos de ética quase sempre buscam maior abrangência. Quando fazemos menção ou referência à classe, ao social, não nos reportamos apenas à situações isoladas, à modelos particulares, mas às situações gerais. É fato que o ser humano pode apresentar comportamentos egoístas, e para que seja possível levar em plena consideração os interesses legítimos de uma determinada classe e da sociedade em que vivemos, precisamos nos conectar às normas e vigiar para que estas estejam fundadas em princípios virtuosos. Como muitos entendem que apenas a atitude virtuosa pode nos garantir o bem comum, a Ética tem sido o caminho adequado para a busca do chamado “bem coletivo”. Quando tomamos por referência a formação das classes sociais, por exemplo, a Ética nos guia para o que conhecemos como uma homogeneidade instável e primitiva e nos transporta para grupos mais determinados e estáveis. Esses grupos aumentaram suas necessidades, como consequência de tal agregação, justificando em boa medida a relação entre a evolução e a definição, cada vez maior, das classes profissionais, uma vez que elas próprias se dividem à medida que aumentam as especializações para que sejam satisfeitas novas necessidades. Sabemos que, entre a sociedade de hoje e uma primitiva, inexistem níveis factíveis de comparação quanto a uma determinada situação de complexidade. Assim sendo, devemos reconhecer um certo sentido de solidariedade mais acentuado, da mesma forma que seus rigores éticos. Como exemplo temos: as metrópoles ou grandes centros urbanos carecem, na atualidade, de um certo espírito comunitário. Isso se apresenta, de 1. Seu conteúdo básico pode ser encontrado em sites como o de educação do UOL - disponível em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/etica-a-area-da-filosofia-que-estuda-o-com- portamento-humano.htm 2. De acordo com informação atualizada pelo CFC/ Conselho Federal de Contabilidade no ano de 2021, disponível em https://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConsultaPorRegiao.aspx?Tipo=1 https://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConsultaPorRegiao.aspx?Tipo=1 16 Assistente Administrativo certa forma, devido a coexistência de um número expressivo e diverso de pessoas. Com isso, a dificuldade de expressar o significado do bem comum é muito maior, de maneira a permitir uma defesa mais dedicada ao seu bem-estar e ao de seus circunvizinhos. Não se trata de negar o instinto que nos move em relação ao comportamento ético, mas atestar que a complexidade e a densidade demográfica enfraqueceram o ideal do todo. Quem lidera entidades de classe, sabe a dificuldade para reunir colegas para delegar tarefas de utilidade geral. Tal posicionamento termina, quase sempre, em uma oligarquia dos que se sacrificam e o poder das entidades tende sempre a permanecer sob o controle desses grupos por mais tempo. A vocação para o coletivo não encontra, atualmente, a mesma força nos centros maiores. Muitas críticas têm-se feito a um fragilizado sistema de atenção social, praticado na maioria deles, e demonstram que a organização da existência em sociedade ainda é mínima em face do progresso geral. Figura 2: Sistema de atenção social Fonte: Site da Prefeitura Municipal de Arapoti, PR3 1.1.2 Ética e trabalho O que é a ética e como desempenhá-la no trabalho? Como vimos, a ética é uma ramificação do estudo filosófico que trata da conduta do homem, especialmente em sua relação com terceiros. Essa reflexão, por sua vez, pode servir para compreender quais ações profissionais são benéficas para a coletividade. Afinal, apesar de parecer abstrato, pensar a ética no trabalho favorece ações práticas consideradas justas, morais e positivas no ambiente corporativo. Cada segmento de mercado, por outro lado, tem demandas próprias que podem distinguir a lógica pela qual se dará essa reflexão. Um advogado, por exemplo, poderá 3 Disponível em: http://www.arapoti.pr.gov.br/index.php?link=home 17 Ética e relações interpessoais se ver diante de dilemas morais ao atuar como defesa em um caso penal, enquanto um psicólogo talvez não saiba como agir diante de um familiar que solicita consulta particular. Tendo em vista essas diferenciações e para delimitar o que é ética profissional em termos práticos, muitos órgãos profissionais elaboram códigos para guiar a conduta em trabalho e profissão. Também se preocupando com a idoneidade e a moralidade de seus atos, algumas empresas dispõem regras para obter bons resultados no mercado. Qual é a verdadeira importância da ética para o desenvolvimento profissional? Quando há o código de ética na empresa, seguir as regras estabelecidas pelo documento é, inclusive, pressuposto para ser contratado e manter-se na organização. Permanecer em instituições de renome, entretanto, não é o único benefício da prática. Condutas idôneas e morais, afinal, são valorizadas pela sociedade de maneira geral. Não é difícil perceber como o público sente confiança em profissionais que honram as atividades de sua competência, agindo de maneira honesta, prudente e imparcial em relação aos consumidores de seus serviços, não acha? Ainda sobre os exemplos mencionados acima, é desejável que tanto o advogado quanto o psicólogo mantenham sigilo em relação aos diálogos estabelecidos com o cliente. Nessas hipóteses, o profissional que age com consciência e responsabilidade, assegurando o segredo das informações, recebe credibilidade no mercado e pode atrair grandes oportunidades de trabalho. Além do desempenho pessoal, a ética nas empresas também gera reflexos positivos. Ao desenvolver uma relação respeitosa e harmônica com as equipes, por exemplo, o colaborador ético consegue criar um espaço aberto ao diálogo e mais produtivo. Isso beneficia toda a organização, auxiliando a saúde financeira e contribuindo para a satisfação do consumidor final. Em quais situações podemos contar com a Ética para nos servir de guia? Diante da importância de adotar atitudes que demonstram profissionalismo, muitos se questionam sobre como ter ética no trabalho e agir de forma condizente com as expectativas do mercado. Nesse sentido, há algumas ações que valem para todos os segmentos e podem ser consideradas em diversas situações ao longo da carreira. Veja alguns exemplos: Responsabilidade A responsabilidade pode ser traduzida como a capacidade de assumir para si as consequências dos próprios atos. Essa postura é ética, tendo em vista que revela consciência sobre os impactos que o trabalho causa a outras pessoas. Um contabilista poderá se deparar com essa virtude ao longo de toda a carreira, uma vez que algumas de suas ações equivocadas podem gerar danos patrimoniais irreparáveis a empresas (Pessoas Jurídicas) e Pessoas Físicas. Uma forma do profissional ter responsabilidade com o bem alheio é manter a transparência sobre os seus atos com o cliente. 18 Assistente Administrativo Figura 3 - Responsabilidade afetiva com o próximo Fonte: Livro O pequeno Príncipe – Antoine de Saint- Exupéry Respeito à privacidade O sucesso do profissional no mercado também está relacionado com a sua capacidade de separar a vida pessoal da profissional. Afinal, ao confundir essas duas esferas, corre- se o risco de ultrapassar os limites da privacidade alheia e adotar condutas contrárias à ética no trabalho. Para preservar o respeito, portanto, é fundamental evitar fofocas, intrigas ou comentários ofensivos à honra dos funcionários que trabalham em conjunto. Especialmente em empresas, essa dica evita situações constrangedoras e a quebra da confiança no colaborador. Figura 4. Desafios a privacidade Fonte: Site da Fundação FHC4 4 Disponível em: www.fundação-fhc/desafios-à-privacidade-e-liberdade-de-expressão-no-mundo--digital-fa5f78a680d4 19 Ética e relações interpessoais Prudência nas decisões A prudência é uma virtude indispensável para exercer qualquer profissão e contribui para a adoção de atitudes éticas. Para melhor exemplificar a importância da conduta, vale mencionar o trabalho do administrador, que diariamente se vê diante da necessidade de tomar decisões fundamentais para a gestão. Para o profissional, ser prudente ao ouvir opiniões contrárias e racionalizar emoções pessoais são requisitos para evitar a tomada de decisão por impulso. Figura 5. Prudência nas Decisões Fonte: Yosemite National Park Service5 Como devemos agir ao presenciarmos uma situação antiética? É possível que, ao longo da carreira, você se depare com atitudes que ferem o comportamento ético. Nesses casos, é importante agir no sentido de educar os colegas de profissão sobre a necessidade de adotar outras posturas e zelar pela moralidade nas ações. É fundamental que, nessas horas, você saiba dialogar respeitosamente para se posicionar sobre o assunto e corrigir eventuais erros. Se for o caso, ainda vale elaborar críticas construtivas de maneira empática com o próximo. Cabe lembrar que se manter em silêncio diante de situações desonestas ou que ferem os princípios básicos da profissão pode não ser positivo. Afinal, a abstenção também revelará, na prática, a sua personalidade e nível de tolerância com condutas imorais. Se você exercer alguma liderança sobre uma equipe, uma dica é realizar feedbacks periódicos, reforçando quais atitudes são positivas ou negativas dentro do ambiente corporativo e em que ocasiões é possível melhorar. Ter uma postura ética no trabalho é um dos tipos de inteligência que contribuem para a carreira profissional. A nível pessoal, condutas virtuosas permitem elevar a credibilidade diante do mercado de trabalho e atrair a confiança do público. Em termos organizacionais, promovem um ambiente saudável, harmônico e produtivo. 5 Disponível em: https://www.nps.gov/yose/index.htm 20 Assistente Administrativo SAIBA MAIS Vale lembrar a necessidade de exercitar essas ações positivas no dia a dia. Afinal, todos têm o que melhorar e repensar no que se refere à própria conduta. Em qualquer hipótese, o importante é manter-se consciente sobre as próprias imperfeições e buscar o constante desenvolvimento pessoal e profissional. 1.2 VIRTUDES NECESSÁRIAS AO EXERCÍCIO PROFISSIONAL ÉTICO: BÁSICAS E COMPLEMENTARES As virtudes básicas profissionais são indispensáveis para realização de um exercício ético e competente, seja qual for a natureza do serviço prestado. São consideradas virtudes básicas: a) Zelo b) Sigilo c) Assiduidade d) Honestidade e) Competência. Não obstante aos deveres de um profissional, que são obrigatórios, devem ser levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento de sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão. Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando, neste caso, o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade profissional, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao lado dos deveres profissionais. Em artigo publicado na revista EXAME, o consultor dinamarquês Clauss Moller (1996, p.103-104) faz uma associação entre as virtudes lealdade, responsabilidade e iniciativa como fundamentais para a formação de recursos humanos. Segundo Clauss Moller, o futuro de uma carreira depende dessas virtudes. O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa […]. Uma pessoa que se sinta responsá- vel pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir de maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da organização […]. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência pessoal muito importante. É algo que fortalece a autoestima de cada pessoa. Só pessoas que tenham autoestima e um sentimento 21 Ética e relações interpessoais de poder próprio são capazes de assumir responsabilidade. Elas sentem um sentido na vida, alcançando metas sobre as quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabili- dade real, de maneira consciente. As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em encontrar significado em suas vidas. Seu comportamento é regido pelas recompensas e sanções de outras pessoas – chefes e pares […]. Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes de equipes. Prossegue citando a virtude da lealdade: A lealdade é o segundo dos três principais elementos que compõe a empregabilidade. Um funcionário leal se alegra quando a organização ou seu departamento é bem-sucedido, defende a organização, tomando medidas concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala positivamente sobre ela e a defende contra críticas. Lealdade não quer dizer necessariamente fazer o que a pessoa ou organização à qual você quer ser fiel quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de obediência cega. Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas as manter dentro do âmbito da organização. Significa agir com a convicção de que seu comportamento vai promover os legítimos interesses da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização, a equipe de funcionários. No Reino Unido, por exemplo, essa ideia é expressa pelo termo “Oposição Leal a Sua Majestade”. (MOLLER, 1996, p.103-104) Figura 6: Moral e Ética Profissional Fonte: Duke6 Em outras palavras, é perfeitamente possível ser leal a “Sua Majestade” e, mesmo assim, fazer parte da oposição. Do mesmo modo, é possível ser leal a uma organização ou a uma equipe, mesmo que você discorde dos métodos usados para se alcançar determinados objetivos. 6 Disponível em: www.dukechargista.com.br/ https://br.pinterest.com/pin/809662839228928606/ 22 Assistente Administrativo Na verdade, seria desleal deixar de expressar o sentimento de que algo está errado, se é isso que você sente. As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a iniciativa, capaz de colocá-las em movimento. Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse da organização significa, ao mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em um contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto no interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por sua complementação e implementação. SAIBA MAIS Na prestação de serviços, em algumas situações, seguimos caminhos aparentemente não virtuosos. Um advogado que defende um criminoso, para quem não entendeu o conceito desenvolvido nessa unidade, pratica um ato imoral. Um médico, ao dizer para o seu paciente que seu estado não é tão grave, mesmo ele sendo um paciente terminal, pode ser visto como desleal. Entretanto, o advogado está defendendo um cidadão, não o crime. O médico está tentando dar suporte emocional ao paciente e não o enganar. Os atos precisam ser julgados com suas relatividades. Devemos abrir mão de nossa ética particular para compreender a relatividade das situações. 1.2.1 Classes profissionais A questão dos grupamentos específicos, sem dúvida, surgiu de uma especialização, motivada por seleção natural ou habilidade própria e, hoje, constitui-se em inevitável força dentro das sociedades. A formação das classes decorreu de forma natural, há milênios, e se dividiu cada vez mais. Atribui-se à Idade Média a organização das classes trabalhadoras, notadamente as de artesãos, que se reuniram em corporações. É possível que associações com outras características tenham existido em outras épocas. Sabemos que no Egito Antigo, por exemplo, as classes trabalhadoras eram estruturadas e bem definidas em suas respectivasatribuições, e que existiam profissionais de grande notoriedade. Para eles, uma das profissões nobres era a relativa profissionalmente ao que, nos dias atuais, conhecemos como contabilista. Essa classe profissional formatava-se para o exercício das funções de escriturário, administrador, legislador geral e de impostos e mesmo a de diplomata. Os profissionais tinham mercado de trabalho assegurado, em razão, tudo faz crer, do altíssimo valor que se atribuía à escrita, notadamente a aplicada ao informe sobre a riqueza. 23 Ética e relações interpessoais Figura 7: Idade média e as classes trabalhadoras Fonte: Site gondiceia medieval7 A divisão do trabalho é antiga, está ligada à vocação de cada um para determinadas tarefas e às circunstâncias que os obrigam, às vezes, a assumir esse ou aquele trabalho. Ficou prático para o homem, em comunidade, transferir tarefas e executar a sua. A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e, hoje, se acha não só regulada por lei, mas consolidada em instituições de classe fortíssimas. Como se caracterizam as Classes Profissionais? • Pela homogeneidade do trabalho executado; • Pela natureza do conhecimento exigido, preferencialmente, para tal execução; • Pela identidade de habilitação para o exercício da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, específico, definido por sua especialidade de desempenho de tarefa. 1.3. O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL O Código de Ética Profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu trabalho. Este código é elaborado pelos Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício da profissão. As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regulador. Tal conjunto racional, com o propósito de estabelecer linhas ideais éticas, já é uma aplicação desta ética, como se uma lei fosse pertencente a grupos sociais. Uma espécie de contrato de 7 Disponível em: http://wwwgondiceiamedieval.blogspot.com/2018/05/profissoes-na-idade-me- dia.html 24 Assistente Administrativo classe gera o Código de Ética Profissional e os órgãos de fiscalização do exercício passam a controlar a execução de tal lei. O cumprimento do código passa, então, a ser do interesse de todos. Da mesma forma que o exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível na relação profissional que venha a ser estabelecida. Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de uma educação pertinente que conduza à vontade de agir de acordo com o estabelecido. Cabe lembrar que isso não exclui sua individualidade ou modo de realizar seu trabalho, mas é uma norma comportamental para reger a prática profissional e sua conduta frente a seus semelhantes. 1.3.1 Código de Ética empresarial: conceito e elaboração. Relações interpessoais e ética no trabalho Código de conduta ou de ética é um documento que reúne os princípios e valores adotados por uma organização, classe profissional ou nação. Vem servir como uma espécie de regimento interno, tendo como objetivo central promover uma postura homogênea entre todos os integrantes do grupo que o formou. O código de ética é uma ferramenta importante para orientar profissionais e empresas com relação aos valores morais e éticos. Ele busca expor os princípios e a missão de uma determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender às necessidades que aquela categoria serve e representa. Códigos de Ética são pensados para enfatizar os valores que devem ser praticados pelos profissionais e instituições. Pode-se falar também em código deontológico. A deontologia é a ciência que estuda os deveres e obrigações a partir da ótica moral e ética. Em geral é baseado na legislação vigente do país, na Declaração dos Direitos Humanos, nas Leis Trabalhistas e outras. Assim, existem: Códigos de Ética Profissionais - códigos em que estão especificados os direitos e deveres, o que é vetado eticamente naquele exercício profissional e as possíveis punições no caso de desobediência ao código. Ex.: código de ética do contador, código de ética do assistente social e etc. Os códigos mais conhecidos no Brasil são os do administrador, da medicina, enfermagem, psicologia e o da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Cada um deles especifica o papel dessas profissões na sociedade e a importância do respeito à dignidade humana no exercício de cada um desses trabalhos tão importantes. Códigos de Ética Empresariais - códigos nos quais estão contidos a missão, a visão e os princípios da empresa. Itens que todo funcionário da instituição deve conhecer. Através do código de ética institucional é possível perceber a função da empresa na sociedade e os valores que se cultivam lá dentro. Dessa forma, cada profissional tem um conjunto de regras estabelecidas por suas confederações profissionais, que detalham as responsabilidades, direitos e formas de punição caso haja irregularidades. O conselho de ética é o responsável por definir o conteúdo dos códigos de ética. Formado por profissionais conceituados, geralmente escolhidos pela classe profissional a qual representam, seus cargos são honoríficos e tem a responsabilidade ética legal sobre os assuntos dessa categoria. Esses conselhos são como tribunais, possuem funções legais sobre registros e julgamentos baseados nas regulamentações dos códigos. 25 Ética e relações interpessoais Figura 8: A ética e seus conteúdos RESPEITO DIREITO S IGUALDADE VALORES Fonte: Site Sabedoria Política8 Principais objetivos de um Código de Ética: • Especificar os princípios de uma certa instituição e/ou profissão diante da sociedade; • Documentar os direitos e deveres do profissional; • Dar os limites das relações que o profissional deve ter com colegas e clientes/ pacientes; • Explicar a importância de manter o sigilo profissional (essencial em muitos casos); • Defender o respeito aos direitos humanos nas pesquisas científicas e na relação cotidiana; • Delimitar e especificar o uso de publicidade em cada área; • Falar sobre a remuneração e os direitos trabalhistas. 1.3.2 Código de ética profissional do administrador Poderíamos atribuir à figura do Administrador um novo papel, uma nova responsabilidade, um novo preceito ético: o de atuar como um Promotor do Desenvolvimento. Administradores são profissionais aptos, por sua formação, a liderar pessoas, tomar decisões rápidas e controlar recursos, tendo o planejamento como uma das principais atribuições. Também devem estar prontos para atuar como os agentes da mudança e da inovação, sendo a adaptação uma característica de destaque. O papel do administrador não se resume a apenas gerenciar determinada área, ou toda uma empresa (privada / pública), mas contribuir para o desenvolvimento da sociedade, pois sua atribuição se estende as funções: social e política e isso o torna um profissional mais requerido no cenário atual. Um administrador tem múltiplas responsabilidades e funções dentro de uma empresa — ele é responsável por liderar pessoas, estruturar processos gerenciais e controlar recursos internos, como tempo, finanças e materiais. 8 . Disponível em: https://www.sabedoriapolitica.com.br/ 26 Assistente Administrativo São muitos os papéis e responsabilidades que podem ser atribuídos aos administradores entre os quais podemos destacar: representar, liderar, monitorar, disseminar, empreender e resolver conflitos. Nos dias de hoje, mais do que administrar uma empresa, o administrador deve apresentar competências sobre o gerenciamento de equipe. O papel do administrador não se resume a supervisionar, coordenar ou gerenciar uma organização ou empresa, mas também contribuir para desenvolver a sociedade, pois sua atribuição se estende às funções sociais, políticas, culturais, educacionais – e isso o torna um profissional requisitado no cenário atual. O administrador precisa compreender aparte financeira, trabalhar de maneira inteligente o planejamento e a estratégia de negócio. Precisa ser capaz de analisar propostas de maneira a contribuir para a expansão da empresa e torná-la longeva e lucrativa, mas sempre observando os interesses do coletivo. Quando temos como objetivo o crescimento da produtividade será sempre muito importante investir no elemento humano da organização/ empresa e buscar manter um bom clima organizacional. Podemos observar que, nos dias atuais, a prioridade das instituições passou a ser a equipe (pessoas) e, com isso, o equilíbrio entre a gestão de pessoas e os negócios deve ser compreendido para que se alcance bons resultados. Sendo assim, o administrador da atualidade deve compreender sobre sua área, as necessidades do mercado e seguir aperfeiçoando habilidades como capacidade de trabalho em grupo, interação, dinamismo, abertura para novas ideias, flexibilidade, organização e inovação, uma vez que elas são consideradas importantes diferenciais e que se complementam para a formação profissional. Função social da área administrativa (e seu papel como assistente) O trabalho individual influencia e recebe influência do meio onde é praticado. Portanto, para que o trabalho exercido seja pautado numa conduta ética, é necessário que haja uma atmosfera moral competente, nem sempre observável em nossa época. A ausência de responsabilidade para com o coletivo gera, como consequência natural, a irresponsabilidade com a qualidade do trabalho. Deveres profissionais Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho eficaz da profissão são deveres éticos. O propósito do exercício profissional é a prestação de uma utilidade a terceiros. Assim, todas as qualidades pertinentes à satisfação da necessidade, de quem requer a tarefa, passam a ser uma obrigação perante o desempenho. Um conjunto de deveres envolve a vida profissional, sob os ângulos da conduta a ser seguida para a execução de um trabalho. Esses deveres impõem-se e passam a governar a ação do indivíduo perante seu cliente, seu grupo, seus colegas, a sociedade e, especialmente, perante sua própria formação. Há ainda um conjunto de valores pertinentes a cada profissão. O dever nasce primeiro do empenho de escolher adequadamente nossa profissão, depois de conhecer e, finalmente, do de executar as tarefas com a prática de uma conduta pautada em valores. A escolha da profissão implica o dever do conhecimento e o dever do conhecimento implica o dever da execução adequada. Aquele que elege um trabalho como meio de vida precisa fazer dela algo prazeroso, deve estar estimulado, por si mesmo, a exercer as tarefas, não só por convicção da escolha, mas por identificar-se com o selecionado. 27 Ética e relações interpessoais A função de Assistente Administrativo não deve, portanto, ser apenas um meio de ganhar a vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona. Seus deveres não deveriam ser imposições, mas vontades espontâneas. Isto exige, portanto, que a seleção dessa sua atividade e capacitação profissional passe pela vocação e pelo amor ao que se faz, como condição essencial de uma opção. Quando a seleção das suas tarefas está de acordo com uma consciência previamente identificada com as suas escolhas, dificilmente ocorrerão as transgressões éticas, porque estas seriam violações da sua própria vontade, contrárias ao comando da sua individualidade. Você deve reconhecer na sua função de Assistente Administrativo suas demandas e suas tarefas. • O exercício de uma profissão demanda a aquisição de pleno conhecimento, o domínio sobre a tarefa e sobre a forma de executá-la, além de atualização constante e aperfeiçoamento cultural. • Aceitar um encargo sem ter capacidade para exercê-lo é uma prática condenável, em razão dos danos que pode causar. • Quem aceita prestar serviços sem ter a competência necessária comete infração aos princípios da ética, em razão do prejuízo que pode causar. • Buscar a perfeição na execução de uma tarefa é um dever do profissional que depende do conhecimento e da aplicação plena do mesmo. • O dever para com a eficácia da tarefa envolve a posse do saber, a concepção integral do objeto de trabalho e a aplicação plena do conhecimento na execu- ção, de modo a cumprir-se tudo o que se exige, com a perfeição desejável. Se a necessidade do cliente não é suprida pelo conhecimento e este não se aplica totalmente na execução da tarefa profissional, não há como se falar em eficácia. Consciência profissional A consciência profissional necessita de uma formação específica. Não pode ser considerada eficaz, uma tarefa realizada apenas com pleno conhecimento material, sendo imprescindível que tudo se exerça sob a atuação de um complexo de virtudes nas quais o zelo, a excelência do produto, é uma das mais apreciadas. O trabalho não é feito só com a participação individual do próprio profissional através de sua prática, mas envolve o interesse de pessoas diretamente a ele ligadas e outras, indiretamente influenciadas. Envolve quem faz e quem dele se beneficia. O cliente é o primeiro e direto interessado pois, ao procurar o profissional já se estabeleceu uma relação de confiança – dessa forma merece, ao menos, a reciprocidade da mesma. Inicia-se um processo que requer a aplicação de um elaborado conjunto de virtudes. O cliente torna-se o mais direto objetivo da utilidade do trabalho e, por isso, deve, eticamente, receber toda a atenção, cuidado e dedicação. Quais seriam os valores necessários à prática profissional? Veja abaixo uma pequena relação deles e fique à vontade para juntar a maior quantidade possível deles: 28 Assistente Administrativo Tabela 2. Valores para a pratica profissional Afabilidade, altruísmo, aptidão, atenção, atitude, autenticidade; Caráter, cautela, coerência, concentração, compreensão, coragem, criatividade; Decisão, decoro, detalhamento, determinação, dignidade, diplomacia, disciplina, discrição; Eficácia, eficiência, empenho, energia, entusiasmo, espontaneidade, estilo, estratégia; Fidelidade, firmeza, gosto, gratidão, honestidade, idealismo, improvisação, lealdade; Liberalidade, loquacidade, moderação, obediência, objetividade, otimismo, percepção; Perfeccionismo, perseverança, personalidade, perspicácia, persuasão, pontualidade; Pragmatismo, precisão, prudência, racionalismo, receptividade, sensibilidade, sutileza; Serenidade, seriedade, sigilo, simplicidade, sinceridade, sofisticação, solidariedade; Temperança, tolerância, versatilidade, vitalidade, zelo... Fonte: Formulação autoral.9 Todas essas capacidades desejáveis ensejam deveres a cumprir, de acordo com a natureza de cada tarefa, e todas são suscetíveis a normalizações, no interesse de grupos profissionais. Nem todas são exigíveis para todas as profissões, as virtudes são variáveis de acordo com o que se faz. De qualquer forma, uma delas se torna imprescindível (ou seja, necessária): a honestidade. Embora os conceitos de bem e de felicidade tenham sido objetos de controvérsias e interpretações, o fato é que a essência deles se encontra, usualmente, na satisfação da necessidade de alguém. Por honestidade entende-se uma prática do bem com a confiança depositada por terceiros em alguém. A desonestidade, por sua vez, é a transgressão ao direito de terceiros (abuso de confiança, indução maliciosa, arbitrariedade, pressão ou outro fator que venha a trair ou a subtrair algo que tenha sido confiado). Torna-se, portanto, necessário ser honesto, parecer honesto e ter o ânimo de continuar a sê-lo, para que exista a prática do respeito ao direito de nosso semelhante. A traição a uma confiança depositada é sempre uma deslealdade e tende a ser uma desonestidade. A honestidade dessa forma se consagra como um princípio ético absoluto e que não admite relatividade, ou seja, o indivíduo é ou não é honesto; não existe o mais ou menos honesto, nem o quase totalmente honesto, tão como não existe uma honestidade que se molde a cadacomportamento, perante outras pessoas. O profissional tem dever ético de ser honesto na sua completude. Da mesma forma que inexiste meia-confiança, não existe meia-honestidade. Ou bem confiamos, ou desconfiamos. 9 . Conteúdo básico para elaboração acessível em sites como https://br.psicologia-online.com/valores- -profissionais-o-que-sao-lista-e-exemplos-538.html ou https://revistas.ufrj.br/index.php/praiaverme- lha/article/view/9642 ou https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/etica-na-educacao https://br.psicologia-online.com/valores-profissionais-o-que-sao-lista-e-exemplos-538.html https://br.psicologia-online.com/valores-profissionais-o-que-sao-lista-e-exemplos-538.html https://revistas.ufrj.br/index.php/praiavermelha/article/view/9642 https://revistas.ufrj.br/index.php/praiavermelha/article/view/9642 https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/etica-na-educacao 29 Ética e relações interpessoais O ser humano é honesto ou é desonesto. Se transgredir os princípios da honestidade, não prejudica só seu cliente, mas também sua classe, além de influir negativamente sobre a sociedade em geral. Esta torna-se uma das determinantes pelas quais qualquer Código de Ética precisa ser energicamente cumprido e por que os conselhos de classe necessitam exercer severa fiscalização e seus dirigentes serem modelos de dignidade. O profissional honesto torna- se digno de confiança e cresce em conceito, valorizando e respeitando sua categoria. Nem sempre é possível acumular todo o conhecimento que uma tarefa requer, mas é preciso que se tenha a postura ética de recusar o serviço que se sabe não poder realizar dentro dos limites da capacidade que o profissional possui. O Código de Ética Profissional do Administrador é o guia orientador e estimulador de novos comportamentos e está fundamentado num conceito de ética voltado para o desenvolvimento, servindo, simultaneamente, de estímulo e parâmetro para que o profissional da Administração amplie sua capacidade de pensar de forma alternativa, visualize um novo papel para si próprio e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade e em atendimento a ela. Figura 9: Conselho Federal de Administração Fonte: Conselho Federal de Administração 10Abaixo está transcrito o conteúdo do código de ética da Administração publicado no Diário Oficial da União em 7 de outubro de 1992, página 14.237. CAPÍTULO I - Dos Deveres Art. 1º - São deveres do profissional de Administração: 1 - respeitar os princípios da livre iniciativa e da livre empresa, enfatizando a valo- rização das atividades da microeconomia sem desvinculá-la da macroeconomia, como forma de fortalecimento do País; 2 - propugnar pelo desenvolvimento da sociedade e das organizações, subordi- nando a eficiência de desenvolvimento profissional aos valores permanentes da verdade e do bem comum; 10 Disponível em: www.cfa.org.br 30 Assistente Administrativo 3 - capacitar-se para perceber que, acima do seu compromisso com o cliente, está o interesse social, cabendo-lhe, como agente de transformação, colocar a empresa nessa perspectiva; 4 - contribuir, como cidadão e como profissional, para o incessante progresso das instituições sociais e dos princípios legais que regem o País; 5 - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo direitos, bens e interesse de clientes, instituições e sociedade sem abdicar de sua dignidade, prerrogativas e independência profissional; 6 - manter sigilo sobre tudo o que souber em função de suas atividades e profissão; 7 - conservar independência na orientação técnica de serviços e órgãos que lhe forem confiados; 8 - emitir opiniões, expender conceitos e sugerir medidas somente depois de estar seguro das informações que tem e da confiabilidade dos dados que obteve; 9 - utilizar-se dos benefícios da ciência e tecnologia moderna objetivando maior participação nos destinos da empresa e do País; 10 - assegurar, quando investido em cargo ou função de direção, as condições mínimas para o desempenho ético-profissional; 11 - pleitear a melhor adequação do trabalho ao ser humano, melhorando suas condições, de acordo com os mais elevados padrões de segurança; 12 - manter-se continuamente atualizado, participando de encontros de forma- ção profissional, onde possa reciclar-se, analisar, criticar, ser criticado e emitir parecer referente à profissão; 13 - considerar, quando na qualidade de empregado, os objetivos, a filosofia e os padrões gerais da organização, cancelando seu contrato de trabalho sempre que normas, filosofia, política e costumes ali vigentes contrariarem sua consciência profissional e os princípios e regras deste Código; 14 - colaborar com os cursos de formação profissional, orientando e instruindo os futuros profissionais; 15 - comunicar ao cliente, sempre com antecedência e por escrito, sobre as cir- cunstâncias de interesse para seus negócios, sugerindo tanto quanto possível, as melhores soluções e apontando alternativas; 16 - informar e orientar ao cliente, com respeito à situação real da empresa que serve; 17 - renunciar ou demitir-se do posto, cargo ou emprego, se, por qualquer forma, tomar conhecimento de que o cliente manifestou desconfiança para com seu trabalho, hipótese em que deverá solicitar substituto; 18 - evitar declarações públicas sobre os motivos da sua renúncia, desde que o silencio não lhe resulte prejuízo, desprestígio ou interpretação errônea quanto à sua reputação. 19 - transferir ao seu substituto, ou a quem lhe for indicado, tudo quanto se refira ao ao cargo, emprego ou função de que vá se desligar; 31 Ética e relações interpessoais 20 - esclarecer ao cliente sobre a função social da empresa; 21 - estimular, dentro da empresa, a utilização de técnicas modernas, objetivando o controle da qualidade e a excelência na prestação de serviços ao consumidor ou usuário; 22 - manifestar, em tempo hábil e por escrito, a existência de seu impedimento ou incompatibilidade para o exercício da profissão, formulando, em caso de dúvida, consulta aos órgãos de classe; 23 - recusar cargos, empregos ou função, quando reconhecer serem insuficientes seus recursos técnicos ou disponibilidade de tempo para bem desempenhá-los; 24 - divulgar conhecimentos, experiências, métodos ou sistemas que venha a criar ou elaborar, reservando os próprios direitos autorais; 25 - citar seu número de registro no respectivo Conselho Regional após a sua assinatura em documentos referentes ao exercício profissional; 26 - manter, em relação a outros profissionais ou profissões, cordialidade e res- peito, evitando confrontos desnecessários ou comparações. CAPÍTULO II - Das Proibições Art. 2º. É vedado ao profissional de Administração: 1 - anunciar-se com excesso de qualificativos, admitida a indicação de títulos cargos e especializações; 2 - sugerir, solicitar, provocar ou induzir divulgação de textos de publicidade que resultem em propaganda pessoal de seu nome, méritos ou atividades, salvo se em exercício de qualquer cargo ou missão, em nome da classe, da profissão ou de entidades ou órgãos públicos; 3 - permitir a utilização de seu nome e de seu registro por qualquer instituição pública ou privada onde não exerça pessoal ou efetivamente função inerente à profissão; 4 - facilitar, por qualquer modo, o exercício da profissão a terceiros, não habili- tados ou impedidos; 5 - assinar trabalhos ou quaisquer documentos executados por terceiros ou ela- borados por leigos alheios à sua orientação, supervisão e fiscalização; 6 - organizar ou manter sociedade profissional sob forma desautorizada por lei; 7 - exercer a profissão quando impedido por decisão administrativa transitada em julgado; 8 - afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem razão fundamentada e sem notificação prévia ao cliente; 9 - contribuir para a realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la, ou praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou contravenção;10 - estabelecer negociação ou entendimento com a parte adversa de seu cliente, sem sua autorização ou conhecimento; 32 Assistente Administrativo 11 - recusar-se à prestação de contas, bens, numerários, que lhe sejam confiados em razão do cargo, emprego, função ou profissão; 12 - violar o sigilo profissional; 13 - deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Administração, bem como atender às suas requisições Administrativas, intimações ou notificações, no prazo determinado. CAPÍTULO III - Dos Direitos Art. 3º - São direitos do profissional da Administração: 1 - exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza, inclusive administrativas; 2 - apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições, quando as julgar indignas do exercício profissional ou prejudiciais ao cliente, devendo, nesse caso, dirigir-se aos órgãos competentes, em participar à Comissão de Ética e ao Regional; 3 - exigir justa remuneração por seu trabalho, a qual corresponderá às respon- sabilidades assumidas a seu tempo de serviços dedicado, sendo-lhe livre firmar acordos sobre salários, velando, no entanto, pelo seu justo valor; 4 - recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada, onde as condições de trabalho sejam degradantes à sua pessoa, à profissão e à classe; 5 - suspender sua atividade individual ou coletiva, quando a instituição pública ou privada não oferecer condições mínimas para o exercício profissional ou não o remunerar condignamente; 6 - participar de eventos promovidos pelas entidades de classe, sob suas expensas ou quando subvencionados os custos referentes ao acontecimento; 7 - votar e ser votado para qualquer cargo ou função em órgãos ou entidades da classe, respeitando o expresso nos editais de convocação; 8 - representar, quando indicado, ou por iniciativa própria, o Conselho Regional de Administração e as instituições públicas ou privadas em eventos nacionais e internacionais de interesse da classe; 9 - defender-se e ser defendido pelo órgão de classe, se ofendido em sua digni- dade profissional; 10 - auferir dos benefícios da ciência e das técnicas modernas, objetivando melhor servir ao seu cliente, à classe e ao País; 11 - usufruir de todos os outros direitos específicos e/ou correlatos, nos termos da legislação que criou e regulamentou a profissão do Administrador. CAPÍTULO II - Das Proibições Art. 2º. É vedado ao profissional de Administração: 33 Ética e relações interpessoais 1 - anunciar-se com excesso de qualificativos, admitida a indicação de títulos cargos e especializações; 2 - sugerir, solicitar, provocar ou induzir divulgação de textos de publicidade que resultem em propaganda pessoal de seu nome, méritos ou atividades, salvo se em exercício de qualquer cargo ou missão, em nome da classe, da profissão ou de entidades ou órgãos públicos; 3 - permitir a utilização de seu nome e de seu registro por qualquer instituição pública ou privada onde não exerça pessoal ou efetivamente função inerente à profissão; 4 - facilitar, por qualquer modo, o exercício da profissão a terceiros, não habili- tados ou impedidos; 5 - assinar trabalhos ou quaisquer documentos executados por terceiros ou ela- borados por leigos alheios à sua orientação, supervisão e fiscalização; 6 - organizar ou manter sociedade profissional sob forma desautorizada por lei; 7 - exercer a profissão quando impedido por decisão administrativa transitada em julgado; 8 - afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem razão fundamentada e sem notificação prévia ao cliente; 9 - contribuir para a realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la, ou praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou contravenção; 10 - estabelecer negociação ou entendimento com a parte adversa de seu cliente, sem sua autorização ou conhecimento; 11 - recusar-se à prestação de contas, bens, numerários, que lhe sejam confiados em razão do cargo, emprego, função ou profissão; 12 - violar o sigilo profissional; 13 - deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Administração, bem como atender às suas requisições Administrativas, intimações ou notificações, no prazo determinado. CAPÍTULO III - Dos Direitos Art. 3º - São direitos do profissional da Administração: 1 - exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza, inclusive administrativas; 2 - apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições, quando as julgar indignas do exercício profissional ou prejudiciais ao cliente, devendo, nesse caso, dirigir-se aos órgãos competentes, em participar à Comissão de Ética e ao Regional; 3 - exigir justa remuneração por seu trabalho, a qual corresponderá às respon- sabilidades assumidas a seu tempo de serviços dedicado, sendo-lhe livre firmar acordos sobre salários, velando, no entanto, pelo seu justo valor; 34 Assistente Administrativo 4 - recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada, onde as condições de trabalho sejam degradantes à sua pessoa, à profissão e à classe; 5 - suspender sua atividade individual ou coletiva, quando a instituição pública ou privada não oferecer condições mínimas para o exercício profissional ou não o remunerar condignamente; 6 - participar de eventos promovidos pelas entidades de classe, sob suas expensas ou quando subvencionados os custos referentes ao acontecimento; 7 - votar e ser votado para qualquer cargo ou função em órgãos ou entidades da classe, respeitando o expresso nos editais de convocação; 8 - representar, quando indicado, ou por iniciativa própria, o Conselho Regional de Administração e as instituições públicas ou privadas em eventos nacionais e internacionais de interesse da classe; 9 - defender-se e ser defendido pelo órgão de classe, se ofendido em sua digni- dade profissional; 10 - auferir dos benefícios da ciência e das técnicas modernas, objetivando melhor servir ao seu cliente, à classe e ao País; 11 - usufruir de todos os outros direitos específicos e/ou correlatos, nos termos da legislação que criou e regulamentou a profissão do Administrador. CAPÍTULO IV - Dos Honorários Profissionais Art. 4º - Os honorários e salários do profissional da Administração devem ser fixados, por escrito, antes do início do trabalho a ser realizado, levando-se em consideração, entre outros, os seguintes elementos: 1 - vulto, dificuldade, complexidade, pressão de tempo e relevância dos trabalhos a executar; 2 - possibilidade de ficar impedido ou proibido de realizar outros trabalhos paralelos; 3 - as vantagens de que, do trabalho, se beneficiará o cliente; 4 - a forma e as condições de reajuste; 5 - o fato de se tratar de locomoção na própria cidade ou para outras cidades do Estado ou do País; 6 - sua competência e renome profissional; 7 - a menor ou maior oferta de trabalho no mercado em que estiver competindo; 8 - obediência às tabelas de honorários que, a qualquer tempo, venham a ser baixadas pelos respectivos Conselhos de Administração, como mínimos desejáveis de remuneração. Art. 5º - É vedado ao profissional da Administração: 1 - receber remuneração vil ou extorsiva pela prestação de serviços; 2 - deixar de se conduzir com moderação na fixação de seus honorários, devendo considerar as limitações econômico-financeiras do cliente; 35 Ética e relações interpessoais 3 - oferecer ou disputar serviços profissionais, mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal. CAPÍTULO V Dos Deveres Especiais em Relação aos Colegas Art. 6º - O profissional da Administração deve ter para com seus colegas a consi- deração, o apreço, o respeito mútuo e a solidariedade que fortaleçam a harmonia e o bom conceito da classe. Art. 7º - Orecomendado no artigo anterior não induz e não implica em conivência com o erro, contravenção penal ou atos contrários às normas Art. 8º - Com relação aos colegas, o Administrador deverá: 1 - evitar fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras; 2 - recusar cargo, emprego ou função, para substituir colega que dele tenha se afastado ou desistido, para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe; 3 - evitar emitir pronunciamentos desabonadores sobre serviço profissional entregue a colega; 4 - evitar desentendimentos com colegas, usando, sempre que necessário, os órgãos de classe para dirimir dúvidas e solucionar pendências; 5 - cumprir fiel e integralmente as obrigações e compromissos assumidos mediante contratos ou outros instrumentos relativos ao exercício de suas funções; 6 - acatar e respeitar as deliberações dos Conselhos Federal e Regional de Administração; 7 - tratar com humanidade e respeito aos colegas representantes dos órgãos de classe, quando no exercício de suas funções, fornecendo informações e facilitando o seu desempenho; 8 - auxiliar a fiscalização do exercício profissional e zelar pelo cumprimento deste Código de Ética, comunicando com discrição e fundamentalmente aos órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência; 9 - o profissional da Administração deverá recorrer à arbitragem do Conselho nos casos de divergência de ordem profissional com colegas, quando lhe for impossível a conciliação de interesses. CAPÍTULO VI Dos Deveres Especiais em Relação à Classe Art. 10 - Ao profissional da Administração cabe observar as seguintes normas com relação à classe: 1 - prestigiar as entidades de classe, propugnando pela defesa da dignidade e dos direitos profissionais, a harmonia e coesão da categoria; 36 Assistente Administrativo 2 - apoiar as iniciativas e os movimentos legítimos de defesa dos interesses da classe participando efetivamente de seus órgãos representativos, quando solicitado ou eleito; 3 - aceitar e desempenhar, com zelo e eficiência, quaisquer cargos ou funções nas entidades de classe, justificando sua recusa quando, em caso extremo, ache-se impossibilitado de servi-las; 4 - servir-se de posição, cargo ou função que desempenhe nos órgãos de classe, em benefício exclusivo da classe; 5 - difundir e aprimorar a Administração como ciência e como profissão; 6 - cumprir com suas obrigações junto às entidades de classe às quais se associou inclusive no que se refere ao pagamento de anuidades, taxas e emolumentos legalmente estabelecidos. CAPÍTULO VII - Das Sanções Disciplinares Art. 11 - O exercício da profissão de Administrador implica no compromisso indi- vidual coletivo e moral de seus profissionais com os indivíduos, com o cliente, com as organizações e com a sociedade e impõe deveres e responsabilidades indelegáveis, cuja infringência resultará em sanções disciplinares por parte do Conselho Regional de Administração, através de sua Comissão de Ética, indepen- dentemente das penalidades estabelecidas pelas Leis do País. Art. 12 - O Conselho Federal de Administração manterá o Tribunal Superior de Ética e os Conselhos Regionais de Administração manterão as Comissões de Ética, objetivando: 1 - assessorar na aplicação deste Código; 2 - julgar as infrações cometidas e os casos omissos, cabendo pedido de reconsi- deração ao Plenário ainda na primeira instância e recursos ao Conselho Federal de Administração como segunda e última instância administrativa. Art. 13 - A violação das normas contidas neste Código de Ética importa em falta que, conforme sua gravidade, sujeitará seus infratores às seguintes penalidades: 1 - advertência escrita, reservada; 2 - censura confidencial; 3 - censura pública, na reincidência; 4 - multas, em bases fixadas pelo Conselho Federal de Administração, atualizadas anualmente; 5 - suspensão do exercício por 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período, se persistirem as condições motivadoras da punição; 6 - cassação do registro profissional e divulgação do fato para conhecimento público. Art. 14 - Os processos de natureza ética terão trâmite em duas instâncias admi- nistrativas: primeira, nos Conselho Regionais de jurisdição do transgressor e a 37 Ética e relações interpessoais segunda, no Conselho Federal, ao qual caberá criar o Tribunal Superior de Ética dos Administradores, órgão integrante de sua própria estrutura administrativa. CAPÍTULO VIII - Das Normas Procedimentais para o Processo Ético Art. 15 - Incumbe à Comissão de Ética do Conselho Regional de Administração processar e julgar, em primeiro grau, quaisquer atos desabonadores da conduta ética do Administrador. Art. 16 - O processo ético será instaurado de ofício ou por representação funda- mentada de qualquer autoridade ou particular. Parágrafo Único - Serão especificadas, de imediato, as provas com que se pretende demonstrar a veracidade do alegado e arroladas, se for o caso, testemunhas, no máximo de seis. Art. 17 - A instauração do processo precederá audiência do acusado, intimado pessoalmente para, dentro de quinze dias, apresentar defesa prévia, restrita a demonstrar a falta de fundamentação da acusação. § 1º - Acolhida a defesa preliminar, o processo será arquivado, não podendo pelos mesmos motivos, ser reaberto. Se o acusado for Administrador, será repreendido por escrito. § 2º - Desacolhida a defesa prévia por parecer fundamentado da Comissão de Ética, será instaurado o processo, intimando-se o acusado para, dentro de quinze dias, apresentar defesa, especificando, nas mesmas condições da acusação, as provas que tenha a produzir. § 3º - O prazo para defesa poderá ser prorrogado, por motivo relevante, a juízo do relator. Art. 18 - Produzidas as provas deferidas, a Comissão de Ética dará vista às partes, pelo prazo comum de quinze dias, após o que, apresentará decisão, devidamente fundamentada. § 1º - Intimadas as partes, fluirá o prazo comum de quinze dias para, ressalvada a hipótese abaixo, recurso ao Tribunal Superior de Ética dos Administradores, instalado junto ao Conselho Federal de Administração. § 2º - Será irrecorrível a decisão unânime da Comissão de Ética pela improcedência da acusação. Art. 19 - As decisões unânimes do Tribunal Superior de Ética dos Administradores serão irrecorríveis. Parágrafo Único - Em havendo divergência, caberá, no prazo de quinze dias inti- mação da decisão, pedido de reconsideração. CAPÍTULO IX - Das Disposições Finais Art. 20 - Compete ao Conselho Federal de Administração formar jurisprudência quanto aos casos omissos, ouvindo os Regionais e fazê-la incorporar a este Código. Ar. 21 - Cabe ao Conselho Federal de Administração ouvir os Conselhos Regionais e a classe dos profissionais de Administração, promover a revisão e a atualização do presente Código de Ética, sempre que se fizer necessário (BRASIL, 1988, s/n). 38 Assistente Administrativo RESUMO Ao longo da presente unidade tivemos a oportunidade de apresentar o significado de Ética Profissional e o que relaciona os conceitos práticos à atividade administrativa e às funções do administrador. Da mesma forma, conseguimos falar a respeito das virtudes necessárias ao exercício profissional ético, levando em consideração o fato de que são elas que promovem as bases para que possamos migrar de uma postura mais individualista e egoísta em direção àquela que leva em consideração, prioritariamente, os benefícios coletivos. Por fim, coube a unidade trazer, de maneira autoexplicativa, o que leva determinados grupos a investirem na criação de seus Códigos de Ética, destacando sua pertinência para o regramento da atuação profissional em diferentes áreas empresariais. E trouxemos em destaque o que se aplica aos administradores, uma vez que a função de Assistente Administrativo se relaciona diretamente com essa atividade. GLOSSÁRIO Agentes públicos: Pessoa detentora de cargo legislativo, administrativo ou judicial, seja por nomeação, eleiçãoou sucessão, ou qualquer pessoa que exerça uma função pública, ou qualquer agente ou oficial de uma organização pública, ou qualquer agente ou oficial de uma organização pública nacional ou internacional, ou qualquer candidato a cargo público. Atos de corrupção: A prática de qualquer ato de corrupção, por si ou por meio de terceiros. Oferecimento ou entrega de qualquer tipo de contribuição, doação, favores ou envio de presentes a entidades do governo ou funcionários públicos, a fim de que estes ajam ou utilizem sua influência com a finalidade de obter para si próprio ou de auxiliar a companhia a obter vantagem indevida ou a ganhar um negócio. Colaboradores: Para efeito deste código a palavra colaboradores inclui os membros do Conselho de Administração e Comitês, os Diretores, gestores, empregados de qualquer nível, estagiários, temporários e terceiros. Conflito de Interesses: Situação onde os negócios, finanças, famílias, interesses políticos ou pessoais podem interferir no julgamento de pessoas, no exercício de suas obrigações. 39 Ética e relações interpessoais ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Levando em consideração o que foi abordado na presente unidade de conteúdo, como você descreveria ÉTICA usando suas próprias palavras? 2. Comente a respeito das VIRTUDES necessárias ao comportamento profissional ético. Qual delas acredita ser a mais importante? Por quê? 3. No contexto atual, e tomando por base a ideia de MORAL conforme apresentada nessa unidade, você acredita que ela sofreu alterações significativas como forma evolutiva, a medida em que o ser humano foi se estabelecendo em centros urbanos cada dia mais populosos? Por quê? 4. Como você entende o papel do Assistente Administrativo e a importância de seu trabalho para as empresas? 41 Informática básica e tecnologias on-line Unidade 2 A palavra informática é derivada das palavras informação + automática. As palavras definem o objetivo do surgimento dos primeiros computadores: a necessidade de fazer o tratamento da informação de forma automatizada. A palavra Informática, na nossa língua portuguesa, é derivada da palavra francesa informatique. A disciplina de Informática básica e tecnologias on-line apresenta uma abordagem de conteúdo voltada ao entendimento dos principais conceitos e aplicações da informática no dia a dia das empresas, com destaque especial para a explicação simples das principais ferramentas que serão utilizadas pelo Assistente Administrativo em sua rotina de trabalho. Ao longo do caderno didático, encontraremos seu conteúdo organizado a fim de garantir a aprendizagem de uma visão abrangente e sua aplicabilidade no âmbito administrativo das organizações e empresas. Este material colabora para uma boa apreensão do conhecimento sobre Informática básica e tecnologias on-line, por meio de leituras, discussões, reflexões e realização de atividades. 2.1 SISTEMAS OPERACIONAIS. Quando nos referimos ao termo sistema operacional estamos buscando apontar um ou mais softwares que tem como objetivo principal gerenciar e administrar os recursos presentes em um determinado sistema. Isso envolve, desde os componentes do hardware, sistemas de arquivos e, até mesmo, programas de terceiros. Um sistema operacional também é o maior responsável pelo gerenciamento de todo o hardware do seu computador. É ele que vai dizer, por exemplo, qual programa poderá utilizar o processador e por quanto tempo. Ou seja, o sistema operacional atua como um grande gerente de recursos do seu computador. Em outras palavras: o Sistema Operacional cria uma plataforma comum a todos os programas utilizados. Exemplos: Dos, Unix, Linux, Mac OS, OS-2, Windows NT. 42 Assistente Administrativo Figura 10: Sistema Operacional Fonte: UFRGS 112.1.1. Os primeiros computadores A primeira geração de computadores surgiu em 1940. Eles eram utilizados, principalmente, para finalidades científicas ou militares. O primeiro computador ficou conhecido pelo nome de ENIAC e foi construído na Universidade da Pensilvânia. Confira algumas das características desse primeiro computador: • Pesava 30 toneladas; • Tinha dezenas de milhares de componentes internos, tais como válvulas (17.000) ou resistências (70.000) e contava com cerca de 7.500 interruptores; • Consumia energia equivalente a 100.000 watts, chegando a até 200.000 watts; • Quando o ENIAC estava em funcionamento, as luzes da cidade da Filadélfia chegavam a sofrer com quedas ou mesmo com a interrupção da iluminação em algumas regiões; • Exigia um sistema de forte ventilação, pois o calor que produzia era extrema- mente intenso. E, por tudo isso, o ENIAC demandava um alto custo na sua manutenção. 11 Disponível em: penta3.ufrgs.br 43 Informática básica e tecnologias on-line Figura 11: O computador ENIAC Fonte: Site TecMundo12 Estas são as três funções mais importantes de um Sistema Operacional: a) Gerenciar recursos como processador, RAM, sistemas de arquivos e dispositivos de entrada e saída (monitor, teclado, mouse, impressora e etc.); b) Gerenciar processos (execução) de programas; c) Gerenciar o uso de dispositivos, memória do sistema e chamadas dos programas, definindo quais têm prioridade. Podemos dizer, sem medo de errar, que o Sistema Operacional é a parte mais importante do computador, inclusive por ser o principal responsável por carregar na memória e providenciar a execução dos programas que o usuário solicita. 2.1.2. Os principais componentes de um computador O computador tem componentes externos e internos. Os principais são: Tabela 3. Dos principais componentes do computador Processador: É a CPU (unidade central de processamento) do computador. Controla e realiza todas as funções do sistema. É o verdadeiro cérebro do computador. Sua capacidade é medida em Hertz (Hz). Placa-mãe: Como seu nome já explica, sua função é acolher e controlar todos os outros componentes do computador. TODOS os componentes são interligados pela Placa-mãe, e vem daí a sua importância. Memória RAM: É a memória de curta duração. Ao desligar o computador, toda sua informação é apagada. Nela, ficam armazenados os programas que estão sendo usados. No momento em que qualquer programa for fechado, esta memória que estava ocupada, se esvazia. Em geral, na prática, quanto mais memória, mais rápido ficará o computador. 12 Disponível em: www.tecmundo.com.br 44 Assistente Administrativo HD/ Disco Rígido: Também era conhecido pelo nome de Winchester. Neste dispositivo são gravados todos os arquivos utilizados pelo computador para iniciar seu sistema e demais programas. É nele que seus documentos, fotos, músicas e qualquer tipo de informação podem ser armazenados. Mesmo que o computa- dor seja desligado os dados permanecem gravados. Gabinete: É o local onde são fixados quase todos os componentes do computador, como a Placa-mãe, a CPU, a memória RAM, HD’s e etc. Bateria: Ela é responsável por armazenar as informações de configura- ção do computador como data e hora, por exemplo. Curiosidade: Nos modelos mais antigos, quando o relógio do computador zerava (ou retornava ao ano padrão original, de 1990), havia necessidade de trocar a bateria. Fonte: Formulação autoral.13 2.1.3 Componentes Periféricos Normalmente, entendemos por periféricos aqueles dispositivos instalados junto ao computador, cuja a função seja a de auxiliar na nossa comunicação com a máquina. Estes dispositivos poderão estar na periferia (em torno) do computador ou dentro do próprio gabinete. O gabinete é uma caixa metálica que tem a função de servir como suporte à Placa-mãe, drives de comutação e outros dispositivos eletrônicos. Nele são conectados os periféricos. O usuário, ao utilizar o computador, precisa de meios que permitam a entrada dos comandos desejados e a sua consequente saída. Para isso existem os periféricos de entrada e saída. O periférico de entrada mais comum é o teclado e o de saída é o monitor de vídeo do computador. No casodos periféricos de entrada, além do teclado, existem vários outros meios que permitem a entrada dos dados. Vamos então, conhecer os principais Periféricos de um computador: Tabela 4. Dos principais Periféricos do computador Monitor/tela/ vídeo/tv: Muitas vezes identificado como o computador em si, na verdade funciona como o “emissor” de imagens do computador. Ou seja, tudo o que você faz no computador é mostrado através de ima- gens a você. 13 Seu conteúdo básico pode ser encontrado em sites como www.bringit.com.br, www.idocode. com.br ou www.geekblog.com.br 45 Informática básica e tecnologias on-line Mouse: Um dos dispositivos do computador que mais dá medo no inte- ressado em aprender informática. É conhecido como um dos mais difíceis de se domar. Entretanto, depois de acostumar com ele, fica fácil utilizar o computador. Com o mouse controlamos o cursor (seta) do computador para executar diversas ações. Teclado: Semelhante ao teclado de uma máquina de escrever, porém conta com alguns melhoramentos como a possibilidade de correção de valores, sinais especiais, além das teclas Enter (para entrar os dados ou confirmar) e Pause/Break (para interromper a opera- ção), entre outros. Impressora: Através da impressão, podemos ter em meio físico (papel) tudo aquilo que vemos em meio virtual/digital (monitor). Este equipa- mento é responsável por colocar no papel, tudo o que criamos/ vemos no computador. Caneta óptica: Uma caneta óptica é um dispositivo de entrada do computador, no formato de um bastão sensível à luz, usada em conjunto com um monitor. Cartão magnético: O cartão magnético é um objeto de plástico, de formato retangu- lar, que pode armazenar qualquer tipo de dados digitais, através de uma tarja preta. Scanner: É um aparelho de leitura ótica que permite converter imagens, fotos, ilustrações e textos em papel, num formato digital que pode ser manipulado. Joystick: O joystick é usado, frequentemente, para controlar jogos de vídeo. E têm, geralmente, um ou mais botões de pressão, cujo estado pode também ser lido pelo computador. Microfone: É um dispositivo eletromecânico que transforma as vibrações mecânicas em corrente elétrica. No microfone existe um dia- fragma, protegido por uma cobertura perfurada, que permite a passagem do som e recebe as vibrações sonoras. Pen Drive: Um pen drive é um dispositivo de armazenamento pequeno e ultra portátil que se conecta a um computador através de uma porta USB. Fonte: Formulação autoral14. 14 Seu conteúdo básico pode ser encontrado em sites como www.edu.gfcglobal.org, www.cursos. escolaeducacao.com.br ou www.tecmundo.com.br http://www.edu.gfcglobal.org http://www.cursos.escolaeducacao.com.br http://www.cursos.escolaeducacao.com.br http://www.tecmundo.com.br 46 Assistente Administrativo 2.1.4. Os Sistemas Operacionais O sistema Operacional é responsável por realizar a comunicação entre o usuário e o hardware (parte física) do computador. Trata-se de uma sequência de programas que servem de base para a realização de qualquer tarefa. Abaixo apresentaremos os três principais sistemas operacionais. Mas, antes, considero importante que possamos conhecer um outro conceito: os Sistemas Livres. O que diferencia os Sistemas Livres dos outros (considerados fechados)? Todo o sistema de computador (ou software na língua inglesa) é desenvolvido através de uma enorme sequência de instruções de computador, conhecida por Código Fonte. Tradicionalmente todo DEV (a sigla usada comumente para denominar um desenvolvedor de sistemas) colocava o seu código fonte de programação guardado a sete chaves, de maneira que pudesse optar por distribuir seu sistema de forma paga ou oferecer de maneira gratuita. Contudo, uma nova tendência surgiu: os Sistemas Livres. Um sistema livre não é, por essa condição, obrigatoriamente, grátis – embora esta seja uma tendência – mas possui o seu código fonte aberto, de forma que qualquer profissional ligado à programação ou desenvolvimento na área de informática, tenha condições de analisá-lo, alterar o que deseja e criar a partir do original a sua própria versão personalizada. Neste modelo é possível que não mais uma pessoa ou empresa seja considerada a proprietária, uma vez que o código fonte foi colocado aberto desde a sua criação. Figura 12: Sistemas Operacionais Livres Fonte: ZCOM15 15 Disponível em: www.zcom.tech 47 Informática básica e tecnologias on-line 2.1.5. Os principais Sistemas Operacionais da atualidade. No mundo do software, quatro sistemas operacionais importantes continuam a ser populares. São o iOS, Android, Windows e MacOS. Além deles, e considerado livre como já mencionamos no tópico anterior, temos figurando o que seria o nosso próximo considerado como principal, o Linux. • WINDOWS: É a família de Sistemas Operacionais mais utilizada nos computa- dores de todo o mundo. Pelo fato de ser bem mais antiga que o Linux, teve tempo de sobra para dominar o mercado e criar uma cultura de Windows. Tem como características principais o fato de ser um sistema pago e fechado. O Windows vem instalado na maioria dos computadores novos. Isto faz com que ele seja um dos sistemas operativos mais populares. É importante ressaltar que este sistema é muito utilizado comercialmente e, em razão disso, existe uma infinidade de vírus de computador que tentam a todo instante atacar as máquinas que “rodam o Windows” numa tentativa remota de explorar suas possíveis falhas de segurança. Possui várias versões que foram sendo atualizadas ao longo dos anos, entre elas a do Windows 95, Windows 98, Windows XP, Windows Vista, Windows 7, Windows 8, Windows 10 e a mais atual, o Windows 11, que foi lançado e está sendo distribuída a partir de 2021. • LINUX: É uma família de sistemas operacionais que está em franco crescimento, tendo por boas características o fato de ser seguro, gratuito e aberto. Pelo fato de ser aberto, são desenvolvidas várias versões/distribuições ao redor do mundo. É possível, inclusive, que nós mesmos, por exemplo, façamos nossas alterações. Dado o seu nível de segurança, este sistema é utilizado comumente para geren- ciar redes e armazenar dados críticos. • MAC OSX: É o Sistema Operacional utilizado pelos computadores fabricados pela empresa Apple. Tem uma parcela de mercado considerada pequena quando comparado ao Windows, mas segue crescendo em razão da grande popularização da Apple, principalmente entre o público mais jovem, e de seus produtos sempre lançados com muita publicidade e agitação. Trata-se de um sistema pago e fechado, bastante confiável. Por integrar com bons recursos gráficos e fidelidade nas cores, é utilizado principalmente na indústria gráfica e de propaganda. 48 Assistente Administrativo 2.1.6. Os Softwares Software pode ser definido como um conjunto de instruções que permitem ao usuário controlar um determinado aparelho eletrônico. Em um computador, por exemplo, as peças físicas e os periféricos formam o hardware, mas é preciso ter softwares para que os componentes saibam como devem funcionar. Você já deve ter ouvido falar nos programas de computador. Um programa de computador (ou, do inglês, software) é uma interface com a qual nós interagimos para executar alguma tarefa. Ou seja, é classificado como a parte lógica cuja função é fornecer instruções para o hardware. Por exemplo, para digitar um texto, abrimos um programa editor de textos; para desenhar, abrimos um programa editor de imagens. De maneira geral, baseado no objetivo, os softwares podem ser divididos em duas grandes categorias: “softwares de sistema” e “softwares de aplicativo”. Ao contrário do software do sistema, um programa aplicativo (geralmente chamado de aplicativo) executa uma função específica para o usuário. SAIBA MAIS Software de sistema é aquele indispensável para o funcionamento do computador (Windows, Linux, Mac OS). Software de aplicação é aquele que o utilizador instala. Serve para trabalhar, entretenimentoou para o correto funcionamento do hardware (Microsoft Office, Windows Media Player e etc.) 2.2 INTERNET: NAVEGADORES E COMUNICAÇÃO POR E-MAIL. A internet é uma rede mundial que tem como objetivo interligar computadores para fornecer ao seu usuário o acesso a diferentes e variadas informações. Ela permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados, carregando uma ampla variedade de recursos e serviços. Dessa maneira, possibilita por exemplo, o contato entre pessoas a partir de diferentes regiões do mundo, através do uso de e-mails (correio eletrônico) e de outros serviços como a comunicação instantânea e o compartilhamento de diferentes tipos de arquivos. Por isso é chamada de rede mundial de computadores. 2.3 PEQUENA HISTÓRIA DA INTERNET Assim como o próprio computador, a internet surgiu a partir de pesquisas militares, na década de 1960. Neste caso, sendo Estados Unidos e União Soviética as maiores potências do mundo, existia por parte dos americanos o receio de se perder os dados mais importantes do país caso fossem vítimas de um ataque soviético ao Pentágono, tornando toda a defesa dos EUA vulnerável. 49 Informática básica e tecnologias on-line A primeira internet foi criada nesse momento de preocupação, com o intuito de possibilitar às unidades militares o compartilhamento dos dados e promover a descentralização de informações. A ideia dos militares norte-americanos pode ser considerada o elemento chave, pois permitiu que não fossem guardados todos os conhecimentos do governo americano num único espaço físico ou lugar determinado. Esse modelo da internet permitiu “dividir o conhecimento em várias partes pequenas”, para que, em seguida, pudessem ser distribuídos em diferentes lugares do país. Seguindo o mesmo princípio de uma receita culinária: ao invés de guardar para nós mesmos o conhecimento das delícias que somos capazes de criar numa cozinha, podemos compartilhar com outras pessoas, e não as deixar no esquecimento. Figura 13: Linha do tempo da Internet Fonte: Henet16 2.4 PRINCIPAIS NAVEGADORES DA INTERNET Navegadores são como chamamos aqueles programas que utilizamos para acessar às páginas e conteúdos que são disponibilizados de maneira on-line através da Internet. Os três principais navegadores são: • Google Chrome • Mozilla Firefox • Internet Explorer 16 Disponível em: www.henet.com.br 50 Assistente Administrativo Todo sítio ou site da internet possui um endereço único através do qual podemos acessá-lo. Funciona, mais ou menos, da mesma maneira que em sua casa, onde seu endereço é único. A combinação do nome da rua, número, cidade, estado e país, faz com que o endereço de sua residência nunca seja repetido em lugar algum do planeta. Exemplos de endereços de sites da Internet para você acessar: • O Portal do IFSULDEMINAS em https://portal.ifsuldeminas.edu.br/ • O Portal do Ministério da Educação em http://portal.mec.gov.br/ • O Portal do Governo de Minas Gerais em https://www.mg.gov.br/ • O Site da Fundação Biblioteca Nacional em https://www.bn.gov.br/ 2.5 UTILIZANDO OS NAVEGADORES Como já vimos, para acessar as páginas na internet, utilizamos os programas chamados de navegadores. Mas como? Para acessar um site qualquer, como um destes acima, por exemplo: 1. Utilizamos a barra de endereços do navegador; 2. Clicamos nela; 3. Apagamos o que estiver escrito e escrevemos o endereço do site que preten- demos visitar; 4. Após escrever, ao final pressionamos a tecla ENTER. Já sabemos que todos os sites têm um endereço único, mas é claro que não precisamos decorar todos eles. Como seria humanamente impossível decorar todos os endereços, surgiram sites especializados em pesquisas. Apenas introduzindo uma ou mais palavras-chave o sistema busca automaticamente os endereços dos sites relacionados. Estes sites chamam-se motores de busca. Os mais utilizados são o www.google.com e o www.bing.com. Acessando um destes podemos fazer nossas pesquisas, conforme abaixo: 1. Utilizamos a barra de endereços do navegador; 2. Clicamos nela; 3. Apagamos o que estiver escrito e escrevemos o endereço do site que pretende- mos visitar, nesse caso o www.google.com ou o www.bing.com; 4. Após escrever, ao final pressionamos a tecla ENTER. Como sempre, a única forma de aprender algo novo é praticando. Faça, agora, então, suas próprias pesquisas em algum motor de busca, acesse os sites listados, retorne ao site de busca e faça novas pesquisas. https://portal.ifsuldeminas.edu.br/ http://portal.mec.gov.br/ https://www.mg.gov.br/ https://www.bn.gov.br/ http://www.bing.com 51 Informática básica e tecnologias on-line Tabela 5. De Sugestões de Pesquisas a) Notícias locais / regionais b) Receitas c) História Geral d) Eventos Históricos e) Plantas Medicinais f) Piadas g) Resumos de séries / novelas h) Sinopses de Filmes i) Resultados de Jogos j) Tabelas de campeonatos k) Letras de músicas / poesias l) Resultados de loterias Fonte: Tabela autoral Outro serviço interessante é a busca por mapas, podendo ser utilizado inclusive para pesquisar as melhores rotas entre dois ou mais locais. Utilize o serviço do Google Maps para essa tarefa. Com ele é possível obter, até mesmo, visualizações em três dimensões em vários pontos. O endereço desta página é https://maps.google.com mas que também pode ser acessada pelo www.google.com através do menu Mapas localizado no topo da página. 2.6 ACESSO A VÍDEOS NA INTERNET Uma das muitas utilidades da internet é a possibilidade de assistir a vídeos através de uma tecnologia chamada de streaming. Usualmente, consideramos que o streaming é a possibilidade de assistir a um vídeo sem a necessidade de baixá-lo por completo. Faremos nossos primeiros acessos a conteúdos em streaming de vídeo utilizando o site do Youtube. Criado em 2004 e, posteriormente, comprado pela gigante da tecnologia Google, o Youtube recebe mais de 3 bilhões de visitas diariamente. O endereço para acesso direto ao site é www.youtube.com Mas existem outras formas de acessar, como, por exemplo, através do próprio www. google.com. No topo do site do Google há uma barra de cor preta com uma ligação para o Youtube. 52 Assistente Administrativo Figura 14. Página de acesso ao Youtube 1. Use a barra de rolagem para encontrar o ícone do Youtube 2. Clique no ícone do YouTube Fonte: Adaptado de Google17 2.7 A COMUNICAÇÃO POR E-MAIL O correio eletrônico, mais popularmente conhecido como e-mail, é uma ferramenta clássica e ainda muito utilizada na atualidade, por meio da qual você tem a capacidade de enviar quantas cartas quiser de graça. Basta ter um endereço de e-mail próprio e saber o endereço de e-mail da pessoa a quem você quer contatar. No curso utilizaremos o provedor de e-mails do Google, chamado Gmail que oferece um bom serviço de forma simples e gratuita. O Gmail é acessado por meio do endereço www.gmail.com ou, ainda, no link “Gmail” na barra do topo do site do Google. Figura 15. Acessando o Gmail Fonte: TechNews Brasil18 17 Disponível em: www.google.com.br 18 Disponível em: www.technewsbrasil.com.br 53 Informática básica e tecnologias on-line 2.8 A COMUNICAÇÃO NAS REDES SOCIAIS As redes sociais na internet são, por definição, aglomerados de pessoas e organizações, conectados por meio de diferentes tipos de relações. Na prática, a rede social permite o contato e a interação com qualquer pessoa ou empresa no mundo. A sua principal característica é a COMUNICAÇÃO. Provavelmente estes ícones abaixo podem não significar muito para você, mas cada um deles se refere à uma rede social existente no mundo. Figura 16: Ícones das Redes Sociais Fonte: Freepik19 Então ocorre a pergunta: mas para que tantas redes? Simplesmente por que cada uma tem um objetivo específico. Algumas redes sociais servem para facilitar a organização de contatos, outras servem para relacionamentos empresariais, mas a maioria delas serve para facilitar e aproximar as pessoas e com grande horizontalidade,ou seja, a possibilidade de interagir com qualquer pessoa, sendo ela considerada uma celebridade ou uma pessoa comum. Durante o curso utilizaremos o Facebook como rede social preferencial, visto que é a considerada mais popular. O endereço do site é: www.facebook.com A primeira coisa a se fazer quando acessamos o Facebook é o cadastro. Este processo é feito apenas no primeiro acesso. Após realizado o cadastro podemos seguir acessando o Facebook apenas informando nosso endereço de e-mail e a senha recém criada. 19 Disponível em: br.freepik.com 54 Assistente Administrativo Figura 17: Acesso ao Facebook Fonte: Site Como Fazer20 2.9 GOOGLE WORKSPACE: GOOGLE MEET, GOOGLE DRIVE, DOCUMENTOS E PLANILHAS. Com o nome Google Workspace, a empresa Google rebatizou uma plataforma conhecida anteriormente como G Suite. Dessa forma, a plataforma integrou os programas Docs, Agenda, Chat e Meet com o Gmail, além dos recursos do serviço de nuvem da empresa. Com foco no trabalho remoto de equipes, o Google Workspace traz ferramentas colaborativas que permitem que funcionários de uma mesma empresa possam trabalhar em uma planilha, apresentação ou texto compartilhando suas ideias pela sala de bate- papo ou utilizando a conferência de vídeo ao mesmo tempo. Por que o Google Workspace é considerado uma excelente ferramenta de produtividade para o negócio e para as empresas? Os principais pilares do Google Workspace são: a) Dar às pessoas ferramentas para economizar tempo e trabalhar mais rápido; b) Permitir que as pessoas acessem dados e compartilhem ideias; c) Deixar as pessoas trabalharem de forma flexível e colaborativa. 20 Disponível em: www.comofazer.net 55 Informática básica e tecnologias on-line Imagine ter todos os aplicativos favoritos de produtividade, tais como armazenamento, planilhas eletrônicas, formulários, apresentações, editor de texto, agenda, e-mail e etc. Tudo em uma única plataforma. Com o Google Workspace, você tem acesso a tudo isso. Mas não é apenas a quantidade de aplicativos que faz dessa ferramenta uma escolha interessante para uso. Lançado há mais de 12 anos com o nome de Google Apps for Work, o Google Workspace tem um poder de transformar o próprio ambiente de negócios, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de empresas de diferentes portes e segmentos. Ele é considerado multifuncional, ou seja, as empresas o utilizam para organizar tarefas, conectar-se com seus clientes, gerenciar a colaboração em equipe e expandir seus negócios. Google Meet O Google Meet é uma plataforma de videoconferências do Google, pertencente ao Workspace, que oferece planos gratuitos e pagos para criação de reuniões com até 250 pessoas, com duração de até 24 horas, criptografia e uma série de recursos disponíveis. O serviço do Google tem similaridades com programas como o Zoom e o Microsoft Teams, mas busca se diferenciar das rivais por conta da integração com outros serviços do Google. A ferramenta integrada é utilizada para atrair clientes corporativos interessados em pacotes de computação em nuvem para empresas. O Google Meet funciona pela Internet, sendo acessível tanto no computador, por meio do site do serviço no navegador, como pelo celular, por meio de aplicativo próprio. Participantes de uma sessão podem transmitir vídeo e áudio direto de seus dispositivos a qualquer momento, caso desejem interagir com os demais participantes da reunião. Ao hospedeiro da sessão – o usuário que organiza a reunião – cabem alguns poderes de moderação relacionados à sala. Além disso, ele pode compartilhar o conteúdo da sua tela com o restante dos participantes, recurso bastante utilizado por professores que utilizam a plataforma para dar aulas. Principais recursos do Google Meet: O Meet independe de um app próprio instalado no computador. Para ter acesso a uma videochamada, basta inserir o código da sala no site do serviço em um navegador de internet qualquer. Também é possível começar uma reunião virtual de forma gratuita usando apenas um navegador de internet em um computador equipado com câmera e microfone. Uma vez conectado, o usuário tem a opção de permitir a captação de áudio e vídeo, sendo possível permitir ambas as funcionalidades separadamente. Dessa forma, o Meet também pode ser usado para chamadas por voz. Reuniões em planos gratuitos podem durar até 60 minutos. 56 Assistente Administrativo Figura 18. Google Meet Fonte: Meet do Google21 Google Drive O Google Drive é o serviço de armazenamento na nuvem do Google, oferecido tanto em modalidade gratuita como em planos por assinatura. Parte integral de diversos Apps e serviços da empresa, o Drive oferece 15 GB de espaço grátis para que o usuário guarde o que quiser nos servidores e acesse remotamente em qualquer PC ou smartphone com conexão com a Internet. Salvar seus arquivos no Google Drive, por exemplo, é uma forma muito fácil e prática de poupar a memória do seu celular. Como usar o Google Drive: 1. Etapa 1: acessar https://drive.google.com no computador. 2. Etapa 2: fazer o upload de arquivos ou criar novos. Você pode fazer o upload dos arquivos do seu computador. 3. Faça login na Conta do Google com seu nome de usuário e senha. 4. Clique duas vezes em um arquivo. 5. Os arquivos do Documentos, Planilhas, Apresentações, Formulários ou Desenhos Google serão abertos no próprio aplicativo. 6. Você pode ainda criar novos arquivos dire- tamente nele. 7. Etapa 3: compartilhar e organizar arquivos. Figura 19. Google Drive Fonte: Drive do Google22 21 Disponível em: www.meet.google.com 22 Disponível em : www.drive.google.com 57 Informática básica e tecnologias on-line Documentos Um arquivo .DOC é um arquivo de tratamento de texto do pacote Microsoft Office, criado a partir de documentos do Word. Esse termo .DOC diz respeito à forma como um arquivo é armazenado dentro do disco. Ou seja, suas informações e como elas serão armazenadas e, posteriormente, consultadas e visualizadas, são ditadas pelo formato no qual você escolhe salvar o seu arquivo. O programa usado para lê-lo também dependerá disso. Ele pode ser facilmente identificado no final do nome com o qual você nomeou o arquivo, antecedido por um ponto final. O nome de um texto escrito e cujo formato seja DOC, por exemplo, aparecerá desta forma: “nome-texto.doc” O formato de arquivos DOC é de propriedade da Microsoft e usado no Microsoft Word como padrão na gravação de arquivos textos. As versões mais recentes do Word incorporaram a extensão .DOCX como evolução do .DOC, sendo que isto aconteceu a partir da versão 2007 do Microsoft Word. Ao contrário do que acontece com o arquivo tipo .TXT, nele há muitas possibilidades de formatação do texto, inserção de imagem e inúmeros outros recursos. Mas existem outros formatos para arquivos de documentos e vamos destacar abaixo os oito principais: Tabela 6. Principais Formatos de Arquivos 1. TXT O TXT também é uma extensão de arquivos de texto, mas, diferente do .doc ou .pdf, ele é um formato bastante “cru”, ou seja, ele não admite quase nenhum tipo de formatação no texto, a não ser coisas simples como a acentuação das palavras. Curiosidade: Esse é o formato gerado pelo bloco de notas do Windows, por exemplo. O bacana do TXT é que ele pode ser aberto em qualquer tipo de programa, justamente por ter essa simplicidade no tipo de infor- mações que tem. 2. DOC DOC é outro formato de arquivos muito conhecido, próprio do programa Word, da Microsoft. Ao contrário do que acontece com o txt, nele há muitas possibilidades de formatação do texto, inserção de imagem e inúmeros outros recursos. Os documentos gerados pelo Microsoft Word também podem ser salvos com a nomenclatura .docx, mas, se isso acontecer, não se preocupe: a extensão ganhou essa atualização no nome a partir da versão 2007 do programa, mas se comporta de forma similar à anterior. 3. PDF O PDF é o grande herói dos formatos de texto e tem sua razão de ser. Sua siglasignifica Portable Document Format, ou seja, formato de docu- mento portátil. Esse nome se refere à sua principal característica, que é manter a estrutura das suas informações independentemente de onde ele seja aberto. Isso quer dizer que o PDF pode ter sido gerado em qualquer software e ser aberto em qualquer plataforma sem ser desconfigurado. Por isso 58 Assistente Administrativo ele é, hoje, o formato mais usado no compartilhamento de documentos via internet. Pode perceber que, normalmente, a maioria dos arquivos que você recebe on-line tem a extensão .pdf (manuais, notas e recibos, e-books, fichas, orçamentos e etc.). 4. PPT Essa extensão corresponde aos arquivos gerados e editados no Power Point, famoso programa de apresentação de slides. Com ele é possível exibir formas e textos em animações, em slides. Curiosidade: Existe também o formato .PPS, gerado pelo mesmo software. A diferença entre os dois é que o primeiro formato é o editável, e o segundo é a apresentação pronta. Na prática, isso significa que o arquivo .pps é o mais indicado quando você quer compartilhar uma apresentação, já que ele não passará pela página inicial do PowerPoint, que permite visualizar os mecanismos e recursos usados nos slides. 5. JPEG O jpeg é um dos formatos mais comuns que temos no leque de opções, usado tanto na internet de forma geral como nos celulares e câmeras digitais. Ele é um formato de imagem e é conhecido por sua capacidade de compactação. O que o JPEG faz é “comprimir” as imagens e as informações contidas nela. A ideia é gerar um arquivo pequeno, que ocupe pouco espaço. Por isso mesmo, na internet, ele é muito usado, como no Facebook ou sites: eles são menores e, portanto, têm tempo de carregamento reduzido. A desvantagem é que pode haver uma perda significativa de cores e resolução em imagens em JPEG, dependendo do nível de compressão aplicado. Portanto, arquivos desse tipo não são indicados para impres- são em grandes escalas, já que podem prejudicar a visibilidade e quali- dade geral da imagem. 6. PNG O PNG também é um arquivo de imagem, mas ele conta com um incrível atributo: a transparência. Com ele, é possível criar uma imagem ou sím- bolo gráfico com um fundo transparente. Ele também suporta milhões de cores, coisa que o JPEG não faz. Pensemos na criação de logotipos, por exemplo, processo que utiliza muito esse formato. Esses símbolos gráficos são desenvolvidos para serem aplicados por cima de diversas outras mídias ou superfícies: imagens publicitárias, embalagens, entre outros. Para isso, é preciso salvar esse logo de forma que ele não tenha nenhum fundo, assim, o fundo será a superfície ou imagem onde ele está sendo aplicado. Quem permite fazer isso é o PNG. Além disso, a compressão dele não causa perda de qualidade, como no caso anterior. 7. EPS Já o arquivo EPS é usado para trabalhos feitos com vetores. Imagens vetorizadas permitem uma edição e ajustes mais finos e complexos, sem acarretar a perda de qualidade do vetor em questão. A grande vantagem de trabalhar com vetores é justamente essa: é 59 Informática básica e tecnologias on-line possível redimensionar seu design para qualquer tamanho, sem perda de resolução. No processo de criação de logotipos, é essencial ter uma versão do símbolo gráfico vetorizado, assim é possível atender a qual- quer futura demanda de uso que ele possa ter (como a elaboração de uma propaganda em outdoor, por exemplo). 8. PSD, CDR e AI O PSD, CDR e AI nada mais são do que formatos de arquivos editáveis gerados pelo Photoshop, CorelDRAW e Illustrator, respectivamente, sendo o Photoshop e o Illustrator da Adobe enquanto que o CorelDRAW é da Corel Corporations. Planilhas As planilhas eletrônicas são ferramentas computacionais que organizam dados no formato de tabelas (compostas por colunas e linhas horizontais), que organizam informações e são capazes de realizar cálculos de maneira simplificada. Também permitem a análise de dados com ferramentas gráficas, por exemplo. As planilhas eletrônicas servem para comunicar informações de forma clara, precisa e sucinta. Permitem a comunicação de diferentes informações, bem como a manipulação automática destas por meio de fórmulas. Hoje, existem no mercado diversos aplicativos de planilha eletrônica. Os mais conhecidos são Microsoft Excel, Lotus123, OpenOffice.org, o Calc e a planilha do Google. O Microsoft Excel é considerado o principal software para montar as planilhas eletrônicas. O elemento indicado pelo cruzamento entre uma linha e uma coluna chama-se célula. Células são os componentes elementares de uma planilha eletrônica. No Excel podemos inserir três tipos de dados: a) Texto - Dados alfanuméricos, qualquer conjunto de dados que contenham letras, números e quaisquer outros caracteres existentes no teclado. Com texto não se pode fazer cálculos; b) Número - O Excel, sendo um programa cujas funções principais são os cálcu- los, tem neste tipo de dados a sua maior força. Aliás, os dados numéricos são bastante abrangentes: o Excel considera números, datas, horas, percentagens, moedas, fracções e etc; c) Fórmulas e Funções - Se os números eram bastante importantes para o Excel, as funções também o são. É com este tipo de dados que podemos fazer os cálculos. Com as fórmulas utilizamos apenas os operadores matemáticos. As funções são algumas operações já pré-definidas pela Microsoft. Como usar uma planilha eletrônica? 1. Nomeie o arquivo como, por exemplo, “Planilha 1”. 2. Na sequência, vá até a caixa “Inserir” e determine a quantidade de colunas e células da planilha eletrônica. Lembre-se: é preciso ter uma coluna para cada categoria e uma célula para todas as informações. 3. Feito isso, insira todos os dados. 60 Assistente Administrativo Figura 20. Imagem de planilha do Excel Fonte: Microsoft Excel 2021 2.10. INTERNET, INFORMAÇÃO, TECNOLOGIA E GESTÃO. Nunca a máxima “muita informação não significa, necessariamente, informação de qualidade” foi tão real e presente, na vida de todos. No contexto em que uma profusão de buscadores na internet (com destaque para o Google e Yahoo) nos apontam centenas, milhares e até mesmo milhões de citações a respeito de um determinado tema/assunto. Se é verdade que a modernidade nos facilita o acesso à informação, fato é que aumenta a nossa necessidade em lidar com um volume crescente de citações e indicações de resultados para suas buscas de interesse. Os instrumentos de busca on-line também vão se sofisticando com o passar do tempo, e oferecem a possibilidade de um refinamento na busca por esses resultados. Ainda assim, quando buscamos material informativo sobre um termo como “tecnologia”, por exemplo, basta realizar um pequeno teste com a palavra e sentir esta realidade por conta própria. O caminho mais apropriado, especialmente para estudantes e pesquisadores, é o de perseguir o resultado em fontes de referência que sejam confiáveis. Essa confiabilidade está relacionada à respeitabilidade da instituição e às conexões com empresas, organizações, instituições e profissionais que a ela estão relacionados. Não existe uma receita de bolo quando o assunto é a internet. Sendo assim, o exercício desta prática tem que ser uma constante. É verdade que a boa informação, para ser encontrada, precisa estar cercada de cuidados quando realizamos as nossas pesquisas pela internet (ou através de outras fontes). É importante ressaltar que, cada vez mais, estudos, análises e perfis setoriais se tornaram objetos de grande interesse no mercado. Verdadeiros instrumentos de valor para um «mergulho» no panorama de um determinado setor ou área e que, muitas vezes, traduzem o momento como numa espécie de "radiografia" do estágio em que se encontram. 61 Informática básica e tecnologias on-line A Tecnologia precisa considerar a Gestão É possível para as micro e pequenas empresas colocar num segundo plano a necessidade de modernização tecnológica? A resposta é simples: Sim. Mas, apenasse elas querem perder a oportunidade de vencer a batalha pelo seu “market share” (ou sua participação no mercado) em cenários empresariais cada vez mais competitivos. A grande questão passa a ser então: Como a tecnologia tem que ser assimilada para se tornar um diferencial competitivo nas empresas? E a melhor resposta, entre muitas possíveis, talvez seja: entendendo que a tecnologia (seja ela qual for e tenha a aplicação que tiver) não pode prescindir de um bom planejamento do caminho que precisa ser seguido. E do entendimento de qual maneira ela passará a ser administrada. A isso podemos chamar de capacidade de gestão. Muitas empresas, que se viram de frente com a proposta de se modernizar, especialmente em seus métodos de produção (quando são de natureza industrial), suas formas de atuação (quando são de natureza comercial) ou sua abordagem ao consumidor final (quando são empresas de serviços), esqueceram por um momento que, independentemente da área em que atuam, precisam agregar valor de modernidade a totalidade dos setores que dela fazem parte. Uma estratégia pode ser bem-sucedida mesmo que não integre todos os departamentos, divisões, setores ou áreas funcionais? A tecnologia de ponta consegue conviver com uma formação pobre ou a capacitação medíocre de seus funcionários ou colaboradores? Pode a empresa ganhar sobrevida, sem uma visão ampla e objetiva dos desafios impostos pela modernidade por parte de seus gestores e dirigentes? A negativa a todas as perguntas destacadas evidencia as caraterísticas do tempo em que vivemos. A tecnologia sozinha, desacompanhada do rejuvenescimento dos sistemas de gestão, poderá servir apenas ao propósito de construir a ponte do nada, para lugar nenhum. RESUMO • Ao longo da presente unidade tivemos a oportunidade de apresentar os conteúdos básicos para o entendimento do que seja a informática e os principais aspectos para o uso dos computadores, nas principais atividades e funções administrativas consideradas operacionais. • Da mesma forma, conseguimos estabelecer os referenciais de acesso para utilização de computadores, periféricos, sistemas operacionais, programas e aplicativos. Levando em consideração o fato de que esses conteúdos podem ser facilmente sugeridos como contrapartida para aulas práticas que efetivam utilização desses equipamentos tecnológicos. 62 Assistente Administrativo • Por fim, coube a unidade trazer de maneira resumida quais os tipos de ferra- mentas devem ser estudados e trazidos ao conhecimento de seu processo de capacitação complementar. Possibilitando uma adequada atuação profissional em diferentes áreas e, em especial, aquelas em que se faz presente a função de Assistente Administrativo. GLOSSÁRIO Banner: espaço publicitário dentro de uma página da internet. Chat: fórum eletrônico no qual os internautas conversam em tempo real. Download: modo de transferir arquivos, gráficos ou outros dados de um computador para outro. E-mail: correio eletrônico, mensagens enviadas e recebidas via internet. Homepage: página de abertura de um site, pela qual se chega às demais. Html: linguagem padrão de criação das páginas da web. Internauta: navegante da rede. Também denominado de usuário. Link: conexão entre páginas, palavra, fotos ou gráficos em diferentes áreas da internet. Nickname: apelido usado em informática para que o usuário não seja identificado pelos demais. Spam: e-mail enviado a um grande número ilimitado de páginas, que permite acessar aprovação. Espécie de mala direta eletrônica. Url: é o endereço de uma página na internet. Web: forma abreviada para se referir à World Wide Web. Webmaster: responsável pela criação de páginas ou sites na internet. WWW: rede com interface de comunicação gráfica dentro da internet. 63 Informática básica e tecnologias on-line ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Levando em consideração o que foi abordado na presente unidade de conteúdo, qual tipo de conhecimento em informática você considera mais relevante? 2. Qual o significado de Sistemas Operacionais e que nível de importância tem o seu aprendizado para a atuação como Assistente Administrativo nos dias atuais? 3. Com base no que aprendeu, a ideia de que o computador conseguirá substituir o ser humano nas atividades profissionais, conforme apresentado nessa unidade, pode ser considerada real? Justifique de maneira simples a sua resposta. 4. Como você enxerga a importância das redes sociais para a empresa moderna e para seu trabalho? 65 Marketing e empreendedorismo Unidade 3 3.1 CONCEITO DE MARKETING E PRINCIPAIS FERRAMENTAS UTILIZADAS. FUNÇÕES, OBJETIVOS E DIMENSÕES DO MARKETING Marketing e o processo de gestão são responsáveis, tradicionalmente, por identificar, prever e satisfazer de maneira lucrativa as necessidades do consumidor. Segundo definição que vem sendo atualizada pelas duas das principais organizações mundiais no tema, a AMA (American Marketing Association) e o EMI (English Marketing Institute), temos que Marketing é o processo do planejamento e da gestão de conceitos, de forma integrada e complementar, tais como precificação, promoção e distribuição de bens, ideias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos dos indivíduos e das empresas. Ou seja, ainda que o Marketing seja igualmente uma função organizacional que se conecta a diferentes processos para a criação, comunicação e entrega de valor para clientes, é importante para o gerenciamento dos relacionamentos com eles, sempre de maneira a beneficiar tanto a organização como os seus stakeholders. Podemos, assim, entender que o Marketing é a arte de explorar, de criar e entregar valor, de ultrapassar o que seja considerado apenas ordinário (ou comum) num relacionamento efetuado a partir da empresa (ou de um produto ou serviço), de forma a satisfazer as necessidades do mercado e que possam interessar aos seus consumidores. Uma importante função do marketing é criar valor e chamar a atenção do cliente, gerando relações positivas para ambas as partes. O marketing se faz presente nas nossas vidas muito mais do que imaginamos: Faça uma caminhada pelas ruas da cidade, uma busca no Google, ligue a televisão ou o rádio, abra um jornal e você será impactado por alguma ação de marketing. Ao longo desta unidade vamos falar sobre a evolução do marketing, os tipos de marketing, canais, estratégias, ferramentas, habilidades de um profissional de marketing. No que diz respeito ao conceito de marketing, o autor e guru mundialmente conhecido, Philip Kotler (2005, p. 13) diz que “Marketing é a ciência e arte de explorar, criar e proporcionar valor para satisfazer necessidades de um público-alvo com rentabilidade”. 66 Assistente Administrativo Figura 21. Philip Kotler Fonte: Revista Exame23 Como ele foi inteligente ao conceituar algo tão amplo em poucas palavras, não é mesmo? Vamos tentar entender o que nos coloca a American Marketing Association (AMA), que defende que a definição de marketing vem sofrendo mudanças a fim de que seja possível acompanhar o próprio processo de transformação da sociedade – e consequentemente de seus consumidores. Segundo a AMA (2008), “Marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e oferecer trocas com valor para os consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral.” Mais amplo, não é mesmo? O significado de marketing se relaciona tanto a processos como a gestão. Não se define ou circunscreve ao ato de vender um determinado produto ou serviço, mas essencialmente a tudo que se conectar ao (a): 1. Planejamento; 2. Pesquisa; 3. e Posicionamento de mercado. Ou seja, pode-se dizer que o marketing é como uma balança entre o que o cliente quer e os objetivos da empresa. Afinal, um bom marketing precisa gerar valor para ambas as partes: para a empresa e para o consumidor. Vale a pena lembrar também que marketing é uma palavra do idioma inglês, sendo derivada do verbo to market (quenuma tradução livre poderíamos dizer que se trata de “mercadejar”, ou colocar à disposição de uma maneira comercial mais dirigida e inteligente). Por isso, o marketing é muito além de vender um produto ou serviço e engloba também outras atividades relacionadas ao mercado. 23 Disponível em: www.exame.com 67 Marketing e empreendedorismo Confira no infográfico abaixo uma breve linha do tempo da evolução do marketing. Figura 22. Linha do tempo: a evolução do marketing Fonte: ResearchGate24 O marketing, possivelmente, se encontra presente na sociedade desde os seus primórdios, mesmo que antigamente de forma oculta. É possível que muitos comerciantes praticassem um conteúdo ou ideia do marketing sem saber, já que eles definiam seus produtos, seu posicionamento aos clientes, o seu valor de comercialização e ainda a sua forma primitiva de propaganda (o histórico “boca a boca”). Olhando para o passado, quase podemos afirmar que as negociações realizadas entre pessoas existem há muito tempo. Essa ideia então poderia se estender, de certa forma, ao marketing. Mesmo sendo difícil encontrar os registros fidedignos dos primórdios do marketing algum fato que possivelmente tenha sido documentado e registrado formalmente à época, podemos, praticamente, afirmar que a prensa de Gutemberg, criada ainda no século XV, tornando disruptivo o modelo da comunicação da época e facilitando o processo de construção e disseminação do conhecimento, tenha sido uma das invenções que possibilitou o desenvolvimento do marketing. Este texto, inclusive, você só está lendo graças a ele! No passado, jornais e livros precisavam ser escritos e copiados à mão. Algo bem difícil de imaginar, especialmente nos dias de hoje em que o “digital” bate em nossa porta e nem pede mais licença para entrar. É quase certo afirmar que o conceito de marketing como conhecemos nos dias de hoje tenha se instituído a partir da Revolução Industrial, ao final dos anos 1700, quando um modelo de produção massificada se instalou e possibilitou o recrudescimento das práticas de concorrência. O mercado competitivo, com mais de um fornecedor 24 Disponível em: www.researchgate.net 68 Assistente Administrativo vendendo produtos e serviços similares, teria sido o estopim (ou ponto de partida) para que as empresas começassem a ir muito além do objetivo de apenas negociar. Com a concorrência ampla, mais do que nunca era preciso posicionar, precificar e promover o produto antes da venda. Os 4 P’s do Marketing O conceito de 4Ps do marketing foi criado pelo professor Jerome McCarthy e é muito difundido por Philip Kotler. É conhecido também como o mix de marketing, e representa os quatro pilares básicos de qualquer estratégia de marketing. Figura 23. Os 4Ps do Marketing Fonte: Neil Patel25 Uma vez que o Marketing é a forma que uma empresa tem de se comunicar com seus consumidores, clientes, parceiros e com a sociedade em geral, é natural que exista muitas formas de desenvolver essa comunicação, tanto no que diz respeito às estratégias, quanto em relação ao formato ou ao meio em que essa comunicação é desenvolvida. 3.2 EVOLUÇÃO DAS FILOSOFIAS DE MARKETING. MARKETING VOLTADO PARA O VALOR. A seguir, vamos ver os principais tipos de Marketing que existem e quais são as principais características de cada um deles. 3.2.1 Marketing Digital Hoje em dia, a internet está incorporada à nossa vida de tal maneira que é quase impossível fazer qualquer coisa sem ela. Desde coisas simples, como obter o telefone da pizzaria, até coisas complexas, como realizar pesquisas de opinião pública ou desenvolver um software de gestão de projetos, quase tudo passa pela internet. Não à toa, é cada vez mais difícil ver as pessoas desconectadas de seus celulares, com a internet ao alcance dos dedos. E se nossa vida já não é mais a mesma com a internet, o mesmo se pode dizer do processo de compra. É muito comum procurarmos produtos e serviços que queremos na internet, seja para pesquisar os melhores preços (quando já sabemos o que queremos), para buscar informações sobre determinado produto ou serviço (quando ainda estamos estudando 25 Disponível em: www.neilpatel.com 69 Marketing e empreendedorismo a possibilidade de compra), ou mesmo descobrir mais sobre um problema que temos (quando ainda nem sabemos qual solução poderá nos ajudar). A isso tudo chamamos de Marketing Digital: um conjunto de informações e ações que podem ser feitas em diversos meios digitais com o objetivo de promover empresas e produtos. Figura 24. Marketing Digital Fonte: Sebrae26 Apesar do grande número de possibilidades de aplicações do Marketing Digital, existem aquelas estratégias/técnicas que se destacam por serem usadas pela grande maioria e trazer normalmente resultados positivos. São elas: • Marketing de Conteúdo • E-mail Marketing • Redes Sociais • Otimização de Conversão – CRO • Marketing de Busca – SEM. Marketing de Conteúdo é a estratégia de produzir conteúdo para seu público- alvo, que o auxilie em todo processo de compra e o atraia para você de forma natural e espontânea. É o combustível do Inbound Marketing. A ideia consiste em informar as pessoas para fazer com que futuramente elas não só respeitem a sua marca e a tenham como referência, mas também se tornem clientes de sua empresa. Importante dizer que Marketing de Conteúdo sem uma estratégia bem arquitetada não é o suficiente para gerar o máximo de resultados. O método tem resultados comprovados, mas é preciso disponibilizar um tempo para planejamento e estratégia. 26 Disponível em: www.sebrae.com.br 70 Assistente Administrativo Existem várias formas de aplicar e executar uma boa estratégia de Marketing de Conteúdo. Algumas formas podem ser: • Blog; • Conteúdos ricos; • Vídeos; • Redes Sociais; • E-mail Marketing. Como você pode perceber, Marketing de Conteúdo não é só escrever um texto em um blog ou criar um post no Facebook e aguardar que os resultados apareçam de forma mágica em sua mesa. Você precisa pensar o que escrever, quando publicar, em qual canal promover, qual formato usar, qual persona atingir e qual resultado pretende alcançar. 3.2.2 Inbound Marketing O principal objetivo do Inbound Marketing é atrair e fidelizar clientes. Em português livre, Inbound Marketing quer dizer marketing de atração, ou seja, a ideia principal não é ir atrás do cliente, e sim despertar o interesse dele para que ele venha até você e se interesse pelo que a sua empresa oferece. Essa atração é conquistada através de conteúdos de qualidade para o seu público. Sendo a produção de conteúdo o principal combustível para o Inbound, é necessário que esse conteúdo seja de qualidade e que comunique com as pessoas certas. Assim como a ideia principal é atrair o público e despertar nele um interesse genuíno nos produtos ou serviços da empresa, é preciso entender bem quem é esse público. Ou seja, primeiro saber quais são seus interesses, dúvidas e desafios, para então oferecer materiais/conteúdos que o ajude a resolver os problemas que tem ou o faça enxergar uma oportunidade ainda não vista, onde a solução é exatamente o serviço/produto que a sua empresa oferece. Figura 25. Inbound Marketing Fonte: Trama Digital27 27 Disponível em: https://trama.digital 71 Marketing e empreendedorismo 3.2.3 Outbound Marketing O Outbound Marketing, ou o marketing tradicional, por sua vez, tem como principal objetivo trazer clientes oferecendo serviços ou produtos. A ideia é ir atrás do cliente de forma ativa e não necessariamente gerar o interesse genuíno desse possível cliente na sua empresa. Esse tipo de marketing cresceu muito com o uso de propagandas no rádio, TV, jornais, revistas, mala direta, cartazes, patrocínio de eventos, enfim, nos meios mais tradicionais de publicidade. Mas, além desses meios, podemos encontrar o Outbound no meio digital também. Você provavelmente já foi interrompido por uma propaganda enquanto assistia a um vídeo na internet, certo?Banners, e-mails em massa e pop-ups são alguns tipos de publicidade presentes nessa metodologia. O investimento no Outbound difere bastante do Inbound pois as mídias são bem mais caras. No Outbound, se, por exemplo, você precisar cortar o investimento de uma hora para outra, você “some” da mídia. Isso é algo que não acontece no Inbound, já que seus conteúdos continuam na internet e podem ser acessados a qualquer momento. 3.2.4 Marketing de Relacionamento Marketing de Relacionamento engloba estratégias de construção e disseminação de marca, prospecção, fidelização e criação de autoridade no mercado. O objetivo do relacionamento é conquistar e fidelizar clientes, além de fazer com que eles se tornem defensores e divulgadores da marca. Outro objetivo é tornar-se uma referência no mercado, principalmente pelas boas experiências oferecidas ao usuário. Para conseguir tudo isso, a empresa basicamente cria um relacionamento em que oferece vantagens para seus clientes e prospects. Empresas como a Apple entendem muito bem o que é fazer isso e, por essa razão, têm legiões de fãs. E, como você pode perceber, o resultado é muito maior do que parece: um cliente satisfeito se reflete nas vendas, no faturamento e na sobrevivência da sua empresa. Figura 26. Marketing de Relacionamento Fonte: Midiapost28 28 Disponível em: www.midiapost.com.br 72 Assistente Administrativo 3.2.5 Marketing de Produto O Marketing de Produto é o segmento do Marketing que lida com a divulgação e comercialização do produto propriamente dito para potenciais clientes, clientes recorrentes e etc. O Marketing de Produto também é o responsável por apresentar um novo produto da empresa ao mercado. O foco aqui é conectar o produto da empresa com as pessoas, encontrando o público ideal deste produto. Entre algumas funções desse segmento do Marketing estão: • Posicionamento do produto; • Criar a mensagem da empresa sobre o produto; • Desenvolver o diferencial competitivo do produto, frente aos concorrentes; • Alinhamento entre as equipes de Vendas e Marketing. Em geral, fala-se em 7 estágios do Marketing de Produto: desenvolvimento do perfil dos consumidores; posicionamento e mensagem; educação da empresa sobre o posicionamento mensagem; desenvolvimento de um plano de lançamento; desenvolvimento de conteúdo para o lançamento; treinamento da equipe; lançamento. Figura 27. Marketing de Produto Fonte: Rockcontent29 3.2.6 Marketing de Guerrilha Marketing de Guerrilha é uma estratégia utilizada por empresas que desejam promover produtos e serviços de forma pouco convencional. É uma tática alternativa, feita para criar uma experiência memorável no consumidor. Para uma campanha de marketing de guerrilha ser bem-sucedida, não é necessário gastar grandes quantias em dinheiro. Mais importante é ter criatividade e energia. É por isso que ações desse tipo são feitas muitas vezes em lugares públicos, de grande circulação de pessoas, como shopping centers, parques e praias. 29 Dispónível em: www.rockcontent.com 73 Marketing e empreendedorismo 3.2.7 Marketing Viral Podemos definir Marketing Viral como qualquer estratégia de marketing que tem como objetivo explorar as conexões entre as pessoas para se espalhar e viralizar. É considerada uma técnica com custos menores que as ações tradicionais, pois a mídia utilizada é o próprio público-alvo. Provavelmente você já foi impactado por uma campanha de marketing que viralizou, ou seja, que foi compartilhada por tantas pessoas e se espalhou pelas rodas de conversa e pelas timelines. Figura 28. Marketing Viral Fonte: Resultados Digitais30 3.2.8 Marketing Empresarial Marketing empresarial é o conjunto de todas as ações de marketing que são aplicadas no dia a dia de um negócio, com o objetivo de captar novos clientes e também atender as demandas dos clientes atuais, seus colaboradores e a sociedade. Essas ações podem ser consideradas como uma ferramenta a fim de encontrar estratégias e soluções para a melhoria contínua no desempenho da empresa. Por esse motivo, deve ser aliada à busca por inovação e comprometimento de todos os colaboradores que estão envolvidos nessas ações. E por falar em comprometimento de colaboradores, o marketing empresarial depende muito da união entre eles para que consigam atingir seu objetivo principal, pois este apresenta uma estrutura complexa e sua execução só funcionará com a ação de todos os envolvidos. O marketing empresarial vem se mostrando cada vez mais necessário por inúmeros motivos. Dentre eles temos a globalização e a mudança da forma de interagir do consumidor com as empresas, independentemente de seu mercado de atuação. 3.2.9 Endomarketing Uma vez que o Marketing é a comunicação da empresa com o mercado, o Endomarketing nada mais é do que o Marketing feito internamente, para os próprios funcionários da empresa. 30 Disponível em: resultadosdigitais.com.br 74 Assistente Administrativo Em outras palavras, esse segmento utiliza estratégias do Marketing tradicional para vender a imagem da empresa e dos produtos para seus próprios colaboradores, a fim de engajá-los para se tornarem embaixadores da marca. Essa é uma estratégia que pode ser aliada do Departamento de Recursos Humanos, pois tem um papel muito importante para o público interno. O objetivo é integrar as relações entre empresa e funcionários por meio de uma comunicação uniforme, compartilhando a cultura da empresa com todos. Figura 29. Endomarketing Fonte: umb.digital LEMBRE-SE Acesse quando possível o www.administradores.com.br. 3.2.10. Contexto atual e desafios ao Marketing Tabela 7. Ambiente Social, Político e Econômico Atual Taxas mundiais de crescimento Em sua grande maioria, muito baixas ou negativas; Endividamento Interno das nações desenvolvidas (e externo das outras) Novos atores internacionais e “maturidade” dos Blocos Econômicos Surgimento e conflito– e diferenciação entre os chamados BRIC´s Conflitos De escala e ordem mundial Instabilidade Social e Política Em todo o mundo, agravada pela Pandemia Global do Covid19 a partir de 2020 (especial- mente no Brasil) Fonte: Elaborado pelo autor. http://www.administradores.com.br/ 75 Marketing e empreendedorismo Qual o impacto direto do Ambiente nas Empresas? • Mudança nos paradigmas de Marketing, de Gestão e da Cultura Organizacional; • Nova dinâmica das negociações (locais, nacionais, regionais, internacionais); • Transformações em consumidores e no perfil dos “produtos mundiais”; • O impacto provocado pela VELOCIDADE das mudanças e a TD- Transformação Digital; O grande desafio da Gestão do Marketing A empresa sabe lidar com a mudança, não consegue é entender a VELOCIDADE da mudança. O sucesso é, na maior parte das vezes, uma anomalia na organização (moderna) do pós-guerra. (Peters, T. J., & Waterman, R. H., 1982, p.30) Os Novos paradigmas (nem tão novos assim) OUT’s: Administrador - Benchmarking – Custo & Qualidade – Gerência por Objetivos - Joint Venture - Políticas – Profissional – Terceirização - Escritórios Inteligentes – Terroristas. IN’s: Tecnólogo - Inteligência Competitiva - Disponibilidade - Gerência pela mudança - Empresa virtual - Flexibilidades - Empreendedor - Aliança Estratégica - Home Office - Apóstolos. Fonte: Esteves, J.L., RJ. et Kempenich, M., FGV Management, 2005, p.20.. 3.3 CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO. O INTRAEMPREENDE- DOR. A TEORIA VISIONÁRIA DE FILLION. TIPOS DE EMPREENDE- DORES: CORPORATIVO, EXTERNO E SOCIAL. Falemos agora sobre Empreendedorismo. O que define o dicionário AURÉLIO? 1. Qualidade ou caráter do que é empreendedor; 2. Atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de orga- nização e administração” (AURÉLIO, 2021). E o que nos sugere a ideia postulada por Séneca? “Muitas coisas não ousamos empreender por parecerem difíceis; entretanto, são difíceis porque não ousamos empreendê-las”(SÉNECA)31 Qual seria então o melhor conceito para “Empreender”, hoje? Empreender não significa somente a ação prática de criar um negócio próprio. Transita com a atitude de inovar, de transformar ideias em realidades. 31 Disponível em: https://bit.ly/3xPJXdI (Acesso em 10/11/2021). 76 Assistente Administrativo Caracterizando a relação entre Empreendedorismo x Marketing Com a globalização da economia, no interesse de maior competitividade, é imprescindível para o empreendedor/administrador buscar apoio em informações para agregar valor ao negócio, fortalecer a percepção de qualidade e conquistar novos mercados – consolidando o existente. Empreendedorismo x Marketing Nesta direção, entender melhor como INOVAR e EMPREENDER contribui para transformar uma Vantagem Competitiva num autêntico Diferencial Competitivo. Figura 30. O Filosofo Séneca32 Fonte: Sabedoria & Cia33 Filosofia: O que é? O conjunto de crenças, motivações básicas e valores que o indivíduo agrega ao longo de sua vida. Política: O que é? Conjunto de regras e/ou enunciados que orientam a tomada de decisão. No ambiente empresarial, a Filosofia da empresa também é reconhecida pelos nomes de Ideário ou Macropolítica. Sendo assim, Política Empresarial é melhor entendida como a espinha dorsal que permitirá materializar as definições estratégicas estabelecidas pelo planejamento para a empresa, seus produtos e serviços. E qual seria a relação entre esses conceitos com os termos Filosofia e Estratégia? • Estratégia: É aquilo que tem impacto global e afeta a organização em seu todo. 32 Lúcio Aneu Séneca (português europeu) ou Sêneca (português brasileiro) (em latim: Lucius Annaeus Seneca; Corduba, 4 a.C. — Roma, 65) foi um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império Romano. Conhecido também como Séneca (ou Sêneca), o Moço, o Filósofo, ou ainda, o Jovem, sua obra literária e filosófica, tida como modelo do pensador estoico durante o Renascimento, inspirou o desenvolvimento da tragédia na dramaturgia europeia renascentista. 33 Disponível em: www.sabedoriaecia.com.br 77 Marketing e empreendedorismo E qual a relação entre esses conceitos com os termos Política e Tática? • Tática: É tudo aquilo que afeta apenas parte da organização, suas divisões ou setores. A teoria visionária de Filion. Ser visionário é uma característica empreendedora, mas também pode ser uma boa habilidade a ser adquirida por diversos profissionais de variadas atividades e negócios. Após o Empreendedor identificar uma oportunidade de negócio, ele desenvolve uma visão, ou seja, desenvolve a ideia de abrir um negócio. Por sua vez, visão é definida por Filion (1988) como “uma imagem, projetada no futuro, do lugar que o empreendedor deseja que seu produto venha a ocupar no mercado.” O empreendedor visionário é aquele que consegue antecipar e às vezes até criar tendências, apostando em produtos e serviços à frente do seu tempo ou dando roupagens completamente novas a coisas que já existem. Steve Jobs, fundador da Apple, é um exemplo. O mais relevante estudo sobre o tema é a Teoria Visionária de Louis Jacques Filion (2000) que evidencia a visão do empreendedor. É, também, uma imagem do tipo de empresa necessária para alcançar esse objetivo. Resumidamente então, visão refere-se à onde o empreendedor deseja conduzir seu empreendimento. Ainda, segundo Filion (1999, p. 19), um dos principais disseminadores do empreendedorismo, “um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. É alguém que inova, busca oportunidades e que assume riscos. Alguns elementos, portanto, para empreender se tornam referenciais e demandados: • Persistência; • Cálculo de riscos; • Preocupação com qualidade e eficiência. Figura 31. Teoria visionária de Filion Fonte: HEG34 34 Disponível em: www.heg-fr.ch http://www.heg-fr.ch 78 Assistente Administrativo Quadro: Definindo a melhor Estratégia para Empreender em Negócios Estratégia de Diversificação Consolidar, preferencialmente em matriz, o cruzamento “Mercados x Serviços/Produtos”, levando-se em considera- ção o agrupamento de novos e atuais, valorando o fato do(s) serviço(s) apresentar(em), ou não sinergia tecnológica. Estratégia de Sobrevivência Ênfase em institucionalização/ reconstrução Estratégia de Crescimento Ênfase em recursos físicos/ materiais Estratégia de Desenvolvimento Ênfase em recursos humanos e tecnológicos Fonte: Elaborado pelo autor. O ABC da Inovação do Empreendedorismo (e intraempreende- dorismo) na Pequena Empresa Inovar e Empreender, eis a questão! Formulada na essência do grande desafio que reveste cada uma destas propostas – diferentes em suas raízes ainda que complementares em suas concepções – a dúvida quase já não existe mais. Tal a certeza que a visão da inovação e do empreendedorismo reveste-se, a cada dia, do motor imaginado, perfeito – que impulsiona os negócios, as pessoas e, por que não dizer, a própria existência das empresas. Inovar e empreender, antes virtudes, transitam agora na dimensão mais concreta da mente empresarial. Existe um hiato entre a constatação de que este motor é necessário e a capacidade real que cada organização – em especial de pequeno porte, tem para colocá-lo em funcionamento. Ao aplicarmos algumas ferramentas ou técnicas conhecidas em administração, se torna mais fácil demonstrar para gestores esta realidade. Se formatarmos uma pequena matriz, trabalhando eixos de inovação com habilidades gerenciais, por exemplo, conseguimos identificar que o empreendedor se localizará no quadrante que expressa o encontro de seus níveis mais altos. E, por conta disso, nos colocamos de frente ao maior de todos os desafios: como migrar do lugar comum – da zona de conforto de atuação de pessoas e das próprias empresas – para este espaço desejado? A proposta de inovar e empreender (em qualquer nível) passa antes pelo entendimento de que planejamento e estratégia são coisas muito, mas muito necessárias. E igualmente sérias. 79 Marketing e empreendedorismo Figura 32. Inovação e Empreendedorismo Fonte: Sebrae35 Não se pode – ou melhor, não se deve – imaginar que este motor é consequência apenas de ideias novas e da criatividade que imaginamos ser proprietários, únicos e exclusivos. Pode até ser verdade que, alguns exemplos bem-sucedidos de inovação e empreendedorismo que possamos listar, tenham sido o primeiro fruto desta árvore da imaginação humana. Mas, verdade seja dita, colocar em prática a visão criativa – sobre a forma de um novo produto ou serviço, por exemplo, requer na quase totalidade das vezes, muita concentração, dedicação e esforço. A parte importante deste processo diz respeito à dimensões do planejamento das pequenas empresas, que deveriam ser reestruturadas de maneira proativa, moldando-se de forma contínua às características do ambiente no qual estas se encontram inseridas. A boa notícia de que podemos inovar e empreender, de modo a conferir significado a algo que seja criativo, é sempre companheira mais próxima da que anuncia em alto em bom som: não se pode tornar concreta uma boa ideia sem que exista disponibilidade, capacitação e trabalho árduo. Muito trabalho. SAIBA MAIS • Inovar e Empreender. Até que ponto estes conceitos conseguem ser compreendidos - de verdade, no âmbito das micro e pequenas empresas? • Será que tais empresas conseguem agregar o valor da dimensão inovadora para seus produtos, serviços ou modelos de gestão, tornando-se mais competitivas? Sabemos que o ambiente externo da organização é pródigo em ofertar, de maneira incessante, um enorme conjunto de definições e conceitos sobre os temas. Da mesma forma em que tais definições e conceitos acabam por refletir, em boa parte, percepções pessoais e profissionais, além de toda a sorte de “achismos” possíveis, empurrando o empreendedor para o limite da dúvida e não do esclarecimento. 35 Disponível em: sebraeinteligenciasetorial.com.br 80 Assistente AdministrativoA grande contribuição do empreendedor ou agente de inovação passa a ser confirmada nesta possibilidade de ajudar as empresas a frear o consumismo de “ideias”, apoiando-as na construção de sua própria “inteligência corporativa”. Figura 33. Inteligência Competitiva Fonte: Intelligence Hub36 Isto significa, por exemplo, promover uma freada na busca da novidade pela novidade pura e simplesmente, reorientando seus líderes e colaboradores para um retorno a agenda do óbvio. Não existe checklist melhor para o diagnóstico empresarial do que conferir se – em meio ao grande volume de informações que cruzam os seus diferentes setores/ departamentos/divisões – a empresa conseguiu subir, ao menos, um degrau naquilo que melhor poderia descrever a sua cultura interna. E ainda, se esta subida providencial para a antessala da ação inovadora, conseguiu promover de forma organizada, metodológica e sistêmica, uma mobilização para a qualidade que o ambiente inovador pode proporcionar a empresa nesse contexto. É comum para a inovação e o empreendedorismo corporativo encontrar, como seu maior obstáculo, um ambiente de inteligência que reforça antigas premissas e se fundamenta mais nos chamados "mitos empresariais" do que em uma arquitetura organizacional de valor para a consecução dos objetivos propostos por seu planejamento e estratégia. Um conhecido guru americano da administração, Kevin Clancy (1987, p.120), em seu trabalho intitulado “Marketing Suicida”, de maneira simples e direta, complementa que “por desconhecimento, ou por seguir os mitos empresariais, o empreendedor consegue, involuntariamente, destruir os esforços de inovação daquilo que, de outra forma, poderia vir a ser um bom produto, serviço ou empresa”. Seja qual for a referência, o importante é orientar – especialmente nas micro e pequenas empresas – que a sua agenda do óbvio seja construída de maneira que o entendimento sobre inovação e empreendedorismo seja algo que consiga ser internalizado por todos. Respeitando, inclusive e principalmente, os níveis de entendimento que cada um consegue alcançar. 36 Disponível em: intelligencehub.com.br 81 Marketing e empreendedorismo Não existe uma única “receita de bolo”. Isso significa, portanto, que trabalhar a cultura organizacional, de maneira a graduar o entendimento sobre a gestão do conhecimento – que, em última análise, é a porta que se abre para a atitude e a ação inovadora, não é privilégio de alguém que expressa a sua percepção ou experiência, sem o delivery apropriado as especificidades da empresa, tais como sua área de atuação, a sinergia tecnológica de seus produtos ou serviços, seu estágio de desenvolvimento, seus sistemas de gestão entre outros possíveis pontos de interesse. Trabalhos sobre Inovação, Empreendedorismo Corporativo, Inteligência Competitiva, Gestão do Conhecimento, entre outros temas afins, existem, podem e devem ser lidos. E com isso, permitem que o pesquisador, consultor ou agente da inovação se promova a um novo estágio de conhecimento (com a visão e horizontes ampliados) e assim realize um upgrade no foco de suas orientações. Inovação e Empreendedorismo: O que é isso? Inovar e Empreender. Nunca se ouviu falar tanto - e se viu ao mesmo tempo - sobre estes temas no Brasil (e no mundo), como ouvimos e vimos hoje em dia. Trata-se de um verdadeiro desafio definir o que, entre tantos conceitos, parece ser ora algo de natureza mais simples, ora mais complexo. SAIBA MAIS A bem da verdade, um passeio rápido no grande mestre Aurélio nos oferece uma “pista” ou dica importante (e hoje nem precisa se retirar da estante o tradicional “companheiro”, pode se permitir uma consulta rápida, para facilitar em http:// www.dicionariodoaurelio.com) • Inovação s.f. Ação ou efeito de inovar. / Introdução de alguma novidade na legislação, nos costumes, na ciência, nas artes etc.; seu resultado: os velhos desconfiam das inovações; feliz inovação. / Renovação: inovação de prazo. • Empreender v.t. Tomar a resolução de fazer uma coisa (de certo vulto) e começá-la: empreender um trabalho. Tomando por base estas definições - sempre o melhor ponto de partida para fundamentar qualquer novo caminho ou percurso do conhecimento que pretendemos vislumbrar, vale a pena ousar uma pequena contribuição pessoal. Inovar e Empreender, na verdade, devem ser considerados como fatores preponderantes para, no curso das transformações e mudanças que vivemos, nos tornarmos mais aptos para enfrentar os desafios impostos pela modernidade. E a modernidade poderia ser considerada - igualmente, como algo que o dia de hoje nos trouxe que já é diferente do que foi trazido ontem. E que poderá ser ainda mais diferente no dia de amanhã. No âmbito da administração e da gestão, por exemplo, que são áreas bem situadas para a discussão que engloba a necessidade de compreender a inovação e o empreendedorismo, http://www.dicionariodoaurelio.com/ http://www.dicionariodoaurelio.com/ 82 Assistente Administrativo com os reflexos que sofremos - claro, da evolução tecnológica, Peter Drucker (1982, p.35) nos aponta mesmo que as “As tradicionais premissas da administração evoluíram para novas premissas...”, ou seja, que temos que abraçar o entendimento do novo para tornar as empresas - e profissionais mais capazes de alcançar o sucesso em suas áreas de atuação. Por que será que ainda falhamos muito, então? Seria uma dificuldade de visão? Ainda que a receita estivesse bem encaminhada por Theodore Levitt (em seu trabalho Miopia em Marketing), à disposição desde o início dos anos 70, fato é que muitas empresas (e profissionais) amargam com a tal miopia - na prática traduzida como uma incapacidade de focar objetivamente seu negócio no ambiente em que ele se encontra. Figura 34. Miopia em Marketing Fonte: Nova Escola de Marketing37 E os resultados estão, estes sim, bem ao alcance da visão: prejuízos, concordatas, falências... Mas, para nossa sorte, podemos aprender com os erros. E devemos. Sendo assim, ao perceber que o negócio é um desafio, temos tanto que estar de olhos bem abertos para questões como produto, serviços, ambiente, dimensão, projetos, estratégias e marketing, por exemplo, como para inovação e empreendedorismo. Isto não assegura, automaticamente, que sempre seremos bem sucedidos, é claro. Mas nos permite ampliar a nossa capacidade de distinguir as prioridades, quando estamos de frente para o desafio. O que já é, em si, um grande diferencial competitivo. Os 3 questionamentos básicos do Empreendedorismo • Qual a visão do Empreendedor? • Empreendedorismo pode ser aprendido? • Quais as habilidades e conhecimentos necessários para empreender? 37 Disponível em: novaescolademarketing.com.br 83 Marketing e empreendedorismo Figura 35. O Plano Histórico do Empreendedorismo Fonte: Amazon38 As 5 características fundamentais dos Empreendedores 1. Persuasão. Os empreendedores que possuem esta característica se destacam dos demais por sua capacidade de convencimento. São capazes de mudar opiniões, comportamentos e mesmo crenças de outras pessoas. 2. Liderança. Bons líderes são aqueles que tem visão de futuro e sabem o que fazer para alcançar o sucesso. 3. Responsabilidade Pessoal. As pessoas que são responsáveis olham os obstácu- los como se fossem parte do processo e, em vez de desistirem, são motivados pelos desafios. 4. Foco Definido. Empreendedores precisam seguir os seus objetivos, mas sem deixar a missão ou os valores da empresa de lado. 5. Habilidades Interpessoais. Essas habilidades são consideradas “a cola” que man- tém as outras quatro em conjunto. Ela inclui a comunicação eficaz, a construção de contatos profissionais e um bom relacionamento com pessoas de todas as origens, crenças e estilos. LEMBRE-SE Por que empreender hoje no Brasil? Principalmente porque empreender em tempos de crise pode ser um bom negócio. Modelo de Ferramenta para Ideias Inovadoras e Negócios Empreendedores39 Acesse o link para obter gratuitamente:https://drive.google.com/file/d/ 162VWl1HBF87xwMfhVCmfS_nh26mcRAQF/view?usp=sharing. 38 Disponível em: http://s3.amazonaws.com/ 39 Desenvolvida para publicação autoral do Prof. José Luiz Esteves (jlestevesbr@gmail.com). https://drive.google.com/file/d/162VWl1HBF87xwMfhVCmfS_nh26mcRAQF/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/162VWl1HBF87xwMfhVCmfS_nh26mcRAQF/view?usp=sharing http://s3.amazonaws.com/ 84 Assistente Administrativo Como mobilizar as micro e pequenas empresas para a Inovação? Esta pergunta tem uma resposta: já é realidade! Não existe na empresa, caminho melhor para enfrentar os desafios impostos por mercados cada vez mais competitivos, do que tornar-se inovadora. Se é assim, por que tanta dificuldade? O que faz com que, ano após ano, empresas nascentes, já existentes ou veteranas, continuem a esbarrar com as dificuldades de cenários corporativos conhecidos – em que os resultados negativos acabam sendo consequência da sua própria incapacidade de incorporar uma cultura empreendedora, capaz de guiá-la (e a seus resultados) na direção do sucesso? Theodore Levitt, um grande guru da administração moderna, nos fala ainda na década de 70, em seu famoso “Miopia em Marketing” (publicado pela Harvard Business Review), que faltava a empresa “focar” no correto posicionamento do seu negócio. Desde aquele momento, uma reflexão foi lançada, no sentido de demonstrar aos gestores das organizações de negócios – especialmente as do setor industrial, que uma revisão sensata e pautada tanto nos objetivos estratégicos, quanto na própria visão que tinham a respeito de suas empresas talvez fosse necessária. O que fez então, grande parte deles a respeito? Absolutamente nada! Pelo menos, é isso que nos sugerem os resultados negativos que empresas de todos os portes e áreas de atuação obtiveram – anos ou décadas mais tarde, simplesmente porque desconheciam o que eram, por definição. E, ao não saber quem sou, como posso propor a melhor estratégia? Figura 36. Intraempreendedorismo Fonte: Sistema OCB-ES Mais tarde, seguramente, eles tornar-se-ão seus maiores incentivadores e executores. Quando trazemos a questão do empreendedorismo e da inovação para dentro de nossos muros, é necessário que tenhamos condições de trabalhar um amplo espectro 85 Marketing e empreendedorismo de mobilização que percorra a organização em todas as direções, como numa rosa-dos- ventos da modernidade empresarial. É mais do que necessário que os gestores não apenas apresentem a proposta de inovação, mas que antes despertem a atenção de todos os seus colaboradores (internos e externos) no sentido dos benefícios que a inovação vai trazer, de forma a torná-los os próprios "coautores" desta mesma proposta, em seus setores, departamentos, divisões. Para que isso ocorra, não existe, como sempre, uma “receita de bolo”, para alcançar o sucesso absoluto desta proposta na empresa. Entretanto, alguns passos neste sentido são possíveis – especialmente nas micro e pequenas empresas, uma vez que elas, em geral, possuem uma estrutura menos rígida e hierarquizada do ponto de vista organizacional. Ainda que isto não elimine a possibilidade de existirem ruídos no processo de comunicação (que dará sustentação a esta mobilização pró-inovação) e que os fluxos da informação (formal e informal) no Sistema Integrado de Gestão tenham que ser identificados e mapeados, a fim de propor alternativas para minimizar e eliminar estes gargalos interdepartamentais ou setoriais. O estímulo aberto, transparente e direto do(s) gestor(es) na promoção de uma cadeia de valor interna para a inovação, acabará por se tornar seu principal recurso para acomodar de maneira colaborativa, todas as contribuições que sejam feitas, no sentido de facilitar a subida de mais um degrau na cultura empreendedora da empresa, e, consequentemente, promover a visão de como a inovação é fundamental para o sucesso. GLOSSÁRIO Automação de Marketing: Ações de marketing realizadas, de maneira parcial ou totalmente automática, através de ferramentas específicas. É utilizada para facilitar o trabalho e aumentar os resultados. Um bom exemplo dessa automação é a nutrição feita através de e-mails. Benchmarking: A palavra vem de benchmark, expressão também inglesa, que significa “referência”. Ou seja, é o processo de buscar e analisar práticas que estão sendo adotadas por empresas do mesmo segmento da sua. Com base nesse estudo, você define o que pode aplicar no seu negócio para ter um desempenho ainda melhor. Brainstorm: Técnica para buscar soluções criativas para problemas ou elaborar ideias coletivamente. Brand: Marca, nome. Endomarketing: Marketing interno. Utilizado para motivar, educar e aumentar a produtividade e o bem estar dos funcionários. Inbound Marketing: É o mecanismo de entrada do marketing digital que tem por objetivo fazer ou atrair o cliente até chegar à empresa, ou ao produto desejado, e não ao contrário. As formas mais conhecidas são marketing de conteúdo para sites, blogs e mídias sociais. MEI: Sigla referente a Micro Empreendedor Individual. É a condição de grande parte dos empreendedores brasileiros, que trabalham por conta própria e se firmam como empresários após trabalho árduo e muitos desafios. 86 Assistente Administrativo Mentor: É a figura mais importante para empreendedores que estão começando os seus negócios, mas que ainda lidam com a falta de conhecimento, insegurança e desafios do mercado. O mentor é responsável por orientar as melhores decisões, propor ideias inovadoras e estruturar o plano de negócios. Networking: De uma maneira simples, é a rede de contatos e relacionamentos que os empreendedores conseguem manter com profissionais, fornecedores e potenciais clientes que podem beneficiar o seu negócio. É um dos termos mais importantes do glossário do empreendedorismo e um dos impulsos que as startups e microempresas precisam para o seu crescimento. Outbound Marketing: Contraponto ao Inbound Marketing. Além de práticas de marketing tradicional como comerciais de TV, outdoors e rádio, o outbound também faz parte de estratégias de marketing digital como os e-mails e links patrocinados. Stakeholder: O termo foi criado para designar pessoas que tenham algum tipo de interesse no seu negócio. Podem ser investidores, acionistas, clientes, órgãos de governos, dentre outros grupos. Quanto mais stakeholders uma empresa tem, maior é a sua visibilidade. Startup: De maneira bem simples, as startups são empresas em estágio inicial, mas com grande potencial para crescer e escalar seu negócio. Não necessariamente se exige de uma startup ser da área de tecnologia ou ter um negócio digital, mas ela deve ter na essência a inovação constante. RESUMO • Ao longo da presente unidade tivemos a oportunidade de apresentar os conteúdos básicos para o entendimento do que é o marketing e o empreendedorismo, e o que relaciona aos principais aspectos da estratégia de profissionais, empresas ou organizações nesse sentido. • Da mesma forma, conseguimos estabelecer os referenciais de acesso facilitado- res para despertar a atenção e o desejo do cursista, levando em consideração o fato de que esses conteúdos podem ser facilmente sugeridos como alicerces para a jornada em novos e diferentes projetos de formação continuada, uma vez que estejam disponibilizados pelo IFSULDEMINAS nos diferentes Municípios do Estado onde os alunos cursistas se encontrem, acessando o conteúdo do presente material. • Por fim, coube a unidade trazer, de maneira autoexplicativa, quais as características fundamentais para despertar o empreendedorismo e/ou o intraempreendedorismo, com uma linguagem simples, objetiva, trazendo especialmente a proposta de dife- rentes ferramentas - uma das quais desenvolvidas pelo próprio professor autor, que podem ser acessadas para fortalecer um processo de capacitação complementar e proporcionar uma adequada atuação profissional, em especial, a da função de Assistente Administrativo,que se integra a esse tipo de proposta formativa. 87 Marketing e empreendedorismo ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Sobre os conceitos discutidos, é possível dizer que Empreendedorismo e Inovação dizem respeito a seguinte área: (a) Marketing (b) Vendas (c) Produção (d) Relacionamento (e) Todas as mencionadas anteriormente. 2. Tomando por base a afirmativa “Empreendedorismo e Inovação são necessidades do profissional e da empresa moderna”, podemos dizer que Empreender é uma consequência necessária para o crescimento e desenvolvimento de negócios novos ou existentes? Falso ou Verdadeiro? Justifique sua resposta. 3. Como você enxerga a importância do marketing para uma empresa moderna? 89 Gestão de pessoas e direito do trabalho Unidade 4 4.1. RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO. PLANEJAMENTO NA GESTÃO DE PESSOAS. TRABALHO EM EQUIPE, LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO. Entender a evolução e desafios da gestão de pessoas nas organizações é de suma importância para os envolvidos no processo de gestão. Se trata de um processo que vem ocorrendo há séculos e abrange discussões em vários campos do conhecimento. Na área de gestão foi marcante por meio de alguns movimentos. O primeiro movimento marcante ocorreu por meio da Administração Científica, impulsionada por Frederick W. Taylor (1856- 1915), nos Estados Unidos, e Henri Fayol (1841-1925), na França. O objetivo fundamental desses movimentos era proporcionar fundamentação científica às atividades administrativas, substituindo a improvisação e o empirismo. Taylor (2009), com base em suas pesquisas e análises em oficinas, concluiu que as pessoas produziam muito menos do que poderiam produzir. A partir daí, desenvolveu seu sistema de administração científica, que visava à racionalização do trabalho, mais especificamente, na simplificação dos movimentos requeridos para a execução das tarefas, tornando esse movimento como um dos fatos marcantes do século passado. Após várias discussões de insatisfação por parte dos trabalhadores, surgiu um novo movimento, denominado Escola das Relações Humanas. Este movimento teve como enfoque a constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores psicológicos e sociais na produtividade. As bases desses movimentos foram dadas pelos estudos do psicólogo americano Elton Mayo (1890-1949). Mayo (1945) desenvolveu uma experiência pioneira no campo do comportamento humano no trabalho. Essa experiência na Fábrica de Western Eletric, no distrito de Hawthorn, em Chicago, teve como enfoque inicial estudos da iluminação na produtividade, índice de acidentes e fadiga. No entanto, estas pesquisas, além de várias contribuições, apontaram como um dos marcos, que os colaboradores eram influenciados pelos fatores psicológicos e sociais na elaboração de suas atividades. A relação humana passou a ser mais reconhecida no ambiente de trabalho nas organizações de maior porte de complexidade. No entanto, como podemos perceber, são essenciais que as organizações estejam atentas as várias situações do dia a dia dos 90 Assistente Administrativo seus colaboradores, pois os fatores emocionais afetam diretamente no seu desempenho, podendo levar ao estresse, problemas com os demais colegas, bem como afetar diretamente em graves problemas psicológicos. Figura 37. Teorias Contemporâneas de Gestão Fonte: Portal Administração40 Além dos movimentos da administração científica e das relações humanas, outro fato marcante na evolução da área de gestão de pessoas, foram às relações industriais, bem como foram essenciais para o desenvolvimento das organizações. Nos Estados Unidos, sobretudo no período imediatamente posterior a Segunda Guerra Mundial, verificou-se notável aumento do poder dos sindicatos de trabalhadores. O modelo burocrático foi redimensionado pela teoria estruturalista e a teoria das relações humanas foi substituída pela teoria comportamental. Figura 37. Relações Humanas Fonte: Sympla41 Podemos verificar que não foram poucos os acontecimentos da área de gestão desde o início do século XX, mas foi a partir dos anos de 1960 que começou a se falar em administração de recursos humanos, em decorrência do crescimento das organizações e foram aparecendo novas oportunidades de trabalho e as empresas passaram a valorizar o capital humano, denominando o processo de administração de recursos humanos. 40 Disponível em: www.portal-administracao.com 41 Disponível em: www.sympla.com.br 91 Gestão de pessoas e direito do trabalho A Administração de Recursos Humanos (ARH) consiste no planejamento, na organização, no desenvolvimento, na coordenação e no controle de técnicas trabalhadores. Esta situação determinou mudanças significativas na administração de pessoal das empresas, cujas atividades se restringiam às rotinas de pessoal orientadas pelo enfoque legal e disciplinar. Em virtude dessa nova relação de forças, as empresas passaram a preocupar-se mais com suas condições de trabalho e com a concessão de benefícios aos seus empregados. E, também passaram a sentir a necessidade de negociar com as entidades representativas dos trabalhadores. De acordo com Chiavenato (2010), foi neste século que se visualizou três eras organizacionais: • Era da industrialização clássica – refere-se ao período após a Revolução Industrial, até meados de 1950 e metade do século XX. A cultura organizacio- nal era voltada para o passado e para a valorização e conservação das tradições. As pessoas eram consideradas recursos de produção. Nesta época, surgem os departamentos de relações industriais e departamentos de pessoal, destinados a fazerem os empregados cumprirem as exigências e normas organizacionais. Os empregados eram vistos apenas como fornecedores de esforços físicos e musculares onde predominava a mão de obra farta. • Era neoclássica – é o período entre as décadas de 1950 a 1990, logo após a Segunda Guerra Mundial. A teoria clássica foi substituída pela teoria neoclássica de administrar. O modelo burocrático foi redimensionado pela teoria estruturalista e a teoria das relações humanas foi substituída pela teoria comportamental. • Era da informação – teve início em 1990 até a atualidade. Estamos presencian- do nesse momento a era das mudanças rápidas e inesperadas. Teve um grande desenvolvimento e passou a influenciar o comportamento das organizações em relação às pessoas. As organizações modernas deixaram para trás a era clássica e neoclássica de administrar, de valorizar as tradições antigas mudando a maneira de pensar, de agir e de administrar pessoas. Sendo assim, o departamento de pessoal passa a ser chamado de departamento de recursos humanos. • Era da informação – teve início em 1990 até a atualidade. Foi à era das mudanças rápidas e inesperadas. Teve um grande desenvolvimento e passou a influenciar o comportamento das organizações em relação às pessoas. As organizações modernas deixaram para trás a era clássica e neoclássica de administrar, de valorizar as tradições antigas mudando a maneira de pensar, de agir e de admi- nistrar pessoas. Sendo assim, o departamento de pessoal passa a ser chamado de departamento de recursos humanos. 92 Assistente Administrativo SAIBA MAIS Podemos verificar que não foram poucos os acontecimentos da área de gestão desde o início do século XX, mas foi a partir dos anos de 1960 que começou a se falar em administração de recursos humanos, em decorrência do crescimento das organizações e foram aparecendo novas oportunidades de trabalho e as empresas passaram a valorizar o capital humano, denominando o processo de administração de recursos humanos. Quando passamos a nos referir à Administração de Recursos Humanos (ADR), usamos como referência a administração das pessoas que participam das organizações e que nelas desempenham determinados papéis. Visto que esta área é fundamental para o sucesso de uma organização, pois ela é responsável pelo abastecimento, aplicação, manutenção, monitoramento, desenvolvimento de novos talentos,da gestão, orientação, treinamento das pessoas. Ou seja, a função envolve todo o processo de gestão, desde a entrada do funcionário até a sua saída. Esse setor procura, por meio de suas ações, integrar e comprometer os colaboradores com os objetivos organizacionais, visando obter maior desempenho e, consequentemente, melhores resultados para a organização. Atualmente, devido às constantes mudanças econômicas, tecnológicas e sociais, é de fundamental importância que as organizações estejam voltadas para a gestão de recursos humanos e torna-se visível que o diferencial competitivo das organizações está nas pessoas nelas inseridas e em seus recursos disponíveis. Figura 39. A gestão dos recursos humanos Fonte: Foco Educação Profissional42 42 Disponível em: www.focoeducacaoprofissional.com.br 93 Gestão de pessoas e direito do trabalho Diversos são os projetos que o setor desenvolve e tem a responsabilidade de manter em andamento nas organizações. Alguns desses projetos são de responsabilidade social e exigidos por lei, tais como a inclusão de pessoas com deficiência. Pode-se dizer que muitas organizações estão investindo em responsabilidade social, preocupando-se com o ambiente interno e externo da empresa. Deficientes físicos que antes eram considerados inaptos para o trabalho, assumem cada vez mais cargos em grandes empresas. O mercado de trabalho para estas pessoas especiais está crescendo gradativamente, embora lentamente. Outros fatores importantes a serem considerados na evolução da administração de RH é o crescimento industrial, a revolução industrial e a substituição do trabalho manual pela máquina. Para Wren (2005), a revolução gerou um impacto significativo nas indústrias e foi responsável pelo crescimento dessas firmas e pelo aumento do ambiente competitivo. Ainda segundo o autor, essa transformação modificou o mercado na época e acabou influenciando também os modelos administrativos. A preocupação com as pessoas não só evoluiu como expandiu para outros níveis. A área de RH, cuja atuação, antes se encontrava mais evidente nos níveis operacionais, passou a ser considerada como um fator estratégico para as empresas. A administração de recursos humanos sofreu alterações significativas como forma evolutiva, quando deixou de apenas contabilizar entradas de empregados na organização, dando maior importância às horas trabalhadas, absenteísmo e atrasos, com efeito nos pagamentos ou descontos, passando para a fase da administração que considera os recursos humanos de forma incorporada à estratégia do negócio. Por meio destes processos, surge o cargo de gerente de recursos humanos, tentando, assim, humanizar a organização. Esse novo contexto tem a função de alterar o foco de protetor para planejador e agente de mudanças. Com a era do conhecimento, na qual as informações estão à disposição de todos e a todo o momento, as pessoas procuram cada vez mais o seu desenvolvimento pessoal e profissional. A formação desses novos profissionais obrigou as empresas a remodelar as suas estratégias e os seus programas de gestão de pessoas. A gestão de pessoas na era do conhecimento abriu inúmeros espaços relacionados à reestruturação dos processos internos de recursos humanos, dos programas e das estratégias para atrair, desenvolver, recompensar e reter os mais importantes ativos da empresa, que são as pessoas. Figura 40. A gestão do conhecimento Fonte: SBGC 94 Assistente Administrativo Na função administrativa da infraestrutura da empresa, os profissionais de RH criam e desenvolvem processos para contratação, avaliação e treinamento dos funcionários. Esses profissionais atuam também na melhoria de processos da área de RH, bem como em outras áreas, com vistas a reduzir custos e a melhorar a eficiência das atividades da empresa. Quando os colaboradores se tornam competentes e dedicados, o know-how se torna um importante ativo mensurável refletido nos resultados financeiros da empresa. Planejamento estratégico de gestão de pessoas O planejamento estratégico de gestão de pessoas refere-se à maneira como a função de gestão de pessoas pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários. Trata-se de alinhar talentos e competências com as necessidades organizacionais. As organizações não existem no vácuo. E nem funcionam ao acaso. As organizações operam através de mecanismos de cooperação e de competição com outras organizações. A estratégia é condicionada pela missão organizacional, pela visão de futuro e pelos objetivos principais da organização. Um dos aspectos mais importantes da estratégia organizacional é o seu alinhamento com a função de gestão de pessoas. O planejamento estratégico de RH refere-se à maneira como a função de RH pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários. Figura 41. O planejamento estratégico Fonte: Fluxo Consultoria UFRJ. Como todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação, Ackoff (1966) aponta três tipos: • Planejamento conservador –voltado para a estabilidade e manutenção da situação existente. As decisões são tomadas no sentido de obter bons resultados, porém dificilmente este planejamento procurará fazer mudanças radicais da organização. • Planejamento otimizante – voltado para a adaptabilidade e inovação da orga- nização. As decisões são tomadas no sentido de obter os melhores resultados 95 Gestão de pessoas e direito do trabalho possíveis minimizando recursos ou maximizando o desempenho para melhor utilizar os recursos disponíveis. • Planejamento prospectivo – voltado para as contingências e para o futuro da organização. As decisões são tomadas no sentido de compatibilizar os diferentes interesses envolvidos, através de uma composição capaz de levar a resultados para o desenvolvimento natural da empresa e ajustá-las às contingências que surgem no meio do caminho. O planejamento estratégico de gestão de pessoas pode ser formulado e desenhado após o planejamento estratégico da empresa, isolado ou integradamente. Para alcançar todo o seu potencial de realizações, as organizações precisam ter pessoas adequadas e disponíveis para realizar o trabalho. 4.2 ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A função da área de recursos humanos como agente de mudança, segundo DUTRA (2006) e diferentes autores, seria o de catalisar os esforços de transformação organizacional para que ela se torne mais competitiva. A gestão da mudança é uma das mais importantes contribuições da área de recursos humanos para a gestão estratégica e essa contribuição se torna efetiva a partir do gerenciamento da cultura da organização, do desenvolvimento de novas competências, da formação de equipes e do envolvimento das pessoas no processo de transformação. O papel estratégico a ser desempenhado, passa a repensar as atividades próprias da área de RH em termos estratégicos, ou seja, de forma a integrar os objetivos de longo prazo da organização, as variáveis relevantes do ambiente e as necessidades decorrentes em termos de pessoas. Um dos mecanismos deste processo é a visão estratégica em relação aos subsistemas de seleção, avaliação, recompensas e desenvolvimento. Esta visão compreende vários elementos como: a relação que a organização quer estabelecer com os seus colaboradores, se limitada a recompensar desempenho ou se baseada na troca de comprometimento por qualidade do trabalho a ser realizado; o grau de participação que se pretende; a ênfase dada ao recrutamento, se interno ou externo, quando necessário; por fim, se o desempenho será baseado e avaliado de forma individual, ou em equipes, ou, ainda, alguma mistura entre os dois. É esta visão que vai definir, em princípio, como os subsistemas serão administrados. A incorporação da visão estratégica à área de recursos humanosreorienta o foco de poder nas organizações. E isso se deve a consciência de que são as pessoas que formulam e implementam as estratégias organizacionais necessárias à obtenção dos resultados desejados e que sua atuação constitui um elemento diferenciador no sucesso da organização. Dessa forma, seu comprometimento com a realização dos objetivos organizacionais passa a ser uma variável relevante. Sabe-se que as organizações não se orientam por um objetivo estritamente racional, mas sim por meio da coalizão de interesses. Não há uma adaptação passiva da organização ao seu meio ambiente, mas sim todo um processo de mediação e jogo desenvolvido pelos diferentes atores organizacionais. 96 Assistente Administrativo Atualmente, devido às constantes mudanças econômicas, tecnológicas e sociais, é de fundamental importância que as organizações estejam voltadas para a gestão de recursos humanos e torna-se visível que o diferencial competitivo das organizações está nas pessoas nelas inseridas e em seus recursos disponíveis. Além dos elementos levados em conta nos vários modelos de planejamento de gestão de pessoas, como os exemplificados por Bohlander (2009), entre outros, existem inúmeros outros fatores intervenientes, como o absenteísmo, a rotatividade e a mudança nos requisitos da força de trabalho. • Absenteísmo ou ausentismo é a frequência e/ou duração do tempo de trabalho perdido quando os empregados não vêm ao trabalho. As ausências dos empre- gados ao trabalho provocam certas distorções quando se refere ao volume de disponibilidade da força de trabalho. • A rotatividade de pessoal é o resultado da saída de alguns funcionários e a entrada de outros para substituí-los no trabalho. A rotatividade não é uma causa, mas o efeito de algumas variáveis externas e internas. • Mudanças nos requisitos da força de trabalho. A força de trabalho de uma orga- nização apresenta variações ao longo do tempo devido ao desenvolvimento tecnológico, às novas formas de organização e configuração empresarial, novos produtos e serviços e novos processos de trabalho fazendo com que muitos segmentos da força de trabalho se tornem deficientes nas novas habilidades e competências necessárias para desempenhar as atividades requeridas. Figura 42. A gestão do tempo Fonte: Prezi43 Comportamento Organizacional e Liderança As organizações estão deixando de lado aspectos apenas quantitativos para focar e enfatizar aspectos qualitativos e intangíveis do capital humano necessário para conduzir a organização ao sucesso em sua estratégia organizacional. 43 Disponível em: www.prezi.com 97 Gestão de pessoas e direito do trabalho O planejamento de RH precisa ser mais amplo e abrangente, no sentido de envolver aspectos do capital humano como conhecimentos, habilidades e competências para tornar a organização bem-sucedida. O comportamento organizacional, como pode ser entendido e melhor elaborado a partir de contribuições teóricas realizadas por Mintzberg (1973), refere-se quase sempre aos comportamentos relacionados a cargos, trabalho, absenteísmo, rotatividade no emprego, produtividade, desempenho humano e gerenciamento. Também incluem motivação, liderança, poder, comunicação interpessoal, estrutura e processos de grupo, aprendizagem, desenvolvimento e percepção de atitude, processo de mudanças, conflitos. De acordo com Robbins (2002), o comportamento organizacional é um campo de estudos que tem como propósito, melhorar a eficácia organizacional. Consiste no estudo sistemático do comportamento humano focando ações e atitudes dos indivíduos, grupos no ambiente das organizações, no intuito de alcançar produtividade, reduzir o absenteísmo e a rotatividade e promover a cidadania organizacional. Define-se três fatores determinantes do comportamento nas organizações: indivíduos, grupos e estrutura. Pode-se dizer que o comportamento organizacional se preocupa com o estudo do que as pessoas fazem nas organizações e de como esse comportamento afeta o desempenho dessas empresas. Enfatiza-se o comportamento relativo a funções, trabalho, absenteísmo, rotatividade, produtividade, desempenho humano na sua profissão. Pode-se destacar que o foco do comportamento organizacional está basicamente preocupado no exame do comportamento individual dos indivíduos, voltado a elementos como personalidade, percepção, aprendizagem e motivação, e com o seu comportamento em grupo que inclui normas, papéis, formação de equipes e conflito. Figura 43. Comportamento Organizacional Fonte: Researchgate44 44 Disponível em: www.researchgate.net 98 Assistente Administrativo Fatores que interferem no trabalho em equipe: • Ausência de comunicação e de liderança. • Posturas autoritárias. • Incapacidade de ouvir. • Falta de treinamento e de objetivos. • Não saber “quem é quem” na equipe. São características das equipes eficazes: • Comprometimento dos membros com propósitos comuns e significativos. • O estabelecimento de metas específicas para a equipe, que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho e também energizem as equipes. Metas específicas ajudam a tornar a comunicação mais clara. Ajudam também a equipe a manter seu foco sobre a obtenção de resultados. • Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo. Em equipe há uma preo- cupação/ação contínua em busca do autodesenvolvimento. O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória das capacidades individuais de seus membros. Contudo, estas capacidades determinam parâmetros do que os membros podem fazer e do quão eficiente eles serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente, uma equipe precisa de três tipos diferentes de capacidades. 1. Primeiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos técnicos. 2. Segundo, pessoas com habilidades para solução de problemas e tomada de decisões que sejam capazes de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas alternativas e fazer escolhas competentes. 3. Finalmente, as equipes precisam de pessoas que saibam ouvir, deem feedback, solucionem conflitos e possuam outras habilidades interpessoais. Os grupos humanos necessitam de líderes competentes para sobreviver e desenvolver plenamente seus recursos e potencialidades. Igualmente, as organizações sociais necessitam de líderes competentes (dirigentes/executivos/gerentes) para sua sobrevivência e desenvolvimento cabal de recursos e potencialidades. Neste processo, destaca-se a liderança que é essencial em todas as funções da administração: o administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. Entende-se por liderança a percepção do grupo em relação ao líder, que consegue influenciar, persuadir e argumentar sobre pessoas. Hunter (2004, p. 25) aponta que liderança é “a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum, ela ocorre com um fenômeno social”. Um indivíduo demonstra sua capacidade de liderar não apenas por suas próprias características pessoais, mas de acordo com a situação que se encontra. O líder é visto pelo grupo como possuidor dos meios para satisfação de suas necessidades, é um 99 Gestão de pessoas e direito do trabalho estrategista que direciona as pessoas para alcançar seus objetivos. Além disso, o líder sabe ajustar todas as situações que envolvem seu grupo. Figura 44. A liderança Fonte: Escola Open45 Liderança – tipos de líderes A partir do raciocínio formulado, através de uma visão colaborativa em Maximiano (2004), Liderança é um dos temas da administração que mais cresce e se discute em vários campos do conhecimento. Nas organizações cooperativas, os líderes tem um papel de suma importância, pois trabalha-se muito na busca de motivar equipe de trabalho, articular estratégias com os cooperados, buscar soluções de melhorias nos processos. Pode se destacar vários tipos de liderança, mas apresenta-se a seguir tipos de líderes e suas relações com as organizações:líder entusiasta, líder estimulador, líder provedor, líder conector/vinculador, líder professor, líder assessor/conselheiro, líder influenciador, líder pioneiro, líder compensador, entre outros. O líder entusiasta possui a energia dominante no ambiente e se sente impelido a fazer o que pode para aumentá-la. Tem visão de mundo, é otimista com suas ações, assume o lugar à frente da equipe, faz perguntas, sempre está animado e atrai as pessoas. Não é tolerante nem gentil, mas desafia os outros a liberar o próprio potencial. O líder estimulador, quando está em seu melhor momento, se atém naturalmente ao que há de melhor nas pessoas e ao que está dando certo para elas, é emotivo, sendo que suas emoções podem oscilar muito, mas no fim voltam a se estabilizar, as pessoas o consideram divertido, encorajador e inspirador. Abriga as emoções dos outros, sente-se responsável por elas, por mudá-las e elevá-las. O gerente estimulador se destaca pela sua capacidade de tornar o trabalho interessante, como vendedor pela paixão e energia que transmite aos seus clientes. O líder provedor está sempre atento ao estado emocional dos outros, procura maneiras de atrair as pessoas para o grupo e de fazer com que se sintam queridas, ouvidas e admiradas. É um amigo muito leal e generoso. Como líder provedor está sempre querendo saber como apoiar a equipe e valorizar os funcionários. É confiável e defende as outras pessoas. 45 Disponível em: www.escolaopen.com.br 100 Assistente Administrativo O líder conector/vinculador vê o mundo como uma rede de relacionamentos e se empolga diante da possibilidade de conectar indivíduos de seus contatos. É considerado curioso por natureza, sempre faz perguntas sobre a origem, a experiência e as habilidades de cada um. Como líder, seu ponto forte é a capacidade de enxergar o que há de melhor nos outros. O líder conector/vinculador, enquanto gerente, se destaca pela construção de equipes talentosas, por ser um indivíduo hábil em enxergar a teia de relações pessoais e em se conectar. Para ele, pessoas com diferentes pontos fortes podem se unir para realizar grandes coisas. O líder professor está sempre voltado para o outro, ou seja, para os sentimentos dele, para sua compreensão, suas habilidades e seu desempenho. Destaca-se como líder pela fé no potencial dos outros. O líder professor é instigado pelo potencial de cada pessoa. Seu poder vem com a descoberta de como explorar os pontos fortes de cada um. Ele gosta de aprender a partir de tudo o que faz. O líder assessor/conselheiro está sempre à procura de informações que ajudarão as pessoas a tomarem decisões mais acertadas. Como líder seu ponto forte é a autoconfiança, é extremamente capaz, intuitivo, com opiniões fortes, seguro. Nesse sentido, destaca-se como gerente pelo seu bom senso. O líder assessor/conselheiro é aquele líder a quem as pessoas recorrem quando desejam um conselho sobre determinado assunto. Como um perito, este tipo de líder destaca-se como criador, que antes de pedir ajuda busca criar novas ideias e novas possibilidades. Gosta de ter um tempo sozinho para pensar. Se orgulha de suas ideias e não gosta de surpresas. Seu ponto forte é a capacidade de refletir profundamente sobre as coisas. Tem ideias incríveis, compartilha sua visão com os outros, mantém a simplicidade das coisas, demonstra a paixão pela experiência do cliente. O líder influenciador faz com que as pessoas ajam com base no que recomenda. Seu objetivo é sempre convencer por meio de persuasão ou charme. É impaciente e ouve apenas o que deseja. O ponto forte do líder influenciador como gerente é a capacidade de convencer e decidir, a superar os obstáculos e agir de acordo com as convicções dos outros. O líder pioneiro é um explorador e se entusiasma com o que nunca viu, com quem ainda não conhece. Se apega ao que virá em seguida. Gosta de projetos novos e é motivado por novas experiências. Não tem medo do fracasso. Seu ponto forte é o otimismo. O líder compensador é uma pessoa sensível, sente que todo o universo precisa ser alinhado. Esforça-se para equilibrar tudo e espera muito de todos. Se alguém não fizer o seu trabalho, ele falará na cara. Os tipos de líderes são inúmeros e a tendência é crescer a cada dia, pois os novos mercados, novos modelos de gestão, novos modos de produção, criam um novo sistema que é impulsionado pelos tipos de comportamentos, em especial das gerações Y e Z e mais recentemente os Millenials e Nativos Digitais com maior destaque. 4.4 DIREITO DO TRABALHO: NOÇÕES GERAIS, PRINCÍPIOS E FONTES. RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO. São fontes formais diretas do Direito do Trabalho a Constituição, as leis em geral (incluindo decretos, portarias, regulamentos, instruções, etc.), os costumes, as sentenças normativas, os acordos e convenções coletivas, os regulamentos de empresa e os contratos de trabalho. A lei é fonte formal por excelência. 101 Gestão de pessoas e direito do trabalho Fonte é a expressão utilizada para designar a origem das normas jurídicas.46 Fontes do Direito do Trabalho Classificação a) Fontes materiais: representadas pelo momento pré-jurídico. É a pressão exercida pelos operários em face do Estado Capitalista em busca de melhores condições de trabalho, através da greve, por exemplo. b) Fontes formais: representadas pelo momento eminentemente jurídico, com regras materializadas e exteriorizadas. Dividem-se em: Fontes formais heterônomas: são aquelas cuja formação é materializada por terceiro, em geral o Estado, sem participação imediata dos destinatários principais dessas normas jurídicas, e. G.: CF/88, lei complementar, lei ordinária, medida provisória, decreto, sentença normativa, súmula vinculante do STF, sentença arbitral, tratados e convenções internacionais, quando ratificados pelo Brasil, que passam a fazer parte do ordenamento pátrio como lei infraconstitucional. Fontes formais autônomas: são aquelas cuja formação tem por característica a participação direta dos destinatários das regras produzidas, sem interferência do agente externo (terceiro). E. G.: convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho e o costume. Figura 45. O Direito do Trabalho Fonte: Editora Forum Hierarquia entre as fontes trabalhistas Obedece a seguinte ordem: 1. Constituição Federal; 2. Emendas à Constituição; 3. Lei complementar e ordinária; 4. Decretos; 6. Convenção coletiva; 7. Acordos coletivos; 8. Costumes. 5. Sentenças normativas e sentenças arbitrais em dissídios coletivos; 46 Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/157/edicao-1/fontes-do-direito, Acesso: 20/09/2011. https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/157/edicao-1/fontes-do-direito 102 Assistente Administrativo O Acordo Coletivo de Trabalho é fruto de um acordo entre o sindicato dos trabalhadores e uma determinada empresa. Já a Convenção Coletiva de Trabalho é um acordo celebrado entre dois sindicatos: dos trabalhadores e o patronal. Vale lembrar que em conflito de normas entre ACT, CCT e a própria CLT, deve prevalecer à cláusula que se mostrar mais benéfica ao trabalhador. i. E. (id est, isto é, ou seja), a pirâmide normativa trabalhista é estabelecida de modo flexível e variável. Sempre dominará a norma jurídica mais favorável ao trabalhador. Os princípios do direito do trabalho, segundo Garcia (2017) são: • Princípio da proteção: é o mais importante. Consiste em conferir ao polo mais fraco, o empregado, superioridade jurídica capaz de garantir mecanismos des- tinados a tutelar os direitos mínimos estampados na legislação laboral vigente. Desse princípio, decorrem outros três, a saber: a) Princípio do in dubio pro operario: induz o intérprete ao analisar um preceito de cunho trabalhista, dentre duas ou mais interpretações possíveis, que se opte pela mais favorável ao empregado. Todavia, não se aplica esse princípio no campo probatório, por conta do direito processual (CLT, art. 818 e CPC, art. 333) que impõe ao autora prova do fato constitutivo e ao réu, a prova do fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito. b) Princípio da aplicação da norma mais favorável: Expresso no art. 620 da CLT, onde se aplica a norma mais favorável ao trabalhador, independentemente de sua escala hierárquica. O problema encontra-se sobre qual instrumento aplicar, quando a CCT traz algumas cláusulas mais favoráveis ao obreiro (sinônimo de operário, trabalhador), e o ACT, também engloba outros dispositivos mais benéficos ao trabalhador. Para solucionar a celeuma (problemática), criaram-se as teorias: 1. Teoria do Conglobamento: aplicar-se-ia o instrumento no qual, o conjunto de normas é mais favorável ao obreiro, sem fracionar os institutos jurídicos. 2. Teoria da Acumulação: prevê a aplicação dos dois instrumentos jurídicos (CCT e ACT), extraindo-se de cada norma, as cláusulas mais favoráveis ao trabalhador, aplicando-as, isoladamente, aos contratos de trabalho. Existe ainda uma terceira teoria, Teoria do Conglobamento Mitigado, a qual defende que a norma mais favorável deve ser buscada mediante comparação das diversas regras existentes, respeitando-se o critério da especialização. • Princípio da condição mais benéfica: Determina que as condições mais van- tajosas estipuladas no contrato de trabalho, ou constantes no regulamento da empresa, prevalecerão, mesmo com edição de norma superveniente dispondo sobre a matéria, estabelecendo nível protetivo menor. • Princípio da irrenunciabilidade dos direitos: Também chamado de princípio da indisponibilidade de direitos ou princípio da inderrogabilidade. Torna os direitos dos trabalhadores irrenunciáveis, indisponíveis e inderrogáveis. 103 Gestão de pessoas e direito do trabalho • Princípio da continuidade da relação de emprego: Em regra os contratos devem ser pactuados por prazo indeterminado, dessa forma, o obreiro integra a estrutura da empresa permanentemente, e somente por exceção, admitindo-se o contrato por prazo determinado ou a termo. • Princípio da primazia da realidade: Estabelece que a verdade real prevalecerá sobre a formal. Isso para impedir procedimentos fraudatórios do empregador, para mascarar o vínculo de emprego existente ou mesmo conferir direitos menores do que os realmente devidos. • Princípio da inalterabilidade contratual lesiva: Com base na cláusula pacta sunt servanda, onde os contratos devem ser cumpridos, esse princípio só permite a alteração de cláusulas e condições contratuais em caso de mútuo consenti- mento, e que não cause, direta ou indiretamente, prejuízo ao trabalhador, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. • Princípio da intangibilidade salarial: Prima pela impossibilidade de redução salarial. É um princípio flexível, pois a CF prevê que por meio de CCT ou ACT, exista uma redução temporária de salários. Isso é exceção, e não pode ser por decisão unilateral do empregador, nem mesmo mediante acordo individual escrito entre empregador e empregado. Figura 46 – As Relações trabalhistas Fonte: Fecomercio SP Relação de trabalho e Relação de emprego – Diferenciação Segundo pesquisa realizada em DELGADO (2019) entende-se que relação de trabalho é qualquer vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação. Relação de trabalho é gênero, da qual relação de emprego é espécie. Toda relação de emprego corresponde a uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho corresponde a uma relação de emprego. Após a emenda 45/2004, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para julgar qualquer demanda envolvendo relação de trabalho e não somente as de relação de emprego. A seguir as espécies de relação de trabalho: 104 Assistente Administrativo • Relação de trabalho autônomo: não existe dependência ou subordinação jurídica entre o prestador de serviço e o respectivo tomador. O autônomo desenvolve seu serviço ou obra contratada com profissionalismo e habitualidade, atuando por conta e risco próprio, assumindo o risco da atividade desenvolvida. • Relação de trabalho avulso: disciplinada pela Lei 8.630/1993, onde são três os atores sociais envolvidos: o OGMO – Órgão Gestor de Mão de Obra, o Operador Portuário (representante do armador no porto) e o Trabalhador Portuário Avulso (estivadores, conferentes, vigias portuários, arrumadores, trabalhadores de bloco etc.). Embora mantenha relação de trabalho no porto organizado, não mantém vínculo de emprego com o OGMO ou mesmo com o armador ou o Operador Portuário. O Art. 7º, inciso XXXIV, da CF/1988 assegurou igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. A competência material é da justiça do trabalho para processar e julgar as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o OGMO. • Relação de trabalho eventual: é aquele realizado em caráter esporádico, em regra não relacionado com a atividade fim da empresa. O trabalhador eventual não exerce o seu labor permanentemente, mas em caráter eventual, o tradicional “bico”. Atua hoje como pintor, amanhã como ajudante de pedreiro, depois como eletricista, enfim, não exerce a atividade com habitualidade e profissionalidade, mas apenas esporadicamente. • Relação de trabalho institucional: tem natureza estatutária. Relação entre servi- dores públicos e as pessoas jurídicas de direito público interno. Não mantêm vínculo de emprego com a administração pública, e sim vínculo institucional, estatutário. Estabelecido na Lei 8.112/1990. Diz-se estatutário, pois os deveres e obrigações decorrem de dispositivos do estatuto legal. Relação de trabalho – Estágio: Regido pela Lei 11.788/2008. Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (art. 1º). Atores sociais envolvidos: o estagiário, a instituição de ensino, a parte concedente do estágio (pessoa jurídica de direito privado, a administração pública ou profissionais liberais de nível superior) e os Agentes de integração públicos e privados (auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto do estágio – art. 5º). O estágio não cria vínculo de emprego com a parte que o concede, desde que atendidos os seguintes requisitos: matrícula e frequência regular ao curso de educação, celebração de termo de compromisso entre o educando, a instituição de ensino e a parte concedente do estágio, compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso (art. 3º, caput e incisos I a III). 105 Gestão de pessoas e direito do trabalho Se houver manutenção de estagiários em desconformidade com a Lei, fica caracterizado o vínculo empregatício do educando com a parte concedente do estágio (art. 15). A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade ficará impedida de receber estagiários por dois anos, contados da data da decisão definitiva do processo administrativo correspondente. O art. 10 estipula que a jornada será definida em comum acordo entre o educando, a instituição de ensino e a parte concedente do estágio, não podendo ultrapassar: a) 4 horas diárias e 20 horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental; b) 6 horas diárias e 30 horas semanais, no caso de estudantes de ensino superior e ensino médio regular; c) O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 horas semanais, desde que previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino (art. 10, § 1º) A duração do estágio, na mesmaparte concedente, não poderá exceder 2 anos, salvo no caso de portador de deficiência (art. 11). O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como o auxílio transporte, na hipótese de estágio não obrigatório, não caracterizando tal concessão como vínculo de emprego (art. 12, § 1º). Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral e Previdência Social (art. 12, § 2º). Sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a um ano, é assegurado ao estagiário período de recesso de 30 dias, a ser gozado, preferencialmente, durante suas férias. Quando o estagiário receber bolsa, deverá ser remunerado. Caso a duração do estágio seja inferior a um ano, os dias de recesso serão concedidos de maneira proporcional (art. 13). Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio (art. 14). O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções (art. 17): a) de 1 a 5 empregados: 1 estagiário; b) de 6 a 10 empregados: até 2 estagiários; c) de 11 a 25 empregados: até 5 estagiários; d) acima de 25 empregados: até 20% de estagiários (essa proporção não se aplica aos estágios de nível superior e de nível médio profissional). O art. 17 assegurou às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio. • Relação de Trabalho – Trabalho Voluntário: Regulado pela Lei 9.608/1998. É prestado, em regra, a título gratuito, sem remuneração, não sendo possível o reconhecimento de vínculo empregatício. 106 Assistente Administrativo • Relação de trabalho subordinado – Relação de emprego: Denominada relação de emprego em que se encontram os requisitos caracterizados do pacto laboral, sendo hoje, a mais comum e importante relação de trabalho existente. A seguir os requisitos caracterizadores da relação de emprego. Requisitos caracterizados da relação de emprego Podemos elencar os seguintes requisitos caracterizadores da relação de emprego: 1. Trabalho por pessoa física; 2. Pessoalidade; 3. Não-eventualidade; 4. Onerosidade; 5. Subordinação; 6. Alteridade. • Trabalho por pessoa física: Para existir relação de emprego, o serviço deverá sempre ser prestado por pessoa física, não podendo ser pessoa jurídica. • Pessoalidade: o serviço tem que ser executado pessoalmente pelo empregado, não pode ser substituído por outro. O contrato de emprego é intuitu personae em relação ao empregado. • Não eventualidade: Baseado na Teoria dos Fins do Empreendimento, considera o trabalho não-eventual aquele prestado em caráter contínuo, duradouro, perma- nente, em que o empregado, em regra, se integra aos fins sociais desenvolvidos pela empresa. Caracteriza o trabalho não-eventual: a prestação de serviço com habitualidade, contínua e permanente. • Onerosidade: como principal obrigação o empregado tem a prestação dos ser- viços contratados. Em contrapartida, seu principal direito é o do recebimento da contraprestação pelos serviços prestados (remuneração). A relação de emprego impõe a onerosidade, o recebimento da remuneração pelos serviços executados. • Subordinação: O empregado é subordinado ao empregador, em função do contrato de emprego celebrado, devendo por isso, acatar as ordens e determi- nações emanadas deste. Em função da subordinação, nasce para o empregador a possibilidade de aplicar penalidades ao empregado, tais como: advertência, suspensão disciplinar e dispensa por justa causa. • Alteridade: Determina que os riscos da atividade econômica pertencem única e exclusivamente ao empregador. Ou seja, tendo laborado para o empregador, independente de este ter auferido lucros ou prejuízos, este deverá cumprir com as parcelas salariais. A CF prevê no art. 7º, inciso XI, a participação nos lucros, mas jamais o empregado assumirá os riscos do negócio. Os requisitos da relação de emprego encontram-se presentes nos artigos. 2º e 3º da CLT, que conceituam empregado e empregador, sujeitos do contrato de trabalho (contrato de emprego). 107 Gestão de pessoas e direito do trabalho Relação de emprego x relação de trabalho: entenda a diferença47 O conceito de relação de trabalho consiste no vínculo entre empregador e empregado, reguladas por meio de um contrato de trabalho. No entanto, é muito comum que haja confusão entre os termos “relação de emprego” e “relação de trabalho”, havendo diferenças entre essas duas denominações. A relação de trabalho se trata de um vínculo jurídico pelo qual uma pessoa natural executa uma obra ou um serviço para alguém e recebe um pagamento por isso. Já a relação de emprego, também é definida dessa forma, no entanto, são necessários alguns requisitos que a relação de trabalho não possui. Dessa forma, a relação de emprego é um gênero dentro da espécie que é a relação de trabalho. Ou seja, pode-se dizer que toda relação de emprego é uma relação de trabalho, porém nem toda relação de trabalho é uma relação de emprego, uma vez que a relação de emprego exige alguns requisitos. Requisitos da Relação de Emprego Visando facilitar a memorização de tais requisitos que consistem na relação de emprego, foi criado o macete “ASPONE”. • Dessa forma, o A corresponde à alteridade, a qual significa que todos os riscos do negócio desse contrato são pertencentes ao empregador. • Já o S, remete à subordinação. Contudo, essa subordinação é exclusivamente jurídica. Isso quer dizer que, no emprego, o empregado deve obedecer ao empre- gador, seguindo as ordens dadas por ele, estando então sujeito a penalidades, multas, suspensão ou demissão aplicadas pelo seu patrão caso tais ordens não tenham sido cumpridas. • O P refere-se à pessoa física e à pessoalidade. Ou seja, para realizar o serviço solicitado, é necessário que o empregado seja uma pessoa física – não se pode ser uma pessoa jurídica. Já a pessoalidade significa que o serviço tem de ser executado pessoalmente pelo empregado, não podendo este pedir para que alguém o substitua em sua função. • A letra “O” é de onerosidade. A principal obrigação do empregado é a presta- ção do seu serviço. Em troca disso, seu principal direito é o recebimento pela execução desse, ou seja, o pagamento. • Por fim, o último requisito, representado pelas letras NE, é a não eventualidade. Significa que o trabalho prestado deve ser contínuo, permanente, não podendo ser realizado apenas de vez em quando. Exemplos de Relação de Trabalho • Trabalho autônomo: previsto no art. 442-B da Consolidação das Leis do Trabalho, o trabalho autônomo consiste em uma forma habitual de trabalho, na qual o trabalhador assume o risco do serviço a ser executado. Dessa forma, não cons- titui uma relação de emprego devido à falta de alteridade e de subordinação. 47 Disponível em: http://www.lumosjuridico.com.br/2019/03/28/relacao-de-emprego-x-relacao- -de-trabalho-entenda-a-diferenca/. Acesso em 15/09/2021. http://www.lumosjuridico.com.br/2019/03/28/relacao-de-emprego-x-relacao-de-trabalho-entenda-a-diferenca/ http://www.lumosjuridico.com.br/2019/03/28/relacao-de-emprego-x-relacao-de-trabalho-entenda-a-diferenca/ 108 Assistente Administrativo • Trabalho avulso: não há vínculo de emprego, sendo necessária a intermediação do sindicato da categoria. Presta-se o serviço sem eventualidade e subordinação – por isso não se considera relação de emprego. Além disso, os trabalhadores avulsos também prestam serviço a mais de um empregador. A Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, dispõe acerca de quem é o trabalhador avulso. • Trabalho eventual: ocorre temporária e esporadicamente, geralmente havendo curta duração. Assim, não há continuidade do serviço prestado, não consistindo em relação de emprego justamente por não ser habitual. • Estágio: este trabalho é regido por lei própria,sendo esta a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. • Trabalho voluntário: aquele em que alguém, espontaneamente, se dispõe a ajudar alguma instituição gratuitamente. Devido a isso, não se enquadra dentro das relações de emprego por não haver onerosidade. • Servidores públicos: a CLT não se aplica a eles, pois são regidos por estatuto próprio, constante na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Além disso, há a modalidade de Contrato de Trabalho Intermitente, presente no art. 452-A da CLT, que foi alterado pela Reforma Trabalhista de 2017, consolidada na Lei 13.467, de 13 de julho de 2017. Esta modalidade constitui uma relação de emprego, ainda que não cumpra os requisitos necessários, uma vez que é um trabalho sem garantias ou obrigações, não havendo habitualidade. GLOSSÁRIO Acidente de trabalho: Acidente do trabalho é aquele que ocorre no exercício de atividade à serviço da empresa e provoca lesão corporal ou perturbação funcional, que pode causar a morte, a perda ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Ação trabalhista: Trata-se do direito de a parte apresentar em juízo a sua pretensão pertinente à relação de trabalho por se sentir prejudicada em um ou mais direitos trabalhistas. Acordo coletivo de trabalho: É o acordo de caráter normativo que estipula condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa ou empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho. A celebração dos acordos coletivos de trabalho é facultada aos sindicatos representativos das categorias profissionais, de acordo com o art. 611 § 1º da CLT. Adiantamento salarial: Na legislação trabalhista não existe dispositivo que obrigue as empresas a efetuarem o pagamento mensal de adiantamento salarial aos empregados. Entretanto, o documento coletivo de trabalho da categoria profissional poderá determinar a obrigatoriedade deste pagamento, devendo o mesmo ser consultado a respeito do valor a ser pago (limite). O pagamento de adiantamento é feito no dia 15 ou 20 de cada mês. 109 Gestão de pessoas e direito do trabalho Aposentadoria: É o estágio no ciclo produtivo do trabalhador onde, por força do tempo de serviço, idade ou invalidez, ocorre o afastamento do trabalho conservando um salário mensal, conforme legislação vigente da previdência social. Atestado médico: É um documento frequentemente solicitado ao médico, seja em consultas de rotina ou de urgência. O Atestado Médico é um direito do paciente, não podendo ser negado. No entanto, o conteúdo desse documento é de inteira responsabilidade do médico, devendo refletir estritamente seu parecer técnico, onde só há validade legal se for assinado e constando carimbo com nome e CRM do médico que prestou o atendimento. Autônomo: Pessoa física que exerce, habitualmente e por conta própria, atividade profissional remunerada, prestando serviços de caráter eventual a uma ou mais pessoas ou empresas, sem relação de emprego. O que difere o autônomo do empregado, é que ele é dono de suas decisões, não tem subordinação hierárquica, não recebe ordens para executar seu trabalho, e o realiza durante o período de tempo que julgar necessário, podendo parar e recomeçá-lo quando quiser, não estando subordinado a horário e tendo a liberdade de especificar o valor a ser remunerado. Aviso prévio: É a comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empregador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência mínima de 30 dias. O aviso prévio tem por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no mercado de trabalho. O aviso pode ser trabalhado ou indenizado. Benefícios: Componentes da remuneração indireta dos colaboradores de uma empresa. No plano de benefícios estão: refeição, alimentação, plano de saúde, plano odontológico, reembolsos, custeio de estudos, auxílio-creche, seguro de vida, empréstimos, cesta básica entre outros. Obs.: Vale-transporte não é considerado benefício, uma vez que existe legislação específica que obriga as empresas a custearem o transporte, desde que o empregado comprove essa necessidade. Contrato de trabalho: É um instrumento jurídico que estabelece as condições do trabalho, conforme acordo prévio firmado entre contratante e contratado. Há duas opções para a manifestação da vontade entre as partes: vínculo empregatício (relação de emprego) ou autônomo. Demissão: É o ato pelo qual o empregador extingue a relação empregatícia. A demissão pode ser: sem justa causa e com justa causa. Empregado: É toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste, mediante salário. (Artigo 3º CLT). Empregador: A empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. 110 Assistente Administrativo RESUMO Ao longo da presente unidade abordamos a evolução e desafios da gestão de pessoas nas organizações, bem como seus aspectos estratégicos. Passamos pela evolução da gestão de pessoas, suas eras (clássica, neoclássica e da informação), administração de recursos humanos e o papel da gestão estratégica de pessoas em processos de mudanças estratégicas. Da mesma forma, conseguimos entender o planejamento estratégico da área de recursos humanos, modelos de planejamento estratégico e os fatores que interferem e uma apreciação crítica do planejamento estratégico de recursos humanos. Esses conteúdos podem ser facilmente sugeridos como alicerces para a jornada em novos e diferentes projetos de formação continuada, uma vez que estejam disponibilizados pelo IFSULDEMINAS nos diferentes Municípios do Estado onde os alunos cursistas se encontrem, acessando o conteúdo do presente material. Por fim, inferimos no contexto atual que as organizações são cada vez mais complexas, possuem maior compromisso com seus clientes, colaboradores, fornecedores, sendo de suma importância planejarem suas ações, definindo onde ela pretende chegar, o que será necessário realizar para área de recursos humanos e proporcionar uma adequada atuação profissional, em especial, a da função de Assistente Administrativo, que se integra a esse tipo de proposta formativa. 111 Gestão de pessoas e direito do trabalho ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. Qual foi a influência da administração científica para a administração de recursos humanos? 2. A administração de recursos humanos sofreu alterações significativas como forma evolutiva, quando deixou de apenas contabilizar entradas de empregados na organização, dando maior importância às horas trabalhadas, absenteísmo e atrasos, etc. No contexto atual, qual é o papel do gerente de recursos humanos? 3. Qual a função do papel estratégico da área de recursos humanos para a empresa? 113 Operações financeiras e orçamentárias Unidade 5 5.1 FINANÇAS EMPRESARIAIS: EMPRESAS E FINANÇAS. Planejar é uma necessidade. Da mesma forma que é saber definir a estratégia mais adequada para a empresa. Ainda assim, observarmos no ambiente dos negócios, que muitas delas - entre as quais o maior número é de micro e pequenas, lançam-se no desafio da conquista de mercados e consumidores sem que estes princípios fundamentais sejam vistos e revistos na medida necessária a consecução dos objetivos a que se propõem. A grande questão que se coloca, quase sempre, é a desinformação – aliada a permanência de gestores e “decision makers” (ou decisores) sob a pressão contínua de resultados, relacionados a cenários que são mais reativos as necessidades de sobrevivência da empresa, do que as suas expectativas de posicionamento futuro. Se é verdade que, muitos dizem que sua preocupação com os médios e longos prazos fazem parte da sua rotina de prioridades, mais certo ainda é dizer que estes períodos (curto, médio e longo), em sua definição pessoal, nada tem a ver com o eixo de tempo real, necessário ao entendimentoconcreto de sua matriz de oportunidades e desafios. Enquanto na pequena empresa, CURTO prazo pode significar o período entre o ano corrente e o próximo, MÉDIO o que se sucederá a isso, e LONGO algo que, nesta visão particular, deverá ser alcançado no máximo em quatro ou cinco anos, sabemos que o desafio da sobrevivência em mercados competitivos demandará um olhar muito além destes horizontes. Kevin Clancy (1993), conhecido guru da administração, por exemplo, em seu trabalho “Marketing Suicida”, fruto de pesquisas e avaliações realizadas com executivos de marketing em diferentes organizações de negócio, atesta que muito do fracasso de novos produtos e serviços colocados no mercado, tem na sua essência mais desconhecimento, mitos, pesquisas e planos mal formulados do que muitos poderiam sequer imaginar: Na época em que o trabalho foi publicado, cerca de 80% (oitenta por cento) dos ditos “novos produtos” lançados, fracassavam. 114 Assistente Administrativo Figura 47. Falhas no planejamento financeiro Fonte: Arena do dinheiro48 O desafio de planejar estrategicamente, por conseguinte, torna-se a espinha dorsal que deve demandar da empresa a capacidade necessária para tal. Lançar-se ao mercado sem que o consumidor (elemento para a tomada de decisão da empresa) seja compreendido de forma apropriada, que o seu produto seja bem testado, que a dimensão do mercado esteja clara o suficiente, entre outras tantas questões, pode acelerar o processo de falência daquilo que poderia ser, de outra forma, um bom produto, serviço ou empreendimento. Considerações a parte, o Planejamento Estratégico nas pequenas empresas pode e deve ser elaborado com a participação de gestores, funcionários e colaboradores. E, quando seja necessário, com a integração de profissionais (como consultores por exemplo, que poderão trabalhar instrumentos modernos, realizar diagnósticos desprendidos de “achismos” ou falta de conhecimento sobre determinados temas) e promover dinâmicas que considerem o próprio ato de planejar como parte de um processo maior, de mobilização de qualidade para o alcance de metas presentes e futuras, de crescimento e desenvolvimento. A depender do tipo de estratégia mais adequada para o momento da empresa, mais bem definida poderá ser a ênfase para que ela seja bem sucedida. Pequena empresa quer um lugar no futuro? Vamos planejar! Introdução à Administração Financeira O principal objetivo da Administração Financeira para as empresas é o aumento de seu lucro/rentabilidade dos seus proprietários. Segundo BRAGA (1995), todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. Os proprietários investem em suas entidades e doravante pretendem ter um retorno compatível com o risco assumido, através de geração de resultados econômico-financeiros (lucro/caixa) adequados por um tempo longo, ou seja, durante a perpetuidade da organização. Uma geração adequada de lucro e caixa faz com que a empresa contribua de forma ativa e moderna em funções sociais, ou seja, pagamentos de salários e encargos, capacitação dos funcionários, investimentos em novas Tecnologias de Informação (TI) e etc. 48 Disponível em: www.arenadodinheiro.com.br 115 Operações financeiras e orçamentárias Na visão dos proprietários, uma organização pode ser conhecida como um sistema de gera lucros e maximiza os recursos nela investidos. Figura 48. A administração financeira Fonte: Instituto Coaching Financeiro Exemplos de Atividades Empresariais relacionadas à área financeira • Operacional: As atividades operacionais existem de acordo com o ramo de atividades da empresa e visam proporcionar, através de operações viáveis, um retorno desejado pelos acionistas. As atividades operacionais refletem o que acontece na Demonstração de Resultado do Exercício, por exemplo: compras de matéria-prima, produção, vendas, salários e etc. • Investimentos: Atividades executadas em decorrência das aplicações de recur- sos. As atividades de investimentos costumam ser classificadas no Balanço Patrimonial, na conta Investimentos como, por exemplo: compras de máquinas e equipamentos e aplicações financeiras de curto e longo prazo. • Financiamentos: As atividades de financiamento refletem as decisões tomadas diante das atividades operacionais e de investimentos. As contas de financia- mento costumam ser classificadas no passivo financeiro (circulante ou ELP) e no Patrimônio Líquido. Exemplos: captação de empréstimos bancários, integra- lização de capital da empresa e etc. Relação entre a demonstração de resultado e as atividades empresariais Como podemos constatar, através de contribuições efetuadas por intermédio do trabalho desenvolvido por Rocha Loures Jr. (2010, p.3) as atividades operacionais são executadas dependendo do ramo de atividade da entidade e geram receitas, custos e despesas. 116 Assistente Administrativo Mas no âmbito gerencial, algumas atividades operacionais, são reclassificadas como não operacionais, tais como: as receitas e despesas financeiras, pois, as mesmas originam-se de atividades de investimentos temporários e financiamentos. A Administração Financeira está estritamente ligada à Economia e à Contabilidade, pode ser vista como uma forma de Economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos e em dados contábeis para suas análises. No ambiente macro a Administração Financeira enfoca o estudo das instituições financeiras e dos mercados financeiros e ainda de como eles operam dentro do sistema financeiro nacional e global. A nível micro, aborda o estudo de planejamento financeiro, administração de recursos e capital de empresas e instituições financeiras. É necessário conhecimento de Economia para se entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base da Administração Financeira contemporânea. A Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do Governo e instituições privadas, através das quais a atividade econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado por tais instituições, o Administrador Financeiro se vale das teorias Microeconômicas de operação da firma e maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condições econômicas vigentes. Figura 49. Principais Escolas da Economia Fonte: Nordeste Livre – Domínio Publico As Teorias Microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da empresa. São extraídos daí os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do lucro. A composição de fatores produtivos, níveis ótimos de vendas e estratégias e determinação de preço do produto, são todas afetadas por teorias do nível Microeconômico, segundo Goiana (2017). A mensuração de preferências, através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor está fundamentada na Teoria Microeconômica. As razões para depreciar ativos derivam dessa área da Economia. A análise marginal é o princípio básico que se aplica em Administração Financeira; a predominância desse princípio sugere que apenas se deve tomar decisões e adotar medidas quando as receitas marginais excederem os custos marginais. Quando se verificar essa condição, é de se esperar que uma dada decisão ou ação resulte num aumento nos lucros da empresa. 117 Operações financeiras e orçamentárias Alguns consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja uma relação íntima entre essas funções, exatamente como há um vínculo estreito entre a Administração Financeira e Economia, a função contábil é visualizada como um insumo necessário à função financeira – isto é, como uma subfunção da Administração Financeira. O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários para honrar as suas obrigações, adquirire financiar os ativos circulantes e fixos necessários para atingir as metas da empresa. Ao invés de reconhecer receitas na hora da venda e despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito às entradas e saídas de caixa. É justamente essa a diferença principal entre as duas. O Contador usando certos princípios padronizados e geralmente aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas quando incorridas. Esse método contábil é geralmente chamado de Regime de Competência dos exercícios contábeis, enquanto em finanças, o enfoque está em fluxos monetários equivalentes ao regime de caixa. Finanças e contabilidade também diferem à respeito da tomada de decisão. Enquanto a contabilidade está preocupada principalmente com a apresentação correta dos dados financeiros, o administrador financeiro enfoca a análise e a interpretação dessas informações, ou seja, um se refere ao tratamento de fundos e o outro à tomada de decisão. Os dados são utilizados como uma ferramenta essencial para tomar decisões sobre os aspectos financeiros da organização Além dessas áreas, a administração financeira tem ainda estreito relacionamento com o Direito, analisa o reflexo das legislações tributária, societária, trabalhista. Interessa-se pelas naturezas jurídicas básicas, práticas de comércio, formas de constituição societárias mais adequadas aos interesses da organização e os caminhos para uma adequada administração tributária. Figura 50. Finanças Empresariais Fonte: D & D Contabilidade49 49 Disponível em: www.dedcontabilidade.com.br 118 Assistente Administrativo Finanças Empresariais e o Administrador Financeiro Partindo dos estudos de Brigham e Houston (1999, p. 4), a administração financeira cuida da viabilidade financeira da empresa, portanto da sua existência. A maioria das decisões tomadas dentro da empresa é medida em termos financeiros, desta forma o administrador financeiro desempenha um papel-chave na operação da empresa. É esse profissional quem administra os negócios financeiros de qualquer tipo de empreendimento, seja privado ou público, grande ou pequeno, com ou sem fins lucrativos. A compreensão básica da função financeira é necessária aos executivos responsáveis por decisões em todas as áreas, como administração, contabilidade, pesquisa, marketing, produção, pessoal e etc. Nas micro e pequenas empresas a função de finanças pode ser executada pelo proprietário, por um dos sócios ou pelo departamento de contabilidade. Quando o negócio se expande, normalmente a função ocupa um departamento separado ligado diretamente ao presidente ou ao seu executivo principal, já que as frequentes mudanças, econômicas e nas leis, interferem diretamente nas decisões da administração financeira, com vistas a preservar o desempenho da organização. Ao Diretor Financeiro, normalmente cabe a coordenação das atividades de tesouraria e controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamento de impostos e sistemas de informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital. As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da empresa. Três são primordiais; 1. Análise e Planejamento Financeiro: Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deve ser feito. 2. Administração da Estrutura de Ativo da Empresa: O Administrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos encontrados no balanço da empre- sa. A composição refere-se ao valor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a composição estiver fixada, o Administrador Financeiro precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras da empresa e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. 3. Administração da Estrutura Financeira da Empresa: Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em primeiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais 119 Operações financeiras e orçamentárias as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento. Muitas destas decisões são impostas por necessidade, mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. Figura 51. O planejamento financeiro Fonte: Site Mundo Financeiro As três funções do Administrador Financeiro, descritas acima, são claramente refletidas no balanço, que mostra a posição financeira da empresa num dado instante. 50 A avaliação dos dados do balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira global da empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que podem ser melhoradas. Ao administrar a estrutura de ativos da empresa, na realidade ele está determinando a formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito do Balanço da empresa. A figura a seguir, demonstra a relação das funções financeiras com as informações contábeis de um balanço estruturado. 50 Disponível em: http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/rotinas-empresariais_atribui- coes.htm . Acesso em 12/10/2021. http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/rotinas-empresariais_atribuicoes.htm http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/rotinas-empresariais_atribuicoes.htm 120 Assistente Administrativo Figura 52. Balanço da Empresa Fonte: Edufinance51 Principais áreas de decisão financeira na empresa: • Investimentos; • Financiamento de Clientes; • Utilização de Lucro Líquido; • Obtenção de Recursos Financeiros; • Análise de Utilização e Captação de Recursos Externos e Próprios. • Estrutura Organizacional Típica da Função Financeira: Objetivo do Administrador Financeiro O Administrador Financeiro, na perspectiva observada a partir de Gitman (2010, p.12), deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. No caso de sociedades anônimas, os proprietários da empresa normalmente não são os administradores. A função destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem 51 Disponível em: www.edufinance.com.br 121 Operações financeiras e orçamentárias incluir o aumento de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a manutenção de sua posição). Antes, é maximizar a satisfação dos proprietários (acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nesta tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais. Alguns acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro; outros creem que é a maximização da riqueza. A maximização da riqueza é a abordagem preferida por cinco razões básicas: considera (1) o retorno realizável do proprietário, (2) uma perspectiva a longo prazo, (3) a época de ocorrência dos retornos, (4) risco e (5) a distribuição dos retornos. A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. Existem vários exemplos que mostram uma valorização no preço daação de Companhias resultante do fato de que as decisões de curto prazo relacionadas com o desenvolvimento de novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, tenham produzido maiores retornos futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais de baixa qualidade, ao mesmo tempo que faria um tremendo esforço de venda para vender seus produtos por um preço que rendesse um elevado lucro por unidade. Essa é uma estratégia de curto prazo que poderia resultar em lucros elevados para o primeiro ano, porém, em anos subsequentes os lucros declinariam significativamente pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manutenção associado à maquinaria de baixa qualidade. O impacto de vendas decrescentes e custos crescentes tenderia a reduzir os lucros a longo prazo e, se não houvesse cuidado, poderia resultar na eventual falência da empresa. As consequências potenciais de maximização do lucro a curto prazo provavelmente estejam refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais longo. Figura 53. O profissional de finanças Fonte: CFA52 52 Disponível em: www.cfa.org.br 122 Assistente Administrativo 5.2 PERFIL DO PROFISSIONAL DE FINANÇAS E ATRIBUIÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO. PLANEJAMENTO NA ÁREA DE FINANÇAS. A Ocorrência dos Retornos A abordagem de maximização do lucro, proposta a partir de Markowitz (1952, p.77- 91), sobre a relação entre risco e retorno, não consegue refletir diferenças na época de ocorrência de retornos, ao passo que a maximização da riqueza tende a considerar tais diferenças. O objetivo de maximização do lucro dá maior importância a um investimento que ofereça os maiores retornos totais, enquanto que a abordagem da maximização da riqueza considera explicitamente a época de ocorrência dos retornos e seu impacto no preço da ação. Risco A maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximização da riqueza considera explicitamente o risco. Uma premissa básica na Administração Financeira é que existe uma relação entre risco e retorno: os acionistas esperam perceber maiores retornos de investimento de maior risco e vice-versa. Os Administradores Financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem investimentos potenciais. Considerando que os acionistas exigem maiores retornos para maiores riscos, é importante que o Administrador Financeiro considere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto que a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, portanto, a abordagem preferida. Distribuição de Retornos O uso do objetivo da maximização do lucro não permite considerar que os acionistas possam desejar receber uma parte dos retornos da empresa sob a forma de dividendos periódicos. Na ausência de qualquer preferência por dividendos, a empresa poderia maximizar lucros de um período a outro, reinvestindo todos os lucros, usando-os para adquirir novos ativos que elevarão os lucros futuros. A estratégia da maximização da riqueza leva em conta o fato de que muitos proprietários apreciam receber o dividendo regular, independente do seu montante. Os Administradores financeiros devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. Este efeito clientela é usado para explicar o efeito de uma política de dividendos sobre o valor de mercado de ação. Acredita-se que, se o retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, isto terá um efeito positivo sobre o preço das ações. Já que a riqueza de cada acionista, em qualquer instante, é igual ao valor de mercado de todos os seus ativos, menos o valor de suas dívidas, um aumento no preço de mercado da ação da empresa deve aumentar a sua riqueza. Uma empresa interessada em maximizar a riqueza da acionista poderá pagar-lhe dividendos numa base regular. Uma empresa que deseja maximizar lucros pode preferir não pagar dividendos. Porém, os acionistas certamente prefeririam um aumento na sua riqueza, a longo prazo, do que a geração de um fluxo crescente de lucros, sem se preocupar com o valor de mercado de suas ações. 123 Operações financeiras e orçamentárias Figura 54. Lucro dos acionistas Fonte: Click navegantes53 Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente o retorno realizável dos proprietários, considera as perspectivas a longo prazo da empresa, reflete diferenças na época de ocorrência dos retornos, considera o risco e reconhece a importância da distribuição de retornos, a maximização da riqueza refletida no preço da ação é considerada a meta da Administração Financeira. A maximização do lucro pode ser parte de uma estratégia de maximização da riqueza. Muitas vezes, os dois objetivos podem ser perseguidos simultaneamente. Porém, não se deve nunca permitir que a maximização dos lucros obscureça o objetivo mais amplo da maximização da riqueza. Definições e Problemas de Administração Financeira A Função Financeira compreende os esforços dispensados, objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos (lucro) aos proprietários das ações ou cotas da empresa, proporcionando a liquidez da mesma perante seus credores. A premissa está assentada no equilíbrio entre Rentabilidade (lucro) e Liquidez, trazida a partir de ASSAF NETO (2012, p.176). Problemas de Administração Financeira a) Mercado • Mercado Comprador; • Preço, prazo e outras condições de venda; • Manutenção e ampliação da quota da empresa no mercado; • Efeitos da concorrência; • Vendas cíclicas ou de época; • Mercado Fornecedor; • Preços, prazos e outras condições de compra; • Compras cíclicas ou de época; • Necessidade de importação. 53 Disponível em: www.clicknavegantes.com.br 124 Assistente Administrativo b) Aplicação do Capital • Renovação e ampliação de máquinas, equipamentos e instalações; • Manutenção de estoques e produção em andamento; • Concessão de crédito a clientes; vendas a prazo; • Adiantamento a fornecedores. c) Capital Alheio • Limites para compra a prazo; • Limites para operações bancárias; • Custo do capital alheio; • Financiamentos especiais. d) Capital Próprio • Capitalização de lucros; • Distribuição de lucros; • Destinação das reservas e provisões; • Entrada de capital novo. e) Expansão • Expansão em pequena escala; • Expansão em grande escala. A percepção desses e de outros problemas só será possível às empresas que mantém adequado sistema de processamento e análise de dados, determinando as diversas situações de solvência, liquidez e rentabilidade. A maioria das empresas concentra suas atenções apenas no propósito de obter recursos, para cobrir a falta de numerário, não se preocupando com os meios que ocasionaram esta deficiência. Figura 55. Empresa e dificuldades Fonte: ibc coaching 125 Operações financeiras e orçamentárias Problemas financeiros mais comuns enfrentados pelas empresas54 a) Expansão descontrolada das vendas, implicando em maior volume de compras e de gastos; b) Ampliação dos prazos de vendas, para a conquista de mercados; c) Diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de pagamentos e de recebimen- tos, em função dos prazos de compra e de vendas; d) Insuficiência do capital próprio e utilização do capital alheio em proporções excessivas; e) Baixa velocidade na rotação dos estoques e nos processos de produção; f) Necessidade de compras de vultos de caráter cíclico ou para reserva, exigindo maiores disponibilidades; g) Distribuição de lucros, além das possibilidades de caixa; h) Imobilização excessiva, diminuindo o capital circulante ou utilizando capital de terceiros. Figura 56. Empresa lucrativa Fonte: Revista Exame As empresas financeiramente equilibradas apresentam as se- guintes características: a) Há permanente equilíbrio entreos recursos e os encargos financeiros; b) O capital próprio tende a aumentar em relação ao capital alheio; c) A rentabilidade do capital é satisfatória, não prejudicando as vendas forçadas para a obtenção de numerário, nem pesadas parcelas de juros; d) Há tendência para aumentar a rotatividade dos estoques, cujo valor não se eleva na mesma proporção em que cresce o valor das vendas e maior frequência de vendas para um número cada vez maior de produtos; e) Há tendência para estabilizar-se o prazo médio de recebimento das vendas; 54 Disponível em: https://blog.bcntreinamentos.com.br/5-problemas-financeiros-que-muitas-em- presas-enfrentam/. Acesso em 18/10/2021. https://blog.bcntreinamentos.com.br/5-problemas-financeiros-que-muitas-empresas-enfrentam/ https://blog.bcntreinamentos.com.br/5-problemas-financeiros-que-muitas-empresas-enfrentam/ 126 Assistente Administrativo f) Não há imobilização excessiva de capital, nem ela é insuficiente para o volume necessário de produção; g) Não há falta de mercadoria para atendimento das vendas. 5.3 O orçamento e sua importância no cotidiano empresarial. Geração de caixa e geração de receitas. A administração – e muitos investidores e gerentes de créditos bancário – está cada vez mais consciente dos méritos dos planos empresariais formais. O maior trabalho técnico do contador responsável pelo orçamento é com os dados futuros esperados, e não com os dados históricos. O orçamento coloca o planejamento no seu lugar – no primeiro plano na mente dos administradores. A partir do conteúdo exemplificado em SILVA ANDRADE (2020), podemos ter como missão, nos dias de hoje, encarar o desafio de começar a compreender por que o orçamento é útil. O orçamento visa, basicamente, a dirigir a atenção, pois ajuda os administradores a se concentrarem em problemas operacionais ou financeiros, com uma antecedência suficiente para o planejamento ou a ação eficaz. A contabilidade ajuda o desempenho operacional da administração (com que eficiência se adquirem e usem itens do ativo). Mas a função de financiamento (como se obtêm os recursos financeiros para investir em ativo) também é importante. É por isso que examinamos os orçamentos de caixa e os orçamentos operacionais. As organizações bem sucedidas caracterizam-se, em geral, por uma administração operacional superior e por uma administração financeira superior. Os fracassos das empresas podem ser, frequentemente, atribuídos ao desprezo, pela administração, dos aspectos financeiros de suas responsabilidades. O orçamento passou por uma evolução significativa, onde saiu de um orçamento empresarial para um orçamento perpétuo. Figura 57. O orçamento Fonte: Dimat Solutions55 55 Disponível em: www.dimatsolutions.com.br 127 Operações financeiras e orçamentárias Conceito Orçamento nada mais é do que colocar na frente aquilo que está acontecendo hoje. Outra definição que pode ser dada é que o orçamento é a expressão quantitativa de um plano de ação e ajuda à coordenação e implementação de um plano. O orçamento geral resume os objetivos de todas as subunidades de uma organização – vendas, produção, distribuição e finanças. Quantificam metas para vendas, produção, lucro líquido e posição de caixa e para qualquer outro objetivo especificado pela administração. O orçamento geral normalmente consiste num demonstrativo de lucro futuro esperado, num balanço, num demonstrativo de receitas e despesas de caixa e em quadros de cálculos. Esses demonstrativos são o ponto culminante de uma série de decisões de planejamento baseadas num exame detalhado e rigoroso do futuro da organização. É claro que os orçamentos também podem ser usados a nível individual. Por exemplo, um aluno pode fazer um orçamento detalhado ou geral do que gastará com alimentação na próxima semana ou mês, das horas de estudo antes das provas e assim por diante. Vantagens do orçamento Muitos céticos que nunca usaram orçamentos dizem logo: “acho que o orçamento é muito bom para o negócio dos concorrentes, mas minha empresa é diferente. Há muitas incertezas e complicações para que o orçamento possa valer a pena para mim”. Mas os mesmos administradores, quando indagados quanto aos detalhes, geralmente revelam que estão sempre planejando, mas de modo informal. Talvez a melhor maneira de combater esta atitude míope seja citar outros da mesma indústria que cuidem melhor do orçamento e que, inevitavelmente, estarão entre os líderes da indústria. Os benefícios do orçamento quase sempre superam claramente seu custo e o esforço necessário. Um programa orçamentário sempre será útil para qualquer organização, independentemente do seu tamanho e de suas incertezas56. Eis os principais benefícios: 1. O orçamento, formalizando suas responsabilidades pelo planejamento, obriga os administradores a pensar à frente. 2. O orçamento estabelece expectativas definidas que é a melhor base de avaliação do desempenho posterior. 3. O orçamento ajuda os administradores a coordenarem seus esforços, de forma que alcancem os objetivos. Objetivos do orçamento O orçamento pode e deve reunir diversos objetivos empresariais, na busca da expressão do plano e controle de resultados. Portanto, convém ressaltar que o plano orçamentário não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. O ponto fundamental é o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros. Os objetivos da corporação, genéricos, direcionam os objetivos das diversas áreas ou funções, que são os objetivos específicos. Desta maneira, o processo de estabelecer objetivos deve ser interativo, que coordena os objetivos gerais com os específicos. 56 Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/importancia-e-vantagens-da-elabora- cao-do-controle-orcamentario . Acesso em 18/10/2021. https://administradores.com.br/artigos/importancia-e-vantagens-da-elaboracao-do-controle-orcamentario https://administradores.com.br/artigos/importancia-e-vantagens-da-elaboracao-do-controle-orcamentario 128 Assistente Administrativo Nessa linha de atuação, o processo orçamentário deve permitir a participação de toda a estrutura hierárquica com responsabilidade orçamentária, não devendo ser um processo ditatorial com uma única direção, de cima para baixo. É certo portanto que, em última instância e em casos de dúvida, prevalecerão os critérios da corporação. Todos os envolvidos no processo orçamentário devem ser ouvidos. Esse envolvimento permitirá uma gestão participativa, compatível com a estrutura de delegação de responsabilidades e permitirá o comprometimento de todos os gestores dos setores específicos. Só assim será possível a gestão adequada da etapa final do plano orçamentário, que é o controle orçamentário, com a análise das variações e do desempenho individual dos gestores. Diante dessas colocações, podemos listar alguns princípios gerais para a estruturação do plano orçamentário: • Orientação para objetivos: o orçamento deve se direcionar para que os objetivos da empresa e dos setores específicos sejam atingidos eficiente e eficazmente. • Envolvimento dos gestores: todos os gestores responsáveis por um orçamento específico devem participar ativamente dos processos de planejamento e con- trole, para obtermos o seu comprometimento. • Comunicação integral: compatibilização entre o sistema de informações, o processo de tomada de decisões e a estrutura organizacional. • Expectativas realistas: para que o sistema seja motivador, deve apresentar objetivos gerais e específicos, que sejam desafiadores, dentro da melhor visão da empresa, mas passíveis de serem cumpridos. • Aplicação flexível: o sistema orçamentário não é um instrumento de dominação. O valor do sistema está no processo de produzir os planos, e não nos planos em si. Assim, o sistema deve permitir correções, ajustes, revisões de valores e planos. • Reconhecimento dos esforços individuaise de grupos: O sistema orçamentário é um dos principais instrumentos de avaliação de desempenho e etc. Figura 58. Tipos de orçamento Fonte: Acervo digital da UFPR 129 Operações financeiras e orçamentárias Tipos de Orçamento O orçamento pode ser mais bem visualizado através dos seus diversos tipos. Femenick (2006) descreve alguns dos tipos mais utilizados pelas organizações: • Orçamento Administrativo: é aquele que é feito a priori e prevê os fatos admi- nistrativos de uma empresa ou entidade. • Orçamento Anual: quadro em que se prevê receita e despesa a serem realizadas ao longo de um ano. • Orçamento Complementar: previsão adicional, isto é, que visa à complementação de um fato patrimonial ou verba. • Orçamento de Aquisições: são cálculos para investimentos a serem realizados. • Orçamento de Câmbio: expressão utilizada para designar uma previsão dos recebimentos e pagamentos em divisas a serem realizados. • Orçamento de Custos: previsão das despesas a serem realizadas para a execução da tarefa produtiva. • Orçamento Público: é uma tabela da despesa e da receita, com suas fontes e origem legislativa. É uma previsão das possibilidades financeiras do Estado e ao mesmo tempo uma autorização do Poder Legislativo, para que os impostos possam ser arrecadados e as despesas efetuadas. Não se pode cobrar impos- tos ou efetuar despesas, sem que estejam consignadas na lei orçamentária. O orçamento é, portanto, instrumento da política financeira, destinado a orientar o poder público na execução do programa de governo. Por sua vez, diz que os orçamentos podem ser desenvolvidos com métodos diferentes, de acordo com as circunstâncias concretas da empresa, como segue: 1. Orçamento de Tendências: trata-se de um orçamento com elementos (recei- tas e custos) de anos anteriores, os quais serão ajustados aos valores atuais, com algumas pequenas mudanças de metas. Um dos aspectos positivos dessa abordagem, defendido por estudiosos, afirma que, para sua elaboração, não se exigiria dos funcionários responsáveis muito tempo e nem muito esforço, pois existem dados a serem comparados. Já como aspecto negativo, os estudiosos acreditam que essa teoria impossibilita a correção de prováveis ineficiências existentes no processo produtivo e/ou administrativo, condicionando a empresa a uma atitude conservadora que pode afastá-la do mercado em pouco tempo. 2. Orçamento Base Zero: o orçamento base zero rejeita a visão tradicional do orçamento e, principalmente, a ideia do orçamento incremental, que leva em consideração os dados do ano passado mais um adicional. Em vez disso, o orçamento de base zero projeta todas as peças como se estivessem sendo compiladas pela primeira vez. A principal desvantagem do orçamento de base zero é o tempo de elaboração. Neste sentido, o orçamento base zero pode ser bastante burocrático, com muitos papéis e inúmeros controles, leva muito mais tempo para ser elaborado do que os orçamentos tradicionais, em virtude de que os gastos devem ser justificados e aprovados. As vantagens do orçamento base zero é que pode ser implementado em qualquer organização com ou sem 130 Assistente Administrativo fins lucrativos, as atividades normalmente podem ser controladas através das relações de contribuição para o resultado global do negócio, como cada quantia a ser gasta precisa ser justificada, o orçamento base zero leva mais tempo para ser elaborado, mas provavelmente conduz a um melhor resultado. Ele leva a empreender revisões nas estimativas básicas para todos os departamentos a cada ano, evitando assim a perpetuação das ineficiências. 3. Orçamento Flexível: o orçamento flexível tem duas diferenças básicas frente ao orçamento empresarial. Primeiro, não limita a projeção a um nível de atividade, mas sim, para uma gama de atividades. Os resultados atuais não são comparados com os custos ao nível de atividade do orçamento original; ou seja, os custos incorridos são comparados com aqueles necessários para esse nível de atividade. A análise de cada variação é importante para melhorar o controle e avaliação do desempenho. Através do orçamento flexível, as variações são analisadas e compreendidas pelos colaboradores da empresa. A clareza e participação na elaboração do orçamento direcionam a empresa a atingir os objetivos globais. A utilização do orçamento flexível exige um conhecimento maior sobre os cus- tos. As empresas em geral encontram problemas para separar custos fixos de variáveis, dificultando a utilização do orçamento flexível. O mesmo também tem limitações no gerenciamento de medidas não financeiras. 4. Orçamento Contínuo: o orçamento contínuo é frequentemente usado quando se acredita que planos realistas podem ser feitos para curtos períodos. E é desejável ou necessário replanejar projeções continuamente por força das circunstâncias. Este sistema é fácil de implementar, fácil de gerenciar, requer muito menos tempo de elaboração, assegura verdadeira responsabilidade, prediz o fluxo monetário e resulta em um orçamento mais preciso que as aproximações do passado. O orçamento contínuo é adequado a empresas com produtos com ciclo de vida muito curto e a processos que exigem rapidez nas mudanças. 5. Orçamento Perpétuo: é um sistema de planejamento que prevê custos e uso de recursos, fundamentado nas relações de causa e efeito entre os processos correntes, permite clara identificação das inter-relações entre atividades da empresa e como essas relações influenciam no desempenho individual e no resultado global. Qualquer mudança nos eventos chave desencadeará alterações nas metas orçamentárias, adaptando-as à realidade, tal premissa proporciona ao sistema orçamentário grande flexibilidade, desencadeando mudanças nas metas a qualquer momento, independentemente do ciclo orçamentário. A análise dos eventos por parte dos gestores e empregados permite melhor entendimento dos efeitos, e também encontrar a melhor maneira de controlar sua influência positiva ou negativa no resultado. A principal vantagem do orçamento é, provavelmente, que ele obriga os administradores a pensarem à frente – a preverem as condições em transformação e se prepararem para elas. O processo orçamentário torna o planejamento uma responsabilidade administrativa explícita. Muitas vezes, os administradores trabalham na base do dia a dia, apagando um incêndio após o outro na empresa. Simplesmente não têm tempo para pensar mais 131 Operações financeiras e orçamentárias detidamente em problemas além dos que vão ocorrer no dia seguinte. O planejamento é deixado para trás ou, de fato, impossibilitado pelas pressões. O problema da orientação do dia a dia na administração de uma organização é que os objetivos nunca se cristalizam. Sem os objetivos, o funcionamento da empresa fica sem direção, os problemas não são previstos e os resultados são difíceis de serem interpretados. Os que defendem o uso correto dos orçamentos afirmam que a maioria das emergências da empresa pode ser evitada com um planejamento cuidadoso. A elaboração do orçamento exige que os objetivos definidos pela organização sejam contemplados e perseguidos. Caso isso não ocorra, o orçamento deve ser revisado e ajustado, já que ele é o instrumento gerencial que deve proporcionar a realização dos objetivos. Figura 59. Ambientes Interno e Externo Ambiente Geral A Organização Ambiente Interno Aspecto Organizacional Aspecto Financeiro Aspecto de Marketing Aspecto de Pessoal Aspecto de Produção Ambiente Operacional Aspecto Econômico Aspecto Tecnológico Aspecto Legal Aspecto Político Aspecto Social ClientesFornecedores Componente Internacional Concorrência Mão-de-obra Fonte: PDF Coffee57 Em acordo ao apresentado por Ferzati (2007, pág. 1-13), podemos inferir que a análise externa é a maneira pela qual a organização olha o ambiente externo e identifica as oportunidades que pretende auferir. Ela o faz com base na avaliação de cenários, levando em conta elementos que contém informações(entre outras) sobre: • Cenário Político; • Cenário Econômico; • Tecnologia; • Cenário Social; • Cenário Legal; • Cenário Fiscal; • Ecologia; • Concorrência; • Fornecedores; • Cenário Demográfico. 57 Disponível em: www.pdfcoffee.com 132 Assistente Administrativo A Análise Interna é a forma pela qual a organização, depois de analisar o ambiente externo, se volta para dentro e identifica as necessidades de recursos requeridos para que possa atingir os seus objetivos. Ela deve avaliar os seus recursos humanos, sistemas de informações, tecnologias, metodologia, procedimentos, recursos materiais e etc. As estratégias explicam como os objetivos podem ser atingidos. Especificam as ações propriamente ditas. Uma das metodologias mais empregadas para a identificação das estratégias a executar é a análise de pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades. Trata-se de modelo tradicional, mas de grande utilidade prática. Por sua vez o orçamento surge como sequência à montagem do plano estratégico, permitindo colocar foco e identificar, num horizonte menor, de um exercício fiscal, as suas ações mais importantes. Nesse sentido, uma vez tendo feito um adequado trabalho na montagem do plano estratégico, o orçamento tem muita chance de ser elaborado com coerência e consistência.58 Caso os conceitos estejam claros e entendidos pelos profissionais, o orçamento poderá ser elaborado de maneira adequada. É composto pela seguinte sequência de elementos. a) Princípios gerais de planejamento: tratam da necessidade estrutural. Na ver- dade, uma vez que tais princípios não estejam sendo atingidos, o processo de gerenciamento da organização estaria sendo negativamente afetado. b) Diretrizes: correspondem ao briefing da alta administração, direcionando as ações para vários segmentos. Em situações em que a estabilidade do ambiente macro é grande, isso já foi feito no momento de elaborar o plano estratégico. c) Cenários: analogamente às diretrizes, em situações de estabilidade, já foram definidos no momento da montagem do plano estratégico. d) Premissas: podem ser separadas em: Operacionais: Referem-se às atividades propriamente ditas. Entre as várias premissas existentes, destacam-se: • Fatores de consumo de materiais e mão-de-obra; • Hierarquia de produtos para período futuro; • Estrutura organizacional do ponto de partida; • Revisão dos centros de custos e unidades de negócios a detalhar no plano de contas; • Tendência de obtenção de insumos (importados ou adquiridos localmente); • Ponto de partida (saldos de balanço, preços dos produtos a comercializar, salários, preços dos insumos a comprar, etc.). De estruturação: correspondem aos critérios considerados, tais como moeda de decisão utilizada, período de planejamento (janeiro a dezembro, julho a junho, por exemplo). 58 Disponível em: http://valorcontabilfiscal.com.br/consultoria-gestao-orcamentaria . Acesso em 09/10/2021. http://valorcontabilfiscal.com.br/consultoria-gestao-orcamentaria 133 Operações financeiras e orçamentárias Macroeconômicas: tratam-se das premissas mais conhecidas. Correspondem a inflação, juros, variação dos preços dos insumos, variação cambial, etc. As premissas devem estar prontas e definidas antes do início da montagem do orçamento propriamente dito. e) Plano de marketing: indica a atividade comercial da organização, no que se refere o volume físico de venda, por período, por área, por preço e etc. Deve definir política de descontos, prazos, gastos com comunicação e despesas comerciais previstas. f) Plano de suprimentos, produção e estocagem: trata os estoques de produtos acabados, produtos em processo e matérias-primas, produção própria e/ou tercei- rizada, suprimentos de materiais e necessidade de mão-de-obra da organização. g) Planos de investimentos no ativo permanente: explicita os gastos que serão efetuados em movimentações (aquisições, vendas e baixas) referentes a ativos do permanente da organização. h) Plano de recursos humanos: deve tratar os elementos referentes aos recursos humanos na organização, desde a estrutura organizacional, o preenchimento dessa estrutura, movimentações de funcionários, remuneração, treinamento, admissões e desligamentos, consultorias na área, etc. i) Plano financeiro: corresponde à etapa do plano em que as demonstrações finan- ceiras são disponibilizadas e a análise global é viabilizada. A função do plano financeiro consiste em permitir que todas as decisões tomadas nos vários sub planos sejam transformadas em um único denominador, no caso, o monetário. Figura 60: O Planejamento na Empresa moderna Fonte: Neil Patel59 Uma forma de explicar ao empresário é que não adianta fazer apenas o orçamento, sem um plano estratégico amadurecido, é necessário determinar um planejamento estratégico e integrá-los com todas as unidades da empresa. 59 Disponível em: www.neilpatel.com 134 Assistente Administrativo Controle Orçamentário Controle orçamentário deve ser um instrumento que permita à organização entender quão próximo estão os resultados em relação ao que planejou para dado período. Nessa abordagem, é importante definir e acompanhar o todo e as partes. Em outras palavras, significa que metas da empresa podem ou não ter sido atingidas (retorno sobre o investimento, valor residual, lucro, geração de caixa, distribuição de dividendos etc.). Tais metas são entendidas como macro no sentido de que dependem do desempenho de todas as áreas da organização. Por outro lado, é fundamental entender como foram atingidas, o que só se pode entender com o detalhamento de indicadores específicos de cada área da organização. A realimentação do sistema de planejamento corresponde a uma etapa importante, já que o entendimento das variações permite aprimorar o processo de planejamento (figura abaixo). Tomar conhecimento sem desenvolver ação corretiva, quando necessário, é pura perda de tempo e energia. Na visão clássica de avaliação de desempenho, eficiência e eficácia devem ser enfatizadas, já que podem caminhar independentemente, embora alguns autores considerem que o termo eficácia possa (e deva) incluir o conceito de eficiência. Seria o mesmo que dizer que eficácia sem eficiência seria possível por mero acaso ou sorte, nada garantindo que possa refletir no futuro. Eficácia é entendida como quão bem o executivo desenvolve o seu trabalho. Ela sempre estará relacionada com os objetivos da organização. Eficiência significa quanto se produz, em decorrência dos insumos considerados, não necessariamente relacionados com os objetivos da organização. Executivo eficiente é o que minimiza o consumo de recursos ou gera a maior quantidade de produtos/serviços, uma vez definidos os recursos. Dessa maneira, dado colaborador pode ter desempenho de grande eficiência e não contribuir para que o objetivo da organização seja atingido. Figura 61. Eficácia e Eficiência Fonte: Definições da IS0 9000:2000 O que seria medido numa organização? O grau de eficiência é uma permanente preocupação dos executivos e pode ser percebido nos controles sobre consumo de materiais, horas e etc. Contudo, é de extrema importância gerenciar tanto a eficácia como a eficiência atingidas e a geração de riqueza, sob a forma do lucro e caixa, por unidade de negócios. 135 Operações financeiras e orçamentárias Prazo do Orçamento O horizonte do planejamento pode ir de um ano ou menos, a muitos anos, dependendo dos objetivos do orçamento e das incertezas existentes.60 Projetos como, por exemplo, compras de equipamentos, localização de fábricas e introdução de linhas de produtos. Os orçamentos gerais, que consolidam os planos globais de uma organização num prazo mais curto, são geralmente preparados anualmente. O orçamento anual pode ser subdividido em orçamentos mensais ou, talvez, em orçamentos mensais no primeiro trimestre e orçamentos trimestrais nos três trimestres restantes. Os orçamentos contínuos estão sendo cada vez mais usados. São orçamentos gerais quevão sempre acrescentando mais um mês que se encerra. Os orçamentos contínuos são úteis porque obrigam os administradores a pensar especificamente nos próximos doze meses, mantendo, com isso, um horizonte estável de planejamento. Implantação do orçamento Numa organização, a implantação de um orçamento depende do envolvimento de todas as unidades da empresa. Os passos para a instalação são os seguintes: 1. Criação de um setor que se encarregará de implantar o sistema orçamentário. 2. Esse setor deverá preparar todos os passos necessários para a instalação do processo. 3. Reuniões com os membros da diretoria para a definição das metas básicas sobre as quais o orçamento vai ser estabelecido. Essas metas poderão ser traduzidas resumidamente pelos seguintes pontos: a) Participação no mercado; b) Lucro líquido sobre as vendas; c) Retribuição do investimento; d) Assistência aos empregados; e) Ampliação das instalações; f) e novos produtos e retirada de outros. Classificação dos orçamentos Os termos usados para descrever diversos esquemas de orçamentos variam de uma empresa para outra. Às vezes, os orçamentos são chamados de demonstrativos projetados por serem demonstrativos financeiros previstos, constatando com os demonstrativos de resultados efetivos. Os orçamentos, acompanhados por demonstrativos auxiliares, são divididos em dois grandes grupos (Orçamento Geral e Relatórios) e podem ser classificados da seguinte maneira, segundo KNUTH (2012): 60 Disponível em: https://valorcontabilfiscal.com.br/ . Acessado em 10/10/2021. https://valorcontabilfiscal.com.br/ 136 Assistente Administrativo Orçamento de Investimentos As etapas dos grandes projetos integram o plano de investimento de longo prazo programado para o período coberto pelo orçamento. Outros investimentos de menor montante que deverão iniciar-se no período, relativos aos ativos fixos e às instalações, equipamentos, veículos e etc. de todas as áreas da empresa. Cada investimento específico costuma ser submetido à aprovação superior. As propostas aprovadas terão seus desembolsos computados no orçamento de caixa e seus valores contábeis (Imobilização e depreciações) registrados nos orçamentos específicos. Orçamento Operacional O orçamento operacional é o que contém a maior parte das peças orçamentárias, pois engloba todos os orçamentos específicos que atingem a estrutura hierárquica da empresa, englobando as áreas administrativa, comercial e de produção. O orçamento operacional equivale, na demonstração de resultados da empresa, às informações que evidenciam o Lucro Operacional, ou seja: vendas, custo dos produtos, despesas comerciais e administrativas. Orçamento de Vendas Existem algumas dificuldades da previsão de Vendas, pois a precisão dos programas estimados de produção e das tabelas de custo depende do detalhamento e da exatidão, em valor e em quantidade, da previsão de vendas. A previsão de vendas é geralmente feita sob supervisão do principal executivo da área de vendas. Todos os seguintes fatores são importantes: (1) padrões passados de vendas; (2) as estimativas feitas pelos vendedores; (3) as condições gerais econômicas e de concorrência; (4) inter-relações específicas entre vendas e indicadores econômicos, como, por exemplo, o produto nacional bruto ou índices de produção industrial; (5) variações de preços; (6) estudos de pesquisa de mercado; e (7) planos de propaganda e promoção de vendas. A previsão de vendas em geral emprega várias técnicas. Pedem-se opiniões dos vendedores. Muitas vezes, aplicam-se métodos estatísticos. As correlações entre vendas e indicadores econômicos ajudam a tornar as previsões de vendas mais confiáveis. Na maioria dos casos, as análises quantitativas feitas por economistas e por técnicos da equipe de pesquisa de mercado dão uma ajuda valiosa, mas não respostas imediatas. As opiniões dos administradores de linha influenciam sobremaneira as previsões finais de vendas. As políticas de preço podem ter efeitos pronunciados sobre as vendas. A avaliação, pela administração, das elasticidades-preço (o efeito das variações de preço sobre o volume físico vendido) influencia a previsão de vendas. Uma empresa pode não cobrar o mesmo preço unitário de todos os fregueses (devido à diferença de custos de fornecimento para diferentes mercados). Nesses casos é preciso uma análise detalhada, tanto das unidades a serem vendidas, como do valor das vendas para cada categoria de preço, para se poder chegar a uma previsão agregada final das vendas. A previsão de vendas ainda é um pouco sujeita a um certo misticismo, mas seus processos estão ficando mais formais e estão sendo vistos com mais seriedade por causa da intensidade das pressões da concorrência. 137 Operações financeiras e orçamentárias Nos últimos anos, a probabilidade estatística tem sido formalmente aplicada ao problema da previsão de vendas. Além do mais, os modelos de planejamento financeiro e a simulação têm permitido aos administradores um entendimento quantitativo dos desdobramentos de várias estratégias de vendas. Figura 62. Estratégia de vendas Fonte: Whitecom61 a) Orçamento de Produção (para firmas industriais) É totalmente decorrente do orçamento de vendas. O orçamento de produção, em quantidade dos produtos a serem fabricados, é fundamental para a programação operacional da empresa e temos dois dados importantes para este orçamento que são: orçamento de vendas em quantidades por produto e política de estocagem de produtos acabados. O orçamento de produção se divide em: • Orçamento de Matéria-prima: O orçamento de matéria-prima é um plano que especifica as quantidades de produtos para o processo de fabricação, inclusive o tipo de material a ser adquirido, períodos, preços e unidades de negócios a serem atendidas. São elaborados a partir das necessidades de material informadas pela área de fabricação, tendo o setor de compras como o encarregado de adquirir as quantidades estimadas desse material. O orça- mento de matéria-prima revela padrões de consumo ou quantidade de cada tipo de matéria-prima e o volume físico de produção. A matéria-prima consiste em qualquer material que seja fisicamente agregado ao produto, fazendo parte do mesmo. A importância e necessidade da elaboração do orçamento de matérias-primas estão ligadas diretamente aos custos da produção da empresa, pois nas empresas industriais elas absorvem grande parte desse custo, neste segmento é fundamental que a elaboração seja feita de forma adequada e exata, pois o resultado dessa peça do orçamento é determinante para o sucesso do orçamento em geral. 61 Disponível em: www.whitecom.com.br 138 Assistente Administrativo • Orçamento de Mão-de-obra direta: O orçamento de mão-de-obra direta tem grande importância para a organização, pelo fato de o mesmo consumir grande parte dos custos totais da produção. A mão-de-obra pode ser direta, que abrange os salários pagos aos colaboradores diretamente envolvidos nas atividades específicas da produção, e indireta que envolve os custos de pessoal que não tem relação direta com a produção, como salários de supervisores, serventes e etc. O cálculo de M.O. direta busca saber quanto é necessário de recursos humanos para efetivar o orçamento de produção e atender o orçamento de vendas projetado, tomando-o realizável. Os benefícios deste orçamento para o departamento pessoal são claros, pois elimina os pedidos urgentes de recrutamento e seleção de funcionários, que são muito comuns em empresas que não utilizam processos de planejamento. • Orçamento dos Custos Indiretos de Fabricação: Os custos indiretos da pro- dução compreendem todos os custos que não foram classificados como maté- ria-prima ou como mão-de-obra direta, ou seja, que não foram identificados como produtos ou trabalhos específicos. Esses custos podem ser classificados, conforme seu comportamento em relação ao nível de atividade, em custos fixos, variáveis e semivariáveis. b) Orçamento deCustos de Produtos Vendidos As partes componentes do custo dos produtos vendidos podem ser tomadas dos orçamentos individuais previamente descritos e ajustados para alterações nos estoques. Há demanda dos dados de (1) Orçamento de consumo de materiais diretos – OCMD, (2) Orçamento de mão-de-obra direta – OMOD, (3) Orçamento de custos indiretos de produção – OCIP, (4) Estoque inicial – EI, (5) Estoque final – EF. Para este cálculo é utilizada a seguinte fórmula: OCPV = OCMD + OMOD + OCIP + EI – EF • Orçamento de Despesas com Vendas: As despesas com vendas são compostas de certo número de itens, variáveis e fixos. As principais despesas fixas são salários e depreciação; as principais despesas variáveis são comissões, viagens, propaganda e perdas com devedores. As despesas variáveis são baseadas em reais (R$) vendidos, e, portanto, variam em proporção direta com as vendas. • Orçamento Despesas Administrativas: Segundo a boa técnica, os responsáveis pelos componentes administrativos deverão receber a incumbência de prepa- rar seus orçamentos individuais. O orçamento deve ir, na escala hierárquica funcional, até o nível onde existam responsabilidade e autoridade definidas. Normalmente, os orçamentos das despesas administrativas são bastante simples, uma vez que é muito difícil estabelecer bases de volume em relação às quais essas despesas possam flutuar. Como em todo orçamento, e principalmente em relação às despesas admi- nistrativas, o comportamento humano assume grande importância. Convém 139 Operações financeiras e orçamentárias obter-se apoio do pessoal administrativo, sem o qual nada se realizará de proveitoso, principalmente se deseja um orçamento mais sofisticado, con- tendo medidas-padrão de desempenho e etc. Para um orçamento simples, basta que o responsável elabore uma listagem das despesas administrativas separadas por departamento ou função e os gastos de períodos anteriores. Esta listagem será fornecida ao chefe de cada componente administrativo, com as respectivas despesas e o modo como deve estabelecer as estimações. c) Orçamento de Resultados Algumas grandes empresas tratam cada unidade operacional ou conjuntos dessas unidades como centros de lucros, chegando inclusive ao conceito de centros de investimentos. Centro de lucros, corresponderia à unidade que gera receitas, custos, despesas e, consequentemente, resultados. No centro de investimentos são também considerados os recursos aplicados nos ativos, permitindo medir a rentabilidade obtida. Neste caso, haveria balanços específicos para tais centros de investimentos. Os orçamentos de resultados revelam a contribuição de cada unidade ou cada centro de lucros para a formação do resultado global da empresa. Estes orçamentos mostrarão os resultados contábeis orçados para cada mês, trimestre, semestre e o total do ano. A Demonstração de Resultado projetada corresponde à consolidação dos orçamentos de resultados, incluindo: • Orçamentos de Despesas Operacionais dos órgãos administrativos que não geram receitas operacionais. • Orçamento de Despesas e Receitas Financeiras calculadas a partir do orça- mento de caixa e de outros saldos patrimoniais projetados. • Orçamento de Resultados não Operacionais compreendendo previsões de ganhos e perda de capital. d) Orçamento Financeiro Orçamento de Caixa: o orçamento de caixa (demonstrativo orçado de receitas e despesas de caixa) tem as seguintes partes principais: • Saldo Inicial: o saldo inicial de caixa mais as receitas de caixa dão valor total de caixa disponível para as necessidades, antes dos financiamentos. As receitas de caixa dependem das cobranças das contas a receber dos fregueses e das vendas à vista e de outras fontes operacionais como, por exemplo, receitas diversas de aluguéis. O estudo da possibilidade de cobrança das contas a rece- ber soa um pré-requisito para uma previsão precisa. Os fatores principais são a experiência com a cobrança e o prazo médio entre as vendas e as cobranças. • Despesas de Caixa: (1) As compras dependem das condições de crédito ofe- recidas pelos fornecedores e dos hábitos de pagamento das contas do com- prador. (2) A folha de pagamentos depende dos ordenados, dos salários ou das condições de comissões e das datas de pagamento. (3) Os outros custos 140 Assistente Administrativo e despesas dependem da sua distribuição no tempo e de suas condições de crédito. A depreciação não gera despesa de caixa. • Financiamentos: As necessidades de financiamento dependem de como o total de caixa disponível está em relação à necessidade total de caixa. Os planos de financiamentos dependerão da relação de caixa disponível e do caixa que se quer ter. Se houver um excesso, os empréstimos podem ser feitos. As despesas perti- nentes com juros geralmente são incluídas nessa parte de orçamento de caixa. Os orçamentos de caixa ajudam a administração a evitar ter caixa ocioso desnecessário por um lado e, por outro, a ter insuficiências de caixa desnecessárias e que causam muita preocupação. Um programa de financiamento inteligentemente elaborado mantém uma relação razoável entre os saldos e as necessidades de caixa. Orçamento do Balanço: O último passo é o preparo do balanço orçado. Cada item é projetado de acordo com o plano da empresa. Quando do preparo do orçamento geral completo, a administração pode considerar os principais demonstrativos financeiros como uma base para mudar o rumo dos acontecimentos. Por exemplo, a formulação inicial pode levar a administração a experimentar novas estratégias de vendas para gerar mais procura. A administração também pode explorar os efeitos de várias maneiras e ajustar as épocas das receitas e das despesas. De qualquer maneira, o primeiro esboço do orçamento geral raramente é o último. Sendo assim, o processo orçamentário torna-se parte integrante do próprio processo administrativo, no sentido de que não se pode fazer distinção entre planejamento e orçamento. Figura 63. Tipos do orçamento Fonte: Blog Tangerino62 62 Disponível em: www.blog.tangerino.com.br 141 Operações financeiras e orçamentárias Vantagens do Orçamento A utilização de um sistema orçamentário, entendido aqui como um plano abrangendo todo o conjunto das operações anuais de uma empresa, através da formalização do desempenho dessas importantes funções administrativas gerais, oferece inúmeras vantagens.63 Dentre as mais significativas, podemos mencionar: 1. Obriga os administradores a quantificarem e datarem as atividades pelas quais serão responsáveis, em lugar de se limitarem a compromissos com metas ou, ainda, vagos e imprecisos; 2. Reduz o envolvimento dos altos administradores com as operações diárias através da delegação de poderes e de autoridade que se refletem nos orçamentos das diferentes unidades operacionais; 3. Identifica os pontos de eficiência ou ineficiência no desempenho das unidades da empresa e permite acompanhar em que termos está havendo progresso, no sentido da consecução dos objetivos gerais e parciais da empresa; 4. Finalmente, a preparação de um orçamento para toda a empresa tende melhorar a utilização dos recursos a ela disponíveis, bem como ajustá-los a atividades consideradas prioritárias, para que sejam alcançados os seus objetivos. A existência e a utilização do sistema exigem que sejam concretamente fixados objetivos e políticas para a empresa e suas unidades, através da sistematização do processo de planejamento e controle, graças ao uso de orçamentos. Isto introduz o hábito do exame prévio e cuidadoso de “todos” os fatores, antes da tomada de decisões importantes, além de obrigar a administração da empresa a dedicar atenção adequada e oportuna aos efeitos eventualmente causados pelo surgimento de novas condições externas. Por meio de uma integração de diversos orçamentos parciais num orçamento global (ou seja, para as operações de toda a empresa em dado podado), o sistema de planejamento força todos os membros da administraçãoa fazer planos de acordo com os planos de outras unidades da empresa, aumentando seu grau de participação na fixação de objetivos, mesmo que não sejam os altos objetivos da empresa, mas sim na medida do alcance de sua autoridade. Limitações do Orçamento Mas, apesar de todas as vantagens e contribuições que o uso de um sistema de planejamento e controle orçamentários pode proporcionar a uma empresa, seus administradores, proprietários, bem como a funcionários, clientes e fornecedores, ele não é a resposta para todos os males, pois, para ser bem aplicado numa empresa, requer as atitudes apropriadas e o conhecimento da técnica envolvida na sua utilização. Via de regra, a utilidade deste sistema esbarra com os seguintes obstáculos: 1. Os dados contidos nos orçamentos não passam de estimativas, estando assim sujeitos a erros maiores ou menores, segundo a sofisticação do processo de estimação e a própria incerteza inerente ao ramo de operações da empresa. 63 Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/importancia-e-vantagens-da-elabora- cao-do-controle-orcamentario . Acessado em 15/10/2021. https://administradores.com.br/artigos/importancia-e-vantagens-da-elaboracao-do-controle-orcamentario https://administradores.com.br/artigos/importancia-e-vantagens-da-elaboracao-do-controle-orcamentario 142 Assistente Administrativo Entretanto, se a finalidade é planejar, nada pode ser feito para eliminar inteira- mente qualquer margem de erro. Afinal de contas, é melhor planejar com cons- ciência do erro que possa estar sendo cometido do que simplesmente admitir o futuro como incerto e não fazer preparativos para enfrentá-lo; 2. Custo do sistema. É claro que esta técnica não pode ser usada com a mesma intensidade e complexidade por empresas de todos os tamanhos, ou seja, nem todas as empresas contam com os recursos necessários para contratar pessoal especializado em supervisão de orçamentos e desviar tempo do pessoal de linha para planejar e elaborar orçamentos. Entretanto, os benefícios já foram mencionados e parecem claros. Tudo dependeria da comparação dos benefícios do planejamento e do controle formais a esses custos. Por outro lado, há variações de complexidade no sistema orçamentário empregado, o que leva a níveis distintos de custo: para fins de controle talvez não seja preciso conhecer os pedidos mensais recebidos por categoria de cliente e por produto, mas apenas o seu valor total, o que reduzirá em parte o custo do sistema (sendo a perda de informação inferior a essa economia). Alternativamente, a empresa poderá elaborar apenas alguns orçamentos parciais mais relevantes, embora este trabalho procure recomendar o uso de um sistema orçamentário completo, porque há vantagens específicas no aspecto da integração. O uso de um sistema desta natureza ajusta-se melhor a uma dada filosofia e a um certo estilo de administração (com participação), que talvez não sejam aceitáveis em algumas empresas. Na empresa com administração de caráter excessivamente autoritário, não recomendamos o emprego desta técnica em suas ramificações de controle e responsabilidade. Planejar e controlar é sempre bom, em nossa opinião, mas sem a correspondente delegação de autoridade e responsabilidade, o uso desta técnica acabará por transformar-se mais em um exercício dispendioso do que em uma forma de administrar mais racionalmente os recursos da empresa. Por isso, é desejável que se faça uma avaliação deste aspecto antes de se recomendar a introdução efetiva de um sistema orçamentário em uma empresa. Figura 64. Modelo de um DRE direcionado para o orçamento Fonte: Treasy64 64 Disponível em: www.treasy.com.br 143 Operações financeiras e orçamentárias GLOSSÁRIO Acionista: proprietário de uma parte das ações e patrimônio líquido de uma companhia, que pode ser majoritário (tem, pelo menos, metade do capital acionário e mais uma ação, detendo o controle da empresa) ou minoritário (tem cotas menores, sem direito a voto). Ativo: grupo de bens e direitos da empresa, constituindo a parte positiva do patrimônio. É onde a aplicação de recursos acontece, de forma que gerem lucros para o negócio. Auditoria: atividade realizada pela contabilidade com o intuito de analisar as contas apresentadas nos demonstrativos e balanços financeiros com os demais registros da organização, para averiguar se os dados repassados são verdadeiros. Balanço: é a demonstração da situação financeira/econômica da instituição no período em que o balanço se refere. Bens: tudo que pode ser categorizado economicamente e ser alienado ou trocado. Capital social: o valor que constitui a participação dos sócios e acionistas da instituição. Compliance: método usado para prevenir condutas ilegais dentro de uma empresa. Demonstração do Resultado do Exercício: conhecido como DRE, é um documento que reúne todos os dados necessários para identificar se a companhia teve lucro ou prejuízo em uma data específica. Despesas: gastos realizados com a finalidade de gerar receitas futuras. Faturamento: quantia financeira adquirida pela empresa pela venda de um produto ou serviço. Fluxo de caixa: entradas e saídas de valores do caixa. Gestão contábil: é o uso das informações propiciadas pela contabilidade da companhia, com o objetivo de tornar a tomada de decisão mais estratégica e correta. Impostos: montante sobre ganhos e operações pagas ao governo para a manutenção dos bens e atividades públicas. Investimentos: recursos, normalmente econômicos, aplicados em sociedades e em direitos de qualquer natureza. Juros: quantias cobradas sobre compras parceladas e empréstimos cedidos por instituições financeiras e comércios. Lançamento: ato administrativo que busca liquidar a obrigação tributária, por meio da detecção do fato gerador ocorrido, identificação do sujeito passivo, apuração da base de cálculo e aplicação da alíquota. Lucro: quando as receitas são maiores que as despesas da organização. 144 Assistente Administrativo Nota fiscal: documento emitido pelo prestador de serviço ao consumidor, para pagamento ou comprovação da transação. Obrigações: dívidas e obrigações com terceiros de qualquer natureza. Passivo circulante: obrigações que deverão ser pagas ao longo do exercício seguinte, por exemplo, empréstimos, contas, títulos, salários, dentre outros. Patrimônio: bens que pertencem à instituição, com a soma de seus valores. Receita bruta: valores recebidos pela venda de produtos ou serviços prestados sem a ocorrência de descontos ou abatimentos. Rentabilidade: ganha ou perda de capital ocorrida em um investimento, influenciados pela variação do preço de título financeiro ou pelo recebimento de uma renda originária da posse do bem, por exemplo, aluguel. Taxa: quantia fixa cobrada por instituições ou pelo governo para um fim estabelecido, como as taxas de coleta de lixo. Tributos: valores financeiros cobrados pelo estado, que abrangem os impostos, taxas e contribuições. Valor contábil: valor de um ativo ou passivo identificado no balanço patrimonial. RESUMO Ao longo da presente unidade tivemos a oportunidade de apresentar os conteúdos elementares para o entendimento do que se conhece por finanças e orçamento empresarial numa perspectiva atual e simplificada, pontuando os principais aspectos da estratégia organizacional e das ferramentas e modelos mais comumente utilizados por gestores e profissionais nesse sentido. Conseguimos ainda evidenciar os referenciais de acesso necessários para despertar a atenção e o desejo do aluno/cursista, levando em consideração o fato de que esses conteúdos podem ser facilmente trabalhados por professores, instrutores ou tutores como alicerces para a jornada em novos e diferentes projetos de formação continuada, uma vez que estejam disponibilizados pelo IFSULMINAS nos municípios do Estado onde os alunos cursistas se encontrem acessando o conteúdo do presente material, especialmente quando houver acesso limitado ou restrito ainternet ou laboratórios e repositórios de conteúdos complementares, como bibliotecas físicas ou virtuais. Por fim, coube a presente unidade trazer de maneira autoexplicativa e numa linguagem acessível aspectos estruturantes para apoiar o sequenciamento de uma proposta de aprendizagem continuada no que se relaciona a pratica contábil, financeira e patrimonial de uma estrutura empresarial ou de negócios, com uma linguagem simples, objetiva, trazendo especialmente a inserção de conteúdos visuais e sequenciados, que podem ser revisitados para fortalecer um processo de capacitação complementar, e proporcionar uma adequada atuação profissional na função de Assistente Administrativo, que se integra a esse tipo de proposta formativa. 145 Operações financeiras e orçamentárias ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM 1. No que diz respeito aos conceitos discutidos, é possível dizer que Gestão Financeira tem um grande impacto no sucesso das empresas? Por quê? 2. Tomando por base a afirmativa “O Assistente Administrativo precisa se capacitar de forma continuada para aprimorar os seus conhecimentos de contabilidade”, qual seria a parte estudada nessa unidade que chamou mais sua atenção para essa necessidade? Justifique sua resposta. 3. Como você observa a importância de um bom planejamento financeiro? Qual dos tipos estudados você considera o melhor para a empresa? 146 Assistente Administrativo REFERÊNCIAS ACKOFF, Russell L. The meaning of strategic planning. Mckinsey Quarterly, p. 48-61, Summer 1966. ALVES, W. P. Informática - Microsoft Office Word 2010 E Microsoft Office Excel 2010. São Paulo: Érica, 2012. ARAUJO, Luis César G. de; GARCIA, Adriana Amadeu. Gestão de pessoas: estratégias e integração organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ASSAF NETO, A.; LIMA, F.G. Fundamentos de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2010. BARROS, M. S. M. Access 2010. São Paulo: Senac, 2010. BODIE, Z., MERTON, R.C. Finanças. 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Professor Visitante/ Pesquisador de Pós-doutorado em Inovação para a Sustentabilidade Organizacional no PPAD da PUC-PR Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Doutor em Administração de Empresas pela Universidade de Concordia, USA; Especialista em Comunicação Social pela UNESA, em Docência e ABPP - Aprendizagem Baseada em Problemas e Projetos pela UNIVESP, e em Educação 4.0 pelo UNIFAEL. Empreendedor Social na área educacional e fundador e CEO da Exponentialis, plataforma de projetos em aprendizagem e educação transformadora. Mentor atuante de startups, inovação e empreendedorismo pelos Programas Inovativa Brasil, Start Out Brasil e Salto Aceleradora e conferencista internacional. Foi pesquisador orientador de Inovação e Empreendedorismo pelo CNPq, responsável pelo mapeamento do estágio de Inovação da empresa Brasileira; Professor Mediador em ABPP na UNIVESP; foi professor do MBA da Fundação Getúlio Vargas e de várias outras IES’s em Administração, Inovação, Empreendedorismo, Marketing e Planejamento Estratégico. Foi Superintendente Educacional do SENAC MG, Gerente Executivo do IEPAC/SECONCI-SP e Diretor Geral da Católica do Ceará /Maristas. _GoBack _GoBack Capa Apresentação Sumário Palavra do professor-autor Introdução Unidade 1: Ética e relações interpessoais Unidade 2: Informática básica e tecnologias on-line Unidade 3: Marketing e empreendedorismo Unidade 4: Gestão de pessoas e direito do trabalho Unidade 5: Operações financeiras e orçamentárias Referências Currículo do professor-autor