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Bárbara Nunes - @horadapsico Parte I O CONCEITO DE TRANSFERÊNCIA NAS CONCEPÇÕES DE MELANIE KLEIN E LACAN O conceito de transferência é bastante trabalhado dentro da psicanálise, sendo fundamental o entendimento dela para dar continuidade a uma análise, por exemplo, pelo fato de ser dela que o analista constitui seu trabalho, caso contrário uma má interpretação pode causar o fracasso total do mesmo. Freud define o conceito de transferência como: “Novas edições ou fac-súniles dos impulsos e fantasias que são despertados e tomados conscientes durante o andamento da análise. Possuem, no entanto, uma peculiaridade, característica de sua espécie: substituem uma pessoa anterior pela pessoa do médico. Em outras palavras, toda uma série de experiências psicológicas é revivida, não como algo que pertence ao passado, mas que se aplica ao médico no presente momento." "Fragment of an Analysis of a Case of Hysteria", Freud (1905).” Melanie Klein acreditava em suas próprias teorias, diferentes das de Freud e outros demais doutores, uma das teorias consistia no conceito de transferência. Freud, para dar início aos estudos das neuroses em crianças, analisou uma criança, que apresentava fobias e através de um adulto era possível fazer uma análise do caso. O pai do menino atuava como o psicanalista de seu filho sob a supervisão de Freud, com isso era possível colher informações sobre o caso pequeno Hans, mas não havendo uma análise direta de uma criança, mas com isso abriu-se uma nova etapa na psicanálise, levando a outros estudiosos a avaliarem crianças. Pois através das obras e observações dos casos de Freud, que originou essa teoria, era visto que não apenas adultos tinham doenças mentais, independente da idade da criança, neuroses e outras doenças poderiam dar origem desde a infância, fazendo sentido pelo fato da criança estar em desenvolvimento e sendo uma fase mais delicada, na qual não sabem se conscientizar pelos seus atos e dos outros e lidar com tais situações, não sabendo identificar seus sentimentos e emoções, apresentando sintomas com mais intensidade na idade adulta. “(...) Anna Freud desenvolveu um método sistemático de análise de crianças. Afirmava ela que as crianças não estavam em condições de ser diretamente analisadas porque não Bárbara Nunes - @horadapsico possuíam o aparelho psíquico totalmente constituído. O superego não estava inteiramente implantado. A capacidade de simbolização e de compreensão das interpretações e de aceitação da regra fundamental sobre a qual se edifica o contrato psicanalítico eram limitados. Anna Freud propunha que, para analisar crianças, elas deveriam passar num primeiro momento por um processo educativo, informativo, em que o terapeuta deveria reunir-se com elas em várias oportunidades e explicar-lhes em que consiste o trabalho psicanalítico, observar o grau de desenvolvimento intelectual, moral etc. Só depois desse período é que se poderia propor um tratamento mais ou menos similar ao modelo do adulto.”KLEIN, M. (1991). Lições sobre a transferência: A concepção anglo-saxónica. Certamente, o processo educativo ajuda no processo terapêutico, assim as crianças têm consciência de que aquele momento com o analista estaria sendo para ser analisado e receber ajuda, que consiste na segurança e confiança do mesmo, mas não é o mais importante, pois a criança pode compreender a situação entre analista e analisando, mas o seu papel será de mostrar suas queixas mais claramente através da prática lúdica, fazendo com que a observação já faça parte de um tratamento similar ao modelo do adulto, em que a criança é avaliada com seu comportamento espontâneo em seu meio lúdico, onde se manifesta as emoções, sentimentos, expressões, divergências, entre outros fatores psicológicos, diferente de avaliar adultos, que têm uma maior consciência do que trás para o consultório, consciências de suas ações e emoções, ajudando a se encontrar, através de técnicas mais avançadas para seu nível de amadurecimento. Ana Freud consistia em querer aplicar técnicas de adultos em crianças, mas como Melanie Klein acreditava nas suas próprias teorias, não era possível, pois a criança tem seu desenvolvimento próprio, dentro de sua faixa etária, não incapaz, mas está em desenvolvimento e para poder acessar seu inconsciente é necessário ter por exemplo técnicas lúdicas, como jogos, desenhos e brincadeiras, pois o adulto já está desenvolvido e talvez seja mais difícil de compreender o inconsciente dos mesmos, por já estar formado suas crenças. “O erro de Anna Freud consistia em querer aplicar à criança um procedimento próprio do adulto, exigindo dela material verbal associativo, o que não é o modo prcvalcntc de expressão da criança, embora seja capaz de fazê-lo.” KLEIN, M. (1991). Lições sobre a transferência: A concepção anglo-saxónica. Continua na Parte II… OBRIGADAAA! Bárbara Nunes - @horadapsico
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