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SP02- Super Liga

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SP02- “Super Lig�”
1) Conhecer a História Natural da Doença da
Febre Amarela e a sua importância para o
planejamento das ações em saúde (comparar com
as manifestações clínicas com outras doenças
causadas pelo Aedes Aegypti).
A febre amarela é uma doença infecciosa não
contagiosa que se mantém endêmica ou enzoótica nas
florestas tropicais da América e África causando
periodicamente surtos isolados ou epidemias de maior
ou menor impacto em saúde pública, sendo
transmitida ao homem mediante a picada de insetos
hematófagos da família Culicidae, em especial dos
gêneros Aedes e Haemagogus.
Os pacientes mais acometidos são geralmente
indivíduos jovens, do sexo masculino, realizando
atividades agropecuárias e de extração de madeira,
bem como ecoturistas que se embrenham nas matas
sem vacinação prévia.
Clinicamente, a febre amarela pode se
apresentar assintomática, oligossintomática,
moderada, grave e maligna. Pode ser prevenida pelo
uso da vacinação anti-amarílica mediante aplicação da
vacina 17D, uma das vacinas de vírus vivo atenuado
mais seguras e eficazes;
O vírus da febre amarela pertence ao gênero
Flavivirus da família Flaviviridae. Ele pertence ao
mesmo gênero e família de outros vírus responsáveis
por doenças no homem, entre os quais o Dengue.
➔ A febre amarela é uma doença hemorrágica
viral, como a dengue e o ebola. Ela é causada
por um vírus de RNA transmitido por um
mosquito Aedes aegypti ou Haemagogus –
apenas as fêmeas infectadas podem, de fato,
transmitir a doença e picam principalmente
durante o dia.
Em cerca de 80% dos casos, as infecções
provocam nenhum sintoma ou sintomas leves,
semelhantes à gripe ou malária, e geralmente
desaparecem de 3 a 4 dias. Em cerca de 20% dos
casos,a doença é muito mais grave e outros sintomas
são desenvolvidos: icterícia (daí o nome febre
amarela), distúrbios renais, sangramento intenso,
convulsões e até coma. Embora tenha sido descoberto
há 90 anos, ainda não há medicamento específico para
o tratamento da doença – os pacientes só podem
ajudá-los a superar a doença tratando os sintomas.
Então, a prevenção é crucial.
Para reduzir o risco de picadas de mosquito, é
necessária uma proteção pessoal com uso de
repelente, redes protetoras de portas e janelas e
mosquiteiros. Além disso, o controle vetorial é muito
importante, isso inclui: eliminação de água parada
(criadouro), uso de inseticidas e fumigação para
eliminação do inseto adulto.
CICLOS DE TRANSMISSÃO
O vírus da febre amarela mantém-se em dois
ciclos básicos: um ciclo urbano simples do tipo
homem-mosquito onde o Aedes aegypti
responsabiliza-se pela disseminação da doença
e, outro, silvestre complexo, onde várias espécies de
mosquitos responsáveis pela transmissão diferem: na
África, os mosquitos Aedes e na América os
mosquitos Haemagogus e Sabethes.
CICLO URBANO
Neste ciclo, a transmissão pelo Aedes aegypti
é feita diretamente ao homem sem necessitar da
presença de hospedeiros amplificadores, ou melhor, o
próprio homem infectado e em fase virêmica atua
como amplificador e disseminador do vírus na
população. Em geral, também é o homem que introduz
o vírus numa área urbana. Uma vez introduzido o vírus
no ambiente urbano, o paciente infectado
desenvolverá viremia, pode expressar a doença e
servir de fonte de infecção a novos mosquitos (Aedes
aegypti). Assim, o ciclo se perpetua, até que se
esgotem os suscetíveis ou se realize vacinação em
massa da população para bloquear a transmissão.
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA
Os mosquitos transmissores do vírus são
fêmeas hematófagas, ou seja, se alimentam de
sangue. Ao picarem primatas infectados, que podem
ser macacos ou humanos, o vírus infecta o intestino
do mosquito e migra para as glândulas salivares e
permanecem ali até que o mosquito se alimente
novamente. O vírus então é inoculado em outro
primata, a exemplo o ser humano, por meio da picada.
Ao entrar na corrente sanguínea, o vírus infecta as
células do sangue para se
multiplicar. Após uma grande multiplicação do vírus,
ele passa para outras partes do corpo, como rins,
fígado e baço, causando inflamações.
CICLOS SILVESTRES
Envolve a transmissão do vírus entre primatas
como, por exemplo, macacos bugios, e espécies de
mosquitos encontrados na floresta, como Haemagogus
e Sabethes. Mas o mosquito pode transmitir o vírus
para os humanos quando entramos nas regiões de
matas (trabalho ou turismo). Além de complexo, é
ainda imperfeitamente compreendido e varia de
acordo com a região onde ocorre. Os mosquitos, além
de serem transmissores, são os reservatórios do
vírus, desde que uma vez infectados assim
permanecem por toda a sua vida, ao contrário dos
macacos que, como os homens, ao se infectar morrem
ou se curam, e ficam imunes para sempre. Portanto, os
macacos atuam tão somente como hospedeiros
amplificadores da virose.
A febre amarela silvestre é transmitida
através da picada de mosquitos Haemagogus, que
vivem em matas e vegetações. Quando o mosquito
infectado pica um macaco, ele adoece e torna-se uma
fonte de transmissão do vírus para outros mosquitos.
Esses mesmos mosquitos infectados podem picar o
homem que entra em contato com a área de
transmissão.
★ Uma pessoa não transmite a doença
diretamente para outra; o macaco também não
transmite a doença. É imprescindível a
presença de mosquitos infectados agindo
como vetores para que haja transmissão
➔ Período de Incubação: de três a seis dias
após a picada do mosquito infectado.
➔ Período de Transmissibilidade: o sangue dos
doentes é infectante para os mosquitos cerca
de 24-48hs antes do aparecimento dos
sintomas, d e três a cinco dias após o início da
doença. O período de incubação extrínseco no
Aedes aegypti, dura, em média, de nove a
doze dias. Uma vez infectado, o mosquito
pode transmitir o vírus amarílico durante toda
sua vida (3 a 4 meses)
BOLETIM DO DIVE
Em 2022, entre a SE (situação
epidemiológica) 01 a 18 (02/01/2022 a
07/05/2022), foram notificados 56 casos
humanos suspeitos de FA, sendo que os 55 foram
descartados, e um (01) caso foi confirmado
(evoluiu para óbito) com local provável de infecção
em Tocantins-TO.
No ano de 2021 foram confirmados oito (08)
casos (03 evoluíram para óbito) de febre amarela
em moradores dos municípios de Águas Mornas,
Anitápolis, Blumenau, Imbituba, Palhoça, São
Bonifácio e Taió, todos sem registro de vacina
contra a febre amarela. Em 2020, tivemos 17
casos confirmados com a doença.
Quando se analisa o período de
monitoramento atual (julho/2021 a junho/2022),
foram notificados 90 casos suspeitos, sendo que
89 foram descartados (75 pelo critério
laboratorial e 14 pelo critério clínicoepidemiológico),
e UM (01) foi confirmado com a doença (Figura 1).
>> Vigilância de Epizootias em Primatas Não
Humanos – PNH (macacos)
● A vigilância de epizootias em PNH consiste em
captar informações sobre o adoecimento ou
morte desses animais e investigar
oportunamente, a fim de detectar precocemente
a circulação do vírus amarílico e subsidiar a
tomada de decisão para a adoção das medidas de
prevenção e controle.
No ano de 2022, entre a SE 01 a 18
(02/01/2022 a 07/05/2022), foram notificadas 51
epizootias de PNH em 14 municípios de Santa
Catarina. Neste período, do total de PNH acometidos,
16 (31%) tiveram a causa do óbito indeterminada (sem
possibilidade de diagnóstico devido à ausência de
coleta de amostras para análise), 13 (26%)
permanecem em investigação, e 22 (43%) foram
descartados (Tabela 3 e Figura 2).
O grande aumento no número das notificações
nos últimos anos, bem como a confirmação da doença
em alguns PNH, indica a circulação do vírus da febre
amarela e serve como alerta para a adoção imediata
de medidas de prevenção, especialmente a vacinação
das pessoas a partir dos nove (09) meses de idade,
uma vez que a doença nos PNH precede os casos
humanos. A sensibilidade dos municípios em notificar
epizootias em PNH e coletar amostras oportunamente
é o fator determinantepara a redução do risco de
exposição das pessoas suscetíveis. Os 14 municípios
que notificaram epizootias no ano de 2022 podem ser
visualizados no mapa abaixo (Figura 3).
Considerando o período de monitoramento
atual de julho/2021 a junho/2022 (Figura 4) foram
notificadas 122 epizootias em PNH, em 35 municípios
de Santa Catarina. Do total de PNH notificados, 69
(57%) tiveram resultado negativo, 37 (30%) tiveram a
causa do óbito indeterminado, 13 (11%) estão em
investigação e três (03) (2%) foram positivas para
febre amarela (ocorreram em Urussanga, São
Cristóvão do Sul e Pedras Grandes).
>> Imunização
A vacina contra a febre amarela é o único
meio de prevenção contra a doença. É
altamente imunogênica, segura e confere
proteção a 95% a 99% dos vacinados. Desde
julho de 2018, todo o estado de Santa
Catarina é Área com Recomendação de
Vacina (ACRV). A vacina é elaborada a partir
de vírus vivo atenuado, que estimula a
produção de anticorpos contra a doença.
Está indicado no calendário vacinal a partir
dos nove (09) meses de idade, exceto para
aquelas em situação com condições de
imunização especial.
Até o mês de dezembro de 2021, a
cobertura vacinal em Santa Catarina é
de 81,16%. Na Figura 5, é possível
visualizar a situação de cada município. É
importante destacar que a cobertura
vacinal em Santa Catarina não é
homogênea, sendo fundamental o reforço
nas áreas com percentual de vacinados
abaixo de 95%. Essa análise é
especialmente importante nos locais em
que há evidência da circulação do vírus
da FA, bem como naqueles em que a
análise de risco aponta a possibilidade de
disseminação da doença (Figura 7).
>> Eventos Adversos Pós Vacinação
Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é
qualquer ocorrência médica indesejada após a
vacinação e que, não necessariamente, possui uma
relação causal com o uso de uma vacina ou outro
imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos).
Um EAPV pode ser qualquer evento indesejável ou não
intencional, isto é, sintoma, doença ou um achado
laboratorial anormal (CIOMS; WHO, 2012).
A partir do dia 1º de janeiro até o dia 09 de
maio de 2022, não foram notificados casos de evento
adverso grave pós-vacinação pela vacina de febre
amarela. É importante destacar que a ocorrência de
eventos adversos, em especial os casos considerados
graves, são raros, mas necessitam de atendimento
médico imediato para avaliação e conduta, bem como a
investigação pela Vigilância Epidemiológica.
>> Avaliação de risco para circulação do vírus
da FA em SC
As características ambientais do deslocamento da
doença são conhecidas a partir da notificação do
adoecimento e morte dos Primatas Não Humanos
(PNH – macacos), para que assim seja possível realizar
a coleta das vísceras e identificar a circulação viral,
bem como com os casos humanos confirmados. Com as
informações atualmente disponíveis, estudos de
avaliação de risco que vem sendo realizados pela
Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa
Catarina em parceria com os estados do Rio Grande
do Sul, Paraná e São Paulo, Ministério da Saúde e
Fiocruz, sendo possível estimar a velocidade de
deslocamento do vírus pelos corredores ecológicos em
3 Km/dia.
No ano de 2021, o estado de Santa Catarina
confirmou a circulação do vírus da febre amarela em
nove (09) das dezessete (17) Regiões de Saúde: Alto
Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, Extremo Oeste,
Grande Florianópolis, Laguna, Meio Oeste, Médio Vale
do Itajaí, Serra Catarinense e Planalto Norte.
É fundamental a vacinação de todas as pessoas não
vacinadas, especialmente aquelas que residem ou
trabalham em áreas silvestres ou próximas às matas.
Ressalta-se que toda a expansão da circulação do
vírus está associada à ocorrência do ciclo silvestre da
doença, não havendo até o momento nenhum indício da
sua urbanização.
2) Caracterizar os níveis de prevenção 1° à 4°.
a) Prevenção primária:
É a ação tomada para remover causas e
fatores de risco de um problema de saúde
individual ou populacional antes do desenvolvimento
de uma condição clínica. Inclui promoção da saúde e
proteção específica (ex.: imunização, orientação de
atividade física para diminuir chance de
desenvolvimento de obesidade).
A prevenção primária é marcada por ações
focadas em impedir a ocorrência das doenças antes
que elas se desenvolvam no organismo dos pacientes.
Ela subdivide-se em dois níveis: a promoção da
saúde e a proteção específica. E, como podemos
imaginar, contempla o período pré-patogênico (antes
do adoecimento) e ações sobre agentes patógenos e
seus vetores. Esse nível de prevenção, portanto, diz
respeito a ações tomadas para remover causas e
fatores de risco de um problema de saúde individual
ou populacional, antes do desenvolvimento de alguma
condição clínica. Esse nível de atenção é fundamental
para a sociedade, uma vez que tem ação preventiva e
contribui para evitar o adoecimento da população.
Isso, sem dizer da redução dos gastos com
tratamentos de doenças.
Os programas de vacinação e imunização de
doenças transmissíveis, por exemplo, são exemplos
importantes de ações de prevenção primária.
Também fazem parte desse nível de
prevenção ações de incentivo à educação alimentar,
prática de atividade física e campanhas educativas,
por exemplo, contra uso de cigarro ou bebidas
alcoólicas.
b) Prevenção secundária:
É a ação realizada para detectar um
problema de saúde em estágio inicial, muitas vezes
em estágio subclínico, no indivíduo ou na população,
facilitando o diagnóstico definitivo, o tratamento e
reduzindo ou prevenindo sua disseminação e os
efeitos de longo prazo (ex.: rastreamento,
diagnóstico precoce).
Ao contrário do nível primário, aqui a doença
já se manifestou, mas ainda em fase inicial. A
prevenção secundária é essencial, uma vez que o
diagnóstico precoce é fundamental para o êxito de
tratamentos de várias doenças, muitas delas, fatais.
Vale destacar que esse nível também é
dividido em dois níveis: Diagnóstico precoce e
Limitação da incapacidade.
Portanto, a prevenção secundária tem como
foco detectar um problema de saúde em estágio
inicial, reduzindo ou prevenindo sua disseminação e
efeitos a longo prazo. Um exemplo de ação nesse
sentido é o rastreamento para diagnóstico precoce.
Esse nível de prevenção busca identificar e
confirmar o diagnóstico e impedir que a enfermidade
avance ou tenha seu quadro piorado. Em caso de
doenças infecciosas, é fundamental, pois pode reduzir
sua disseminação.
O objetivo aqui é promover melhor evolução
clínica para pacientes por meio de procedimentos
diagnósticos e terapêuticos.
c) Prevenção terciária:
É a ação implementada para reduzir em um
indivíduo ou população os prejuízos funcionais
consequentes de um problema agudo ou crônico,
incluindo reabilitação (ex.: prevenir complicações do
diabetes, reabilitar paciente pós-infarto – IAM ou
acidente vascular cerebral).
Esse nível de atenção é a evolução do nível
anterior. Nessa fase, por exemplo, o quadro
patológico do paciente já evoluiu e a proposta é
reduzir complicações ou agravos no quadro do
indivíduo.
As ações que integram esse nível de
prevenção se fazem necessárias ações para reduzir os
prejuízos funcionais consequentes de um problema
agudo ou crônico.
Podemos definir a prevenção terciária,
portanto, como o conjunto de ações que objetivam
reduzir a incapacidade do paciente, de forma a
permitir sua rápida e melhor reintegração na
sociedade.
A prevenção terciária é implementada para
reduzir em um indivíduo ou em uma população os
prejuízos funcionais advindos de um problema agudo
ou crônico, a exemplo do diabetes ou do acidente
vascular cerebral. Trata-se, assim, da busca pela
reabilitação de pacientes com doenças clinicamente
detectáveis.
d) Prevenção quaternária:
De acordo com o dicionário da WONCA 3 é
a detecção de indivíduos em risco de intervenções,
diagnósticas e/ou terapêuticas, excessivas para
protegê-los de novas intervenções médicas
inapropriadase sugerir-lhes alternativas
eticamente aceitáveis.
Esse nível de prevenção é demandado com
quando o paciente já está com a doença em estágio
mais avançado. Nesse sentido, podemos definir a
prevenção quaternária como sendo o conjunto de
ações realizadas com o objetivo de evitar danos
relacionados a intervenções médicas e de outros
profissionais de saúde.
É o caso, por exemplo, quando o tratamento é
considerado pior do que a doença. A proposta aqui é,
principalmente, prevenir o que chamamos de
hipermedicalização do cuidado, que nada mais é do que
o uso excessivo de medicamentos.
Além disso, é objetivo da prevenção
quaternária evitar intervenções invasivas
desnecessárias, como cirurgias ou exames, assim
como fortalecer a política de redução de danos junto
ao paciente.
O desafio dos profissionais de saúde nesta
fase é promover procedimentos científica e
eticamente aceitáveis para melhor qualidade de vida
do paciente.
e) Prevenção qüinqüenária:
Esse nível de prevenção ganha ainda mais
importância após a pandemia da Covid-19 e todo o
contexto vivido por profissionais de saúde em virtude
da disseminação do vírus.
Esse conceito surgiu recentemente, em 2014,
com foco em prevenir o dano no paciente, atuando no
médico. Ou seja: é preciso cuidar de quem cuida.
Podemos dizer, então, que a prevenção
quinquenária trata de medidas preventivas que visam
a melhoria da qualidade dos cuidados prestados ao
paciente, mirando no cuidador, de ondem emergem os
cuidados.
Um exemplo disso é a prevenção ao Burnout
(esgotamento) dos profissionais de saúde. Vale aqui
reforçar que o Burnout é o estado de exaustão física
e ou psicológica no contexto do trabalho.
Hospitais e prontos-socorros são ambientes
tensos por natureza. Mas, o que se viu com a pandemia
do novo coronavírus foi um cenário desolador, com
médicos e profissionais da linha de frente exaustos –
não só pelo excesso de trabalho, quanto pelo medo em
relação ao vírus e pelo cenário de incertezas que
impactou todos nós.
Esse nível de prevenção é sim um grande
avanço para profissionais de saúde. É preciso
reconhecer, também, seus benefícios para a qualidade
dos serviços prestados à população.
3) Conceituar Reservatório Natural, Vetor, e H.I
e H.D.
RESERVATÓRIO NATURAL
Qualquer local, vegetal, animal ou humano
onde vive e multiplica-se um agente etiológico e do
qual é capaz de atingir outros hospedeiros.
Um reservatório natural de um patógeno é um
hospedeiro, animal ou inseto, que por não apresentar
as características da doença, “convive” com o agente
de forma pacífica. No Brasil, tatus são reservatórios
para a doença de Chagas e morcegos podem abrigar o
vírus da raiva.
VETOR
Quando falamos que uma doença é transmitida
por um vetor, estamos dizendo que, para que a
patologia seja passada de um ser para outro, é
necessário um veículo de transmissão. Os mosquitos
são importantes vetores, como é o caso do Aedes
aegypti, que leva o vírus causador da dengue, Zika,
febre amarela e chikungunya.
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Parasitologia, existem dois tipos de vetores:
❖ Vetor biológico: é aquele em que o agente
etiológico multiplica-se.
❖ Vetor mecânico: é aquele que funciona
apenas como transporte, não havendo
multiplicação do agente etiológico."
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO
É aquele que apresenta o parasito em sua fase
larvária ou assexuada. Ex.: o caramujo é o hospedeiro
intermediário do S. mansoni.
HOSPEDEIRO DEFINITIVO
É o que aloja o parasita em sua fase de
maturidade ou em fase de reprodução sexuada.
HOSPEDEIRO PARATÊNICO
É aquele que serve apenas como uma espécie
de veículo para o parasita. Aqui, temos organismos que
transportam o parasita de um local para o outro, não
sendo relevantes ou fundamentais para o ciclo
transmissivo de uma doença.
Exemplos desse tipo de hospedeiro são alguns
peixes grandes, que ingerem peixes menores
contaminados com larvas de Diphyllobothrium. O
processo termina quando o ser humano ingere o peixe
maior, geralmente cru.
4) Conceituar e calcular os principais indicadores
epidemiológicos (incidência e prevalência,
coeficiente de mortalidade geral e infantil -
Perinatal, neonatal, tardia) compreendendo seu
significado nas condições de saúde de uma
população.
Os coeficientes mais utilizados na área da
saúde baseiam-se em dados sobre doenças
(morbidade) e sobre eventos vitais (nascimentos e
mortes).
● Coeficientes de MORBIDADE (doenças):
Coeficiente de incidência da doença, Coeficiente
de prevalência da doença , Coeficiente de
letalidade.
● Coeficientes de MORTALIDADE: Coeficiente
geral de mortalidade (CGM), Coeficiente de
mortalidade infantil (CMI), Coeficiente de
mortalidade por doenças transmissíveis.
INCIDÊNCIA
➢ Incidência: A incidência refere-se ao número de
novos eventos ou casos novos que o correm em uma
população de indivíduos em risco durante um
determinado período de tempo. Existem duas
formas de se medir incidência:
❖ incidência cumulativa e
❖ taxa de incidência ou densidade de incidência
A incidência de uma doença, em um
determinado local e período, é o número de casos
novos da doença que iniciaram no mesmo local e
período. Traz a ideia de intensidade com que acontece
uma doença numa população, mede a frequência ou
probabilidade de ocorrência de casos novos de doença
na população. Alta incidência significa alto risco
coletivo de adoecer.
Da fórmula acima fica evidente que a
prevalência, além dos casos novos que acontecem
(incidência), é afetada também pela duração da
doença, a qual pode diferir entre comunidades, devido
a causas ligadas à qualidade da assistência à saúde,
acesso aos serviços de saúde, condições nutricionais
da população, etc. Assim, quanto maior a duração
média da doença, maior será a diferença entre a
prevalência e a incidência.
A incidência cumulativa fornece uma
estimativa da probabilidade de um indivíduo
desenvolver a doença durante um período específico
de tempo e, por isso, é também chamada
simplesmente de risco. Esta medida assume que todos
os indivíduos identificados no início do seguimento
foram acompanhados por todo o período em questão.
O tempo de observação ou seguimento é variável, mas
deve sempre ser claramente indicado. A fórmula
proposta para incidência cumulativa (Ic) é
PREVALÊNCIA
➔ Prevalência: A prevalência
mede a proporção de
indivíduos em uma população que estão
acometidos da doença em um determinado
momento. É, portanto, uma medida estática
(análoga a uma fotografia) relacionada a um
ponto no tem po, mesmo que a coleta de dados
ocorra durante dias, meses o u até anos. O
numerador é composto de casos ativos no
momento do estudo, sejam eles recentes ou
antigos. A fórmula para o cálculo da
prevalência (P) é
A prevalência indica qualidade do que
prevalece, prevalência implica em acontecer e
permanecer existindo num momento considerado.
Portanto, a prevalência é o número total de casos de
uma doença, existentes num determinado local e
período. O coeficiente de prevalência é mais utilizado
para doenças crônicas de longa duração. Ex:
hanseníase, tuberculose, AIDS, tracoma ou diabetes.
Casos prevalentes são os que estão sendo tratados
(casos antigos), m ais aqueles que foram descobertos
ou diagnosticados (casos novos). A prevalência, como
ideia de acúmulo, de estoque, indica a força com que
subsiste a doença na população.
A prevalência pode aumentar com o aumento
da Incidência ou pela migração de grupos nos quais
essa doença seja muito prevalente. Pode aumentar por
tratamentos que prolonguem a vida (sem curar) e
também por técnicas que levam a identificação da
doença (diagnóstico mais fácil). A prevalência pode
diminuir com novos tratamentos que curam a doença,
pela diminuição da incidência ou pelo aumento da
letalidade da doença, entre outros.
COEFICIENTE DE LETALIDADE
➢ Coeficiente de letalidade: representa a proporção
de óbitos entre os casos da doença, sendo um
indicativo da gravidade da doença ou agravo napopulação. Isso pode ser uma característica da
própria doença (por exemplo, a raiva humana é uma
doença que apresenta 100% de letalidade, pois todos
os casos morrem) ou de fatores que
aumentam ou diminuem a letalidade da doença
na população (condições socioeconômicas,
estado nutricional, acesso a medicamentos,
por exemplo). É dado pela relação:
Seu resultado é dado, portanto, sempre em
percentual (%). Não deve ser confundido com
coeficiente de mortalidade geral, que é dado por 1000
habitantes, e representa o risco de óbito na
população. A letalidade, ao contrário, representa o
risco que as pessoas com a doença têm de morrer por
essa mesma doença.
COEFICIENTE GERAL DE MORTALIDADE
➢ Coeficiente geral de mortalidade (CGM):
representa o risco de óbito na
comunidade. É expresso po r uma
razão, e pode ser calculado, como
todos os demais coeficientes, também
através de regra de três simples (se numa população
de 70.000 habitantes tenho 420 óbitos, em 1000
habitantes terei “ x”, sendo 1000 o parâmetro que
permitirá comparar com outros locais ou outros
tempos):
Este coeficiente, no entanto, não é m uito
utilizado para comparar o nível de saúde de
diferentes populações, pois não leva em consideração
a estrutura etária dessas populações (se a população
é predominantemente jovem ou idosa). Um coeficiente
geral de mortalidade alto para uma população mais
idosa significa apenas que as pessoas já viveram o que
tinham para viver e, por isso, estão morrendo. Já para
uma população mais jovem estaria significando
mortalidade prematura. P ara comparação de duas ou
mais populações com diferentes estruturas etárias,
ou de sexo, há necessidade de padronizar os
coeficientes, tendo como referência uma população
padrão.
COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL
➢ Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma
estimativa do risco que as crianças nascidas vivas tem
de morrer antes de completar um ano de idade. É
considerado um indicador sensível das condições de
vida e saúde de uma comunidade. Pode ser calculado
por regra de três ou através da seguinte razão:
COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS
➢ Coeficiente de mortalidade por doenças
transmissíveis: é uma estimativa do risco de a
população morrer por doenças infecciosas e
parasitárias (tuberculose, tétano, diarreia infecciosa,
aids etc.), classificadas atualmente no Capítulo I da
CID-10. Quanto mais elevado o resultado deste
coeficiente, piores as condições de vida. É dado pela
equação:
COEFICIENTE DE MORTALIDADE PERINATAL
➢ Coeficiente de mortalidade perinatal: segundo a
Classificação Internacional de Doenças em vigor (a
CID-10), o período perinatal vai da 22ª semana de
gestação até a primeira semana de vida da criança,
diferenciando da definição anterior (da CID-9) que
considerava a partir da 28ª semana de gestação.
Dessa maneira, o coeficiente atualmente é dado pela
seguinte razão:
COEFICIENTE DE MORTALIDADE MATERNA
➢ Coeficiente de mortalidade materna -
representa o risco de óbitos por causas ligadas à
gestação, ao parto ou ao puerpério, sendo um
indicador da qualidade de assistência à gestação e ao
parto numa comunidade. É dado pela equação:
Conhecer as definições da Organização
Mundial da Saúde é fundamental para o cálculo
correto deste indicador:
➔ Morte materna: é a morte da mulher durante
a gestação ou dentro de um período de 42
dias após o término da gestação,
independente da duração ou da localização da
gravidez, devida a qualquer causa relacionada
ou agravada pela gravidez ou por medidas em
relação a ela, porém não devida a causas
acidentais ou incidentais. Pode ser subdividida
em: a) morte obstétrica direta, sendo aquela
resultante de complicações obstétricas
devido a intervenções, omissões, tratamento
incorreto, etc. (aborto, infecção puerperal,
etc) e b) morte obstétrica indireta, quando
resulta de doenças existentes antes da
gravidez, ou desenvolvidas durante a gravidez,
não devidas a causas obstétricas diretas, mas
agravadas pelos efeitos fisiológicos da
gravidez (diabetes mellitus, insuficiência
cardíaca, etc).
No cálculo do coeficiente de mortalidade
materna entram, portanto, todos os casos de óbitos
maternos, tanto por causas obstétricas diretas, como
indiretas, que ocorreram em até 42 dias após o
término da gestação.
Apesar de não entrarem no cálculo para fins
de comparação, é importante o serviço de saúde
registrar, ainda, as mortes por causas obstétricas
(diretas ou indiretas) que ocorreram após 42 dias do
término da gestação, bem como as mortes
relacionadas com a gravidez, sendo assim definidas
(OMS, 1994):
➔ Morte materna tardia: é a morte de uma
mulher por causas obstétricas diretas ou
indiretas mais de 42 dias mas menos de um
ano após o término da gravidez.
➔ Morte relacionada com a gravidez: é a
morte de uma mulher enquanto grávida ou até
42 dias após o término da gravidez, qualquer
que tenha sido a causa de morte.
COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR CAUSA
➢ Coeficiente de mortalidade por causa - Permite
conhecer os riscos de morrer por uma determinada
causa e consequentemente orientar sua prevenção
específica. Nas doenças transmissíveis é bom
indicador para avaliar as ações de saneamento e a
eficácia e o impacto de medidas de prevenção e
controle adotadas. Relaciona o número de óbitos por
uma determinada causa pela população exposta.
NATALIDADE
❖ Natalidade: Os principais coeficientes que
medem a natalidade (nascimentos) de uma
população são o coeficiente de natalidade e o
de fecundidade. Enquanto o coeficiente de
natalidade está relacionado com o tamanho da
população, o de fecundidade está relacionado
com o número de mulheres em idade fértil.
Por isso, é comum a fecundidade ser expressa
também em média de filhos por mulher (por
exemplo: 2,5 filhos por mulher). O coeficiente
de natalidade, portanto, pode ser calculado
pela seguinte equação:
FECUNDIDADE
O coeficiente de fecundidade, como está
relacionado à população feminina em idade fértil, é
dado pela fórmula (ou calculado por regra de três):
❖ Esperança de vida - é o número médio de
anos que ainda restam para serem vividos por
indivíduos de determinada idade,
pressupondo-se que a probabilidade de morte
que foi base deste cálculo continue inalterada
nesta população. É muito usada a esperança de
vida ao nascer.
5) Conhecer as Curvas de mortalidade proporcional
(Nelson de Morais) compreendendo seu significado
das condições de saúde da população.
As curvas de mortalidade proporcional, ou como são
conhecidas, curvas de Nelson de Moraes, receberam
este nome em homenagem ao sanitarista brasileiro
que as idealizou em 1959. São construídas a partir da
distribuição proporcional dos óbitos por grupos
etários em relação ao total de óbitos. O seu formato
gráfico permite avaliar o nível de saúde da região
estudada.
O eixo x representa faixas etárias
predeterminadas (menor que 1 ano; 1 a 4 anos; 5 a 19
anos; 20 a 49 anos; 50 anos ou mais) e o eixo y é a
mortalidade proporcional para cada faixa etária
representada no eixo x. A curva possui 4 tipos com
formas características que correspondem a distintas
condições de vida da população estudada: N invertido,
L (ou J invertido), V (ou U) e J
Os grupos etários considerados nas curvas
são: menores de 1 ano, 1 a 4 anos, 5 a 19 anos, 20 a 49
anos e 50 anos ou mais, correspondendo, esta última,
à faixa etária do indicador de Swaroop-Uemura
As variações da curva de mortalidade
proporcional representam distintos níveis de saúde,
como você pode visualizar a seguir:

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